Ebook Redacao ENEM 2016
Ebook Redacao ENEM 2016
Ebook Redacao ENEM 2016
Cada uma das Competências vale 200 pontos, que se alcançados resultam em uma
redação nota 1000
5 - Proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, escrita de forma clara, inovadora e
autoral.
Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos
humanos. De forma inovadora e totalmente autoral.
1. Veja o tema de redação e faça uma leitura cuidadosa da prova - Essa é a principal dica e vai
influenciar todo o seu desempenho. Leia e releia a proposta e os textos de apoio. Dê uma lida
também nas questões da prova. Pode ser que alguma informação ajude no tema da redação.
Atenção: essa etapa é essencial para que você não fuja do tema.
DICA: Muitas vezes os textos motivadores aparecem em forma de charge. Não deixe de
prestar atenção nas referências contidas nos desenhos, pois eles trazem informações
importantes.
2. Elabore o projeto de texto e escolha uma tese - Esse é o momento em que você deve escolher
a sua abordagem e os argumentos que usará para defender sua tese. Separe as ideias
principais sobre o assunto em um rascunho. Na tese, escolha um tema que você domine para
argumentar e expor o seu ponto de vista.
3. Faça a primeira versão do texto - Nessa etapa do rascunho, preocupe-se com o conteúdo e
não com a gramática. Foque sua atenção para organizar os argumentos da melhor forma. As
ideias devem fazer sentido e devem estar ligadas entre si. Um texto bem amarrado valoriza a
sua argumentação e fará com que o corretor não se sinta confuso ao lê-lo.
DICA: Jamais use o tema dado pela banca como título. O tema é o assunto estipulado pela
banca sobre o qual você vai escrever; o título é a frase para encabeçar o seu texto, que
você mesmo deve criar. Fique atento, copiar qualquer parte da proposta de redação pode
provocar a anulação do texto!
DICA: Seja simples e objetivo. Facilite a leitura de seu avaliador caprichando na letra.
5. Passe o texto a limpo: Finalmente, essa é a última etapa da redação. Por isso a importância de
preparar seu texto em um rascunho. Respeite o limite de linhas e não coloque informações
fora da área de correção.
DICA: Fuja de chavões, frases prontas e gírias. Usar a criatividade é o oposto disso.
Simplicidade
Talvez essa seja uma das dicas mais importantes! Tentar impressionar escrevendo “difícil”
pode ser um engano. Afinal, seu texto pode ficar tão “difícil” a ponto de ser cômico. Além disso,
por se tratar de um exame de avaliação de estudantes do Ensino Médio, os responsáveis pela
correção das redações do Enem já imaginam um vocabulário simples, de quem ainda está
estudando e que pouco lê. Portanto, lembre-se deste conselho: em se tratando de palavras
“difíceis”, menos é mais.
Início
Por onde começar? Pelo título pode ser um mau caminho. Afinal, para tentar se manter
naquilo que o seu título indica, você pode acabar limitando seu texto. Então, comece pelo texto e
deixe o título por último. No caso da dissertação-argumentativa do Enem, não se esqueça de
adiantar o assunto logo no primeiro parágrafo.
Língua portuguesa
Os corretores do Enem (e de qualquer bom vestibular) são severos neste ponto: não
admitem erros de português. A norma culta é indispensável e isto está claro nas instruções da
prova do Enem. Veja algumas situações que devem ser evitadas
● Não utilize gírias: A não ser que esteja absolutamente dentro do contexto (se estiver sendo
usada para exemplar a fala dos jovens atualmente, em um texto sobre a adolescência, por
exemplo), as gírias não são aconselhadas.
● Sem coloquialismo: A escrita não funciona exatamente do modo como falamos. Portanto,
cuidado ao tentar escrever de maneira “simples”, como dito acima, para não exceder na
simplicidade. A formalidade deve estar acima do coloquialismo.
● Nada de versos: O texto exigido na prova de Redação do Enem deve ser escrito em prosa. E
texto em prosa é todo aquele que não está escrito em versos. Sendo assim, nada de utilizar
versos e escrever sua Redação como uma “ode” ou poesia. Isso também está nas instruções
da prova.
● Cuidado com a letra: Sabe aquele caderninho de caligrafia que você tanto odiava? Pois é,
ele poderia ser um grande aliado no quesito legibilidade. Como as redações do Enem são
escritas à mão (e de caneta, o que torna a escrita mais escorregadia e menos aderente do
que com um lápis ou lapiseira), subentende-se que quem vai ler o que você escreveu
precisa entender sua letra. Se sua letra é ilegível, a leitura pode tornar-se cansativa e de
difícil compreensão, deixando o corretor (que, no mesmo dia, lerá dezenas de redações
semelhantes) um pouco irritado.
● Esqueça a linguagem da internet: A não ser que, como no caso das gírias, você esteja
exemplando a escrita dos jovens na internet, por exemplo, em hipótese alguma, escreva da
mesma forma com a qual se comunica pela rede. A língua portuguesa acaba de receber
algumas reformas, mas, por enquanto, incorporar abreviações como “pq”, “vc”, ou
expressões como “naum” e substituir o acento agudo pelo “h” ou o “o” pelo “u” ainda não
está nos planos da Academia Brasileira de Letras.
É com a leitura de jornais, revistas e livros que você adquire domínio argumentativo e
consegue, ao escrever, “convencer” o leitor, ao menos, de que tem embasamento.
E, claro, não fuja do tema. Viajar demais e partir para outros assuntos
(tentando mostrar conhecimento) pode acabar lhe prejudicando.
Citações
● Citar frases ou bordões de novelas, filmes ou programas de entretenimento pode parecer
fútil e vazio aos olhos da banca corretora.
● Cuidado na hora de citar esses autores. Se não se lembrar exatamente do que ele (a) disse,
prefira uma citação indireta, dizendo com suas palavras a citação em questão (como
paráfrase) dando os créditos ao dono da “ideia”. Se lembrar da frase por completo, coloque
aspas do início ao fim e também cite o nome do autor, sem mudar sua declaração.
Passando a limpo
Redação escrita, então é hora de passar o texto a limpo e de, finalmente, entregar sua
redação. Mas antes de copiar o texto da folha de rascunho, veja se você cumpriu com o número
mínimo de linhas ou se não ultrapassou o limite máximo. Preste atenção nas margens que limitam
a folha e faça um esforço para que a sua letra seja a mais clara possível.
Nunca rasure
Um dos erros que mais tira pontos em uma redação é a rasura. Use a folha de rascunhos da
forma que bem quiser. Rabisque, risque, rasure, mas tenha todo cuidado do mundo na hora de
passar a redação para a folha definitiva, pois esta não deve possuir qualquer espécie de rasura.
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Apresente o tema e o recorte que você fará dele. Evite fazer rodeios. É
recomendável que a tese seja exposta para direcionar a leitura e mostrar
Introdução
sua linha de raciocínio. Lembre-se de que na dissertação seus
argumentos devem ser usados para convencer quem estiver lendo.
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“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças”. A frase do sociólogo
INTRODUÇÃO
Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as questões
referentes à infância. Dessa forma, é válido analisar a maneira como o excesso de publicidade
infantil pode contribuir negativamente para o desenvolvimento dos pequenos e do Brasil.
É importante pontuar, de início, que a abusiva publicidade na infância muda o foco das
crianças do que realmente é necessário para sua faixa etária. Tal situação torna essas
crianças pequenos consumidores compulsivos de bens materiais, muitas vezes
desapropriados para determinada idade, e acabam por desvalorizar a cultura imaterial,
passada através das gerações, como as brincadeiras de rua e as cantigas. Prova disso são os
dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferirem se divertir com os
DESENVOLVIMENTO
objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser humano e
consumo está “nascendo” desde a infância.
É fundamental pontuar, ainda, que o crescimento do Brasil está atrelado ao tipo que
infância que está sendo construída na atualidade. Essa relação existe porque um país
precisa de futuros adultos conscientes, tanto no que se refere ao consumo, como às
questões políticas e sociais, pois a atenção excessiva dada à publicidade infantil vai gerar
adultos alienados e somente preocupados em comprar. Assim, a ideia do líder Gandhi de
que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente parece fazer alusão ao fato de
que não é prudente deixar que a publicidade infantil se torne abusiva, pois as crianças
devem lidar da melhor forma com o consumismo.
Dessa forma, é possível perceber que a publicidade infantil excessiva influencia de maneira
negativa tanto a infância e m si como também o Brasil. É preciso que o governo atue
iminentemente nesse problema através da aplicação de multas nas empresas de publicidade
CONCLUSÃO
que ultrapassarem os limites das faixas etárias estabelecidos anteriormente pelo Ministério
da Infância e da Juventude. Além disso, é preciso que essas crianças sejam estimuladas pelos
pais e pelas escolas a terem um maior hábito de ler, através de concessões fiscais às famílias
mais carentes, em livrarias e papelarias, distando um pouco do padrão consumista atual, a
fim de que o Brasil garanta um futuro com adultos mais conscientes. Afinal, como afirmou
Platão: “o importante não é viver, mas viver bem”.
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Desde 1 de janeiro de 2016 o acordo passou a ser uma regra. Sendo cobrado como todas
as outras regras da Gramática da Língua Portuguesa. Passando a fazer parte de provas e concursos.
Entre as mudanças ocasionadas pela reforma ortográfica, estão o fim do trema, alterações
da forma de acentuar palavras com ditongos abertos e que sejam hiatos, supressão dos acentos
diferencias e dos acentos tônicos, novas regras para o emprego do hífen e inclusão das letras w, k
e y ao idioma.
É importante lembrar que no ENEM de 2016 essas regras vão ser cobradas, principalmente
na REDAÇÃO, que deve seguir as normas do início ao fim do texto. Se não forem seguidas,
podem levar a descontos na nota final.
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Regras Exemplos
1 ) Palavras com ditongos abertos “éi” e “ói”; 1) Colmeia, estreia, geleia, ideia, jiboia,
heroico, plateia, joia, apoio, etc;
3) Nos prefixos super, hiper, inter, quando o segundo 3) antipedagógico, autopeça, seminovo,
elemento começar com consoante diferente de r ou microcomputador, coprodução, geopolítica,
por vogal. etc.
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O uso apropriado do acento grave depende da compreensão da fusão das duas vogais. É
fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que
exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a
ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige
preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se
a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase é possível, desde que o termo
seguinte seja feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados. Há duas
maneiras de verificar a existência de um artigo feminino “a” (s) ou de um pronome demonstrativo “a”
(s) após uma preposição “a”:
1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir
a forma ao, ocorrerá crase antes do termo feminino. Veja os exemplos: Conheço “a” aluna. / Conheço
o aluno. Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.
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Usar o sinal gráfico da crase de forma incorreta (ou não usá-la quando é obrigatório) é
outro equívoco bastante comum entre os alunos. O uso da crase é aplicado quando a preposição
“a” se junta ao artigo “a”. Portanto, a crase apenas pode preceder substantivos femininos: “o
presidente falou à nação”.
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Vícios
A vida moderna tem estimulado a população a ter vícios. Drogas, álcool, compras, jogos,
comida, tecnologia. A maioria desses vícios afeta as pessoas e suas famílias negativamente. Como
a sociedade influencia neste mal? O que poderia ser feito para mudar essa história?
Vida saudável
Alguns dizem que não passa de uma “modinha” mas o que se sabe é que só cresce o
público consumidor de alimentos saudáveis, frequentador de academias e clinicas que cuidam do
corpo e da mente. Essa tendência é percebida a alguns anos e hoje os números já apontam uma
diminuição significativa do consumo de alimentos industrializados.
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Intolerância religiosa
Novamente, o ataque à revista Charlie Habdo pode exemplificar o tema. Mas muito mais
do que um caso isolado, a intolerância religiosa é grande tanto no Brasil como em outros países.
Ao debater esse tema, precisamos lembrar da laicidade do Estado e do respeito aos diferentes
tipos de crenças e rituais religiosos, podendo destacar, no caso do Brasil, o grande preconceito
existente com religiões de origem africana.
Casamento gay
O casamento gay sempre está em pauta e ganha cada vez mais força para ser tema da
redação do Enem 2016. A união homoafetiva, tal como a adoção por casais gays são uns dos
principais assuntos para a redação. Levando em consideração a recente aprovação do casamento
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da Implantação da
Lei Seca no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
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TEXTO I
Distrito Federal sofre com consequências da ocupação desordenada
Parcelamentos irregulares, lixo e água são os principais problemas ambientais do DF
Cecília Lopes – Da Secretaria de Comunicação da UnB
Em 1960, moravam na cidade 140 mil habitantes. Segundo o último levantamento do IBGE,
em 2008, vivem em Brasília 2,5 milhões de habitantes. Pesquisadores da UnB sustentam
que a ocupação sem regras é a principal causa da desordem ambiental instalada no DF. “É
um problema que já existe e não tem como voltar atrás. As pessoas moram nesses locais, e
isso causa uma reação negativa e em cadeia”, explica a professora Isabel Zaneti,
coordenadora do Núcleo de Agenda Ambiental da UnB.
TEXTO II
Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que lhe entravam nas alpercatas, o
cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de Sinha Vitória encantavam-
no. Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e
acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia docilmente
as palavras de Sinha Vitória, as palavras que Sinha Vitória murmurava porque tinha
confiança nele. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia
de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles
dois velhinhos, acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que
iriam fazer? Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada,
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TEXTO III
Sempre cabe mais um: de onde vem tanta gente?
Mais gente, mais carros, mais poluição. As megacidades podem tornar a sua vida um
inferno. Mas também podem salvar o mundo
por Eduardo Sklarz
O despertador se encarrega de tirar você da cama, mas talvez nem precisasse: uma sinfonia
de motores, buzinas, obras e vizinhos barulhentos deixa claro que é hora de acordar. Você
sai para a rua e a coisa só piora – a calçada, o ônibus, o trânsito, o elevador, o banco, o
supermercado, o restaurante, o cinema, a balada… todos os lugares parecem transbordar
de gente. Bem-vindo à grande guerra do século 21: a luta por espaço nas grandes cidades.
Pela primeira vez na história, mais de 50% da humanidade está vivendo em cidades. Mas
será que cabe ainda mais gente? Estamos caminhando para um cenário apocalíptico, em
que tudo vai virar um grande caos? Por que há tanta gente nas cidades? E qual é a saída
(se é que existe) para a superlotação urbana?(…)
Segundo dados da ONU, hoje a migração de áreas rurais responde por apenas 25% do
crescimento das cidades. A maioria das pessoas que vai para uma metrópole já morava em
áreas urbanas – nas quais, devido ao subdesenvolvimento econômico, não encontrava
boas oportunidades de vida. É o caso dos bolivianos que vendem frutas em Buenos Aires,
ou dos filipinos que tentam a vida em Tel-Aviv. Em Lagos, na Nigéria, foi o boom do
petróleo que fomentou a explosão demográfica. E a indiana Hyderabad atrai 200 mil
pessoas por ano com suas empresas de alta tecnologia – tanto que já é conhecida como
“Cyberabad”. Os novos habitantes das metrópoles não são gente caipira. Muito pelo
contrário.
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Produtores de tomates do Rio Grande do Sul e arredores, decidem plantar mais esse ano.
Depois de analisar a frase acima, você acha que a vírgula está correta?Se você respondeu
“não”, acertou. Na oração, as palavras produtores (sujeito) e decidem (verbo) estão separadas.
Mas por que, afinal, esse erro é tão comum? Os alunos têm dificuldade em identificar o
sujeito de frases cuja ordem não é direta. Se esse for o seu caso, nossa sugestão é que você revise
o conteúdo referente à concordância verbal.
Gírias da internet
Por muito tempo, os linguistas se assustavam com o fato de os adolescentes estarem criando
uma nova linguagem através de conversas online. Hoje se sabe que os alunos são capazes de se
comunicar tanto através da linguagem coloquial quanto da linguagem culta. Mas, para isso,
precisam praticar ambas as formas de comunicação.
Se você não treinar o seu cérebro, corre o risco de recorrer ao plebeísmo na redação do
Enem, um vício de linguagem que empobrece bastante o seu texto. Cuidado para não escrever
“pq” em vez de porque, “blz” (beleza), “qnd” (quando), “td” (tudo).
Mal ou mau?
Garanto que, em alguma parte da sua trajetória enquanto estudante, você já fez esta
pergunta ao seu professor: mal com “l” ou mau “u”? Há uma regrinha bastante simples que vai
ajudar você a não cometer mais esse equívoco. A palavra “mau” sempre pode ser trocada pelo seu
antônimo: “bom”. Da mesma forma, sempre que você puder substituir por bem, utilize a palavra
mal.
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Como você pôde observar nos exemplos acima, a palavra “mau” é usada para dizer que
alguém ou alguma coisa é ruim, prejudicial, de má qualidade. Já a palavra “mal” é mais
comumente utilizada como um advérbio.
Portanto, refere-se à maneira como alguma coisa é feita. É usada para expressar que algo foi
feito de uma maneira ruim, de maneira prejudicial, nociva. Veja mais dois exemplos simples e
pense nos seus significados: “Eu tenho um chefe mau” ou “Você se saiu mal na prova?”.
Faz ou fazem?
O verbo “fazer” será impessoal sempre que indicar tempo transcorrido e fenômenos da
natureza. Nessas situações, o verbo deve estar na terceira pessoa do singular. Portanto, escrever:
“fazem duas semanas que eu voltei para casa” está incorreto. A forma certa seria: “faz duas
semanas”. O caso será o mesmo se houver a indicação de algum fenômeno atmosférico, por
exemplo: “faz noites muito frias nesta praia”.
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Redação comentada 1
Cada cantinho do país exibe a cultura de um certo povo, não só na épocas passadas, mais
também nos dias de hoje o PIS atrai imigrantes por ser um país de grande diversidade,
seus carnavais, suas praias, é Salvador, é Minas Gerais, tudo isso é Brasil, este sim é o
coração do mundo.
Comentários:
“A redação apresenta um desvio grave em relação à competência II – compreender a
proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o
tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo –, pois o candidato fez
um texto dissertativo-expositivo. Não há um posicionamento crítico amparado por argumentos,
uma análise da questão. Essa redação deverá receber uma pontuação baixa”, comenta o professor
Ênio César de Moraes Fontes, professor de Português nos colégios Mackenzie e Sigma, em Brasília.
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Redação comentada 2
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Comentários:
“Essa redação apresenta um posicionamento crítico acerca da questão, bem como uma
proposta de intervenção para a solução do problema, a qual não desrespeita os direitos humanos.
Está, portanto, de acordo com as orientações do Inep”, analisa o professor Ênio Fontes, professor
de Português nos colégios Mackenzie e Sigma em Brasília.
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Em tempos de crise, países que uma vez faziam parte da hegemonia econômica mundial,
veem parte de sua população evadir em busca de melhores oportunidades – como ocorre
em alguns países europeus e o seu aumento de jovens imigrantes no Brasil.
O atual aumento do fluxo de imigrantes no Brasil evidencia sua ascenção como economia
mundial – a participação no promissor bloco econômico BRICS e o fato de sediar os
próximos grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas são outros
indicadores disso.
Assim sendo, a criação de políticas governamentais para evitar uma imigração desenfreada
faz-se necessária. Critérios seletivos como a facilitação do acesso à imigrantes bem
qualificados beneficiariam inclusive, áreas no Brasil onde há carência de mão de obra
especializada."
Comentários:
“Considerando os critérios de correção adotados no Enem, podemos dizer que o aluno
demonstra bom domínio do registro culto (há algumas inadequações no emprego de vírgula, um
erro de regência e um de ortografia); a seleção de argumentos é boa, mas não há evidência de
domínio amplo de conceitos de diversas áreas na discussão do tema. Quanto à coerência e coesão,
o texto apresenta boa sequencia das ideias e as informações são corretas, bem como o emprego
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Redação comentada 4
O que se vê hoje, entretanto, é que as principais levas de imigrantes que chegam ao Brasil não
vêm apenas pelas possibilidades que este oferece, vêm também fugindo das condições, muitas
vezes sub-humanas, de seus países de origem. A pobreza e a destruição de muitos países latino
americanos, além da crise econômica nos países desenvolvidos, tem nos tornado um dos
maiores centros atratores de migrantes.
Essa condição de vindos quase como foragidos faz com que, infelizmente, mude nossa visão
sobre os que aqui chegaram. Se no passado eles eram a base que viria sustentar e permitir o
desenvolvimento brasileiro, hoje eles não podem ser associados a essa imagem positiva. A
semelhança da maneira como os europeus sempre trataram seus imigrantes, pode estar
surgindo atualmente, no coração dos brasileiros, sentimentos de xenofobia a aversão ao
estrangeiro.
Haitianos e bolivianos serão associados como aqueles que, com mão de obra barata, roubam
postos de trabalho que deveriam ser ocupados por brasileiros. De maneira análoga, europeus e
norte americanos roubariam as melhores oportunidades de emprego. Vale considerar, ainda, a
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Para impedir que os que aqui chegam buscando melhores condições de vida sejam vitimas de
preconceito e do nacionalismo exacerbado, cabe aos governantes divulgar propagandas que
mudem o ideário que temos daqueles que migram: desconstruir a visão de que são fugitivos
que vem aproveitar do Brasil e RE-construir a ideia de que são homens e mulheres que vem se
juntar a nós no sonho de construir um Brasil melhor. A sociedade participa, então, fazendo
circular essas ideias.
Isto porque não faz sentido ignorar o papel desses novos imigrantes na construção da
linguagem, costumes, comidas e vestimentas que representam o país. O Brasil sempre foi, e
sempre será, um país de todos. ”
Comentários:
“Apesar dos erros de acentuação, o texto evidencia que o autor tem bom domínio da
norma culta. Em relação à seleção de ideias, a redação possui informações históricas e exemplos
atuais que dão consistência à análise; quanto ao domínio de conceitos na elaboração de uma
discussão, o texto carece de verticalidade. Acerca da coerência e da coesão, possui uma boa
orientação argumentativa e ótimo emprego dos articuladores sintáticos. É evidente na redação a
apresentação de propostas que respeitam os direitos humanos, inclusive buscando inserir os
imigrantes socialmente. Nesse sentido, as propostas vão ao encontro do que se deseja (uma
postura ética, não preconceituosa). Pode-se, sim, questionar a qualidade das sugestões – um tanto
quanto simplistas e genéricas”, ressalta o professor Eli.
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Veja os exemplos de redação nota 1000 no ano de 2014, com o tema "Publicidade infantil
em questão no Brasil”.
Redação 1
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público infantil. Comerciais para essa
faixa etária seguem um certo padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram
crianças, em grupo, utilizando o produto em questão.Tal manobra de “marketing” acaba
transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao
fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa
gera um ciclo interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento
infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação atual a fim de limitar,
como já acontece em países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse público,
visando à proibição de técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na
conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores que abordem esse assunto de
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Redação 2
Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais estimular o senso
crítico a partir do debate em escolas e creches, de forma a instruir que as necessidades
individuais devem se sobrepor às vontades que se possuem, a fim de coibir o abuso
comercial e o superconsumo.”
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Muito se discute acerca dos limites que devem ser impostos à publicidade e propaganda no
Brasil - sobretudo em relação ao público infantil. Com o advento do meio técnico-científico
informacional, as crianças são inseridas de maneira cada vez mais precoce ao consumismo
imposto por uma economia capitalista globalizada - a qual preconiza flexibilidade de
produção, adequando-se às mais diversas demandas. Faz-se necessário, portanto, uma
preparação específica voltada para esse jovem público, a fim de tornar tal transição saudável
e gerar futuros consumidores conscientes.
Somado a isso, o impasse entre organizações protetoras dos direitos das crianças e os
grandes núcleos empresariais fomenta ainda mais essa pertinente discussão. No Brasil,
vigoram os acordos isolados com o Poder Público - sem a existência de leis específicas.
Recentemente, a Conanda (Comissão Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente)
emitiu resolução condenando a publicidade direcionada ao público infantil, provocando o
repúdio de empresários e propagandistas - que não reconhecem autoridade dessa instituição
para atuar sobre o mercado. Diante desses posicionamentos antagônicos, o debate persiste.
Com o intuito de melhor adequar os "consumidores do futuro" a essa realidade, e não apenas
almejar o lucro, é preciso prepará-los para absorver as muitas informações. Isso pode ser
obtido por meio de campanhas promovidas pelo Poder Público nas escolas (com atividades
lúdicas e conscientizadoras) e na mídia (TV, rádio, jornais impressos, internet), bem como a
criação de uma legislação específica sobre marketing infantil no Brasil - fiscalizando
empresas (prevenindo possíveis abusos) - além de orientação aos pais para que melhor lidem
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Redação 4
A relação entre pais, filhos e seu consumo se torna conflituosa. As crianças perdem a noção
do limite, que lhes é tirada pela mídia quando a mesma reproduz que tudo é possível. Como
forma de solucionar esse conflito, o governo federal pode criar leis rígidas que restrinjam a
publicidade de bens não duráveis para crianças. Além disso, as escolas poderiam
proporcionar oficinas chamadas de “Consumidor Consciente” em que diferenciam consumo e
consumismo, ressaltando a real utilidade e a durabilidade dos produtos, com a distribuição
de cartilhas didáticas introduzindo os direitos do consumidor. Esse trabalho seria efetivo
aliado ao diálogo com os pais.
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Redação 5
"A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século XVIII, trouxe a
necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de
produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator essencial para
ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, percebe-se as crianças
como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida pelo Estado para garantir
que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado produto.
Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil
por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas etárias. Além
disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis
deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a família e a escola
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Redação 6
Por ser uma questão de cunho global, as ações de propagandas infantis também são
vivenciadas no Brasil. Embora a economia passe por um período de recessão, a vontade de
consumir pouco mudou nos brasileiros. Com os jovens não é diferente, influenciados, muitas
vezes, por paradigmas de inferioridade social impostos tanto pela mídia, quanto pela
sociedade, além de geralmente serem desprovidos de uma educação de consumo, tornam-se
adultos desorganizados financeiramente, ao passo que dão continuidade a esse ciclo vicioso.
Diante desse cenário, os prejuízos são sentidos também pela natureza, uma vez que o
descarte de materiais gera poluição e mudança climática na Terra. No entanto, o Brasil
carece de medidas capazes de intervir em ações publicitárias direcionadas àqueles que serão
o futuro da nação, hoje, facilmente manipulados e influenciados por personagens infantis e
pela modernização em que passam os produtos. Em outras palavras, é preciso consumir de
maneira consciente desde a infância, para que se construam valores e responsabilidade
durante o desenvolvimento do indivíduo.
Dessa forma, sabe-se que coibir a propaganda voltada ao público infanto-juvenil não é a
melhor medida para superar esse problema. Cabe aos pais, cobrarem ações do governo –
criação de leis mais rigorosas – além de agirem diretamente na formação e educação de
consumo dos filhos: impondo limites e dando noções financeiras ainda enquanto jovens.
Ademais, as escolas têm papel fundamental nesse segmento. É imprescindível, também,
utilizar a própria mídia para alertar sobre os problemas ambientais decorrentes do consumo
em larga escala e incentivar o desenvolvimento sustentável."
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