SOHN-RETHEL, Alfred. para A Abolição Crítica Do Apriorismo
SOHN-RETHEL, Alfred. para A Abolição Crítica Do Apriorismo
SOHN-RETHEL, Alfred. para A Abolição Crítica Do Apriorismo
'
Robert Kurz
Existe vida após a economia de mercado?
Francisco de Oliveira
Vanguarda do atraso e atraso da vanguarda
Paul Singer
FH Cardoso x FH Cardoso
.
Leda Pau/ani
Desventuras do Real no cassino global
Anselm Jappe
A democracia, que arapuca!
•
1
•t
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praga
estudos marxistas
n. 0 4 dezembro 1997
conselho editorial:
Ana Maria Martinez Corrêa, Caio Navarro de Toledo,
Carlos Guilherme Mota, Carlos Nelson Coutinho, 1
comissão executiva:
1.
Carlos Eduardo Jordão Machado, Cilaine Alves Cunha,
Fernando Haddad, Francisco Alambert, lná Camargo Costa,
Isabel Maria Loureiro, Leda Paulani, Maria Elisa Cevasco,
Ricardo Musse, Roseli Martins Coelho.
capa:
Elyeser Szturm
-
projeto gráfico:
Mariana Fix e Pedro Arantes
editoração:
Tera Dorea
impressão e acabamento:
Provo Gráfica •
© Direitos de bl ' - ·
_ pu icaçao reservados pela Editora Hucitec Ltda., Rua Gil Eanes, 713 -
04601 042
- ~ª? Paulo, Brasil. Telefones: (01 1)240-9318 e 543-0653. Vendas: (011)530-
4532 . Fac-s1m1le: (011 )530-593 .
8
E-mail: [email protected]
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internacional
Alfred Sohn-Rethel
Apresentação
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rico-filosóficas, biológicas ou psicológicas e se O ensai·o na~o t d
. . ··· se mos rar e
uma qualidade
. diferente do que o esboço es+'orçar ,, -me -ei· ser·iamen t e em d'is-
suadi-lo do pensamento de um trabalho conjunto com SR''.
E_m prec~ria situação econômica, Sohn-Rethel tem dificuldades para
termiri:ar ~apidar:iente o n~vo texto. Os prazos vão acabando, e Adorno pede
a Ben1a7::.in, entao em Paris, para ~uxiliá-lo no que for possível. Após vári-
as reunioes com Sohn-Rethel, BenJamin escreve a Adorno (16 J3 / 37) con-
tando que também é culpado pelo atraso do texto, já que as conversas ha-
viam levantado novos problemas. Nessa mesma carta, Benjamin pede a
Adorno que exija de Horkheimer o apoio a Sohn-Rethel, deixando claro que
sem o auxílio de uma bolsa este não poderá terminar o trabalho.
Passando por Paris em di,·eção à Alemanha, Adorno discute o ensaio
com Sohn-Rethel. Insatisfeito com a primeira versão do texto, mas acredi-
tando na importância da proposta e reconhecendo as dificuldades do pro-
jeto, Adorno escreve de Paris a Horkheimer em 23.3.37: ''Benjamin também
está convencido da fecundidade da concepção, que repousa sob um monte
de entulhos. Por isso peço que o senhor leia o texto com bons olhos... Seria
também muito gentil se o senhor pudesse enviar logo a quantia correspon-
dente ao trabalho ... ele trabalhou, e com muito esforço, os últimos três me-
ses no exposé que lhe pedimos, e sua situação é muito ruim. Ainda ontem
repassei criticamente com ele grande parte do texto''.
O chamado exposé de Paris ficou pronto no final de abril de 1937. O
texto, aqui reproduzido, só seria publicado em 1971, com o título Para a
abolição crítica do apriorismo. Uma investigação materialista. Apesar dos
argumentos de Adorno e Benjamin, Horkheimer não concede~ ~ bolsa_ª
Sohn-Rethel, justificando-se em carta de 24.5.1937 a Ador1:o: ~i~da nao
cheguei a uma posição final sobre o assunto. Uma das maiores dificulda-
des, ao meu ver, é o fato de que SR sempre apresenta suas teses como col~-
cações de problemas a serem pesquisados no futuro, o que faz com 9ue udo f
o que ele diz apareça como algo carente de uma autêntica base ci~nt~fica,
como se tudo não passasse de hipoteses · ,, pre l'iminares
· ''· Adorno insiste. .e
consegue o pagamento de 1000 firancos pel o exp ºse,, e a promessa . de partici-
.
· t fiOr the Protect1on of Sc1ence
l
pação do Instituto em uma bo sa a ocie Y d S fi 'l'
and Learning. Em outubro de 19 , o n- e37 S h R thel muda-se com a ami ia
para a Inglaterra. . z interrompi-
Mas os planos de estudo de Sohn-Re thel são mais u7:1-a ve_ .
. tar serviço militar em uma
dos pela escalada da guerra, que O O briga pres ª d •sionei,·os de guer-
fábrica inglesa e desenvolver atividades n.os campos u~~riara Birmingham,
ra alemães. Em 1946, com o final do confiito, elle sde m n. cpe"s e alemão. Isola-
,, · dá au as e fra
onde retoma seus trabalhos teoricos e uscri· to Intellectual
l . m 1952 o man .
do da academia, Sohn-Rethel cone ui ~ . E . t logy sua obra mais
d · · f Id al1st1c P18 emo ' ·
an Manual Labour, Cnt1que o e . d sob título Geistl1che
1970 O
ª
importante, que no entanto só seria 1:ublica ~rchaftlichen Synthesis, gra-
und korperliche Arbeit. Zur Theone der ges e ; livro é republicado,_com
19 20
Ças novamente à indicação de Adorno. Em . •nares aqui menciona-
. ,, ,, . d textos pre1imi
inumeras revisões e o acrescimo os
121
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dos. A edição brasileira de Trabalho intelectual e trabalho manual, pela
coleção Teoria da Editora H ucitec, coni tradução de Cesare Giuseppe Galvan
e ,·euisão técnica de Elvis Bonassa está prevista para o primeiro semestre
de 1998.
Escrevendo a Adorno em 1964, Sohn-Rethel faz um balanço de seu
traballio teórico: ''M eus esforços estiveram senipre orientados para a am-
pliação e o desenvolvimerz.to da ariáli,c;e ,narxista da mercadoria, e niesmo
que tenha podido trabalhar ,iisso aperia.s espo,·adica,n.ente, com longas in-
terrupções, cheguei firialm erite a, i1,11ia certa clareza sobre o assunto''. A tra-
dução do exposé de Paris é portarito u11ia boa oportunidade para o leitor
ent,·ar e,n contato co111, uma, obra poz1,co conliecida, mas ambiciosa e polê-
mica, cuja leitura é capaz d e ge,·a,· airida hoje tanto o desdém quanto 0
entusiasmo de 60 anos atrás.
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para a abolição crítica do apriorismo.
uma investigação materialista*
1. O intento da investigação
O significado da formulação sistemática definitiva do idealismo filosó-
fico deve-se, a nosso ver, ao apriorismo e a seu aperfeiçoamento na filosofia
transcende~tal. _A re~utação crítica do apriorismo deveria, por isso, atingir
o ponto de vista 1deal1sta em seu centro de fundamentação. Esta refutação
requer a prova de que o pensamento é socialmente condicionado e histo-
ricamente constituído exatamente no mesmo sentido em que o idealismo
afirma sua aprioridade frente ao ser e sua transcendentalidade. Deve-se
tentar opor a explicação materialista do pensamento racional à sua inter-
pretação idealista, pois a fetichização da ratio se resolveria, caso fosse pro-
vado que a ratio tem origem no ser social. Com isso, pode-se esclarecer o
pensamento racional, procedente do ser social, no sentido em que o pensa-
mento efetivamente proporciona conhecimento - e conhecimento aqui sig-
nifica poder julgar acerca da verdade e da falsidade de proposições. O con-
teúdo da fetichização idealista da ratio é a absolutização do conceito de
verdade. Assim, a tarefa de uma explicação materialista do pensamento
racional consiste, mais exatamente, em provar que o conceito de verdade
constitui-se historicamente no ser social. Esta tarefa também pode ser for- 1
mulada de outro modo: é preciso esclarecer a gênese do conhecimento,
uma vez que este possua validade objetiva. Se fosse provado que as con~-
ções de validade do conhecimento são genéticas em vez de t1·anscendentais,
então com isso seria provado que a verdade é historicamente condicionada
ou vinculada a seu tempo, e não atemporalme11te absoluta ..
Uma tal contra-investigação sobre a estrutura sistemática da filosofia
transcendental não deveria ser considerada como um projeto prepo e- nd
rantemente acadêmico. Pois ela se tor11a necessária, já que a tendê_ncia ~e
· t · ~ b · , ·
s1s emat1zaçao forçosamente o r1gato1'"la, propna , · ao pensamento 1deal1s-
ta, é a expressão do cerrado nexo geral de culpa da sociedade b~rguesa. A
compulsão sistêmica idealista corresponde de fato a uma totalidade, ~-ats
~ , t t anscendental do suJe1 o
nao a uma totalidade procedente de uma s1n ese r _ 1
autônomo ou da liberdade mas de seu contr·ário, da explor~çao. .sso ~e
t
relaciona analogamente c~m o caráter formalista que uma inveS igaçao
eria por sua vez, causar
como .a nossa deve apresentar' e pelo qua 1el ª po d ' . • , d._
. d ento idealista e con I
uma impressão idealista. O formal1smo o pensam
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Alfred Sohn-Rehtel
1 1
S Idade
. do s coilcei· t os ou dos modos de conhecimento aos quais os conceitos se re fierern ·
2 er1a este último? (Nota de Walter Benjamin - WB). ,
Torna desejável. (Nota de WB).
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PARA A ABOLIÇÃO CRÍTICA DO APRIORISMO
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Alfred Sohn-Rehtel
. d t
a lei a na ure , za quando se negava terem eles
d sua origem
.d a1· na vontad d
e e
O Sa rnento inat erialista começa on e o 1 e ismo deixa O pen
Deus. pen d , . di . sa-
t aplicar a ,·atio no exame e su a propna con cionalidade3
men o, ao . 1 . t·fi t ,. . .0
pensament o materialista é raciona e,, c1en ,, 1 camen e cnt1co ' Já que - e
d ·da em que_ esta aplicação e poss1vel; portanto, pode-se explica
na me 1 . t·t "d r
racionalmente que a ratio é histoncamente con_s 1 u1 a no próprio ser 80_
• 1 Esta possibilidade não é postulada dogmaticamente, a fim de se fazer
eia . ~ d ·
dela um sistema dedutivo; ela é uma questao a pesquisa a ser realizada
praticamente. O materialismo, segundo est,,a _concepção, não~ uma visão
de mundo mas sim um postulado metodologico. Em sua realização _ e
mais uma' vez, não a priori - o comportamento racional torna-se mate~
rialmente diferente do comportamento idealista. Renunciar ao ideal con-
clusivo de verdade e, conseqüentemente, evitar as antinomias do pensa-
mento idealista - atadas à absolutização do conceito de verdade - per-
tencem ' certamente ' a seus traços característicos. .
O objeto da investigação é questionar se a doutrina do apriorismo é
verdadeira ou não. Ela não tem portanto nada a ver com a explicação do
apriorismo como uma certa ideologia da burguesia. Porém, deve ser inici-
ada com uma tentativa - que seja crítica da ideologia - de interpretação
da doutrina kantiana do conhecimento, a fim de conduzir indutivamente à
tese principal, que se tenta então fundar analiticamente.
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rAHA A ABOLIÇÃO CRÍTICA DO A
PRIORISMO
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Alfred Sohn-Rehtel
' ,
,
para so se Ull .J.:cerenciarem
1 enquanto
•
quantidade. E então
•
uma "sínte ,,
se em
t
sen 1 o .d precisamente kantiano que funda a troca
. . _ e socialmente desenv o1vi-.
da de m ercadorias, de aco1·do com a const1tmçao 1ormal desta troca e t
.d d . , es a
,
s1n tese fUI1 da-se sobre o dinheiro d na uni a e supenor
_ que
. as mercadon· as
têm em_ e mesmo em virtude e - sua r e 1aça_o reativa 1 e geral de valor
com a forma equivalente que lhes é comum, socialmente universal. As lei
fundamentais da troca de m ercadorias, que no capitalismo constituem 0 ~
prior·i da possibilidade da produção, derivam com isso de uma síntese ori-
ginária, fundada apenas na troca, puramente formal, de todas as merca-
dorias, segundo funções da unidade idêntica de sua relação geral com 0
dinheiro.
Esta síntese é constitutiva para a produção e dita as leis para a exis-
tência imediata das mercadorias, contanto que o dinheiro funcione como
capital, a saber, compre no mercado os fatores produtivos (ou os porta-
dores efetivos dos mesmos) e una cada um segundo a lei de sua natureza
específica no todo esponta11eamente processual da produção. Mas a esta
função constitutiva segue-se logo a função reguladora do dinheiro como
meio de circulação das mercadorias assim produzidas, ou seja, a função
que serve à realização dos valores nelas ocultos em virtude das leis das
mercadorias e, mediante sua correção, ao proporcionamento geral de esta-
bilidade do capital. Quase ocorre aqui o uso derivado e apenas julgador
(retificador) das determinações formais da síntese, uso que, contudo, pres-
supõe O uso constitutivo na produção, e que é por sua vez o pressuposto
para que os efeitos do modo capitalista de produção ''pudessem" estar de
rd
a~o o com suas condições, acordo este conveniente à 1·eprodução progres-
siva da sociedade, isto é, quase racional. "Poderiam" se este mero sistema
form ª 1 e funcional · '
fosse ao mesmo tempo a realidade em s1 mesma ª · d
o~de?1. nele determinada, o que ela justamente não é a saber, a realidade
h1stonca efetiv ~ • . ' - ·ta-
1. a, e nao meramente a lei de re1ficação da p1·oduçao capi
i~ta de_mercadorias. Mas aqui começa1n agora as contradições. A produ-
çao cap tal· t d . ' ' • -
· t . i is ª
in e1ramente po , 1 ·
e mercadonas é enquanto tal dentro das leis de reificaçao,
' · "" • a de
t b lh ssive , pois o trabalho está contido na mercadona ioiç
ra a o como mer 1·d • nto a
le·1 d .
e necessidade do
ª 1
causa ade da produção de mercadonas, enqua
d d . ,. · e como
nada · mun ° as me1·cadorias em sua 1manenc1a,
ao m mais. Enquanto ele nesta causalidade só cria valor mercantil, pro_duz
esmo tempo O , · l1da-
de. Cons proprio capital, que ele transforma naquela causa .·
equentement 0 . l , d talp1·a.xis,
pois esta e, capita e originariamente trabalho e
apenas serve p . . - e portan-
to, aquela cau 1.d ara reproduzir seu oposto, a re1ficaçao, , mo
sa i ade A t· b lho co
praxís originári "' ·. par ir desta contradição entre o tra ª .dade
da imanência co~ inteligível", por um lado, e o trabalho como causa11 ren-
de, conforme a pr:~~;an_iente_ reificada por outro - contradiç_ão que s;incia
suprema, aparent mat1ca interna da própria reificação, a sua in passo
Para pôr o própriOeme~te absoluta, o capital - estamos a apenas urn saro
rnu~do real como capital como sua realidade prática efetiva e ~eiizado
ern espírito do min~:~,o-desenvolvimento dialético do capital fetic
•
1ia
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PARA A ABOLIÇÃO CRÍTICA DO APRIO
RISMO
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mc,r~:.t<J<)rÍ Ufi (! f,, jt,;J C;<>':I trtll),J Í~l(J (;Hc;r;.tVf, , fj r,.,: JfJÇf (j ,J,, J>rtifJrJiifr{,rj,1 (jJ) (Jf
n hr;tr<> <: ,J,.-H rr,,,r,;t1<Jt,rJf•~t ,;,,rr, fJ JJr,,cJ,,çi ,, (~rtl'!<Ji:t,J f.1 r,,:J:J 11,,;r;, ,.,~f;1,;r,,, 1j,;
t,r<>Cf..l .
l1~Ht1 <; m<><Jc, cl<! rn<!CÍÍ;J \;;1c, cJ;1 r>rc,,iuçflc, e<,n,Jícj,,n;J tJ Tflfi r,~t1,~¼fJ1, t,1;/,rí1:o
fi(;p}1r,1tl,1 cl S:J. / Jf"(J,Xit--: cJu ,,,.,,,iu <;f ,, ;). ,~ uu.J'! J;J H( ! r,~r,~r<!. (>f>T'(J(:,t;;~,~(J ,J:, f1f'(JtJ11-
çã<, cJ ,;V<! f~(! r p_r<~-c;c,n Htr1Jf,Jc, jn1J:l,;c:ttJ,Jlrr,,~rtU; ,~,rr,,> r,,;Y.t>,;1,,~r,;r1t)~, r-J fí rt1 ,j,~
tjU<! HIJ f.i prrLXl H p<>HHil HC~r <>rf~'fJn jz ;_tcl ,t ,1,: rn,,,J,,(~Jíl \/f ~n i,~r tf)!, s-, ;J,. ;Jt,,~r, (')1({t (J
c~g<JncJ rtt_m•~r) lc, <l<, vul,,r H<,ci rtl rr, f; r l 1'f! vúl í,J,1. A r r1c,,,r1;1Jí,J tJrJ<j ,J;; 1,r,,,J1J,;~1;
H1tu:-,t-HU f<>ru ,J,!la, nrt <~Hf,~rf1 í)lJrf.t rn,!n f,.c; H<,c:j~I , nr.t ,4tJ:,J ,,i! r,r<J(J11t,1Jí! tí":tn
vr1l,,r C! o OtJr<, HÍf{nífi,;a ,Jir1h,~ir<,; a r>r<,<Ju çi1<,, rJfJ uu,11Jrr1,xi11, n?1 ,, tJ.~rr• r4 11~I,
q ucr raci <>n ai icJ;-1<J e, n, !m pr.t r,t <)HcHcr::t v<JH ,~ u <! tr r, },,_J l h;, rr1 , f JrJ ffj <J~~ '1 ' J :, i;~ ,~J,_:j
não tem H<.!nli,Jo, nem pnrrJ e, Mcnh,,r c4ue <1éL.erm ir1;1 <> tirr, , r,;~r1:J <41J<~rr, ,~J;J
n ão 6 tral)a )ho. JJara <>rgan í1/.a r a pr,,cJ·uç;J ,> c_;.<,m <> g,~ruçi;,J ,J,~rn,:r,;Í11J1,ri(JJ~
com valor mon etá rio, ,-; ua cc,c ré.,ncía ,le ve 8,:r c;.r,n Hf_,r t; f,J;j ,J.r>,;r>íJf~ t,.1;1,ricá•
m ente . ERl a cc)n Hlru<;ã o, r eal ir.a<Ja puramcn U! <.;rn r,<,:r,~,Jrr,,~nf,1j~, ~A~fJ;j rwJa
c.J a prax i .'I do t,ra ha lh o, rcc1ucr tl rcfl (;xã,, H<,t>rC <, pr~n HafrJtJnf,[J 1:nr~ tJij r,t1, 1~J
e Aohrc a f'un<lamcniação interna de H(;U <Jfeít<>. Ji~Ja <!~tá S{-<>Y> rJ ,;(1r,trfJJ<; JI,-.
gico d a vc rcJ a de e n ã o HotJ ,, C(Jntr,,Jc! prátíe<,, e t.er,1 prjmr~írarri1~11t,J; ;, (>':n11~
o conceito de uma vcrc]ac]c a-tempora l f'uncJamenta,J~. c;rr1 ijJ. A fl~f rí;; ,J1;'1'3
ser rac-ion a l, poi Aa pr<>d ução, cm Hua praxi H, nãr, m aí~ ,, 6. () p,;n~arr, ,;nW
logicamente rcflcxi vo R<,brc a C-OnHt,ruçãc, racírJn:-J J ,Ja pr<Jd uçãt,, ÍHU1 (;., o
conhec..--imcni<> racional <la naturc1,a, Hcría aRHi m um r11,~0 ~,,ci ;-1 lrn1;-nU; incJiPI"
pcn Báve l para c,rgan í1,a·r a produçã<> e](! mc;rcadc}rí aB c;<)m trat,~Jh<, r~;,,,.<;;r av<,1;.
A c.;,onexào entre o mod<J raciona) de e<,nhccím,;nt.t, é,,
tr6f,.;g,, m,~rc.:w.lt>-
ri aR-cJinhcjr(> nf1R inter eHHa prímcira mcnt!Ü, c~,,ntu,Jn, ap(;nan <1<.; um p<nrt.lJ
de yj At a f"<>t·rnal, Hem que HC cc,nHic]<.!rC;;cu c,,nU!úcl<>hí Ht6rjco, a ,;xpJ<Jração.
Acrc <lita moB pc,dcr t<>rnar cv jcJcntA~ que a d,; t<; rrní n('JÇÜ<.1 l(J1,.,ríC11-f<1nnal do f
p en i:;ament<> raci<>nal é diretamen te ccJncJicicJnftcJa pel,t <Í<!tcrr11jnfJt;i1<, f'r,r-
mal da troca mcrca,Jorj a-<Jinh cir<, 7 • •Já que um d ef¾!r1 v,,Jvjro entt, p a.8Hf, a
pa.RAO dcAt a <leterminaçã,, f'<>rm aJ Hcgun cJ,1 Hua8 mcdiaçl,cH n ãc, é r,,,~ffivel
aquj, r eHumim<>H Huafi car actcriHticaH m aiA ímr,,,rtanU.!H ~ara _n<ft4f',(> u-rna
em poucaHp alavraH, na aua fonn a acabada e,-unh ada n,, d,nhwro, para d.0-
poi1& clí8BO determinar maiR de perto apenaH o ponto cen tra l.
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Alfred Sohn-Rehtel
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PARA A ABOLIÇÃO CRÍTICA DO APRIORISMO
real dela mesma (da ação de troca). Produção e consumo tem realidade ~o
acontecimento temporal da troca na forma reificada da realidade matenal
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Alfred Sohn-Rehtel
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PARA A ABOLIÇÃO CRÍTICA DO APRIORISMO
12
E quando leio um livro? (nota de WB). _ d 'd t "d d ·ntacta do
1a . •d b se a conservaçao a 1 en 1 a e 1
A diferença decisiva foi aqui esqueci a,ª sa erd, postulado social que pode ser
. t d · divi ua1 ou a um
ob~eto de uso corresponde a uma von ª e in di'da com a questão sobre onde
e d , · · - d B · min deve ser respon .
1orça o pela pol1c1a. A obJeçao e enJa t a se ai' sem dificuldade como uma
1e 10
· o livro,
. . . ou em casa. A 1'd ent'1dade rea1mos r -
na l1vrar1a
função da propriedade. (Nota de ASR em 1970).
1
" Vide Marx, "Das Kapital", Bd.I, MEW 23, 102. (Nota de ASR).
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Alfred Sohn-Rehtel
t
pode ser orna do P elas relações pensadas
_ sob
d esta troca primitivais E
· set
t S m odos de "troca'' estao fora e nosso campo de visãois
d
mo o, ou es e 'b ~ ...... • ·
Nota-se, em segundo lugar, ~ue os atr1 utos or11_1a1s específicos das
mercadorias não podem ser suficientemente apree11d1dos quando funda-
t dos meramente no fato de deve1·em as pessoas ganhar seus meios de
men a · d 'd -
vida elo trabalho, de tal modo que estes m eios e vi a sao exclusivamen-
p de consumo e pro d u t o, e, a~enas po1· 1·sso, ''v a 1or d e uso" e "valor".
te objeto
Não O condiciona1nento natural da vida para as pessoas pelo trabalho, nem
a mei·a diferença empí1ica e11tre atividades de consumo e produtivas, mas
que entre ambos estes lados da existência ~mediata, nece~sariamente rela-
cionados, srn·ge uma oposição do modo social, de tal maneira que os objetos
trocados tornam-se para uma pa1·te das pessoas apenas produtos e para
uma out1·a parte apenas objetos de consumo, constitui a pressuposição fun-
damental para a troca destes objetos como ''valores" e, portanto, a ambi-
güidade própria das mercadorias. A pressuposição da sociedade de troca
de mercadorias não é um dado natural, mas uma for1na alterada e histó-
rica de sociedade.
A partir deste fundamento histórico, a troca de mercadorias é apenas
a forma dialética de reflexão. Seus pressupostos se escondem sob a apa-
rência de sua imediatidade. "O movimento mediador desaparece em seu
resultado e não deixa rasto at1·ás de si" 17 • A reificação pode ser constatada
na troca de mercadorias e em suas formas, mas é impossível explicá-la
pela troca. Sua causa e sua fonte estão na exploração, e somente a partir
dela a própria troca de mercadorias [a síntese inerentemente social pela
troca de mercadorias -AS em 1970] exige explicação.
•
~
5
tº
8 0
me~os deveria ser provado que na troca primitiva não h á equivalê ncia. (Not; de WB).
st
e á inteiramente provado desde Marcel 1'1 auss e Lévy-Str auss (Nota de ASR em 1970).
16
A diferença entre dois d d t áJ' d
- m o os e r oca é uma das características essenciais da an ise e
ent ao e também perma e . l' - . . -
. n ceu mais a em. Mas a razao de diferenc1açao torn ou-se clara para
mim apenas gradualment • t- · · · · t ·
se a t d
roca e mercadona , O , 1O d ,
ª
. e e ei en ao, para mim, ainda obscura. Ela consiste no segum e.
. - ·
te em d 't- . se veicu a s1ntese inerentemente social ou não, ela nao consis-
uma t1erenc1ação dos . t 11 ··b t .e .
ce m ina· 1terados nos difi ª t 111, tl os
. LOrma1s da troca de mercadorias ' que antes permane- , .
cas forma·t ere~ es veis de desenvolvimento da sociedade. Estas caractensti-
1s, cer an1ente e ist0 81. 1. fi b
enquanto a t fi .' gn ica so retudo a forma de equivalência, não apareceni,
roca or a inda ess · l t'l·
ela ainda - ' encia mente, forma de relação meramente extra-mercan 1 ,
nao mostra nestes , · . . d·
· nheiro significa . d niveis ª forma dinheiro do valor. A constituição da fonna 1 •
ª
, momento no qual O t .b
guina a para a fu - ·
nçao inerentemente social da troca. E apenas a parwr
h do
1 se possível que l s a n . utos fiorm ais
1 · . ·
da troca de mercadorias aparecem no dinheiro, toriia_
-
e as SeJam comun· d , · da e
Portanto possível q b _ Ica as a co nsciên cia. Apenas a partir desta guina
st
tua} da forma d ue ª .ª raçao real da "forn1a-mercadoria" se torn e a abstração int.elec-
o conceito _ N d · ho
correto, mas era in d. ª ver ade, eu me sentia então à fre n te sobre o canun
mente também nã~azd ~ r~futar_as objeções levantadas por Benjamin e Adorno. Cer~-
mento • e eixei desVIar d • Jarec1-
mais preciso d b e ineu caminho por estas censuras (um es c
1970). o pro lema será tentado no posfácio deste texto). (Nota de ASR em
11 M
arx, "Das Kapita)" I M
. ' EW 23 , l07. (Nota de ASR).
136
oraqa 4 1 qq7 Scanned by TapScanner