Embriologia

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A formação do cérebro humano a partir de um pequeno grupo de células, é um processo

extraordinário que leva muitos anos para atingir o potencial pleno em termos de
habilidades sensoriais, motoras e intelectuais. Embora seu decurso não seja regular, segue
uma sequência bastante previsível.
 
Formação do tubo neural:

A neurulação é o evento-chave no desenvolvimento do sistema nervoso. Ele acontece


quando a medula espinha primitiva (notocorda) envia um sinal aos tecidos que a recobre
para que se torne mais espesso, formando a placa neural. Esta invagina-se criando assim o
sulco neural. As pregas dentro deles fundem-se e fecham para formar o tubo neural. Parte
do tecido das pregas é bloqueado para originar a crista neural, futuro sistema nervoso
periférico.
 
 
Da concepção ao nascimento:
Nos dias seguintes à concepção o embrião é só um minúsculo aglomerado de células
(mórula). O desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso como um todo começa em 3
semanas, com a diferenciação celular que forma a placa neural ao longo do dorso do
embrião; esta se amplia e sofre uma invaginação dando origem ao tubo neural, cujo a
cavidade interna é cheia de líquido amniótico, que se tornará o encéfalo e a medula
espinhal. O primeiro começa a se desenvolver em 4 semanas como um diminuto bulbo na
extremidade superior do tubo neural; a segunda é formada pela parte inferior do tubo. As
principais partes cerebrais - córtex incluído - são visíveis em 7 semanas a partir de então o
cérebro começará a crescer e se desenvolver.

Com 3 semanas:
Nas primeiras semanas o tubo neural forma-se ao longo da parte posterior do embrião, a
partir da qual três partes distintas serão criadas. Neste estágio olhos rudimentares e
vesículas do ouvido começam a surgir.
Com 7 semanas:
O embrião tem cerca de 2cm de comprimento e as circunvoluções, se tornarão o tronco
encefálico, o cerebelo e o cérebro agora estão claramente visíveis. Os nervos cranianos e
sensoriais também começam a se desenvolver.

Com 11 semanas:
O cérebro aumenta de tamanho, olhos e ouvidos amadurecem, movendo-se para as
posições finais. A cabeça ainda é grande em relação ao restando do corpo, mas este em
breve iniciará um surto de crescimento. O cérebro posterior (rombencéfalo) origina o
cerebelo e o tronco encefálico.

No nascimento:
O cérebro continua a se desenvolver e as fissuras (sulcos) e saliências (giros) aumento em
complexidade no nascimento, o bebê tem tantos neurôrios quanto um adulto (100 bilhões),
a maioria tendo sido formada até o sexto mês gestacional, embora eles ainda não estejam
amadurecidos.
Defeitos do tubo neural:
 
Espinha bífida:
Este defeito do tubo neural pode se dividir em:

Um dos vários defeitos congênitos conhecido como “defeitos do tubo neural” -DTNs.
Geralmente, afeta a coluna vertebral e, em alguns casos mais graves, a medula espinhal e
as meninges. Esta é uma das malformações mais comuns e afeta entre 1.500 e 2.000
bebês nascidos nos EUA por ano.
 
Espinha bífida oculta:
A espinha bífida oculta resulta de uma falha no crescimento e fusão das metades do arco
vertebral. Ocorre entre as vértebras L5 e S1. Geralmente não apresenta sintomas clínicos e
nos casos menores sua única evidência é uma depressão com um tufo de pelos.

Espinha bífida - Cística do tipo Meningocele:


Quando o “saco” formado contém as meninges e o fluido cerebroespinhal. A Medula
Espinhal e as raízes espinhais estão em sua posição, mas pode haver anormalidade dessas
estruturas.

Espinha bífida - Cistica do tipo Mielomeningocele ou Meningomielocele:


Mielomeningocele-É mais grave que a anterior. O “saco” contém as raízes nervosas e/ou a
medula espinhal. Entre os sinais clínicos estão paraplegia, perda da sensação na parte
inferior do corpo e incontinência.

Espinha bífida – cística do tipo mielosquise:


É o tipo mais grave de espinha bífida. Neste caso a medula espinhal na área afetada está
aberta. Isso faz com que a medula espinhal seja representada por uma massa achatada de
tecido nervoso.
Anencefalia:
É um outro "defeito do tubo neural". Quando a porção superior do tubo neural não se fecha,
o resultado é a anencefalia. No entanto, a causa específica não é conhecida. Alguns
acreditam que essa condição possa estar relacionada às toxinas ambientais, mas nenhuma
ligação total foi feita. Além disso, os baixos níveis de ácido fólico no plasma parecem
contribuir para os defeitos do tubo neural. A anencefalia pode ser detectada, através do
exame de ultrasonografia, por volta da 8ª semana de gestação
Encefalocele:
Defeito de fechamento do crânio durante a gestação, com vários graus de protrusão do
encéfalo, meninges e líquor, através da falha craniana. Ocorre 1 caso de encefalocele para
cada 5.000-10.000 crianças nascidas vivas e existe predominância do sexo feminino nas
encefaloceles posteriores. A grande maioria das encefaloceles situa-se na região occipital,
mas pode ocorrer na região craniofacial.

 Cirurgia de espinha bífida:


Referências bibliográficas:
 
MOORE. K.L. Embriologia Humana. 9ªEd. Elsevier. Rio de Janeiro. 2013.
 
MORAES, Alberto Parahyba Quartim de - O Livro do cérebro. Vol 4. São Paulo. SP, Editora
Duetto - 2009. Pag 228.
 
FRANCO S. Norma – Descomplicando as práticas de laboratório de neuroanatomia -2005

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