Relatório Experimental
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Relatório Experimental
Resumo
O fenômeno da interferência é analisado quando há o encontro de duas
ondas, para as quais vale o princı́pio da superposição. Essa interferência
pode ser destrutiva ou construtiva. Os experimentos descritos nesse relatório
consistiram na análise prática desses conceitos estudados em sala, e foram re-
alizados por um grupo de 2 alunos. A proposta foi apresentada na disciplina
Fı́sica Experimental 4, e os procedimentos foram executados no laboratório
presente na Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo
(EEL-USP). O experimento se baseou na utilização de um aparato que pro-
duziu uma diferença de caminho percorrido por dois feixes coerentes e foi
capaz de sobrepô-los, o que gerou um padrão de interferência. Os experi-
mentos obtiveram resultados satisfatórios.
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Conteúdo
1 Introdução Teórica 5
2 Procedimento Experimental 7
3 Resultados e Discussão 9
3.1 Determinação do comprimento de onda pela interferência en-
tre ondas planas utilizando a escala do retı́culo . . . . . . . . . 9
3.2 Determinação do comprimento de onda pela interferência en-
tre ondas planas utilizando a ampliação de lente . . . . . . . . 11
4 Conclusão 14
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1 Introdução Teórica
Sabe-se que as equações de Maxwell, as quais governam o eletromagne-
tismo e a óptica, são lineares em relação aos campos elétrico e magnético.
Assim, é válido o princı́pio da superposição e o campo resultante é dado pela
soma vetorial dos campos gerados por cada uma das fontes, dado que há
mais de uma fonte de campo. Essa soma depende da relação entre as fases
dos feixes em cada ponto, e resulta numa região de máximos e mı́nimos de
campo elétrico, conhecido como padrão de interferência .
Para que este padrão seja apresentado, as fontes utilizadas devem ser
coerentes, o que significa que a diferença de fase entre elas não varia com
o tempo. Outro fator a ser analisado é o comprimento de coerência, que
corresponde à máxima diferença de percurso entre os dois feixes sem que
haja perda da relação de fase entre os campos elétricos das ondas que o
constituem.
A interferência entre ondas coerentes pode ser de dois tipos: cons-
trutiva ou destrutiva. A primeira se refere a situação em que a diferença de
fase entre as ondas é nula ou múltiplo par de π, e nela teremos um campo
resultante de mesma frequência e amplitude dada pela soma das amplitudes
de cada onda. A segunda (interferência destrutiva), por sua vez, acontece
quando a diferença de fase for um múltiplo ı́mpar de π. Nesta, a amplitude
é dada pela diferença das amplitudes de cada onda.
Considerando dois feixes de ondas planas monocromáticas de mesma
frequência e coerentes entre si, cujos vetores de propagação formam entre si
um ângulo θ e cujos campos elétricos estejam na mesma direção, temos que,
a partir da equação 1, os máximos ocorrem quando o argumento do cosseno
é igual a nπ , sendo n um número inteiro, chegando na equação 2.
θ
I(x) = 4I0 ocs2 (kxsin( )) (1)
2
θ
kxsin( ) = nπ (2)
2
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um bloco de vidro onde uma das superfı́cies é coberta com um filme refletor
que aumenta a refletividade da interface, a qual atua como um divisor de
feixes. Um segundo bloco de vidro (idêntico ao primeiro, mas sem o filme
refletor) e dois espelhos completam o interferômetro de Michelson.
Imax − Imin
V = (4)
Imax + Imin
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2 Procedimento Experimental
a) Primeiramente, utilizou-se um laser e um divisor de feixe (sistema for-
mado por um semi-espelho e um espelho) e ajustou-se-o de tal forma
que os dois feixes emergentes estivessem aproximadamente paralelos
entre si, horizontais. Com isso, produzimos uma diferença de cami-
nho óptico entre dois feixes provenientes de uma mesma fonte coerente
(laser de He/Ne).
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h) Em seguida, focalizou-se nitidamente o retı́culo, mediu-se a distância
lente-retı́culo (S) e lente anteparo (S’), e a distância entre máximos no
anteparo. Com esses dados e usando o fator de ampliação da imagem,
calculou-se a separação entre máximos no retı́culo e determinou-se o
comprimento de onda do laser. Repetiu-se este passo para mais duas
separações entre os feixes após o divisor.
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3 Resultados e Discussão
3.1 Determinação do comprimento de onda pela inter-
ferência entre ondas planas utilizando a escala do
retı́culo
Nesse experimento, devido a três medições diferentes utilizando separações
laterais distintas, é possı́vel determinar um θ variado a partir do triângulo
retângulo formado
b
tgθ = (5)
a
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Tabela 1: Determinação dos ângulos θ entre os feixes
Distância Percorrida pelo feixe (a) Separação dos feixes no divisor (b) θ
500cm ± 0, 05cm 1, 8cm ± 0, 05cm 0, 0036 ± 0, 0001◦
◦
Sabendo que a distância entre máximos Λ medida para cada separação lateral
entre feixes está representada na tabela 2:
0, 0036 0, 0036 2
ϑλ1 2 = ((0, 01)cos2 ( )(0, 0001)2 +(2sen ) (0, 005)2 → ϑλ1 = ±2, 059.10−5 cm
2 2
10
0, 0030 0, 0030 2
ϑλ2 2 = ((0, 02)cos2 ( )(0, 0001)2 +(2sen ) (0, 005)2 → ϑλ2 = ±2, 061.10−5 cm
2 2
0, 0024 0, 0024
ϑλ3 2 = ((0, 03)cos2 ( )(0, 0001)2 +(2sen )2 (0, 005)2 → ϑλ3 = ±2, 107−5 cm
2 2
∴
λ1 = 3, 6.10−5 cm ± 2, 059.10−5 cm = 360nm
s = 6, 5cm ± 0, 05cm
ϑM = ±0, 244
∴
M = −31, 69 ± 0, 244
ϑo 2 ϑi ϑM 2
( ) = ( )2 + ( )
o i M
ϑo1 0, 05 2 0, 244 2
( −3
)2 = ( ) +( ) → ϑo1 = ±1, 579.10−3 cm
−9, 466.10 0, 3 −31, 69
ϑo2 0, 05 2 0, 244 2
( )2
= ( ) + ( ) → ϑo2 = ±1, 584.10−3 cm
−1, 893.10−2 0, 6 −31, 69
ϑo3 0, 05 2 0, 244 2
( −2
)2 = ( ) +( ) → ϑo3 = ±1, 592.10−3 cm
−2, 840.10 0, 9 −31, 69
∴
o1 = −9, 466.10−3 cm ± 1, 579.10−3 cm
12
o3 = −2, 840.10−2 cm ± 1, 592.10−3 cm
0, 0036 0, 0036 2
ϑλ4 2 = (9, 466.10−3 )cos2 ( )(0, 0001)2 + (2sen ) (1, 579.10−3 )2
2 2
−5
→ ϑλ4 = ±1, 127.10 cm
0, 0030 0, 0030 2
ϑλ5 2 = (1, 893.10−2 )cos2 ( )(0, 0001)2 + (2sen ) (1, 584.10−3 )2
2 2
−5
→ ϑλ5 = ±1, 456.10 cm
0, 0024 0, 0024 2
ϑλ6 2 = (2, 840.10−2 )cos2 ( )(0, 0001)2 + (2sen ) (1, 592.10−3 )2
2 2
−5
→ ϑλ6 = ±1, 728.10 cm
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r
(3, 6.10−7 − 5, 6.10−7 )2 + (6, 0.10−7 − 5, 6.10−7 )2 + (7, 2.10−7 − 5, 6.10−7 )2
σ1 =
3
→ σ1 = 1, 5.10−7
r
(3, 405.10−7 − 5, 3.10−7 )2 + (5, 678.10−7 − 5, 3.10−7 )2 + (6, 816.10−7 − 5, 3.10−7 )2
σ2 =
3
→ σ2 = 3.257.10−7
4 Conclusão
Podemos concluir, portanto, que é possı́vel determinar o comprimento
de onda de um laser a partir do padrão de interferência entre dois feixes
advindos desse mesmo laser. A realização do experimento apresentou erros
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relativos maiores que 5%, o que evidenciou a ocorrência de erros, provavel-
mente no manuseio do equipamento. Por fim, foi apresentada maior precisão
no primeiro método de análise, o que se manifestou na comparação entre os
desvios.
Referências
• SERWAY, Raymond A.; JEWETT, John W.. Princı́pios de Fı́sica 4:
Óptica e Fı́sica Moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
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