Organizacoes Que Aprendem
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“A QUINTA DISCIPLINA”
1 INTRODUÇÃO
Por essa razão, optou-se por não respeitar a ordem direta apresentada no
primeiro livro, de sorte a poder mesclar contribuições de ambas as obras. De maneira
geral, a seqüência adotada é arbitrária e reflete a percepção do cerne da contribuição de
Peter Senge à literatura de administração, sob a ótica dos autores deste sumário.
Dessa forma, as empresas do futuro serão aquelas que descobrirem como fazer
com que as pessoas se comprometam e queiram aprender, desde o chão de fábrica até a
alta gerência. Para conseguir isso, as organizações devem ser mais coerentes com as mais
elevadas aspirações humanas que vão além das necessidades materiais. Com esse intuito,
é necessário que se derrubem as barreiras que nos impedem de aprender, pois o que
distinguirá as organizações que aprendem daquelas que pararam no tempo é o domínio de
determinadas disciplinas básicas. São elas as seguintes:
• Modelos mentais:
mentais: muitas modificações administrativas não podem ser postas em
prática por serem conflitantes com modelos mentais tácitos e poderosos. Eles
incluem idéias arraigadas e paradigmas que interferem sobre as nossas atitudes,
muitas vezes sem que tenhamos consciência disso.
• Visão Compartilhada:
Compartilhada: a empresa deve ter uma missão genuína para que as
pessoas dêem o melhor de si e adotem uma visão compartilhada, na qual
prevaleça o compromisso e o comprometimento em lugar da aceitação. Assim, os
líderes aprendem que não há como querer ditar uma visão, acreditando que ela
será assimilada automaticamente.
• Aprendizagem em Equipe:
Equipe: a unidade de aprendizagem moderna é o grupo e
não o indivíduo. O diálogo facilita a aprendizagem em equipe e, quando esta
produz resultados, seus integrantes crescem mais rápido e a organização também.
• Pensamento Sistêmico:
Sistêmico: esta é a quinta disciplina, a que integra todas as outras, o
elo de ligação, fundindo-as em um corpo coerente de teoria e prática. O
pensamento sistêmico ajuda-nos a enxergar as coisas como parte de um todo,
não como peças isoladas, bem como criar e mudar a sua realidade.
3 AS DEFICIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
a) “Eu
“Eu sou meu cargo”:
cargo”: as pessoas que se concentram demais nos cargos que
ocupam perdem o senso de relação com os demais cargos. Com isso, algumas
vezes os resultados não são os esperados. Então, como fica muito difícil descobrir
as razões do fracasso, culpam alguém de fora pelo acontecido.
b) “O
“O inimigo está lá fora”:
fora”: tendemos a pensar que o inimigo está lá fora, pois
não enxergamos que as nossas ações vão além do cargo que ocupamos, por não
termos visão sistêmica delas.
d) A Fixação em Eventos:
Eventos: estamos condicionados a ver a vida como uma série de
eventos, porém as nossas principais ameaças não vêm de eventos súbitos, mas de
mudanças graduais. A aprendizagem não pode ocorrer se as pessoas estiverem
dominadas pelos eventos de curto prazo.
A influência dos jogadores é sempre muito maior que os limites da sua posição.
Dessa forma, o sucesso ou o fracasso de um é compartilhado por todos. É necessário
compreender que há uma defasagem de tempo entre o pedido e a entrega, por essa razão
o melhor seria esperar e não pedir mais cerveja.
5.4 A saída mais fácil normalmente nos traz de volta para dentro
Tendemos a procurar a saída mais fácil ou a mais familiar, mas se a solução para
os problemas fosse fácil, já teria sido encontrada. Assim, os problemas se acentuam e
acabamos adotando um pensamento não-sistêmico.
O ritmo ideal é muito mais lento do que o mais rápido possível. Os princípios
sistêmicos podem gerar, como desculpa, a inatividade, ou seja, não fazer nada em lugar de
fazer algo que possa piorar as coisas, mas, na verdade, a perspectiva sistêmica não é a
inatividade, mas sim uma nova forma de pensar, mais desafiadora e mais promissora do
que os mecanismos usuais de lidar com os problemas.
5.9 Você pode assobiar e chupar cana – mas não ao mesmo tempo
Na maioria das vezes, os círculos de equilíbrio são mais difíceis de detectar do que
os círculos de reforço, pois parece que nada está acontecendo. Eles mantêm o status quo
mesmo quando todos querem mudanças. A resistência à mudança é uma tentativa de
manter uma meta implícita ao sistema. Enquanto essa meta não for reconhecida, os
esforços de mudança fracassarão. Em vez de tentar vencer a resistência à mudança,
7 ARQUÉTIPOS SISTÊMICOS
Esse tipo de arquétipo entra em ação quando existem sintomas óbvios e soluções
rápidas que resolvem a questão no curto prazo. No processo de transferência de
responsabilidade, podemos optar por duas soluções: a primeira é a resposta paliativa, que
apenas ataca os sintomas; a segunda é a resposta fundamental, que realmente lida com a
dificuldade (todavia seus efeitos levam mais tempo para aparecer devido à defasagem).
8 DOMÍNIO PESSOAL
Quando essa disciplina se torna parte integrante das nossas vidas, manifestam-se
dois movimentos subjacentes. O primeiro deles esclarece continuamente o que de fato é
importante para nós, enquanto o segundo consiste em aprender com mais clareza a
realidade do momento. A justaposição do objetivo pessoal (o que desejamos
profundamente) com uma imagem clara da realidade (onde nos encontramos em relação
ao que aspiramos) cria uma “tensão criativa”, uma força resultante que, naturalmente,
busca a sua resolução.
9 MODELOS MENTAIS
Muitas vezes, “os modelos mentais impedem as mudanças que poderiam provir do
raciocínio sistêmico”, portanto os administradores precisam aprender a revê-los (Senge,
1990:187). Pesquisas demonstram que eles são sistematicamente defeituosos, porquanto
não capturam as relações de feedback crítico, calculam mal o tempo de espera e baseiam-
se na maior parte das vezes nas variáveis explícitas, que não necessariamente
correspondem ao ponto de maior alavancagem.
10 VISÃO COMPARTILHADA
Por fim, como estamos tratando de organizações, a última das disciplinas trata do
aprendizado coletivo. A unidade de aprendizagem moderna é o grupo e não os indivíduos
isolados.
É claro que não existe aprendizado em equipe sem domínio pessoal e sem visão
compartilhada. Partindo dessas condições, reconhece-se que a inteligência coletiva é
maior que a soma das inteligências individuais, abrindo oportunidade para o aprendizado
coletivo.
A palavra diálogo tem origem em duas raízes gregas, dia (“através”, "um com o
outro”) e logos (“palavra”). Essa palavra, portanto, traz uma idéia de “significado fluindo”.
Já a palavra discussão deriva do latim discutere, que significa “esmagar em pedaços”.
Conseqüentemente, a discussão difere do diálogo por ser uma “forma de conversação que
promove a fragmentação” (Senge, 1994, p. 331). Contudo a discussão hábil difere das
12 O TODO INDIVISÍVEL
Fazemos parte, em última instância, do mesmo universo criativo e, por essa razão,
interagimos mutuamente. A separação do todo em sistemas provém de uma necessidade
didática e científica, mas acabou gerando um profundo distúrbio de percepção na
civilização moderna. Para apreender a fundo a interconexão entre os fenômenos, devemos
remover a separação existente entre os sistemas e os ambientes que os cercam. Só assim,
estaremos aptos a captar efetivamente a indivisibilidade do todo representado pelo
Universo.
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENGE, Peter M. A quinta disciplina. São Paulo: Editora Best Seller, 1990.
Abstract
In recent years, the learning process has been
not only an exclusive concern of the academic
community, but it also has started to integrate the
agenda of the most competitive companies. It is
verified, now, that the strategic administration
extrapolates the mere vision of the planning, of
the positioning or of the design, incorporating
elements clearly related to the process of
strategic learning. In seminal work, Peter Senge
(1990,1994) has identified five disciplines
capable to guide the organizations heading for
the continuous learning, having reserved special
emphasis to the "fifth discipline" – systemic
reasoning. This article tries to synthesize the
main concepts developed by the author,
combining his theoretical study (Senge, 1990)
with a most empiric and pragmatic approach
(Senge, 1994).