Perguntas Do Aconselhamento

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Área: Teologia Pastoral Disciplina: Aconselhamento 2 Pré-Requisito: Aconselhamento 1

Professor: Rev. João Batista Borges


Ano: 2021 Semestre: 1º, 2ª etapa Série: 5ª Turno: Noite

Aula 1. 28.04.2021. Unidades de 1 a 3

Unidade 1 – Modelos de aconselhamento


• Como avaliar uma aproximação terapêutica?

• Aconselhamento secular:
> Freud
> Skinner
> Roger
> Maslow
> Jung

• Aconselhamento bíblico:
> Integracionismo
> Aconselhamento bíblico – 1ª geração
> Aconselhamento bíblico – 2ª geração

Unidade 2 – A coleta de dados no processo de aconselhamento


• Base bíblica
• Iniciando a sessão de aconselhamento
• Perguntas “raios X”
• Ajudando o aconselhando a se expressar
• Inventário de dados pessoais (importância e uso)

Unidade 3 – Interpretando os dados


• Base bíblica
• Analisando os fatos
• Analisando os sentimentos
• Analisando os pensamentos
• Analisando as reações
• Avaliando o problema
• Chegando ao coração
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PERGUNTAS DO TIPO RAIO-X

TAREFA DO DIA: Análise pelos alunos de um grupo de até 3 perguntas e a confronta-


ção delas com os respectivos textos bíblicos. Em seguida, a apresentação das formas em
que, num caso concreto de aconselhamento, serão aplicadas, tudo à luz dos conceitos de
Deus funcional e Deus professado.

ALMIR

1. O que você ama? Odeia? Essa pergunta referente ao primeiro "grande mandamento
“sonda nossa alma, nosso coração, nossa mente, e nossa força. Não há pergunta mais
profunda a ser feita a qualquer pessoa, a qualquer hora. Não existe explicação mais pro-
funda da razão para fazer o que fazemos. Amores desordenados sequestram nosso cora-
ção, roubam-no do seu Senhor e Pai de direito (ver Mt 22.37-39; 2 Tm. 3.2-4; Lc 16.13-
14).

2. O que você quer, deseja, almeja, anseia e sonha? Quais são os desejos aos quais serve
e obedece? Isso resume as forças internas da carne impelida por desejos nas epístolas do
Novo Testamento. "Seja feita a minha vontade" e "Eu quero ........." são desejos bastante
acessíveis, há vários deles regendo o ser humano, portanto, busque detalhes sobre essa
pessoa, agora, nessa situação. Às vezes, a vontade de outra pessoa nos controla: pressão
do grupo, colegas, comportamentos para agradar os outros, escravização a pessoas, atitu-
des de camaleão. Nesses casos, o anseio do coração é obter o bem que é prometido e
evitar o mal que possa ser feito: "Anseio ser incluída, apreciada, aceita, admirada por
você". (Ver 8117.14-15; 73.23-28; Pv 10.3, 28; 11.6-7; Gl5.16-25; Ef2.3; 4.22; 2 Tm
2.22; Tt 3.3; 1Pe 1.14; 2.11; 4.2; 2 Pe 1.4; 2.10; Tg 1.14-15; 4.1-3.)

3. O que você busca, almeja, persegue? Quais são seus alvos e suas expectativas? Nessa
questão está implícito o fato de que a vida é ativa e move-se em determinada direção.
Somos gente com propósito. A motivação humana não é passiva, como se as necessida-
des, instintos ou impulsos fossem controlados fora de nós para serem "insatisfeitos, frus-
trados, condicionados". Pessoas são verbos ativos (ver Mt 6.32-33; 2Tm 2.22).

CLÓVIS

4. Onde você deposita suas esperanças? A dimensão futura é destacada na interpretação


que Deus faz dos motivos humanos. As pessoas sacrificam vigorosamente algo para
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atingir aquilo que esperam. O quê? As pessoas desesperadas tiveram suas esperanças des-
pedaçadas. Quais? (Ver 1Pe 1.13; 1Tm 6.17.)

5. O que você teme? O que não deseja? Você se preocupa com o quê? Temores pecami-
nosos são uma inversão de desejos. Se eu quiser evitar algo a qualquer custo - perder a
reputação, o controle, pobreza, saúde, ser rejeitado etc. -, sou dominado por temores de-
vassos (ver Mt 6.25-34; 13.22).

6. O que você sente vontade de fazer? É outra forma de fazer a pergunta 2, "O que você
quer, deseja, almeja, anseia e sonha?" Deixar-se orientar por "sentimentos" significa ter
como guia o próprio querer: "Sinto vontade de xingar. Não quero fazer as tarefas de casa".
(Ver SI 17.14- 15; 73.23-28; Pv 10.3; 10.28; 11.6-7; Gl5.16-25; Ef2.3; 4.22; 2Tm 2.22;
Tt 3.3; 1Pe 1.14; 2.11; 4.2; 2Pe 1.4; 2.10; Tg 1.14,15; 4.1-3.)

EDUARDO

7. O que você necessita? Quais as "necessidades percebidas"? As perguntas 2 e 3 expu-


seram os alvos em termos de atividades e busca. Esta pergunta expõe os alvos em termos
daquilo que esperamos receber, obter, manter. As necessidades percebidas, muitas vezes,
são as necessidades individuais a serem adquiridas, mas não como enganosos senhores
de escravos. Nossa cultura de necessidades reforça instintos e hábitos da carne. Na mai-
oria dos casos, as necessidades percebidas são jargões para exigência de amor, compre-
ensão, pelo desejo de estar no controle, de autoafirmação e autorrealização. (Ver Mt 6.8-
15; 6.25-34; 1Rs 3.5-14; todas as orações na Bíblia expressam necessidades percebidas
que foram reorientadas.)

8. Quais são seus planos, metas, estratégias e intenções, e o que pretende realizar? Essa é
outra forma de avaliar o que o ser humano busca. O egocentrismo infiltrado, até mesmo
no meio de planos que parecem nobres, pode ser coisa contaminante. Ninguém afirma:
"A expansão de nossa igreja, para torná-la uma mega igreja, me trará fama, dinheiro e
poder", mas esses motivos são comuns e naturais à natureza humana. O egocentrismo,
ainda que encoberto, perverte e mancha as nossas ações (ver Mt 6.32-33; 2 Tm 2.22).

9. O que o faz funcionar? O seu planeta faz rotação girando em torno de que sol? Onde
está seu jardim de delícias? O que acende as luzes de seu mundo? De que fonte de vida,
esperança e alegria você bebe? Que alimento sustenta sua vida? O que realmente importa
a você? Você constrói castelos em nuvens? Que sonhos de fumaça o comovem ou aterro-
rizam? Sua vida gira em torno do quê? Muitas metáforas fortíssimas podem exprimir esta
pergunta: Você vive para quê? Ser regido, digamos, por profundo desejo de intimidade,
realização, respeito, saúde ou dinheiro não torna esses desejos legítimos, isentos de
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problemas. Eles funcionam de modo perverso, colocando-nos como centro do universo.


Somos feitos para desejar, sobretudo, o próprio Senhor, Doador de vida - não seus dons.
A ausência de bênçãos - rejeição, vaidade, desprezo, doença, pobreza- muitas vezes, é o
ponto crucial para aprendermos a amar a Deus por aquilo que ele é. Em nossa idolatria, é
como se as posses fossem bens supremos, e tornamos o Doador em um moleque de reca-
dos para cumprir nossos desejos. (Ver Is 1.29-30; 50.10-11; Jr 2.13; 17.12; Mt 4.4; 5.6;
Jo 4.32-34; 6.25-29.)

GIOVANI

10. Onde você encontra refúgio, segurança, conforto, escape, prazer? Essa é a pergunta
que os Salmos convidam a fazer. Ela cava a falsa confiança, a fuga que substitui o Senhor.
Muitos "comportamentos viciosos" são tratados com essa pergunta, eles surgem frequen-
temente no contexto dos problemas e das pressões da vida, funcionando como falsos re-
fúgios (ver SI 23; 27; 31; 46 e cerca de dois terços dos demais Salmos).

11. O que ou em quem você confia? Confiança é um dos principais termos que nos rela-
cionam a Deus - ou a mentiras e falsos deuses. Salmos rígidos respiram confiança em
nosso Pai e Pastor. Onde você coloca a confiança que orienta e ancora sua vida? Em
outras pessoas? Na própria capacidade? Em suas próprias realizações? Em sua igreja ou
tradição teológica? Em suas posses? Dieta, exercício e cuidados médicos? (Ver Pv 3.5;
11.28; 12.15; Sl23; 103; 131.)

12. Quem tem o papel importante na sua vida? Sobre quais ombros repousa o bem-estar
de seu mundo? Quem poderá torná-lo melhor, fazê-lo funcionar, torná-lo seguro, assegu-
rar-lhe sucesso? Essas questões eliminam a auto justificação, viver através dos filhos,
esperança de conseguir o marido ou esposa certo/a, e assim por diante.

JOACI

13. A quem você tem de agradar? Qual é a opinião que realmente conta? De quem você
deseja aprovação ou teme a rejeição? Qual o sistema de valores que você usa como me-
dida para si mesmo? Aos olhos de quem você vive? De que amor e aprovação você pre-
cisa? Quando perdemos Deus de vista, entramos em um emaranhado de distorções. Te-
mos a tendência de viver segundo nossos olhos ou os olhos de outros - ou ambas as coisas.
Os "ídolos sociais" incluem aprovação e temor e podem assumir diversas formas: aceita-
ção ou rejeição, inclusão ou exclusão, louvor ou crítica, afeto ou hostilidade, adoração ou
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rebaixamento, intimidade ou alienação, conhecimento ou ignorância. (Ver Pv 1.7; 9.10;


29.25; Jo 12.43; 1Co 4.3-5; 2Co 10.18.)

14. Quem são os seus modelos? Que espécie de pessoa você acha que deveria ser ou quer
ser? Seu "ídolo" ou "herói" revela quem você é. Essas pessoas incorporam a "imagem"
que aspiramos (ver Rm 8.29; Ef 4.24; Cl3.10).

15. O que, em seu leito de morte, resumiria sua vida como tendo sido valorosa? O que
empresta significado à sua vida? Essa é uma pergunta de Eclesiastes·-livro que examina
dezenas de escolhas -e encontra futilidade em todas, com exceção de uma. Em algum
ponto, traduza Eclesiastes 2 sob a óptica atual (ver todo o livro de Eclesiastes).

JOSEILTON

16. Como você define e pesa o sucesso ou o fracasso, o acerto ou o erro, o desejável ou
o indesejável, em determinada situação? Os padrões a que servimos e empregamos podem
estar bastante distorcidos. Deus quer que renovemos a "consciência", através da qual ava-
liamos a nós mesmos e aos outros. Se enxergamos a vida segundo “nosso entendimento"
ou "nossos olhos”, viveremos como insensatos (ver 1Co 10.24-27; Pv 3.5; Jz 21.25).

17. O que faria você se sentir rico, seguro, próspero? O que faria sua vida valer a pena?
Muitas vezes, a Bíblia usa a metáfora de tesouro ou herança para falar sobre motivação.
(Ver Pv 3.13-18; 8.10ss; 8.17-21; Mt 6.19-21; 13.45, 46; Lc 16.10-15; 1 Pe 1.2-7.)

18. O que lhe daria prazer. felicidade e alegria? O que lhe traria dor e sofrimento? Bênção
e maldição são modos como a Bíblia fala sobre felicidade e infortúnio. Onde e como você
acha que pode obter bênçãos? Suas conjecturas revelam aquilo pelo qual você vive (ver
Mt 5.3-11; Sl1; Sl35; Jr 17.7-8; Lc 6.27-42).

LUCIANO

19. Quem na política tornaria tudo melhor? Muitas nações têm o poder político como
centro de esperanças idólatras. O consenso cultural rui, e muitas pessoas passam a depo-
sitar suas esperanças no poder político (ver Mt 6.10).

20. A vitória ou o sucesso de quem tornaria a sua vida feliz? Como você define vitória
e sucesso? Como o interesse apático se revela? Algumas pessoas "vivem e morrem" ba-
seadas no desempenho de um time esportivo, da situação financeira de uma empresa, das
notas acadêmicas ou da aparência física (ver Rm 8.37-39; Ap 2.7; Salmos 96-99).
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21. O que você enxerga como direitos? você se considera merecedor de quê? Essa per-
gunta, muitas vezes, esclarece o padrão motivacional de um indivíduo com forte senso de
auto justificação, que se sente injustiçado, irado, e está cheio de autopiedade. Nossa cul-
tura prega que temos direitos e reforça instintos e hábitos da carne. "Eu mereço..........?".
(Ver l Co 9; Rm 5.6-10; Sl103.10.)

LUZIA

22. Em que situações você se sente pressionado ou tenso? Confiante e relaxado? Onde
você vai quando pressionado? Em que pensa? Qual é seu refúgio? Você foge do quê?
Esse trata de uma direção ligeiramente diferente. Muitas vezes, certos padrões de pecado
são dependentes. Extraindo os aspectos significantes da situação, nós colocamos um es-
pelho diante dos motivos do coração. Quando você "fica tenso" ao falar em público,
talvez seu coração esteja sendo regido por seu desempenho diante de outras pessoas (te-
mor de homens e orgulho). Quando o pagamento de contas gera ansiedade, talvez um
resquício de culto a Mamam esteja operando dentro de você (Ver as dúzias de Salmos
sobre refúgio.)

23. O que você quer da vida? Que lucro quer obter nas coisas que faz? O que você
consegue fazendo isso? Vasculhar os alvos operacionais é uma forma concreta de reiterar
as perguntas 3 e 8. Ídolos, mentiras desejos incontidos prometem bens. Sirva a Baal e terá
a fertilidade desejada. Consiga que aquele rapaz atraente goste de você, e se sentirá bem
consigo mesma. Ganhe milhões c mostre-os às pessoas que achavam que você nunca teria
nada na vida. (Ver Pv 3.13-18; Mt 6.1-5; 16-18.)

24. Você ora pelo quê? Muitas vezes, a nossa oração revela o modelo de nosso desequi-
líbrio egocêntrico. Dentre muitas coisas possíveis que se pode pedir, em quais você se
concentra? Oração trata de desejo: pedimos aquilo que queremos. Suas orações – ou falta
de – refletem os desejos de Deus ou da carne? (Ver Tg 4.3; Mt 6.5-15; Lc 18.9-14.)

MICHELL

25. Sobre o que você pensa com maior frequência'! O que o preocupa ou deixa obcecado?
De manhã, em que, instintivamente, sua mente se concentra? Qual é sua "disposição men-
tal''? Coloque um espelho no caminho em que você vagueia, para retraçar o curso! (Ver
CI 3.1-5; Fp 3.19; Rm 8.5-16.)

26. Sobre o que você fala? O que é importante para você? Que atitudes você tem? Este
item e o seguinte presumem uma ligação mais forte entre motivos e comportamento. Note
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que as pessoas escolhem o que falar e o modo como falam. Nossas palavras proclamam
aquilo que nosso coração adora (ver Lc 6.45; PY 10.19:Ef -+.29 l.

27. Como você gasta seu tempo? Quais são suas prioridades? Observe o que você - e
outras pessoas -- escolhe fazer. Esse é um sinal da lealdade inerente do seu coração (ver
Pv 1.16; 10.4; 23.19-21: 24.31).

PAULO CÉZAR e PAULO HENRIQUE

28. Quais são suas fantasias, tanto agradáveis quanto temidas? Quais são seus sonhos,
mesmo quando acordado? O que seus sonhos no- turnos revelam? Somos seres humanos
responsáveis, mesmo quando despidos de consciência. Nossos interesses, preocupações
e desejos revelam-se em nossos sonhos e devaneios. (Ver Ec 5.3-7; Gl5.16-25; Ef2.3;
4_22; 2Tm 2.22; Tt 3.3; lPe 1.14; 2.11; 4.2; 2Pe 1.4; 2.10; Tg 1.14-15; 4.1-3; Pv 10.3;
10.28; 11.6, 7; Sl 17.14-15; 73.23-28; Mt 6.25-32.)

29. Que crenças controlam seu modo de interpretar a vida e determinam como você
age? Hebreus 4.12 fala de "pensamentos e propósitos do coração". Talvez possamos tra-
duzir a expressão por "crenças e desejos". As mentiras nas quais você crê e as concupis-
cências que você persegue, ambas sustentam pecados visíveis. As crenças funcionais,
operacionais, de uma pessoa controlam as reações dela. O modo como entendemos Deus,
a nós mesmos, ao próximo, o diabo, o certo e o errado, a verdade e a falsidade, passado,
presente, futuro - tudo isso tem efeitos penetrantes. (Ver em toda a Bíblia como Deus
busca renovar as mentes enegrecidas, resgatando-as da falsidade).

30. Quais são seus ídolos ou falsos deuses? Em que você deposita sua confiança ou es-
perança? O que você busca? Onde se refugia? Quem é o salvador, juiz, controlador, pro-
vedor, protetor de seu mundo? A quem você serve? Que "voz" o controla? Essa lista que
oferecemos, com 35 perguntas, trata de coisas que podem usurpar Deus. Cada uma delas
pode metaforicamente ser considerada um "ídolo" ao qual você deve lealdade. As vozes
que escutamos imitam características específicas de Deus. Comece a rever essas coisas
nos detalhes do dia a dia, e sua capacidade para tratar a dimensão vertical amadurecerá
de maneira significativamente. (Ver a Bíblia toda, quando Deus liberta as pessoas de seus
ídolos para servir ao Deus vivo e verdadeiro; Ez 14.1-8; At 26.18; Cl 3.5; Ef 5.5; lTs
1.9-10; lJo 5.21; Jr 17.5; Tg 4.11,12.)

VINÍCIUS
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31. Como você vive para si mesmo? Essa é uma forma geral de colocar quaisquer das
questões. O "eu" assume mil formas e veste mil disfarces (ver Lc 9.23-25; 2Co 5.14,15).

32. Você vive escravizado ao diabo? A motivação humana não é pura- mente "psicoló-
gica", "psicossocial" ou " somática". Quando servimos aos desejos lascivos e às mentiras,
servimos a um inimigo pessoal que deseja nos enganar, escravizar e matar. A motivação
humana é completamente "pactuai". Poderemos servir ao Senhor ou então ao diabo, mas
temos de servir alguém, como disse Bob Dylan. 1 (Ver Jo 8.44; At 26.18; Ef 2.2-3; 2Tm
2.26; Tg 3.14-16.)

33. O que está implícito quando você diz: "Se ao menos eu conseguisse.......... ", (para
obter o que quer, evitar o que não quer, guardar o que tem? Pensamentos como "Se ao
menos eu conseguisse", são jargões que descobrem muitos temas motivacionais, no inte-
resse de criar um entendimento bíblico de si mesmo, visando o arrependimento. (Ver lRs
21.1-7; Hb 11.25; Fp 3.4-11.)

DANIEL BENHUR OLIVEIRA MARTINS

34. O que instintivamente lhe parece certo e bom? Quais são suas opiniões, aquelas que
você considera verdadeiras? Você tem "vontade" de fazer certas coisas (ver a pergunta
6), porque "sente" que elas são verdadeiras. Na visão de Deus, a estultícia tem opinião
forte, mas a sabedoria as corrige à medida que ouve e aprende. (Ver Jz 21.25; Pv 3.5, 7;
12.15; 14.12; 18.2; Is 53.6; Fp 3.19; Rm 16.18.)

35. Onde você busca sua identidade? Como você define quem é? A Bíblia diz coisas
radicais a respeito do conhecimento de nós mesmos, de nossa identidade, e de nossa au-
toavaliação ("consciência"). Normalmente, as pessoas procuram sua identidade no que
são "cisternas rotas, que não contêm água". (Tome, por exemplo, o livro de Efésios e
observe cada palavra ou frase descritiva de "identidade", ou sobre o próprio Paulo, ou
sobre quem éramos no passado, ou quem somos hoje. Você encontrará mais de trinta
declarações diferentes sobre isso, nessa breve carta.).

Esse conjunto de perguntas fará com que pensemos de modo produtivo sobre como a vida
humana é inexoravelmente relacionada com Deus. Deixe-me reforçar três pontos particu-
larmente úteis para ajudar a manter o equilíbrio de meu compasso, tanto no aconselha-
mento quanto na busca por arrependimento de meus próprios pecados.

Primeiro, vem uma pergunta dupla: Quais são as mentiras e os desejos lascivos expressos
por esse modelo pecaminoso de vida? Examine a fundo a irritabilidade, o egoísmo, a falta
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de esperança, a fuga da realidade, a auto- justificação, a autopiedade, os temores que


aleijam, as reclamações -quaisquer outros sentimentos - e você verá um mosaico de men-
tiras, mantidas como crença, e de desejos alimentados. A Escritura nos equipa a atacá-los
e mostrá-los à luz do dia.

Segundo, os verbos que relacionam as pessoas a Deus têm de se tornar parte ativa de seu
pensamento. Sempre que agem, as pessoas estão fazendo alguma coisa com referência a
Deus. Ou os seres humanos amam a Deus - ou o desprezam e amam qualquer outra coisa.
Colocamos nossa esperança em Deus -ou nos desviamos dele e depositamos nossa espe-
rança em outra coisa. Tememos a Deus - ou o ignoramos e tememos outra coisa. A Escri-
tura ganha vida, de novas maneiras, quando se desenvolve uma atitude de alerta quanto
ao modo como esses verbos que relacionam o homem com Deus desenvolvem-se na vida
real. Essas perspectivas oferecem poderosa percepção, tanto no aconselhamento evange-
lista quanto para o crescimento dos santos.

Terceiro, ao ver a relação diante de Deus de toda a motivação, vemos que aquilo que está
errado em nós pede uma solução teor referente: a graça, a paz, o poder e a presença de
Jesus Cristo. A motivação humana trata da dimensão vertical. A boa nova de Cristo não
é um adendo, não tem apenas cunho apenas religioso, não é um meio para satisfazer ne-
cessidades e desejos pré-existentes. A fé viva em Jesus Cristo é a única solução ver- da-
deira, a única motivação sadia, a alternativa radical a mil formas de desvio.

A santificação visa purificar coração e membros, transformar motivos e comportamentos.


As duas coisas são importantes. Imagine, por exemplo, assentar-se na encosta de uma
colina com vista para um lago. Você enxerga um barco a motor veloz, singrando a água.
Vê e ouve o "comportamento" da embarcação: ela acelera, partindo do cais, faz uma am-
pla curva, salta em alta velocidade para outra onda, e de repente, desacelera o motor,
vagueia para o raso, perto de uma pequena ilha, e a âncora é lançada. Por que o barco teve
esse comportamento? Se você pudesse olhar bem de perto, descobriria os "motivos". Ve-
ria o que dá poder e direção ao barco: um motor V-8 de 200 cavalos, leme e timão, os
pensamentos e intenções do piloto. Por que o barco foi para a ilha? Para encontrar um
tesouro perdido? Fugir da polícia? Levar uma família para um piquenique? Estão testando
o barco para uma possível compra? Falta de combustível? Para entender e "ajudar" o
barco a motor, você terá de conversar tanto sobre aquilo que é visível como sobre o que
é invisível, tanto o comportamento como a motivação. A Bíblia atinge a ambos: resulta-
dos e razões. Para avaliar e "aconselhar" o barco a motor, será necessário conhecer tudo
o que puder sobre ele.

O Conhecedor dos corações pagará a cada pessoa conforme suas obras (ver Jr 17.10). A
Escritura jamais separa motivação de comportamento. O espelho da Escritura expõe am-
bos. A lâmpada da Escritura guia ambos. A graça e o poder de Jesus Cristo transformam
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tanto a raiz quanto os frutos. O "primeiro grande mandamento" trata da raiz motivacional:
Você ama a Deus de todo coração, alma, mente e força ou alguma outra coisa divide e
rouba seus afetos? O "segundo grande mandamento" trata de frutos comportamentais:
Você ama ao próximo como a si mesmo ou tira vantagem, tiraniza, teme, evita, odeia,
ignora o próximo? O evangelho de Jesus Cristo faz a ponte das trevas para a luz. A graça
tira de nosso peito o coração de pedra, ensinando-nos a conhecer a Deus; a graça refaz
mãos e língua que maquinam o mal, ensinando-nos a viver uma vida mais bela.

Qualquer uma dessas 35 perguntas poderá ser feita diretamente a uma pessoa da forma
apresentada ou alterada convenientemente, mas nem sempre elas devem ser feitas de
modo direto. Às vezes, será melhor simplesmente escutar e observar, percebendo padrões
que possam indicar os compromissos funcionais do coração, por entre os frutos da vida
de uma pessoa. Lembro-me de notar como um homem a quem aconselhava desculpava-
se demasiadamente, agitado e aflito, cada vez que chegava alguns minutos atrasado. Esses
pequenos detalhes se encaixavam com outras peças do quebra-cabeça que ainda não tinha
se formado em nossa conversação de aconselhamento. O motivo do atraso era que ele não
conseguia se desvencilhar do telefone ou de pessoas por medo de desagradá-las, e te-
mendo que eu não gostasse dele, esse homem me pedia desculpas incessantemente.

Além disso, ele tinha pouquíssimos amigos que considerasse do seu nível: ora idealizava
as pessoas, ora condenava as criaturas que considerava inferiores.

Esses pequenos detalhes dos "frutos" - razões por que se atrasava, agitação momentânea,
pedidos de desculpas constantes, a visão discrepante das pessoas -nos levou a descobrir
o padrão dominante na vida dele: gente grande demais e Deus pequeno demais (ver Pv
29.25). Esse entrelaçamento de orgulho e temor de homens é uma desordem primária de
nossos corações desordenados. Isso nos conduziu diretamente a Jesus Cristo, em quem
podemos confiar. Lembre-se do que dissemos anteriormente: as explicações sinalizam
soluções. À medida que encontrou perdão e poder para confiar em um novo Mestre, esse
homem aprendeu a fazer transformações práticas. Em vez de preferir a si mesmo ou de
agir com superioridade, ele começou a amar o próximo com realismo e ternura crescentes,
passando a ver os outros como iguais a ele.

Permita que encerre o capítulo com um estudo de caso. Certa vez, eu aconselhei um ho-
mem que, para fugir das pressões da vida, se exagerava na tevê, videogames, comida,
álcool, pornografia, coleção de antiguidades, livros de ficção científica, academia. Ne-
gligenciava amor à esposa e aos filhos; era relaxado no emprego; evasivo e enganador em
sua comunicação com outras pessoas; na igreja, cumpria apenas os ritos com gestos ex-
ternos. Por onde começar? Havia tantos problemas, tantos pecados de comissão e de omis-
são, que eu não sabia por onde começar.
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Ano: 2021 Semestre: 1º, 2ª etapa Série: 5ª Turno: Noite

De relance, lembrei. Comece com os salmos - a totalidade! Quase todo salmo, de uma ou
outra maneira, mostra o Senhor como refúgio na aflição, o centro de nossas esperanças.
Os salmos, explícita e implicitamente, repreendem a busca de refúgio em qualquer outra
coisa; os salmos oferecem amor e misericórdia inabalável; os salmos nos impulsionam a
conhecer e obedecer a Deus nas trincheiras da vida. Aquele homem tinha alguma culpa,
ora vaga, ora premente, por seus comportamentos errados. Mas ele não percebia o modelo
errado daquilo pelo qual ele vivia, nem a seriedade da escolha. Cobiçava uma vida fácil,
autocontrole, conforto -e expressava essa cobiça por meio de dezenas de maneiras. Seus
esforços para mudar eram desmotivados e malsucedidos. Foi despertado pelo convenci-
mento do pecado de seu coração: desvio do Deus verdadeiro para buscar refúgios idóla-
tras; isso fez com que ele visse de modo novo os próprios pecados comportamentais.
Começou a arder em seu interior a necessidade daquilo que Deus oferece - graça sobre
graça para uma vida de fé que opera através do amor. Quando as luzes se acenderam para
a consideração dos seus padrões, ele identificou pequenos truques para "escapar", os quais
nunca notara, e percebeu que estavam relacionados aos seus pecados maiores e mais vi-
síveis: humor instável, falsos pretextos, autopiedade.

No começo, quando ele estava envolto por brumas, Deus lhe parecia distante. À medida
que avançávamos no processo, Deus lhe pareceu bem próximo, relevante e desejável. A
graça de Cristo tornou-se imensamente real e necessária. Ele foi motivado a transforma-
ções práticas - enfrentar pressões e responsabilidades, aprender a amar o próximo, tudo
para a glória de Deus. Graciosamente, Deus lhe expôs os motivos de seu coração, e essa
percepção levou-o a uma gloriosa transformação.
Área: Teologia Pastoral Disciplina: Aconselhamento 2 Pré-Requisito: Aconselhamento 1
Professor: Rev. João Batista Borges
Ano: 2021 Semestre: 1º, 2ª etapa Série: 5ª Turno: Noite

Unidade 3 – Interpretando os dados


• Base bíblica
• Analisando os fatos
• Analisando os sentimentos
• Analisando os pensamentos
• Analisando as reações
• Avaliando o problema
• Chegando ao coração

Para compreensão dos pontos acima, estuda-se a parte introdutória do livro Aconselha-
mento Pastoral, de Howard John Clinebell, nas páginas de 10 a 17 (textos anexos), em
que se observam os seguintes pontos:

1. A necessidade que o autor passou a ter de tratar os seus aconselhados de uma forma
mais pessoal e próxima. Identificar isto na página 10, 2ª parágrafo.
Essa maior aproximação facilita a compreensão do que se estabelece nas unidades 3
e 4, acima.

2. A preservação da integridade da razão de ser da Igreja, ilustrada na fábula contada


nas páginas 13 e 14 do texto. É a Igreja posto de salvamento ou lugar de reunião
social?

3. Consequências de relacionamentos profundos (p. 15). Virtudes e defeitos são expos-


tos. Como lidar com isso?

4. Objetivo do aconselhamento baseado na integralidade da pessoa. Esse aconselha-


mento tem as seguintes dimensões: “avivar a mente, revitalizar o corpo, renovar e
enriquecer seus relacionamentos íntimos, aprofundar sua relação com a natureza e a
biosfera, crescer em relação às instituições significativas em sua vida e aprofundar e
vitalizar seu relacionamento com Deus” (Clinebell, 1987, p. 29).

REFERÊNCIA:

CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento Pastoral. 3. ed. Rio Grande do Sul: Sinodal,


1987.

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