Semana 06

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Extensivo ENEM

2019
Biologia

Proteínas

Resumo

Proteínas são uma cadeia de aminoácidos formada durante o processo de tradução, que possui a
participação de RNA e ribossomos. Elas podem ser classificadas quanto a sua estrutura em:

• Primário: é uma sequência linear de aminoácidos


• Secundário: é a sequência começando a ganhar forma. Pode ser helicoidal ou pregueado.
• Terciário: é uma estrutura tridimensional na qual já pode desempenhar uma função.
• Quaternário: é a junção de duas ou mais estruturas terciárias.

A temperatura alta ou um pH ácido pode desnaturar uma proteína. Quando uma proteína perde a sua
estrutura, ela também perde a sua função.

As proteínas podem ter diversas funções, como de catalizadores (ex.: enzimas), transporte (ex.:
hemoglobina), estrutura (ex.: colágeno), defesa (ex.: anticorpos) e reguladoras (ex.: hormônios).

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Biologia

Exercícios

1. Além de serem as macromoléculas mais abundantes nas células vivas, as proteínas desempenham
diversas funções estruturais e fisiológicas no metabolismo celular. Com relação a essas substâncias,
é correto afirmar que:

a) são todas constituídas por sequências monoméricas de aminoácidos e monossacarídeos.


b) além de função estrutural, são também as mais importantes moléculas de reserva energética e de
defesa.
c) são formadas pela união de nucleotídeos por meio dos grupamentos amina e hidroxila.
d) cada indivíduo produz as suas proteínas, que são codificadas de acordo com o material genético.
e) a sua estrutura é determinada pela forma, mas não interfere na função ou especificidade.

2. O perigo das febres altas se associa principalmente a inativação das proteínas do sistema nervoso,
podendo ser fatal para o organismo. Nessa condição, e correto afirmar que as proteínas:

a) Rompem as ligações internas entre os lipídios.


b) Ganham átomos que se agregam a sua molécula.
c) Separam os aminoácidos e suas ligações peptídicas.
d) Alteram sua estrutura, prejudicando sua função biológica.
e) Sofrem uma desnaturação que promove sua reestruturação espacial.

3. Analise a figura a seguir que mostra a mudança da estrutura terciária de uma proteína enzimática, pela
modificação das condições às quais ela está exposta.

Disponível em: https://www.puc-rio.br/vestibular/repositorio/provas/2011/download/provas/VEST2011PUCRio_GRUPOS


Esta mudança é chamada de

a) saturação e pode ser causada pela alteração do pH do meio.


b) renaturação e pode ser causada pela alteração da temperatura do meio.
c) saponifização e pode ser causada pela alteração de pH do meio.
d) floculação e pode ser causada pela mudança de densidade do meio.
e) desnaturação e pode ser causada pela alteração de temperatura do meio.

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Biologia

4. Qual o composto biológico que tem como função facilitar e aumentar a velocidade das reações
envolvendo biomoléculas orgânicas nas células?

a) esteroides
b) carboidratos
c) polissacarídios
d) lipídios
e) proteína com função enzimática

5. Proteínas são moléculas essenciais à vida, atuando como enzimas, hormônios, anticorpos, antibióticos
e agentes antitumorais, além de estarem presentes nos cabelos, na lã, na seda, em unhas, carapaças,
chifres e penas dos seres vivos. Em relação às proteínas é correto afirmar que:
a) São biopolímeros constituídos de aminoácidos, que são unidos entre si por meio de ligações
peptídicas.
b) A produção dessas moléculas se dá sem “gasto” de energia pelos organismos, já que os
aminoácidos provêm da alimentação.
c) Todas as proteínas possuem peso molecular idêntico, característica especial dessas moléculas.
d) Apesar da diversidade na constituição e estruturação de seus aminoácidos, essas moléculas
apresentam, no seu conjunto, a mesma velocidade de degradação no meio ambiente.
e) A grande variabilidade biológica dessas moléculas permite sua utilização para fins de identificação
pessoal, da mesma forma e com a mesma precisão que os exames de DNA.

6. Uma molécula de hemoglobina é composta por quatro unidades macromoleculares correspondentes a


duas cadeias alfa e duas cadeias beta. Essas cadeias ligam-se de maneira estável de modo a assumir
a configuração tetraédrica da molécula completa. O arranjo descrito explica a:
a) Estrutura dos coacervados.
b) Estrutura terciária das proteínas.
c) Estrutura quaternária das proteínas.
d) Estrutura secundária das proteínas.
e) Estrutura primária das proteínas.

7. Quanto às proteínas, podemos afirmar corretamente que:

a) Duas proteínas que por hidrólise originam os mesmos aminoácidos, nas mesmas proporções,
podem não ser proteínas iguais.
b) Desnaturação significa ligação entre aminoácidos, e é uma síntese por desidratação.
c) A estrutura terciária de uma proteína determina sua forma, mas não interfere como sua função ou
especificidade.
d) Além da importante função estrutural, as proteínas também são as mais importantes substâncias
de reserva energética e de defesa.
e) O colágeno e a elastina são componentes contráteis das células musculares e deslizam gerando
movimentos.

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Biologia

8. As proteínas, formadas pela união de aminoácidos, são componentes químicos fundamentais na


fisiologia e na estrutura celular dos organismos. Em relação às proteínas, assinale a proposição correta.
a) O colágeno é a proteína menos abundante no corpo humano apresentando forma globular como a
maioria das proteínas.
b) A ligação peptídica entre dois aminoácidos acontece pela reação dos grupos carboxila dos dois
aminoácidos.
c) A ptialina, enzima produzida pelas glândulas salivares, atua na digestão de proteínas.
d) A anemia falciforme, causada por fatores nutricionais, é atribuída ao rompimento das hemácias em
função da desnaturação da molécula protéica de hemoglobina em decorrência do aumento da
temperatura corporal.
e) A insulina, envolvida no metabolismo da glicose, é um exemplo de hormônio proteico.

9. Apesar da carne bovina ser frequente na dieta humana, a proteína bovina não é encontrada em nosso
corpo. Isso ocorre porque:

a) o ser humano não possui enzimas para digerir as proteínas da carne bovina.
b) as vitaminas da carne bovina desnaturam durante o cozimento.
c) a proteína bovina sofre digestão e os aminoácidos liberados são usados na produção de proteínas
humanas.
d) os lipídios presentes na carne bovina impermeabilizam suas proteínas, impedindo a absorção.
e) os aminoácidos presentes na carne bovina são diferentes daqueles usados pelas células humanas.

10. Sobre o alisamento capilar, resolva a questão. A principal proteína constituinte dos cabelos é a
queratina que, quando aquecida, pelas altas temperaturas da chapinha:
a) incorpora novos aminoácidos a molécula, alongando-se.
b) sofre um processo denominado desnaturação, sofrendo alteração na sua estrutura.
c) transforma a forma globular em fibrosa.
d) quebra as pontes de hidrogênio que liga o grupo amina de um aminoácido ao grupo carboxila do
aminoácido seguinte.
e) provoca modificação na sequência dos aminoácidos que a constituem.

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Biologia

Gabarito

1. D
Todas as proteínas são formadas a partir do processo de tradução, que tem a participação do material
genético

2. D
O aumento da temperatura pode desnaturar a proteína, fazendo com que ela perca sua função

3. E
Podemos ver que há uma perda da forma terciária da proteína (desnaturação), que pode ocorrer por
fatores ambientais, como exemplo, aumento da temperatura.

4. E
As proteínas com função enzimática possuem função catalítica, facilitando reações

5. A
As proteínas são moléculas orgânicas formadas pelo sequenciamento de aminoácidos, onde a ligação
peptídica ocorre entre a carboxila de uma molécula e o grupo amina de outra.

6. C
O texto descreve a ligação de macromoléculas de proteínas, ou seja, é uma forma de proteína quaternária.

7. A
Os aminoácidos que compõem uma proteína podem ser os mesmos, porém a ordem que eles se ligam
pode ser diferente, e alterar a forma, o tipo e a função da proteína.

8. E
A insulina, assim como o glucagon, é um tipo de hormônio proteico, cuja função está relacionada à
absorção de glicose pelos tecidos (como o fígado e músculos).

9. C
As proteínas ingeridas precisam sofrer digestão, liberando aminoácidos. Estes aminoácidos que serão
absorvidos e utilizados na produção de proteínas, e não as sequencias deles que foram ingeridas.

10. B
As altas temperaturas da chapinha fazem com que as ligações que mantém a forma secundária da
queratina se rompam, causando o processo de desnaturação.

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Biologia

Sucessão ecológica

Resumo

A sucessão ecológica é a alteração das comunidades ao longo do tempo, em um mesmo espaço.


Ela se inicia com uma comunidade pioneira (ou ecese), onde organismos como líquens e gramíneas se
estabelecem, e há pouca matéria orgânica e alta variabilidade de condições ambientais. A produtividade bruta
é baixa, mas a líquida é alta. As comunidades intermediárias (ou serais) já possui um número maior de
organismos.
Por fim, a comunidade clímax possui um número de organismos e condições climáticas estáveis, com
alta matéria orgânica. A produtividade líquida diminui, tendendo a zero.
Na sucessão primária, tem-se a ocupação de um ambiente novo, estéril (ex.: ilhas vulcânicas), enquanto
na sucessão secundária, tem-se a ocupação de um ambiente que já havida sido habitado antes (ex.: área de
pasto ou ambiente após uma queimada).

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Biologia

Exercícios

1. A comunidade clímax constitui a etapa final de uma sucessão ecológica. Considera-se que a
comunidade chegou ao clímax quando
a) as teias alimentares, menos complexas, são substituídas por cadeias alimentares.
b) a produção primária bruta é igual ao consumo.
c) cessam a competição interespecífica e a competição intraespecífica.
d) a produção primária líquida é alta.
e) a biomassa vegetal iguala-se à biomassa dos consumidores

2. A sucessão ecológica ocorre até que se atinja o estágio final, onde é observada uma comunidade
relativamente estável. O produto final do processo de sucessão é chamado de:
a) comunidade pioneira.
b) comunidade primária.
c) comunidade secundária.
d) comunidade clímax.
e) comunidade estática.

3. Considere dois ecossistemas fluviais, ambos em estágio inicial de sucessão, sendo um deles (I)
altamente poluído por detritos orgânicos biodegradáveis e o outro (II) totalmente livre de qualquer tipo
de poluição. A relação P/R (P = produção primária bruta e R = respiração) da comunidade é,
provavelmente:
a) igual a 1 em ambos os ecossistemas;
b) menor que 1 em ambos os ecossistemas;
c) maior que 1 em ambos os ecossistemas;
d) menor e maior que 1 em (I) e (II), respectivamente;
e) maior e menor que 1 em (I) e (II), respectivamente.

4. As queimadas, comuns na estação seca em diversas regiões brasileiras, podem provocar a destruição
da vegetação natural. Após a ocorrência de queimadas em uma floresta, é CORRETO afirmar que:
a) com o passar do tempo, ocorrerá sucessão primária.
b) após o estabelecimento dos líquens, ocorrerá a instalação de novas espécies.
c) a comunidade clímax será a primeira a se restabelecer.
d) somente após o retorno dos animais é que as plantas voltarão a se instalar na área queimada.
e) a colonização por espécies pioneiras facilitará o estabelecimento de outras espécies.

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Biologia

5. Vários eventos caracterizam a evolução de uma comunidade biológica durante uma sucessão ecologia.
Assinale a alternativa que contém o conjunto correto desses eventos.
a) Modificações no microclima de uma comunidade em sucessão causam diminuição da diversidade
biológica a aumento da biomassa.
b) O aumento da biodiversidade biológica de uma comunidade em sucessão leva ao aumento da
biomassa e, à medida que as novas comunidades se sucedem, ocorrem modificações no
microclima.
c) O aumento da biomassa da comunidade em sucessão leva ao aumento da diversidade biológica
e à estabilização do microclima.
d) O aumento da diversidade biológica causa modificações no microclima de uma comunidade em
sucessão, o que determina a diminuição da sua biomassa.
e) A estabilização do microclima e da biomassa determina o aumento da diversidade biológica de
uma comunidade em sucessão.

6. A figura mostra uma antiga área de cultivo em processo de recuperação ambiental.

Já os gráficos representam alterações que ocorrem nessa área durante o processo de recuperação.

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Biologia

Durante o processo de sucessão secundária da área, em direção ao estabelecimento de uma


comunidade clímax florestal, os gráficos que representam o número de espécies de gramíneas, a
biomassa, o número de espécies de arbustos e a diversidade de espécies são, respectivamente:
a) II, III, III e II.
b) III, I, III e II.
c) II, I, III e II.
d) I, III, II e I.
e) I, III, I e III.

7. Analise a figura.

A figura mostra o processo de ocupação do solo em uma área dos pampas gaúchos. Considerando a
sucessão ecológica, é correto afirmar que:
a) na fase 2 temos a sucessão secundária uma vez que, na 1, teve início a sucessão primária.
b) ocorre maior competição na fase 3 que na 4, uma vez que capins e liquens habitam a mesma área.
c) após as fases representadas, ocorrerá um estágio seguinte, com arbustos de pequeno porte e,
depois, o clímax, com árvores.
d) depois do estabelecimento da fase 4 surgirão os primeiros animais, dando início à sucessão
zoológica.
e) a comunidade atinge o clímax na fase 4, situação em que a diversidade de organismos e a
biomassa tendem a se manter constantes.

8. No início de um processo de sucessão em uma rocha nua, é fundamental o papel de organismos que
produzem ácidos e que, gradualmente, abrem fendas nas superfícies das rochas. Por acúmulo de
poeiras carregadas pelos ventos, forma-se, então, solo simples, que favorecerá a colonização por
outros seres vivos. Os organismos que favorecem a abertura das fendas são:
a) Algas verdes.
b) Capins.
c) Liquens.
d) Musgos.
e) Samambaias.

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Biologia

9. Sucessão ecológica é o nome dado a uma série de mudanças que ocorrem nas comunidades de um
determinado ecossistema. Sobre a sucessão primária, marque a alternativa correta:
a) A sucessão primária ocorre em uma área que já foi ocupada por uma comunidade anteriormente.
b) A sucessão primária pode acontecer em áreas desmatadas, por exemplo.
c) A sucessão primária ocorre em ambientes estéreis, onde nunca houve a ocupação por seres vivos.
d) A sucessão primária é o último estágio da sucessão ecológica.

10. Podemos caracterizar uma sucessão ecológica como uma substituição lenta e gradual da dominância
de uma comunidade sobre outra. A sucessão ecológica permite a formação de uma comunidade
clímax, atinge a estabilidade e dificilmente sofre alterações significativas em sua estrutura. As espécies
que iniciam o processo de sucessão são denominadas espécies pioneiras. Ao longo da sucessão,
ocorrem mudanças na estrutura das comunidades. A sucessão pode ser classificada como primária
quando tem início em ambientes que nunca foram habitados anteriormente. A sucessão secundária é
caracterizada por ter início em ambientes que já foram habitados, cujas comunidades sofreram
grandes perturbações, o que comprometeu o equilíbrio da comunidade clímax. Podemos citar como
exemplo de sucessão secundária o repovoamento natural de uma área agrícola que foi abandonada.
Durante a sucessão, as comunidades que se instalam sofrem mudanças em sua estrutura. Na tabela a
seguir estão listadas algumas dessas mudanças. Observe:

Analisando a tabela e utilizando conhecimentos prévios de ecologia, pode-se concluir que há um erro
no seguinte item desta tabela:
a) O comportamento da diversidade está correto, pois a comunidade pioneira tem poucas espécies.
b) O comportamento da biomassa total está correto, pois com o aumento da diversidade de espécies
haverá aumento populacional e consequente aumento da biomassa.
c) A relação produção/consumo está incorreta, pois ela será maior do que 1 no início da sucessão e
não menor.
d) O comportamento da teia alimentar está correto, pois com o aumento da diversidade de espécies
haverá maior complexidade nas relações tróficas.

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Biologia

Gabarito

1. B
Na comunidade clímax, a produção exercida através da fotossíntese terá que ser igual ao consumo
exercido principalmente pela respiração, ou seja, tudo que foi produzido pela comunidade foi consumido.

2. D
A comunidade clímax é aquela em que se atinge uma relativa estabilidade e equilíbrio e o maior nível de
complexidade entre os seres vivos.

3. D
Na situação I, com o aumento da matéria orgânica, há o aumento dos decompositores aumentando
assim a respiração no corpo d’água. Já em ambientes com pouca ou nenhuma poluição, o processo
sucessional se dá com a fotossíntese em maior taxa do que a respiração.

4. E
No processo sucessional, a colonização por espécies pioneiras permitirão ter condições necessárias
para o estabelecimento de espécies de comunidade clímax ao longo do tempo.

5. B
No processo sucessional, as condições criadas pela comunidade pioneira permite o aumento da
biodiversidade biológica e o aumento da biomassa. Conforme o estabelecimento das novas
comunidades, o microclima mudará.

6. E
Os gráficos I e III mostram como a comunidade poderá crescer ao longo do tempo em um processo em
que já havia uma comunidade anterior, sofrendo um processo sucessional secundário.

7. E
Neste caso a comunidade clímax é onde permitirá o maior número de espécies para o ambiente, situação
descrita na fase 4.

8. C
Os líquens como constituintes da comunidade pioneira, colonizará a rocha e permitirá que outras
espécies tenham a oportunidade de colonizar a região, criando um pequeno solo que já permitirão o
estabelecimento de outros seres.

9. C
A sucessão primária ocorre em ambientes que não foram ocupados por uma comunidade anteriormente.
Neste caso, os primeiros seres a estarem iniciando o processo sucessional seriam os líquens e musgos.

10. C
A relação produção/consumo sempre será maior do que 1 no início da sucessão, devido a maior taxa de
fotossíntese, o que permite o acúmulo de matéria orgânica e o crescimento da população.

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Filosofia / Sociologia

Política de Aristóteles

Resumo

Além de sua crítica à Teoria das Ideias, Aristóteles também destacou-se por suas contribuições à ética,
tendo sido o criador daquela perspectiva conhecida como eudaimonismo (de “eudaimonia”, “felicidade” em
grego) ou teleologismo (de “télos”, “finalidade” em grego)
Para Aristóteles, a ética é a ciência responsável por determinar o que é uma boa conduta humana. Em
outras palavras, seu tema é a boa vida, o bem do homem. No entanto, o que é o bem? Para Aristóteles, de
modo geral, o bem é a finalidade algo, o seu propósito, o seu objetivo natural, o seu “télos”. Assim, bom é tudo
aquilo que cumpre a sua finalidade, a sua função. Um bom lápis, por exemplo, é aquele que escreve bem, pois
esta é a finalidade dos lápis. Por outro lado, uma festa muito bonita, mas que não diverte ninguém, é uma
festa ruim, pois o entretenimento é a finalidade das festas.
Ora, se o bem de alguma coisa é sua finalidade, devemos nos perguntar qual é a finalidade da vida
humana, para o que é que o homem foi feito. Segundo o filósofo grego, não há dúvida possível aqui. O homem
foi feito para ser feliz. A finalidade do homem é a felicidade. Felicidade aqui, porém, não se confunde com
prazer ou alegria passageira. Não. Felicidade consiste em uma vida com sentido. Consiste na satisfação plena
da vontade humana, na realização de nossa própria natureza, de nosso próprio ser – ainda que passando por
problemas e adversidades. Como, porém, determinar o que é uma vida feliz?
Para Aristóteles, o que indica a finalidade de algo é a sua própria essência, a sua própria natureza.
Assim, sabemos que o “télos” do olho é ver, pois a própria natureza dos globos oculares nos indica. Por sua
vez, o que a natureza do homem nos revela? Que característica especial o homem possui que o diferencia de
todos os demais? Que característica constituirá sua felicidade? Segundo o filósofo grego, o homem é acima
de tudo um animal racional. A razão, a capacidade de pensar, é a nossa natureza, é o que nos distingue.
Portanto, uma boa vida humana, uma vida feliz é uma vida racional, uma vida regulada pela razão.
Na prática, segundo Aristóteles, uma vida racional é essencialmente uma vida equilibrada. Um homem
racional não se dá aos extremos, mas, pelo contrário, sempre age na justa medida, na mediania. Isso é bem
claro quando se faz uma análise das virtudes. De fato, um homem bom não se faz por atos isolados, mas sim
por hábitos bons (virtudes), por práticas constantes do bem. E se fazemos uma análise das virtudes, é muito
claro que elas sempre estão na justa medida. “A virtude está no meio”, diziam os antigos. A virtude da
coragem, por exemplo, que é a capacidade de enfrentar o perigo, está entre o vício que peca por falta dela
(covardia) e aquele que peca por excesso dela (temeridade). A sinceridade, virtude daquele que estima e
dissemina a verdade, está entre o vício que é sua falta (a falsidade) e aquele que é se excesso (a indiscrição).
Para concluir, é importante tomar nota das ideias políticas de Aristóteles. Segundo o discípulo de
Platão, o homem é animal naturalmente social e político, isto é, a vida política não é algo secundário na
existência humana ou uma simples construção artificial do ser humano. Não. A vida política é parte de nossa
própria natureza, é algo essencial a nós.
Sendo a arte responsável pela administração da vida social, a política deve sempre ter como finalidade,
de acordo com Aristóteles, o bem comum. Quando o governante promove o bem comum, seu governo,
independentemente da forma específica de que se revista, é justo e bom. Se, ao contrário, o governante busca
seu próprio bem ou de outros particulares, seu governo é mau e injusto.

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Filosofia / Sociologia

Há, de acordo com Aristóteles, seis formas de governo, três justas e três injustas. Quando um só
governa e seu governo promove o bem comum, há monarquia. Quando um só governa e seu governo não
promove o bem comum, há tirania. Quando um pequeno grupo governa e seu governo promove o bem comum,
há aristocracia. Quando um pequeno grupo governa e seu governo não promove o bem comum, há oligarquia.
Quando todos os cidadãos governam e seu governo promove o bem comum, há democracia (ou república, a
depender da tradução). Quando todos os cidadãos governam e seu governo não promove o bem comum, há
demagogia (ou democracia, a depender da tradução)

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Filosofia / Sociologia

Exercícios

1. “O Cauim é uma bebida produzida a partir da mastigação da mandioca ou do milho por mulheres cuja
saliva contribui para o seu fabrico. A preparação dessa bebida consiste em três estágios básicos:
fermentação, amadurecimento e azedamento. Assim, em todos os rituais de passagem, em
determinadas tribos indígenas, a presença do Cauim é imprescindível.”
Adaptado: SZTUTMAN, R. Cauinagem, uma comunicação embriagada - apontamentos sobre uma festa tipicamente
ameríndia. Disponível em: . Acesso em: 17 jul. 2008.

Nos rituais indígenas, a ingestão do cauim evoca a busca de um estado de prazer e de felicidade. Na
tradição filosófica, a idéia de felicidade foi abordada por Aristóteles, na obra “Ética a Nicômacos”.
Considerando o pensamento ético de Aristóteles, assinale a alternativa correta.

a) O interesse pessoal constitui o bem supremo a que visam todas as ações humanas, acima das
escolhas racionais.
b) A felicidade é o bem supremo a que aspira todo indivíduo pela experiência sensível do prazer que
se busca por ele mesmo.
c) Todos os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela
conduta virtuosa, aliada à vontade e à escolha racional.
d) Fim último da existência humana, a felicidade refere-se à vida solitária do indivíduo, desvinculada
da convivência social na polis.
e) A felicidade do indivíduo não pode ser alcançada pelo discernimento racional, mas tão-somente
pelo exercício da sensibilidade.

2. “Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não
terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela
que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão
deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a
estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências
e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência
deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.” ARISTÓTELES. Ética a
Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que

a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.


b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

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Filosofia / Sociologia

3. Para Aristóteles “o homem é por natureza um animal político”, isto é, um ser vivo (zoon) que, por sua
natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, a comunidade política). Essa definição
revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização do sentido último da vida do homem: o viver
na polis, onde o homem se realiza como cidadão (politai) manifestando, no termo de um processo de
constituição de sua essência, a sua natureza.

Sobre a natureza política do ser humano, de acordo com o pensamento de Aristóteles, não é correto
afirmar que:
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como “animal socialis” da tradução latina. Este
desvio semântico resultou num sentido alargado do termo grego que acabou se identificando com
o social. Para Aristóteles, o social significava mais o instinto gregário, algo que os homens
compartilham com algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza a destinação última do homem: a
“politicidade”. A verdadeira vida humana deve almejar a organização política, que é uma forma
superior. A partir da compreensão da natureza do homem determinados aspectos da vida social
adquirem um estatuto eminentemente político, tais como: a noção de governo, de dominação, de
liberdade, de igualdade, do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um consenso, e que, portanto, não era natural, a
despeito da natureza política do homem. Isso implica em que, o homem poderia viver fora da
comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um daqueles que faz referência explicita ao
pensamento aristotélico e a sua definição de homem como animal político, especialmente em Os
fundamentos da crítica da economia política escrito em 1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para Aristóteles, uma forma de publicizar a ética de
forma a considerá-la como uma instância de governo das relações sociais que tem sempre em
vista o Bem coletivo.

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Filosofia / Sociologia

4. “A palavra que empregamos como ´Estado’ não significa outra coisa que ´cidade’. Apesar de Aristóteles
ter vivido até ao fim da idade de ouro da vida da cidade grega e ter estado em íntimo contato com Filipe
e Alexandre, foi na cidade e não no império que ele viu, não apenas a forma mais elevada de vida política
conveniente à sua época, mas também a forma mais elevada que era capaz de conceber. Todo
agregado mais vasto constituía para si uma mera tribo ou um emaranhado de pessoas sem
homogeneidade. Nenhum império impondo a sua civilização aos povos mais atrasados, nem uma
nação constituída em Estado, estavam ao alcance da sua visão.”
ROSS, D. Aristóteles. Lisboa: Dom Quixote. 1987. p. 243.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, considere as
afirmativas a seguir.

I. A forma de vida mais adequada para o cidadão é aquela na qual todos os habitantes da cidade,
indistintamente, participam da vida política, governando e sendo governados.
II. O Estado nasce com o objetivo de proporcionar a vida boa, compreendida como estando vinculada
às questões morais e intelectuais.
III. Assim como outros autores da tradição, também Aristóteles pensa a origem do Estado como um
ato de mera convenção sem vínculos com a natureza humana.
IV. Na teorização que Aristóteles faz sobre o Estado, está presente a família, como, por exemplo, na
tese de que o “Estado deriva da família”.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e III são corretas.


b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

5. Durante a maior parte da história da humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm
predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os gregos foram os primeiros a
experimentar a democracia, isto é, regime político em que os cidadãos são livres e o governo é exercido
pela coletividade para atender ao bem-estar e ao interesse de todos, e não só de alguns.

Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a finalidade da atividade política é

a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes.


b) impor a todos um pensamento único para evitar a divisão da sociedade.
c) preparar os cidadãos como bons combatentes para conquistarem outros povos.
d) habituar os seres humanos a obedecer.
e) agradar aos deuses.

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Filosofia / Sociologia

6. Aristóteles, acerca do cidadão, afirma: “Em nada se define mais o cidadão, em sentido pleno, do que no
participar das decisões judiciais e dos cargos de governo. Desses, uns são limitados no tempo, de
modo a não ser possível jamais a um cidadão exercer duas vezes seguidas o mesmo cargo, mas
apenas depois de um intervalo definido. [...] Consideramos cidadão o que assim pode participar, como
membro, (quer da assembleia quer da judicatura)”.
ARISTÓTELES, Política. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 76.

Esse conceito clássico de cidadania ainda é aplicável aos nossos dias. Com base no texto, é correto
afirmar que
(01) nas ditaduras, quando a população não pode participar das decisões políticas, não há cidadania
plena.
(02) recusar-se a tomar parte nas decisões políticas não é um direito, mas uma afronta à cidadania.
(04) a cidadania é uma concessão dos governantes ao povo.
(08) não há cidadania plena quando a população não tem como acessar às instituições públicas, como
participar delas.
(16) a cidadania se resume à democracia, que é o direito de escolher os governantes.
Soma: ( )

7. Considere o seguinte fragmento.


“Uma conclusão idêntica parece resultar da noção de que a felicidade é auto-suficiente. Quando
falamos em auto-suficiente não queremos aludir àquilo que é suficiente apenas para um homem
isolado, para alguém que leva uma vida solitária, mas também para seus pais, filhos, esposa e, em geral,
para seus amigos e concidadãos, pois o homem é por natureza um animal social.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Trad. Mário Gama Cury. Brasília: EDUNB, 2001. p.23.

A partir do fragmento acima, e do entendimento da obra, pode-se afirmar que a felicidade está

a) no homem porque ele é a medida de todas as coisas.


b) para além do ser porque não o homem, mas, Deus é a medida suprema de todas as coisas.
c) no comum dos homens, pois é no meio dos homens que existem as normas para as suas ações.
d) na aquisição de prazer, de riqueza e de honrarias.
e) em Deus porque somente nele encontra-se o fim da inquietude humana.

6
Filosofia / Sociologia

8. Leia o texto a seguir:


“A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após atingir o ponto de
uma auto-suficiência praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já tem condições para
assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes proporcionar uma vida melhor.
Toda cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é
o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada coisa
é quando o seu crescimento se completa nós chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de
um homem, de um cavalo ou de uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada coisa foi criada -
sua finalidade - é o que há de melhor para ela, e a auto-suficiência é uma finalidade e o que há de
melhor.”
ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2ª ed. Brasília: UnB, 1988, p.15.

Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a concepção de Estado e sociedade em
Aristóteles, considere as afirmativas a seguir:
I. Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens têm
de não causar danos uns aos outros.
II. A cidade auto-suficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a vida
de seus membros e tornar possível uma boa vida.
III. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de Aristóteles.
IV. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem como
única função proporcionar a segurança dos indivíduos.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

7
Filosofia / Sociologia

9. Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o
que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações
instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude
completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.

De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça,
no estado de direito, é

a) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e
irrestrito.
b) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos
nos sistemas jurídicos.
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam
valer por si mesmos.
d) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada
cidadão individualmente.
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível
por meio de leis.

10. Com base nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, é correto afimar.
a) A reflexão aristotélica estabelece uma clara separação entre política e ética, uma vez que a parte
(vida individual) não pode se confundir com o todo (comunidade política).
b) A lei, para Aristóteles, como expressão política da ordem natural e, portanto, intimamente ligada à
justiça, é o princípio que rege a ação dos homens na pólis.
c) Aristóteles sustenta que cada homem, por sua liberdade natural, sempre age tendo em vista algo
que lhe parece ser um bem, alcançando sua perfeição pela satisfação de suas paixões e
necessidades individuais.
d) O conceito de felicidade a que, segundo Aristóteles, visa individualmente a ação humana, está
desvinculado do conceito de justiça como um exercício político orientado ao bem comum.
e) Na concepção política de Aristóteles, torna-se evidente que a idéia de bom governo, de regime
justo e de cidade boa depende da tripartição dos poderes.

8
Filosofia / Sociologia

Gabarito

1. C
Segundo Aristóteles, todo homem foi feito para a felicidade, para ser feliz. Tal felicidade, entretanto, não
se confunde com o prazer, que é um bem passageiro, mas é antes um estado de espírito, uma certa
disposição de ânimo que se caracteriza por uma satisfação duradoura, através do reto uso da razão.
Como, por sua vez, o homem é um ser social, está felicidade não se dá solitariamente, mas só pode ser
alcançada no interior da vida em comunidade.

2. C
Para Aristóteles, o homem é animal político, naturalmente social. Isto significa que, na visão aristotélica,
os indivíduos devem sempre viver em função de suas respectivas comunidades, subordinando seus
interesses particulares ao bem comum. Igualmente, as diversas ciências particulares devem subordinar-
se à ciência política.

3. C
Na perspectiva aristotélica, o homem é naturalmente um ser social e naturalmente um ser político. Estas
duas realidades são indissociáveis, isto é, não basta reconhecer que o homem tem um instinto gregário,
uma inclinação à convivência (isto outros animais também possuem). É preciso notar que o homem tem
uma tendência a viver em comunidades politicamente organizadas.

4. C
Para Aristóteles, o “Estado” ou comunidade política é de origem natural, desenvolve-se temporalmente a
partir das famílias e tem como papel promover o aperfeiçoamento de seus membros, tanto do ponto de
vista moral como intelectual. Quanto à organização propriamente dita do Estado, aí Aristóteles
reconhece a existência de várias possibilidades, tanto aquela que permitem ampla participação popular,
a democracia, quanto outras mais restritas.

5. A
Na filosofia política aristotélica, o papel da comunidade política é promover o bem comum. Na prática,
isto significa induzir, na medida de suas forças, o aperfeiçoamento de todos os seus membros, tanto do
ponto de vista moral como intelectual.

6. 1 + 2 + 8.
Aristóteles foi o autor de um das mais célebres concepções de cidadania da história da filosofia e que
expressa muito bem a visão clássica a respeito do tema. Para ele, a cidadania consiste essencialmente
na capacidade de participação política, de doação pela comunidade. Isto significa que ela não é uma
concessão do governo, nem um direito que se possa usar ou não, mas um dever, que está muito para
além de eleições e que significa estar sempre disposto a sacrificar-se pelo bem comum.

7. C
Segundo Aristóteles, todo homem foi feito para a felicidade, para ser feliz. Tal felicidade, entretanto, não
se confunde com o prazer, que é um bem passageiro, mas é antes um estado de espírito, uma certa
disposição de ânimo que se caracteriza por uma satisfação duradoura, através do reto uso da razão.
Como, por sua vez, o homem é um ser social, está felicidade não se dá solitariamente, mas só pode ser
alcançada no interior da vida em comunidade.

9
Filosofia / Sociologia

8. C
Para Aristóteles, o “Estado” ou comunidade política é de origem natural, não artificial, desenvolve-se
temporalmente a partir das famílias (primeiras comunidades) e tem como papel não apenas promover
segurança ou proteção, mas sim a vida boa, isto é, promover o aperfeiçoamento de seus membros, tanto
do ponto de vista moral como intelectual.

9. E
Sendo a política a arte da vida organizada em comunidade, a principal virtude da ordem política é a justiça,
que, consiste, segundo Aristóteles, não em um conjunto de normas abstratas e impessoais ou em um
igualdade quimérica, mas na aplicação prudente de um conjunto de arranjos práticos e concretos que
visam ordenar as relações entre os homens a fim de promover o bem comum.

10. B
Segundo Aristóteles, o homem é um ser naturalmente político e social. Por isso, sua visão política é
essencialmente comunitária. Segundo ele, a sociedade não é um conjunto de átomos isolados, mas um
conjunto orgânico em que todas as partes devem sacrificar-se pelo comum. Pois a virtude que regula
esta relação entre os homens na comunidade política é a justiça. E a tripartição dos poderes é ideia de
Montesquieu.

10
Física

Decomposição de forças e plano inclinado

Resumo

Toda grandeza vetorial pode ser decomposta em componentes ortogonais X e Y. Funciona exatamente
da mesma forma com que fazíamos na velocidade inicial do lançamento oblíquo, o vetor forma um ângulo
com uma direção de referência (no lançamento oblíquo era o solo) e aplicávamos seno e cosseno para
determinar a velocidade na vertical e na horizontal.
Para fazer a decomposição, utilizaremos sempre o triângulo:

Podemos definir então

𝑎 𝑐 𝑎
𝑠𝑒𝑛(𝛼) = ; 𝑐𝑜𝑠(𝛼) = ; 𝑡𝑔(𝛼) =
𝑏 𝑏 𝑐

Plano Inclinado
Considere um bloco deslizando num plano inclinado, sem atrito, que forma um ângulo θ com a
horizontal. Note que, ao marcar as forças peso e normal, elas não se anulam.
Usamos um referencial XY inclinado em relação à horizontal e com o X na direção do movimento e
fazemos a decomposição da força peso nas componentes X e Y do novo referencial.

1
Física

Como não existe movimento na direção Y do referencial, podemos afirmar que a força normal se
anula com a componente Y do peso. Note também que no eixo X haverá uma força resultante que atua no
bloco, a componente X do peso.
Podemos escrever então:
𝑁 = 𝑃𝑦 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐹𝑅 = 𝑃𝑥 = 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃

Importante: O ângulo entre o plano inclinado e a horizontal é o mesmo ângulo que a vertical e a reta
perpendicular ao plano inclinado. De acordo com o desenho acima, o ângulo θ do plano inclinado com a
horizontal é o mesmo que o eixo X e a força peso.

2
Física

Exercícios

1. As forças F1, F2, F3 e F4, na figura, fazem ângulos retos entre si e seus módulos são, respectivamente,
1N, 2N, 3N e 4N.

Calcule o módulo da força resultante, em N.


a) 0
b) √2
c) 2
d) 2√2
e) 10

2. Um bloco de madeira encontra-se em equilíbrio sobre um plano inclinado de 45º em relação ao solo. A
intensidade da força que o bloco exerce perpendicularmente ao plano inclinado é igual a 2,0 N. Entre o
bloco e o plano inclinado, a intensidade da força de atrito, em newtons, é igual a:

a) 0,7
b) 1,0
c) 1,4
d) 2,0

3. Duas forças perpendiculares entre si e de módulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um objeto de massa 10 kg.
Qual é o módulo da aceleração resultante no objeto, em m/s²?

a) 0,13
b) 0,36
c) 0,50
d) 2,0
e) 5,6

3
Física

4. Uma caixa está sendo puxada por um trabalhador, conforme mostra a figura 1. Para diminuir a força de
atrito entre a caixa e o chão, aplica-se, no ponto X, uma força f. O segmento orientado que pode
representar esta força está indicado na alternativa:

d)
a)

b) e)

5. No trabalho de despoluir o rio Tietê, na cidade de São Paulo, uma balsa carrega uma draga movendo-
se paralelamente às margens do rio.
A balsa é tracionada por dois cabos de aço, que aplicam forças iguais.

A força resultante das forças de tração dos cabos de aço é:

4
Física

6. Uma criança desliza em um tobogã muito longo, com uma aceleração constante. Em um segundo
momento, um adulto, com o triplo do peso da criança, desliza por esse mesmo tobogã, com aceleração
também constante. Trate os corpos do adulto e da criança como massas puntiformes e despreze todos
os atritos. A razão entre a aceleração do adulto e a da criança durante o deslizamento é

a) 1.
b) 2.
c) 1/3.
d) 4.

7. Na figura abaixo, um bloco de massa m é colocado sobre um plano inclinado, sem atrito, que forma um
ângulo α com a direção horizontal. Considere g o módulo da aceleração da gravidade.

O módulo da força resultante sobre o bloco é igual a


a) mgcosα
b) mgsenα
c) mgtanα
d) mg
e) zero.

8. (Mackenzie 2014) Na figura abaixo, a mola M, os fios e a polia possuem inércia desprezível e o
coeficiente de atrito estático entre o bloco B, de massa 2,80 kg, e o plano inclinado é μ = 0,50.

O sistema ilustrado se encontra em equilíbrio e representa o instante em que o bloco B está na


iminência de entrar em movimento descendente. Sabendo-se que a constante elástica da mola é
k = 350 N m, nesse instante, a distensão da mola M, em relação ao seu comprimento natural é de

Dados: g = 10 m / s2 , sen θ = 0,80 e cos θ = 0,60


a) 0,40 cm
b) 0,20 cm
c) 1,3 cm
d) 2,0 cm
e) 4,0 cm

5
Física

9. Observe a figura a seguir.

Um caixote pesando 50 N, no instante t = 0, se encontra em repouso sobre um plano muito longo e


inclinado de 30º em relação à horizontal. Entre o caixote e o plano inclinado, o coeficiente de atrito
estático é 0,20 e o cinético é 0,10. Sabe-se que a força F, paralela ao plano inclinado, conforme indica
a figura acima, tem intensidade igual a 36 N. No instante t = 9 s, qual o módulo, em newtons, da força
de atrito entre o caixote e o plano? Nesse mesmo instante, o bloco estará subindo, descendo ou
permanece em repouso sobre o plano inclinado?

Dados:
Sen30º = 0,5
Cos30º = 0,9

a) 14 e descendo.
b) 11 e permanece em repouso.
c) 9,0 e subindo.
d) 8,5 e permanece em repouso.
e) 4,5 e subindo.

10. Um carro em um veículo do tipo “cegonha” (que transporta vários carros) tem cada uma de suas rodas
travada por uma cinta, cujos extremos estão presos sobre a plataforma em que se apoia o carro. A
cinta abraça parcialmente o pneu, e a regulagem de sua tensão garante a segurança para o transporte,
já que aumenta a intensidade da força de contato entre cada pneu e a plataforma.

Se o ângulo formado entre a plataforma e a cinta, de ambos os lados do pneu, é de 60º, admitindo que
cada extremo da cinta se encontre sob uma tração de intensidade T, o acréscimo da força de contato
de intensidade F entre cada pneu e a plataforma, devido ao uso desse dispositivo, é dado por

6
Física

a) F = T/2
b) F = √3T/2
c) F=T
d) F = √3T
e) F = 4√3T/3

7
Física

Gabarito

1. D

𝑭𝒚 = 𝑭𝟏 − 𝑭𝟑 → 𝑭𝒚 = 𝟏 − 𝟑 → 𝑭𝒚 = −𝟐
𝑭𝒙 = 𝑭𝟒 − 𝑭𝟐 → 𝑭𝒙 = 𝟒 − 𝟐 → 𝑭𝒙 = 𝟐

𝑭𝒓 = √𝑭𝟐𝒙 + 𝑭𝟐𝒚 → 𝑭𝒓 = √𝟒 + 𝟒 → 𝑭𝒓 = 𝟐√𝟐𝑵

2. D

Como o bloco está em equilíbrio, P e F se equilibram, e a resultante dessas forças é nula, ou seja, elas têm
a mesma intensidade e sentidos opostos.
Assim, da figura, temos que:
𝒇𝒂𝒕 𝒇𝒂𝒕
𝒕𝒂𝒏𝟒𝟓° = →𝟏= → 𝒇𝒂𝒕 = 𝟐𝑵
𝑵 𝟐

3. C

Teorema de Pitágoras e temos que:


𝑭𝒓 = √𝟑𝟐 + 𝟒𝟐 = 𝟓𝑵
𝑭𝒓 𝟓𝑵
𝑭𝒓 = 𝒎𝒂 → 𝒂 = = = 𝟎, 𝟓𝟎 𝒎/𝒔²
𝒎 𝟏𝟎𝒌𝒈

8
Física

4. C
Quanto maior a intensidade da força de compressão N trocada entre a caixa e o solo, maior será a força
de atrito. A força que torna a caixa mais “leve” é a da alternativa C.

5. C

6. A

9
Física

7. B
Decompondo as forças no plano inclinado, percebe-se que não há força resultante no eixo y, mas somente
no eixo x, dada por Px = mgsenα.

8. E
Para o corpo B representado na figura, aplicamos a 2ª lei de Newton:

Como o sistema está em equilíbrio estático, a força resultante é nula.


PX − T − Fat = 0 (1)

E ainda:
PX = PB  sen θ  PX = mB  g  sen θ
Fat = μ  NB = μ  PY = μ  mB  g  cos θ
T = Fe = k  x

Substituindo essas equações em (1):


mB  g  sen θ − k  x − μ  mB  g  cos θ = 0

Isolando a deformação na mola


m g
x = B  ( sen θ − μ  cos θ)
k
2,8 kg  10 m / s2
x=  ( 0,8 − 0,5  0,6 )  x = 0,04 m = 4 cm
350 N m

10
Física

9. E
Diagrama de forças:

Calculando as componentes da força peso:


𝑃𝑠𝑒𝑛30° = 50.0,5 = 25𝑁
𝑃𝑐𝑜𝑠30º = 50.0,9 = 45𝑁
Como F > Psen30º, o bloco está subindo o plano inclinado.
Como o bloco está em movimento, deve ser utilizado o coeficiente de atrito cinético fornecido na
questão para o cálculo a seguir:
𝐹𝑎𝑡𝐶 = 𝜇𝐶 𝑁
𝐹𝑎𝑡𝐶 = 𝜇𝐶 𝑃𝑐𝑜𝑠30°
𝐹𝑎𝑡𝐶 = 0,1.45 = 4,5𝑁

10. D
O acréscimo é igual à soma das trações

Assim, pelo teorema dos cossenos:


1
𝐹 2 = 𝑇 2 + 𝑇 2 + 2. 𝑇. 𝑇. 𝑐𝑜𝑠60° = 2𝑇 2 + 2𝑇 2 ( ) → 𝐹 2 = 3𝑇 2 → 𝐹 = √3𝑇
2

11
Física

Exercícios sobre decomposição de forças e plano inclinado

Resumo

Toda grandeza vetorial pode ser decomposta em componentes ortogonais X e Y. Funciona


exatamente da mesma forma com que fazíamos na velocidade inicial do lançamento oblíquo, o vetor forma
um ângulo com uma direção de referência (no lançamento oblíquo era o solo) e aplicávamos seno e cosseno
para determinar a velocidade na vertical e na horizontal.
Para fazer a decomposição, utilizaremos sempre o triângulo:

Podemos definir então

𝑎 𝑐 𝑎
𝑠𝑒𝑛(𝛼) = ; 𝑐𝑜𝑠(𝛼) = ; 𝑡𝑔(𝛼) =
𝑏 𝑏 𝑐

Plano Inclinado
Considere um bloco deslizando num plano inclinado, sem atrito, que forma um ângulo θ com a
horizontal. Note que, ao marcar as forças peso e normal, elas não se anulam.
Usamos um referencial XY inclinado em relação à horizontal e com o X na direção do movimento e
fazemos a decomposição da força peso nas componentes X e Y do novo referencial.

1
Física

Como não existe movimento na direção Y do referencial, podemos afirmar que a força normal se
anula com a componente Y do peso. Note também que no eixo X haverá uma força resultante que atua no
bloco, a componente X do peso.
Podemos escrever então:
𝑁 = 𝑃𝑦 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃
𝐹𝑅 = 𝑃𝑥 = 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃

Importante: O ângulo entre o plano inclinado e a horizontal é o mesmo ângulo que a vertical e a reta
perpendicular ao plano inclinado. De acordo com o desenho acima, o ângulo θ do plano inclinado com a
horizontal é o mesmo que o eixo X e a força peso.

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2
Física

Exercícios

1. A figura a seguir mostra uma caixa de madeira que desliza para baixo com velocidade constante sobre
o plano inclinado, sob a ação das seguintes forças: peso, normal e atrito. Assinale a alternativa que
representa corretamente o esquema das forças exercidas sobre a caixa de madeira.

a) c) e)

b) d)

2. Um objeto de massa 6 kg está sob a ação de duas forças F1 = 18 N e F2 = 24 N, perpendiculares entre


si. Quanto vale, em m/s², a aceleração adquirida por esse objeto?
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6

3. Um corpo está submetido à ação de duas forças com intensidades 5 N e 4 N, respectivamente, que
formam entre si, um ângulo de 60º. O módulo da força resultante que atua sobre o corpo será

a) √29
b) √41
c) √61
d) √91

3
Física

4.

Um automóvel movimenta-se por uma pista plana horizontal e a seguir por uma pista plana em aclive
formando um ângulo Θ, em relação à horizontal, como mostra a figura. Na situação (1), a força de
reação normal da pista sobre o automóvel é NH e na situação (2) a força de reação normal da pista
sobre o automóvel é N1. Considerando que 0 < Θ < 90º, pode-se afirmar que

5.

Duas esferas, A e B, de massas iguais, são abandonadas de uma mesma altura h em relação ao solo, a
partir do repouso. A esfera A cai verticalmente em queda livre e a esfera B desce por uma rampa
inclinada de um ângulo Θ em relação à horizontal, como mostra a figura acima. Desprezando-se os
𝑎𝐴
atritos e a resistência do ar, a razão entre as acelerações das esferas A e B, ,é
𝑎𝐵

a) senΘ
b) cosΘ
c) tgΘ
d) 1 / cosΘ
e) 1/ senΘ

4
Física

6. Um professor de Física utiliza uma rampa móvel para verificar o valor do coeficiente de atrito estático
entre a rampa e um bloco. O professor foi alterando o ângulo da rampa em relação à horizontal, até que
o bloco atingiu a iminência do movimento. Nesse exato instante, tirou uma foto da montagem e
acrescentou com os valores de algumas grandezas, como mostra a figura.

Chegando a sala, explicou a situação a seus alunos e pediu que determinassem o valor do coeficiente
de atrito estático entre o bloco e a rampa.

O valor correto do coeficiente de atrito estático e da força de atrito, em N, que os alunos devem
encontrar, é:
a) 0,65 e 45
b) 0,75 e 45
c) 0,65 e 60
d) 0,75 e 60

7. No instante mostrado na figura a seguir, o cabo elástico está tensionado com uma tração de módulo
igual a 36,0 N, ao passo que o objeto pontual O está submetido a uma força de módulo 16,0 N,
resultando em uma aceleração de módulo 2,0 m/s² que aponta para a direita.

Sabendo que a massa do objeto O é igual a m = 2,0 kg e desprezando efeitos gravitacionais, é CORRETO
afirmar que o valor do ângulo Θ
a) está entre 10º e 20º
b) é exatamente igual a 30º
c) está entre 30º e 60º
d) é exatamente igual a 60º
e) está entre 60º e 90º

5
Física

8. Na figura abaixo, a mola M, os fios e a polia possuem inércia desprezível e o coeficiente de atrito
estático entre o bloco B, de massa 2,80 kg, e o plano inclinado é µ = 0,50.

O sistema ilustrado se encontra em equilíbrio e representa o instante em que o bloco B está na


iminência de entrar em movimento descendente. Sabendo-se que a constante elástica da mola é k =
350 N/m, nesse instante, a distensão da mola M, em relação ao seu comprimento natural é de
Dados: g = 10 m/s², senΘ = 0,80 e cosΘ = 0,60

a) 0,40 cm
b) 0,20 cm
c) 1,3 cm
d) 2,0 cm
e) 4,0 cm

9. Três blocos A, B e C, de massas MA = 1,0 kg, MB = MC = 2,0 kg, estão acoplados através de fios
inextensíveis e de pesos desprezíveis, conforme o esquema a abaixo.

Desconsiderando o atrito entre a superfície e os blocos e, também, nas polias, a aceleração do sistema,
em m/s², é igual a
a) 2,0
b) 3,0
c) 4,0
d) 5,0

6
Física

10. A figura representa dois alpinistas A e B, em que B, tendo atingido o cume da montanha, puxa A por
uma corda, ajudando-o a terminar a escalada. O alpinista A pesa 1 000 N e está em equilíbrio na encosta
da montanha, com tendência de deslizar num ponto de inclinação de 60° com a horizontal (sen 60° =
0,87 e cos 60° = 0,50); há atrito de coeficiente 0,1 entre os pés de A e a rocha. No ponto P, o alpinista
fixa uma roldana que tem a função exclusiva de desviar a direção da corda.

A componente horizontal da força que B exerce sobre o solo horizontal na situação descrita, tem
intensidade, em N,
a) 380.
b) 430.
c) 500.
d) 820.
e) 920.

7
Física

Gabarito

1. E
Peso: vertical para baixo.
Normal: perpendicular ao plano.
Atrito: contrária ao deslizamento.

2. C
𝐹𝑟2 = 𝐹12 + 𝐹22
𝐹𝑟2 = 182 + 242
𝐹𝑟 = 30𝑁
𝐹𝑟 30
𝐹𝑟 = 𝑚𝑎 → 𝑎 = = = 5𝑚/𝑠²
𝑚 6

3. C
𝐹𝑟2 = 𝐹12 + 𝐹22 + 2𝐹1 𝐹2 𝑐𝑜𝑠60°

1
𝐹𝑟 = √52 + 42 + 2.5.4. ( ) = √61𝑁
2

4. B

𝑁𝐻 − 𝑃 = 𝑚𝑎
𝑁𝐻 − 𝑃 = 0 → 𝑁𝐻 = 𝑃

𝑁1 − 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚𝑎
𝑁1 − 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0
𝑁1 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃
Como P > PcosΘ, então
⃗ 𝐻 | > |𝑁
|𝑁 ⃗ 1|

8
Física

5. E
Em A a única força que atua é a força peso e, em B, as forças que atuam são as mesmas de um bloco em
um plano inclinado, conforme figura seguinte:

Em A:
𝐹𝑟 = 𝑃 → 𝑚𝑎𝐴 = 𝑚𝑔 → 𝑎𝐴 = 𝑔
Em B:
𝐹𝑟 = 𝑚𝑎
𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑎𝐵
𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝑎𝐵
𝑎𝐵 = 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
Portanto, a razão pedida será:
𝑎𝐴 𝑔 1
= =
𝑎𝐵 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑠𝑒𝑛𝜃

6. D
Diagrama de forças:

Tomando o equilíbrio de forças na direção perpendicular ao plano inclinado, calculamos o módulo da


força normal:
80
𝑁 = 𝑃𝑦 → 𝑁 = 𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃 → 𝑁 = 10.10. ( ) = 80𝑁
100
Na direção do plano inclinado, temos:
60
𝐹𝑎𝑡 = 𝑃𝑥 → 𝐹𝑎𝑡 = 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 = 10.10. ( ) = 60𝑁
100
Mas a força de atrito estático e o coeficiente de atrito estático são relacionados por:
𝐹𝑎𝑡 = 𝜇𝑒 𝑁 → 60 = 𝜇𝑒 80 → 𝜇𝑒 = 0,75

9
Física

7. E
Decompondo as forças nas direções horizontais e vertical, obtemos a representação abaixo:

Aplicando a 2ª lei de Newton, para o sistema, no eixo x, temos que:


𝐹 − 2𝑇𝑐𝑜𝑠𝜃 = 𝑚𝑎
16 − 2.36. 𝑐𝑜𝑠𝜃 = 2.2
1
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
6
Para o cosseno de ângulos no primeiro quadrante:

Como 1/6 está entre ½ e 0, conclui-se que 60º < Θ < 90º

8. E
Para o corpo B, aplicamos a 2ª lei de Newton:

Como o sistema está em equilíbrio estático, a força resultante é nula.


𝑃𝑥 − 𝑇 − 𝐹𝑎𝑡 = 0(1)
E ainda:
𝑃𝑥 = 𝑃𝐵 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 𝑚𝐵 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐹𝑎𝑡 = 𝜇𝑁𝐵 = 𝜇𝑃𝑦 = 𝜇𝑚𝐵 𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃
𝑇 = 𝐹𝑒 = 𝑘𝑥

Substituindo essas equações em (1):


𝑚𝐵 𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑘𝑥 − 𝜇𝑚𝐵 𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0
𝑚𝐵 𝑔
𝑥= (𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜇𝑐𝑜𝑠𝜃)
𝑘
2,8.10
𝑥= (0,8 − 0,5.0,6) = 0,04𝑚 = 4𝑐𝑚
350

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Física

9. B

A intensidade da resultante das forças externas no sistema é a diferença entre o peso do corpo C (PC) e
a componente tangencial do peso do corpo A (PX = PAsen30º)

3𝑚
𝑃𝐶 − 𝑃𝑋 = (𝑀𝐴 + 𝑀𝐵 + 𝑀𝐶 )𝑎 → 20 − 10(0,5) = 5𝑎 → 𝑎 =
𝑠2

10. D
As figuras mostram as forças agindo no alpinista A na direção da tendência de escorregamento (x) e
direção perpendicular à superfície de apoio (y). No alpinista B, as forças são verticais e horizontais.

Como os dois estão em repouso, e considerando que o alpinista B esteja na iminência de escorregar,
temos:
 T + Fat = Px
A → A A
 NA = Py

A
 FatB = Px A - Fat A  FatB = PA sen 60 −  NA 
 T = FatB
B →
 NB = PB

FatB = PA sen 60 −  PA cos 60°  FatB = 1.000  0,87 − 0,1 1.000  0,5 = 870 − 50 

FatB = 820 N.

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Geografia

Globalização

Resumo

A Globalização ou Mundialização é um fenômeno que aprofunda a integração global e que envolve


diferentes dimensões das sociedades – setor econômico, social, cultural e político – promovendo a
intensificação das relações e das trocas.
A intensificação do fenômeno se deu a partir do início do século XXI e foi possibilitada pelo avanço
tecnológico, das comunicações – internet, telefonia fixa e móvel, televisão, satélites, cabos de fibra ótica, por
exemplo - e dos transportes – em especial o aéreo e o marítimo, pois possibilitou a circulação das
informações entre empresas, instituições financeiras, governos, pessoas e outros.
Estas inovações tecnológicas são por muitas vezes relacionados à expressão “encurtamento das
distâncias”, haja visto que, a partir destes avanços a relação tempo-espaço foi alterada e a uma nova
configuração surgiu. Esta nova configuração da relação tempo-espaço se caracterizou pela possibilidade de
se percorrer grandes distâncias em um tempo menor. Se na época das grandes navegações a contagem do
tempo era em dias ou meses, como no caso de uma viagem de navio, atualmente esta contagem é feita em
horas, como no caso de uma viagem de avião, ou até segundos, como no caso de uma videoconferência. A
partir destas relações ocorrem as trocas econômicas, sociais, políticas, culturais e outras entre as sociedades.
Estas relações e trocas possibilitam à formação do que comumente se chama de uma “aldeia global”, ou seja,
a formação de uma rede de conexões que cria assim um mundo interligado, uma grande aldeia.

Debate sobre o início da globalização


Há o debate acerca do período em que se iniciou o processo de globalização. Há aqueles que acreditam
que este processo teve início no período em que vigorava o capitalismo comercial, período este das grandes
navegações e que se estendeu do século XV até o XVIII.
Contudo, a grande maioria dos estudiosos defende que o termo globalização está associado à queda
do socialismo e ascensão do capitalismo financeiro e informacional, período em que foi marcante a
concentração e a centralização de capitais, onde se originaram monopólios e oligopólios em diversos setores
da economia, no caso do Brasil pode se identificar a ocorrência destes no setor de bebidas, por exemplo.
Neste mesmo período foram introduzidas novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo.
Há, portanto, a expansão do mercado.
Sendo assim, considera-se que a globalização é um processo relacionado à evolução do capitalismo e
que vem ocorrendo desde a época das grandes navegações, mas que só se consolidou de fato em um período
mais recente, isso porque está associado à evolução do capitalismo, tendo como marco o fim da Guerra Fria
e da União Soviética (Socialista) ou o fim da Segunda Guerra Mundial.

O papel do Estado e das empresas transnacionais


A globalização apresenta diversos agentes que interagem entre si e assim estabelecem trocas
originando um arranjo singular no cenário mundial. Dentre estes identificam-se dois agentes chave, os
Estados nacionais e as empresas, mais especificamente as transnacionais – empresas que possuem sede
em seu país de origem e filiais ao redor do mundo.

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Geografia

Os Estados nacionais são fundamentais dentro do contexto de um mundo globalizado, isso porque são
eles que originam os blocos econômicos – arranjo entre países para se facilitar trocas, sobretudo comerciais,
mas também de pessoas em alguns casos, pode-se citar como exemplos o MERCOSUL, o NAFTA e a União
Europeia -, além disso cabe a este agente organizar o seu território, e por extensão, a entrada de produtos,
pessoas e culturas externos a ele. Cabe destacar a característica neoliberal adotada pelos países neste
contexto de globalização, em que se defende o Estado mínimo, ou seja, uma menor atuação do Estado na
economia com o objetivo de reduzir as barreiras aos fluxos globais.
Outro agente chave deste processo são as empresas transnacionais que estabelecem um padrão de
consumo e desfragmentam a sua produção ao redor do mundo em busca de vantagens econômicas, tais
como subsídios, criando assim uma rede de produção global.
Há ainda outros agentes igualmente fundamentais no engendramento deste processo, tais como os
organismos supranacionais – tais como a OMC (Organização Mundial do Comércio), o mercado financeiro e
também a infraestrutura técnica.

O papel da cultura
Como dito anteriormente, a globalização relaciona-se não apenas com a dimensão comercial e
financeira, mas também com a dimensão cultural. Com a facilitação das comunicações houve
consequentemente a ampliação das trocas culturais, sem que para isso fosse necessário uma integração
territorial.
Pode-se identificar exemplos disso como, a ampliação do acesso à internet, que possibilita trocas
culturais entre pessoas de diversas partes do mundo, e o papel desempenhado pela mídia, que a partir de, por
exemplo, comerciais para a venda de produtos, difunde um padrão mundial, seja este o padrão de moda,
padrão de hábitos, padrão de consumo ou outros. Há ainda a possibilidade troca cultural a partir de filmes,
séries, músicas e outros. Cabe destacar que a língua inglesa se torna neste momento o idioma universal
utilizado para a comunicação.
Destaca-se, portanto, por um lado, a possibilidade de trocas e enriquecimento cultural, e por outro a
tendência de homogeneização dos padrões culturais ao redor do mundo, ou seja, a padronização dos
indivíduos tendo por base uma cultura dominante, enfraquecendo assim culturas nacionais e locais.

Estão todos os países e pessoas de fato integrados?


Apesar dos benefícios inegáveis que a globalização traz consigo, como por exemplo, o avanço
tecnológico, por outro lado ela aprofunda as desigualdades entre os países pobres e ricos, pois, é possível
perceber na análise do conjunto de informação sobre o processo de globalização que, a tecnologia passa a
ser fundamental e indispensável para a inserção dos países no cenário mundial, ou seja, aqueles que não
possuem o aparato tecnológico necessário ou que o possuam precariamente são colocados em segundo
plano no estabelecimento de relações, pois o seu tempo de fluidez é outro, é um tempo mais lento.
As consequências da globalização também podem ser identificadas na dimensão social através do
caso do desemprego estrutural, desemprego da mão de obra causado por mudanças tecnológicas da
produção – automação ou robotização da produção são expressões que aparecem frequentemente - , onde,
por exemplo, em uma fábrica poderia se empregar 10 funcionários para exercer determinada função estes
são substituídos por robôs, máquinas. Exemplos reais disto ocorreram e ainda ocorrem e muitas vezes
passam despercebidos no dia a dia, a exemplo do uso de caixas eletrônicos em agências bancárias, o uso da

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Geografia

internet para serviços bancários, compras online e diversos outros serviços, estes e outros exemplos podem
ser identificados no cotidiano.
Outro caso de exclusão social é em relação ao acesso à internet. Atualmente o meio de comunicação
mais utilizado é a internet, contudo cabe observar que nem todas as pessoas ao redor do globo tem acesso
à rede de informações ou se o tem em muitos casos se dá de forma ineficiente.
Observa-se, portanto, em um panorama geral que existem países e sociedades dominantes dentro
deste processo e estes são capazes de determinar, ou pelo menos influenciar, os rumos da globalização e
seus desdobramentos, como a capacidade de expandir seus valores culturais, serem os principais agentes
econômicos no contexto global, terem uma maior capacidade de produzir e implementar tecnologias, dentre
outros aspectos.

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Geografia

Exercícios

1. Disneylândia
“Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong
E produzem com matéria-prima brasileira
Para competir no mercado americano
[...]
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul
[...]
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia”
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento).

Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto internacional atual, das seguintes situações:


a) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao capital especulativo.
b) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos fluxos populacionais.
c) Intensificação do controle informacional e adoção de barreiras fitossanitárias.
d) Aumento da circulação mercantil e desregulamentação do sistema financeiro.
e) Expansão do protecionismo comercial e descaracterização de identidades nacionais.

2. “Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades
de produção onde os salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os mais altos e seus
executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais elevada.”
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
(adaptado).

No texto estão apresentadas estratégias empresariais no contexto da globalização. Uma consequência


social derivada dessas estratégias tem sido
a) o crescimento da carga tributária.
b) o aumento da mobilidade ocupacional.
c) a redução da competitividade entre as empresas.
d) o direcionamento das vendas para os mercados regionais.
e) a ampliação do poder de planejamento dos Estados nacionais.

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Geografia

3. “Não acho que seja possível identificar a globalização apenas com a criação de uma economia global,
embora este seja seu ponto focal e sua característica mais óbvia. Precisamos olhar além da economia.
Antes de tudo, a globalização depende da eliminação de obstáculos técnicos, não de obstáculos
econômicos. Isso tornou possível organizar a produção, e não apenas o comércio, em escala
internacional.”
HOBSBAWM, E. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Cia. das Letras, 2000 (adaptado).

Um fator essencial para a organização da produção, na conjuntura destacada no texto, é a

a) criação de uniões aduaneiras.


b) difusão de padrões culturais.
c) melhoria na infraestrutura de transportes.
d) supressão das barreiras para comercialização.
e) organização de regras nas relações internacionais.

4. “Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o
risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram em quase todos os EUA e muitas famílias
acabaram devendo mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso desencadeou uma
espiral de execuções hipotecárias que diminuiu ainda mais os valores das casas. Em Cleveland, foi
como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas abandonadas, com tábuas em janelas e
portas, dominaram a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na Califórnia, também se
enfileiraram casa abandonadas.”
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.

Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu proporções globais, devido ao(à)
a) superprodução de bens de consumo.
b) colapso industrial de países asiáticos.
c) interdependência do sistema econômico.
d) isolamento político dos países desenvolvidos.
e) austeridade fiscal dos países em desenvolvimento.

5. “No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema presidido pelas
técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e
assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse sistema de
técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.”
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.

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Geografia

6. Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem


acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa
"aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais. Os Estados abandonam
gradativamente as barreiras tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos produtos
estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Processo esse que é acompanhado
por uma intensa revolução nas tecnologias de informação -telefones, computadores e televisão.
São características da globalização:

a) É marcada pela expansão mundial das pequenas corporações. A cadeia de fast food McDonalds,
por exemplo, possui 18 mil restaurantes em 91 países.
b) As transnacionais instalam suas fábricas em qualquer lugar do mundo onde existam as melhores
vantagens fiscais, mão de obra e matérias-primas baratas. Essa tendência leva a uma
transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios -
para as nações industriais emergentes, como os Tigres Asiáticos.
c) A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a aumentar custos, com o
objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa reestruturação
estão sendo eliminados vários postos de trabalho, tendência que é chamada de desemprego
estrutural.
d) O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de outros pontos de
trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, no setor agrícola, com o surgimento de um
novo tipo de empresa, as de "inteligência intensiva", que se diferenciam das indústrias de capital
ou mão de obra intensivas.
e) Caixas automáticos tomam o lugar de caixas de bancos, fábricas robotizadas dispensam
operários, escritórios informatizados prescindem datilógrafos e contadores. Nos países
subdesenvolvidos e pobres, o desemprego também é causado pelo deslocamento de fábricas para
os países com custos de produção mais baixos.

7. “Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização


da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e
econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao
trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação
possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede
interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo
edifício.”
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado).

No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de


comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças
têm provocado
a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos
modelos orientais de gestão.
b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do
desemprego crônico.
c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com
vistas à mobilidade dos investimentos.
d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos
especialistas técnicos e gestores.
e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de
harmonização das relações de trabalho.

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Geografia

8. “Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados está se


deteriorando cada vez mais. Intensifica-se a abertura ou a transferência de filiais de empresas para
países onde os salários são mais baixos e a legislação trabalhista é mais flexível, em detrimento dos
trabalhadores.”
MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 444.

Assinale entre as alternativas abaixo aquela que reflete a situação dos trabalhadores no mundo
globalizado:

a) A participação da população economicamente ativa no mercado de trabalho envolve, cada vez


mais, a necessidade de investimentos em escolas profissionalizantes e universidades, com grande
grau de qualificação profissional, com exceção dos empregos no setor terciário.
b) Há sobra e falta de emprego ao mesmo tempo, dependendo da qualificação da mão-de-obra e do
acesso às escolas pela maioria da população economicamente ativa. Muitas vagas não são
preenchidas por falta de qualificação exigida para o cargo.
c) Os assalariados dos países pobres têm uma participação mais favorável na renda nacional
auferida, pois podem ser despedidos sem encargos muito grandes para as empresas e
substituídos rapidamente por outros.
d) O investimento em robotização e informática nas grandes empresas leva ao desemprego
estrutural, fortalecendo a ação dos sindicatos e a força dos empregados menos qualificados em
negociações trabalhistas.
e) O desemprego não é um dos maiores problemas do mundo atual. Entre os países desenvolvidos,
o que tem provocado discussões em encontros do G-8, no Fórum Econômico Mundial, é a procura
de trabalhadores imigrantes para seus postos de trabalho.

9. Entre as promessas contidas na ideologia do processo de globalização da economia estava a dispersão


da produção do conhecimento na esfera global, expectativa que não se vem concretizando. Nesse
cenário, os tecnopolos aparecem como um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia
que conta com mão de obra altamente qualificada. Os impactos desse processo na inserção dos países
na economia global deram-se de forma hierarquizada e assimétrica. Mesmo no grupo em que se
engendrou a reestruturação produtiva, houve difusão desigual da mudança de paradigma tecnológico
e organizacional. O peso da assimetria projetou-se mais fortemente entre os países mais desenvolvidos
e aqueles em desenvolvimento.
BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência em expansão no mundo contemporâneo: Campinas:
Inovação Uniemp, v. 3, n°1 jan./fev. 2007
Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que:

a) A inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, incorporando a agricultura, a indústria


e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos.
b) Os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado, obedecendo ao
novo modelo fundamentado em capacidade tecnológica.
c) As novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico e entre as populações que
as incorporam em seu dia a dia.
d) Os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de industrialização,
concentrados em alguns países emergentes.
e) O crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dispersão da produção
do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países desenvolvidos.

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Geografia

10. Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em
Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos
inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…). Já a indústria de confecção norte-
americana, quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles foram
produzidos no México, Caribe ou Filipinas.
Renato Ortiz, Mundialização e Cultura

O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto
roupas que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país produtor. De fato, tais roupas
costumam ser feitas em fábricas — chamadas “maquiladoras” — situadas em zonas-francas, onde os
trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos.

A produção nessas condições indicaria um processo de globalização que

a) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação
entre um centro rico e uma periferia pobre.
b) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da identificação da origem de produção dos
bens e mercadorias.
c) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da circulação de bens e capitais e do
intercâmbio de tecnologia.
d) compensa as disparidades econômicas pela socialização de novas tecnologias e pela circulação
globalizada da mão-de-obra.
e) reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre, tanto dentro como fora das
fronteiras dos Estados Nacionais.

Questão contexto

“As principais bolsas da Europa fecharam no vermelho nesta segunda-feira em meio aos temores e
incertezas gerados pela saída do Reino Unido da União Europeia. As ações dos bancos britânicos
despencaram na Bolsa de Londres, levando à suspensão das negociações dos papéis de Barclays e
Royal Bank of Scotland (RBS) por cinco minutos. As companhias aéreas também sofreram grandes
perdas. Já a libra esterlina voltou a tocar nesta segunda-feira o menor nível nos últimos 31 anos em
relação ao dólar, por causa do chamado Brexit.”
Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/incertezas-em-relacao-ao-brexit-fazem-bolsas-europeias-cairem-
19588918#ixzz4CoOmEUN. Acesso em: 27 de Jun de 2016.

Após a decisão pelo Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, através de um referendo, parte da
população está contrariada pois acredita que os benefícios de permanecer no bloco superam as
incertezas que esta saída representa, além disso, já é possível verificar na economia os efeitos
negativos do Brexit, como apresentados no texto.

Neste sentido, no contexto da globalização, destaca-se a formação da União Europeia como uma forma
de inserção no contexto geopolítico mundial. Neste sentido, aponte 2 características econômicas deste
bloco e explique o benefício geopolítico que elas proporcionam aos países que compõem o bloco.

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Geografia

Gabarito

1. B
Os trechos da música apontam os diferentes níveis de inserção dos países na lógica da Globalização,
em que alguns países são mais valorizados do que outros nas trocas comerciais e no direcionamento
dos fluxos populacionais.

2. B
O texto trata da estratégia de fragmentação empresarial em busca de maiores vantagens e uma
consequência social desse processo é a mobilidade ocupacional visto que o avanço dos transportes e
comunicações possibilitam a comunicação e as trocas mesmo com a existência de distâncias físicas.

3. C
No texto é falado sobre a “eliminação de obstáculos técnicos”, ou seja, o advento de novas técnicas -
de transporte e de comunicação, principalmente - possibilitado pela globalização. Sendo assim,
identifica-se como um importante aspecto técnico que permitiu uma nova organização da produção a
melhoria na infraestrutura de transportes.

4. C
A crise financeira que começou no final de 2007 e se agravou em 2008, nos Estados Unidos, se deu
após o colapso da bolha especulativa no mercado imobiliário, alimentada pela enorme expansão de
crédito bancário e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros. Essa mesma crise
rapidamente se espalhou pelo mundo todo em poucos meses, demonstrando a interdependência entre
os mercados que formam o sistema econômico.

5. E
A questão fala do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica em cima do modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão
de obra por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego.

6. B
As empresas transnacionais - corporações industriais, comerciais e de prestação de serviços que
atuam em distintos territórios dispersos no mundo, ultrapassando assim os limites territoriais dos
países de origem – têm buscado a transferência de suas unidades produtivas dos centros industriais
consolidados, conservando neles, geralmente, apenas as suas sedes, para os países emergentes
buscando assim cortes de gastos – isenções ficais, baixos salários, baixa pressão ambiental e outros.

7. C
É preciso dominar as características da terceira revolução industrial como: a desconcentração
industrial que só foi possível pelo desenvolvimento dos setores de comunicação e transporte, afim de
explorar mão de obra mais barata e aproveitar os locais mais vantajosos para cada setor; a
flexibilização nas formas produtivas incluindo as terceirizações, os teletrabalhos e as novas formas de
contratação como um todo; e o aumento da competição, motivado pelas aglutinações que as maiores
empresas multinacionais realizaram com médias empresas de elites locais.

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Geografia

8. B
Em um contexto de Globalização, na mesma medida são criados postos de trabalho que exigem
qualificação profissional e a concorrência para conseguir emprego é elevada pois a mecanização gera
uma demanda por este tipo de mão de obra e gera também a criação de postos de trabalho no setor
de comércio e serviços que acaba absorvendo a mão de obra não qualificada dispensada após a
modernização técnica da produção industrial.

9. A
A modernização tecnológica abrangeu todos os setores da economia, em especial o setor primário e o
secundário, principalmente nos países desenvolvidos que historicamente detêm o conhecimento
científico e investem em pesquisas através dos chamados tecnopolos.

10. E
As diferenças entre centro e periferia, entre ricos e pobres se dá em duas escalas, no interior dos países
e entre os países. Esse último caso, em um contexto de Globalização, é formado por um comando
tecnológico dos países ricos que detêm o conhecimento acerca do desenvolvimento científico das
técnicas e os países pobres que acabam sendo áreas que recebem os ônus de todos o processo, como
seus trabalhadores explorados.

Questão Contexto
A União Europeia (UE) é o maior bloco econômico mundial e possui sete instituições financeiras,
políticas, de controle e legislação: Parlamento Europeu, Conselho da União Europeia, Comissão Europeia,
Conselho Europeu, Banco Central Europeu, Tribunal de Justiça da União Europeia, Tribunal de Contas
Europeu. Dentre os objetivos do bloco encontram-se o desenvolvimento de um mercado financeiro
europeu e a formação de uma união aduaneira entre países membros. Além disso, integrar este bloco
representa possuir aliados nos mais importantes órgãos e instituições de tomada de decisão geopolítica
como a ONU, por exemplo.

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Geografia

Neoliberalismo e a economia globalizada

Resumo

Um dos acontecimentos que coincidiram com o fim da Guerra Fria foi a entrada dos EUA na Terceira
Revolução Industrial, momento em que o país passou a produzir muita tecnologia e começou a ganhar
mercado e capitais, enquanto, por outro lado, a URSS investia fortemente na indústria armamentista, visando
um possível enfrentamento direto, e ficando assim atrás na disputa, entrando em crise na década de 1980, e
fazendo assim os EUA se destacar como a grande potência mundial.
A inteligência americana cria assim um termo que evidencie o novo contexto mundial, surge então a
ideia de Nova Ordem Mundial que funciona sob a lógica da Globalização, ou seja, é apresentada ao mundo a
ideia que agora todos estariam ligados por uma mesma lógica econômica (Capitalismo) sob a liderança norte-
americana.
Sobre a Globalização destaca-se ainda o fato que ela não se restringe ao aspecto econômico, mas
envolve todo processo que ocorra em escala global, fenômenos culturais, ambientais, esportivos e outros.
Além disso, para que esse processo ocorra, a rede de comunicação e de transportes são fundamentais.
Contudo, a ideia de mundo unipolar não persistiu por muito tempo, pois os países europeus destruídos
pela Segunda Guerra Mundial se recuperaram, inclusive com o dinheiro norte-americano (Plano Marshall).
Emergem assim países concorrentes frente aos EUA, como o Japão, por exemplo. Identifica-se assim a tríade
do capitalismo, EUA, Japão e Europa Ocidental na década de 1990. Na década de 2000 passam também a
integrar este grupo os países emergentes. Fala-se então em um mundo multipolar. Cabe destacar que no
campo militar os EUA permanece unipolar, mas isso pode ser alterado com o destaque militar da China devido
ao seu investimento em armamento.
Nesse novo contexto o papel do Estado foi alterado, o qual passou a adotar o Neoliberalismo. Com o
destaque de Margareth Tatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA), emerge a lógica em que o controle da
economia cabe às empresas e o Estado minimamente presente. Os neoliberais buscavam combater,
principalmente, a política do Estado de Bem-Estar social, um dos instrumentos utilizados pelo Keynesianismo
para combater a crise econômica de 1929. Nessa política, defendia-se a máxima intervenção do Estado na
economia, fortalecimento das leis trabalhistas com o objetivo de aumentar o mercado consumidor, o que
contribuía consequentemente para o escoamento das produções fabris. A passagem de um Estado
Keynesiano (Estado controlador) para um Estado Neoliberal é chamada de desregulamentação.
A crítica do Neoliberalismo ao sistema Keynesiano é a de que o “Estado forte” é muito custoso
economicamente e limita assim as ações comerciais, prejudicando a chamada “liberdade econômica”. Além
disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são vistos como ameaças à economia, pois
podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de inflação. Neste sentido, os neoliberais
defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do
processo produtivo.
O Neoliberalismo é uma doutrina socioeconômica que retoma alguns dos ideais do liberalismo
clássico ao defender a mínima intervenção do Estado na economia, através de sua retirada do mercado, que,
acredita-se, se auto regularia e regularia também a ordem econômica. Sua implantação pelos governos de
vários países iniciou-se na década de 1970, como principal resposta à Crise do Petróleo.

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Geografia

As principais características do Neoliberalismo são:


• Um limite do papel do Estado no que diz respeito a sua atuação econômica, social e jurídica;
• Uma abertura de novos espaços e setores da economia às leis do Livre Mercado;
• Uma visão de indivíduo como um “empreendedor dele mesmo”, ou “capital humano”, que se desenvolverá
e ficará próspero se ele souber se adaptar, se inovar, etc..;
• Aliado com medidas do modelo de produção Toyotista, como terceirização do trabalho, diminuir os
encargos trabalhistas, para garantir maior competitividade para as empresas.

As principais críticas ao Neoliberalismo são:


• Aumento significativo das desigualdades sociais e da precariedade do trabalho;
• Redução da soberania nacional, ante as grandes corporações multinacionais;
• Freio no desenvolvimento econômico dos países mais pobres;
• Transformação do homem em mercadoria;
• Pouco controle da população sobre a economia, gerando maiores possibilidades de crises, como a de
2008.

Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos anos:
• No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2003).

• No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle Bachelet (2006 - 2010).

• Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e George W. Bush (2001-
2009).

• No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006).

• No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)

Principais teóricos do Neoliberalismo:


• Friedrich Hayek (Escola Austríaca)
• Leopold von Wiese
• Ludwig von Mises
• Milton Friedman (Escola Monetarista, Escola de Chicago)

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Geografia

O Consenso de Washington
O Consenso de Washington deriva de um artigo do economista John Williamson de 1989, onde ele formula e
expõe dez recomendações endereçadas mais particularmente aos países da América Latina. As
recomendações eram:

• Disciplina orçamentária rígida (equilíbrio entre receita e gastos governamentais);


• Reorientação dos gastos públicos (primar pelos setores de forte retorno econômico, preterindo gastos
sociais);
• Reforma fiscal (Diminuição das taxas marginais);
• Estabilidade monetária (Inflação baixa, redução dos déficits do mercado, controle das reservas de
moeda);
• Adoção de uma taxa de câmbio única e competitiva;
• Aumento da liberdade do comércio externo;
• Eliminação de barreiras fiscais ao investimento de capital estrangeiro;
• Privatização das empresas públicas (para aumentar sua eficácia, assim como para diminuir os encargos
públicos);
• Desregulamentação dos mercados (fim de barreiras alfandegárias tanto na saída quanto na entrada dos
produtos);
• Evidenciar e proteger os direitos de propriedade privada (incluindo a de propriedade intelectual;

O “Consenso de Washington” embasou um acordo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco


Mundial (BM), com o apoio financeiro do Tesouro Americano, para somente ajudar financeiramente os países
em desenvolvimento que estivessem passando por dificuldades (endividamento público, hiperinflação,
grandes déficits orçamentários, etc..) sob a condição que estes adotassem políticas públicas inspiradas na
tese de John Williamson.
De fato, para essas instituições internacionais o desenvolvimento só poderia ocorrer em um quadro de
trocas de natureza privada, dentro de um mercado mundial liberal, com pouquíssimos, ou nenhum, entrave.
Essa política econômica se beneficia de um contexto internacional da queda do comunismo, e é guiada pela
doutrina econômica neoliberal, ou ultraliberal.
Realmente, esse “consenso” não é realmente um “consenso”, porque uma grande parte de suas
propostas foram rejeitadas e duramente criticadas por diversos economistas, como Joseph Stiglitz e Maurice
Allais. Ele também é criticado como fonte de aumento da desigualdade e da pobreza, e, como não é aplicado
igualmente em todos os países, pelos mundialistas, que, depois da queda e desaparecimento do modelo
comunista, tentam propor vias econômicas alternativas. Aqui no Brasil, diversos economistas e sociólogos
criticaram duramente esse modelo imposto ao país, pois afetava duramente a soberania nacional e a
capacidade gestora do Estado.

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Geografia

Exercícios

1. Observe o texto:
Cada ponto do espaço torna-se então importante, efetivamente ou potencialmente. Como a produção
se mundializa, as possibilidades de cada lugar se afirmam e se diferenciam em nível mundial. Dada a
crescente internacionalização do capital (...) observar-se-á uma tendência à fixação mundial — e não
mais nacional.
Milton Santos, Metamorfose do espaço habitado, 1997

Relacionando a ideia de espaço geográfico com a noção de globalização, podemos afirmar que:
a) A globalização traz uma ideia de fechamento do mundo e o espaço geográfico perde sua
importância neste novo cenário.
b) O capitalismo global impôs uma forte rigidez do processo produtivo, desestimulando a migração
das transnacionais, daí a reorientação do uso do espaço.
c) A verticalidade do espaço geográfico permitiu uma globalização mais solidária e uma melhor
distribuição da renda mundial, como se verifica neste início de século.
d) A fluidez e mobilidade das transnacionais permitiu a descentralização do processo produtivo e a
consequente reconfiguração do espaço mundial.
e) As diferenciações geográficas perderam importância devido à diminuição da escolha a distância
para a instalação de uma empresa.

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Geografia

2. O fim da Guerra Fria e a desagregação da URSS puseram fim ao mundo bipolar e à antiga classificação
dos países em Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo. O Segundo Mundo reunia os antigos países
socialistas. Hoje, a nova ordem mundial, representada na figura, divide as nações em pobres e ricas, ou
subdesenvolvidas e desenvolvidas.

Assinale a alternativa que melhor descreve a nova ordem mundial.

a) Os países emergentes, também chamados de subdesenvolvidos industrializados ou em


industrialização, atraem os investimentos das empresas transnacionais porque apresentam as
vantagens de um mercado consumidor em expansão, dos inúmeros incentivos fiscais que
oferecem e da estabilidade político-econômica.
b) Os antigos países socialistas, agora ditos países de economia “em transição”, atraem grandes
investimentos e estão adaptando-se à economia de mercado, inclusive Coréia do Norte e Vietnã.
c) A multipolaridade modificou a distribuição da riqueza. Isso porque, hoje, os pólos econômicos
possuem modernas estratégias para alcançar novos mercados. Dessa maneira, embora os países
ricos permaneçam ricos, os que pertenciam ao Terceiro Mundo vêem a pobreza diminuir.
d) O conflito Norte-Sul antagoniza, de um lado, tecnologia, alto nível de vida e riqueza, e de outro lado,
exclusão dos novos meios técnico-científicos, baixo nível de vida e pobreza.
e) A maioria dos países latino-americanos, asiáticos e africanos subdesenvolvidos do Sul desperta o
interesse econômico dos desenvolvidos do Norte, pois representam novos mercados
consumidores e de investimento de capital especulativo, inclusive os da África Subsaariana, que
passam por turbulências tribais, seca, fome e aids.

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Geografia

3. “... Com a globalização, o que temos é um território nacional da economia internacional, isto é, o
território continua existindo, as normas públicas que regem são da alçada nacional, ainda que as forças
mais ativas do seu dinamismo atual tenham origem externa...”
Milton Santos, Por uma nova globalização

Relacionando a frase de Milton Santos e a globalização, podemos afirmar que


a) o Estado nacional recebe hoje uma maior influência de forças externas devido à
internacionalização da economia.
b) os Estados passaram, com a globalização, a ganhar poder e agir independentemente das questões
mercadológicas internacionais.
c) as fronteiras se tornaram menos permeáveis, tanto em relação aos agentes externos, como em
relação aos produtos internacionais.
d) o mundo hoje é controlado por grandes corporações internacionais e o Estado perdeu totalmente
a capacidade de normalizar seu território no setor econômico, ocupando-se somente do bem estar
de sua população.
e) a redução do Estado neoliberal à esfera somente política facilitou o desenvolvimento do comércio
mundial, tornando a concorrência e a distribuição mais igualitárias e justas.

4. O reconhecimento, por parte dos teóricos do capitalismo, de que o atual estágio da economia requeria
a reformulação das concepções liberais, especialmente no que toca à atuação do Estado, deu origem
a uma doutrina batizada de neoliberalismo. Algumas de suas bases são:
a) A revisão do sistema de propriedade agrária com a promoção de reforma agrária gradual, como
que se busca reequilibrar a distribuição da população entre o campo e os centros urbanos.
b) A criação de políticas assistencialistas com o objetivo de reduzir as diferenças sociais por meio
do apoio financeiro e centrais sindicais e organizações não governamentais.
c) A intervenção estatal nos mais amplos setores produtivos a fim de garantir empregos, salários e
estimular a participação dos trabalhadores nos lucros a partir de determinados índices de
produtividade.
d) A atuação do Estado para garantir estabilidade econômica por meio do controle de taxas de juros,
estabelecimentos de políticas cambiais e privatização de setores antes considerados estratégicos.
e) A garantia de benefícios sociais garantidos pelo Estado que advém do Keynesianismo e perdurou
no Neoliberalismo.

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Geografia

5.

A crise financeira que se intensificou no mundo a partir do mês de outubro de 2008 colocou em xeque
as políticas neoliberais, adotadas por muitos países a partir da década de 1980.
A principal crítica ao neoliberalismo, como causador dessa crise, está relacionada com:
a) diminuição das garantias trabalhistas
b) estímulo à competição entre as empresas
c) reforço da livre circulação de mercadorias
d) redução da regulação estatal da economia
e) aumento do protecionismo de mercado

6. A partir de 1989, a América Latina incorpora o neoliberalismo. Este modelo, contestado por diferentes
grupos e movimentos sociais, caracterizou-se, neste continente, por
a) atenuar as diferenças sociais e a dependência em relação ao capital internacional, ofertando o
pleno emprego.
b) estimular o desenvolvimento do campo social e político e implementar uma sociedade mais justa
e igualitária.
c) diminuir o poder da iniciativa privada transnacional, mediante a intervenção do Estado a favor da
burguesia nacional.
d) ter uma base econômica formada por empresas públicas que regularam a oferta e a demanda,
assim como o mercado de trabalho.
e) instaurar um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defendeu a diminuição da
ingerência do Estado na economia.

7. Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento elaborou o "Relatório do


Desenvolvimento Humano", do qual foi extraído o trecho abaixo.
Nos últimos anos da década de 90, o quinto da população mundial que vive nos países de renda mais
elevada tinha:
- 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1%;
- 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1 %;
- 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto de menor renda, apenas 1,5%;
- 93,3% das conexões com a Internet, enquanto o quinto de menor renda, apenas 0,2%.
A distância da renda do quinto da população mundial que vive nos países mais pobres - que era de 30
para 1, em 1960 - passou para 60 para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.
De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano mundial, nas últimas
décadas, foi caracterizado pela:
a) diminuição da disparidade entre as nações.
b) diminuição da marginalização de países pobres.
c) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
d) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
e) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

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Geografia

8. “Não há sociedade, só indivíduos”, Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica.


Primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro na história da Inglaterra, de 1979 a 1990,
Thatcher recebeu do então presidente norte-americano, Ronald Reagan, o título de “o homem forte do
Reino Unido”. Indicada pelo Partido Conservador, suas decisões firmes marcaram a adoção de uma
política neoliberal e o fim do modelo, então praticado, conhecido como Welfare State.

Com relação a esse novo modelo de governo, assinale a alternativa correta.


a) Privatização de empresas estatais, em que produtos e serviços considerados estratégicos para a
soberania nacional são submetidos à lógica do mercado internacional, permitindo um aumento
dos gastos públicos em saúde e educação.
b) Retomada de uma política econômica sustentada por economistas, como Haydek e Friedman,
defendendo a absoluta liberdade econômica, mas com preocupações voltadas para a distribuição
da riqueza nacional.
c) Possibilidade de que países em desenvolvimento melhorassem seus quadros sociais, com o
aumento de empregos para a classe trabalhadora, graças à atuação de empresas transnacionais
em diversos setores.
d) Corte de gastos no setor social, aumento do desemprego, endurecimento nas negociações com
os sindicatos, elevação das taxas de juros e fim da intervenção estatal, dando total liberdade aos
setores financeiro e econômico.
e) Nova diretriz de governo adotada por Thatcher, na Inglaterra, não foi implementada pelos líderes
de outras nações, que criticavam as desigualdades sociais geradas pela adoção desse modelo
econômico.

9. Dentre os cenários desenhados para o mundo a partir da aceleração do processo de globalização,


destaca-se a ideia da superação do Estado-nação como principal unidade política e econômica de
estruturação do espaço mundial. Como justificativa para a construção desse cenário, podem-se
destacar, entre outras:
a) O crescimento de instituições políticas e econômicas supranacionais, como a Organização
Mundial de Comércio, e a relativa autonomia dos circuitos financeiros em escala mundial,
caracterizada pela livre circulação de capitais.
b) O aumento das migrações inter-regionais, facilitada pela abertura das fronteiras entre os países, e
o crescente intercâmbio cultural entre os povos, possibilitado pela expansão dos meios de
comunicação em todo o mundo.
c) O aparecimento de organizações baseadas no princípio do desenvolvimento sustentável, como as
ONGs, e a aceitação de grupos étnicos como entidades políticas e econômicas soberanas, a
exemplo dos Curdos, na Turquia.
d) A diminuição dos conflitos separatistas, como os ocorridos nos Bálcãs, e o crescente
reconhecimento da ONU como fórum privilegiado para a solução de conflitos políticos e
econômicos locais e regionais.
e) A mundialização dos hábitos de consumo e comportamento, disseminados pelos meios de
comunicação, e o crescente desinteresse das novas gerações pelas questões de política interna e
externa de seus países.

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Geografia

10. Analise o texto a seguir:


Há um modo de pensar a superação da crise a partir da teoria keynesiana, mediante o aumento dos
gastos sociais, socializando os custos da reprodução social, numa linha oposta à neoliberal, de
privatização de tais custos em termos de previdência, de educação. A socialização de tais custos me
parece um bom caminho inicial. A outra peça da teoria keynesiana é o investimento em infraestrutura.
Os chineses perderam 30 milhões de empregos entre 2008 e 2009, por conta do colapso das indústrias
de exportação. Em 2009, eles tiveram uma perda líquida de só três milhões de empregos, o que significa
dizer que eles criaram 27 milhões de empregos em cerca de nove meses. Isso foi resultado de uma
opção pela construção de novos edifícios, novas cidades, novas estradas, represas, todo o
desenvolvimento de infraestrutura, liberando uma vasta quantidade de dinheiro para os municípios,
para que suportassem o desenvolvimento. Essa é uma clássica solução “sinokeynesiana” e me parece
que uma coisa semelhante aconteceu no Brasil, por meio do Bolsa-Família e de programas de
investimento estatal em infraestrutura.
David Harvey, 2012. Revista do IPEA. Adaptado.

O autor cita a teoria Keynesiana e sua linha oposta, o neoliberalismo. Sobre as diferenças entre essas
duas posições teóricas, é CORRETO afirmar que o
a) Keynesianismo é um conjunto de ideias, que propõe a intervenção estatal na vida econômica,
enquanto o neoliberalismo é um sistema econômico, que prega uma participação mínima do
Estado na economia.
b) ideário do neoliberalismo tem como ponto forte o aumento da participação estatal nas políticas
públicas, enquanto a ideologia Keynesiana fomenta a liberdade e a competitividade de mercados.
c) neoliberalismo estimula os valores da solidariedade social conduzida pelo Estado máximo,
enquanto o Keynesianismo faz a defesa de um mercado forte em que a iniciativa privada deve
intervir como promotora de privatizações.
d) ideário do Keynesianismo defende um mercado autorregulador no qual o indivíduo tem mais
importância que o Estado, enquanto o neoliberalismo argumenta que quanto maior for a
participação do Estado na economia mais a sociedade pode se desenvolver, buscando o bem-
estar social.
e) poder da publicidade na sociedade de consumo para satisfazer a população é um grande aliado
da política Keynesiana, enquanto as ideias neoliberais não são favoráveis a soluções de mercado,
opondo-se ao corporativismo empresarial.

Questão contexto

Tendo por base a figura abaixo, discorra sobre o papel de dois dos mais importantes agentes da Globalização,
as empresas e o Estado, apontando a doutrina econômica adotada na Nova Ordem Mundial e como o Brasil
se insere nela.

9
Geografia

Gabarito

1. D
Em um contexto de globalização, as relações produtivas se tornaram mais fluidas no espaço, permitindo,
graças ao avanço das comunicações e transportes, o deslocamento das etapas de produção de bens
das empresas transnacionais para áreas que apresentem maiores vantagens que representem cortes de
custos. Neste sentido, ocorreu a descentralização produtiva dos países centrais para os países
periféricos e emergentes, reconfigurando o espaço mundial.

2. D
A divisão classificatória dos países na Nova Ordem Mundial aponta para a diferenciação de acesso e
produção de tecnologia de ponta, o que desmitifica a ideia de que a globalização inseriu todos os países
em um processo de troca e dependência, pois o que se observa é que os países do lado Sul se inserem
precariamente neste processo pois quem detêm a tecnologia e o capital para investimento são os países
do Norte.

3. A
A internacionalização da economia - expressão que refere-se aos fluxos (matérias primas, produtos,
serviços, dinheiro, ideias e pessoas) entre dois ou mais Estados-Nação - é uma das características mais
significativas observadas nos últimos anos e é consequência da globalização. Estas trocas decorrentes
da internacionalização exercem influência, sobretudo os fluxos externos, sobre os Estados, pois em
muitos casos estes fluxos chegam mais e com mais força do que propriamente os fluxos internos.

4. D
No Neoliberalismo o Estado deixa de ter um papel interventor para assumir uma postura reguladora, que
muitas vezes é flexibilizada em favor das empresas. Nesse sentido, em princípio, o Estado “dita as regras
do jogo” econômico, tornando o cenário favorável a auto regulação da economia, acarretando, por
exemplo, menores gastos públicos.

5. D
Relacionando o trecho apresentado com o Neoliberalismo, identifica-se que foi a pouca regulação do
Estado sobre a economia (mercados financeiros e imobiliários) uma das principais causas da crise
econômica de 2008, que teve início nos EUA mas que atingiu diversos países devido à globalização. Os
mercados, com pouco controle do Estado, acabaram não conseguindo se autorregular.

6. E
O Neoliberalismo na América Latina e em muitos países de outros continentes retoma alguns dos ideais
do liberalismo clássico ao defender a mínima intervenção do Estado na economia, através de sua retirada
do mercado, que, acredita-se, se auto regularia e regularia também a ordem econômica.

7. D
Os dados apresentados corroboram para a afirmação que a globalização amplia as desigualdades
entre Norte e Sul, na qual a renda, riqueza, recursos concentram-se no Norte e os ônus do processo,
geralmente, no Sul.

10
Geografia

8. D
O Neoliberalismo foi uma doutrina proposta por Thatcher e Reagan e foi adotado em substituição ao
Keynesianismo e preconizava aspectos como o corte de gastos públicos com o setor social e a auto
regulação do mercado com a mínima influência do Estado na economia.

9. A
Com a globalização, as barreiras e fronteiras físicas dos países se tornam quase que exclusivamente
utilizadas para a contenção ou organização da circulação populacional, pois o capitalismo financeiro que
passa a se destacar nesse cenário passou a implicar em uma livre circulação de capitais e investimentos,
onde muito disso se deve à atuação de organismos multilaterais como a OMC.

10. A
O Neoliberalismo surge na década de 1970 apresentando um conjunto de aspectos que contrariavam os
preceitos do Keynesianismo, visando o fim da intervenção direta estatal na economia, em que o Estado
deveria apenas regular o sistema econômico.

Questão Contexto

Com a crise do Estado Keynesiano, aquele Estado caracterizado por ter grandes gastos públicos com
saúde, educação, infraestrutura e outros, surge a ideia do Estado Neoliberal, uma reformulação da lógica
Liberal.
Nesta nova lógica o Estado intervém minimamente na economia, através das chamadas agências
reguladoras, que definem parâmetros para o funcionamento das empresas de cada setor, transportes,
energia, telefonia e outros, enquanto, por outro lado, as empresas ganham cada vez mais espaço na economia
dos países.
Outras características do Neoliberalismo são a política de privatização de empresas estatais,
desburocratização do Estado, abertura da economia às transnacionais, e a posição contrária ao
protecionismo econômico, características estas que são identificadas no Brasil a partir da década de 1990
com a privatização de empresas como a Vale, Embraer e Eletrobrás. Além disso, observam-se sinais de
retorno à esta lógica no contexto atual com a crise vivenciada no país.

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Guia do Estudo Perfeito

Tenha um pensamento positivo e comemore cada conquista

Resumo

Em seu livro O jeito Harvard de ser feliz, Shawn Achor explica como a felicidade promove o sucesso.
Isso significa que você não precisa ficar esperando obter o sucesso na vida para ser feliz, mas que, se você
for feliz no que faz, o sucesso é uma consequência disso. O livro concentra-se em mostrar o desenvolvimento
de uma nova área na psicologia, denominada Psicologia Positiva. O autor conseguiu identificar sete princípios
que poderiam ajudar, a partir da felicidade, na promoção do sucesso e da realização.

• O benefício da felicidade: O cérebro positivo possui uma vantagem


biológica em relação ao cérebro neutro ou negativo.
• O ponto de apoio e a alavanca: A maneira como enxergamos o mundo
influencia nossa capacidade de prosperar nele.
• O efeito tetris: Nosso cérebro, quando exposto ao estresse e à
negatividade, pode ficar preso nesse padrão, levando-nos ao fracasso. É
necessário reprogramá-lo.
• Encontre oportunidades na adversidade: É possível aprender com o
Os sete fracasso e com o sofrimento, porém, é necessário encontrar o caminho
mental correto para isso.
princípios • O Círculo do Zorro: Nosso cérebro pode ser sobrecarregado e dominado
por emoções negativas. É necessário retomar o controle a partir de
pequenas metas.
• A regra dos 20 segundos: Quando nossa força de vontade falha e
voltamos aos velhos hábitos. Esse princípio nos ajuda a redirecionar
nossa forma de pensar e a substituir os maus hábitos por bons.
• Investimento social: Os relacionamentos sociais constituem a melhor
garantia de maior bem-estar e menos estresse. Esse princípio nos ensina
a investir em um dos fatores mais importantes para o sucesso.

Mas cuidado! Não entenda que pensar positivo fará com que as coisas aconteçam. Isso depende de
você. Porém, uma postura positiva é uma vantagem emocional e possibilita o estado de Flow, em que você
consegue obter um maior desempenho, concentração e motivação. Portanto, ser feliz no que você faz é o
diferencial para obter o sucesso.
Quer conhecer um pouco mais sobre esse campo da ciência denominado Psicologia Positiva e o que
é estado de Flow? Então, confira o vídeo a seguir!!

1
Guia do Estudo Perfeito

Solucione os problemas

Evoluindo do pensamento da psicologia positiva e entrando no campo da ação: seja mais preocupado
em solucionar seus problemas. Apenas reclamar não permitirá sua evolução. Busque, a partir de uma postura
positiva, encontrar a melhor solução, e não a perfeita, para o seu problema. Por isso, adote um Mindset
Positivo, acredite na mudança. Carol Dweck é pioneira no estudo sobre desenvolvimento pessoal. Em seu
livro Mindset – A nova psicologia do sucesso, explica como você pode superar o mindset fixo e adotar um
mindset de crescimento. No vídeo abaixo, ela explica o poder de um mindset de crescimento.

Essa postura é o fator principal que permite às pessoas prosperarem nos momentos mais
desafiadores da sua vida, e que pode, muito bem, ser identificado como esse momento de vestibulando. Então,
que tal ser mais solucionador do que reclamador?
Por isso, você também deve comemorar cada conquista que alcançar!! Uma lista de exercícios, uma
aula que você terminou, um simulado, um assunto que você não tinha entendido. Todos esses foram
problemas que você solucionou!!

2
Guia do Estudo Perfeito

Exercício

E aí, quais foram as conquistas da sua semana? Seja uma lista de exercícios, uma aula ou um
problema pessoal que você tenha superado. Faça uma lista descrevendo os principais pontos positivos da
sua semana. Pontue, também, as principais dificuldades.

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História

América Portuguesa: União Ibérica e Invasões Estrangeiras

Resumo

Contestação do Tratado de Tordesilhas

Em 1494, o Tratado de Tordesilha foi assinado, definindo as áreas de domínio dos territórios
ultramarinos, entre Portugal e Espanha. Com ele, denifiu-se uma linha de demarcação localizada a 370 léguas
a oeste da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde. Era um meridiano do Polo Sul ao Polo Norte.
Caberia a Espanha, as terras do lado ocidental, e a Portugal as do lado oriental. A divisão das terras entre
Portugal e Espanha, não contou com a aceitação de outros países europeus, que passaram a questioná-lo já
que também desejavam ocupar parcelas dos territórios recém “descobertos”. Isso explica, por exemplo, as
“invasões” francesas e holandesas ao território colonial português.

França Antártica

Em 1555 ocorreu a primeira empreitada patrocinada pela coroa francesa com destino a Baía de
Guanabara. Nela, grupo de franceses huguenotes (protestantes), liderado por Villegaignon e Coligny,
fundaram uma colônia francesa na região do Rio de Janeiro conhecida como França Antártica. Os grandes
objetivos da expedição era participar exploração mercantil de nossas riquezas, como o Pau-Brasil e dar abrigo
aos protestantes perseguidos, na França, pelo governo católico. Vale lembrar, além disso, que ela está ligada
ao Tratado de Tordesilhas, já que os reis da França não aceitavam a divisão do mundo entre espanhóis e
portugueses.
Os franceses se aliaram índios locais, realizando contrabando de pau-brasil. Para facilitar esse contato,
procuraram conhecer e assimilar os seus hábitos, o que ajudou a realizar a aliança com os tupinambás,
indígenas que habitavam o litoral e que haviam se tornado inimigos dos portugueses, especialmente quando
estes passaram a escravizá-los, no início da colonização do Brasil. Eles aliara-se aos nativos, por exemplo,
na Confederação dos Tamoios, ameaçando atacar as feitorias e os postos lusitanos do litoral.
Para expulsar os franceses do Rio de Janeiro, os portugueses enfrentaram muitas batalhas e a sua
expulsão definitiva deu origem a fundação da atual cidade do Rio de Janeiro.

França Equinocial

Entre os anos de 1612 a 1615, tentaram se fixar na região onte atualmente é o Maranhão. A origem
do nome se relacionada a localização do território, que se encontra próximo da linha do Equador, antes era
denominada de linha Equinocial. O principal intererre na região ere exploração das riquezas como as drogas
do sertão (especiarias) e a cana-de-açúcar.

União Ibérica

A crise que gerou a união das duas coroas começa em 1578, o jovem rei D. Sebastião aventurou-se em
uma batalha na região de Alcácer-Quibir no Marrocos contra os árabes, além de seu entusiasmo cruzadístico
o rei tinha interesses em reabrir rotas comerciais no norte da África. Porém o rei desaparece em combate,

1
História

deixando o trono vago, já que este não deixara herdeiros, a figura de Dom Sebastião virou um símbolo de
esperança, sendo que muitos súditos ainda acreditavam na volta do rei para enfim governar novamente, há
relatos de pessoas entrevistadas pela inquisição que diziam ter sonhado com o monarca e Antônio
Conselheiro lide do Arraial de Canudos era um adepto do Sebastianismo.
Assim o Cardeal D. Henrique, seu tio avô, assume o trono lusitano. No entanto a dinastia de Avis estava
com os dias contados já que D. Henrique não poderia deixar herdeiros, este vem a falecer em 1580 e
novamente a o trono em Lisboa fica vazio e o pior temor dos portugueses vem a tona, Filipe II rei da Espanha
assumiu o trono sob a ameaça de uma invasão militar espanhola, Filipe era neto de D. Manoel I e o mais
próximo na linha sucessória.
O monarca espanhol viu em Portugal a recuperação dos cofres do estado acessando o mercado de
escravos que era controlado pelos portugueses já que estes tinham possessões na costa atlântica da África,
além do aumento do domínio colonial na América já que agora as coroas se uniram. O rei mesmo que
impopular foi aceito pelos nobres e burgueses de Portugal já que o monarca não tardou em assinar o Tratado
de Tomar em 1581, dando exclusividade para navios portugueses no comércio com as colônias e mantendo
as autoridades metropolitanas e coloniais do estado português.
Em 1640 os portugueses retomam o seu domínio político sobre Portugal com o período conhecido
como a Restauração, onde sobem ao poder os Bragança que expulsam a presença Espanhola da metrópole
e da colônia. A restauração surge depois de Portugal se aliar com a República das Províncias Unidas (Países
Baixos) para terminar com a União. Assim os portugueses retomam o poder com o rei D. João IV.

Brasil Holandês

Com a União Ibérica Portugal vira alvo dos inimigos da Espanha também, assim como suas colônias, o
Brasil no período da união vivia o auge da economia açucareira com o principal polo econômico no Nordeste.
Logo os Países Baixos lançam os olhos sob essa região da colônia a fim de reaver o comércio açucareiro
entre Holanda e Portugal. O que fora proibido por Felipe II.
Assim em 1624 os holandeses mandam uma expedição que captura Salvador por um ano, mas Jacob
Wilekens e seus 1500 homens são expulsos pelos espanhóis no ano seguinte. Mesmo derrotados o ímpeto
dos holandeses não cessa, e estes invadem em 1630 a cidade de Olinda, os invasores seguem em direção ao
interior e dominam a capitania de Pernambuco retomando o comércio açucareiro depois de uma forte
resistência luso-brasileira.
Depois de estabelecidos os holandeses instalam um governo no local, seu líder era o Conde Maurício
de Nassau, este reestrutura a colônia depois da guerra, remontando engenhos destruídos e liberando crédito
a senhores luso brasileiros, principalmente de Olinda. Além disso Nassau inovou a fabricação do açúcar,
modernizou a cidade com diversas construções (inclusive um observatório astronômico e um zoológico)
também incentivou a vinda de diversos botânicos e artistas para a colônia.
O fim da dominação holandesa veio depois das relações entre os dois países ir por agua abaixo,
Portugal e Holanda que acabaram juntos com a dominação espanhola agora disputavam as terras em
Pernambuco, em 1654 os portugueses conseguem reaver a região com a ajuda dos ingleses, no entanto o
açúcar começa a perder a importância na Europa gerando uma crise nesse ramo da economia colonial.

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2
História

Exercícios

Foram, respectivamente, fatores importantes na ocupação holandesa no Nordeste do Brasil e na sua


posterior expulsão:
a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os desentendimentos entre Maurício de
Nassau e a Companhia das Índias Ocidentais.
b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o endividamento dos senhores de engenho
com a Companhia das Índias Ocidentais.
c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência e não aceitação do domínio
estrangeiro pela população.
d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial e o fim da dominação espanhola em
Portugal.
e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a mudança de interesses da Companhia das
Índias Ocidentais.

Sobre a presença francesa na baía de Guanabara (1557-1560), podemos dizer que foi:
a) apoiada por armadores franceses católicos que procuravam estabelecer no Brasil a agroindústria
açucareira.
b) um desdobramento da política francesa de luta pela liberdade nos mares e assentou-se numa
exploração econômica do tipo da feitoria comercial.
c) um protesto organizado pelos nobres franceses huguenotes, descontentes com a Reforma
Católica implementada pelo Concílio de Trento.
d) uma alternativa de colonização muito mais avançada do que a portuguesa, porque os huguenotes
que para cá vieram eram burgueses ricos.
e) parte de uma política econômica francesa levada a cabo pelo Estado com intuito de criar
companhias de comércio.

Leia o texto.
"Nassau chegou em 1637 e partiu em 1644, deixando a marca do administrador. Seu período é o mais
brilhante de presença estrangeira. Nassau renovou a administração (...) Foi relativamente tolerante com
os católicos, permitindo-lhes o livre exercício do culto. Como também com os judeus (depois dele não
houve a mesma tolerância, nem com os católicos e nem com os judeus - fato estranhável, pois a
Companhia das Índias contava muito com eles, como acionistas ou em postos eminentes). Pensou no
povo, dando-lhe diversões, melhorando as condições do porto e do núcleo urbano (...), fazendo museus
de arte, parques botânicos e zoológicos, observatórios astronômicos"
Francisco lglésias

3
História

Esse texto refere-se


a) à chegada e instalação dos puritanos ingleses na Nova Inglaterra, em busca de liberdade religiosa.
b) à invasão holandesa no Brasil, no período de União lbérica, e à fundação da Nova Holanda no
nordeste açucareiro.
c) às invasões francesas no litoral fluminense e à instalação de uma sociedade cosmopolita no Rio
de Janeiro.
d) ao domínio flamengo nas Antilhas e à criação de uma sociedade moderna, influenciada pelo
Renascimento.
e) ao estabelecimento dos sefardins, expulsos na Guerra da Reconquista lbérica, nos Países Baixos
e à fundação da Companhia das Índias Ocidentais.

Acerca da presença dos holandeses no Brasil, durante o período colonial, assinale a alternativa correta.
a) Garantiram a manutenção do direito e liberdade de culto, tabelaram os juros e financiaram
plantações.
b) Perseguiram judeus e católicos através do Tribunal do Santo Ofício.
c) Aceleraram o processo de unificação política entre Espanha e Portugal.
d) Criaram, no Brasil, instituições de crédito, financiando a industrialização contra os interesses
ingleses.
e) Visavam à ocupação pacífica do Nordeste

Entre as causas da ocupação holandesa em Pernambuco, pode-se destacar:


a) o interesse no tráfico negreiro;
b) a participação das companhias de comércio na exportação de algodão;
c) a participação holandesa na indústria açucareira e a União Ibérica;
d) a ausência dos jesuítas em Pernambuco;
e) a necessidade de uma colônia protestante.

As tentativas francesas de estabelecimento definitivo no Brasil ocorreram entre a segunda metade do


século XVI e a primeira metade do século XVII. As regiões que estiveram sob ocupação francesa foram:
a) Rio de Janeiro (França Antártica) e Pernambuco (França Equinocial);
b) Pernambuco (França Antártica) e Santa Catarina (França Equinocial);
c) Bahia (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica);
d) Maranhão (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica);
e) Espírito Santo (França Equinocial) e Rio de Janeiro (França Antártica).

No século XVII, as invasões do nordeste brasileiro pelos holandeses estavam relacionadas às


mudanças do equilíbrio comercial entre os países europeus porque:
a) a Holanda apoiava a união das monarquias ibéricas.
b) a aproximação entre Portugal e Holanda era uma forma de os lusos se liberarem da dependência
inglesa.
c) as Companhias das Índias Orientais e Ocidentais monopolizavam o escambo do pau-brasil.
d) os holandeses tinham grandes interesses no comércio do açúcar.
e) Portugal era tradicionalmente rival dos holandeses nas guerras europeias.

4
História

Durante a união ibérica, Portugal foi envolvido em sérios conflitos com outras nações europeias. Tais
fatos trouxeram como consequências para o Brasil Colônia:
a) as invasões holandesas no nordeste e o declínio da economia açucareira após a expulsão dos
invasores.
b) o fortalecimento político e militar de Portugal e colônias, devido ao apoio espanhol.
c) a redução do território colonial e o fracasso da expansão bandeirante para além de Tordesilhas.
d) a total transformação das estruturas administrativas e a extinção das Câmaras Municipais.
e) o crescimento do mercado exportador em virtude da paz internacional e das alianças entre
Espanha, Holanda e Inglaterra

"São os portugueses que antes de quaisquer outros se ocuparão do assunto. Os espanhóis, embora
tivessem concorrido com eles nas primeiras viagens de exploração, abandonarão o campo em respeito
ao Tratado de Tordesilhas (1494) e à bula papal que dividira o mundo a se descobrir por linhas
imaginárias entre as coroas portuguesa e espanhola. O litoral brasileiro ficava na parte lusitana, e os
espanhóis respeitavam seus direitos. O mesmo não se deu com os franceses, cujo rei (Francisco I)
afirmaria desconhecer a cláusula do testamento de Adão que reservava o mundo unicamente a
portugueses e espanhóis. Assim eles virão também, e a concorrência só resolveria pelas armas".
PRADO Jr, Caio. HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL. São Paulo, Brasiliense, 1967.

Segundo o texto, é correto afirmar que

a) espanhóis e portugueses resolveriam a posse das terras da América pela força das armas.
b) a concorrência entre Portugal e Espanha serviu de pretexto para que o rei da França reservasse a
si o direito de atacar a Península Ibérica e resolver o impasse pela força das armas.
c) os franceses não reconheceram o Tratado de Tordesilhas e, por isso, não respeitaram a posse de
terras pertencentes a Portugal ou Espanha.
d) lançando mão da "cláusula de Adão", o rei da França fundamentava a tese de que o Papa tinha
todo o direito de dispor do mundo, uma vez que era descendente direto de Adão.
e) para os franceses, os espanhóis não respeitavam o litoral brasileiro e assolavam-no
constantemente porque não reconheciam, em nenhum documento, que Portugal detinha a posse
das terras brasileiras.

Entre as mudanças ocorridas no Brasil Colônia durante a União Ibérica (1580 - 1640), destacam-se
a) A introdução do tráfico negreiro, a invasão dos holandeses no Nordeste e o início da produção de
tabaco no recôncavo Baiano.
b) A expansão da economia açucareira no Nordeste, o estreitamento das relações com a Inglaterra
e a expulsão dos jesuítas.
c) A incorporação do Extremo-Sul, o início da exploração do ouro em Minas Gerais e a reordenação
administrativa do território.
d) A expulsão dos holandeses do Nordeste, a intensificação da escravização indígena e a introdução
das companhias de comércio monopolistas.
e) A expansão da ocupação interna pela pecuária, a expulsão dos franceses e o incremento do
bandeirismo.

5
História

Gabarito

1. B
Uma das políticas dos Holandeses em Pernambuco foi o financiamento aos senhores de engenho, afim
de conseguir apoio dos mesmos e fomentar a economia. Após a expulsão dos Holandeses, verificamos
a crise da aconomia açucareira, já que eles passaram a produzir açucar nas Antilhas.

2. B
O estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, a partir do ano de 1555, ficou conhecido como
“França Antártica” e fazia parte do processo de busca por matérias-primas e interposição marítimo-
comercial da França à época.

3. B
As invansões holandesas ao nordeste estão diretamente relacionados a União Ibérica, e as restrições do
rei espanhol às alianças comerciais entre holandeses e lusos.

4. A
O respeito a liberdade de culto relaciona-se a difusão do protestantismo na Holanda, além disso era
necessário a reconstrução dos engenhos depois das guerras.

5. C
A invasão teve a forte motivação da Holanda recuperar o comércio de açúcar entre a colônia e os Países
Baixos.

6. D
A tentativa de construção da França Antártica ocorreu no ano de 1555, quando a região da Baía de
Guanabara (no atual estado do Rio de Janeiro) foi invadida pelos franceses, ação liderada pelo almirante
Nicolau Villegaignon. Os franceses só foram expulsos dessa região pelos portugueses em 1567, no
Governo-Geral de Mem de Sá. Já a chamada França Equinocial foi fundada no litoral do atual estado do
Maranhão em 1612. Foi a segunda tentativa dos franceses de se estabeleceram no Brasil, dessa vez sob
a liderança de Daniel de La Touche. Os franceses só foram expulsos do Maranhão em 1615.

7. D
A proibição do comércio de açúcar com os holandeses, a partir da União Ibérica, foi um golpe na rede
comercial neerlandesa, deste modo, a invasão foi o caminho encontrado para recuperar as antigas rotas.

8. A
A invasão holandesa esteve diretamente ligada a União Ibérica, que impôs restrições as relações
comerciais com a Holanda.

9. C
De forma geral, os países que não participaram da divisão estipulada pelo Tratado de Tordesillhas não
respeitaram as suas determinações, o que pode ser percebido pelas diversas “invasões” aos terrirórios
considerados pertencentes a Portugal ou a Espanha.

10. E
União Ibérica reforçou as ações coloniais que promoveram a interiorização do nosso território. Sob esse
aspecto, destacamos a grande contribuição dada pelo bandeirantismo e o desenvolvimento da atividade
pecuarista. Paralelamente, destacamos o processo de expulsão dos colonos franceses que tentaram
invadir as terras brasileiras na região do Rio de Janeiro.

6
História

História da escravidão: Conceitos e Perspectivas

Resumo

A Escravidão Antiga e Africana

A prática escravista acompanha o homem desde a formação dos primeiros estados praticamente,
vários motivos compunham as justificativas para a escravização dos seres humanos, poderia ser por uma
captura de guerra ou por dívida como na cultura greco-romana, como punição por crimes como em diversos
países ocidentais ou por ser de povos inimigos ou de serem considerados de uma cultura inferior.
Nem sempre as nações que se utilizavam da escravidão dependiam unicamente dela, no Antigo Egito
os faraós se utilizavam da mão de obra escrava nas guerras, como reforço do exército e para serviços
domésticos. As obras públicas como as esfinges eram feitas pelos agricultores em dias específicos de
trabalhos para o faraó. Nas cidades estados gregas a escravidão era usada em diversos setores, mas como
no Egito não era a principal fonte de mão de obra o que era diferente no império romano que era uma
sociedade escravista tendo uma economia baseada na atividade com uma enorme rede de comércio de
escravos no império.
Vemos que as culturas tinham diferentes modos e justificativas e modos sobre a escravidão, logo as
não podemos associar a escravidão a uma determinada etnia ou continente já que a maioria dos países e
povos se utilizavam dessa prática de modo suplementar ou principal da mão de obra.
A escravidão durante muitíssimos anos não teve um alvo étnico ou local específico, no entanto no
período da colonização das Américas a escravidão passou a ter um fundo étnico racial, com a justifica
religiosa de uma maldição jogada aos filhos de Caim que haviam fugido para a região do continente africano
os europeus os portugueses aproveitaram-se da atividade escravista já existente no continente e montaram
um enorme mercado baseado nessa horrenda atividade.
A escravidão na África não era explorada de uma forma mercantil, sendo a maioria dos escravos
captura de guerra estes eram usados em diversas funções, a preferência era por mulheres já que estas
podiam gerar filhos (que muitas vezes eram livres) e eram mãos a mais na agricultura. A escravidão não
necessariamente conferia aos escravos uma posição subalterna ou de maus tratos, alguns povos admitiam
os escravos como funcionários públicos tendo casos de escravas que geraram herdeiros que comandaram
diversas nações.
O tráfico de escravos na África foi amplamente explorado pelos Árabes principalmente depois do
século VII, depois da conquista do Magreb e do Leste Africano, no entanto não somente os africanos eram
comercializados, mas pessoas de outras áreas como a Espanha (sob domínio árabe), Rússia, Oriente Médio
e Índia. Os árabes vendiam estas pessoas na Península Arábica e na China. O aumento do comércio árabe de
pessoas fez aumentar os reinos e povos que viviam da captura de escravos como o Reino Mali, Reino de Gana,
do Congo e as cidades Suaílis e Iorubas.

1
História

A Escravidão Moderna

Depois da conquista de Ceuta pelos portugueses no século XV, os europeus entraram na grande rede
de comércio de escravos que até o século XIX forçou a migração de aproximadamente 100 milhões de
pessoas para alimentar a necessidade de mão de obra nas recém descobertas colônias americanas, a
justificativa dos portugueses eram que os habitantes de Ceuta eram infiéis inimigos da fé católica e
prisioneiros de guerra.
Desde essa conquista começamos a perceber uma rede de comércio humano em todo o oceano
atlântico, praticamente todas as nações europeias se utilizavam de escravos. Os portugueses utilizavam
amplamente esse modelo de mão-de obra, os espanhóis se utilizavam como mão de obra complementar nas
colônias da américa do sul mas devido ao extermínio dos povos nativos do caribe insular a mão de obra
escrava foi amplamente utilizada em Cuba, Jamaica e Santo Domingo. Os ingleses por sua vez se utilizavam
de escravos somente no sul do atual Estados Unidos, ainda sim praticamente todos os seres humanos eram
comercializados por navios portugueses, já que estes detinham colônias em toda a costa do atlântico
africano.
Esse comércio dependia muito das guerras internas entre os povos africanos que dependiam dessa
atividade como o Reino do Congo, onde seu chefe o Manicongo Nzinga Kuvu fez aliança com o navegador
Diogo Cão, que trocava escravos de guerra por técnicas de navegação e armas de fogo. O Manicongo até
mesmo se converteu ao cristianismo, passando a se chamar Dom João no fim do século XVI. Os principais
locais de negociação eram o Congo e o Andongo qual os portugueses chamavam de Angola.

A Escravidão Indígena

Mesmo com o comércio de escravos sendo forte na parte insular do império português como Cabo
Verde, os primeiros povos a serem escravizados no Brasil foram os povos nativos. Estes eram capturados
principalmente em São Paulo pelos bandeirantes que se embrenhavam pelo interior brasileiro em busca de
nativos para o trabalho na plantação de cana de açúcar e no fabrico do açúcar.
No entanto a divisão sexual do trabalho indígena (homens com funções militares e de caça e as
mulheres na agricultura) atrapalhou a empreitada dos portugueses, além disso os constantes ataques aos
portugueses por causa da atividade e a alta taxa de mortalidade pelo contato com as doenças portuguesas
fez com que os portugueses desistissem do uso de indígenas. Porém foi o crescimento do comércio de
escravos africanos e a pressão da igreja contra a escravidão dos indígenas que fez a atividade ser proibida
no século XVIII, ainda sim encontramos documentos de herança do século XIX que passavam a propriedade
de indígenas entre os herdeiros.

A vida do Africano na América Portuguesa

Desde a adoção da mão de obra escrava, ela se mostrou fundamental às principais atividades
econômicas desenvolvidas na América Portuguesa, como na empresa açucareira nordestina e na extração de
metais preciosos em Minas Gerais. Entretanto, o trabalho escravo não se fazia presente somente nessas
atividades. As casas das famílias coloniais possuíam os “escravos domésticos”. Havia ainda os “escravos
tigres”, cujas obrigações eram de extrema importância em tempos de precário saneamento básico: deveriam
levar tonéis cheios de fezes das casas ao local de despejo mais próximo.
Alguns escravos, além disso, detinham a confiança de seus senhores. Alguns, inclusive, eram
escolhidos para comercializarem seus produtos em lugares distantes do cativeiro. Conhecidos como
“escravos de ganho”, circulavam pelas cidades e em outros centros de comércio, exemplificando o relevante
grau de autonomia que alguns escravos possuíam. Esses escravos eram mais comuns nas regiões
mineradoras, devido a diversificação da economia.

2
História

É preciso lembrar, além disso, que esses indivíduos sofriam com o pesado cotidiano de trabalho, o
controle sobre suas vidas e os constantes castigos corporais. Em primeiro lugar, eles enfrentavam o
transporte da África para a colônia nos porões dos navios negreiros, onde muitos morriam antes de chegar
ao destino final. Após serem vendidos como mercadoria, eram obrigados a trabalhar, recebendo uma
alimentação de péssima qualidade e vivendo as senzalas, locais escuros, úmidos e com pouca higiene,
adaptado apenas para evitar fugas. Alguns estudos apontam que a expectativa de vida dos escravos, ao
nascer, variava em torno de 19 anos e que sua “vida útil” de trabalho era de cerca de 9 anos.

A Resistência

A resistência contra a escravidão no Brasil é digna de citação, sua organização e defesa eram
extraordinárias, os quilombos eram as comunidades negras localizadas no interior brasileiro onde os negros
encontravam refúgios longe do trabalhos forçados para praticar sua cultura e religião, ao contrário do que
muitos pensam, os quilombos tinham uma certa tolerância dos colonos brancos, que muitas vezes
comercializavam com essas comunidades os quilombos abrigavam também alguns fugitivos criminais
brancos, no entanto a tolerância acabava quando estas cresciam demais ou começavam a roubar viajantes
nas estradas da colônia.

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3
História

Exercícios

Nos últimos anos, estudos acerca da escravidão têm revelado uma sociedade onde os negros, mesmo
submetidos a condições subumanas, foram sujeitos de sua própria história.

Sobre a atitude rebelde dos cativos, assegura-se que:


a) Tarefas malfeitas e incompletas atestavam a veracidade dos argumentos sobre a ignorância dos
escravos, o que impossibilitava a organização de movimentos rebeldes.
b) A vigilância e fiscalização do feitor impediam a rebeldia, restringindo as alternativas de
contestação à fuga e ao suicídio.
c) As revoltas raramente ocorriam, pois, considerados mercadorias, os escravos se reconheciam
como coisas e não como humanos.
d) A rebeldia negra apoiou-se, sobretudo, na manutenção, por parte dos cativos, de seus valores
culturais.
e) O levante dos malês, em 1835, tinha forte conteúdo étnico, o que explica a excepcionalidade desse
motim ocorrido na Bahia.

“Ao fim e ao cabo, a introdução de africanos, acoplada ao embargo ao cativeiro indígena, permite que
a metrópole portuguesa comande – durante certo tempo – as operações situadas a montante e a
jusante do processo produtivo americano: os colonos devem recorrer à Metrópole para exportar suas
mercadorias, mas também para importar seus fatores de produção, isto é, os africanos”.
ALENCASTRO Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes. São Paulo, Cia das Letras, 2000, p. 28.

A partir da leitura do texto acima, pode-se afirmar que o processo de colonização português foi
marcado:
a) Pela ênfase no capital mercantil voltado para o mercado europeu e pela dependência do trabalho
fabril da mão-de-obra escrava.
b) Por um esforço de ocupação das faixas litorâneas e pelo incentivo à formação de pequenas
propriedades.
c) Pela evangelização e consequente domesticação das populações indígenas e pelo estímulo ao
mercado interno.
d) Por uma declarada opção pela força de trabalho do negro africano e por uma economia de
subsistência.
e) Pelo caráter comercial organizado com base na grande propriedade monocultora escravista e pela
importância do tráfico africano.

4
História

“Desde logo salientamos a doçura nas relações de senhores com escravos domésticos, talvez maiores
no Brasil do que em qualquer outra parte da América.”
FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1963, p.393.

Diferentemente do texto acima, a historiografia brasileira confirma que os escravos negros não foram
totalmente passivos frente ao regime que os oprimia. Durante o período escravista brasileiro, uma das
formas de resistência foi:
a) a migração clandestina rumo à África
b) a adoção da fé islâmica pelos escravos paulistas
c) o surgimento de religiões com bases sincréticas
d) a inexistência de uniões afetivas de caráter estável
e) o aparecimento de rebeliões como a ‘Revolta da Chibata’

O pau-brasil só poderia ser retirado de nossas matas se houvesse uma autorização preliminar da Coroa
Portuguesa e o acerto das taxas era estipulado por esta. O primeiro a usufruir dessa concessão, em
1501, foi Fernando de Noronha, o qual tinha como sócios vários comerciantes judeus, que porém, em
troca desta permissão, tinham por obrigação enviar embarcações à nova terra, encontrar pelo menos
trezentas léguas de costa, pagar uma quantia pré-estipulada à Coroa e também edificar e conservar as
fortificações, mantendo assim a segurança do novo território tão almejado pelos invasores.
Disponível em: http://www.infoescola.com. Acesso em: 9 dez. 2013 (adaptado).

A exploração do pau-brasil era realizada


a) pelos indígenas, que conduziam as toras até o litoral para trocá-las por objetos do colonizador.
b) por mão de obra livre europeia, com auxílio de africanos escravizados.
c) por africanos escravizados trazidos das ilhas portuguesas da Madeira e Açores.
d) pelos nativos, que trocavam a madeira por ouro e armas de fogo.
e) pelos próprios portugueses, que se aventuravam pela mata em busca da madeir

As razões que fizeram com que no Brasil colonial e mesmo durante o império a escravidão africana
predominasse em lugar da escravidão dos povos indígenas podem ser atribuídas a (à):

a) setores da Igreja e da Coroa que se opunham à escravização indígena; fugas, epidemias e legislação
antiescravista indígena que a tornaram menos atraente e lucrativa.

b) religião dos povos indígenas, que proibia o trabalho escravo. Preferiam morrer a ter que se se
submeterem às agruras da escravidão que lhes era imposta nos engenhos de açúcar ou mesmo em
outros trabalhos.

c) reação dos povos indígenas, que, por serem bastante organizados e unidos, toda vez que se tentou
capturá-los, eles encontravam alguma forma de escapar ao cerco dos portugueses.

d) ausência de comunicação entre os portugueses e os povos indígenas e à dificuldade de acesso ao


interior do continente, face ao pouco conhecimento que se tinha do território e das línguas indígenas.

e) um enorme preconceito que existia do europeu em relação ao indígena, e não em relação ao africano,
o que dificultava enormemente o aproveitamento do indígena em qualquer atividade.

5
História

Chegança

Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianonâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancararu,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.

Eu atraquei num porto muito seguro,


Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para se sonhar.

Mas de repente me acordei com a surpresa:


Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
De grande-nau, Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: "vão me acabar".
Levantei-me de Borduna já na mão.
Ai, senti no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A; e FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.

A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de


poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito
a) da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos
no período anterior ao início da colonização brasileira.
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram
economicamente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras
impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre colonos,
ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações de
troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.

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História

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas
mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas
vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo
furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagens pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997
(adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da
identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre
portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a
a) preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação
da terra.
b) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra
para colonizar a nova terra.
d) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia
amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis
portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.

Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios
africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico,
estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os
africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre
si de elos culturais mais profundos.
SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP. n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 – Adaptado.

Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência
da escravidão no Brasil tornou possível a
a) formação de uma identidade cultural afrobrasileira.
b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias.
c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.
e) resistência à incorporação de elementos culturais indígenas.

7
História

Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes,
marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao
Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas
do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.
Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR, R.
Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).

Originária dos tempos coloniais, as festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um processo de
a) exclusão social.
b) imposição religiosa.
c) acomodação política.
d) supressão simbólica.
e) ressignificação cultural.

A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural:
seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado
nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se
quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS: Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o
candomblé, deve considerar que elas
a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
b) perderam a relação com o seu passado histórico.
c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira.
d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

8
História

Gabarito

1. D
A estratégia de resistência dos cativos contra os portugueses era de manutenção dos costumes, mesmo
depois da catequização imposta pelos europeus.

2. E
O tráfico de escravos foi uma atividades extremamente lucrativa para os comerciantes portugueses,
sendo este tipo de mão-de-obra a base da economia colonial.

3. C
O sincretismo foi uma das consequências do contato (embora desigual) de diversas culturas no território
colonial, além de ser um caminho para a sobrevivência de aspecto da cultural africana em diáspora.

4. A
A primeira forma de exploração empregada no território colonial foi o trabalho indígena.

5. A
Somado a isso, o tráfico de africanos se tornava uma atividade cada vez mais lucrativa.

6. E
É sabido que o “encontro” não pode ser caracterizado como amistoso e igualitário, uma vez que se
estabeleceu uma relação de dominação.

7. B
As descrições do trecho apresentam uma postura eurocêntrica, atribuíndo um juízo de valor negativos às
particularidades culturais dos nativos.

8. A
Tal particularidade foi possibilitada pelo contato de diversas culturas.

9. E
O Congado ou festa da Coroação do Rei do Congo é uma manifestação cultural que existe desde o período
colonial em várias partes do Brasil. Tal festa tinha uma grande participação de escravos que faziam uma
representação dos reinos existentes na África sincretizados com cultos religiosos católicos europeus. A
congada contribuía para uma ressignificação cultural de tradições africanas, ou seja, misturavam-na a
tradições europeias para serem melhores aceitas na sociedade branca escravista.

10. C
A cultura brasileira é historicamente resultado da mistura de diversas culturas, a indígena, europeia e a
africana. Deste modo, ao tentar recuperar a cultural africana, como por exemplo, a capoeira e candomblé,
devem levar em conta o sincretismo característico da cultura brasileira, ou seja, sua interação histórica.

9
Literatura

Quinhentismo

Resumo

No século XVI, momento histórico marcado pelas grandes navegações, os portugueses navegavam em busca
de novas terras e acordos comerciais. Em 1500, com o intuito de encontrar o caminho das Índias, os
navegantes acabaram avistando as terras brasileiras e, desde então, iniciou-se um grande processo
colonizador ao território encontrado e aos índios que ali habitavam.

O quinhentismo
O período quinhentista é marcado pelo início do processo de colonização no Brasil. Não se trata de uma
corrente literária, pois sua contribuição é muito mais histórica e informativa sobre aquele momento, uma vez
que é caracterizada pelo choque cultural entre índios e europeus: os primeiros contatos, as relações de troca,
a linguagem, a diferença entre os valores e hábitos e, também, a exploração indígena. Além disso, devido as
cartas de Pero Vaz de Caminha, escrivão português, tivemos acesso às informações e relatos daquele
período, tais como a descrição climática e geográfica. Contudo, essas manifestações propiciaram condições
para as futuras produções literárias do Brasil colonial e fomentaram na criação de uma escrita artística
voltada ao ambiente, ao homem e à formação cultural do país.

A literatura informativa
Também chamada de literatura da informação, é conhecida pelos relatos e descrições do território brasileiro
durante os primeiros anos no processo de colonização brasileira. Os textos tinham o intuito de informar aos
governantes de Portugal sobre o território explorado sobre os interesses comerciais: exploração de matéria-
prima, área favorável para a implementação de colônias, a abundância de minérios, a grandiosidade da fauna,
o contato com os indígenas, entre outros.
Leia, abaixo, um trecho da carta do escrivão Pero Vaz de Caminha, enviada à corte Portuguesa, pouco tempo
após a descoberta das terras brasileiras:

"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas
e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto. (...) Eles porém contudo andam
muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias
monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão
limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser."

1
Literatura

A literatura Jesuítica
A literatura jesuítica ou também intitulada como literatura de catequese surgiu com a chegada dos jesuítas
ao Brasil-Colônia. Os jesuítas vieram à terra tupiniquim para catequizar os índios e, segundo a ideologia cristã,
era uma maneira de livrá-los de seus “pecados” e conhecer a Deus, além de conquistar novos fiéis e, assim,
expandir o catolicismo. Os principais nomes da literatura informativa são José de Anchieta, Manuel da
Nóbrega e Fernão Cardim. É importante dizer, ainda, que os colonizadores ficaram insatisfeitos com a atuação
dos jesuítas, visto que os índios eram usados como mão de obra escrava para a extração da árvore Pau Brasil
e, sendo influenciados pelo catolicismo, muitos acabavam sendo protegidos pelos jesuítas para outros fins.

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2
Literatura

Exercícios

1. TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me
que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e
flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

TEXTO II

O descobrimento do Brasil, Cândido Portinari. Óleo sobre tela, 1956. Disponível em:
http://www.portinari.org.br/#/acervo/obra/2551.

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

3
Literatura

2. TEXTO I
José de Anchieta fazia parte da Companhia de Jesus, veio ao Brasil aos 19 anos para catequizar a
população das primeiras cidades brasileiras e, como instrumento de trabalho, escreveu manuais,
poemas e peças teatrais.

TEXTO II
Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo ano árvore nem erva seca.
Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de espécies. Muitos dão
bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedades
e em seu canto não dão vantagem aos rouxinóis, pintassilgos, colorinos e canários de Portugal e fazem
uma harmonia quando um homem vai por este caminho, que é para louvar o Senhor, e os bosques são
tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muito abaixo.
ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões do Padre Joseph de Anchieta. Rio de Janeiro:
S.J., 1933, 430-31 p.

A leitura dos textos revela a preocupação de Anchieta com a exaltação da religiosidade. No texto 2, o
autor exalta ainda, a beleza natural do Brasil por meio:
a) Do emprego de primeira pessoa para narrar a história de pássaros e bosques brasileiros,
comparando-os aos de Portugal.
b) Da adoção de procedimentos típicos do discurso argumentativo para defender a beleza dos
pássaros e bosques de Portugal.
c) Da descrição de elementos que valorizam o aspecto natural dos bosques brasileiros, a diversidade
e a beleza dos pássaros do Brasil.
d) Do uso de indicações cênicas do gênero dramático para colocar em evidência a frescura dos
bosques brasileiros e a beleza dos rouxinóis.
e) Do uso tanto de características da narração quanto do discurso argumentativo para convencer o
leitor da superioridade de Portugal em relação ao Brasil.

3. “Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...)
mui bem lavada. Isto, porque creem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e
descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma
choça de palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer
vão descansar a um bom lugar. (...) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão-lhe a comer do que
têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos.”
Padre Manuel da Nóbrega.
O texto, escrito no Brasil colonial:

a) Pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico literária brasileira, cujo objetivo


principal era apresentar à metrópole as características da colônia recém descoberta.
b) Já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os
românticos brasileiros tiveram do indígena.
c) É exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os
dados de uma realidade objetiva.
d) É exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom
selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII.
e) Insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas
com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros.

4
Literatura

4. A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”, foi
o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela encontramos o primeiro
registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha. Podemos inferir,
então, a seguinte intenção dos portugueses:
a) objetivavam o resgate de valores e conceitos sociais brasileiros.
b) buscavam descobrir, através da arte, a história da terra recém-descoberta.
c) estavam empenhados em conhecer um pouco mais sobre a arte brasileira.
d) firmar um pacto de cordialidade com os nativos da terra descoberta.
e) explorar a tão promissora nova terra.

5. "Esta virtude estrangeira


me irrita sobremaneira.
Quem a teria trazido
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira?
Quem é forte como eu?
Como eu, conceituado?
Sou diabo bem assado,
Boa medida é beber
cauim até vomitar.
Que bom costume é bailar!
Adornar-se, andar pintado,
tingir penas, empenado
fumar e curandeirar
andar de negro pintado".
Auto de São Lourenço, José de Anchieta.

Nestes versos aparecem características da produção poética de José de Anchieta, exceto:


a) versos curtos de tradição popular;
b) preocupação catequética;
c) linguagem direta;
d) tensão e elaboração artística renascentista;
e) conflito entre o bem e o mal.

6. Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições
encontradas no Novo Mundo.

5
Literatura

7. Define-se a Literatura Informativa no Brasil como


a) as obras que visavam a tornar mais acessíveis aos indígenas os dogmas do cristianismo.
b) a prova de que os autores brasileiros tinham em mente emancipar-se da influência européia.
c) reflexo de traços do espírito expansionista da época colonial.
d) a prova do sentimento de religiosidade que caracterizou os primeiros habitantes da nova terra
descoberta.
e) a descrição dos hábitos de nomadismo predominantes entre os índios.

8. A Carta de Pero Vaz de Caminha:


a) relata o primeiro contato dos portugueses com populações não europeias.
b) expõe a atitude compreensiva dos portugueses diante da barbárie dos índios.
c) descreve as habitações indígenas, a organização social tribal e os mecanismos de comando dela.
d) revela a extensão e fertilidade da terra, seus produtos naturais como ouro, prata e especiarias.
e) mostra o indígena brasileiro alternadamente como selvagem e como inocente.

9. Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:


Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110

Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em
procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como
produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se
convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças
rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os
requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de
quem querem libertar-se tão logo seja possível.

6
Literatura

10.

ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666)

“A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas
vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.”
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que:

a) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do


movimento romântico das artes plásticas.
b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que
sofreriam processo colonizador.
d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto
da catequização jesuítica.

7
Literatura

Gabarito

1. C
Comentário: A carta é um documento que mostra, a partir da perspectiva do colonizador, como foi a
recepção pelos nativos. Por sua vez, a pintura coloca em primeiro plano a perspectiva dos nativos ao se
depararem com as embarcações portuguesas chegando.

2. C
Comentário: José de Anchieta descreve, subjetivamente, a natureza do Brasil, de maneira idealizada.
Para isso, compara elementos do Brasil aos de Portugal, enaltecendo-os em relação aos europeus.

3. A
Comentário: A principal função da literatura quinhentista era reportar à metrópole informações sobre a
exploração da nova terra. Dessa forma, os relatos são classificados como históricos.

4. E
Comentário: Pero Vaz de Caminha, após analisar as especificidades da terra, demonstra sua
preocupação com a utilidade dessa descoberta para Portugal, explicitando, dessa forma, os objetivos
dos portugueses para a terra recém descoberta.

5. D
Comentário: “Tensão e elaboração artística renascentista” não eram características da literatura colonial,
que visava, principalmente, a relatar informações sobre a terra explorada e catequisar os nativos.

6. C
Comentário: Os relatos de viagem e a literatura jesuítica dominaram a produção literária colonial, já que
o Brasil ainda não tinha uma identidade cultural estruturada.

7. C
Comentário: A literatura colonial do período Quinhentista ficou conhecida como Literatura Informativa
no Brasil devido ao fato de relatar os objetivos de colonização e expansão territorial por parte de Portugal
na terra nova.

8. E
Comentário: Ao chegar ao Brasil, Pero Vaz de Caminha escreve sobre o comportamento do povo nativo,
os índios, mostrando-os como selvagens e inocentes.

9. A
Comentário: É possível analisar que o objetivo da Coroa Portuguesa e da Companhia de Jesus em relação
ao povo nativo do Brasil estava dando certo, pois os versos “Dos vícios já desligados,/nos pajés não
crendo mais,/nem suas danças rituais,/nem seus mágicos cuidados” mostram o processo de
aculturamento a que estavam submetidos os índios.

10. C
Comentário: Ambos os textos abordam a questão do índio, que eram os nativos encontrados na América.
A pintura dialoga com o que está escrito na carta de Caminha, representando o índio sem vestimentas,
com seus apetrechos.

8
Matemática

Áreas

Resumo

Toda superfície plana ocupa uma extensão no plano, assim as áreas medem o tamanho da superfície dessas
figuras planas já conhecidas.

Área do quadrado Área do Retângulo Área do Paralelogramo

Área do Losango Área do Trapézio

1
Matemática

Área do Triângulo

Casos Especiais:

Triângulo Retângulo Triângulo Equilátero

Sendo então:

Como vimos em aulas passadas, as áreas medem o tamanho da superfície dessas figuras planas já
conhecidas. Mas e se a figura em que se deseja calcular a área não for uma figura plana conhecida?
O que podemos fazer é dividir essa figura em diversas formas conhecidas (quadrados, retângulo,
paralelogramos, triângulos...), calcular cada área e após isso soma-las ou diminuí-las, conforme o caso.

Veja os exemplos:

2
Matemática

Exemplo 1: Calcular a área da figura abaixo:

O primeiro modo que podemos resolver essa questão é da seguinte forma:

Um segundo modo de calcular essa área total seria:

16

𝐴1 − 𝐴2

64 – 16 = 48

3
Matemática

Exemplo 2: Calcular a área da figura abaixo:

Resolvendo, nós temos as seguintes áreas:

4
Matemática

Exercícios

1. Jorge quer instalar aquecedores no seu salão de beleza para melhorar o conforto dos seus clientes no
inverno. Ele estuda a compra de unidades de dois tipos de aquecedores: modelo A, que consome 600
g/h (gramas por hora) de gás propano e cobre 35 m ² de área, ou modelo B, que consome 750 g/h de
gás propano e cobre 45 m² de área. O fabricante indica que o aquecedor deve ser instalado em um
ambiente com área menor do que a da sua cobertura. Jorge vai instalar uma unidade por ambiente e
quer gastar o mínimo possível com gás. A área do salão que deve ser climatizada encontra-se na planta
seguinte (ambientes representados por três retângulos e um trapézio).

Avaliando-se todas as informações, serão necessários


a) quatro unidades do tipo A e nenhuma unidade do tipo B.
b) três unidades do tipo A e uma unidade do tipo B.
c) duas unidades do tipo A e duas unidades do tipo B.
d) uma unidade do tipo A e três unidades do tipo B.
e) nenhuma unidade do tipo A e quatro unidades do tipo B.

2. Em canteiros de obras de construção civil é comum perceber trabalhadores realizando medidas de


comprimento e de ângulos e fazendo demarcações por onde a obra deve começar ou se erguer. Em um
desses canteiros foram feitas algumas marcas no chão plano. Foi possível perceber que, das seis
estacas colocadas, três eram vértices de um triângulo retângulo e as outras três eram os pontos médios
dos lados desse triângulo, foram indicadas por letras.

5
Matemática

A região demarcada pelas estacas A, B, M e N deveria ser calçada com concreto.


Nessas condições, a área a ser calçada corresponde
a) à mesma área do triângulo AMC.
b) à mesma área do triângulo BNC.
c) à metade da área formada pelo triângulo ABC.
d) ao dobro da área do triângulo MNC.
e) ao triplo da área do triângulo MNC.

3. Para confeccionar uma bandeirinha de festa junina, utilizou-se um pedaço de papel com 10 cm de
largura e 15 cm de comprimento, obedecendo-se às instruções abaixo.

1. Dobrar o papel ao meio, para marcar o segmento MN, e abri-lo novamente:

2. Dobrar a ponta do vértice B no segmento AB’, de modo que B coincida com o ponto P do segmento
MN:

3. Desfazer a dobra e recortar o triângulo ABP.

A área construída da bandeirinha APBCD, em cm², é igual a:

a)

b)
c)
d)
e) 1 472.

6
Matemática

4. Um forro retangular de tecido traz em sua etiqueta a informação de que encolherá após a primeira
lavagem, mantendo, entretanto, seu formato. A figura a seguir mostra as medidas originais do forro e
o tamanho do encolhimento (x) no comprimento e (y) na largura. A expressão algébrica que representa
a área do forro após ser lavado é (5 – x) (3 – y).

Nessas condições, a área perdida do forro, após a primeira lavagem, será expressa por:
a) 2xy
b) 15 – 3x
c) 15 – 5y
d) –5y – 3x
e) 5y + 3x – xy

5. A pipa, também conhecida como papagaio ou quadrado, foi introduzida no Brasil pelos colonizadores
portugueses no século XVI. Para montar a pipa, representada na figura, foram utilizados uma vareta de
40 cm de comprimento, duas varetas de 32 cm de comprimento, tesoura, papel de seda, cola e linha.
As varetas são fixadas conforme a figura, formando a estrutura da pipa. A linha é passada em todas
as pontas da estrutura, e o papel é colado de modo que a extremidade menor da estrutura da pipa
fique de fora.

32 cm

Na figura, a superfície sombreada corresponde ao papel de seda que forma o corpo da pipa. A área
dessa superfície sombreada, em centímetros quadrados, é:
a) 576.
b) 704.
c) 832.
d) 1 150.

7
Matemática

6. A figura a seguir representa uma área quadrada, no jardim de uma residência. Nessa área, as regiões
sombreadas são formadas por quatro triângulos cujos lados menores medem 3 m e 4 m, onde será
plantado grama. Na parte branca, será colocado um piso de cerâmica.

O proprietário vai ao comércio comprar esses dois produtos e, perguntado sobre a quantidade de
cada um, responde:
a) 24 m² de grama e 25 m² de cerâmica.
b) 24 m² de grama e 24 m² de cerâmica.
c) 49 m² de grama e 25 m² de cerâmica.
d) 49 m² de grama e 24 m² de cerâmica.

7. De uma placa quadrada de 16cm², foi recortada uma peça conforme indicado na figura. A medida da
área da peça recortada, em centímetros quadrados, é:

a) 4.
b) 5.
c) 6.
d) 7.

8. Marcos comprou a quantidade mínima de piso para colocar em toda a sua sala que tem o formato
abaixo e pagou R$ 48,00 o metro quadrado.

Quanto ele gastou comprando o piso para essa sala?


a) R$ 288,00
b) R$ 672,00
c) R$ 1.152,00
d) R$ 1.440,00
e) R$ 2.304,00

8
Matemática

9. O Tangram é um quebra-cabeça chinês que contém sete peças: um quadrado, um paralelogramo e


cinco triângulos retângulos isósceles. Na figura, o quadrado ABCD é formado com as peças de um
Tangram.

Observe os seguintes componentes da figura:


NP – lado do quadrado;
AM – lado do paralelogramo;
CDR e ADR – triângulos congruentes, bem como CNP e RST.
A razão entre a área do trapézio AMNP e a área do quadrado ABCD equivale a:
3
a)
32
5
b)
32
3
c)
16
5
d)
16

10. O Sr. Joaquim comprou um terreno em um loteamento numa praia do litoral sul de Pernambuco. O
terreno tem a forma de um paralelogramo (figura abaixo) com a base medindo 20 metros e a altura
medindo 15 metros. Os pontos M e N dividem a diagonal BD em três partes iguais. No triângulo CMN,
ele vai cultivar flores. Qual é a área que o Sr. Joaquim destinou para esse cultivo, em m²?

a) 37
b) 39
c) 45
d) 48
e) 50

9
Matemática

Gabarito

1. C
Primeiro, devemos calcular a área de cada ambiente.
Aquele cuja área seja menor ou igual a 35 m², deve ser utilizado o aparelho do modelo A, pois cobrirá a
área e será mais econômico na utilização do gás. Para os ambientes que tiverem área entre 35 e 45 m²,
o modelo B é o apropriado, apesar de gastar mais gás propano, é o que cobre a área.
Os ambientes I, II e III têm a forma retangular, suas áreas são calculadas pela fórmula A=b.h e o IV tem a
forma de um trapézio, A= (B+b)⋅h/2 .
Assim:
AI = 8.5 = 40m²
AII= (14-8).5 = 6.5 = 30m²
AIII= 6.(9-5) = 6.4 = 24m²
AIV= (6+4)⋅72 = 10.72=35m²
Dessa maneira, o modelo A será utilizado nos ambientes II e III e o modelo B nos ambientes I e IV,
obedecendo à indicação do fabricante de que “o aquecedor deve ser instalado em um ambiente com
área menor do que a da sua cobertura”.

2. E

3. B
Após a segunda instrução, fica definido o triângulo retângulo APN, em que = 10 cm e = 5 cm.

O triângulo retângulo BPN é congruente com APN, porque = , e é um cateto comum,


então = = 10 cm. Logo, o triângulo APB é equilátero. A área S da bandeirinha é igual a área do
retângulo ABCD menos a área do triângulo equilátero ABP:

10
Matemática

4. E
Para calcular a área perdida faz-se a diferença entre a área antes da lavagem, 3.5 = 15, pela área depois
da lavagem, (5-x)(3-y) = 15 – 5y – 3x + xy.
Assim, 15 – (15 – 5y – 3x + xy) = 5y + 3x – xy.

5. C
Observe que a figura sombreada corresponde a 2 trapézios de áreas iguais.
Logo, a área pode ser calculada como:
(40 + 16) . 16
𝐴=2. = 56 . 16 = 832
2

6. A

A área sombreada onde será plantada a grama é dada por . Por outro lado, como os quatro
triângulos menores são triângulos retângulos pitagóricos de hipotenusa 5 m, segue que a superfície que
receberá o piso de cerâmica é um quadrado, cuja área mede 5² = 25 m² .

7. C
Observe a figura

Além disso, como a malha tem 16 cm² de área, significa que cada quadradinho tem 1 cm², ou seja, l = 1
cm.

Por fim, a área total é 4 + 2 = 6 cm².

8. D
Precisamos calcular a área do retângulo:
A = b.h

11
Matemática

A = 6.4 = 24 m²
Agora, a área do trapézio:

Agora, é só somar as duas áreas para achar o total, e multiplicar pelo valor a ser pago no metro quadrado.
At = 24 + 6 = 30 m²
30.48 = 1440 reais.

9. D

10. E
A área destinada à plantação de flores é 1/6 da área do paralelogramo, pois todos os triângulos possuem
a mesma área.

12
Matemática

Introdução ao estudo dos conjuntos

Resumo

Apesar de não haver uma definição formal para conjuntos, podemos entender que um conjunto é uma reunião
de elementos que pertencem a um grupo em comum. Assim, já podemos entender que, para estudar
conjuntos, devemos ter em mente os elementos que formam um conjunto.
Um conjunto pode ser representado de duas formas, perceba:

Através de Chaves: Quando queremos representar um conjunto por extenso, colocamos seus elementos entre
chaves e assim se entende que essa reunião de elementos formam um conjunto. Exemplo: Q = {a, b, c, d}.

Através de um Diagrama: Podemos representar um conjunto através de um diagrama onde seus elementos
estão presentes em seu interior. Exemplo:

a
c
d b

Em ambos os exemplos acima temos um conjunto Q, onde seus elementos são a, b, c e d.

Relação entre um elemento e um conjunto


Para relacionar um elemento e um conjunto, utilizamos os símbolos  (Pertence) e  (Não pertence).

Exemplo: Considere o conjunto Q = {a, b, c, d}. Podemos dizer que a  Q, porém t  Q.

Relação entre dois conjuntos


Para relacionar dois conjuntos entre si, utilizamos os símbolos  (Está contido) e  (Não está contido), 
(Contém) e (Não contém).

Exemplo: Considere o conjunto Q = {a, b, c, d}. Perceba as seguintes relações:

- {a,b}  Q

- {a,b,x} Q
- {d}  Q

-Q {b, u, c}

- Q  {a,b}

1
Matemática

Subconjuntos de um conjunto
Um subconjunto de um conjunto Q é todo conjunto que está contido em Q. Assim, usando como exemplo o
conjunto Q = { a, b, c, d}, temos que seus subconjuntos são:
{}, {a}, {b}, {c}, {d}, {a,b}, {a,c}, {a,d}, {b,c}, {b,d}, {c,d}, {a,b,c}, {a,b,d}, {a,c,d}, {b,c,d} e {a,b,c,d}.

Perceba que nesse conjunto de 4 elementos, existem 16 = 2 4 subconjuntos. Analogamente, a grosso modo,
podemos dizer que num conjunto de n elementos, teremos 2n subconjuntos desse conjunto.

Quando tratamos de conjuntos, temos algumas operações que podemos efetuar entre eles.

União entre conjuntos (U): Na união entre dois conjuntos, representada pelo símbolo “U”, temos que,
literalmente, unir os elementos de todos envolvidos na operação em um único conjunto só.

Exemplo: Sejam os conjuntos S = {1, 2, 3, 4} e T = {1, 3, 5, 7}, dizemos que a união S U T = {1, 2, 3, 4, 5, 7}, ou
seja, todos os elementos reunidos no conjunto união.

Interseção entre conjuntos (∩): Na interseção entre dois conjuntos, representada pelo símbolo “∩”, temos
que o conjunto interseção será aquele que contém todos os elementos presentes em todos os conjuntos
envolvidos, ou seja, todos os elementos em comum entre os conjuntos.

Exemplo: Sejam os conjuntos S = {1, 2, 3, 4} e T = {1, 3, 5, 7}, dizemos que a interseção S ∩ T = {1,3}, ou seja,
todos os elementos presentes nos dois conjuntos.

Subtração ou diferença entre conjuntos: Na subtração entre dois conjuntos, o conjunto subtração é aquele
que contém os elementos do primeiro conjunto que NÃO estão presentes no segundo conjunto.

Exemplo: Sejam os conjuntos S = {1, 2, 3, 4} e T = {1, 3, 5, 7}, dizemos que a subtração S – T = {2, 4}, ou seja, o
que tem em S e não tem em T. Já a subtração T – S = {5, 7}, ou seja, o que tem em T e não tem em S.

Conjunto complementar: Seja A e B dois conjuntos quaisquer com A⊂B. O conjunto diferença é chamado de
complementar de A com relação a B.

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2
Matemática

Exercícios

1. Sejam os conjuntos A = {x  | 0  x  5}, B = {x  | x  −5} e C = {x  | x  0}. Pode-se afirmar


que
a) (A − B)  C = C
b) (A − C)  B = 
c) (B C)  A =
d) (B C)  A = A

2. Os conjuntos X e Y são tais que X = {2, 3, 4, 5} e X  Y = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. É necessariamente verdade


que
a) {1, 6}  Y.
b) Y = {1, 6}.
c) X  Y = {2, 3, 4, 5}.
d) X  Y.
e) 4  Y.

3. Se A = {x  | x é divisor de 60} e B = {x  | 1  x  5}, então o número de elementos do conjunto


das partes de A  B é um número
a) múltiplo de 4, menor que 48.
b) primo, entre 27 e 33.
c) divisor de 16.
d) par, múltiplo de 6.
e) pertencente ao conjunto {x  | 32  x  40}.

4. Considerando-se os conjuntos A = {1, 2, 4, 5, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8}, assinale a alternativa correta.


a) B  A, logo A  B = B.
b) A  B = A, pois A  B.
c) A  B.
d) 8  B.
e) A  B = B, pois A  B.

3
Matemática

5. Considere os conjuntos
A = {0, 1, 3, 5, 9}
B = {3, 5, 7, 9}
X = {x  N; x  13}, onde N é o conjunto dos números inteiros não-negativos.
O conjunto C xAB é igual a
a) {0, 1, 3, 5, 7, 8, 9}.
b) {2, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13}.
c) {2, 4, 6, 8, 10, 11, 12, 13}.
d) {2, 5, 7, 8, 12, 13}.
e) {0, 1, 7, 8, 9, 10, 12, 13}.

6. Sendo N o conjunto dos inteiros positivos, considere os seguintes conjuntos:


 12   x 
A =  x  N;  N e B =  x  N;  N .
 x   3 
É verdade que:
a) A possui mais elementos que B.
b) A e B não possuem elementos em comum.
c) A é um subconjunto de B.
d) B é um subconjunto de A.
e) A e B possuem exatamente três elementos em comum.

7. Sejam A, B e C conjuntos tais que: A = {1, {1, 2},{3}}, B = {1, {2},3} e C = {{1},2,3}. Sendo X a união dos
conjuntos (A - C) e (A - B), qual será o total de elementos de X?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

8. Jogar baralho é uma atividade que estimula o raciocínio. Um jogo tradicional é a Paciência, que utiliza
52 cartas. Inicialmente são formadas sete colunas com as cartas. A primeira coluna tem uma carta, a
segunda tem duas cartas, a terceira tem três cartas, a quarta tem quatro cartas, e assim
sucessivamente até a sétima coluna, a qual tem sete cartas, e o que sobra forma o monte, que são as
cartas não utilizadas nas colunas. A quantidade de cartas que forma o monte é
a) 21.
b) 24.
c) 26.
d) 28
e) 31.

4
Matemática

9. Indique qual dos conjuntos abaixo é constituído somente de números racionais.

a) {–1,2, 2 , }
1
b) { –5, 0, , 9 }
2
2
c) { –2,0, , }
3
d) { 3 , 64 ,  , 2 }
1
e) { –1,0, 3 , }
3

10. Sejam os conjuntos: A = 2n, n  Z e B = 2n − 1, n  Z. Analise as sentenças abaixo:


I. A B =   ;
II. A e o conjunto dos números pares;
III. A B = Z

Está correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas
b) II, apenas
c) II e III, apenas
d) III, apenas
e) I, II e III

5
Matemática

Gabarito

1. A
Representamos os conjuntos A, B e C na reta numérica.

Análise das alternativas:


a) Verdadeira: ( A − B)  C =   C = C

b) Falsa: ( A − C)  B = A  B = A

c) Falsa: (B  C)  A = A = A

d) Falsa: (B C)  A =  −5,0  A = 

2. A
Como {1, 6} não está contido em X e está contido em X  Y = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, concluímos que
{1, 6}  Y.

3. A
Tem-se que A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60} e B = {1, 2, 3, 4, 5}. Logo, como A  B = B, segue-se

que o resultado pedido é 25 = 32 = 4  8, isto é, um múltiplo de 4, menor do que 48.

4. E

Construindo os diagramas de Venn- Euler, temos: A  B = B, pois A  B.

6
Matemática

5. C
A  B = {0, 1, 3, 5, 7, 9}.
X = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13}.
Complementar de A  B em relação a x: C xAB = {2, 4, 6, 8, 10, 11, 12, 13}.

6. E
Conjunto A: Divisores naturais de 12: {2,3,4,6,12}.
Conjunto B: Múltiplos naturais de 3: {0,3,6,9,12,...}.
A  B={3, 6, 12}.
Portanto, A e B possuem exatamente três elementos em comum.

7. C
X = (A − C)  (A − B).
A − C = {1, {1, 2}, {3}} − {{1}, 2, 3} = A.
A − B = {1, {1, 2}, {3}} − {1, {2}, 3} = {{1, 2}, {3}}.
X = (A − C)  (A − B) = A  {{1, 2}, {3}} = A.
Portanto, o número de elementos de X é n(X) = n(A) = 3.

8. B
52-(1+2+3+4+5+6+7)= 52-28=24

9. B
Como 3, 2 e  são irracionais só sobra a letra B que tem apenas números racionais

10. E
Testando qualquer número inteiro no lugar de n, por exemplo 1, conclui que A é o conjunto dos números
pares e B dos ímpares. Com isso, as assertivas I,II e III são verdadeiras.

7
Matemática

Múltiplos e Divisores: MMC e MDC

Resumo

MMC (Mínimo Múltiplo Comum) e MDC (Máximo Divisor Comum) são conceitos fundamentais para a
matemática. Para entendê-los, precisamos conhecer os conceitos de divisores e múltiplos. Divisores são
quocientes da divisão exata entre dois números.

Por exemplo: 5 é divisor de 10 porque 10 dividido por 5 é uma divisão exata (o resto é igual a 0).
O número de divisores de um número é limitado, sendo sempre o menor número o 1 e o maior ele mesmo.
Um número é dito primo se possuir como divisores apenas dois divisores naturais o 1 e ele mesmo. Por isso,
para sabermos o máximo divisor comum entre dois números ou mais, precisamos conhecer o maior número
que divide esses números ao mesmo tempo.

Por exemplo: Para sabermos o MDC entre 10 e 20 precisamos conhecer os divisores de 10 e 20.
Os de 10 são: 1,2,5 e 10 e de 20 são: 1,2,4,5,10,20. Logo o conjunto de divisores comuns é {1,2,10}, assim o
MDC é 10, ou seja, é o maior número que divide os dois números ao mesmo tempo. Caso os números não
possuam mdc=1 eles são primos entre si.

Um processo prático é fatorar os dois números simultaneamente em fatores primos e ver quais números
dividem eles ao mesmo tempo. O produto entre eles será o MDC.

20 10 2
10 5 5  2.5 = 10
2 1
Já o conceito de múltiplo de um número natural se refere ao produto desse número por outro número natural,
incluindo o zero. Vale lembrar que o zero é múltiplo de todos os números (o produto de qualquer número por
0 é igual a 0). Por exemplo: os múltiplos de 5 são: 0,5,10,15... Note que o 5 é divisor de 10 e o 10 é múltiplo de
5 e que o conjunto dos múltiplos é infinito. Para descobrirmos o mínimo múltiplo comum entre dois ou mais
números, basta conhecer o primeiro número que sejam múltiplos dos números ao mesmo tempo.

Por exemplo: Para descobrirmos o MMC entre 6 e 8 analisaremos seus múltiplos. Os de 6 são:
0,6,12,18,24,... e os de 8 são 0,8,16,24,... Assim o conjunto dos múltiplos em comum é {0,24,..} assim o MMC
é 24.

1
Matemática

O processo prático é parecido com o do MDC, porém fatoraremos os números em fatores primos até
chegarmos a 1. O produto entre eles será o MMC.

8 62
4 32
2 3 2  2.2.2.3 = 24
1 3 3
1 1

2
Matemática

Exercícios

1. O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano serão
distribuídos 400 ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão noturna de
um mesmo filme. Várias escolas podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há alguns critérios
para a distribuição dos ingressos:
1. cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2. todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3. não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).

O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios
estabelecidos, é
a) 2.
b) 4.
c) 9.
d) 40.
e) 80

2. Na aferição de um novo semáforo, os tempos são ajustados de modo que, em cada ciclo completo
(verde-amarelo-vermelho), a luz amarela permaneça acesa por 5 segundos, e o tempo em que a luz
verde permaneça acesa seja igual a 2/3 do tempo em que a luz vermelha fique acesa. A luz verde fica
acesa, em cada ciclo, durante X segundos e cada ciclo dura Y segundos.
Qual é a expressão que representa a relação entre X e Y?
a) 5X – 3Y + 15 = 0
b) 5X – 2Y + 10 = 0
c) 3X – 3Y + 15 = 0
d) 3X – 2Y + 15 = 0
e) 3X – 2Y + 10 = 0

3
Matemática

3. Uma carga de 100 contêineres, idênticos ao modelo apresentado na Figura 1, deverá ser descarregada
no porto de uma cidade. Para isso, uma área retangular de 10m por 32 m foi cedida para o
empilhamento desses contêineres (Figura 2).

De acordo com as normas desse porto, os contêineres deverão ser empilhados de forma a não
sobrarem espaços nem ultrapassarem a área delimitada.
Após o empilhamento total da carga e atendendo à norma do porto, a altura mínima a ser atingida por
essa pilha de contêineres é
a) 12,5 m.
b) 17,5 m.
c) 25,0 m.
d) 22,5 m.
e) 32,5 m.

4
Matemática

4. Um arquiteto está reformando uma casa. De modo a contribuir com o meio ambiente, decide
reaproveitar tábuas de madeira retiradas da casa. Ele dispõe de 40 tábuas de 540 cm, 30 de 810 cm e
10 de 1 080 cm, todas de mesma largura e espessura. Ele pediu a um carpinteiro que cortasse as tábuas
em peças de mesmo comprimento, sem deixar sobras, e de modo que as novas peças ficassem com
o maior tamanho possível, mas de comprimento menor que 2 m. Atendendo o pedido do arquiteto, o
carpinteiro deverá produzir
a) 105 peças.
b) 120 peças.
c) 210 peças.
d) 243 peças.
e) 420 peças

5. Durante a Segunda Guerra Mundial, para decifrarem as mensagens secretas, foi utilizada a técnica de
decomposição em fatores primos. Um número N é dado pela expressão 2x.5y.7z, na qual x, y e z são
números inteiros não negativos. Sabe-se que N é múltiplo de 10 e não é múltiplo de 7.
O número de divisores de N, diferentes de N, é:
a) x. y. z
b) (x+ 1).(y + 1)
c) x.y.z-1
d) (x + 1)(y + 1).z
e) (x + 1).(y + 1).(z + 1) - 1

6. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90 s, 108 s e 144 s de tempo
gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O tempo de cada aparição,
para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A soma do número das aparições
diárias dos partidos na TV foi de:
a) 15
b) 16
c) 17
d) 19
e) 21

7. Uma escola deverá distribuir um total de 1260 bolas de gude amarelas e 9072 bolas de gude verdes
entre alguns de seus alunos. Cada aluno contemplado receberá o mesmo número de bolas amarelas e
o mesmo número de bolas verdes. Se a escola possui 300 alunos e o maior número possível de alunos
da escola deverá ser contemplado, qual o total de bolas que cada aluno contemplado receberá?
a) 38
b) 39
c) 40
d) 41
e) 42

5
Matemática

8. O ciclo de atividade magnética do Sol tem um período de 11 anos. O início do primeiro ciclo registrado
se deu no começo de 1755 e se estendeu até o final de 1765. Desde então, todos os ciclos de atividade
magnética do Sol têm sido registrados.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 27 fev. 2013.
No ano de 2101, o Sol estará no ciclo de atividade magnética de número

a) 32.

b) 34.

c) 33.

d) 35.

e) 31

9. Um maquinista de trem ganha R$ 100,00 por viagem e só pode viajar a cada 4 dias. Ele ganha somente
se fizer a viagem e sabe que estará de férias de 1.º a 10 de junho, quando não poderá viajar. Sua primeira
viagem ocorreu no dia primeiro de janeiro. Considere que o ano tem 365 dias. Se o maquinista quiser
ganhar o máximo possível, quantas viagens precisará fazer?
a) 37

b) 51

c) 88

d) 89

e) 91

10. Os números de identificação utilizados no cotidiano (de contas bancárias, de CPF, de Carteira de
Identidade etc) usualmente possuem um dígito de verificação, normalmente representado após o hífen,
como em 17326-9. Esse dígito adicional tem a finalidade de evitar erros no preenchimento ou digitação
de documentos. Um dos métodos usados para gerar esse dígito utiliza os seguintes passos:
• multiplica-se o último algarismo do número por 1, o penúltimo por 2, o antepenúltimo por 1, e assim
por diante, sempre alternando multiplicações por 1 e por 2.
• soma-se 1 a cada um dos resultados dessas multiplicações que for maior do que ou igual a 10.
• somam-se os resultados obtidos .
• calcula-se o resto da divisão dessa soma por 10, obtendo-se assim o dígito verificador.
O dígito de verificação fornecido pelo processo acima para o número 24685 é

a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 6.
e) 8.

6
Matemática

Gabarito

1. C

2. Em cada ciclo Y:
Luz vermelha acesa : V segundos
Luz verde acesa: X segundos e 2/3 de V
Luz amarela acesa: 5 segundos
X = 2/3 . V ⇔ V = 3X/2
X + Y + V = Y ⇔ X + 5+ 3X/2 = Y ⇔ 5X – 2Y + 10 = 0

3. A

4. E

5. E

6. D
O MDC entre o tempo de aparição de cada pol[itico é:
MDC (90, 108, 144) = 18
Encontrado o tempo de aparição de cada político, 18 segundos, é preciso agora descobrir quantas
aparições cada um deles realizou.
90: 18 = 5 aparições
108/18 = 6 aparições
144 : 18 = 8 aparições
Somando as aparições de cada um, encontramos 5 + 6 + 8 = 19 aparições.

7
Matemática

7. D
A partir do enunciado temos:
MDC(9072, 1260) = 252
Dividindo as bolas de cada cor pelo mdc encontrado teremos;
9072 : 252 = 36
1260 : 252 = 5
Cada aluno recebera um total de 36 + 5 = 41 bolas de gude.

8. A

9. C

10. E

8
Matemática

Relações métricas no triângulo retângulo

Resumo

Em um triângulo retângulo, ao traçarmos a altura relativa à hipotenusa, esta fica dividida em dois segmentos
chamados de projeções dos catetos sobre a hipotenusa.

a – Hipotenusa
b – Cateto
c – Cateto
h – Altura
m – Projeção do cateto c
n – Projeção do cateto b

Podemos ver que temos triângulos semelhantes entre si. Dessas semelhanças, surgem as relações métricas
do triângulo retângulo.

1. Projeções X Altura:

2. Projeções X Cateto X Hipotenusa:

𝑎 𝑏
∆𝐴𝐵𝐶 ~ ∆𝐴𝐻𝐶 → = → 𝑏 2 = 𝑎. 𝑛
𝑏 𝑛

𝑎 𝑐
∆𝐴𝐵𝐶 ~ ∆𝐴𝐻𝐵 → = → 𝑐 2 = 𝑎. 𝑚
𝑐 𝑚

3. Catetos X Hipotenusa X Altura:


𝑎 𝑐
∆𝐴𝐵𝐶 ~ ∆𝐴𝐻𝐶 → = → 𝑎. ℎ = 𝑏. 𝑐
𝑏 ℎ

1
Matemática

4. Teorema de Pitágoras:
Somando as equações do item 2, temos:
2
{ 𝑏2 = 𝑎. 𝑛 →
𝑐 = 𝑎. 𝑚

Daí temos a fórmula mais famosa da geometria: a² = b² + c²


Observação: É do teorema de Pitágoras que vem a fórmula da diagonal do quadrado.

d² = x² + x²
d² = 2x²

E também a fórmula para a altura de um triângulo equilátero.

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2
Matemática

Exercícios

1. Um instrumento musical é formado por 6 cordas paralelas de comprimentos diferentes as quais estão
fixadas em duas hastes retas, sendo que uma delas está perpendicular às cordas. O comprimento da
maior corda é de 50 cm, e o da menor é de 30 cm. Sabendo que a haste não perpendicular às cordas
possui 25 cm de comprimento da primeira à última corda, se todas as cordas são equidistantes, a
distância entre duas cordas seguidas, em centímetros, é

a) 1.

b) 1,5.

c) 2.

d) 2,5.

e) 3.

2. O lampião representado na figura está suspenso por duas cordas perpendiculares, presas ao teto.
Sabendo que essas cordas medem 1/2 e 6/5, a distância do lampião ao teto é?

a) 1,69
b) 1,3
c) 0,6
d) 1/2
e) 6/13

3
Matemática

3. No triângulo ABC abaixo, o ângulo do vértice B é reto e

O perímetro do triângulo ABC, em metros, é aproximadamente:

a) 19

b) 21

c) 23

d) 25

e) 27

4. Um modelo de macaco, ferramenta utilizada para levantar carros, consiste em uma estrutura composta
por dois triângulos isósceles congruentes, AMN e BMN, e por um parafuso acionado por uma manivela,
de modo que o comprimento da base MN possa ser alterado pelo acionamento desse parafuso.
Observe a figura:

Considere as seguintes medidas: AM = AN = BM = BN = 4 dm; MN = x dm; AB = y dm.


O valor, em decímetros, de y em função de x corresponde a:

a)

b)

c)

d)

4
Matemática

5. As projeções dos catetos de um triângulo retângulo sobre a hipotenusa medem 9dm e 16dm. Neste
caso os catetos medem:
a) 15dm e 20dm
b) 10dm e 12dm
c) 3dm e 4dm
d) 8dm e 63dm.

6.

Na figura acima, que representa o projeto de uma escada com 5 degraus de mesma altura, o
comprimento total do corrimão é igual a
a) 1,8m

b) 1,9m

c) 2,0m

d) 2,1m

e) 2,2m

7. Quatro estações distribuidoras de energia A, B, C e D estão dispostas como vértices de um quadrado


de 40Km de lado. Deseja-se construir uma estação central que seja ao mesmo tempo equidistante das
estações A e B e da estrada (reta) que liga as estações C e D. A nova estação deve ser localizada
a) no centro do quadrado.
b) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por seu ponto médio, a 15km dessa estrada.
c) na perpendicular à estrada que liga C e D passando por seu ponto médio, a 25km dessa estrada.
d) no vértice de um triângulo equilátero de base AB oposto a essa base.
e) no ponto médio da estrada que liga as estações A e B.

5
Matemática

8. Uma bicicleta saiu de um ponto que estava a 8 metros a leste de um hidrante, andou 6 metros na direção
norte e parou. Assim, a distância entre a bicicleta e o hidrante passou a ser:
a) 8 metros

b) 10 metros

c) 12 metros

d) 14 metros

e) 16 metros

9. As extremidades de um fio de antena totalmente esticado estão presas no topo de um prédio e no topo
de um poste, respectivamente, de 16m e 4m de altura. Considerando-se o terreno horizontal e sabendo-
se que a distância entre o prédio e o poste é de 9m, o comprimento do fio, em metros, é
a) 12
b) 15
c) 20
d) 25

10. Uma pessoa empurrou um carro por uma distância de 26 m, aplicando uma força F de mesma direção
e sentido do deslocamento desse carro. O gráfico abaixo representa a variação da intensidade de F, em
newtons, em função do deslocamento d, em metros.

Desprezando o atrito, o trabalho total, em joules, realizado por F, equivale a:


Obs: Lembrando que o trabalho de uma força não constante é calculado através da área sob o gráfico.

a) 117

b) 130

c) 143

d) 156

6
Matemática

Gabarito

1. E

25² = 20² + (5x)²


625 = 400 + 25x²
25x² = 225
x² = 9
x=3

2. E
x² = (1/2)² + (6/5)² = 1/4 + 36/25 = 25/100 + 144/100 = 169/100
x = 13/10

Agora, vamos usar uma relação métrica do triângulo retângulo que diz que o produto entre os catetos é
igual ao produto da hipotenusa com a altura.

(1/2) * (6/5) = (13/10) * x


(13x/10) = (6/10)
13x = 6
x = 6/13.

3. C
Sabemos que CH = 2 e AH = 8. Para calcular o lado AB, usarei a fórmula b² = am.
b² = 10.8 = 80.
b = √80.

Para calcular o lado BC, usarei a fórmula c² = an.


c² = 10.2 = 20.
c = √20.

Finalmente, calculando o perímetro:


2p = √20 + √80 + 10 = 23,41 ≅ 23.

7
Matemática

4. B
Observe a imagem:

AMBN é um losango, pois é um quadrilátero que tem os quatro lados iguais. Como as diagonais do
losango são perpendiculares, ANP é um triângulo retângulo, com hipotenusa AN = 4 dm. Seus catetos
são:

De acordo com o teorema de Pitágoras, tem-se:

5. A
Projeções:

Relações métricas no triângulo retângulo:

a = hipotenusa
m, n = projeções ortogonais dos catetos
b, c = catetos
______________________

8
Matemática

Primeiramente, sabemos que:

______________________

6. D
Observe a figura:

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo ABC, temos:


x² = 90² + 120²
x = 150 cm.
Portanto, o comprimento total do corrimão é 1,5 + 2.0,3 = 2,1.

9
Matemática

7. C
Considere a figura abaixo, em que P representa o local em que a estação deverá ser construída:

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo APH temos:


x² = 20² + (40 – x)²
x2 = 400 + 1600 – 80x + x2
80x = 2000
x = 25 km.

8. B
Sejam A o ponto onde se encontrava inicialmente a bicicleta e B o ponto a 6 metros ao norte de A.
Chamando de C o ponto onde se encontra o hidrante, segue que a distância pedida corresponde à
hipotenusa do triângulo retângulo ABC, reto em A. Portanto, pelo Teorema de Pitágoras, vem
BC² = AC² + AB
BC² = 8² + 6²
BC = 10 m.

9. B
De acordo com os dados fornecidos, podemos imaginar um triângulo retângulo, como representado em
vermelho no desenho anexo, cujos catetos medem 9 e 12 metros, e hipotenusa x, que queremos descobrir
o valor.

x
12m

9m 16m

4m

9m

Pra isso, basta aplicarmos Pitágoras, estabelecendo a relação entre o quadrado da hipotenusa e a soma
dos quadrados dos catetos. Isto é:

10
Matemática

10. D
A altura h do triângulo retângulo de base b = 26 m corresponde a:

sendo m e n o comprimento dos segmentos em que a altura divide a base do triângulo. Logo:

O trabalho T de uma força não constante, ao longo de um deslocamento d, é dado pela área do
gráfico F x d. Nesse caso, T corresponde à área do triângulo retângulo de base b = 26 m e altura h = 12 m:

11
Português

Pronomes: conceitos e pessoas do discurso

Resumo

Pronome Pessoais
Os pronomes pessoais servem para caracterizar as pessoas de uma fala, por exemplo, a 1ª pessoa (quem
fala), a 2ª pessoa (com quem se fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além disso, funcionam como elemento
de coesão para a retomada de um nome anteriormente expresso.

Exemplo: “Levantaram Dona Rosário, embora ela não quisesse.”

Os pronomes que servem de sujeito na oração chamam-se retos. Os que desempenham o papel de
complemento verbal denominam-se oblíquos.
Os pronomes oblíquos possuem formas tônicas e átonas: as primeiras vêm precedidas de preposição; as
segundas não são partículas acentuadas, que se colocam antes ou depois do verbo, como fossem sílaba
extra.

Exemplos:
Vi-o. (forma átona)
Veio até mim. (forma tônica)

Pronomes Pessoais Pronomes Pessoais Pronomes Pessoais


Retos Oblíquos Oblíquos
Átonos Tônicos

1ª pessoa eu me mim, consigo


Singular 2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, olhe ele, ela

1ª pessoa nós nos nós, conosco


Plural 2ª pessoa vós vos vós, convosco
3ª pessoa eles, elas os, as, lhes eles, elas

Os pronomes sujeitos (pessoais reto) são normalmente omitidos na Língua Portuguesa porque as
desinências verbais bastam para a indicar a pessoa a que se refere, bem como o número gramatical (singular
ou plural) dessa pessoa.
Exemplo: (Eu) ando; (Nós) rimos.

A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o plural da modéstia, pois é utilizado para evitar um tom
impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os escritores costumam utilizar-se do nós em lugar da forma verbal
eu, por esse motivo. Essa estrutura é encontrada em redações de vestibulares, dissertações de mestrado, etc.
pois o autor procura dar a impressão que as ideias que expõe são compartilhadas por seus leitores.

1
Português

Se os pronomes oblíquos ou objetivos exercem a função de objeto, logo eles são divididos em:

a) objetivos diretos: me, te, nos, você, o, a, os, as vos, se. Também pertencem a este grupo as variações “lo”,
“la”, “los”, “las”, “no”, “na”, “nos”, “nas”.
b) objetivos indiretos: “me”, “te”, “se”, “lhe”, “nos”, “vos”, “lhes”.

Possessivos
Enquanto os pronomes pessoais denotam as pessoas gramaticais, os possessivos, o que lhes cabe ou
pertence. Eles apresentam formas correspondentes à pessoa que se referem. Observe o quadro:

Um possuidor Vários possuidores

Um objeto Vários objetos Um objeto Vários objetos

masculino meu meus nosso nossos


1ª pessoa
feminino minha minhas nossa nossas

masculino teu teus vosso vossos


2ª pessoa
feminino tua tuas vossa vossas

masculino seu seus seu seus


3ª pessoa
feminino sua suas sua suas

O emprego da 3ª pessoa do singular ou do plural pode gerar ambiguidade em uma frase por conta da dúvida
a respeito do possuidor. Para evitar qualquer ambiguidade, a Língua Portuguesa nos oferece precisar o
possuidor com a utilização das formas: dele(s), dela(s), de você(s), do(s) senhor(es), da(s) senhora(s), entre
outras expressões.
Para reforçar a ideia de posse visando a clareza e a ênfase, costuma-se utilizar as palavras: próprio, mesmo.
Por exemplo: Era ela mesma; eram os seus mesmos braços.

Demonstrativos
São pronomes utilizados para indicar posição de algo (no espaço, no tempo ou no discurso) em relação às
pessoas do discurso.

1º pessoa 2° pessoa 3º pessoa

Esta(s), este(s), isto Esse(s), essa(s), isso Aquele(s), Aquela(s), Aquilo

Funções
a) No tempo
Este ano está perfeito. (presente)
Esse ano foi/será perfeito. (passado ou futuro próximo)
Aquele ano foi perfeito. (passado remoto)

2
Português

b) No espaço
Este é meu carro. (próximo de quem fala)
Esse é meu carro. (próximo do interlocutor)
Aquele carro é meu. (distante do emissor e do interlocutor)

c) No texto
Referência a termos precedentes: o pronome “esse” e suas variações, assim como o “isso”, podem atuar
anaforicamente, retomando algo que já foi dito. O pronome “este” e suas variações e o “isto” atuam
cataforicamente, fazendo referência a algo que ainda será mencionado.

Exemplo: A violência é o principal problema do Rio de Janeiro. Isso deve ser combatido.
Este é principal problema do Rio de Janeiro: a violência.

Quando queremos fazer alusão a dois termos já citados, utilizamos “aquele” e suas variações para o
primeiro termo e “este” e suas variações para o último.
Exemplo: João e Roberto trabalham na empresa. Aquele (João) é gerente, este (Roberto), secretário.

Indefinidos
São os pronomes utilizados para representar a 3ª pessoa do discurso de maneira indeterminada ou imprecisa.

Masculino Feminino

Alguns(s), certo(s), muito(s), nenhum(uns), outro(s), Alguma(s), certa(s), muita(s), nenhuma(s), outra(s),
qualquer(quaisquer), tanto(s), todo(s), vários, qualquer(quaisquer), tanta(s), toda(s), vária(s),
pouco(s), bastante(s) pouca(s), bastante(s)

Invariáveis

Alguém, algo, nada, ninguém, outrem, cada, tudo

Existem pronomes indefinidos que são utilizados na formulação de perguntas. Eles são chamados de
interrogativos

Interrogativos

Quem, que, quanto, qual

Classificação
a) Pronome indefinido substantivo: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na
frase.
São eles: algo, alguém, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Exemplo: Algo foi dito na reunião.

3
Português

b) Pronome indefinido adjetivo: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
aproximada.
São eles: cada, certo(s), certa(s).
Exemplo: Certas pessoas têm enxaqueca crônica.

Emprego
a) Ninguém: admite dupla negação, quando estiver atuando como sujeito.
Exemplo: Não foi ninguém.

b) Algum: Possui valor positivo, se vier anteposto ao substantivo; posposto, negativo.


Exemplo: Alguma pessoa virá à festa. / Pessoa alguma virá à festa.

c) Qualquer: não devemos utilizá-lo como sinônimo de “nenhum”.


Exemplo: Ele não tem qualquer chance de conseguir o emprego. (errado)

Obs.: Pronome indefinido X Adjetivos


Algumas palavras podem ser pronomes indefinidos ou adjetivos.

Exemplo: Certa pessoa passou por aqui. (pronome indefinido)


A pessoa certa passou por aqui. (adjetivo)

Exemplo 2: Toda semana eu estudava. (pronome indefinido)


Toda a semana eu estudava. (adjetivo)

Pronome indefinido X advérbio

Exemplo: Tenho bastantes cabelos. (pronome indefinido)


Gosto bastante dela. (advérbio de intensidade)

Relativos
São os pronomes que representam nomes já mencionados e com os quais se relacionam. Além disso, são
utilizados para unir orações e introduzem as subordinadas adjetivas.
Exemplo: O perfume que adoro. (refere-se ao antecedente “perfume”).

Variáveis Invariáveis

O qual, os quais, a qual, as quais, quanto(a),


Onde, que, quem
quantos(as), cujo(a), cujos(as)

Obs.: Os pronomes relativos devem sempre vir precedidos pela preposição exigida pelo verbo da oração.
Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. /Essa é a festa sobre a qual falei.

4
Português

Emprego
a) Onde: Só pode ser utilizado para fazer referência a lugares. Equivale a “em que”.
Exemplo: O Brasil é o país onde moro.

b) Quem: Só pode ter como antecedente pessoa (ou coisa personificada). É sempre precedido por
preposição.
Exemplo: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

c) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer referência tanto a pessoas, quanto a coisas. Porém, é preciso
ter atenção ao uso da preposição. Se a preposição for monossílaba “a”, “de”, “por”, devemos utilizar o
pronome “que”. Se a preposição possuir duas ou mais sílabas “entre”, sobre”, “para”, utilizamos o(a) qual,
os(as) quais.
Exemplo: O cidade em que moro é maravilhosa.
Os assuntos sobre os quais falei cairão na prova.

d) Cujo(a)(s): é utilizado para estabelecer relação de posse. Não é correto utilizar artigo após o “cujo” e suas
variações.
Exemplo: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.
Derrubaram as casas cujas as paredes estavam caindo. (ERRADO)

e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos “todo”, “tanto” e “tudo”.


Exemplo: Fiz tanto quanto ele.

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5
Português

Exercícios

1. O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos
abaixo.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua
escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (…)”.
CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:

a) condenam essa regra gramatical


b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
c) criticam a presença de regras na gramática.
d) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
e) relativizam essa regra gramatical.

6
Português

2.

VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. (Foto:
Reprodução/Enem)

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto,
em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.

3. Na frase "Isso pouco importa, eu já lhe falei bastantes vezes", as palavras sublinhadas são,
respectivamente:

a) advérbio de intensidade e pronome indefinido.


b) pronome indefinido e advérbio de intensidade.
c) pronome indefinido e pronome indefinido.
d) advérbio de intensidade e advérbio de intensidade.
e) advérbio de intensidade, ambas, mas a segunda está grafada erroneamente no plural.

7
Português

4. Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia.
O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum
excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e
que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do
fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela
quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor
Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei
o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais,
restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João
I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

O pronome “ela” da frase “Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas
atenções”, refere-se a

a) “desmedida ambição”.
b) “Casa de Avis”.
c) “esta burguesia”.
d) “ameaça castelhana”.
e) “Rainha Leonor Teles”.

5.

O que motivou o apito do juiz foi:

a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a norma padrão.


b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto.
c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”.
d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística.
e) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome.

8
Português

6. Assinale o período em que foi empregado um pronome relativo inadequadamente:

a) O livro a que eu me refiro é Estrela da manhã, do Manuel Bandeira.


b) Ela é uma pessoa de cuja idoneidade ninguém duvida.
c) A tese em cujos dados nos baseamos é esta.
d) O tribunal do júri perante o qual o réu foi condenado foi implacável.
e) O homem de cujo lhe falei ontem é este.

7. Leia com atenção o fragmento abaixo do conto "A terceira margem do rio".
Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão
em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o entanto de poder também ser pagamento de
promessa; ou que, nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a
lepra, se desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele.
Guimarães Rosa. Primeiras estórias

O uso dos pronomes possessivos na parte grifada do texto está de acordo com a norma culta padrão.
Todavia você pode manter o mesmo sentido usando uma outra construção. Escolha nas alternativas
abaixo aquela que melhor substituiria o trecho destacado sem criar ambiguidade.
a) perto e longe da tua família dele.
b) perto e longe da sua família.
c) perto e longe da tua família.
d) perto e longe da família dele.
e) perto e longe da família daqui.

8. Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão
relacionados. Daí denominarem-se relativos. [....] Onde, como pronome relativo, tem sempre
antecedente e equivale a em que: A casa onde moro (= em que) foi de meu avô.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. 20. ed. São Paulo: Nacional, 1979, p. 116-117.

Assinale a alternativa em que o uso do pronome em destaque possa ser exemplo da definição de
PRONOME RELATIVO proposta por Cegalla:
a) Quero saber onde você guardou as lâminas.
b) Meu lema é: só amo quem me ama.
c) Todos sabem que ele não é feliz com a esposa há muitos anos.
d) Minha mãe me disse que aonde eu vou ninguém mais pode ir.
e) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.

9
Português

9. Em "O casal de índios levou-os à sua aldeia, que estava deserta, onde ofereceu frutas aos convidados",
temos:

a) dois pronomes possessivos e dois pronomes pessoais


b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e dois pronomes relativos
c) dois pronomes pessoais e dois pronomes relativos
d) um pronome pessoal, um pronome possessivo, um pronome relativo e um pronome interrogativo
e) dois pronomes possessivos e dois pronomes relativos.

10. “Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando à missa, viu entrar a dama, que devia ser sua
colaboradora na vida de Dona Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe
alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se,
amaram-se. Dessa conjunção luxúrias vadias brotou Dona Plácida. É de crer que Dona Plácida não
falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: - Aqui estou. Para
que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: - Chamamos-te para
queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para
outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo
desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar
um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”.
Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas.

No trecho “pisou-lhe o pé”, o pronome lhe assume valor possessivo, tal como ocorre em uma das
seguintes frases, também extraídas de “Memórias póstumas de Brás Cubas”:
a) “falei-lhe do marido, da filha dos negócios, de tudo”.
b) “mas enfim contei-lhe o motivo da minha ausência”.
c) “se o relógio parava, eu dava-lhe corda”.
d) “Procure-me, disse eu, poderei arranjar-lhe alguma coisa”.
e) “envolvida numa espécie de mantéu, que lhe disfarçava as ondulações do talhe”.

10
Português

Gabarito

1. E
Os dois autores estão comprometidos com o contexto do uso das normas gramaticais, portanto, eles as
relativizam, por entenderem que, em determinadas situações, o rigor linguístico pode ser deixado de lado.

2. B
O pronome pessoal “eles” só pode exercer as funções de sujeito; em alguns casos, predicativo. Esse
pronome só assume a posição de objeto se, e somente se, estiver preposicionado.

3. A
“Pouco” é advérbio de intensidade. “Bastantes” poderia causar dúvidas, pois esta palavra é amplamente
utilizada como advérbio, entretanto, advérbios são invariáveis. Nesse caso, a flexão desse vocábulo nos
leva a crer e que se trata não de um advérbio, mas de um pronome (equivalente a muitas).

4. C
“Ela” é utilizado para evitar a repetição do termo sobre o qual se fala: “esta burguesia”.

5. B
O verbo “escapar” é transitivo indireto, portanto, requer um objeto indireto. O pronome oblíquo “o” não dá
conta de exercer essa função, mas exerce de objeto direto. Dessa forma, a colocação pronominal lícita
seria: “Nada lhe escapa”.

6. E
O pronome “cujo” deve ser utilizado quando há uma relação clara de possuidor e possuído.

7. D
A utilização dos pronomes “sua” e “dele” provocam uma ambiguidade no discurso, pois gera uma
incerteza da pessoa do discurso que o narrador de refere. Portanto, é necessário retirar um dos pronomes
para o sentido do enunciado se tornar mais claro.

8. E
“Onde” quando exerce função de pronome relativo deve ser empregada apenas para conferir ideia de
lugar fixo. Caso isso não ocorra, deve-se utilizar outros pronomes relativos, tais quais cujo (os/a/as), em
que, no qual etc.

9. B
Pronome pessoal do caso oblíquo: “os” (levou-os). Pronome possessivo: “sua”. Pronomes relativos: “que”
e” onde”.

10. E
Em “pisou-lhe o pé”, o pronome “lhe” dá ideia de posse e nos leva a seguinte interpretação: “pisou o pé
dele”. O mesmo ocorre em “que lhe d disfarçava as ondulações do talhe", que equivale a “que disfarçava
suas ondulações do talhe.

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Português

Pronomes: pessoais (retos e oblíquos)

Resumo

Pronome Pessoal
Os pronomes pessoais servem para caracterizar as pessoas de uma fala, por exemplo, a 1ª pessoa (quem
fala), a 2ª pessoa (com quem se fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além disso, funcionam como elemento
de coesão para a retomada de um nome anteriormente expresso.
Exemplo: “Levantaram Dona Rosário, embora ela não quisesse.”

Pronomes Pessoais Pronomes Pessoais


Pronomes Pessoais
Oblíquos Oblíquos
Retos
Átonos Tônicos

1ª pessoa eu me mim, consigo


Singular 2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, olhe ele, ela

1ª pessoa nós nos nós, conosco


Plural 2ª pessoa vós vos vós, convosco
3ª pessoa eles, elas os, as, lhes eles, elas

• Os pronomes sujeitos (pessoais reto) são normalmente omitidos na Língua Portuguesa porque as
desinências verbais bastam para a indicar a pessoa a que se refere, bem como o número gramatical
(singular ou plural) dessa pessoa. Exemplo: (Eu) ando; (Nós) rimos.

• A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o plural da modéstia, pois é utilizado para evitar um tom
impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os escritores costumam utilizar-se do nós em lugar da forma
verbal eu, por esse motivo. Essa estrutura é encontrada em redações de vestibulares, dissertações de
mestrado, etc. pois o autor procura dar a impressão que as ideias que expõe são compartilhadas por
seus leitores.

• Se os pronomes oblíquos ou objetivos exercem a função de objeto, logo eles são divididos em:
a) objetivos diretos: me, te, nos, você, o, a, os, as vos, se. Também pertencem a este grupo as variações
“lo”, “la”, “los”, “las”, “no”, “na”, “nos”, “nas”.

b) objetivos indiretos: “me”, “te”, “se”, “lhe”, “nos”, “vos”, “lhes”.

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Português

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Português

Exercícios

1. Em sua última viagem aos Estados Unidos como primeira-ministra, Margaret Tatcher revelou a George
Bush: “Antes de nomear um ministro, peço-lhe para decifrar um enigma. A Geoffrey Howe, por exemplo,
perguntei: Se é filho de seu pai e não é seu irmão, quem é então? Geoffrey Howe respondeu: Sou eu. E
lhe dei o cargo de chanceler”.
Impressionado, Bush resolveu testar o método com seu vice, Don Quayle. Propôs o mesmo enigma.
Qayle pediu um tempo para pensar. Depois, telefonou ansioso para Henry Kissinger, que lhe ensinou:
- A resposta é “eu”.
Quayle voltou a Bush com ar de triunfo:
- A resposta é Kissinger.
Bush bradou, contrariado:
- Não, é Geoffrey Howe.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998.

A piada baseia-se na solução de um enigma. Depois de ser apresentado a um político inglês, Geoffrey
Howe, o enigma é apresentado aos políticos estadunidenses George Bush, Don Quayle e Henry
Kissinger. Do ponto de vista linguístico, o efeito humorístico dessa piada deve-se ao fato de que a
referência do pronome pessoal na resposta ao enigma é interpretada equivocadamente por:
a) Quayle e Bush.
b) Quayle e Kissinger.
c) Bush e Kissinger.
d) Bush, Quayle e Kissinger.

3
Português

2. A FITA MÉTRICA DO AMOR


Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra
você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos
e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma
maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há
de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o
seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando
age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma
pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer
ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas
suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma
ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos.
Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de
expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente,
se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade
sem tamanho.
Martha Medeiros , Non-stop: crônicas do cotidiano. Rio de Janeiro: L&PM Editores. 2001. 171p.

No trecho “Uma pessoa é grande quando perdoa [...], quando age não de acordo com o que esperam
dela, mas de acordo com o que espera de si mesma”, o termo “pessoa”, nas expressões destacadas do
trecho acima, é retomado por meio de alguns recursos coesivos, a saber:

a) elipse, pronome pessoal do caso reto e pronome pessoal do caso oblíquo.


b) pronome pessoal do caso oblíquo, elipse e pronome pessoal do caso oblíquo.
c) elipse, pronome pessoal do caso oblíquo e pronome pessoal do caso oblíquo.
d) pronome pessoal do caso oblíquo, elipse e pronome pessoal do caso reto.

4
Português

3.

I. A ideia principal da tirinha é a criação de novas palavras na língua.


II. As palavras “papai” (primeiro quadrinho) e “você” (quarto quadrinho) remetem ao mesmo referente,
porém exercem funções morfossintáticas distintas.
III. No segundo e no terceiro quadrinho, “a gente” é usado como pronome pessoal em referência à
primeira pessoa do plural e desempenha a mesma função morfossintática nas duas ocorrências.
IV. as formas verbais “pode” (primeiro quadrinho) e “podem” (segundo quadrinho) são usadas no
texto para expressar a ideia de possibilidade.
V. a partir da leitura do texto 4, infere-se que a língua pode se tornar um mecanismo de exclusão
social.
VI. no quarto quadrinho, as palavras “fiambre” e “lubrificado” e as palavras “jóia”, “maneiro” e “demorô”
são usadas pelos dois personagens, respectivamente, com a mesma intenção: marcar expressões
que são típicas da fala de duas gerações.

Com base na leitura da tirinha e de acordo com a variedade padrão escrita da língua portuguesa, é
correto afirmar que:
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) As afirmativas II e III estão corretas.
c) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) As afirmativas II, III, IV e V estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

4. De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e com a gramática normativa e tradicional,


assinale a alternativa na qual o pronome pessoal está empregado corretamente.

a) A exploração infantil é um problema para mim resolver.


b) Entre eu e tu não há mais nada.
c) A questão social deve ser resolvida por eu e você.
d) Para mim, este romance de Machado de Assis é realista.
e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava.

5
Português

5. MÚSICA E POESIA
A relação entre música e poesia vem desde a antiguidade. Na cultura da Grécia Antiga, por exemplo,
poesia e música eram praticamente inseparáveis: a poesia era feita para ser cantada. De acordo com
a tradição, a música e a poesia nasceram juntas. De fato, a palavra “lírica”, de onde vem a expressão
“poema lírico”, significava, originalmente, certo tipo de composição literária feita para ser cantada,
fazendo-se acompanhar por instrumento de cordas, de preferência a lira.
A partir de então, configuraram-se muitos momentos em que a música e a poesia se uniram. Segundo
Antônio Medina Rodrigues, “a grande poesia medieval quase que foi exclusivamente concebida para o
canto. O Barroco, séculos além, fez os primeiros ensaios operísticos, que iriam recolocar o teatro no
coração da música. Depois Mozart, com a Flauta mágica ou D. Giovanni, levaria, como sabemos, esta
fusão ao sublime”.
Durante muito tempo, a poesia foi destinada à voz e ao ouvido. Na Idade Média, “trovador” e “menestrel”
eram sinônimos de poeta. Seria necessário esperar a Idade Moderna para que a invenção da imprensa,
e com ela o triunfo da escrita, acentuasse a distinção entre música e poesia. A partir do século XVI, a
lírica foi abandonando o canto para se destinar, cada vez mais, à leitura silenciosa.
Entretanto, mesmo separado da música, o poema continuou preservando traços daquela antiga união.
Certas formas poéticas, ainda vigentes, como o madrigal, o rondó, a balada e a cantiga aludem
diretamente às formas musicais. Se a separação de poetas e músicos dividiu a história de um gênero
e outro, a poesia não abandonou de vez a música tanto quanto a música não abandonou de vez a poesia.
[...]
Luciano Cavalcanti. Disponível em e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/ 2993/2342. Acesso: terça-feira, 12 de
novembro de 2013. Adaptado.
“(...) e com ela o triunfo da escrita (...)”.
Que termo é retomado pelo pronome pessoal “ela” presente no trecho destacado acima?
a) invenção da imprensa.
b) distinção entre música e poesia.
c) Idade Moderna.
d) poesia.
e) Idade Média.

6
Português

6. “Todo dia duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem
poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce
em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas,
guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por
deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se
apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo
para dizer certas coisas que nas outras não cabe. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham
em português.”
Texto de abertura do filme “Língua – vidas em português”, de Victor Lopes.

No texto, há uma palavra usada para substituir a expressão “a língua portuguesa”. Assinale a alternativa
que apresenta essa substituição:
a) suas.
b) bocas.
c) ela.
d) línguas.
e) português.

7. Assinale a opção em que está correto o emprego do pronome pessoal.

a) Os viciados em Web são reais. Precisamos ajudar-lhes.


b) Podemos ter relacionamentos virtuais, mas não devemos priorizá-los.
c) A Internet é útil e pode ser produtiva. Não vemos atribuí-la a culpa pelo uso exagerado.
d) Os filhos mais jovens costumam extrapolar o limite de horas na internet. Por isso, os pais devem
orientar-lhes.
e) Os estragos para os jovens que não sabem tirar proveito da Web são enormes. Usam-a
compulsivamente, a ponto de perderem os elos com o mundo real.

7
Português

8.

No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que sustenta o
desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos da coesão e da
coerência, pode-se afirmar que:

a) na passagem, “Mas andei lendo livros” (linha 2), o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (linha 5) exemplifica um caso de coesão anafórica, pois seu
referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (linha 7) assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo
a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” (linha 7) é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele” (linha 8), na progressão textual, faz uma referência ambígua a “pavão”

9. Fazer 70 anos
Fazer 70 anos não é simples.
A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[...]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
ANDRADE, C.D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo “o” nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante
a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o segmento
a) “Ó José Carlos”.
b) “perdas e perdas”.
c) “A vida exige”.
d) “Fazer 70 anos”.
e) “irmão-sem-Escorpião”.

8
Português

10. Leia as frases abaixo e faça o que se pede.


1. Ninguém falou-me assim.
2. Deus o abençoe!
3. Ele recordar-se-á com certeza de tudo o que sofreu.
4. As pastas que perderam-se não foram as mais importantes.
5. Sempre lhe dizia as mesmas palavras.
6. Me empreste o livro!
7. Por que permitir-se-iam esses abusos?

Assinale a sequência das frases com uso errado do pronome oblíquo.

a) 3–4–5–6
b) 2–3–5–7
c) 1–2–3–6
d) 1–4–6–7
e) 1–3–5–7

9
Português

Gabarito

1. A
Quayle entende que, quando Henry Kissinger diz que a resposta é “eu”, ele está se referindo a ele mesmo,
e não ao Quayle. Ao responder para Bush, este também revela não ter entendido a resolução do enigma,
pois diz que a verdadeira resposta era “Geoffrey Howe”, ou seja, ele não compreendeu que o “eu” era uma
referência à própria pessoa a que se apresenta o enigma e não ao Howe obrigatoriamente.

2. C
I. “Uma pessoa é grande quando perdoa (...)” – Há elipse do termo “pessoa”.
II. “quando age não de acordo com o que esperam dela” – a retomada se dá por pronome pessoal do
caso oblíquo.
III. “espera de si mesma” – o pronome “si” é pessoal do caso oblíquo.

3. D
Estão incorretas as afirmativas I e VI, respectivamente, porque a ideia principal da tirinha é a face
excludente da língua, que Calvin pretende utilizar para distanciar-se do pai e no quarto quadrinho, as
palavras “fiambre” e “lubrificado” são gírias criadas por Calvin, enquanto as palavras “joia”, “maneiro” e
“demoro” são expressões típicas da fala de uma geração.

4. D
O correto seria: A exploração infantil é um problema para eu resolver; Entre mim e ti não há mais nada; A
questão social deve ser resolvida por mim e ti; Quando voltei a mim, não sabia onde me encontrava.

5. A
A partir do trecho “Seria necessário esperar a idade Moderna para que a invenção da imprensa, e com
ela o triunfo da escrita acentuasse a distinção entre música e poesia”. A partir disso, fica claro que “ela”
retoma a “invenção da imprensa”.

6. C
O pronome pessoal “ela” é utilizado para substituir a expressão “a língua portuguesa”.

7. B
Por se tratar de um verbo transitivo direto, “priorizar” exige o pronome oblíquo átono “o” ao referir-se a
“relacionamentos virtuais” expresso na oração anterior. A forma “los” resulta da supressão do “r”
infinitivo e do uso da modalidade “lo”, conforme as regras ortográficas da linguagem padrão. Assim, a
opção (B) está correta. Nas demais opções, os termos sublinhados deveriam ser substituídos por “ajuda-
los”, “atribuir-lhe”, “orientá-los” e “usam-na”, respectivamente.

8. C
O gerúndio, mencionado na opção [A], indica uma ação em andamento e não uma relação de
proporcionalidade. Também [B] é incorreta, pois “este” estabelece referência com o que está expresso
imediatamente a seguir, no mesmo período e parágrafo: “atingir o máximo de matizes com um mínimo
de elementos”. As afirmações em [D] e [E] são improcedentes, pois a expressão “Oh” minha amada” é
termo exclamativo que expressa o êxtase amoroso de quem o enuncia e o pronome pessoal “ele” faz
referência a “teu olhar”.

9. D
Os pronomes oblíquos destacados recuperam o segmento “fazer 70 anos” do texto.

10
Português

10. D
O correto seria: “ninguém me falou assim”; “as pastas que se perderam não foram as mais importantes”;
“empreste-me o livro!” e “por que se permitiriam esses abusos?”.

11
Química

Geometria molecular, polaridade e forças intermoleculares

Resumo

Teoria da repulsão dos pares eletrônicos


A Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos de Valência (TRPEV) → Força de repulsão entre os pares
eletrônicos ligantes ou não, do átomo central. Eles tendem a manter a maior distância possível entre si, porém,
as forças de repulsão eletrônica não são suficientes para que a ligação entre os átomos seja rompida, logo,
podemos observar essa distância no ângulo formado entre eles.

Tipos de nuvens eletrônicas

Exemplo:

Geometria Molecular
Na determinação da geometria de uma molécula devemos seguir alguns passos, são eles:

- Determinar o átomo central, geralmente, O elemento em menor quantidade tende a ser o elemento
central na estrutura do composto;

- Determinar o número de elétrons na camada de valência dos átomos participantes;

- Determinar as ligações, mostrando os pares de eletrons ligantes e não ligantes.

- Determinar se há ou não repulsão entre os pares de elétrons ligantes e não ligantes para formação da
geometria molecular.

1
Química

a) Linear
Formada por molécula triatomicas, onde o elemento central não possui par de elétrons não ligantes
sobrando.

Ex.: BeH2

OBS: Toda substância com 2 elementos tem geometria linear e não existe átomo central.

Ex.: HCl

b) Angular
Formada por moléculas que possuem 2 átomos ligados ao elementos central, onde o elemento
central possui par de elétrons não ligantes sobrando.

Ex.: H2O

c) Trigonal plana
Formada por moléculas que possuem 3 átomos ligados ao elementos central, onde o elemento
central não possui par de elétrons não ligantes sobrando.
Ex.: BF3

2
Química

d) Piramidal
Formada por moléculas que possuem 3 átomos ligados ao elementos central, onde o elemento
central possui par de elétrons não ligantes sobrando causando repulsão.

Ex.: NH3

e) Tetraédrica
Formada por moléculas que possuem 4 átomos ligados ao elemento central, onde o elemento
central não possui par de elétrons não ligantes sobrando.

Ex.: CH4

Polaridade

Polaridade das ligações


Ligação Iônica: Nas ligações iônicas, a transferência de elétrons é definitiva, formação de cátions(positivo) e
ânions(negativo). As ligações iônicas são sempre POLARES.

3
Química

Ligação Covalente: Nas ligações formadas por átomos com a mesma eletronegatividade, não há formação
de polos pois essa diferença é igual a zero. Formando ligação covalente apolar.
Exemplo: Cl2

(Cl – Cl) → ∆en = 3,0 – 3,0 → ∆en = 0

Nas ligações formadas por átomos com diferentes eletronegatividades, há formação de polos pois essa
diferença é diferente de zero. Formando ligação covalente polar.

Exemplo: HBr

(H – Br) → ∆en = 2,8 – 2,1 → ∆en = 0,7

Polaridade das moléculas


As moléculas podem ser classificadas em moléculas polares e apolares, dependendo do vetor de momento

dipolo( ) da molécula ser anulado ou não.

• Molécula apolar: =0
• Molécula polar:

Exemplo:

CO2

Os vetores possuem a mesma diferença de eletronegatividade por serem entre os mesmos alementos, e

possuem a mesma direção e sentidos opostos, fazendo com que se anulem e o momento dipolo( ) seja
igual a zero.

H2O

O oxigênio da água possui dois pares de elétrons que não se ligam a nada, logo esses pares empurram as
ligações O-H para baixo, formando assim um ângulo entre eles, os vetores não se anulam como na molécula

de CO2. O momento dipolo( ) nesse caso é diferente de zero.

4
Química

Forças intermoleculares

Dipolo induzido-dipolo induzido, van der Waals ou dipolo-induzido → Ocorre nas moléculas apolares.

Ex: H2, O2, CO2

Dipolo permanente-dipolo permanente ou dipolo-dipolo → Ocorre nas moléculas


polares.

Ex: HCl, HBr, HI, H2S

5
Química

Ligação de Hidrogênio → Antes essa força era chamada de ponte de hidrogênio. As ligações de hidrogênio
são atrações intermoleculares fortíssimas que ocorrem entre moléculas polares que apresentam ligações do
Hidrogênio com átomos muito eletronegativos como o Flúor, Oxigênio e Nitrogênio.

Ex: HF, NH3, H2O

PSIU!!

O aumento da força é proporcional aos pontos de fusão e ebulição dos compostos.

PSIU!!
Ligação Íon-dipolo
A interação íon-dipolo envolve um íon e uma molécula polar, de forma que as cargas que possuam caráter
atrativo se aproximam. Portanto, quanto maior a carga do íon relativamente ao dipolo, maior a intensidade
da ligação (melhor será a atração).

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6
Química

Exercícios

1. Compostos contendo enxofre estão presentes, em certo grau, em atmosferas naturais não poluídas,
cuja origem pode ser: decomposição de matéria orgânica por bactérias, incêndio de florestas, gases
vulcânicos etc. No entanto, em ambientes urbanos e industriais, como resultado da atividade humana,
as concentrações desses compostos são altas. Dentre os compostos de enxofre, o dióxido de enxofre
(SO2 ) é considerado o mais prejudicial à saúde, especialmente para pessoas com dificuldade
respiratória.
Adaptado de BROWN, T.L. et al, Química: a Ciência Central. 9ª ed, Ed. Pearson, São Paulo, 2007.

Em relação ao composto SO2 e sua estrutura molecular, pode-se afirmar que se trata de um composto
que apresenta
Dado: número atômico S = 16; O = 8.
a) ligações covalentes polares e estrutura com geometria espacial angular.
b) ligações covalentes apolares e estrutura com geometria espacial linear.
c) ligações iônicas polares e estrutura com geometria espacial trigonal plana.
d) ligações covalentes apolares e estrutura com geometria espacial piramidal.
e) ligações iônicas polares e estrutura com geometria espacial linear.

2. Assinale a alternativa que apresenta compostos químicos que possuam geometria molecular,
respectivamente, linear, trigonal plana e piramidal.

Dados: número atômico (Z) H = 1, C = 6, N = 7, O = 8, F = 9 e S = 16.

a) H2O, SO3 e CH4 .

b) CO2 , SO3 e NH3 .

c) CH4 , SO2 e
HF.

d)
CO2 , SO2 e NH3 .

e) H2O, SO2 e
HF.

7
Química

3. Na coluna da esquerda, estão relacionadas as moléculas, e, na coluna da direita, a geometria


molecular. Relacione cada molécula com a adequada geometria molecular.

1. NOC ( ) linear
2. NC 3 ( ) tetraédrica
3. CS2 ( ) trigonal plana
4. CC 4 ( ) angular
5. BF3 ( ) piramidal

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) 3 – 2 – 5 – 1 – 4.
b) 3 – 4 – 5 – 1 – 2.
c) 1 – 4 – 5 – 3 – 2.
d) 3 – 4 – 2 – 1 – 5.
e) 1 – 2 – 3 – 4 – 5.

4. O nitrogênio é um elemento químico com símbolo N. Devido à grande variação do número de oxidação,
apresenta-se em diferentes formas na natureza, tais como, N2 e NH3 , NO2− e NO3 − .
A geometria dos compostos nitrogenados acima citados são, respectivamente,
a) Linear, trigonal plana, linear e trigonal plana.
b) Linear, piramidal, angular e trigonal plana.
c) Linear, piramidal, linear e piramidal.
d) Linear, trigonal plana, angular e trigonal plana.
e) Linear, piramidal,trigonal e piramidal.

5. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas tornou-se um problema de saúde pública no Brasil, pois é
responsável por mais de 200 doenças, conforme resultados de pesquisas da Organização Mundial de
Saúde (OMS).
Disponível em: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,consumo-de-alcool-aumenta-43-5-no-brasil-em-dez-anos-afirma-
oms,70001797913> Acesso em: 11 set. 2017 (adaptado).

O álcool presente nessas bebidas é o etanol (CH3CH2OH), substância bastante volátil, ou seja, que
evapora com facilidade. Sua fórmula estrutural está representada a seguir.

8
Química

Considerando-se as ligações químicas e interações intermoleculares, o modelo que representa a


volatilização do etanol é:

a) c)

b) d)

6. Partículas microscópicas existentes na atmosfera funcionam como núcleos de condensação de vapor


de água que, sob condições adequadas de temperatura e pressão, propiciam a formação das nuvens e
consequentemente das chuvas. No ar atmosférico, tais partículas são formadas pela reação de ácidos
(HX) com a base NH3 , de forma natural ou antropogênica, dando origem a sais de amônio (NH4 X),
de acordo com a equação química genérica:

HX(g) + NH3(g) → NH4 X(s)

FELIX. E. P.; CARDOSO, A. A. Fatores ambientais que afetam a precipitação úmida. Química Nova na Escola, n. 21, maio 2005
(adaptado).

A fixação de moléculas de vapor de água pelos núcleos de condensação ocorre por


a) ligações iônicas.
b) interações dipolo-dipolo.
c) interações dipolo-dipolo induzido.
d) interações íon-dipolo.
e) ligações covalentes.

9
Química

7. As camadas de gelo polar de Marte aumentam e diminuem de acordo com as estações. Elas são feitas
de dióxido de carbono sólido e se formam pela conversão direta do gás em sólido.

Qual é o tipo de interação intermolecular existente entre as moléculas de dióxido de carbono?


a) Ligação de hidrogênio.
b) Dipolo – dipolo.
c) Dipolo induzido.
d) Dipolo permanente.
e) Ligação covalente

8. A polaridade em compostos químicos tem contribuições importantes nas propriedades destes e


também apresenta influências diretas nas interações intermoleculares. Observe as estruturas dos
compostos abaixo.

A temperatura de ebulição é uma propriedade específica de matéria e está intimamente relacionada


com a natureza das interações intermoleculares, dentre outros fatores. Diante do exposto, assinale a
alternativa que relaciona corretamente a temperatura de ebulição, em ordem crescente, das
substâncias apresentadas.

a) 1. Metano 2. Propanona 3. Etanol 4. Água.


b) 1. Água 2. Etanol 3. Propanona 4. Tetracloreto de carbono.
c) 1. Metano 2. Etanol 3. Propanona 4. Água.
d) 1. Água 2. Propanona 3. Etanol 4. Metano.
e) 1. Metano 2. Água 3. Etanol 4. Propanona.

9. Assinale a alternativa que contém as respectivas geometrias e polaridades das espécies química
abaixo.
SO2 ; SO3 ; H2O e H2Be

a) SO2 : angular e polar; SO3 : piramidal e polar; H2O : angular e polar e H2Be : linear e apolar.

b) SO2 : angular e polar; SO3 : trigonal plana e apolar; H2O : angular e polar e H2Be : angular e
polar.
c) SO2 : angular e polar; SO3 : trigonal plana e apolar; H2O : angular e polar e H2Be : linear e apolar.

d) SO2 : linear e apolar; SO3 : piramidal e polar; H2O : linear e apolar e H2Be : angular e polar.

e) SO2 : angular e apolar; SO3 : trigonal plana e polar; H2O : angular e apolar e H2Be : angular e
polar.

10
Química

10. As ligações covalentes podem ser classificadas em dois tipos: ligações covalentes polares e ligações
covalentes apolares. Observando a polaridade das ligações e a geometria da molécula, somos capazes
de verificar se uma molécula será polar ou apolar. Com base nisso, assinale a opção que apresenta
moléculas exclusivamente apolares.

a) HC , NO2 e O2

b) C 2, NH3 e CO2

c) C 2, CC 4 e CO2

d) CC 4 , BF3 e H2SO4

e) Cl2, CO e HCl

11
Química

Gabarito

1. A
Em relação ao composto SO2 e sua estrutura molecular, pode-se afirmar que se trata de um composto
que apresenta ligações covalentes polares e estrutura com geometria espacial angular.

2. B

3. B
Analisando a geometria a partir da teoria da repulsão dos pares de elétrons, vem:

1. NOC angular
2. NC 3 piramidal
3. CS2 linear
4. CC 4 tetraédrica
5. BF3 trigonal plana

12
Química

4. B
N2 : geometria linear:

NH3 : geometria piramidal:

NO2− : angular

NO3− : trigonal plana

5. C
Na volatilização do etanol (passagem do estado líquido para o gasoso) ocorre a quebra das ligações
intermoleculares (entre moléculas) e não intramolecular (que ocorre no interior da molécula).

6. D
A reação fornecida no enunciado descreve a representação geral de um processo de neutralização.
+
HX(g) + NH3(g) NH4 X(s) NH4(aq) + X−(aq)

A fixação da água aos íons formados se dá por interações do tipo íon dipolo.

Esquematicamente:

13
Química

7. C
A molécula de dióxido de carbono, O = C = O, apresenta interação do tipo dipolo-induzido, que são
forças de interação fracas que ocorrem entre moléculas apolares.

8. A
O ponto de ebulição varia de acordo com o tipo de interação ou forças intermoleculares presente em
cada composto, assim teremos em ordem crescente do ponto de ebulição:
interações de Van der Waals < interações dipolo-dipolo < ligações de hidrogênio.

Assim, a ordem do menor para o maior ponto de ebulição será:


Metano < Propanona < Etanol < Água

9. C
Teremos:

10. C
C 2, CC 4 e CO2 são moléculas exclusivamente apolares, pois apresentam vetores momento dipolo
elétricos resultantes nulos.

14
Química

Ligações químicas: Ligação covalente

Resumo

Esse tipo de ligação se dá por compartilhamento de um par de elétrons, sendo um elétron de cada
átomo ou os dois elétrons do mesmo átomo. Há formação de moléculas, logo, esta ligação é também
chamada de molecular. Ele acontece entre ametais ou entre o hidrogênio e um ametal, e entre hidrogênios. A
diferença das eletronegatividades dos átomos envolvidos, geralmente, é menor que 1,7.

Quando a diferença das eletronegatividades dos átomos envolvidos for igual a zero (∆en = 0),
dizemos que a ligação covalente tem caráter apolar e quando a diferença das eletronegatividades for
diferente de zero (∆en ≠ 0), dizemos que o caráter da ligação covalente é polar.

Exemplo:

O2
Eletronegatividade: O = 3,5
∆en: 3,5 - 3,5 = 0 → ligação covalente apolar

NH3
Eletronegatividades: N = 3,0 H = 2,1
∆en: 3,0- 2,1 = 0,9 → ligação covalente polar

OBS: Quando chamamos de ligação covalente dativa ou coordenada a ligação que ocorre entre um átomo
que atinge a estabilidade eletrônica e outro que ainda necessita de dois elétrons para completar sua
camada eletrônica, tendo assim os dois elétrons do compartilhamento vindo do mesmo átomo. Podemos
representar esses pares de elétrons por uma seta.

Exemplo:

Usando o exemplo SO2, temos:

A representação que mostra os elétrons como “x” é chamada de estrutura de Lewis.

É possível também termos ligações covalentes acontecendo em moléculas ternárias, ou seja, moléculas
que possuem 3 elementos distintos em sua composição.

1
Química

Exemplo:

H2SO4

H3PO4

Alguns íons moleculares também podem ter as suas ligações representadas, veja no exemplo abaixo:

Amônio = NH4+

PSIU!!

Exceções à regra do octeto

O berílio, o boro e o alumínio formam compostos estáveis com um número de elétrons inferior a 8,
desobedecendo assim à regra do octeto.

2
Química

Embora a diferença de eletronegatividades seja maior que 1,7, no caso do BF3 a ligação não é iônica, pois
trata-se da ligação entre ametais; portanto, ligação covalente polar.

Principais características de compostos moleculares

• Pontos de fusão e ebulição baixos.


• à temperatura ambiente podem apresentar-se nos estados: sólido, líquido ou gasoso.
• Não são bons condutores de corrente elétrica em solução aquosa. Porém alguns ácidos fortes, por
exemplo, em meio aquoso sofrem ionização (formação de íons), tornando a solução condutora de
corrente elétrica.
• Pontos de fusão e de ebulição menores que os dos compostos iônicos (as forças entre moléculas
são menores porque não há a atração elétrica provocada pelos íons).
• Pouca solubilidade em água.
• Tendem a ser mais inflamáveis que os compostos iônicos (carbono e hidrogênio queimam facilmente
e são encontrados em grande parte dos compostos covalentes).

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3
Química

Exercícios

1. As ligações químicas existentes na formação das substâncias NaC , HC e C 2 são, respectivamente,


a) iônica, covalente polar, covalente apolar.
b) iônica, covalente apolar e covalente polar.
c) covalente polar, covalente apolar e iônica.
d) covalente apolar, covalente polar e iônica.
e) covalente apolar, iônica e covalente polar.

2. Na fórmula eletrônica (ou de Lewis) da molécula de nitrogênio, o número de pares de elétrons


compartilhados é

Dado: número atômico nitrogênio = 7.


a) 1.
b) 2.
c) 3.

d) 4.
e) 5.

3. Para o processo de purificação da água, são adicionadas substâncias como sulfato de alumínio,
A 2 (SO4 )3 , para formação de flocos com a sujeira da água; cloro, C 2 , para desinfecção; óxido de
cálcio, CaO, para ajuste de pH, e flúor, F2 , para prevenção de cáries.

O tipo de ligação que une os elementos das substâncias utilizadas no processo de purificação da água
é
a) covalente/iônica, iônica, covalente e iônica.
b) covalente/iônica, covalente, covalente e iônica.
c) iônica/covalente, covalente, iônica e covalente.
d) iônica/covalente, iônica, iônica, covalente.
e) covalente/iônica, covalente, covalente e covalente.

4
Química

Texto para a próxima questão:


Uma das aplicações dos percloratos é o uso em foguetes de propulsão. O combustível sólido é
preparado segundo a equação química abaixo:

Fe O
3 NH4C O4(s) + 3 A (s) ⎯⎯⎯⎯
2 3 →A O
2 3(s) + A C 3(s) + 6 H2O(g) + 3 NO(g)

4. O tipo de ligação que une os átomos nos compostos A e A 2O3 e H2O é, respectivamente:
a) metálica, covalente e iônica.
b) iônica, covalente e iônica.
c) metálica, iônica e covalente.
d) covalente, iônica e covalente.
e) metálica, metálica e covalente

5. Levando em conta as ligações e interações que ocorrem entre átomos e moléculas, dentre as
substâncias abaixo, a que possui maior ponto de fusão é

a) H2O

b) CO2

c) CaC 2

d) C6H12O6

e) C12H22O11

6. O óxido nitroso (N2O(g) ), também conhecido como gás hilariante, foi o primeiro anestésico utilizado
em cirurgias. Hoje, também pode ser utilizado na indústria automobilística para aumentar a potência
de motores de combustão interna. Abaixo, está representada uma possibilidade da estrutura de Lewis
dessa molécula.

De acordo com a fórmula apresentada, marque a opção que descreve CORRETAMENTE as ligações
existentes no N2O.
a) Uma ligação iônica e duas ligações covalentes simples.
b) Duas ligações covalentes, sendo uma tripla e uma simples.
c) Duas ligações covalentes simples.
d) Duas ligações iônicas.
e) Duas ligações covalentes, sendo uma dupla e uma simples.

5
Química

7. O selênio quando combinado com enxofre forma o sulfeto de selênio, substância que apresenta
propriedades antifúngicas e está presente na composição de xampus anticaspa. Qual o tipo de ligação
química existente entre os átomos de enxofre e selênio?
a) Covalente.
b) Dipolo-dipolo.
c) Força de London.
d) Iônica.
e) Metálica.

8. O quartzo é um mineral cuja composição química é SiO2 , dióxido de silício. Considerando os valores
de eletronegatividade para o silício e oxigênio, 1,8 e 3,5, respectivamente, e seus grupos da tabela
periódica (o silício pertence ao grupo 14 e o oxigênio ao grupo 16), prevê-se que a ligação entre esses
átomos seja:
a) covalente apolar.
b) covalente coordenada.
c) covalente polar.
d) iônica.
e) metálica.

9. Considere os seguintes pares de moléculas:

I. LiC e KC .

II. A C 3 e PC 3.

III.
NC 3 e
AsC 3 .

Assinale a opção com as três moléculas que, cada uma no seu respectivo par, apresentam ligações
com o maior caráter covalente.

a) LiC ,
A C 3 e NC 3

b) LiC ,
PC 3 e NC 3

c) KC ,
A C 3 e AsC 3

d) KC ,
PC 3e NC 3

e) KC ,
A C 3 e NC 3

6
Química

10. Um elemento “A”, de número atômico 20, e outro “B”, de número atômico 17, ao reagirem entre si,
originarão um composto
a) molecular de fórmula AB2.
b) molecular de fórmula A2B.
c) iônico de fórmula AB.
d) iônico de fórmula AB2.
e) iônico de fórmula A2B.

7
Química

Gabarito

1. A
NaC : ligação iônica, entre um metal e um ametal.
HC : ligação covalente polar.

C 2 : ligação covalente apolar.

2. C
A molécula de nitrogênio N2 irá compartilhar 3 pares de elétrons, formando uma tripla ligação.

3. C
O composto A 2 (SO4 )3 : por apresentar um metal em sua estrutura, possui ligações iônicas e
covalentes (entre o oxigênio e o enxofre);
Para o composto C 2 , como se trata de dois ametais, apresenta uma ligação covalente simples;
Para o óxido de cálcio, CaO, mesma justificativa do primeiro composto, apresenta um metal em sua
fórmula, formando, uma ligação iônica.
Para o flúor F2 , mesma justificativa do segundo composto, formando uma ligação covalente.

4. C
A : ligação metálica

A 2O3 : ligação iônica

A +3O−2
A 2O3

H2O : ligação covalente

5. C
O composto CaC 2, é o único que é formado por ligação iônica e os compostos iônicos possuem
interações mais intensas quando comparadas as covalentes, por ser formadas por íons, sendo assim
seus pontos de fusão e ebulição são mais intensos.

8
Química

6. B

7. A
Como ambos são ametais, haverá compartilhamento de elétrons, formando uma ligação do tipo
covalente.

8. C
Considerando os valores de eletronegatividade para o silício e oxigênio, 1,8 e 3,5, respectivamente, e
seus grupos da tabela periódica (o silício pertence ao grupo 14 e o oxigênio ao grupo 16), prevê-se que a
ligação entre esses átomos seja covalente polar.

ΔE = Emaior − Emenor
ΔE = 3,5 − 1,8 = 1,7

Ligações apolares apresentam ΔE igual a zero.


Ligações polares apresentam ΔE diferente de zero.
Ligações iônicas ou com caráter iônico apresentam ΔE superior a 1,7.

9. B

ΔE = diferença de eletronegatividade
ΔE  1,6  predominantemente covalente
ΔE  1,7  predominantemente iônica
ΔE = 0  puramente covalente

9
Química

I. Li,C e K
K  Li  C
ou
Eletronegatividade de Linus Pauling :
K = 0,8
Li = 1,0
C = 3,0
LiC  ΔE = 3,0 − 1,0 = 2,0 (caráter iônico)
KC  ΔE = 3,0 − 0,8 = 2,2 (caráter iônico mais acentuado)

II. A , P e C
A PC
ou
Eletronegatividade de Linus Pauling :
A = 1,5
P = 2,1
C = 3,0
A C 3  ΔE = 3,0 − 1,5 = 1,5 (caráter covalente)
PC 3  ΔE = 3,0 − 2,1 = 0,9 (caráter covalente acentuado)

III. N, C e As
As  N = C
ou
Eletronegatividade de Linus Pauling :
N = 3,0
C = 3,0
As = 2,0
NC 3  ΔE = 3,0 − 3,0 = 0,0 (caráter covalente mais acentuado)
AsC 3  ΔE = 3,0 − 2,0 = 1,0 (caráter covalente)

Maior caráter covalente: LiC , PC 3 e NC 3 .

10. D
Teremos:
20 A : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2  A 2+

17 B : 1s
2
2s2 2p6 3s2 3p5  B−
A B B  [A 2+ ][B− ]2  AB2 (composto iônico)
2+ − −

10
Redação

Conclusão: funções e estratégias

Resumo

O que é a conclusão?

A ideia de que o texto está chegando ao fim parece, de alguma forma, aliviar o aluno. Porém, o
parágrafo de conclusão é justamente o que precisa de maior atenção, uma vez que fecha a redação e
retoma todos os argumentos apresentados.
Se o parágrafo conclusivo termina o texto, é fundamental que ele, assim como a conclusão, retome
o ponto de vista apresentado. Entretanto, esse não é o único papel aqui. Podemos encontrar dois objetivos
na conclusão: um de retomar o direcionamento, concluindo o raciocínio, e outro de fechar, de forma criativa,
o texto. Ao cumprir essas funções, criamos uma relação muito forte com o parágrafo de introdução -
produzimos um texto que funciona como um circuito. Isso deixa claro o planejamento e roteiro feitos
anteriormente, qualidade essencial para um 1000.

A retomada do direcionamento

Se a característica principal de um circuito é voltar ao início, ao ponto inicial, precisamos retomar,


então, a opinião global do texto. Isso justifica a necessidade de uma função que traga para a conclusão a
tese apresentada no parágrafo introdutório. Isso também torna o texto mais global, planejado, pensado
anteriormente, o que o difere das outras redações, produzidas por “inspiração”.
A estratégia é simples: não é interessante copiar literalmente a tese apresentada na introdução.
Nesse sentido, sugerimos, sempre, a construção de uma paráfrase, ou seja, de um período que diga
exatamente a mesma coisa que a sua tese disse, mas com outras palavras, em outros termos. Veja os
exemplos:

Tema: O valor dos animais de estimação no mundo de hoje.

Direcionamento (Introdução): Nos últimos tempos, porém, a mídia tem veiculado casos extremos de maus-
tratos e até morte de animais, o que nos leva a uma discussão que precisa ser prioridade no coletivo: se
esses seres são tão importantes, por que não cuidar e respeitar?

Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica claro, portanto, que o valor dos bichos de estimação na
sociedade de hoje, apesar de grande, não é compartilhado por todas as pessoas.

Tema: O valor da educação nas transformações sociais do Brasil.

Direcionamento (Introdução): Tal destaque dado pela campanha evidencia a necessidade de integrar a
educação nessas transformações, relação que, apesar de fundamental, não é tão expressiva na atualidade.

1
Redação

Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica claro, portanto, que, apesar de crucial, o papel
transformador da educação não tem sido aproveitado no Brasil.

Uso de conectivo conclusivo

Na construção de um parágrafo conclusivo, é muito importante que você use um conector, algo que,
de certa forma, por meio de seu valor semântico, mostre que o texto está chegando ao fim. Invista em
alguns usos, como o do “dessa forma”, o do “portanto”, o do “assim”, o do “nesse sentido”, o do “logo”, o do
“por fim” e evite usos mais metalinguísticos, como “conclui-se” e “pode-se concluir”.
Apesar de, normalmente, colocarmos esse conectivo no início da frase, alguns alunos preferem
deslocá-lo, a fim de ganharem em ritmo textual e domínio da linguagem. Gramaticalmente, não há problema,
desde que o conector seja utilizado entre vírgulas. Experimente utilizar, então, expressões como “torna-se
evidente, portanto, …” e outras.

Fechando de forma criativa

É de se esperar um fechamento no parágrafo de conclusão. Qualquer coisa diferente disso pode ser
recebida de forma negativa. Entretanto, a previsibilidade desse desfecho é muito comum, o que, de certa
forma, pode ser evitado com algumas técnicas interessantes.
Não há fórmulas que ensinem esse fechamento. Na verdade, espera-se que, por meio de algum
desfecho, o aluno traga um “algo mais” para o texto, ultrapassando as fronteiras da redação.
Dê uma olhada no parágrafo a seguir, sobre os limites da liberdade de expressão.

Diante de uma sociedade que atira no outro sem pensar nos efeitos desse tiro, é importante planejar
soluções que busquem não desarmar – o que seria censura, ferindo os direitos de expressão –, mas educar,
de forma que cada palavra seja consciente e busque um debate produtivo. Resta saber se quem ultrapassa
esses limites ajudará na resolução desse problema. Com esse auxílio, poderemos, finalmente, educar sem
precisar desarmar e evitar que debates como os de 1989 e 2014 se repitam no Brasil e no mundo.

É possível perceber que o aluno optou por apresentar uma espécie de reflexão, com soluções para o
problema apresentado. Houve, ainda, uma retomada da contextualização apresentada - que já vimos em
outro momento - e do próprio título da redação (“Educar sem desarmar”), investindo em circularidade.

Técnicas de fechamento criativo

Há diferentes formas de se fechar um texto. No parágrafo apresentado anteriormente, por exemplo,


utilizamos uma técnica de reflexão, aprofundando a discussão e apresentando um problema. Mostramos,
ainda, soluções para o que foi apresentado - não tão detalhadas, mas importantes na questão discutida.
Criamos uma ressalva, de forma que as propostas apresentadas dependam de uma ação por parte dos
criadores do problema - se não houver concordância, não conseguiremos resolver a questão. Por fim,
criamos um desfecho conectando ideias da introdução e da conclusão, criando o circuito comentado
anteriormente.

2
Redação

Você pode, como ferramenta de fechamento:

• Criar uma reflexão que vá além do que já foi discutido no texto;


• Criar uma ressalva, cercando o leitor e evitando questionamentos (“e se não aceitarem mudar?”);
• Criar uma conexão com o parágrafo de introdução, de forma metafórica ou retomando a
contextualização;
• Criando uma conexão com o título do texto, explicando e “desembrulhando" o seu conteúdo.

Propostas de intervenção

Essa não é a segunda função de todos os parágrafos de conclusão. Na verdade, a presença das
propostas na conclusão nem chega a ser obrigatória. Mas a nossa defesa tem fundamentos: em uma prova
corrigida de forma muito rápida – o caso do ENEM -, é muito importante que todos os pontos analisados
pelas competências estejam muito evidentes na sua redação. Se a grande maioria dos alunos apresenta
propostas no último parágrafo, é muito provável que, procurando intervenções, o leitor olhe diretamente
para a conclusão do seu texto. A ideia, então, é facilitar o trabalho do corretor e apresentá-las logo no lugar
em que ele procurará. Além disso, se você mostrou problemas – e até causas e consequências – no seu
desenvolvimento, é muito normal que as propostas venham logo depois deles, né? E o melhor lugar, sem
dúvidas, é a conclusão.
Essas propostas precisam ter duas características muito importantes: em primeiro lugar, é preciso
que elas sejam aplicáveis ao tema e ao que foi dito no texto. Não faz sentido propor soluções na área da
educação se o problema não tem relação com algum trabalho feito pelas escolas, né? Além disso, as
propostas precisam ser detalhadas. A ideia é: além de dizer o que é necessário fazer, é importante mostrar
quem pode ajudar nisso e, é claro, como isso pode ser feito. Vamos ver um exemplo?

Torna-se evidente, portanto, que setor privado e instituições de ensino em nada ajudam na
resolução do problema, que só cresce, sendo necessário, então, que se recorra a outros agentes sociais, de
forma que estimulem uma ação por parte dos omissos. Em primeiro lugar, o governo, em parceria com as
ONGs, pode criar campanhas de doação de livros, a fim de incentivar a adoção das leituras habituais sem
custo por parte das escolas. Além disso, a mídia pode auxiliar seus lançamentos, para que as vendas
aumentem e, então, seus preços sejam reduzidos. Só assim, estimulando o hábito de ler na raiz, amor e
felicidade na leitura pregados pelos dois grandes autores serão, finalmente, características do leitor
contemporâneo.

Título

É normal que um aluno pergunte se o título é obrigatório. Mais normal ainda é o questionamento
com relação aos pontos descontados pela falta desse título. De certa forma, todas essas dúvidas estão
equivocadas. O fato é que a colocação do título depende apenas da exigência da Banca - e, se não exigido,
da vontade do leitor. Em uma prova que não pede a formulação de um título, não colocá-lo não trará
problemas.

3
Redação

De qualquer forma, tal estrutura funciona sempre como um “perfume" a mais na redação. Por isso,
apresentá-la pode ser interessante, se bem pensada e construída. Para isso, é essencial que você conheça
bem a definição de título e que estruturas evitar.
O título funciona como uma síntese sugestiva da redação. Isso significa que, de forma curta,
sintética, apresenta a mensagem que a redação quer passar. Seu papel é o de interessar o leitor, seduzindo-
o.
Um bom título comprova um bom planejamento. Dá a impressão de que você pensou bem no que
estava escrevendo - e organizou bem suas ideias. Trata-se de um tipo de mensagem cifrada, que será
decifrada, desembrulhada ao longo do texto, daí o valor da circularidade citada no ponto anterior.

Fórmulas desgastadas

Há alguns modelos que precisam ser evitados. Muitos alunos, em vez de aproveitar o valor do título,
apresentam ideias óbvias, repetitivas e até genéricas. Veja uma lista do que você precisa evitar:

• Utilização do “x" ou “versus”: Guerra x Paz


• Perguntas com “ou”: Discurso de ódio: intolerância ou liberdade de expressão?
• Tom publicitário: Brasil, um país de todos.
• Repetição do tema: Violência no Brasil (para o tema “Violência no Brasil”).
• Termos genéricos: Violência.

4
Redação

Exercícios

Levando em consideração o parágrafo a seguir, responda:

Fica claro, portanto, que o valor dos bichos de estimação na sociedade de hoje, apesar de grande, não é
compartilhado por todas as pessoas. Considerando uma lei que já existe e criminaliza maus-tratos, é papel
do Judiciário fiscalizar mais e aplicá-la a diversos casos divulgados diariamente na rede. A mídia, que já tem
grande relevância online, precisa levar tal discussão às TVs, utilizando ficções com engajamento social para
mostrar a necessidade da delação. Por fim, ONGs que defendem os direitos dos animais também podem
participar com campanhas e assistência, procurando e oferecendo novos lares aos encontrados em más
condições. Só assim, vigiando e punindo, o último artigo da Declaração, que fala de observar, respeitar e
compreender os animais, será respeitado e praticado no nosso meio.

1. Sobre qual tema a conclusão propõe?

2. Que trecho apresenta a retomada da tese do parágrafo?

3. Que trecho mostra as propostas que resolvem esse problema?

Leia a conclusão a seguir, sobre o tema "A cordialidade brasileira e suas consequências em questão no século
XXI":

Torna-se evidente, portanto, a predominância do indivíduo cordial, que prioriza o coração e deixa de lado as
regras morais do coletivo. Buscando resolver isso, é importante que o poder público, em um trabalho de
fiscalização, identifique os casos de pequenas corrupções, classifique-os como crime e julgue cada um. No
mesmo contexto, a mídia pode denunciar e debater essas ações em ficções engajadas e divulgar as medidas
por parte do governo. A escola, formadora de opinião, pode trabalhar esse comportamento na raiz, mostrando
a necessidade de, no ambiente coletivo – ou na rua de Roberto DaMatta -, a moral imperar nas atitudes do
indivíduo, de forma que, em pouco tempo, a separação entre o público e o privado saia da teoria e, pelo menos
no Brasil, se torne prática no meio social.

4. O parágrafo está completo, do ponto de vista das duas funções da conclusão?

5. Identifique que agentes de intervenção foram utilizados no parágrafo.

6. Identifique qual operador argumentativo conclusivo foi utilizado na retomada da tese e mostre outro
que poderia ter sido utilizado.

5
Redação

Leia o parágrafo a seguir e faça o que se pede:

Torna-se evidente, portanto, a necessidade de se discutir a questão e o papel da escola e dos responsáveis
nessa luta. Em primeiro lugar, o poder público, criador da lei que incentiva o combate à prática, pode fiscalizar
as instituições e fazer valer o que está no Diário Oficial, contratando, inclusive, mais psicólogos para os
colégios e promovendo treinamentos. A mídia pode denunciar os casos, a fim de facilitar o trabalho do
governo e, é claro, conscientizar a população. Deve, também, por meio de ficções, levar a discussão à família,
mostrando a importância de o assunto ser tratado em casa. A escola, então, pode chamar os pais ao debate
e, com palestras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa prevenção. Só assim será possível evitar
que, no Brasil, 29 anos depois, tenhamos mais figuras como a de Preciosa, que precisava dos sonhos para
escapar de todo o pesadelo que a sua vida insistia ser.

7. Identifique, no parágrafo, a retomada da tese defendida pelo autor.

8. Sabendo como se constrói uma conclusão, mostre que trecho propõe soluções para o posicionamento
do autor e que agentes foram utilizados na sua formulação.

9. Que outros agentes poderiam ter sido utilizados nesse mesmo texto?

Analise o parágrafo para resolver as questões 10 a 12:

Portanto, medidas devem ser tomadas a fim de instigar os pequeninos o hábito de ler, visto que a literatura é
imprescindível na formação infantil. Para tal, as escolas podem promover rodas de leitura, a criação de peças
teatrais baseadas nas obras lidas e a inserção de bibliotecas nas instituições engajarão os alunos ao costume
de ler. Ademais, os pais também devem dar o exemplo e acompanhar a desenvoltura dos filhos. Ainda que
vivamos na Era Digital, é preciso que os responsáveis organizem os períodos que seus filhos desfrutam da
tecnologia para que haja tempo para a leitura. Em casa, contar histórias e ajudá-los a ler aumentará, assim, o
vínculo familiar e farão com que a literatura seja algo prazeroso e não taxado como obrigatório.

10. Sabendo que o parágrafo é exemplar, identifique elementos que o tornaram uma conclusão nota mil.

11. Identifique outras duas propostas que poderiam ser utilizadas em um tema sobre "a importância da
literatura na formação da criança", se a tese mostrasse que, hoje, isso não é valorizado.

12. Suponha que você, aluno, tenha decidido defender a ideia de que a literatura, hoje, tem sido muito
valorizada nas escolas e, consequentemente, entre as crianças. Aponte uma retomada da tese viável
para essa ideia.

6
Redação

Leia o parágrafo a seguir:

Fica claro, que agressões à mulher constituem uma grave mazela social, que deve ser combatida. Deve-se
garantir a aplicação e a fiscalização de leis como a Maria da Penha e a do Feminicídio principalmente contra
os companheiros. Deve-se, também dar suporte às vítimas, oferecendo atendimento psicológico adequado a
mulheres violentadas. Por fim, deve-se combater a cultura do assédio, não só com campanhas publicitárias,
mas também com engajamento ficcional, como o que ocorre nas novelas. Talvez assim consigamos construir
uma nação com igualdade real entre os gêneros.

13. Como você já deve imaginar, um bom parágrafo não vem, apenas, de uma utilização perfeita de suas
estruturas, mas também de alguns outros fatores, como linguagem, vocabulário e, principalmente, a
modalidade escrita. Nesse contexto, analise o parágrafo acima e identifique problemas que, em uma
avaliação mais detalhada, possam prejudicar a nota do autor.

14. Reconhecidos os erros, reescreva o parágrafo e dê a ele um conteúdo nota mil.

Questão Contexto

https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303322-d554868-i127568181-Palacio_do_Planalto-
Brasilia_Federal_District.html

Muitas vezes, o aluno, ao criar a proposta de intervenção, não explicita o órgão que deve atuar no problema,
generalizando. Um exemplo bastante comum é usar “governo” e “mídia” como agentes interventores, sem
mostrar qual (ou quais) órgão seria adequado para resolver a problemática. A “mídia”, por exemplo, é
composta por televisão, internet, redes sociais, jornal, cinema, revistas e etc.. Já o governo é formado pelo
poder executivo, legislativo e judiciário, e cada um desses poderes é constituído de determinados segmentos.
Frequentemente, os alunos não têm conhecimento sobre essas informações, que são imprescindíveis para a
redação e para o exercício de cidadania.

Dessa forma, para tirar nota máxima nessa competência, devemos, além de detalhar as ações e seus efeitos,
nomear os agentes interventores.

Sua tarefa será pesquisar sobre os três poderes públicos e identificar quem é responsável por cada setor e
quais são suas responsabilidades. Além disso, crie uma proposta bem detalhada sobre o tema “Alimentação
irregular e obesidade no Brasil”.

7
Redação

Gabarito

1. O parágrafo propõe sobre o valor dos animais de estimação, hoje.

2. O trecho é: "o valor dos bichos de estimação na sociedade de hoje, apesar de grande, não é compartilhado
por todas as pessoas."

3. O trecho é: "Considerando uma lei que já existe e criminaliza maus-tratos, é papel do Judiciário fiscalizar
mais e aplicá-la a diversos casos divulgados diariamente na rede. A mídia, que já tem grande relevância
online, precisa levar tal discussão às TVs, utilizando ficções com engajamento social para mostrar a
necessidade da delação. Por fim, ONGs que defendem os direitos dos animais também podem participar
com campanhas e assistência, procurando e oferecendo novos lares aos encontrados em más
condições".

4. Sim, uma vez que apresenta, em primeiro lugar, uma retomada da tese e, logo depois, propostas para
resolver o problema.

5. Os agentes utilizados foram o Governo, a mídia e a escola.

6. O operador argumentativo utilizado foi o “portanto”. Seria possível troca-lo por “logo”, “então” ou “assim”.

7. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de se discutir a questão e o papel da escola e dos


responsáveis nessa luta.

8. O trecho é: “Em primeiro lugar, o poder público, criador da lei que incentiva o combate à prática, pode
fiscalizar as instituições e fazer valer o que está no Diário Oficial, contratando, inclusive, mais psicólogos
para os colégios e promovendo treinamentos. A mídia pode denunciar os casos, a fim de facilitar o
trabalho do governo e, é claro, conscientizar a população. Deve, também, por meio de ficções, levar a
discussão à família, mostrando a importância de o assunto ser tratado em casa. A escola, então, pode
chamar os pais ao debate e, com palestras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa prevenção.”
Os agentes utilizados foram o Governo, a mídia, a família e a escola.

9. As ONGs que levantam a bandeira do bullying poderiam trabalhar essa questão, por exemplo, além das
empresas, que poderiam criar campanhas, em parceria com a mídia.

10. Além de retomar bem a tese, o parágrafo mostra propostas bem detalhadas e ainda formula um desfecho
criativo, tornando o texto, de certa maneira, original.

11. O mercado, por exemplo, poderia incentivar a venda de livros infantis promovendo encontros, eventos
com autógrafos e leitura de trechos pelos autores. As escolas, no mesmo ritmo, poderiam trazer autores
às salas, com palestras e discussões sobre o tema dos livros.

8
Redação

12. Torna-se evidente, portanto, que a literatura, hoje, é muito valorizada e, para que as suas contribuições
cresçam, propostas podem ser levantadas em prol da formação infantil.

13. Além da ausência de conectivo conclusivo, há propostas pouco detalhadas (sem agentes, por exemplo)
e problemas de vírgula e repetições.

14. Fica claro, portanto, que agressões à mulher constituem uma grave mazela social, que deve ser
combatida. Para isso, a policia e o judiciário devem garantir a aplicação e a fiscalização de leis como a
Maria da Penha e a do Feminicídio - principalmente contra os companheiros. ONGs podem dar suporte às
vítimas, oferecendo atendimento psicológico adequado a mulheres violentadas. Por fim, a mídia deve
combater a cultura do assédio, não só com campanhas publicitárias, mas também com engajamento
ficcional, como o que ocorre nas novelas. Talvez assim consigamos construir uma nação com igualdade
real entre os gêneros.

Questão Contexto

Sugestão de pesquisa:
• Quem faz parte do Poder Legislativo?
• Quem faz parte do Poder Judiciário?
• Quem faz parte do Poder Executivo?
• Quais são nossos Ministérios?
• O que faz um deputado?
• O que faz um vereador?
• O que faz um senador?
• O que faz um prefeito?
• O que faz um governador?
• O que faz um presidente da república?
• STF, STJ, Justiça Federal, Justiça do Trabalho

Algumas ideias para a proposta de intervenção:


1. Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da saúde, deveria implementar cardápios
balanceados nas escolas e universidades.
2. A televisão deveria investir mais em programas informativos sobre saúde e alimentação nos canais
abertos.
3. O Ministério da Saúde em parceria com as prefeituras deveria produzir revistas mensais com informações
sobre a saúde, importância de atividades físicas e opções de cardápios saudáveis para a população.
4. As prefeituras com o apoio do Governo Federal, deve ampliar os espaços públicos para a realização de
atividades físicas.

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Filosofia / Sociologia

Émile Durkheim: fato social

Resumo

Durkheim, tal como Comte, pensava que o homem é fortemente moldado pela sociedade em que ele
vive (expressando-se de maneira técnica, ele diz que a consciência individual é sempre moldada e condiciona
pela consciência coletiva, isto é, pela mentalidade média da sociedade, seu conjunto de valores e ideias
dominantes) e que por isso o interesse do sociólogo deve voltar-se apenas para os padrões sociais. Por essas
e outras, aliás, é que Durkheim é considerado um autor positivista e o mais famoso continuador da perspectiva
comteana. De fato, não obstante criticar vários aspectos secundários do pensamento de Comte (em especial,
a vagueza de suas ideias, a religião da humanidade e o projeto político positivista), Durkheim assumiu como
suas as ideias-chaves do seu predecessor: a necessidade de um conhecimento social capaz de compreender
as características da sociedade moderna, a crença na incapacidade da filosofia de cumprir esse papel, o
projeto de construção de uma ciência da sociedade independente da filosofia, a ideia de que esta ciência deve
tomar como modelo as ciências naturais e a tese de que o trabalho do sociólogo deve focar-se nos padrões
sociais.
Do ponto de vista do método, como vimos, Durkheim considerava que o sociólogo deve, tal como o
físico e o químico, buscar por padrões de regularidade, que, no caso dele, seriam os fatos sociais. Além disso,
fortemente influenciado pelas ciências naturais - seu modelo de pensamento -, o sociólogo francês afirmava
que as virtudes principais de um pesquisador social são a neutralidade e a objetividade. Na prática, isto
significa que um sociólogo jamais deve permitir que os seus valores pessoais ou a sua visão de mundo
interfiram no seu trabalho. Sua análise deve ser meramente descritiva, nunca avaliativa, concentrada apenas
em compreender a sociedade que está pesquisando, não em julgá-la ou classificá-la.
Tal como Comte e todo os demais grandes nomes da sociologia, Émile Durkheim destacou-se pela
explicação que desenvolveu para a origem da sociedade capitalista moderna. Diferente, porém, de seu
predecessor, que via no surgimento da sociedade moderna a passagem de um estado metafísico, dominado
por explicações filosóficas, para um estado positivo, dominado por explicações científicas, Durkheim via na
passagem das sociedades tradicionais para a Modernidade acima de tudo uma mudança na solidariedade
social, isto é, no mecanismo de coesão e unidade da sociedade.
De acordo com Durkheim, nas sociedades tradicionais, pré-modernas, anteriores ao capitalismo, a
divisão social do trabalho, isto é, a especialização profissional era pequena. Isto ocasionava poucas
diferenças entre os indivíduos e fazia da sociedade algo mais homogêneo. Assim, a coesão social era
realizada e garantida através do compartilhamento de uma mesma visão de mundo, de um mesmo conjunto
de ideias e valores dominantes. Foi o caso, por exemplo, da Idade Média ocidental, onde a fé católica era o
eixo unificador da sociedade, e do Egito Antigo, onde a cosmovisão daquela sociedade é que unia todos os
seus membros. Este modelo de coesão social é chamado por Durkheim de solidariedade mecânica.
Nas sociedades modernas, por sua vez, o capitalismo promoveu uma enorme acentuação na divisão
social do trabalho. Isso exacerbou a especialização profissional e, portanto, a individualidade. Por isso, a
sociedade moderna é heterogênea, contando com grande diversidade de religiões e de visões de mundo no
interior de um mesmo contexto social. Daí também porque, na Modernidade, o que une e congrega a
sociedade não é o fato das pessoas partilharem uma mesma visão de mundo, mas sim o fato de elas serem

1
Filosofia / Sociologia

mais interdependentes no mundo do trabalho. De fato, o aumento da especialização profissional, vigente no


capitalismo, torna as pessoas mais interdependentes, uma vez que elas exercem funções mais específicas e,
portanto, são mais difíceis de serem substituídas no mundo do trabalho. A consequência disso é que a
sociedade capitalista não precisa do compartilhamento de uma mesma visão de mundo para que os
indivíduos vivam coesos nela: o que os une são os laços de interdependência econômica. É o que Durkheim
chamava de solidariedade orgânica.

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2
Filosofia / Sociologia

Exercícios

1. A Sociologia, tradicionalmente, é a ciência que estuda a sociedade. Expressão abstrata, visto que não
há uma definição precisa. Mas, a literatura indica que toda sociedade deriva de grupos sociais,
compreendidos como “um agregado de seres humanos no qual (1) existem relações específicas entre
indivíduos que o compreendem e (2) cada indivíduo tem consciência do próprio grupo e de seus
símbolos”. É necessário, portanto, que haja interação e identidade entre os membros do grupo.
OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom (editores). Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1996.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2008.
Um exemplo de grupo social é (são)

a) multidão em um domingo na praia.


b) pessoas em uma fila de cinema.
c) alunos em uma sala de aula.
d) jovens em festival de música.
e) indivíduos lendo jornal.

2. Coube a Émile Durkheim (1858-1917) a institucionalização da Sociologia como disciplina acadêmica.


Para o sociólogo clássico francês, a sociedade moderna implica uma diferenciação substancial de
funções e ocupações profissionais. Sobre as análises desse autor, é CORRETO afirmar:
a) O problema social é estritamente econômico e depende de vontades individuais.
b) O desenvolvimento da sociedade moderna deve passar por um processo de ruptura social e
permanente anomia.
c) A questão social é também um problema de moralização e organização consciente da vida
econômica.
d) Para Durkheim, na sociedade moderna não há possibilidades de desenvolvimento das
coletividades, por necessitar de novos pactos políticos dos governantes.

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Filosofia / Sociologia

3. Émile Durkheim é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais e entre as suas diversas obras
se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão do Trabalho Social”. Sobre
este último estudo, é correto afirmar que
a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento da produtividade
econômica, a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de um tipo específico
de solidariedade.
b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que garantiu uma
robotização dos comportamentos humanos.
c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais
tradicionais. O nome remete ao entendimento da harmonia existentes nas comunidades de menor
taxa demográfica.
d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser punido por representar
uma ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser humano.
e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas estabelecidas
pelos indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com tradições e valores
morais comuns.

4. De acordo com Susie Orbach, “Muitas coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades pessoais e
psicológicas. Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que
correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas mulheres às mesas de
cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que gostam e outras que não gostam de seus corpos.
Elas têm medo de comida e do que a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma, mas
isso não é normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”.
Adaptado: “As mulheres estão famintas, mas têm medo da comida”, Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 ago. 2010, Saúde.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1508201001.htm>. Acesso em: 15 out. 2010).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar:

a) O conflito geracional produz anomia social, dada a incapacidade de os mais velhos


compreenderem as aspirações dos mais novos.
b) Os padrões do que se considera saudável e belo são exemplos de fato social e, portanto, são
suscetíveis de exercer coerção sobre o indivíduo.
c) Normas são prejudiciais ao desenvolvimento social por criarem parâmetros e regras que
institucionalizam o agir dos indivíduos.
d) A consciência coletiva é mais forte entre os jovens, voltados que estão a princípios menos
individualistas e egoístas.
e) A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos
individuais, visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade.

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Filosofia / Sociologia

5. Escrevendo num contexto de vigência do Estado liberal-democrático, Émile Durkheim (1858-1917) foi
o autor, entre os clássicos da Sociologia, que mais refletiu sobre a estreita relação entre educação e
cidadania. Ao mesmo tempo em que sintetiza sua análise, desenvolve um conjunto de ideias que
influenciarão o desenvolvimento da teoria sociológica aplicada no contexto educacional.
Considerando as reflexões do autor sobre esse tema, é incorreta a afirmativa:

a) O caráter classista da estrutura educacional demonstra que ocorre uma seleção natural dos
indivíduos que alcançarão níveis mais elevados no sistema educacional e no processo produtivo,
graças aos currículos, aos exames e às formas de acesso socialmente desiguais.
b) O Estado não pode negligenciar-se ou desinteressar-se do processo educativo, pois cabe a ele
manter e tornar os indivíduos conscientes de uma série de ideias e sentimentos necessários à
organização social.
c) A sociedade deve lembrar aos professores quais são as ideias e sentimentos que deverão estar
presentes na ação educativa, sendo materializados nos currículos, programas e estruturas
escolares.
d) A ação educativa deve ser exercida em sentido social, essencial na formação do cidadão, moldado
nos padrões e valores preconizados no interesse coletivo em detrimento dos interesses e
egoísmos estritamente particulares.

6. Segundo Durkheim, quando um fato põe em risco o consenso, a adaptação e a evolução da sociedade,
estamos diante de uma sociedade doente. Considerando essa informação, explique o que é fato normal
e o que é fato patológico para Durkheim.

7. “Alegando ver ‘um conjunto de regras diabólicas’ e lembrando que ‘a desgraça humana começou por
causa da mulher’, um juiz de Sete Lagoas (MG) considerou inconstitucional a Lei Maria da Penha e
rejeitou pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas companheiras.”
Folha de S. Paulo, 21 de outubro de 2007.

O trecho supracitado refere-se à temática da violência contra a mulher. Tendo como referência a
sociologia de Èmile Durkheim e sua concepção de sociedade, podemos afirmar que a violência contra
a mulher é:
a) um fenômeno de ordem sagrada, uma regra divina, como forma de punição à mulher face à sua
culpa pela expulsão dos humanos do Jardim do Éden.
b) um fenômeno natural, originado nas diferenças biológicas entre homens e mulheres, as quais
instituem a superioridade masculina e a fragilidade feminina.
c) um fenômeno moral, embasado em padrões socialmente estabelecidos, os quais regulam as
relações sociais entre homens e mulheres.
d) consequência de um desequilíbrio emocional na personalidade masculina, o que requer
tratamento individual com profissionais especializados.

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Filosofia / Sociologia

8. Émile Durkheim considera o fato social o objeto de estudo da Sociologia e propõe regras para explicá-
lo. Duas dessas regras são formuladas da seguinte maneira:

I. A causa determinante de um fato social deve ser buscada entre os fatos sociais anteriores, e não
entre os estados de consciência individual.
II. A função de um fato social deve ser sempre buscada na relação que mantém com algum fim
social.
DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 5. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1968. p. 102.

Com base nas regras (I) e (II) e nos conhecimentos sobre o fato social, explique como se dá a relação
entre indivíduo e sociedade para Durkheim. Exemplifique essa relação.

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Filosofia / Sociologia

9. Observe a imagem a seguir:

Disponível em: <https://blogdoprofessorhenry.blogspot.com.br/>.

Percebe-se nela que a sociedade prevalece sobre as ações dos indivíduos, aprisionando-os.
Dessa forma, o conteúdo da imagem representa um objeto de estudo da sociologia,
constituído historicamente como um conjunto de relações entre os homens na vida em sociedade.

Sobre as características do objeto de estudo apresentado, é correto afirmar que

a) Karl Marx elaborou o que considerava a relação indivíduo-sociedade como um conjunto


de condições materiais manipuladas pelos indivíduos, objetivando organizar e manter as
relações sociais de produção.
b) a ação individual é o principal conceito desse objeto e só faz sentido na consciência de
classe, possibilitando aos grupos mais ricos atuarem sobre os grupos mais pobres, aumentando
a desigualdade social.
c) as normas, os comportamentos e as regras são os aspectos fundantes do objeto em
destaque. Seguidos pelos indivíduos, esses aspectos da vida social são construídos fora das
consciências individuais para manter a sociedade coesa.
d) a conduta dos indivíduos é valorizada, pois a ação individual tem mais importância que
a imposição coercitiva das normas sociais.
e) Max Weber criou o que denominou a “ação do indivíduo”, orientada pela ação de outros
e estabelecida por uma relação significativa.

10. Quando crianças brincam e brigam entre si; quando jovens se reúnem para jogar videogame ou se
encontram na balada, riem, dançam e ficam; quando velhos se encontram em clubes de terceira idade
e relatam suas experiências de vida, namoram e dançam podemos falar de socialização? Por quê?

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Filosofia / Sociologia

Gabarito

1. C
Os alunos em uma sala de aula tem uma ordem e um objetivo comum. Cada um conhece seus direitos e
limites. As outras alternativas apresentam aglomerados de indivíduos sem ligações entre si.

2. C
A alternativa "c" é a única possível. O bom funcionamento da sociedade depende de sua coesão, que
corresponde à adesão social a certos comportamentos morais e formas de pensar, agir e sentir. Sendo
assim tudo que produz desordem é considerado algo prejudicial. à sociedade, inclusive o capitalismo
selvagem.

3. A
A divisão do trabalho é importante por favorecer a coesão social e a solidariedade. Em sociedades
tradicionais, a solidariedade é o tipo mecânico, enquanto em sociedades modernas o que existe é a
solidariedade do tipo orgânico.

4. B
Os padrões existem e são coercitivos, porque essas ideias, segundo Durkheim, que são normas e regras,
devem ser seguidas pelos membros da sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas,
é punido, de certa maneira, pelo restante do grupo.

5. A
Na sociologia Durkheimiana não existe referência a uma estrutura educacional classista. Ainda que dê
grande peso à divisão social do trabalho.

6. Espera-se que o aluno contemple alguns conceitos de integração social / coesão / consciência coletiva
ou generalidade / coesão / consciência coletiva; tanto para o fato social normal quanto o patológico,
acrescido da discussão sobre conduta, valores, moralidade.

7. C
A afirmativa A está errada porque, Durkheim não concebia o sagrado como determinante das ações
sociais, assim como também não concebia motivos biológicos como determinantes das mesmas ações;
e por isto a alternativa B também está errada. A alternativa D leva em conta a personalidade individual
como motivadora das ações masculinas e por isso está errada. A alternativa correta é a C, pois Durkheim
vê as ações individuais como resultantes das relações sociais que as determinam, portanto, a violência
do homem contra a mulher em sua teoria social seria fruto de um fenômeno moral, embasado em
padrões socialmente estabelecidos e que definem socialmente o homem como tendo poder para dispor
até mesmo do corpo feminino, surgindo disso a violência contra ela.

8. Para Durkheim, há predominância da sociedade sobre o indivíduo, e o fato social não é apenas a soma
dos comportamentos individuais, pois ele é dotado de natureza própria. O indivíduo, ao agir, pensar e
sentir, segundo o autor, expressa fatos sociais anteriores e suas condutas estão relacionadas também a
fins e a fatos sociais posteriores. Assim, agir em sociedade, mesmo em benefício próprio, significa
adotar comportamentos coletivos e não meramente individuais. As maneiras de ser, pensar e sentir,
expressando-se através da moral, da religião, da educação, da produção e do consumo, da política, dos

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Filosofia / Sociologia

costumes, dos gostos, da moda etc., são socialmente determinadas e configuram os exemplos dessa
relação.

9. C
A questão se refere ao fato social, que externamente ao indivíduo exerce uma força que orienta seu agir
social e as expectativas da sociedade em relação a ele, que devem ser cumpridas. Os fatos sociais, para
Durkheim, são o objeto de estudo da sociologia, que deve olhar para eles como se fossem "coisas",
portanto, objetos verificáveis. Na imagem, essa coerção social transparece pelos meios de
comunicação.
a) Incorreta. O conceito teórico é de Durkheim.
b) Incorreta. O fato social se preocupa com a ação coletiva sobre o indivíduo.
c) Correta. Apresentando características do fato social.
d) Incorreta. A imposição das normas é o fato de relevância.
e) Incorreta. Weber não criou esse conceito de "ação do indivíduo", mas sim de "ação social".

10. Sim, pois há:


• Interação social.
• Aprendizagem.
• Desenvolvimento e reprodução de valores sociais.
• Troca de experiência e reciprocidade.

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