O Ceticismo de David Hume

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FACULDADE SALESIANA DOM BOSCO−FSDB

Curso de bacharelado em Filosofia- Terceiro Período


Docente: Prof. Artur Hidalgo - Componente: Filosofia moderna
Discente: Heyke Gondim Passos

O Ceticismo de David Hume

O empirismo de Hume engendra seu ceticismo. Introduzindo em breves linhas


uma compreensão sobre o ceticismo de David Hume é necessário discorrer sobre seu
método de raciocínio experimental nas ciências morais, que consiste em afirmar que
nossas ideias surgem das experiências cotidianas, conceito eminentemente empirista,
que Hume elabora elucidando e bebendo da fonte de Jhon Locke.
O itinerário da ideia a impressão, para Hume é traçado na medida em que se
busca o conteúdo da consciência, oculto nas palavras, nessa busca pela essência do
discurso, podemos questionar: As quais impressões vividas, correspondem o discurso?
Portanto ao se pensar sobre a substância das falas, fala-se também de princípios de
causa e efeito.
Analisando a ideia de causalidade, que para Hume é algo um tanto quanto
complexo, pois afirma-se mais do que se vê, em outras palavras, não se ultrapassa a
experiência imediata, pressupõe-se na causalidade, que as mesmas causas produzem os
mesmos efeitos.
Ao clicar na letra D do teclado do computador, pela primeira vez,
automaticamente na tela aparece a letra D, com base nisso posso pressupor que se
novamente apertar a letra D, de modo automático, aparecerá a letra na tela, acontece
que, isso não garante que toda vez que houver o clique o mesmo efeito ocorrerá, basta
um desajuste pra que isso aconteça, entretanto se alguém pela primeira vez utiliza essa
máquina e interroga, sobre qual efeito obteria clicando no dígito D, a resposta
certamente seria com base na experiência que tenho ao clicar a letra D, se isso vai
acontecer ou não, não há garantias precisas.
Assim Hume não encontra na experiência uma impressão concreta de
causalidade que torne verdadeira a ideia de causa, o que acontece, é que acredito nesta
causa, portanto o que aqui ocorre não exatamente pode se tomar como verdade absoluta
ou simplesmente verdade, mas sim uma associação de ideias.
Como escrito na inferência supramencionada, é possível afirmar que o
empirismo de Hume surge como um ceticismo. “Qualquer coisa pode produzir qualquer
coisa”, atualizando essa frase de Hume, pode-se dizer que tudo pode acontecer,
inclusive não acontecer, explicar psicologicamente a crença na causalidade é recusar
todo valor a esse princípio.

“Quem reduz o costume a seu princípio, anula-o”


- Pascal

Em se tratando da imaginação, esta tem grande influência com a ideia que cada
um tem de si, segundo Hume é também a imaginação que identifica o eu com o que ele
possui, desse modo, há uma associação entre o ser (eu) e o ter, que não passa de uma
ideia imaginária, que para ele é ilusória, pois nosso ideal de ser, consiste em afirmar que
somos nossos estados e nossas qualidades, ou simplesmente o eu e nada mais, essa
afirmação necessariamente constitui uma verdade sobre o nosso ser.

“Após três horas ou quatro horas de diversão, se eu quisesse retomar as minhas


especulações, estas me pareceriam tão frias, tão forçadas e ridículas que não poderia
encontrar coragem e retomá-las por pouco que fosse”
-David Hume
Hume de maneira curiosa, que o absolutismo de seu ceticismo se torna artificial,
pois ele mesmo, como qualquer ser humano espera das coisas aquilo tem seus efeitos,
por exemplo, ele mesmo ao clicar a tecla D, espera vê-la em sua tela. Ao elaborar suas
reflexões ele é cético, mas ao se deparar com a cotidianidade diz ele: “As conclusões
filosóficas parecem desvanecer-se como os fantasmas da noite ao nascer do dia”, assim
entendendo que a teoria da causalidade, no plano da reflexão inconcebível, é algo
natural e inerente ao ser humano.
Dessarte, Hume faz uma cisão entre a filosofia e a vida, ao separar o ceticismo e
o dogmatismo, desembocando num ceticismo reflexivo e um dogmatismo instintivo, o
autor elucida isso quando diz que convinha a um cavalheiro pensar como Whigs e votar
como Tories, traduzindo isto, poderíamos dizer que tudo bem pensar como liberal e agir
como conservador, este interessante ideal de Hume, deu a sua filosofia certa conotação
cômica.
Portanto o ceticismo de Hume nos insere na afirmativa, de que não existem
verdades absolutas e conhecimentos indubitáveis, e tudo que sei é baseado em minha
experiência cotidiana, a isso denomina-se empirismo, afinal como dizia Aristóteles,
nada há no meu intelecto, que não tenha passado pelos meus sentidos”.

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