Processo Não Morfológicos de Formação de Palavras

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Índice

1.0.Introdução................................................................................................................2

2.0.Objectivos................................................................................................................3

2.0.1.Geral......................................................................................................................3

2.0.2.Específicos............................................................................................................3

2.1.Metodologia.............................................................................................................3

3.0.Referecial Teorico....................................................................................................4

3.0.1.Conceitos chaves...................................................................................................4

3.0.2.Recursos Não-morfológicos na Formação de Palavras........................................5

4.0.Discricao de Alguns processos não morfológicos de formação de palavras...........6

4.0.1.Truncamento.........................................................................................................6

4.0.2.Acronímia.............................................................................................................8

4.0.3.Extensão semântica...............................................................................................9

4.0.4.Empréstimo...........................................................................................................9

4.0.5.Amálgama.............................................................................................................9

4.0.5.Redobro...............................................................................................................10

4.0.6.Palavras onomatopaicas......................................................................................10

5.0.Conclusão...............................................................................................................11

6.0.Referencias Bibliográficas.....................................................................................12
1.0.Introdução
Nos estudos tradicionais sobre o português, já se sugeria a possibilidade de algumas
formações não resultarem de um processo morfológico. São observações rápidas, em
geral de cunho histórico, relativas à formação do léxico português. Estão nesse caso, por
exemplo, Cunha & Cintra (1985: 95), que justificaram não arrolarem –iça como sufixo
formador de substantivos com base em adjectivos, uma vez que “justiça não apresenta
propriamente o sufixo –iça, porque a palavra é continuação do latim justitia” e, por
conseguinte, não se tratava de uma palavra formada pelos processos à disposição
de um falante do português. Mais recentemente a questão começou a ganhar espaço na
literatura linguística, possivelmente em razão de siglas e acrónimos terem-se tornado
comuns em muitas sociedades nas últimas décadas do século XX e, em menor escala, o
cruzamento vocabular ou amálgama. Sem procurar fazer uma revisão exaustiva da
literatura linguística, a lista de processos de criação vocabular situados fora do âmbito
da morfologia vária de autor para autor, mas o cruzamento vocabular ou amálgama e a
acronímia ou siglação são recorrentes.
Muitos autores não reconhecem como morfológicos tais processos, que consideram
marginais, marcados pela supressão de partes de palavras que serviram de base, termo
que aqui designa as palavras a que os processos de acronímia ou cruzamento foram
aplicados para gerar uma palavra complexa.
2.0.Objectivos

2.0.1.Geral
 Falar dos Processos não morfológicos de formação de palavras

2.0.2.Específicos

 Indicar os processos não morfológicos de formação de palavras


 Descrever alguns processos não morfológicos de formação de palavras

2.1.Metodologia
Para elaboração desse trabalho o grupo recorreu-se as consultas bibliográficas, sites da
internet relacionado com o tema em causa.
3.0.Referecial Teórico

3.0.1.Conceitos chaves
Lexicalização: é um processo de perda da composicionalidade morfológica, que pode
afectar apenas a interpretação da palavra

Morfologia: é o estudo a respeito da estrutura, formação e classificação das palavras.

Formação de Palavras: Derivação e composição

Derivação: processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra,


chamada de primitiva.

Composição: quando a palavra é formada pela união de dois ou mais radicais.


3.0.2.Recursos Não-morfológicos na Formação de Palavras
Nesta secção, o propósito é mostrar alguns fenómenos de criação de palavras que por
vezes são apresentados também como domínio da morfologia, mas que, em rigor, não o
são. Formas como bezidróglio, que teve uma vida efémera num concurso de televisão
dos anos 70 do século XX, ou como escanifobético, podem ser inventadas, sendo o
produto da criatividade dos falantes, basta que a sequência fonética resultante seja
reconhecível como uma palavra dessa língua e que a sua categorização sintáctica seja
plausível. Este tipo de invenção de palavras, totalmente imotivado, é um processo por
vezes utilizado na criação literária.
O português dispõe de processos irregulares de formação de palavras. São eles a
extensão semântica, os empréstimos, a amálgama, as siglas, a acronímia e a truncação.
Alguns recursos não-morfológicos para a formação de palavras, como:
 Invenção de palavras
 Onomatopeia
 Redobro
 Amálgama
 Eponímia
 Extensão semântica
 Truncamento
 Acronímia
 Formação de siglas
 Abreviação
 Empréstimo

Uma vez considerados fora da morfologia, tais processos não deveriam ser referidos
como formação, mas como criação vocabular (Spencer 1991: 461-462; Booij 2007: 20)
ou ainda como invenção de palavras (ingl. word manufacturing).
Para além destes processos de criação de palavras, há outros recursos, igualmente não–
morfológicos, que não se propõem criar novas palavras, mas sim formas mais ágeis de
utilizar palavras ou sequências de palavras já existentes. Trata-se de processos como o
truncamento, a acronímia e a formação de siglas e abreviaturas, cujos principais traços
característicos serão seguidamente apresentados.
4.0.Discricao de Alguns processos não morfológicos de formação de palavras

4.0.1.Truncamento
Um processo de redução de uma palavra, que elimina uma sequência, geralmente no
final da palavra, e pode associar à sequência truncada um índice temático geralmente
distinto do índice temático da base, sendo imprevisivelmente -a ou -o, como se pode
constatar nos seguintes exemplos:
Analfa=analfabeto
China= chinês
Cusca =coscuvilheiro
Emigra =emigrante
Monga =mongolóide
Reaça =reaccionári{o; a}
Facho =fascista
Agito =agitação

Note-se que, de um modo geral, os nomes assim criados são masculinos e não admitem
contraste de género (cf. um china /uma china), ou admitem a existência desse contraste,
mas só permitem que seja realizado sintacticamente (cf. um comuna / uma comuna).
Nos restantes casos, o truncamento não é seguido de qualquer alteração formal e
preserva o valor de género da forma de base (cf. um heli(cóptero) / uma
manif(estação)):
Def= deficiente
Expo= exposição
Heli= helicóptero
Manif= manifestação
Prof= professor(a)

Por vezes, o truncamento parece reconhecer uma estrutura de composição morfológica,


preservando o primeiro radical (que é geralmente um radical neoclássico) e a vogal de
ligação:
Foto= fotografia
Metro= metropolitano
Micro [-fem]= microfone
Micro [+fem]= micro-radiografia
Regra geral, as formas truncadas e as suas bases são sinónimas (cf. otorrino vs.
otorrinolaringologista), limitando-se as formas mais curtas a facilitar o uso dessas
palavras. Algumas outras, porém, são utilizadas exclusivamente em registos linguísticos
menos formais, e, em alguns casos, podem mesmo ter uma carga pejorativa. (cf. comuna
vs. Comunista ou prof vs. professor). O resultado de um processo de truncamento pode
ainda não ocorrer como forma livre, mas sim como um formativo de um composto. É o
que se verifica com a forma tele- que ocorre em telejornal não com o mesmo valor com
que ocorre em televisão, mas sim como sinónimo truncado de televisão – um telejornal
é um jornal apresentado na televisão. O mesmo se verifica com auto em auto-estrada,
onde retoma o valor de automóvel, pelo que uma auto-estrada não permite o trânsito de
bicicletas ou veículos de tracção animal. Muitos hipocorísticos de antropónimos são
formados por truncamento, processo que pode afectar quer um segmento inicial (mais
frequente no Português Europeu), quer final (preferido pelo Português Brasileiro), quer
ambos, com eventuais alterações fonéticas:

Quim = Joaquim
Lena = Helena
Nando = Fernando
São = Conceição
Zé = José
Tina = Cristina
Alex = Alexandre
Bia = Beatriz
Edu = Eduardo
Carol = Carolina
Rafa = Rafael
Isa = Isabel
Tó = António
Bia = Maria
4.0.2.Acronímia
Um processo de redução, mas o seu domínio de intervenção é uma sequência de
palavras. Em termos práticos, a acronímia consiste na criação de uma palavra a partir
do(s) grafema(s) que se situa(m) no início das palavras que integram um título ou uma
frase. A forma resultante é foneticamente realizada como um contínuo, e não como uma
sequência de sons independentemente articulados:
IVA= imposto sobre o valor acrescentado
PREC= processo revolucionário em curso

De um modo geral, as propriedades gramaticais dos acrónimos são herdadas das


propriedades da palavra que constitui o núcleo sintáctico da expressão que está na sua
base. Muitos dos acrónimos disponíveis em Português são empréstimos e especialmente
anglicismos:
 FAQ =frequently asked questions
 LASER= light amplification by simulated emission of radiation
 PIN= personal identification number
 SONAR=sound navigating and ranging
 YUPPIE= young urban professional

Este processo de criação de palavras é frequentemente utilizado para a denominação de


empresas, instituições e organizações, embora não ocorra exclusivamente neste domínio
lexical:
 EPAL= Empresa Pública das Águas de Lisboa
 FIL =Feira Internacional de Lisboa
 ICEP= Instituto de Comércio Externo de Portugal
 PIDE Polícia de Intervenção e Defesa do Estado
 REFER= Rede Ferroviária Nacional
A formação de siglas também é um processo de redução de uma sequência de palavras,
de novo um título ou uma frase, consistindo na sequencialização do primeiro grafema de
cada uma dessas palavras ou radicais, separados ou não por um diacrítico (cf. a.C. vs
BD). A sua realização fonética é soletrada. Tal como os acrónimos, as siglas identificam
frequente, mas não exclusivamente, empresas, instituições e organizações:
a.C. = Antes de Cristo
BD = Banda desenhada
BI = Bilhete de identidade

4.0.3.Extensão semântica
Consiste na atribuição a uma palavra de um novo sentido ou de uma aceção que
anteriormente não tinha.
Ex.: A designação «rato», que se atribuía inicialmente ao animal roedor, refere-se
hoje também a uma ferramenta do computador. A palavra «chave» que
se referia originalmente ao utensílio que acciona a fechadura de uma porta,
passou também a significar «solução», «senha».

4.0.4.Empréstimo
São palavras de outras línguas que entraram numa dada língua e que são comummente
usadas pelos seus falantes. O português conta com variadíssimos empréstimos, que
foram ou não adaptados à índole da língua.
Exs.: xeque, alface, açúcar (de origem árabe);
realpolitik, leitmotiv, volfrâmio (de origem alemã);
harakiri, biombo, sushi (de origem japonesa).

4.0.5.Amálgama
Processo de criação de uma nova palavra que resulta do cruzamento ou da fusão de dois
vocábulos existentes na língua. No processo da sua construção, um ou ambos os termos
sofrem amputações na sua forma.
Exs.: informática = informação + automática
burótica = bureau (escritório) + informática
franglês = francês + inglês
4.0.5.Redobro

Processo de criação de palavras que consiste na repetição de uma palavra já existente e


que é frequentemente uma forma verbal, como cai-cai ou dóidói. Aparece
frequentemente associado a outros processos de criação de palavras, como a
onomatopeia (cf. zunzum) e o truncamento (cf. vóvó), e particularmente na formação de
hipocorísticos, que são a versão carinhosa de palavras existentes (cf. Nônô).

4.0.6.Palavras onomatopaicas
São formadas por uma sequência de sons da fala que pretende reproduzir um dado
estímulo sonoro não-verbal. No Português Europeu, a criação de palavras
onomatopaicas é muito pouco frequente e as formas atestadas também não são muito
numerosas:
atchim ou atxim nome masculino
chio nome masculino
trás interjeição
zás interjeição

Em geral, estas palavras são usadas em registos particulares, como o da banda


desenhada ou a interacção verbal com crianças, por exemplo, na designação de alguns
animais ou das suas ‘vozes’:
Cocorócocó nome masculino = voz do galo
Cricri nome masculino = voz do grilo
Gluglu nome masculino = voz do perú
Piopio nome masculino = ave
Miau nome masculino = gato e voz do gato.
Excepcionalmente, a sequência fonética que reproduz o som é formada por uma
expressão linguística: é o que se verifica com a designação informal do colibri como
bem-te-vi, ou da galinha de Angola como (es)tou-fraca (ambas atestadas no Português
do Brasil).
5.0.Conclusão

Alem da derivação e da composição (processos regulares), o português dispõe de


processos irregulares de formação de palavras, esses processos podem ser inventadas,
sendo o produto da criatividade dos falantes, basta que a sequência fonética resultante
seja reconhecível como uma palavra dessa língua e que a sua categorização sintáctica
seja plausível. Este tipo de invenção de palavras, totalmente imotivado, é um processo
por vezes utilizado na criação literária.
6.0.Referencias Bibliográficas
Abreu, K. N. M. de. 2004. Um caso de morfologia improdutiva no português do Brasil:
a formação de siglas e de acrônimos. Dissertação de Mestrado em Lingüística. Rio de
Janeiro: UFRJ/ Programa de Pós-Graduação em Lingüística.
Villalva, A. 2008. Morfologia do português. Lisboa: Universidade Aberta.
Villalva, A. 1994. Estrutura morfológica . Unidades e Hierarquias nas palavras do
Português.
Cannon, G. 1989. Abbreviations and Acronyms in English Word-Formation. American
Speech. 64(2): 99-127.
Câmara Jr., J. M. 1973. Dicionário de Filologia e Gramática referente à língua
portuguesa. 5ª ed. Rio de Janeiro: J. Ozon.
Cunha, C.; Cintra, L. F. L. 1985. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira.
PIEL, J.M. 1976 Origens e estruturação histórica do léxico português 1986 Estudos de
Linguística Histórica Galego-Portuguesa (9-16) Lisboa: Imprensa-Nacional – Casa da
Moeda
Www.instituto-camoes.pt/CVC/hlp/biblioteca/origens_lex_port.pdf

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