Os Lusíadas-Estrutura
Os Lusíadas-Estrutura
Os Lusíadas-Estrutura
Epopeia
Uma epopeia é um género literário do modo narrativo que narra, num estilo
solene/elevado, as façanhas ilustres de um herói individual ou de um povo. Encontra-se este
tipo de narração em verso em muitas civilizações, desde a indiana e a chinesa, até às
civilizações ocidentais.
É indissociável do género épico a presença do elemento do maravilhoso, que agiganta
ou transcendentaliza a ação e os respetivos agentes. No Ocidente, as matrizes do maravilhoso
são basicamente duas: o paganismo greco-latino e o cristianismo. Sobre esse pano de fundo
mitológico ou religioso, as personagens, as ações, os episódios ganham uma dimensão
superior e exemplar.
Os Lusíadas
Os Lusíadas são uma epopeia. Como tal, apresentam características específicas deste
género literário:
1. Tema
2. Estrutura
2.1. interna
Os Lusíadas encontram-se divididos em quatro partes:
1.Proposição
O poeta apresenta o assunto da epopeia, propondo-se cantar os grandes portugueses:
os reis que expandiram o Reino e a Fé;
os navegadores que chegaram ao Oriente;
os que se imortalizaram pela sua coragem.
(Canto I, est. 1-3)
2. Invocação
O poeta invoca:
as ninfas do Tejo para que lhe concedam a inspiração necessária para exaltar os feitos
heroicos dos lusitanos (Canto I, est. 4-5);
Calíope (Cantos III, est. 1-2, e X, est. 8-9);
as ninfas do Tejo e do Mondego (Canto VII, est. 78-87).
1
3. Dedicatória
O poeta dedica a epopeia ao rei D. Sebastião, tecendo-lhe vários elogios pelo seu
espírito guerreiro e empreendedor. (Canto I, est. 6-18)
4. Narração
Planos narrativos
A narração d’Os Lusíadas ocupa a quase totalidade da epopeia, mas ainda assim o poeta
conseguiu garantir a unidade da ação. Para isso contribuiu a perfeita articulação entre os
vários planos narrativos.
Plano da Viagem
Plano da História de
Portugal
Surge encaixado no plano da Viagem e consiste na narração da História de Portugal (por
Vasco da Gama ao rei de Melinde, por Paulo da Gama ao Catual de Calecut ou ainda pelo
Adamastor e por Tétis, que profetizam as proezas dos Portugueses).
Predomina, sobretudo, nos Cantos III, IV, VIII e X.
2
Plano dos
Deuses/Mitológico
Surge, geralmente, articulado com o plano da Viagem, uma vez que se refere à
intervenção que as figuras divinas e mitológicas têm na ação, ou seja, na viagem dos
portugueses até à Índia.
Predomina, sobretudo, nos Cantos I, II, VI, VIII, IX e X.
Episódios
Ao longo d’Os Lusíadas, encontramos diversos episódios inseridos nos vários planos
referidos anteriormente. Trata-se de pequenas unidades narrativas (ações de carácter
secundário) que contribuem para uma ação variada e dinâmica.
Tendo em conta a sua natureza, é possível agrupar os vários episódios d’Os Lusíadas
nos seguintes grupos:
episódios mitológicos : Consílio dos Deuses;
episódios líricos : Inês de Castro, Despedidas em Belém;
episódios simbólicos : Adamastor, Ilha dos Amores;
episódios naturalistas: Tempestade.
2.2. externa
escrita em verso
Cada canto apresenta um número variável de oitavas (estâncias de oito versos), sendo
o mais longo o Canto X e o mais curto o Canto VII.
Esquema rimático fixo: rima cruzada nos seis primeiros versos e rima emparelhada nos
dois últimos versos, segundo o esquema abababcc.
3
4