Atividade Av1 Entrevista Do Neuropsicólogo
Atividade Av1 Entrevista Do Neuropsicólogo
Atividade Av1 Entrevista Do Neuropsicólogo
Equipe:
Trabalho AV I
NEUROPSICÓLOGO DEFINIDO:
Paulo Nascimento (Neuropsicólogo) – CRP 11/067
PAULO: “Eu sou psicólogo, formado pela UNAMA e desde a faculdade sempre fui
apaixonado por neuroanatomia, sempre foi a minha paixão e o mais próximo que a
gente tinha era neuropsicologia. Eu acabei finalizando a faculdade e fui pra São Paulo,
fiz minha prática de saúde mental, por causa da neuropsicologia, na santa casa e logo
em seguida, em fortaleza, fiz o curso de neurofeedback, então, hoje eu trabalho com
estimulação cerebral, não diretamente com os testes neuropsicológicos, mas utilizo os
conhecimentos da neuropsicologia, dentro da questão do eletrocefalograma quantitativa
do feedback.
PAULO: a atenção, na minha opinião, muito mais pessoal do que técnica, é a função
executiva mais importante que a gente tem, porque todos os processos cognitivos vão
surgir a partir do nível de atenção. Se você não tem atenção, você não coleta memória,
não tem percepção, não tem aprendizado. Então, eu costumo brincar que a atenção é
diretamente o marcador base da cognição, se o paciente tem uma boa atenção, é
provável que vá se sair bem e ter resultados cognitivos bons, se ele tem uma baixa
atenção, é provável que ele tenha baixa cognição, não que tenha atraso cognitivo, mas
ele vai cometer mais falhas
Entrevistadora: Paulo, que tipos de instrumentos ou teste tem sido utilizados pelo
profissional para uma possível déficit de atenção?
Paulo: olha, a gente tem vários testes dentro da área da neuropsicologia, mas os mais
utilizados, seriam os testes mais completos. Mas de atenção a gente teria a D2, que é um
teste bem interessante; teste de cancelamento e alguns testes perceptivos que não são
diretamente de atenção, mas que eu acho muito importante a gente trabalhar, porque a
memória ta vinculada com a atenção, então alguns testes de memória, também podem
avaliar a atenção, são testes que chamam mais a responsabilidade pra uma avaliação de
atenção mais adequada. Mas é bom lembrar que não da pra avaliar somente a atenção,
ta? Sempre tem que se trabalhar num conjunto.
Paulo: geralmente como a gente tem trabalhado hoje no consultório. Eu tenho umas
parceiras que são neuropsicólogas, eu encaminho diretamente pra ela, ela realiza a
avaliação, antes do treinamento de neurofeedback, eu respeito esses dados que ela me
envia e eu passo uma avaliação eletro encefálica e eu copio as duas informações. A
partir daí, eu inicio o processo de treinamento terapêutico com neurofeedback com
estimulação cerebral e no final do processo a gente refaz as avaliações pra analisar o
nível de melhoras e ganhos que o paciente teve.
Entrevistadora: Na primeira avaliação, você já tem algum sintoma que apresente
um déficit de atenção, ai a partir disso tu já encaminha pra avaliação, é isso?
Paulo: isso! Geralmente o paciente já chega com a queixa. A maioria dos pacientes que
a gente encaminha pra avaliação por causa da atenção, eles reclamam mais pela
memória. Ai a gente encaminha pra tirar a duvida, se o prejuízo é a memória ou
atenção.
Entrevistadora: Paulo tem algum exame de imagem que te auxilie nesse trabalho?
Paulo: sim, eu trabalho junto com psiquiatra e é importante que se tenha um profissional
desse parceiro até conhecido da gente. Alguns pacientes eu encaminho para o psiquiatra
e ele me manda de volta sem medicação e avisa que ele não precisa de medicação e sim
do processo de neurofeedback. E entender que a medicação não é ruim. É importante
que os dois profissionais se escutem.
Paulo: os exames vão vir dos dois lados. Eu recebo muito mais solicitação de avaliação
dano psicológica de psiquiatras e neurologistas, mas acontece de psicólogos também
pedirem pra que guiem eles no processo dos seus pacientes. E ai eu encaminho pras
minhas parceiras neuropsicólogas. Sobre a questão do diagnóstico, é uma coisa
interessante. O nosso conselho não apoia de maneira efetiva a capacidade de fechar
diagnostico. O nosso conselho solicita que a gente de uma sugestão de diagnostico, mas
nada na nossa profissão impede que a gente teste um diagnostico com uma avaliação.
Contudo, por segurança e pela questão do médico e logística de saúde, a gente evita de
fechar o diagnóstico. A gente sugere e descreve com a avaliação e os testes em mão. No
meu caso, que eu avalio com eletrocefalograma, eu não posso fechar em nenhuma
hipótese, um diagnóstico. Eu faço um relatório do que é visto no caso. Por exemplo,
“paciente apresenta excesso de padrão de ondas lentas nos lobos frontais compatível
com dificuldade de atenção de concentração, de controle de foco” eu vou descrevendo a
função.
Paulo: a gente tem que pensar sempre assim: existem vários fatores que podem reduzir a
nossa capacidade de atenção, um deles é ansiedade, um paciente ansioso ele vai ter uma
dificuldade de atenção, porém, ela precisa ser rastreada, se ela vem da ansiedade, eu não
posso dizer que esse paciente tem prejuízo atencional. Ele tem dificuldade atencional
devido alto nível de ansiedade. Entre outras questões, fibromialgia, estresse, ansiedade,
insônia, enxaqueca, prejuízo no sono, ta? Questões hormonais também afetam tudo isso
tem que se tomar cuidado. Nessa semana tive uma paciente que tinha enxaqueca(ficou
uma semana sem enxaqueca) e por causa de um desequilíbrio hormonal voltou a ter a
enxaqueca. É sempre bom analisar o ser humano como todo.
Entrevistadora: todo déficit de atenção é incluído no tdah?
Paulo: pergunta boa e que gera confusão. O transtorno de déficit de atenção é uma
patologia de base, é uma patologia única. Mas eu posso ter outras patologias que
prejudicam a atenção como um acidente encefálico e o próprio covid. O problema
atencional é como se fosse o todo e dentro dele, você separa em pequenos prejuízos que
o paciente tem e entende que cada um é uma patologia, e cada prejuízo atencional tem
uma característica especifica. Prejuízo atencional nem sempre é tdah.
Paulo: já. E é bem interessante. A gente costuma brincar porque antigamente as crianças
eram desatentas. Mas atualmente a gente recebe esse adulto e você vê que ele tem tdah.
Vê os prejuízos na avaliação encefálica apresentando um score de prejuízo bem alto, só
que só isso não fecha. Você precisa saber como ele foi na escola, porque se não pode ser
um prejuízo adquirido, nesse caso, não é tdah. Pra ser tdah ele tem que ter nascido com
isso.
Paulo: é bem similar com o da criança, pois os ajustes são na organização diárias. A
vida dele precisa ser mais metódicas. A rotina estruturada pras funções são muito
importantes. Os treinamentos atencionais também são ótimos e junto a isso, o
treinamento de neurofeedback. Duas coisas que não pode esquecer: exercício físico e
padrão alimentar.
Paulo: pode! É o que a gente chama de comórbido de ansiedade. O paciente com tdah
ele tem prejuízo atencional. A criança no colégio não consegue acompanhar os
estímulos e acaba se tornando muito ansiosa. As mais clássicas são: ansiedade,
depressão e o uso de substancias psicoativo. Todo paciente com tdah ele tem o alto
potencial de dependência de alguns estimulantes, falando diretamente da cocaína.
Paulo: primeiro qual parte do pré-frontal que foi afetada e investigar e essa lesão só
causou um edema, ou uma esquemia, devido ao edema, essas esquemias causam mortes
ou micro mortes encefálicas de regiões estruturadas, e com avaliações é possível
rastrear essa área especifica. Se o paciente apresentou prejuízo ocular, eu sei qual parte
e área eu devo trabalhar. No plano estrutural de tratamento, entra fisioterapia por
questões de motricidade (diretamente relacionada com o pré-frontal), tem que ver se
afetou linguagem, entre os processos psicológicos, pra redução de ansiedade, controle
de depressão, organização e planejamento de vida, medicação pode ser necessário
dependendo do nível e local dessa lesão.