Corrente Galvânica

Corrente Galvânica
Pedro H. Donini
Aplicação
• Utilização da corrente contínua com finalidades
terapêuticas
Galvanização:
• Uso terapêutico da corrente galvânica, utilizando-
se exclusivamente os efeitos polares por ela
promovidos  os tecidos biológicos apresentam
grande quantidade de íons + e – dissolvidos nos
líquidos corporais, que podem ser colocados em
movimento ordenado por um campo elétrico
polarizado aplicado na superfície da pele 
consequências químicas e físicas
Efeitos Polares (Físico-Químicos)
1. Produção de calor:
• Quando a corrente galvânica flui pelos tecidos
ocorre um pequeno aquecimento (2 a 3° C) 
pequenas reações químicas; vasodilatação ativa
• Relação direta com a resistência específica do

meio utilizado
1. Produção de calor:
O calor gerado está relacionado com: W = I2. R. T
W = produção de calor I = amplitude da corrente
(intensidade) R = resistência T = tempo
(A produção de calor é igual a intensidade ao

quadrado, vezes a resistência e o tempo)
• Quanto maior a intensidade, resistência e tempo

maior o aquecimento
2. Dissociação iônica:
• Os fluidos corporais são formados por soluções
salinas oxigenadas que contém íons  quando a
corrente contínua é transmitida por meio de um
par de eletrodos de metal na superfície da pele,
um campo elétrico é formado entre os eletrodos
e os íons se movem da solução em direção à
região cutânea sob os eletrodos, processo esse
denominado dissociação eletrolítica
• As cargas começam a se orientar no sentido da
corrente elétrica, fazendo com que as moléculas
se separem
Polo positivo (ânodo)  atrai os íons negativos e
repelem os íons positivos
Polo negativo (cátodo)  atrai os íons positivos e
repelem os íons negativos
Quando os íons atingem o eletrodo de metal eles
perdem suas cargas:
• Os íons positivos (cátions) ganham elétrons do
eletrodo carregado negativamente (cátodo) =
redução
• Íons negativos (ânions) liberam seus elétrons para
o eletrodo carregado positivamente (ânodo) =
oxidação
Polo positivo (ânodo):
• Ocorre reação ácida (diminuição do pH) do
eletrodo com o ácido clorídrico (HCl) = liberação
de oxigênio
Polo negativo (cátodo):
• Ocorre reação alcalina (aumento do pH) do
eletrodo com o hidróxido de sódio (NaOH) =
liberação de hidrogênio
• A concentração dessas substancias ácida (HCl) e
alcalina (NaOH) podem alcançar níveis lesivos para
os tecidos na área abaixo dos eletrodos  a
maioria das queimaduras são de origem química
em vez de térmica
• O mais lesivo é o polo negativo, pois o hidróxido
de sódio (NaOH) gera irritações, podendo causar
queimaduras  o cátodo (-) é mais lesivo que o
ânodo (+)
• Em locais com pouca hidratação (ressecamento do
líquido sinovial) pode ser aplicado o cátodo (-)
• Sempre utilizar os eletrodos do mesmo tamanho ou o
polo positivo (ânodo) um pouco maior que o polo
negativo (cátodo)
• Necrose de liquefação  apresenta a área necrótica de
consistência mole (cátodo)
• Necrose de coagulação ou isquêmica  desnaturação
da maioria das proteínas celulares devido à queda
acentuada no pH celular durante o processo de lesão
por hipóxia ou isquemia (ânodo)
3. Endosmose:
• É o deslocamento de partículas fluidas em
direção ao polo negativo (cátodo), ocorrendo o
acúmulo de líquido nesse local
• Abaixo do cátodo (-) = concentração de líquido
• Abaixo do ânodo (+) = ressecamento de líquido

3. Endosmose:
Colocação do ânodo (+):
• Acima do edema ou na água
onde o membro edemaciado
está submerso
Colocação do cátodo (-):
• Em um local proximal ao
edema, onde haja alta
vascularização, para atrair o
líquido do edema para a sua
drenagem
Importância clinica = drenagem
de edema
4. Variação de eletrotônus:
• Modificações elétricas locais produzidas pela
corrente elétrica no potencial de repouso das
membranas celulares
• A membrana em repouso apresenta
eletronegatividade interna em relação ao
meio externo
a) Ânodo (+) (aneletrotônus):
• Irá atrair as cargas negativas, deixando o lado
externo da membrana mais positivo ainda 
hiperpolarizada (membrana menos permeável ao
Na+)
• A corrente anódica faz com que a membrana fique
mais resistente à excitação  aumentando o limiar
de ativação)  ↓ a excitabilidade (alivio da dor)
• A membrana está tensa, menos permeável 
hiperpolarização
a) Ânodo (+) (aneletrotônus):
b) Cátodo (-) (cateletrotônus):
• Irá atrair as cargas positivas, deixando o lado externo
da membrana menos positiva  hipopolarizada
(membrana mais permeável ao Na+)
• A corrente catódica excita a membrana (baixo limiar
de ativação)  ↑ a excitabilidade (favorecendo a
despolarização, aumentando a dor local)
• A membrana está mais relaxada, mais permeável 
Hipopolarização
b) Cátodo (-) (cateletrotônus):
Efeitos Fisiológicos
1. Aumento do fluxo sanguíneo
Hiperemia pela vasodilatação local que
permanece por 20 minutos
• Maior nutrição tecidual local
• Maior oxigenação
• Maior aporte de células de defesa
• Facilitação da reparação tecidual
• Aumento da temperatura
Efeitos Fisiológicos
2. Efeito analgésico:
• Modula a dor através da teoria das comportas
• A hiperemia ajuda a remover fatores que
induzem a dor
3. Acelera a cicatrização:
• Melhora a qualidade do tecido na reparação
Características dos Polos
1. Polo positivo (ânodo): 2. Polo negativo (cátodo):
• Reação ácida (HCl) • Reação alcalina (NaOH)
• Atrai e libera oxigênio • Atrai e libera hidrogênio
• Mais vasoconstritor • Mais vasodilatador
• Desidrata os tecidos • Hidrata os tecidos
• Endurece os tecidos • Amolece os tecidos
• Provoca coagulação • Liquefaz os tecidos
• Analgésico • Estimulante (piora a dor)

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• Abaixo do cátodo (-) = concentração de líquido

• Abaixo do ânodo (+) = ressecamento de líquido

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