8º Ano
8º Ano
8º Ano
ESCOLA:
ALUNO:
ITEM 01
A CADEIRA DO DENTISTA
Fazia dois anos que não me sentava numa cadeira de dentista. Não que meus dentes
estivessem por todo esse tempo sem reclamar um tratamento. Cheguei a marcar várias consultas, mas
começava a suar frio folheando velhas revistas na antessala e me escafedia antes de ser atendido. Na
única ocasião em que botei o pé no gabinete do odontólogo – tem uns seis meses -, quando ele me
informou o preço do serviço, a dor transferiu-se do dente para o bolso.
__ Não quero uma dentadura em ouro com incrustações em rubis e esmeraldas – esclareci -, só
preciso atar o canal.
__ É esse o preço de um tratamento de canal!
__ Tem certeza? O senhor não estará confundindo o meu canal com o do Panamá?
Adiei o tratamento. Tenho pavor de dentista. O mundo avançou nos últimos 30 anos, mas a
Odontologia permanece uma atividade medieval. Para mim não faz diferença um “pau de arara” ou uma
cadeira de dentista: é tudo instrumento de tortura.
Dessa vez, porém, não tive como escapar. Os dentes do lado esquerdo já tinham se
transformado em meros figurantes dentro da boca. Ao estourar o pré-molar do lado direito, fiquei restrito
à linha de frente para mastigar maminhas e picanhas. Experiência que poderia ter dado certo, caso
tivesse algum jeito para aquilo. (...)
(NOVAES, C. E. A cadeira do dentista e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1999. p. 48-50. Fragmento)
ITEM 02
O sábio
Havia um pai que morava com suas duas filhas, meninas muito curiosas e inteligentes. Suas
filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.
Algumas, ele sabia responder. Outras, não fazia a mínima ideia da resposta. Como pretendia
oferecer a melhor educação para as suas filhas, as enviou para passar férias com um velho sábio que
morava no alto de uma colina. Este, por sua vez, respondia a todas as perguntas, sem hesitar.
Já muito impaciente com essa situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio,
resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia responder.
Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e
exclamou para sua irmã:
__ Desta vez o sábio não vai saber a resposta!
__ O que você vai fazer? Perguntou a outra menina.
__ Tenho uma borboleta azul em minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se a borboleta está viva
ou está morta.
Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente, esmagá-la e, assim, matá-la. Como
conseqüência, qualquer resposta que o velho nos der, vai estar errada.
As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio que se encontrava meditando sob um
eucalipto na montanha. A menina aproximou-se e perguntou:
__ Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente, o sábio sorriu e respondeu:
__ Depende de você... Ela está em suas mãos.
O pai pretendia:
a - ( ) acabar com as curiosidades das filhas.
b - ( ) enviar as filhas para morar com o velho.
c - ( ) educar bem as duas filhas.
d - ( ) mandar as duas filhas embora
ITEM 03
Israelense cria frango sem penas
JERUSALÉM – Um frango transgênico, sem penas, com a pele vermelha e a carne menos
gordurosa foi criado nos laboratórios da Universidade Hebraica de Jerusalém. O geneticista “Avigdor
Cahaner cruzou um pequeno pássaro sem penas com uma ave de granja e obteve o frango careca,
maior e mais saudável.
“As aves consomem muita energia para crescer, mas no processo geram muito calor, do qual
têm de se livrar, impedindo que a temperatura do corpo se eleve tanto que as mate”, explicou Avigdor.
Por isso, o crescimento das aves de granja é mais lento no verão e nos países quentes. Se não tiverem
penas, as aves podem redirecionar a energia para se desenvolverem, e não mais para manter a
temperatura suportável. “As penas são um desperdício, exceto nos climas mais frios, nos quais
protegem as aves”, concluiu.
ITEM 04
O Último Computador
Luís Fernando Veríssimo
Um dia, todos os computadores do mundo estarão ligados num único e definitivo sistema, e o
centro do sistema será na cidade de “Duluth”, nos Estados Unidos. Toda memória e toda informação da
humanidade estarão no Último Computador. As pessoas não precisarão ter relógios individuais,
calculadoras portáteis, livros etc. Tudo o que quiserem fazer – compras, contas, reservas – e tudo que
desejarem saber estará ao alcance de um dedo. Todos os lares do mundo terão terminais do Último
Computador. Haverá telas e botões do Último Computador em todos os lugares frequentados pelo
homem, desde o mictório ao espaço. E um dia, um garoto perguntará a seu pai:
__ Pai, quanto é dois mais dois?
__ Não pergunte a mim, pergunte a Ele.
O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá na tela mais
próxima. E, então, o garoto perguntará:
__ Como é que eu sei que isso está certo?
__ Ora, ele nunca erra.
__ Mas se desta vez errou?
__ Não errou. Conte nos dedos.
__ Contar nos dedos?
__ Uma coisa que os antigos faziam. Meu avô me contou. Levante dois dedos, depois mais
dois...
Olhe aí. Um, dois, três, quatro. Dois mais dois quatro. O computador está certo.
Bacana. Mas, pai: e 366 mais 17? Não dá para contar nos dedos. Jamais vamos saber se a
resposta do Computador está certa ou não.
__ É...
__ E se for mentira do Computador?
__ Meu filho, uma mentira que não pode ser desmentida é a verdade.
Quer dizer, estaremos irremediavelmente dominados pela técnica, mas sobrará a filosofia.
No trecho: “O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá na tela
mais próxima”. A expressão destacada significa o mesmo que
a - ( ) depois de muito tempo.
b - ( ) durante mil anos.
c - ( ) em um minuto.
d - ( ) muito rápido.
ITEM 05
Dedé reconhece erro no clássico
Zagueiro vascaíno pede desculpas a Willians e aos torcedores pela expulsão
O zagueiro Dedé, do Vasco, pediu desculpas ontem ao volante Willians, do Flamengo, pela
entrada violenta que deu no adversário no empate em 1 a 1 no clássico de domingo, no Engenhão, pelo
Campeonato Brasileiro.
__ (...) Peço desculpas ao companheiro de profissão e ao torcedor do Vasco, pois não queria ter
deixado o time (...). Mas o zagueiro seguiu a linha do técnico Paulo César Gusmão de culpar o juiz (...):
__ Deixando de lado minha expulsão, o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.
Inverteu muitas faltas, irritando nosso time, me deu um cartão amarelo após eu ter levado o vermelho.
(Globo – 26/10/2010)
O trecho do texto que expressa uma opinião é
a - ( ) “Deixando de lado minha expulsão...”. (l.7)
b - ( ) “... me deu um cartão amarelo...” (l.8)
c - ( ) “... o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.” (l.7)
d - ( ) “Peço desculpas ao companheiro de profissão...”. (l.4)
ITEM 06
Eureka: no Pólo descobri a terra
ITEM 07
ITEM 08
No texto, as letras inclinadas, as nuvenzinhas rompidas, as asas e os traços usados na
representação do sábado e do domingo sugerem
a - ( ) serenidade.
b - ( ) tempestade.
c - ( ) tranquilidade.
d - ( ) velocidade.
ITEM 09
Você acredita que o jovem tem condições de mudar o país?
ITEM 10
Leia os textos abaixo.
TEXTO I: Abertura
Wilson Rocha
Era uma vez um homem que contava histórias,
Falando das maravilhas de um mundo encantado
Que só as crianças podiam ver.
Mas esse homem, que falava às crianças,
Conseguiu descrever tão bem essas maravilhas,
Que fez todas as pessoas acreditarem nelas.
Pelo menos as pessoas que cresceram por fora,
Mas continuaram sendo crianças em seus corações.
Ele aprendeu tudo isso com a natureza,
Em lugares como esse sítio
Onde ele viveu.
(...)
(Pirlimpimpim. LP Som Livre, 1982. Fragmento)
No Sítio do Picapau Amarelo, cenário mágico das histórias de Monteiro Lobato, surgiu a
literatura brasileira para crianças. Da legião de pequenos leitores que a partir dos anos 20 devoraram as
aventuras da boneca Emília e dos outros personagens do Sítio, nasceram novas gerações de escritores
infantis do país.
Embora Lobato tenha ficado conhecido por sua obra literária, não se limitou a ela. Foi um dos
homens mais influentes do Brasil na primeira metade do século e encabeçou campanhas importantes,
como a do desenvolvimento da produção nacional do petróleo.
Além do promotor público, empresário, jornalista e fazendeiro, foi editor de livros. Em 1918
fundou, em São Paulo, a Monteiro Lobato & Cia, editora que trouxe ao país grandes novidades gráficas
e comerciais. Até morrer, em 1948, foi o grande agitador do mercado de livros no Brasil. (...)
(Revista Nova Escola. Ano XII nº 100, mar. 1997. - P090046PE)
ITEM 11
Com a fúria de um vendaval
Em uma certa manhã, acordei entediada. Estava em minhas férias escolares do mês de julho.
Não pudera viajar. Fui ao portão e avistei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre.
Não tinha nada para fazer e isso estava me matando de aborrecimento. Embora soubesse que
uma feira livre não constitui exatamente o melhor divertimento do qual um ser humano pode dispor, fui
andando, a passos lentos, em direção àquelas barracas. Não esperava ver nada de original, ou mesmo
interessante. Como é triste o tédio! Logo que me aproximei, vi uma senhora alta, extremamente gorda,
discutindo com um feirante.
O homem, dono da barraca de tomates, tentava em vão acalmar a nervosa senhora. Não sei por
que brigavam, mas sei o que vi: a mulher, imensamente gorda, mais do que gorda (monstruosa), erguia
seus enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar,
com medo de que ela destruísse a barraca (e talvez o próprio homem) devido à sua fúria incontrolável.
Ela ia gritando e se empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim
como os tomates ou até mais.
De repente, no auge de sua ira, avançou contra o homem já atemorizado e, tropeçando em
alguns tomates podres que estavam no chão, caiu, tombou, mergulhou, esborrachou-se no asfalto, para
o divertimento do pequeno público que, assim como eu, assistiu àquela cena incomum.
(http://lportuguesa.malha.net/content/view/27/1/)
Cerca de 600 mil pessoas vivem da madeira na região Norte, destruindo anualmente milhares de
quilômetros quadrados de florestas, ao que se soma a destruição na região Centro-Oeste e o pouco que
resta da mata Atlântica. Em 1999, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
ocorreram, entre julho e dezembro, mais de 1000 focos de incêndio por dia na Amazônia, dois terços
deles em Mato Grosso, no Pará e em Rondônia. A isto se soma o envenenamento dos rios provocado
pelas descargas de mercúrio dos garimpos. Os números da destruição de nossas florestas têm crescido
a cada ano e algumas áreas do país já sofreram o fenômeno da desertificação.
(CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. A. C. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 1998. 7ª série)
Sabemos que fatos como estes continuam acontecendo e que cada vez mais nosso planeta está
sendo ameaçado. A consequência que o fenômeno da desertificação acarretará às gerações
futuras e ao nosso planeta é
a - ( ) a destruição dos garimpos em Mato Grosso, Pará e em Rondônia.
b - ( ) a destruição anual de milhares de quilômetros quadrados de florestas.
c - ( ) o aumento gradual de focos de incêndio por dia na Amazônia.
d - ( ) o aumento da produção de madeira legal na região Norte do país.
ITEM 13
Jéssica veio do céu
Jéssica é somente uma garota de 11 anos (...). Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de
um anjo da guarda. Na noite de domingo, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia
em chamas porque um de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo. Larissa, de 7 anos,
Letícia, de 3, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica
(apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta
sufocando com a fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se desesperou.
Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um, todos os irmãos para fora. Enquanto
fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E
sentiu muito medo. Pulou a janela e disparou acorrer.
(Revista Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004)
ITEM 15
O silêncio do rouxinol
[...]
Na época de Salomão, o melhor dos reis, um homem comprou um rouxinol que possuía uma voz
excepcional. Colocou-o numa gaiola em que nada faltava ao pássaro e na qual ele cantava, horas a fio,
para encanto da vizinhança.
Certo dia, em que a gaiola havia sido transportada para uma varanda, outro pássaro se
aproximou, disse qualquer coisa ao rouxinol e voou. A partir desse momento, o incomparável rouxinol
emudeceu. Desesperado, o homem levou seu pássaro à presença do profeta Salomão, que conhecia a
linguagem dos animais, e lhe pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.
O rouxinol disse a Salomão:
__ Antigamente eu não conhecia nem caçador, nem gaiola. Depois me apresentaram a uma
armadilha,com uma isca bem apetitosa, e caí nela, levado pelo meu desejo. O caçador de pássaros
levou-me, vendeu-me no mercado, longe da minha família, e fui parar na gaiola deste homem que aí
está. Comecei a me lamentar noite e dia, lamentos que este homem tomava por cantos de gratidão e
alegria. Até o dia em que outro pássaro veio me dizer: “Pare de chorar, porque é por causa dos seus
gemidos que eles o mantêm nessa gaiola”. Então, decidi me calar.
Salomão traduziu essas poucas frases para o proprietário do pássaro. O homem se perguntou:
“De que adianta manter preso um rouxinol, se ele não canta?”. E lhe devolveu a liberdade.
(CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Códex, 2004)
Lembra aquela receita que só sua mãe ou sua avó sabem fazer? Pois saiba que, além de
gostoso, esse prato é parte importante da cultura brasileira. É verdade. Os cadernos de receita são
registros culturais. Primeiro, porque resgatam antigas tradições, seja familiares ou étnicas. Além disso,
mostram como se fala ou se falava em determinada região. E ainda servem como passagens de tempo,
chaves para alcançarmos memórias emocionais que a gente nem sabia que tinha (se você se lembrou
do prato que sua avó ou sua mãe fazia, você sabe do que eu estou falando).
ITEM 17
O namoro na adolescência
Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de vários ingredientes: a começar pela
família, que não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja conversável, e, ao mesmo tempo,
tenha limites muito claros de comportamento. O adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O
outro aspecto tem a ver com o próprio adolescente e suas condições internas, que determinarão suas
necessidades e a própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com que a Mariazinha se
encante com o jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da turma, o Mário. Aspectos
situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os pais do adolescente, também influenciarão o
seu namoro. Um relacionamento em que um dos parceiros vem de um lar em crise é, de saída, dose de
leão para o outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações.
Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas crises pelas próprias
condições de adolescente. Entrar em contato com a outra pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela
afetivamente e, ao mesmo tempo, não massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar é
tarefa difícil em qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se
afetivamente e que vai durar a vida toda.
(SUPLICY, M. A condição da mulher. São Paulo: Brasiliense, 1984)
ITEM 18
Cerca de 20 mil se despedem do poeta Patativa
Foi decretado feriado ontem em Assaré (623Km de Fortaleza) para a população local
homenagear o principal poeta popular do Brasil, Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, que
morreu anteontem, aos 93 anos.
As homenagens começaram logo depois da morte, às 18h30. Parte da população (de 20 mil
habitantes) acampou durante toda a madrugada na frente da casa do poeta.
(...) À tarde, como o número de visitantes aumentou muito, o velório foi transferido para a
catedral da cidade, onde sanfoneiros repetiam A Triste Partida, poema cantado por Luiz Gonzaga.
O cearense Fagner também gravou a música, mas preferiu cantar ontem o poema Vaca Estrela
e Boi Fubá para homenageá-lo em missa assistida por cerca de 10 mil pessoas.
O enterro aconteceu às 17h00, no cemitério São João Batista. A “PM” calcula que passaram
pelo funeral cerca de 20 mil pessoas. O Estado do Ceará decretou luto de três dias.
(BELTRÃO, E. S.; GORDILHO, T. Novo Diálogo)
ITEM 19
Leia a tira abaixo.
Magali, a personagem dos quadrinhos acima, tem como característica principal ser uma
comilona. O engraçado na história está
ITEM 21
Leia atentamente esse fragmento do texto.
“... pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem
semelhante lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se estendia à minha
direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa
dourada. ‘Já vi tudo isto, já vi... Mas onde? E quando?’[...]”
(TELLES, L. F. Oito Contos de Amor. São Paulo: Ática)
Na frase "Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?", o uso das reticências sugere
a - ( ) impaciência.
b - ( ) impossibilidade.
c - ( ) incerteza.
d - ( ) irritação.
ITEM 22
A gansa dos ovos de ouro
Era uma vez um casal de camponeses que tinha uma gansa muito especial. De vez em quando,
quase todo dia, ela botava um ovo de ouro. Era uma sorte enorme, mas em pouco tempo ele
começaram achar que podiam ficar muito mais ricos se ela pusesse um ovo daqueles por hora ou a
todo momento que eles quisessem. Falavam nisso sem parar, imaginando o que fariam com tanto ouro.
__ Que bobagem a gente ficar esperando que todo dia saia dessa gansa um pouquinho... Ela
deve ter dentro dela um jeito especial de fabricar ouro. Isso era o que a gente precisava.
__ Isso mesmo. Deve ter uma maquininha, um aparelho, alguma coisa assim. Se a gente pegar
pra nós, não precisa mais da gansa.
__ E... Era melhor ter tudo de uma vez. E ficar muito rico.
__ E resolveram matar a gansa para pegar todo o ouro.
__ Mas dentro não tinha nada diferente das outras gansas que eles já tinham visto – só carne,
tripa, gordura...
__ E eles não pegaram mais ouro. Nem mesmo ganharam um ovo de ouro, nunca mais.
ITEM 23
Com a fúria de um vendaval
Em uma certa manhã acordei entediada. Estava em minhas férias escolares do mês de julho.
Não pudera viajar. Fui ao portão e avistei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre.
Não tinha nada para fazer e isso estava me matando de aborrecimento. Embora soubesse que
uma feira livre não constitui exatamente o melhor divertimento do qual um ser humano pode dispor, fui
andando, a passos lentos, em direção àquelas barracas. Não esperava ver nada de original, ou mesmo
interessante. Como é triste o tédio! Logo que me aproximei, vi uma senhora alta, extremamente gorda,
discutindo com um feirante.
O homem, dono da barraca de tomates, tentava em vão acalmar a nervosa senhora. Não sei por
que brigavam, mas sei o que vi: a mulher, imensamente gorda, mais do que gorda (monstruosa), erguia
seus enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar,
com medo de que ela destruísse a barraca (e talvez o próprio homem) devido à sua fúria incontrolável.
Ela ia gritando e se empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim
como os tomates ou até mais.
De repente, no auge de sua ira, avançou contra o homem já atemorizado e, tropeçando em
alguns tomates podres que estavam no chão, caiu, tombou, mergulhou, esborrachou-se no asfalto, para
o divertimento do pequeno público que, assim como eu, assistiu àquela cena incomum.
(http://lportuguesa.malha.net/content/view/27/1/)