Apostila 3

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CURSO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO, bandejas de contenção para prevenir possíveis acidentes.


ROTULAGEM, ARMAZENAMENTO, COLE- Com isso, é realizado o armazenamento para guardar tem-
TA E TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO porariamente os recipientes com os resíduos próximos ao
local de geração, longe de fontes de luz, calor e de água,
e separados por compatibilidade química, em ambiente
1. INTRODUÇÃO exclusivo até a coleta para o tratamento.1,4
A falta de tratamento e a incorreta disposição de resíduos Existem diferentes tratamentos que podem ser adotados
químicos podem levar à contaminação do meio ambiente e para que um resíduo tenha sua periculosidade diminuída ou
comprometer a saúde pública. Além disso, também devem ser possa ser reutilizado, como neutralização, redução, oxidação,
considerados os diversos pontos benéficos em relação a custos precipitação, destilação, degradação química, biodegrada-
e questões ambientais consequentes da implantação de um ção, etc. Entretanto, os resíduos químicos que não puderem
correto sistema de gerenciamento de resíduos em um laborató- ser tratados no laboratório de origem devem ser armazena-
rio. Dessa forma, um bom planejamento pode levar ao desen- dos temporariamente em abrigos específicos, até que sejam
volvimento de métodos de tratamento que contribuem para a retirados por uma empresa especializada para serem realizados
redução, reciclagem e reutilização dos resíduos; a diminuição outros tratamentos, como tratamentos térmicos (incineração
dos gastos com a compra de reagentes e insumos e a minimiza- ou o coprocessamento), estabilização e solidificação, tratamen-
ção da exposição aos riscos dos funcionários envolvidos.1 to de efluentes etc. Por fim, após tratado, o resíduo pode ter
Posto isso, é necessário que seja adotado um sistema sua disposição final no solo, o qual é previamente preparado
de gerenciamento de resíduos que caracterize, classi- para recebê-lo, ou na água, obedecendo a critérios técnicos de
fique, segregue, armazene, trate, destine e transporte licenciamento ambiental de acordo com a legislação.1,4
esses resíduos, possibilitando desenvolver instrumentos de
avaliação e controle, que permitam acompanhar a eficácia
2. SEGREGAÇÃO
do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) im- Diversos cuidados devem ser tomados ao fazer o descarte
plantado. O ideal é que esse PGRS contenha a descrição da de resíduos, de modo a possibilitar sua destinação final am-
atividade, a explicitação dos responsáveis por cada etapa do bientalmente adequada. A segregação é a separação dos
gerenciamento de resíduos sólidos, os aspectos referentes resíduos no momento e local de geração, conforme carac-
à quantificação e origem dos resíduos na fonte geradora, terísticas observadas, que incluem estado físico do resíduo;
a identificação, a caracterização, o acondicionamento, o tipo de radionuclídeo e seu tempo de meia vida para resíduos
armazenamento, a coleta, o transporte, o tratamento e a radioativos; compatibilidade e incompatibilidade (ver apostila
disposição final adequada, de acordo com as características 2 sobre ”Manejo de resíduos e aspectos de segurança”);
e a classe de cada resíduo. Além disso, deve conter ações resíduos orgânicos ou inorgânicos; putrescíveis ou patogê-
preventivas e corretivas a serem executadas em situações de nicos, se for o caso; e demais características que conferem
gerenciamento incorreto ou acidentes.1-3 periculosidade (toxicidade, inflamabilidade, corrosividade, ex-
Vimos nas aulas anteriores a importância e a forma de plosividade, combustibilidade).
classificação dos resíduos químicos. Após essa etapa, esses A segregação consiste na etapa mais importante ao
resíduos devem ser segregados, ou seja, separados, de gerenciar resíduos, uma vez que permite a reutilização, reci-
acordo com suas propriedades químicas, físicas e biológicas, clagem ou recuperação de alguns resíduos quando feita cor-
nas unidades geradoras. Durante a segregação, os resíduos retamente, assim como o encaminhamento à coleta municipal
químicos perigosos, segundo ABNT NBR 10.004, devem ser da porção considerada comum ou inerte.5 Durante essa etapa,
separados dos não perigosos, e o estado físico e a incompatibi- deve-se evitar gerar misturas químicas, pois quanto mais
lidade devem ser considerados. Após, os resíduos químicos se- complexa, mais difícil será seu tratamento e maior o custo
gregados deverão ser acondicionados em recipientes próprios final do descarte. Se a única opção for misturar os resíduos, é
adequados: fisicamente resistentes e impermeáveis, para não importante consultar informações de incompatibilidade, para
haver vazamento ou ruptura; quimicamente compatíveis com evitar combinações que possam gerar gases tóxicos, calor
os resíduos; e devidamente rotulados e armazenados sobre excessivo, explosões ou reações violentas.

1. IBRAHIN, Francini Imene Dias; IBRAHIN, Fábio José; CANTUÁRIA, Eliane Ramos. Análise Ambiental: Gerenciamento de Resíduos e Tratamento de Efluentes. São Paulo: Érica, 2015;
2. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 3 ago. 2010;
3. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 mar. 20183
4. FIOCRUZ. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.htm.
Acesso em: abr. 2021;
5. FONSECA, Janaína Conrado Lyra da. Manual para gerenciamento de resíduos perigosos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.

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Outros cuidados especiais que devem ser tomados Conforme a Resolução ANTT nº 5.232/2016, embalagens
durante a segregação de resíduos envolvem o armazenamento significam “um ou mais recipientes e quaisquer outros compo-
de soluções ácidas e básicas contendo metais pesados de nentes ou materiais necessários para que o recipiente desempe-
forma individual e separadas de quaisquer outros resíduos; nhe sua função de contenção e outras funções de segurança.”
o armazenamento de compostos organoclorados (Ex.: Na resolução, é descrito o código para designação de tipos de
tetracloreto de carbono, clorofórmio e diclorometano) de embalagens, que consiste de: um numeral arábico para indicar
forma individual e separados de quaisquer outros resíduos; a o tipo de embalagem, de acordo com a Tabela 1; letra(s) mai-
separação de materiais contendo mercúrio (sólido ou líquido) úscula(s) para indicar a natureza do material, conforme a
de qualquer outro material, assim como solventes contendo Tabela 2; e, se necessário, um numeral arábico para indicar a
pesticidas, anilina, piridina; e a separação de gel de agarose categoria da embalagem (Ex.: tampa removível, tampa não-re-
contaminado com brometo de etídio, que deve ser colocado movível, comum, rígido e multifoliado). Vale lembrar que em
em um recipiente rotulado e aguardar a destinação final. embalagens compostas, a segunda posição do código deve
Ainda, resíduos contendo solventes halogenados devem ter duas letras maiúsculas, a primeira indicando o material do
ser separados de solventes não halogenados. Caso haja recipiente interno e a segunda indicando o da embalagem
contato entre esses tipos, o resíduo total passa a ser consi- externa. Ainda, em embalagens combinadas só deve ser
derado um solvente halogenado e deve seguir os mesmos usado o código da embalagem externa.8
cuidados desse tipo de resíduo. É importante ter conhecimen-
CÓDIGO TIPO DE EMBALAGEM
to de que a acetonitrila deve ser segregada separadamente
1 Tambor
sempre que possível, uma vez que possui em sua molécula
2 (Reservado)
o grupamento cianeto, que gera gás cianídrico quando inci-
3 Bombona
nerado, altamente tóxico. Além disso, quando a acetonitrila
é misturada com algum composto incompatível como ácidos 4 Caixa

fortes, não libera gás tóxico, mas pode desprender muito calor. 5 Saco

Dependendo do procedimento de segregação de 6 Embalagem composta

resíduo, pode ser considerada a separação nas categorias: Tabela 1: Indicação do tipo de embalagem.8
perfurocortantes, solventes halogenados, sólidos, solventes CÓDIGO TIPO DE MATERIAL DA EMBALAGEM
não halogenados, mistura de solvente e solução aquosa, A Aço (todos os tipos e tratamentos de superfície);
solução aquosa contendo metais pesados, solução aquosa B Alumínio
sem metais pesados, óleos e material contaminado durante C Madeira natural
ou após a realização de experimento.
D Madeira compensada
Saiba mais sobre... F Madeira reconstituída
Informações sobre toxicidade, reatividade e compatibilidade das substâncias podem G Papelão
ser encontradas em Material Safety Data Sheets (MSDS) e em Ficha de Informações
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). Ainda, o conteúdo e o modelo de uma H Material plástico*
FISPQ deve ser consultado na ABNT NBR 14.725-4/2014 que apresenta informações L Têxteis
para elaboração desse documento.
M Papel, multifoliado

3. ACONDICIONAMENTO N Metal (exceto aço e alumínio)


P Vidro, porcelana ou cerâmica
O acondicionamento consiste na colocação do resíduo
Tabela 2: Indicação do tipo do material da embalagem. *inclui outros materiais
sólido em um recipiente apropriado que facilite operações de poliméricos, como borracha 8
movimentação e transporte. Esse recipiente deve ser conside-
rado resistente a rompimentos ou aparecimento de furos, e Entenda
compatível com o material a ser armazenado.6 Logo, além de Na Tabela 1 o código 2 para tipo de embalagem consta como “reservado” de acordo
com a ANTT 5.232/2016. Isso porque em resoluções anteriores (ANTT 420/2004)
depender do tipo de resíduo, o acondicionamento depende esse código representava “barril de madeira”, excluído das resoluções atualizadas.
também da forma de tratamento e/ou disposição final e do
transporte que será utilizado. Os tipos de acondicionamento Em relação aos produtos perigosos, há uma classificação
mais comuns incluem tambores de 200 L, a granel, caçambas quanto ao Grupo de Embalagens das Nações Unidas (I, II e III)
e contêineres, tanque, tambores de outros tamanhos e as quais algumas substâncias podem ser alocadas dependen-
bombonas, fardos e sacos plásticos.7 do do nível de risco apresentado. Caso haja indicação de mais

6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198. Embalagem e acondicionamento — Terminologia. Rio de Janeiro, 2010;
7. SENAI-RS. Questões Ambientais e Produção mais Limpa. Porto Alegre, 2003. Disponível em: https://www.senairs.org.br/sites/default/files/documents/manual_questoes_
ambientais_e_pl.pdf. Acesso em: abr. 2021;
8. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre do
Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016.

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de um Grupo de Embalagem para a designação, este deve ser ABNT NBR 7.500/2020) deve seguir a classificação de nove
determinado conforme as propriedades da substância ou da classes de risco, conforme recomendações da Resolução
formulação a ser transportada, aplicando os critérios de clas- ANTT nº 5.232/2016.11
sificação da Resolução ANTT nº 5.232/2016. De acordo com Outra norma sobre o assunto é a ABNT NBR 16.725/2014
esse documento, as substâncias pertencentes às classes 3, 4, intitulada “Resíduo químico — Informações sobre segurança,
8 e 9, e às subclasses 5.1 e 6.1 devem ser alocadas a um dos saúde e meio ambiente — Ficha com dados de segurança de
grupos de embalagem, de acordo com o risco: embalagens resíduos químicos (FDSR) e rotulagem” que traz informações
do grupo I (alto risco), II (médio risco) e III (baixo risco). Para para elaborar o rótulo e a ficha com dados de segurança de
saber em qual grupo de embalagem as substâncias podem ser resíduos químicos (FDSR). A norma se aplica para resíduos
acondicionadas, deve ser consultado o capítulo “3.2 Relação químicos e materiais contaminados com eles, como embala-
de Produtos Perigosos” da mesma resolução. Nesse item do gens e filtros. A FDSR não é obrigatória para resíduos químicos
documento encontra-se uma tabela com informações como classificados como não perigosos e nela devem ser apresenta-
número da ONU, classe e subclasse de risco, risco subsidiário, das 13 seções, sendo elas a identificação do resíduo químico
número de risco e ainda instruções sobre embalagem e trans- e da empresa; a composição básica e identificação de perigos;
porte como na coluna 6 “grupo de embalagem”.9 medidas de primeiros socorros; medidas de controle para der-
Ainda, a norma ABNT NBR 11.564/2002 intitulada ramamento ou vazamento e de combate a incêndio; manuseio
“Embalagem de produtos perigosos - Classes 1, 3, 4, 5, 6, e armazenamento; controle de exposição e proteção individu-
8 e 9 - Requisitos e métodos de ensaio”, descreve requisi- al; propriedades físicas e químicas; informações toxicológicas;
tos e métodos de ensaio exigíveis para essas embalagens de informações ecológicas; considerações sobre tratamento e
produtos perigosos, a fim de garantir o acondicionamento disposição; informações sobre transporte; regulamentações; e
correto. Dessa forma, a norma não inclui as classes 2 (gases) outras informações.12
e 7 (radioativos), que não se enquadram nos grupos de Em relação à elaboração do rótulo, resíduos químicos não
embalagem, e seus requisitos não são suficientes para emba- perigosos devem conter, no mínimo, nome do resíduo, nome
lagens de produtos de classe 1 (inflamáveis), 5.2 (peróxidos e telefone de emergência do gerador, e a frase “Este resíduo
orgânicos), 6.2 (substâncias infectante) e alguns sólidos químico é classificado como não perigoso, conforme a ABNT
reagentes da classe 4.1 (Sólidos inflamáveis, substâncias auto- NBR 10.004/2004 e as Regulamentações de Transporte de
-reagentes e explosivos sólidos insensibilizados). Embalagens Produtos Perigosos e suas instruções complementares. Já os
com materiais radioativos devem atender normas estabele- resíduos químicos classificados como perigosos devem conter
cidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, e o nome do resíduo (conforme utilizado na FDSR), composição
disposições especiais para embalagens das demais classes e química, informação do perigo, frase de precaução e outras
subclasses não incluídas na NBR 11.564/2002 devem ser con- informações. Ainda, o gerador do resíduo químico perigoso
sultadas separadamente na ANTT nº 5.232/2016.9,10 pode elaborar o rótulo com base nas informações presentes
Saiba mais sobre... na FDSR dos componentes do resíduo, caso ache pertinente.12
Para embalagens do tipo saco plástico, a ABNT NBR 9.191/2008 intitulada “Sacos Considerando que produtos químicos possuem carac-
plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio” terísticas e riscos diferentes, a ABNT NBR 14.725 intitulada
estabelece os requisitos e métodos de ensaio para sacos plásticos destinados
exclusivamente ao acondicionamento de lixo para coleta. “Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e
meio ambiente” deve ser utilizada para identificar os com-
4. ROTULAGEM ponentes do resíduo em questão e indicar os riscos associa-
A rotulagem permite que os resíduos contidos nos re- dos. Ela é subdividida em quatro partes e especifica os riscos
cipientes possam ser reconhecidos e manuseados de forma químicos que podem estar associados ao resíduo, estabele-
correta, consequentemente permitindo um gerenciamen- cendo critérios para o sistema de classificação de perigos de
to adequado. Por isso, seu material deve ser resistente às produtos químicos, informações de segurança relacionadas
condições de uso, considerando transporte e armazena- ao produto químico perigoso que devem ser incluídas na
mento. Relembrando as aulas anteriores, a rotulagem deve rotulagem, e informações para a elaboração de uma ficha de
seguir a classificação de resíduos da ABNT NBR 10.004/2004, informações de segurança de produto químico (FISPQ). Assim,
e o rótulo de risco para resíduos perigosos (regulado pela o modelo da FISPQ, previsto na ABNT NBR 14.725-4/2014,

9. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre do
Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016;
10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11564. Embalagem de produtos perigosos - Classes 1, 3, 4, 5, 6, 8 e 9 - Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2002;
11. FIOCRUZ. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.htm.
Acesso em: abr. 2021;
12. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16725: Resíduo químico — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente — Ficha com dados de segurança de
resíduos químicos (FDSR) e rotulagem. Rio de Janeiro. 2014.
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pode ser utilizado na confecção da FDSR; e a classificação pela perigosos na expedição. Esse painel contém o Número da
ABNT NBR 14.725-2/2019, ABNT NBR 10.004/2004 e/ou as ONU e o Número de Risco do produto. Conforme já visto,
Regulamentações de Transporte de Produtos Perigosos e suas o Número de Risco tem no máximo três algarismos e pode
instruções complementares deve ser seguida para indicar o apresentar a letra “X” anterior aos algarismos, que indica re-
perigo do resíduo.13-16 atividade perigosa com água (Tabela 3). Já o Número da ONU
A ABNT NBR 14.725-3/2017 é a parte da norma que define é um número de série dado ao artigo ou substância formado
informações que devem ser incluídas na rotulagem do produto por quatro algarismos.17,18
químico. Para produtos químicos perigosos, a rotulagem deve Ainda, há algumas características e casos específicos
conter a identificação do produto e telefone de emergência sobre número de risco que devem ser observadas:
do fornecedor, composição química, pictograma(s) de perigo 1) A repetição de algarismos indica intensificação do
(ver “Estratégias e hierarquia do gerenciamento de resíduos risco específico, ou seja, se 3 significa “líquido inflamável”, 33
químicos” na apostila 1), palavra de advertência, frase(s) de significa “líquido altamente inflamável”;
perigo, frase(s) de precaução, e outras informações. Enquanto 2) Quando o risco associado à substância puder ser ade-
para produtos químicos não perigosos, a rotulagem deve apre- quadamente indicado por um único algarismo, tal algarismo
sentar a identificação do produto, a frase “Produto químico deve ser seguido de zero, ou seja, indicar “líquido inflamável”
não classificado como perigoso de acordo com a ABNT NBR com o número 30 ao invés de 3;
14.725-2”, recomendações de precaução quando exigidas e/ 3) Algumas combinações de algarismos têm, entretan-
ou pertinentes, e outras informações. to, um significado especial, são elas: 22, 323, 333, 362, 382,
As palavras de advertência são “perigo” e “atenção”, 423, 44, 446, 462, 482, 539, 606, 623, 642, 823, 842, 90 e
sendo a primeira utilizada para categorias mais graves de 99. Veja na ANTT 5.232/2016;
perigo e a segunda para categorias menos graves. A palavra 4) Para produtos de classe 1 (explosivos) não deve ser
“cuidado” também pode ser usada no lugar de “atenção”. apresentado o número de risco no painel de segurança, sendo
Além disso, o uso das frases de perigo e de precaução é indicado apenas o número ONU.
descrito na norma ABNT NBR 14.725-3/2017, conforme exi-
ALGARISMO PERIGO ASSOCIADO
gências da classe ou subclasse de perigo.
Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação
2
Para sinalização de veículos de transporte de produtos química
perigosos, é importante consultar a norma ABNT NBR 3
Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido
sujeito a autoaquecimento
7.500/2020 sobre “Identificação para o transporte terrestre,
Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a
manuseio, movimentação e armazenamento de produtos”, 4
autoaquecimento
que estabelece a simbologia convencional e o seu dimen- 5 Efeito oxidante (intensifica o fogo)
sionamento para identificar produtos perigosos, indicando 6 Toxicidade ou risco de infecção
riscos e cuidados necessários no transporte terrestre. Nesse 7 Radioatividade
caso, a identificação de riscos é composta pela sinalização 8 Corrosividade
do(s) veículo(s) ou equipamento de transporte, incluindo 9 Risco de violenta reação espontânea
rótulos de risco, painéis de segurança e outros símbolos, X Reage perigosamente com água
quando aplicável; rotulagem, com afixação dos rótulos de
Tabela 3: Algarismos e riscos associados para identificação de Número
risco na embalagem/volume; marcação, com número da ONU de Risco.17,18
e nome apropriado para embarque na embalagem/volume; e
outros símbolos e rótulos aplicáveis às embalagens/volumes Agora é com você
Consulte a ANTT 5.232/2016 e diga quais são os números de risco para os produtos
conforme modal de transporte. Os rótulos de risco presentes que possuem as seguintes características: a) substância oxidante, que intensifica o
nas normas brasileiras podem ser consultados na apostila 1.17 fogo e é tóxica; b) substância altamente corrosiva, tóxica e que reage perigosamente
com água; c) gás tóxico e inflamável; d) sólido espontaneamente inflamável que
Painéis de segurança devem ser usados na superfície reage perigosamente com água desprendendo gases também inflamáveis; e e)
externa dos veículos para informar que existem produtos substância levemente corrosiva.

13. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-1. Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 1: Terminologia. Rio
de Janeiro. 2009;
14. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-2. Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 2: Sistema de classificação
de perigo. Rio de Janeiro. 2019;
15. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-3. Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro. 2017;
16. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-4. Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 4: Ficha de informações de
segurança de produtos químicos (FISPQ). Rio de Janeiro. 2014;
17. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro. 2020;
18. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre do
Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016.

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5. ARMAZENAMENTO tambores, em tanques e a granel. O local deve ser seleciona-


do de forma que o risco de contaminação ambiental seja mi-
O armazenamento de resíduos é o “ato de guardar
nimizado e deve possuir sistema de isolamento que impeça
embalagem em local específico que preserve suas caracte-
o acesso de pessoas estranhas e sinalização de segurança
rísticas”, feito em área autorizada pelo órgão de controle
e de identificação dos resíduos armazenados. Além disso, é
ambiental para, posteriormente, ser destinado à reciclagem,
importante que haja o registro de toda movimentação de
recuperação, tratamento ou disposição final adequada.19 O
resíduos no sistema de armazenamento, incluindo classi-
armazenamento interno é realizado quando há necessidade
ficação, gerador/origem, indicações de entrada e saída de
de guardar temporariamente os recipientes com resíduos já
resíduos e sua destinação.25
acondicionados próximo ao local de geração, de forma que Resíduos perigosos também podem ser armazenados em
agilize a coleta dentro do local e otimize o deslocamento até contêineres, tambores, tanques e/ou a granel, seguindo as es-
o ponto que será feita a coleta externa; enquanto o armaze- pecificações da norma. Nesse caso, o local deve ser utilizado
namento externo é feito quando os recipientes com resíduos minimizando o perigo de contaminação ambiental e deve
são guardados até a realização da coleta externa, permitindo levar em conta potenciais riscos de fenômenos naturais ou
acesso de veículos coletores. Deve ser avaliada a necessidade artificiais e condições de quaisquer operações industriais na vi-
de ambos, uma vez que o temporário pode ser dispensado zinhança que possam gerar faíscas, vapores reativos, umidade
se a distância entre o local de geração e o ponto de armaze- excessiva, etc. e atingir resíduos estocados. Também deve
namento externo for curta.20 possuir sistema de isolamento que impeça o acesso de pessoas
Durante a movimentação interna desses resíduos, estranhas e sinalização de segurança e de identificação dos
devem ser considerados a necessidade de rotas preesta- resíduos armazenados, além de áreas definidas, isoladas e
belecidas; equipamentos compatíveis com o volume; peso sinalizadas para armazenar resíduos compatíveis. Da mesma
e forma do resíduo a ser manuseado; pessoal familiariza- forma que para resíduos não perigosos, deve haver o registro
do com esses equipamentos; e determinação das áreas de de toda movimentação dos resíduos.26
risco para equipamentos especiais.21 É importante conside- Vale ressaltar que existem produtos com normas específi-
rar a necessidade da norma ABNT NBR 7.500/2020 para cas a respeito dos requisitos para armazenamento deles, como
indicação de riscos e cuidados a serem tomados no arma- é o caso de agrotóxicos e líquidos inflamáveis e combustíveis.
zenamento desses produtos que serão transportados, assim Para agrotóxicos, a ABNT NBR 9.843 sobre “Agrotóxicos e
como as demais normas citadas no capítulo anterior desta afins - Armazenamento” deve ser consultada. Ela é dividida
apostila sobre “Rotulagem”.22-24 em quatro partes, de modo que abrange o armazenamento
Especificando para o armazenamento de resíduos, a em armazéns industriais, armazéns gerais e centros de distri-
norma ABNT NBR 12.235/1992 sobre “Armazenamento de buição27, distribuidores e cooperativas28, propriedades rurais29
resíduos sólidos perigosos - Procedimento” determina as e laboratórios30. O outro exemplo citado é descrito na norma
condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos ABNT NBR 17.505 sobre “Armazenamento de líquidos infla-
perigosos, enquanto a ABNT NBR 11.174/1990 sobre “Arma- máveis e combustíveis”, na qual são estabelecidos requisitos
zenamento de resíduos classes II - não inertes e III - inertes para projetos de instalações de armazenamento, manuseio
- Procedimento” determina essa etapa para resíduos não e uso de líquidos inflamáveis e combustíveis, incluindo os
perigosos. Para ambas deve ser considerada a caracterização resíduos líquidos, contidos em tanques estacionários e/ou em
e classificação do resíduo conforme ABNT NBR 10.004/2004. recipientes.31 Portanto, é essencial que seja feita uma pesquisa
Resíduos não perigosos de classe II-A (não inertes) e prévia nas normas brasileiras para garantir que o armazena-
II-B (inertes) podem ser armazenados em contêineres e/ou mento seja realizado de acordo com as regulamentações.

19. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9198. Embalagem e acondicionamento — Terminologia. Rio de Janeiro, 2010;
20. FIOCRUZ. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.
htm. Acesso em: abr. 2021;
21. SENAI-RS. Questões Ambientais e Produção mais Limpa. Porto Alegre, 2003. Disponível em: https://www.senairs.org.br/sites/default/files/documents/manual_questoes_
ambientais_e_pl.pdf. Acesso em: abr. 2021
22. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro. 2020;
23. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14725-3. Produtos químicos - Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Parte 3: Rotulagem. Rio de Janeiro. 2017;
24. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16725. Resíduo químico — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente — Ficha com dados de segurança de
resíduos químicos (FDSR) e rotulagem. Rio de Janeiro. 2014;
25. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174. Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III - inertes - Procedimento. Rio de Janeiro, 1990;
26. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235. Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - Procedimento. Rio de Janeiro, 1992;
27. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9843-1. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 1: Armazéns industriais, armazéns gerais e centros de
distribuição. Rio de Janeiro. 2019;
28. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9843-2. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 2: Distribuidores e cooperativas. Rio de Janeiro. 2019;
29. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9843-3. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 3: Propriedades rurais. Rio de Janeiro. 2019;
30. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9843-4. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 4: Laboratórios. Rio de Janeiro. 2019;
31. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17505-1. Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis. Parte 1: Disposições gerais. Rio de Janeiro, 2013.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

6. COLETA, TRANSPORTE INTERNO E que possa ser feita a coleta. No caso do transporte interno dos
EXTERNO Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), ele deve ser realizado
atendendo a rota e horários previamente definidos, e os
As normas que regularizam os transportes terrestre e
funcionários responsáveis sempre devem usar os EPIs cor-
rodoviário no Brasil são: a Resolução ANTT n° 5.232/2016 e
retamente ao longo do processo. Além disso, deve ser feito
suas alterações, que aprova as instruções complementares ao
separadamente e em recipientes específicos para cada grupo
Regulamento Terrestre do Transporte de Produtos Perigosos;
de resíduos, e o coletor utilizado deve ser constituído de
a ABNT NBR 7.500/2020 que normaliza a identificação para
material liso, rígido, lavável, impermeável e provido de tampa
o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazena-
articulada ao próprio corpo do equipamento com cantos e
mento de produtos; a ABNT NBR 7.503/2020 que estabelece
bordas arredondados. A coleta e o transporte externo são
requisitos mínimos de características e preenchimento da Ficha
a remoção do resíduo do abrigo externo, levando-o até a
de Emergência em transporte terrestre de produtos perigosos;
unidade de tratamento ou disposição final ambientalmente
a ABNT NBR 9.735/2020 que normatiza o conjunto de equipa-
adequada, com uso de técnicas que garantam a preservação
mentos para emergências no transporte terrestre de produtos
das condições de acondicionamento.33,34
perigosos; e a ABNT NBR 14.619/2018 que normatiza os
É de suma importância destacar que a coleta dos resíduos
critérios de incompatibilidade química que devem ser conside-
deve ser efetuada com adequação da capacidade de arma-
rados no transporte terrestre de produtos perigosos.
zenagem transitória de cada unidade geradora de resíduos,
O Comitê Brasileiro de Transportes e Tráfego (ABNT/
delimitando a frequência das operações, assim como a contra-
CB-16) da ABNT desempenha o papel de normalização no
campo de transporte e tráfego, compreendendo transporte de tação de serviços terceirizados para o transporte e tratamento
carga e de passageiros, sinalização viária, pesquisa de tráfego e/ou disposição dos resíduos, de forma a atender à demanda e
e comportamento no trânsito, no que concerne a terminolo- evitar acúmulo de resíduos nos locais de produção. A transfe-
gia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades. Além das rência dos resíduos das salas de armazenamento interno para
normas ABNT citadas para transporte terrestre, ele mantém os abrigos externos também deve ser controlada em função
um acervo de normas a serem consultadas, sendo também da segurança de armazenamento, que é prioritária.
importante destacar a ABNT NBR 15.481/2017, que aborda Relembrando um ponto importante, o carro ou recipiente
sobre os requisitos mínimos de segurança no transporte rodo- utilizado para o transporte interno dos RSS deve ser de uso
viário de produtos perigosos; a ABNT NBR 15.589/2008 que exclusivo e específico para cada grupo de resíduo. Ele deve ser
dita os requisitos e métodos de ensaio para cofres de carga fa- constituído de material rígido, lavável, impermeável, e provido
bricados em plásticos, destinados ao transporte; a ABNT NBR de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, com
15.994/2011 que normatiza os requisitos mínimos para locais cantos e bordas arredondados e identificados com o símbolo
de espera de motorista no carregamento e descarregamento correspondente ao risco do resíduo nele contido. Além disso,
de carga para transporte terrestre; e a ABNT NBR 16.173/2013 deve ser provido de rodas revestidas de material que reduza
que no transporte terrestre de produtos perigosos, normatiza o ruído, e o uso de recipientes desprovidos de rodas deve
carregamentos, descarregamentos e transbordo a granel e observar os limites de carga permitidos para o transporte
embalados, bem como a capacitação de colaboradores. pelos trabalhadores, conforme normas regulamentadoras do
Sobre o transporte terrestre de resíduos perigosos, a ABNT Ministério do Trabalho e Emprego.35
NBR 13.221/2021 intitulada “Transporte terrestre de produtos Em relação aos procedimentos de expedição do transpor-
perigosos - Resíduos” visa estabelecer requisitos para trans- te externo, a carga à granel é quando o produto perigoso
porte de resíduos perigosos, incluindo resíduos que possam é transportado sem qualquer embalagem ou recipiente, ou
ser reaproveitados, reciclados e/ou reprocessados, e resíduos seja, nesta situação de transporte o que há é a carga em si;
provenientes de acidentes. Para isso, deve ser seguida a classi- sendo contido pelo equipamento de transporte (tanque, vaso,
ficação de classe e subclasse de risco, cumprindo as exigências caçamba, carroceria, contêiner tanque ou contentor para
de transporte para produtos perigosos.32 granéis). Já o transporte externo de carga fracionada é quando
Segundo a Resolução ANVISA RDC nº 222/2018, o trans- o produto perigoso é transportado em embalagens, conten-
porte interno é o translado do resíduo do seu local de geração tores intermediários para granéis (IBCs), embalagens grandes,
para o ponto de armazenamento temporário ou externo para tanques portáteis e Contentores de Múltiplos Elementos

32. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13221. Transporte terrestre de produtos perigosos - Resíduos. Rio de Janeiro, 2021;
33. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 mar. 2018;
34. FIOCRUZ. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.htm.
Acesso em: abr. 2021;
35. CUSSIOL, Noil Amorim de Menezes. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Belo Horizonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2008.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

para Gás (MEGCs) que não se enquadrem na definição de segurança (aqui completos) e os rótulos de risco devem ficar
contêiner da Convenção Internacional sobre a Segurança dos nos respectivos compartimentos que acomodam o produto
Contêineres (CSC).36 sinalizado, conforme a Figura 1.37
É fundamental lembrar que nos veículos de transpor-
te de resíduos é preciso conter sinalização com rótulo de
risco e painel de segurança à vista e posicionados conforme
normativa na frente, na traseira e nas laterais do veículo. Caso
o veículo estiver vazio é preciso tirar o painel de segurança e o
rótulo de risco e, segundo ABNT NBR 7.500/2020, é proibido
portar no veículo os rótulos de risco, os painéis de segurança e
os demais símbolos não relacionados aos produtos perigosos
transportados, a não ser que estejam guardados de modo
que não se espalhem em caso de acidente e não estejam
visíveis durante o transporte.37
Há ainda outros símbolos para veículos e equipamentos Figura 1: Sinalização de veículo para (esquerda) transporte rodoviário
a granel de um único produto perigoso; e (direita) transporte rodoviário
de transportes terrestres previstos pela ABNT NBR 7.500/2020 de carga a granel de diferentes produtos perigosos da mesma classe ou
e ilustrados no Anexo M da mesma norma. São exemplos: subclasse de risco.37

produto à temperatura elevada, substâncias perigosas para Outros casos importantes são para produtos perigosos
o meio ambiente, produtos perigosos utilizados como re- transportados à temperatura elevada (itens 7.5 e 8.5) e trans-
frigerante ou acondicionante, sob fumigação e produtos porte de substâncias perigosas para o meio ambiente (itens 7.6
perigosos em quantidade limitada.37 e 8.5) que devem apresentar os símbolos específicos nas laterais,
Para melhor compreensão da sinalização de veículos de na traseira e inclusive na frente. Ainda, a sinalização para cargas
transporte para modal rodoviário, a ABNT NBR 7.500/2020 fracionadas difere em alguns aspectos da carga a granel.37
apresenta exemplos em seu Anexo R. Quanto a isso, deve ser Como pode ser notado, são muitos os casos de sinaliza-
ressaltado que as figuras são informativas e que a sinalização ção. Por isso, é indicado que, conforme necessidade, sejam
deve seguir o texto referente a cada situação, como descrito consultadas as seções 7 a 11 e o Anexo R da norma ABNT NBR
nas seções 7 e 11 da norma. 7.500/2020 que traz todas as particularidades para cada caso.
No primeiro caso (item 7.1) é abordado o transporte
Agora é com você
rodoviário a granel de um único produto perigoso em que Consulte a ABNT NBR 7.500/2020 e faça uma relação das sinalizações para a frente,
o veículo deve apresentar: na frente) o painel de segurança a traseira e as laterais de um caminhão com a seguinte carga: 1.050 embalagens
de 100 mL contendo ácido tiolático (ONU 2936) e mais 50 embalagens de 1 kg
posicionado do centro para o lado do condutor; na traseira) contendo magnésio em forma de grânulos revestidos (ONU 2950). Esse é um caso
o painel de segurança posicionado idêntico ao da frente e o fictício que ignora o estudo de incompatibilidades, assunto da próxima seção.

rótulo da classe ou subclasse de risco principal do produto em


posição adjacente (quando exigidos, rótulos de riscos subsi- 6.1. Incompatibilidade química para
diários devem ficam ao lado do rótulo de risco principal); e transporte terrestre
em ambas as laterais) o painel de segurança (idêntico ao da Sabe-se que a incompatibilidade química é definida pelo
frente e da traseira) e o rótulo da classe ou subclasse de risco potencial risco de dois ou mais produtos causarem explosão,
principal do produto em posição adjacente (quando exigidos, desprendimento de chamas ou calor e formação de gases,
rótulos de riscos subsidiários devem ficam ao lado do rótulo vapores, compostos ou misturas perigosas, devido à alteração
de risco principal), conforme a Figura 1.37 de características físicas ou químicas originais de qualquer um
Nesse caso, a norma já informa que é proibido o uso dos produtos se colocados em contato entre si. Logo, subs-
de rótulo de risco na frente do veículo. Além disso, outros tâncias ou artigos considerados incompatíveis podem resultar
casos devem ser destacados, como no item 7.2, sobre trans- nessas consequências indesejadas quando são armazenados,
porte de diferentes produtos perigosos da mesma classe ou manipulados ou transportados próximos um do outro. Dessa
subclasse de risco, em que: na frente e na traseira o painel forma, o transporte de produtos perigosos incompatíveis entre
de segurança não deve apresentar números, na traseira si é proibido pela Resolução ANTT nº 5.232/2016, assim como
devem estar presentes os rótulos de risco principal e subsidi- produtos não perigosos com produtos perigosos, se houver
ário (quando necessário) e, por fim, nas laterais os painéis de chance de risco direto ou indireto.36,38

36. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre
do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016;
37. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro. 2020;
38. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14619. Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química. Rio de Janeiro, 2018.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

Para garantir essa segurança no transporte, a norma ABNT documento fiscal para o transporte de produto perigoso e
NBR 14.619/2018 sobre “Transporte terrestre de produtos acompanhados da documentação exigida. Dessa forma, para
perigosos - Incompatibilidade química” visa estabelecer os esses veículos ou equipamentos de transporte de carga circu-
critérios de incompatibilidade química que devem ser considera- larem pelas vias públicas, é preciso apresentar o Documento
dos no transporte terrestre de produtos perigosos, assim como Fiscal para o transporte de produtos perigosos, contendo as
incompatibilidade radiológica e nuclear no caso de materiais ra- informações exigidas, e a Declaração do Expedidor de que o
dioativos (classe 7). De acordo com a norma, além das incompa- produto está acondicionado de forma adequada e estivado
tibilidades químicas previstas, também é proibido o transporte para suportar riscos de transporte.40 Ainda, deve apresentar
de produtos perigosos com alimentos; medicamentos (exceto os seguintes documentos:
aerossóis de número ONU 1950); artigos de higiene pessoal, 1) Certificados originais dos veículos e dos equipamentos
cosmético e perfumaria; objetos e produtos já acabados de uso rodoviários destinados ao transporte de produtos perigosos
humano ou animal de uso direto; insumos, aditivos e/ou maté- a granel (Certificado de Inspeção Veicular - CIV, Certificado
rias-primas alimentícios, cosméticos, farmacêuticos ou veteriná- para o Transporte de Produtos Perigosos - CTPP e Certificado
rios; e embalagens especificadas na norma.39 de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos - CIPP,
Em relação às incompatibilidades químicas, a norma expedido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
possui tabelas de incompatibilidade para o transporte terrestre Tecnologia - Inmetro ou entidade por ele acreditada;
de produtos perigosos. A tabela B.1 especifica a incompatibili- 2) Documento comprobatório da qualificação do
dade para produtos perigosos da classe 1, ou seja, explosivos. motorista, previsto em legislação de trânsito, atestando a
Apesar de apresentar 6 subclasses, substâncias ou artigos ex- aprovação em curso especializado para condutores de veículos
plosivos são divididos em 13 grupos (A a S) de compatibilidade de transporte rodoviário de produtos perigosos.
conforme sua descrição na tabela B.2. Ainda, segundo a tabela Segundo a norma ABNT NBR 13.221/2021, o documento
B.4, quando for possível transportar duas ou mais subclasses de de transporte deve conter informações sobre o resíduo e o
risco de explosivo em conjunto, deve ser consultada a tabela de gerador ou expedidor, receptor ou destinatário e o transpor-
determinação de risco, que irá definir a subclasse resultante.39 tador do resíduo classificado como perigoso, apresentando o
Para as demais classes, segundo a tabela B.5 da norma, é ramo de atividade (indústria, comércio, prestador de serviço,
previsto que o transporte de substâncias ou artigos de classe laboratório, universidade, etc.), razão social, CNPJ, endereço,
1 (exceto subclasse 1.4, que apenas não é compatível com telefone e e-mail para acionamento em caso de emergência.
as subclasses 4.1+1 e 5.2+1) são incompatíveis com todas as Além disso, deve conter o número de controle do documento
classes, exceto 5.1 e 9 (a depender do número ONU); substân- de transporte e a data em que foi emitido ou entregue ao
cias ou artigos de classes 2 a 9 são compatíveis para transpor- transportador.41 Na Legislação Brasileira é previsto que o
te entre si, com exceção das subclasses 4.1+1 e 5.2+1. Nesse Documento Fiscal para o transporte de produtos perigosos
caso, a subclasse 4.1+1 considera substâncias autorreagentes deve conter o nome, endereço, CNPJ/CPF do expedidor e do
que contêm rótulo de risco subsidiário de explosivo, sendo destinatário dos produtos perigosos, assim como a data em
compatível apenas com outras da mesma subclasse; enquanto que o documento foi emitido ou entregue ao transportador.40
a subclasse 5.2+1 considera peróxidos orgânicos que contêm Assim, na Resolução ANTT nº 5.232/2016, segundo o
rótulo de risco subsidiário de explosivo, sendo compatível item 5.4.1.3, entre as informações exigidas no Documento
apenas com a sua subclasse e a 5.2.39 Fiscal para o transporte de produtos perigosos para cada subs-
Caso necessário, é indicado que seja consultada a ABNT tância, produto ou artigo a ser transportado, estão: o número
NBR 14.619/2018 para que as incompatibilidades possam ONU, precedido das letras “UN” ou “ONU”; o nome apro-
ser corretamente avaliadas e o carregamento estar de acordo priado para embarque, conforme disposto no item 3.1.2 da
com as normas e legislação. Resolução; o número da classe ou subclasse de risco principal;
o Grupo de Embalagem correspondente ao produto; e a quan-
6.2. Documentos Necessários para tidade total por produto perigoso abrangido pela descrição
Transporte (em volume, massa, ou conteúdo líquido de explosivos,
Segundo a Resolução ANTT nº 5.232/2016 e suas altera- conforme apropriado). Além disso, ao descrever os produtos
ções, ninguém pode oferecer ou aceitar produtos perigosos perigosos, deve haver o nome apropriado para embarque
para transporte se tais produtos não estiverem adequada- e, no caso de produtos perigosos (exceto classe 7) transpor-
mente classificados, embalados, identificados, descritos no tador para descarte e/ou disposição final, é obrigatório o

39. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14619. Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química. Rio de Janeiro, 2018;
40. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre
do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016;
41. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13221. Transporte terrestre de produtos perigosos - Resíduos. Rio de Janeiro, 2021.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

uso da palavra “RESÍDUO” antes do nome apropriado para METAL FERROSO, CAVACOS DE METAL FERROSO ou APARAS
embarque. A inclusão da palavra é opcional na embalagem do DE METAL FERROSO.
resíduo perigoso e na ficha de emergência.42 A seguir são listados outras situações contemplados
Além disso, segundo o item 3.4.3.4, o transporte de na ANTT 5.232/2016. Para consultar todos os casos, veja a
produtos perigosos em quantidades limitadas por veículo, está Resolução.
dispensado das seguintes exigências: 1) Nomes técnicos para as designações “não-especifica-
1) Rótulos de risco e painéis de segurança afixados ao das de outro modo – (N.E.)” e “genérico”: o nome apropria-
veículo; do para embarque de produto com designação N.E. segue
2) Porte de equipamentos de proteção individual e de as designações semelhantes às anteriores, adicionando-se o
equipamentos para atendimento a situações de emergên- nome de embarque no final entre parênteses. Exemplo: N°
cia, exceto extintores de incêndio, para o veículo e para a ONU 2902 PESTICIDA, LÍQUIDO, TÓXICO, N.E. (drazoxolon);
carga, se esta o exigir; 2) Mistura ou Solução: expressões ou palavras qua-
3) Limitações quanto a itinerário, estacionamento e lificativas como “MISTURA” ou “SOLUÇÃO”, conforme
locais de carga e descarga; apropriado, devem ser adicionadas antes ou depois do
4) Treinamento específico para o condutor do veículo. nome apropriado para embarque. Por exemplo: “ACETONA
O padrão para fazer a descrição de um produto perigoso SOLUÇÃO”. Além disso, pode-se indicar, também, a con-
é, simplificadamente: Número da ONU, Nome para embarque centração da solução ou mistura após sua descrição, por
e descrição do produto, Classe e Subclasse de Risco, Classe de exemplo: “ACETONA SOLUÇÃO 75%”;
Risco Subsidiário, Grupo de Embalagem, Quantidade Limite 3) Palavra “QUENTE” imediatamente após o nome apro-
por veículo (kg).43 Exemplo: priado para embarque de uma substância transportada ou
ONU 1098 ÁLCOOL ALÍLICO 6.1 (3) I 1000 kg oferecida para transporte em estado líquido, a uma temperatu-
ONU 1098, ÁLCOOL ALÍLICO, Subclasse 6.1, (Classe 3), GE I, 1000 kg ra igual ou superior a 100°C, ou em estado sólido, a uma tem-
O nome apropriado para embarque é a parte da desig- peratura igual ou superior a 240°C, salvo se já estiver indicada
nação que descreve mais fielmente o produto na Relação de a condição de temperatura elevada (por exemplo: utilizando o
Produtos Perigosos. Além disso, quando são usados qualifi- termo “FUNDIDO” ou a expressão “TEMPERATURA ELEVADA”)
cativos como parte de um nome apropriado para embarque, como parte do nome apropriado para embarque;
sua sequência na documentação ou na marcação dos volumes 4) Quando forem transportados produtos perigosos em
é opcional. Por exemplo, pode-se usar “DIMETILAMINA quantidades limitadas, conforme as disposições previstas nos
SOLUÇÃO AQUOSA” ou “SOLUÇÃO AQUOSA DE DIMETI- itens 3.4.2 e 3.4.3, deve ser incluída, junto ao nome apropria-
LAMINA”. Para produtos da Classe 1, podem ser utilizados do para embarque, uma das seguintes expressões “quantida-
nomes comerciais ou militares que contenham o nome apro- de limitada” ou “QUANT. LTDA”;
priado para embarque complementado por texto descritivo 5) Quando forem transportados produtos perigosos em
adicional. É possível, também, um nome apropriado para uma embalagem de resgate ou em um recipiente sob pressão
embarque alternativo ser indicado entre parênteses após de resgate, uma das expressões “VOLUME DE RESGATE” ou
o nome apropriado para embarque principal, por exemplo “RECIPIENTE SOB PRESSÃO DE RESGATE” deve ser acres-
“ETANOL (ÁLCOOL ETÍLICO)”.43 centada à descrição dos produtos no Documento Fiscal,
Outro caso peculiar é quando uma combinação de vários conforme aplicável.
nomes apropriados para embarque estiverem listados em um Ainda, segundo a Resolução ANTT nº 5.232/2016,
único número ONU e separados por “e” ou “ou” em letras quando uma mistura de produtos perigosos é descrita na
minúsculas, ou estiverem pontuados por vírgulas, somente o Relação de Produtos Perigosos por uma designação “N.E.” ou
nome apropriado para embarque mais apropriado deve ser “genérico”, na qual foi atribuída à Provisão Especial (Coluna
indicado no Documento Fiscal para transporte ou na marcação (7)) o código 274, só é necessário indicar os dois componentes
da embalagem.43 Exemplos: que contribuem predominantemente para o risco, excluindo
1) Número ONU 1057 ISQUEIROS ou CARGAS PARA substâncias controladas cuja identificação for proibida por lei
ISQUEIROS contendo gás inflamável: “ISQUEIROS” ou nacional ou convenção internacional. Se uma embalagem que
“CARGAS PARA ISQUEIROS”; contenha mistura for obrigada a portar rótulo de risco subsi-
2) Número ONU 2793 METAL FERROSO, LIMALHAS, diário, um dos dois nomes técnicos apresentados entre parên-
LASCAS, CAVACOS ou APARAS, sob forma passível de auto teses deve ser o nome do componente que obriga o uso do
aquecimento: LIMALHAS DE METAL FERROSO, LASCAS DE rótulo de risco subsidiário.43

42. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13221. Transporte terrestre de produtos perigosos - Resíduos. Rio de Janeiro, 2021;
43. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre
do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

Segundo item 5.4.1.7.1, o Documento Fiscal para o Os documentos para transporte necessários para
transporte de produtos perigosos, emitido pelo expedidor, resíduos perigosos são:
deve conter, também, ou ser acompanhado da Declaração 1) Licença de Operação (LO) para os produtos perigosos
de que o produto está adequadamente acondicionado e (site da FEPAM), sendo que o destinatário também deve
estivado para suportar os riscos normais de uma expedição e possuir a LO;
que atende à regulamentação em vigor.44 O texto para essa 2) Manifesto de Transporte de Resíduo (MTR);
Declaração deve ser o seguinte: 3) Documento Fiscal da carga;
“Declaro que os produtos perigosos estão adequadamente 4) Declaração do Expedidor;
classificados, embalados, identificados, e estivados para 5) Certificado de Inspeção veicular (CIV);
suportar os riscos das operações de transporte e que atendem 6) Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos (CTPP);
7) Certificado de Inspeção para transporte de Produto
às exigências da regulamentação.”
Perigoso (CIPP);
A Declaração do Expedidor deve ser datada, assinada e
8) Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV);
contendo informação que possibilite a identificação do res-
9) Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
ponsável pela sua emissão (por exemplo, número do RG, do
10) Certificado de Regularidade (CR);
CPF ou do CNPJ), exceto quando apresentada impressa em
Outros documentos: Licença Ambiental, que segundo
Documento Fiscal. Além disso, deve ser complementada com
RDC 222/2018, é o ato administrativo pelo qual o órgão
informação adicional de que não há risco de contaminação
ambiental competente estabelece as condições, restrições e
entre os produtos perigosos e os não perigosos.
medidas de controle ambiental que devem ser obedecidas
Saiba mais sobre... para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou
Em relação à coleta e atividade de transporte de resíduos de serviços da saúde, atividades utilizadores dos recursos ambientais considerados
regularmente instituída pelo poder público local (federal, estadual ou municipal) no efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
âmbito dos serviços de limpeza urbana, as empresas transportadoras responsáveis
pela coleta e transporte desses produtos devem providenciar a documentação qualquer forma, possam causar degradação ambiental; Guia
exigida anteriormente, incluindo a Declaração do Expedidor, os equipamentos de de Tráfego (Decreto 3.665/2000) para produtos controlados
proteção individual (EPI’s) e de emergência estabelecidos na ABNT NBR 9.735, assim
como a correta sinalização dos veículos, conforme a ABNT NBR 7.500, sem prejuízo pelo Exército; Declaração do Expedidor de materiais radioati-
das demais exigências estabelecidas pelas autoridades competentes. vos; Autorização de exportação/importação de produtos con-
trolados pelo Ministério da Justiça.
Uma atividade muito importante é a manutenção das
informações de transporte de produtos perigosos. Dessa Cotidiano
forma, o transportador deve manter uma cópia da docu- O transporte de cilindros vazios e não limpos que contiveram o produto perigoso GLP
(número ONU 1075), oriundos da coleta residencial, está isento da apresentação do
mentação do transporte do produto perigoso transporta- documento fiscal somente no trajeto entre a residência do consumidor e os centros
do por um período mínimo de três meses e, no caso de de armazenamento dos distribuidores, sem prejuízo das normas que regulamentam
o serviço de distribuição e comercialização desse produto, estabelecidas pela
acidente, por dois anos. Além disso, no caso de documenta- autoridade competente.
ção emitida eletronicamente, ou mantida em sistema com-
putadorizado, o transportador deve ser capaz de reproduzi- A “quantidade limitada por veículo”, consta na Resolução
-la em papel sempre que solicitado. ANTT n° 5.232/2016. Assim, para cada tipo de número da ONU
existe uma quantidade limite. Esta coluna fornece a quanti-
Segundo a norma ABNT NBR 13.221/2021, a Ficha de
dade máxima permitida do produto perigoso embalado, em
Emergência (ABNT NBR 7.503/2020), destinada a prestar
peso bruto total (soma dos pesos da embalagem e produto),
informações de segurança do resíduo classificado como
por veículo, para que a expedição possa usufruir das isenções
perigoso em caso de emergência ou acidente durante o trans-
previstas no item 3.4.3.4. A palavra “zero” indica que não se
porte terrestre, pode acompanhar o documento de transpor-
aplicam tais isenções para o transporte do produto perigoso.
te deste resíduo. Além disso, segundo a norma ABNT NBR A palavra “ilimitada” indica que se aplicam tais dispensas em
7.500/2020, após o processo de limpeza e descontaminação qualquer quantidade transportada.44
do veículo de transporte rodoviário a granel, é obrigatório Sobre esses limites de carga, se o caminhão estiver com
o porte de documento que comprove esta condição (certi- mais de uma carga ou produto perigoso, o somatório total da
ficado de descontaminação, documento fiscal ou qualquer carga não pode exceder o limite máximo de peso da menor
documento que comprove o serviço de limpeza), devendo ser quantidade, ou seja, o limite da carga do caminhão é igual à
retirada toda a sinalização do veículo, inclusive se for do tipo “quantidade limitada por veículo” de menor valor dentre os
intercambiável ou dobrável. produtos.

44. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento Terrestre
do Transporte de Produtos Perigosos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2016.

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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

Se a carga perigosa estiver abaixo da quantidade espe- proteção individual para os integrantes da equipe que forem
cificada na resolução, há necessidade de equipamentos para atender à emergência, devendo-se citar a vestimenta e o equi-
uma situação de emergência (ABNT NBR 9.735/2020): calços, pamento de proteção respiratória exigidos;
jogo de ferramentas para reparos, quatro cones para sinaliza- Área D “Riscos”:
ção da via (ABNT NBR 15.071/2020) e extintor(es) e Ficha de Fogo: descrição dos riscos que o produto apresenta em
Emergência (ABNT NBR 7.503/2020). Não há a necessidade relação ao fogo (características intrínsecas do produto de incen-
de Licenciamento nem de documento pedindo a isenção de diar-se ou explodir, riscos de inflamabilidade, ponto de fulgor);
licenciamento da FEPAM. Saúde: descrição dos riscos que o produto apresenta em
Se a carga perigosa estiver acima da quantidade especi- relação à saúde (efeitos imediatos de contato do produto com
ficada na resolução, há necessidade dos equipamentos para o corpo humano, toxicidade inalatória, dose letal);
uma situação de emergência (ABNT NBR 9.735/2020) e de Meio ambiente: descrição dos riscos que o produto
documentações específicas, como a Movimentação Opera- apresenta em relação ao meio ambiente (alterações na
cional de Produtos Perigosos (MOPP); o Certificado de Regu- qualidade do ar, água e solo; solubilidade em água, densidade
laridade (CR) Ibama; e a Licença de Operação, que segundo e reações com outros materiais).
a Resolução do CONSEMA nº 372/2018, que referencia o Área E “Em caso de acidente”;
CODRAM, há a necessidade da LO para produto perigoso Área F é reservada às providências a serem tomadas em
que excede a quantidade de carga por veículo, da Resolução caso de acidentes:
ANTT 5.232/2016. Vazamento: em caso de vazamento, quais os proce-
6.3. Ficha de Emergência dimentos a serem tomados (isolamento da área, estanca-
mento do vazamento, contenção das porções vazadas,
A norma que estabelece o conteúdo da Ficha de Emer-
precauções);
gência é a ABNT NBR 7.503/2020. Sobre isso, é importan-
te ressaltar que esse documento deixou de ser obrigató- Fogo: devem ser mencionadas as precauções quanto à
rio para o transporte terrestre de produtos perigosos com possibilidade de explosão, os agentes extintores ou outros
a Resolução ANTT n° 5.848/2019 (Art. 47º). Entretanto, meios de extinção recomendados, os contraindicados e os
apesar de facultativa, ainda é necessário ter um conheci- meios de resfriamento;
mento sobre o que a compõe. Poluição: citar agentes neutralizantes para o risco do
A Ficha de emergência é destinada às equipes de produto e proporção recomendada em relação à quantida-
atendimento à emergência, constando as informações de de vazada;
segurança do produto transportado, bem como as orien- Envolvimento de pessoas: primeiros socorro a serem
tações sobre as medidas de proteção e ação em caso de prestados no caso de ingestão, inalação e contato com os
emergência para facilitar a atividade das equipes em caso olhos e pele;
de acidentes. Os expedidores de produtos perigosos são Informações ao médico: qual o correspondente trata-
responsáveis pela elaboração da ficha de emergência dos mento ao paciente e, quando recomendado, os antídotos e
produtos com base nas informações fornecidas pelo fa- contraindicações;
bricante ou importador do produto. Ela deve fornecer in- Observações: informações complementares quando
formações sobre o produto perigoso em seis áreas, cujos houver necessidades específicas para o produto ou para o
títulos e sequências vão de A a F.45 veículo/equipamento (instruções ao motorista u equipagem,
Área A “Ficha de emergência”: deve conter identifica- número CAS das substâncias, dados do fabricante e do
ção do expedidor, nome apropriado para embarque, número expedidor, telefone 24h para atendimento emergencial e
de risco, número da ONU, classe ou subclasse de risco, risco qualquer informação de rastreabilidade).
subsidiário, descrição da classe ou subclasse de risco e grupo No verso da ficha pode conter telefones úteis para
de embalagem;
emergências (Bombeiros, Polícia Rodoviária, órgão do Meio
Área B “Aspecto”: deve conter a descrição do estado
Ambiente, Defesa Civil).
físico do produto; do risco subsidiário do produto, quando
existir; das incompatibilidades químicas previstas na ABNT
Saiba mais sobre...
NBR 14.619/2018 e FISPQ; Em versões anteriores, a norma ABNT NBR 7.503 previa cores para as tarjas laterais
Área C “EPI de uso exclusivo da equipe de atendimento da Ficha de Emergência: cor vermelha para produtos perigosos e cor verde para
produtos não perigosos.
à emergência”: deve ser mencionados os equipamentos de

45. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7503. Transporte terrestre de produtos perigosos — Ficha de emergência — Requisitos mínimos. Rio de Janeiro, 2020.

12
CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

REFERÊNCIAS segurança, saúde e meio ambiente. Parte 3: Rotulagem. Rio


de Janeiro. 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
7500. Identificação para o transporte terrestre, manuseio, NBR 14725-4. Produtos químicos - Informações sobre
movimentação e armazenamento de produtos. Rio de segurança, saúde e meio ambiente. Parte 4: Ficha de in-
Janeiro. 2020. formações de segurança de produtos químicos (FISPQ).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR Rio de Janeiro. 2014.
9198. Embalagem e acondicionamento — Terminologia. Rio ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
de Janeiro, 2010. NBR 16725. Resíduo químico — Informações sobre
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. segurança, saúde e meio ambiente — Ficha com dados de
NBR 9843-1. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 1: segurança de resíduos químicos (FDSR) e rotulagem. Rio
Armazéns industriais, armazéns gerais e centros de distribui- de Janeiro. 2014.
ção. Rio de Janeiro. 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17505-1. Armazenamento de líquidos inflamáveis e combus-
9843-2. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 2: Dis- tíveis. Parte 1: Disposições gerais. Rio de Janeiro, 2013
tribuidores e cooperativas. Rio de Janeiro. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres -
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ANTT. Resolução nº 5.232, de 14 de dezembro de 2016.
9843-3. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 3: Pro- Aprova as Instruções Complementares ao Regulamen-
priedades rurais. Rio de Janeiro. 2019. to Terrestre do Transporte de Produtos Perigosos, e dá
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
9843-4. Agrotóxicos e afins - Armazenamento. Parte 4: La- 16 dez. 2016.
boratórios. Rio de Janeiro. 2019. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 222,
10004. Resíduos sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá
11174. Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
III - inertes - Procedimento. Rio de Janeiro, 1990. 29 mar. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui
NBR 11564. Embalagem de produtos perigosos - Classes 1, a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605,
3, 4, 5, 6, 8 e 9 - Requisitos e métodos de ensaio. Rio de de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário
Janeiro, 2002.
Oficial da União, Brasília, DF, 3 ago. 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
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14619. Transporte terrestre de produtos perigosos - Incom-
patibilidade química. Rio de Janeiro, 2018. FIOCRUZ. Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Saúde. Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/
NBR 14725-1. Produtos químicos - Informações sobre Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.htm.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR renciamento de resíduos perigosos. São Paulo: Cultura
14725-2. Produtos químicos - Informações sobre segurança, Acadêmica, 2009.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. mento de Resíduos e Tratamento de Efluentes. São Paulo:
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CURSO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
APOSTILA 3

SENAI-RS. Questões Ambientais e Produção mais Limpa.


Porto Alegre, 2003. Disponível em: https://www.senairs.org.
br/sites/default/files/documents/manual_questoes_ambien-
tais_e_pl.pdf. Acesso em: abr. 2021.

APOSTILA DO CURSO DE GERENCIA-


MENTO DE RESÍDUOS

Material de apoio elaborado para o Curso de Gerencia-


mento de Resíduos, ocorrido entre os dias 10 de abril e 07
de maio de 2021 na plataforma Even3, sob organização da
empresa júnior Chemsul - Consultoria Química.
AUTORES
Daniel Telichevesky
Giuseppe da Silva Salvador
Júlia Leão Nogueira
Marthina Oliveira de Castro
Sara Oberlaender dos Santos
REVISORES
Henrique Carvalho de Andrade
Isabele Marques Leopoldino
DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃO
Júlia Leão Nogueira
ORGANIZAÇÃO
Chemsul - Consultoria Química
APOIO
Ênio Leandro Machado

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