06 - Sistema Límbico

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TRANSCRIÇÃO NEUROANATOMIA

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MED ÁREA 51

AULA 6 – NEUROANATOMIA TEÓRICA

SISTEMA LÍMBICO

Na aula passada, foram vistas a classificação do Sistema Límbico (Alocortex,


Mesocortex, Iscortex) e mencionadas as duas funções do giro do cíngulo (o 1/3 anterior
está relacionado às emoções e os 2/3 posteriores está relacionada à memória). Em relação
à categorização dessas estruturas que foram vistas na última aula, diversas delas tem um
papel muito importante no sistema límbico. Entre elas estão o giro parahipocampal, a
área subcalosa (também conhecida como área paraolfatória, estando envolvida com o
olfato) o giro do cíngulo, a formação hipocampal (não se refere apenas ao hipocampo,
mas ao conjunto de estruturas que fazem conexão direta com o hipocampo, como o giro
denteado e o giro parahipocampal), o corpo amigdaloide (que é a amígdala e é a principal
estrutura do sistema límbico envolvida com o processo dos circuitos emocionais), os
corpos mamilares e os núcleos anteriores do tálamo.
Além dessas estruturas que estão envolvidas com o sistema límbico, existem as vias
de conexão límbica. Dentre essas vias de conexão há a fímbria, onde observa-se que quem
conecta a fímbria do hipocampo diretamente com o hipocampo é o álveo, que é uma via de
conexão límbica e é um conjunto de feixes de fibras nervosas. Não se vê nenhum espaço
entre o hipocampo e a fímbria do hipocampo, pois eles são adjacentes. A partir da fímbria
têm-se a sequência de informações para o fórnix, que é outra via de conexão importante
para o sistema límbico. O Fórnix é a principal estrutura envolvida nas eferências do
hipocampo, pois todas as eferências que partem do hipocampo saem em direção ao fórnix.
Em relação à sua estrutura, o fórnix apresenta colunas, corpo e pilares ou ramos.
São estruturas importantes do sistema límbico o trato ou fascículo
mamilotalâmico, que faz parte diretamente do circuito de Papez, e também é uma via de
conexão do sistema límbico e a estria terminal, que está localizada posteriormente à
amígdala (corpo amigdalóide), e atua fazendo a conexão da amígdala com outras
estruturas do sistema límbico. Entre o hipocampo (localizado mais internamente) e o giro
parahipocampal (localizado mais externamente), têm-se o subículo, que faz a adjacência
entre essas duas estruturas. O subículo está adjacente ao hipocampo e o cótex entorrinal
(giro parahipocampal e uncus) está externamente. O fórnix, que leva eferências do
hipocampo, mantém uma intima relação com os corpos mamilares, que são estruturas
hipotalâmicas. Os corpos mamilares têm conexão com o tálamo no circuito de Papez
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(circuito conectado por setas, mostrando que há um circuito ou circuitaria emocional, no


qual estruturas do sistema límbico estão interligadas). É o fascículo ou trato mamilo-
talâmico quem conecta os corpos mamilares com o tálamo.
Observa-se também outra estrutura
considerada parte da formação hipocampal, o
Indúzio cinzento cor amarela na imagem) ou
Indúzio gríseo, que é considerado parte do
giro intralímbico que faz a conexão do
hipocampo e em sequência o indúzio gríseo
faz a conexão com outras estruturas do
sistema límbico, inclusive permitindo a
conexão com a área subcalosa (abaixo do rostro do corpo caloso) e também faz a conexão
com a área septal, que é uma área importante para a via de recompensa do cérebro
humano. Então, há a possibilidade da conexão do giro intralímbico com o lobo límbico, que
é o uncus, o giro parahipocampal, o giro do cíngulo, a área septal e a área subcalosa um
pouco mais acima. O indúzio griseo é considerado uma estrutura vestigial de substancia
cinzenta que fica localizada internamente/subjacente ao corpo caloso, sendo uma camada
fina de substância cinzenta que faz a conexão do hipocampo com estruturas do sistema
límbico.
Categorizando essas estruturas (ligadas tanta às emoções quanto à memória),
teremos:
 EMOÇÕES
- Estruturas Corticais: são o Giro do cíngulo (especialmente 1/3 anterior – Córtex
cingular anterior), o Córtex insular anterior (ligado à empatia, reconhecimento das
expressões de emoção) e o Córtex pré-frontal.
- Estruturas Subcorticais: são o Giro do cíngulo (2/3 posteriores – córtex cingular
posterior), parte do Hipotálamo, a Área septal (área de recompensa), o Núcleo
Accumbens, a Habênula, e a Amígdala (principal estrutura do sistema límbico ligada
às emoções).

 MEMÓRIA
- Estruturas Cortical: Hipocampo, Giro denteado, Córtex entorrinal ou piriforme
(formado pelo Úncus e parte do Giro parahipocampal), Giro parahipocampal, Córtex
cingular posterior (parte posterior do Giro do cíngulo).
- Estruturas Subcorticais: Fórnix, Corpos mamilares (faz parte da circuitaria
emocional de Papez – ligado a formação de memória), Trato mamilotalâmico
(conecta os corpos mamilares com o tálamo) e Núcleos anteriores do Tálamo.

SÍNDROME DE
KORSARCOFF
relacionada ao alcoolismo crônico, afetando o sistema límbico,
tanto as estruturas ligadas às emoções quanto estruturas ligadas à memória. Ocorre a
degeneração dos Corpos mamilares, que vai interferir na formação de memórias, e
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também dos núcleos anteriores do tálamo – ambas as estruturas são parte integrante do
Circuito de Papez. Logo, as pessoas que têm o alcoolismo crônico tendem a apresentar
quadros de amnésia tanto retrógrados (memórias antigas) quanto anterógrada (novas
memórias), não lembrando, muitas vezes, das atitudes que praticaram sob o efeito do
álcool. Além disso, também haverá uma hiperexcitação da amigdala, utilizada
principalmente no processamento do medo, da insegurança, e é ativada em situações que
envolvem a raiva e a agressividade. O córtex pré-frontal também está ligado ao sistema
límbico – área de julgamento, da inteligência e da racionalização, mas quando uma pessoa
está sob efeito do álcool vai interferir na circuitaria, ocorrendo a perda da capacidade de
julgamento com relação as suas ações, por isso o alcoólatra age muitas vezes de forma
intempestiva e inadequada.
 O uso eventual do álcool não causa isso, mas pode gerar uma área de penumbra em
algumas áreas do córtex, gerando dificuldades de fixação de memória.

Outra área importante é a conexão dos corpos mamilares com o tálamo, que é o que
chamamos de fascículo ou trato mamilo-talâmico. Cada seta dessa é estabelecida por uma
via de conexão do sistema límbico entre uma estrutura e outra. Por exemplo, entre o
hipocampo e o giro para-hipocampal existe o subículo, formando uma linha de conexão.
Temos um sistema de recompensa no cérebro humano que são estruturas
interligadas as áreas do prazer ou áreas de recompensa. Dentre essas áreas existem 3
estruturas principais e 1 recentemente descoberta relacionada à essa via de recompensa
(via mesolímbica). Dentre essas estruturas temos área septal, núcleo accumbens, córtex
pré-frontal e área tegmentar ventral, localizada no mesencéfalo. Observem que essas
estruturas tem uma relação íntima com a dopamina, participando da via dopaminérgica.
Especialmente a área septal está ligada diretamente a euforia/êxtase, ativando as funções
viscerais intensamente (↑PA,↑FR...), estimulando o Sistema Nervoso Simpático. A área
septal é ativada, normalmente, quando se atinge algum objetivo. Várias ações da ativação
da área septal podem indicar que estamos em um quadro de desequilíbrio homeostático.
Está ligada também ao prazer, até mesmo ao orgasmo no sexo, além do abuso de drogas,
no qual é ativada para haver uma resposta imediata de euforia e excitação. Observa-se que
com um tempo de uso de drogas, especialmente a área septal, seus receptores vão se
tornando pouco reativos ao uso daquela mesma dosagem que uma pessoa consumia no
início, precisando de uma dosagem maior, gerando uma dependência química.
Se ele consumia determinada quantidade de uma droga e que aquela quantidade
era suficiente para ativar a sensação de prazer que ele desejava, não será mais suficiente,
ele irá precisar de uma dosagem maior e isso vai gerando uma dependência química ,
porque os receptores eles vão acomodando e não respondem mais a mesma dosagem que
antes ativava a resposta do S.N.SIMPÁTICO , então é necessário cada vez mais uma maior
quantidade de droga para ativa esse sistema, até um possível desmame da droga vai gerar
reações e vários circuitos do sistema nervoso vão ser desregulados , ela vai se tornar
agressiva , irritada, ela vai ter o que chamamos de síndrome da abstinência porque ela está
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dependente quimicamente da droga , então a área septal é uma área ativada em diversos
momentos de alegria de euforia, de prazer e tem conexão com várias outras áreas
incluindo a amígdala, o hipocampo (para reter as memórias recompensa ), o giro do
cíngulo( ligado a emoções e a memória), o hipotálamo (ligado ao sistema nervoso
autônomo no sentido da reação visceral ) ,e a formação reticular que é o sistema de
ativação reticulo ascendente o SARA que promove um estado de vigia(promove a vigília)
e euforia (promove a excitação) .
Obs: A formação reticular contém vários
corpos de neurônios,vários núcleos de nervos
cranianos, conexões com feixes de fibras nervosas
com funções importantes no tronco encefálico ela
também ativa a via de ativação cortical do cérebro
para manter o estado de vigília ou para fazer a
regulação do sono que é controlado não apenas pela melatonina.
Relacionado a área septal existe também o núcleo accumbens da via mesolímbica
que é um núcleo da base que está entre a cabeça do núcleo caudado (anteriormente) e o
putâmen. Ele estabelece conexões com o córtex pré-frontal, com a área tegumentar
ventral ligada ao sistema de recompensa do cérebro no mesencéfalo, recentemente
descoberta como uma das áreas ligadas a paixão, tendo uma recompensa não só da área
septal, pois se for algo mais duradouro ativa o núcleo accumbens que gera uma
recompensa maior ativando o circuito emocional, ou seja ativa também a amígdala que é
local que concentra a maior quantidade de receptores para hormônios sexuais e com a
amígdala que é a principal estrutura subcortical do sistema límbico relacionada
diretamente a excitação sexual, ela está localizada internamente ao lobo temporal e se
conecta com o hipocampo e com as demais estruturas pela estria terminal que é um
conjunto de feixes de fibras nervosas e além de ser bastante ativada pelo núcleo
accumbens, ela também é ativada por feromônio
ou seja ela está ligada ao sistema olfatório . Esse
núcleo tem como principal neurotransmissor a
dopamina, é uma estrutura relacionada a busca do
prazer , ele está relacionado a várias outras áreas
como o giro do cíngulo e parte do lobo temporal,
porque ele se relaciona também com o hipocampo,
com a amígdala, com o córtex; ele também vai
fazer relação com a área septal, com o hipotálamo
que ativa não só reações do sistema nervoso autônomo.
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Mas também outras reações instintivas como, saciedade e recompensa. Quando nos
alimentamos, por exemplo, sentimos prazer, já que a saciedade nos permite isso. A
alimentação e o sono no horário certo, também nos dão prazer. Tudo isso mostra que a
minha vida está regulada, que eu estou saudável e, em decorrência disso, posso ter uma
vida pautada em um bom estado de entendimento, julgamento e cognição. O núcleo
accumbens interage com o córtex pré-frontal me mostrando que eu tenho uma vida
saudável, tenho uma vida que me satisfaz, que me dá motivação para manter meu estilo de
vida, ou eu tenho fatos do meu dia-a-dia, por exemplo, estabelecer uma rotina necessária
para estudar, estabelecer horários para acordar, para dormir, assistir as aulas, se eu
conseguir cumprir as atividades do dia que são planejadas, isso tudo me recompensa.
O núcleo accumbens, ele é associado com o estado de recompensa a longo prazo, ele
não é como a área septal que só é ativada naquele estado de euforia imediato, e essa
recompensa não precisa vir logo de imediato. Então o fato de vocês cumprirem as aulas,
estudarem, terem uma recompensa, passarem de ano, de semestre, tudo isso motiva.
Então cognitivamente ativa o córtex pré-frontal, que faz parte da circuitária da via
mesolímbica e me dá a capacidade de perceber que eu estou conseguindo cumprir as
minhas metas, e isso me motiva, isso me gera um prazer a longo prazo, isso é o que nos
mantém alegres, ativos, motivados.
Ele nos permite viver em estado de busca, busca pelo prazer. Se nós tivermos uma
desregulação no núcleo accumbens, por exemplo se nós tivermos uma inibição da
dopamina, a gente vai ativar a área da frustração, vamos ativar uma área não desejável. A
habenula em condições normais regula a via mesolímbica, porque ninguém vive em estado
de euforia constante, ativando a área septal, estado de êxtase constante e ninguém vive o
tempo todo achando que tudo é maravilhoso, a gente sempre tem momentos de
frustrações.
Então a habenula tem a função de regular os níveis de dopamina nos neurônios da
via mesolímbica, quando você não consegue algo, por exemplo passar em um concurso,
nesse momento a habenula é ativada, e gera frustração por alguns dias. Mas depois você
ativa a via mesolímbica, o córtex pré-frontal vai me fazer racionalizar, e quem dá a
capacidade de me motivar é o núcleo accumbens. Agora se a gente mantém essa
desmotivação a longo prazo, você não consegue ativar a via dopaminérgica novamente,
você vai ficar triste, frustrado a longo prazo. Podendo gerar uma ativação, uma
excitabilidade da amigdala, gerando medo e insegurança. A amigdala participa também do
processamento do medo, por isso que ela participa da maioria das conexões do sistema
límbico, você acha que não é capaz, e você se desmotiva, você fica em estado de tristeza
podendo entrar em um estágio de depressão.
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A habenula é uma das estruturas que pode


ser ativada e hiperexcitada nos quadros de
depressão, ou seja, ela inibe a via dopaminérgica e
ela fica em estado de ativação. As área que são mais
ativadas em depressão são a habenula, e o córtex
cingular anterior, o terço anterior do giro do
cíngulo, que muitas pesquisas já mostram que
quadros de depressão severa ativam essa região. Ativam no sentido de inibir a inter-
relação com outras áreas da circuitária emocional, e geram processos de desregulação da
via, porque o giro do cíngulo faz parte do lobo límbico, então vai inibir a ativação dessa
região com outras áreas do circuito do sistema límbico.
Então você vai ativar em demasia a habenula, que é a área da frustração e
relacionar isso com o seu estado natural emocional, porque o giro do cíngulo do terço
anterior é ligado as emoções, então você ativa o seu estado emocional para se manter em
estado de tristeza constante, você mantém a habenula e o giro do cíngulo ativados de
forma bem íntima e inibe outras estruturas que poderiam está sendo ativadas pra cortar o
processamento da depressão. E outra coisa importante é que alguns quadros de
transtorno bipolar eles vão ter uma flutuação entre as duas áreas, ou seja, eles vão está
ativando algumas vezes a habenula dependendo do quadro de transtorno, tem pessoas
que ficam o tempo todo mais na fase de mania, que a face de euforia da bipolaridade e tem
pessoas que ficam mais na face de depressão, mas ela flutua entre os dois estados.
Especialmente a área septal, porque a pessoa que tem transtorno bipolar ela
quando fica eufórica, ela fica demais, a gente diz que ela está em estado de mania e quando
ela fica deprimida, ela deprime demais, então ela ativa bastante a habênula, então ela vai
apresentar um transtorno de humor. Então ela tem uma desregulação da via mesolímbica
e uma hiperexcitabilidade da habênula, nos transtornos bipolares.
A amígdala, especialmente, alguns grupos de neurônios na parte inferior e lateral
que a gente chama de basolateral, eles estão ligados a uma reação defensiva e agressiva,
por isso que a amigdala está ligada diretamente ao sistema nervoso simpático e ao
hipotálamo, que faz a regulação do sistema nervoso autômono, por exemplo, na síndrome
korsakov que a pessoa se torna agressiva, pode ter uma reação o tempo todo de alerta,
irritabilidade, porque a amigdala ela está ligada também a raiva. Então muitas vezes a
gente reage em situações (em condições normais) de forma desproporcional em uma
situação que não nos agrada, porque a gente ativou esse grupo basolateral da amigdala
então temos uma reação ou estresse profundo. Alguém disse algo que eu não gostei então
em vez de eu racionalizar aquela reação minha, ativo o sistema nervoso simpático e armo
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até os dentes e reajo de forma agressiva, eu enfrento, tendo uma reação de agressividade e
raiva.
Já se eu ativar o grupo de neurônios mais centromediais da parte mais central da
amigdala eu estou relacionando mais ao processamento do medo, só mais um detalhe: os
circuitos do sistema nervoso límbico, a maioria perpassa pela amigdala porque ela está
ligada também ao reconhecimento das expressões de um modo geral da alegria, das
emoções e do medo. Então todos as reações que a gente tem respostas diante de algo que
nos provoca alguma reação seja ela de alegria, de tristeza e de emoção, qualquer circuito
que envolva as emoções vai ativar a amigdala também, por isso que cerca de 19 circuitos
do sistema límbico estão sendo processados pela amigdala uma grande parte passa por
ela, mesmo que eu não ative reações agressivas de medo e insegurança, mas o
processamento em si das emoções ele vai perpassar pela amigdála, ela é a principal
estrutura do sistema límbico.
Então a amigdala é extremamente ativada e só outra questão importante
relacionada é a questão de redução da sensibilidade das áreas de recompensa, devido ao
uso de drogas de abuso, gerando dependência química e sobre a ansiedade, quando a
gente tem uma ansiedade temos um transtorno chamado transtorno de ansiedade
generalizado, porque muitos de nós somos ansiosos por natureza isso é normal, temos que
tentar controlar a ansiedade porque as vezes ela nos angustia e nos faz mal, mas tem
pessoas que tem nível de ansiedade muito alta, principalmente pessoas que tiveram
alguma problema na família, ou que estão passando por algum problema grave, ou de
saúde, ou traumático ( viu alguém sendo assassinado, por exemplo), alguma coisa que
marcou muito ela pode gerar T A G, nesse transtorno você aumenta muito os níveis de
cortisol, que é extremamente liberado e aumentado em níveis de estresse máximo ou em
situações de estresse do cotidiano, por conta de uma lesão na pele ou alguma outra lesão,
ou se eu tiver com um processo inflamatório ele é liberado, porque é um anti-inflamatório
natural e ele atua também no reparo celular, mas ele também é liberado em grandes
quantidades nos níveis de estresse máximo.
Cortisol em altas quantidades ele pode gerar uma disfunção e morte de neurônios
hipocampais e ele gera também uma hiperreatividade da amigdala, ou seja se a gente
passa por um fator traumático, por exemplo quem é violentado, ou é vítima de alguma
agressão, assalto, sequestro relâmpago e quem tem um alto nível de estresse, tem pessoas
que paralisam sua vida por um tempo não conseguem nem sair de casa, porque ela tem
medo de acontecer de novo, ela ativa a parte visceral do sistema nervoso simpático, ela
fica em constante estresse e ativa a parte basolateral da amigdala e o grupo central
também, ou seja ela ativa uma reação de irritabilidade, muitas vezes agressiva e com
medo, devido a ativação da parte central da amídala , então ela ativa uma parte importante
por estar hiperexcitada, hiperreativa e essa diminuição do hipocampo ela está ligada por
exemplo a alguns fenômenos principalmente em situações pós-traumáticas em que alguns
fleches daquela situação que gerou aquele trauma importante eles podem ser esquecidos
ou não serem retomados constantemente no sentido de preservação inicialmente, porque
as vezes você passou por um trauma tão grande que não quer lembrar ou realmente não
lembra não consegue relatar passo a passo porque você esquece parte daquela história
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muito traumática, dessa forma você gera uma diminuição dessa capacidade de retenção
daquela informação e isso ao longo prazo com os níveis elevados de cortisol pode gerar
uma degeneração de neurônios hipocampais onde você pode ter uma perda de memória,
pode ter lapsos e amnésias. Isso ocorre muito no transtorno de ansiedade ao longo prazo,
não é uma ansiedade momentânea é a longo prazo por fatores mais graves.
Outra coisa importante são algumas estruturas relacionadas aos núcleos da base e
sistema límbico, entre eles: núcleo accumbens, que é um núcleo da base ligado ao sistema
límbico e corpo amigdalóide ou amigdala. Temos outras estruturas no núcleo da base,
esses núcleos são massas de substâncias cinzentas localizadas na base do telencéfalo e que
vão ter funções de um modo geral no controle do tônus, da postura e também no controle
do movimento voluntário eles são de um modo geral, porque iremos ver que alguns
núcleos da base são mais particularmente ligadas a outros aspectos como por exemplo ao
sistema límbico, ligados ao planejamento dos movimentos e a realização de movimentos
automáticos, inclusive a gente viu aquela memória de procedimento que é a memória não
declarativa que está relacionada aqueles movimentos automáticos que a gente faz sem
necessariamente chegar ao nível de consciência que vai ativar os núcleos da base.
Então temos o núcleo caudado ele tem função importante na aprendizagem, na
memória especialmente na memória motora o núcleo caudado junto com o núcleo
lentiforme que é o globo pálido e o putâmen formam o corpo estriado dorsal eles estão
ligados diretamente ao planejamento motor especialmente o planejamento motor uma vez
que o movimento já tenha sido iniciado nesse corte axial nós temos a cabeça do núcleo
caudado, a calda do núcleo caudado, mais lateralmente o núcleo lentiforme( globo pálido +
putâmen)" e também vamos observar que o
corpo estriado dorsal ele está relacionado a
execução automática de problemas motores,
ou seja quando a gente anda eu não preciso
lembrar mais o que eu tenho que fazer para
andar quais são as respostas automáticas
que eu tenho, então já é uma resposta
automática um planejamento automático do
corpo estriado dorsal (Núcleo caudado +
Núcleo lentiforme).
Eles estão envolvidos nessa memória de procedimento diretamente, memória
motora e eles estão relacionado ao planejamento motor e ao controle de movimento
depois que o córtex motor e as áreas de controle motor superior já são ativadas, ou seja o
córtex motor, a área pré motora e motora suplementar, então depois que o movimento é
ativado pelo córtex cerebral ele é direcionado para a base da pirâmide (aquela que eu já
tinha mostrado) cerebelo e núcleos da base ele é direcionado para esses núcleos em
especial que tem uma função de participar do planejamento motor uma vez já tendo sido
iniciado, com o intuito de aprendizado motor, depois que essa ativação é direcionada para
os núcleos da base nós temos informações que retornam ao córtex motor para permitir
aprendizagem motora.
Uma coisa importante é que nós temos também é o cláustro ele não tem uma
função só dele ou ele não é incluído em uma parte como núcleo lentiforme ou corpo
estriado dorsal ou necessariamente ao ventral, mas ele também é ligado ao planejamento
motor e outra estrutura importante é o núcleo subtalamico, é a estrutura principal do
subtálamo, fica abaixo do tálamo, ele também é conhecido como núcleo basal de Meynert,
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está ligado a memória também motora e a inter-relação com estruturas psíquicas


superiores está ligada inclusive com a formação da memória operacional que é
desenvolvida no córtex pré frontal que está ligado a responsabilidade na execução da
tarefa e o núcleo subtalamico ele é ativado nessa memória junto com o córtex pré frontal
para a ativação motora para o desenvolvimento do movimento e da memória , geralmente
movimentos que eu já aprendi que eu sei que são muito importantes e que exigem um
grau de controle emocional muito grande, então eu ativo o núcleo subtalamico e permite a
realização daquele movimento e ele se relaciona de uma forma muito intima com o córtex
pré frontal que dá responsabilidade a ação e o núcleo permite a realização daquela ação
então automaticamente eu tenho que fazer aquilo ali e tenho que impor um grau de
controle emocional, por isso que por ele estabelecer uma relação com o sistema límbico e
com o córtex cerebral.

ALZHEIMER

Ele é uma das estruturas também afetadas


no Alzheimer tanto na identificação desse
desenvolvimento de ações automáticas que exigem
um grau de responsabilidade, como também em
relação mesmo a ativação das ações automáticas
que vão ser afetados, mas só a longo prazo, nós
vimos que os movimentos automáticos e que a
memória de procedimentos é a última a ser perdida
no Alzheimer, então ele vai perdendo a região no
lobo temporo-parietal, a área do hipocampo, do giro para-hipocampal e em último estado
vai perdendo todo o lobo frontal incluindo os núcleos da base no planejamento motor e o
mais afetado é o núcleo subtalamico.
Elas não atuam fazendo essa remoção e as proteínas começam a se acumular, são
chamadas de proteínas beta-amiloides (também chamada de proteína TAU), que quando
se acumulam geram placas senis no sistema nervoso. Essas placas, vão dificultar a
transmissão normal do impulso e vão gerando uma degeneração de neurônios no
Alzheimer. E outra estrutura afetada no Alzheimer, que é ativada por neurônios
colinérgicos, é o núcleo subtalamico, só
que esse núcleo também pode ser
afetado em lesões individualizadas.
Quando ele é afetado individualmente
ele gera o que chamamos de
hemibalismo, que é um movimento
estereotipado, anormal, sem que a gente
consiga controlar o surgimento desse
movimento, é um movimento brusco,
rápido, chamado de hemibalismo porque
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afeta metade do corpo.

Outro aspecto importante são lesões individualizadas do globo pálido e putâmen,


se ocorrer uma lesão individualizada do globo pálido terá uma atetose e se for uma
individualizada no putamen terá a coreia. E se for de ambos, que é o núcleo lentiforme
todo, tem a coreoatetose, geralmente no início é a coreia e quando chega mais perto do
alvo, a atetose.
ATETOSE-movimentos lentos, descontrolados, sinuosos e considerados
vermiformes. Não consegue concretizar o movimento, que seria pegar o objeto. Pode
ocorrer em alguns lugares do corpo, como na língua (impedindo a concretização da fala),
na face, no pescoço e principalmente nas extremidades das mãos (alterna entre
hiperflexão e hiperextensão do punho). É muito comum em pacientes que tem uma
paralisia cerebral chamada de discinética, que atinge o globo pálido, especialmente
naqueles casos em que tem uma hiperbilirrubinemia, excesso de bilirrubina no sangue,
que gera o que chamamos de icterícia.
COREIA-que é conhecida por um movimento que lembra a dança espanhola, é um
movimento mais rápido e descontrolado, e bem próximo da hora de pegar o objeto fecha a
mão, ou seja, não consegue concretizar o movimento.
Corpo estriado dorsal = núcleo caudado + núcleo lentiforme
Corpo estriado ventral= núcleo subtalamico e núcleo accumbens.
Além dessas estruturas que são parte do núcleo da base, tem também a substância
negra, que está relacionada diretamente ao mesencéfalo, está logo atrás do pedúnculo
cerebral. É uma das áreas que concentra a maior quantidade de dopamina do encéfalo
humano, a dopamina é um neurotransmissor importantíssimo no sistema de recompensa
do cérebro humano. Observa-se a conexão de pessoas com Parkinson possuírem quadros
de depressão, pois tem uma lesão provocada no parkinsonismo que causa a degeneração
dos neurônios presentes na substância negra.
Posteriormente à substância negra tem o núcleo rubro ou núcleo vermelho, alguns
autores relacionam esse núcleo como possível núcleo da base, sabe-se que ele tem uma
participação importante na via extrapiramidal.
O núcleo rubro está no mesencéfalo e tem uma participação importante no
controle dos movimentos delicados, ou seja, nos movimentos que dependem de uma
habilidade maior nas extremidades (nos músculos distais dos membros). Ele está ligado
diretamente ao neurônio motor inferior lá no polo anterior da medula espinhal. Possuí um
trato rubro-espinhal que vai do núcleo rubro para a medula e da medula para o músculo.
Esse núcleo tem essa ligação com movimentos delicados, pois ele permite inclusive a
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ativação de forma sequenciada grupos de músculos específicos para realização de


movimentos finos que dependem de uma habilidade motora delicada.
A substância negra ela concentra a maior quantidade de dopamina do cérebro em
neurônios dopaminérgicos que em condições anormais eles vão sofrer um processo de
degeneração desses neurônios no parkinsonismo. Possuímos duas situações do Parkinson,
a doença e a síndrome parkinsoniana. Isso esta relacionado diretamente a origem das
manifestações clinicas.
Quando falamos que o paciente tem doença de Parkinson é quando ele não tinha
nenhuma outra doença preexistente e ele passa a ter sinais do Parkinson, ou seja, é uma
patologia de origem primária. O Parkinson é muito frequentemente ligado a pessoas mais
velhas com mais de 60 anos, mas não quer dizer que pessoas mais jovens não possam ser
afetadas, ela também são. Em geral o Parkinson ainda não tem uma causa muito definida,
alguns autores indicam uma possível relação genética, não necessariamente hereditária e
outros atribuem a possíveis processos traumáticos, exemplo boxeadores ou um alto nível
de estresse, mas nada ainda definido. É considerada uma doença de origem idiopática, pois
não tem causa definida. Na síndrome parkinsoniana é quando tem uma outra doença
preexistente e essa doença desencadeia como consequência o Parkinson.
Por exemplo, o paciente tem Alzheimer, ele já tem uma doença degenerativa
progressiva do tecido nervoso e em consequência dessa doença preexistente ele
desenvolve o Parkinson. Nós vamos observar que o Parkinson tem uma tríade
característica que é:
 TREMOR DE REPOUSO
 RIGIDEZ MUSCULAR
 BRADICINESIA/OLIGOCINESIA: poucos movimentos (o paciente com Parkinson
tem uma diminuição da quantidade de movimentos). Além disso, uma lentidão de
movimentos. Juntando os dois o paciente vai ter uma diminuição da amplitude de
movimento (ADM).

Devido à restrição de movimento e rigidez muscular ele apresenta uma postura


característica “simiesca” que é uma postura arqueada com o curvamento do tronco onde
ele anda em bloco, ou seja, ele não dissocia a cintura e nem oscila os membros. Os
membros superiores ficam junto ao corpo e todas as articulações ficam semiflexionadas
tanto do membro superior como do membro inferior, além disso, a cabeça fica levemente
anteriorizada. Como ele não consegue fazer um movimento amplo para passar o pé, ele
anda arrastando os pés dando passos curtos e arrastados. Possui também dificuldade de
virar e de iniciar o movimento. No inicio ele vai um pouco acelerado (aceleração anterior).
Tem dificuldade também de parar, quando ele quer parar ele tende a jogar o corpo para
trás (aceleração posterior). Quando ele para, visto que ele tem dificuldade de reiniciar o
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movimento ele tem o que chamamos de “congelamento”, causando uma grande dificuldade
retornar o movimento. A marcha parkinsoniana é uma marcha característica.
Oligocinesia é a redução da quantidade de movimentos e a lentidão dos
movimentos.
Outro aspecto importante é a face em máscara, os músculos da face no
parkinsoniano são rígidos, o que gera uma face inexpressiva, não conseguindo transmitir
através dela quando está alegre ou triste, isso ocorre quando a doença já está bem
avançada. Outro aspecto importante é que devido a essa diminuição da amplitude dos
movimentos em tudo, o paciente tem dificuldades e passa a andar com o passo arrastado,
não consegue levar o copo à boca ou se mexer como deseja. Ao pedir para o paciente
escrever, nota-se a tendência de diminuição da letra, pois ele não consegue manter uma
amplitude de movimento, tal movimento torna-se limitado, isso é chamado micrografia. Há
também alterações nas AVD’s-Atividades de Vida Diárias, à medida que a doença avança o
paciente não tem mais condições de se vestir só, de se alimentar, de tomar banho,
começando a ter total dependência.
Outra questão é o tremor em repouso, que, geralmente, é o primeiro sinal nas
pessoas mais velhas que desenvolvem o Parkinson e muitas vezes é confundido com o
tremor do envelhecimento. Os idosos podem apresentar um tremor, pois na velhice há
redução do controle motor e às vezes confunde-se com o tremor do Parkinson. O tremor
dessa doença é lateral e assimétrico, pois é mais forte de um lado do que do outro, é
semelhante a contar dinheiro, uma mão treme mais e a outra menos. Esse aspecto pode
ocorrer também nos membros inferiores, chegando de 3 a 4 oscilações por segundo. Tal
tremor é característico de repouso, diferente dos tremores de movimento que já são por
conta de lesões no cerebelo.
À medida que a doença avança, observa-se aquilo que antes era uma bradicinesia,
ou seja, uma diminuição dos movimentos, uma lentidão dos movimentos, vai se tornando
uma acinesia, ou seja, uma ausência de movimentos, perder o controle dos movimentos,
tornando o paciente muito dependente nas suas AVD's e com o passar do tempo fica
acamado no leito. Esse comprometimento da rigidez muscular também atinge a
musculatura respiratória, a musculatura do abdômen. A musculatura abdominal é que nos
permite tossir para expectorar e a musculatura respiratória nos permite o controle da
respiração espontânea.
À medida que o paciente vai avançando na doença ele vai ter a necessidade de usar
ventiladores mecânico/artificiais, visto que ele não consegue mais manter a respiração
espontânea. Pelo fato do paciente não se movimentar, vai fazendo com que a secreção, ou
seja, o muco que produzimos diariamente se acumule afetando assim a deglutição.
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Exatamente por comprometer a deglutição o paciente apresenta muitas vezes Sialorreia,


ele não deglute e a língua fica sem mobilidade causando o aumento de saliva na boca e
consequentemente o escorrimento. Vamos observar que ele tende a reter essa secreção e
tem ela mantida por muito tempo nos pulmões e vias aéreas, causando infecções
pulmonares e respiratórias, o que aumenta o risco de óbito desse paciente. Eles acumulam
a secreção e não conseguem tossir, pois não possuem esse controle, visto que quem
controla é a musculatura abdominal.
Então o paciente tem que estar mudando de decúbito/posição para favorecer a
redução das escaras, das feridas, também mobilizar essa secreção e principalmente o
suporte respiratório, pois a falta de controle respiratório leva o paciente a uma
insuficiência respiratória.
Geralmente esses pacientes com Parkinson em longo prazo eles vão morrer devido
a problemas respiratórios. Exemplo: quadros de pneumonias e também por insuficiência
respiratória.
Para finalizar nós temos dois tipos de rigidez:
 RIGIDEZ EM CANO DE CHUMBO  é uma rigidez constante. É a medida que a
doença está avançada.
 RIGIDEZ EM RODA DENTEADE  é uma rigidez intermitente em movimentos
de rigidez e relaxamento. Geralmente ocorre no inicio da doença. Ex: ora o
musculo fica rígido e ora fica estabiliza e ora relaxa, ou seja, vai intercalando.
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