Desenho Técnico: Curso de Formação de Inspetor de Equipamentos

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DESENHO TÉCNICO

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS


TREINAEND – Excelência em cursos industriais a distância

Organização de textos do Professor Rafael César Buriche de Oliveira


Este curso foi desenvolvido pela TREINAEND obedecendo a portaria 349/2009 do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior / Inmetro - Governo
Federal.

A TREINAEND promove cursos que visam o aperfeiçoamento do profissional da


indústria.
Prezado(a) estudante,

Você que está aqui estudando para se tornar um(a) Inspetor(a) de Equipamentos,
como imagina ser uma grande indústria? Você vê grandes equipamentos e máquinas?
É claro que sim. A tecnologia é parte fundamental de qualquer indústria. O(A)
técnico(a) de Inspeção de Equipamentos é o(a) responsável por garantir a
continuidade, segurança operacional e integridade estrutural dos equipamentos e
instalações das indústrias onde atua.

Este(a) técnico(a) é o(a) responsável pela integridade estrutural e segurança


operacional dos diversos sistemas de uma indústria, tais como dutos, vasos, torres,
reatores, trocadores de calor, caldeiras e demais equipamentos nos mais diversos
tipos de instalações on ou off-shore. Também são atribuições deste(a) profissional a
execução ou testemunho de ensaios destrutivos, não destrutivos e metalográficos,
testes de pressão, calibração de instrumentos de inspeção, de cálculo de taxa de
corrosão e definição da vida residual dos sistemas.

Esta apostila faz parte do seu programa de estudos. Nela você vai adquirir
conhecimentos importantes na sua preparação profissional. Lembre-se o quanto é
importante a profissão de Inspetor(a) de Equipamentos, esta lembrança sempre será
incentivo ao seu estudo. Nosso maior tesouro é a educação, ela é a garantia de um
futuro honroso e promissor.

Desejamos a você um excelente aprendizado!

Treinaend
Excelência em cursos industriais a distância
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
MÓDULO DE CONHECIMENTOS BÁSICOS
DISCIPLINA: DESENHO TÉCNICO

1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DESENHO TÉCNICO

1.1 Definição de Desenho Técnico


O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a
representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes
necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da
arquitetura.
Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações
escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como
linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura.
Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a
interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exigem treinamento específico,
porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas
espaciais.

A Figura 1.1 está exemplificando a representação de forma espacial por meio de


figuras planas, donde se pode concluir que:
1. Para os leigos a figura é a representação de três quadrados.
2. Na linguagem gráfica do desenho técnico a figura corresponde à representação de
um determinado cubo.
Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho bidimensional é
possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura
plana.
Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário
enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir
de uma figura plana é chamada visão espacial.

1.2 O que é Visão Espacial


Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de percepção
mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o
sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. Por exemplo, fechando os
olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um determinado
carro, da sua casa etc.
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais,
sem estar vendo fisicamente os objetos. Apesar de a visão espacial ser um dom que
todos têm, algumas pessoas têm mais facilidade para entender as formas espaciais a
partir das figuras planas. A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das
figuras planas pode ser desenvolvidos a partir de exercícios progressivos e
sistematizados.

1.3 A Origem do Desenho Técnico


A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais evoluiu
gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER,
SPRINGER E DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso de planta

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e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano desenhado por


Giuliano de Sangalo no ano de 1490.
No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções de fortificações, o
matemático francês Gaspar Monge, que além de sábio era dotado de extraordinária
habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com
correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço. O sistema criado
por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título “Geometrie Descriptive” é a base
da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico.
No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi necessário
normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa
linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e
viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas.
Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da International Organization for
Standardization – ISSO normalizou a forma de utilização da Geometria Descritiva
como linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura, chamando-a de Desenho
Técnico. Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de
desenhos utilizados pela engenharia incorporando também os desenhos não
projetivos (gráficos, diagramas, fluxogramas etc.).

1.4 O Desenho Técnico e a Engenharia


Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a
viabilização de boas idéias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos,
análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que
representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e
diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos.
Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente
ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser
utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que
podem substituir cálculos complicados.
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o
ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer
modalidade de engenheiro, pois, além do aspecto da linguagem gráfica que permite
que as idéias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho
técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e
de organização.
Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá
depender de uma forma ou de outra, do desenho técnico.

1.5 Tipos de Desenho Técnico


O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:
• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou
mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas.
• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes
dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas etc.
Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas
indústrias e alguns exemplos de utilização são:
• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas indústrias de
processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas,
farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias etc.).
• Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos elétricos,
hidráulicos, elevadores etc.

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• Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte, aterro,


drenagem, pontes, viadutos etc.
• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais, sistemas de
tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de resíduos.
• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.
• Desenvolvimento de produtos industriais.
• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.
• Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto.
Pelos exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é utilizado em
todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura. Como resultado das
especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o desenho projetivo
aparece com vários nomes que correspondem a alguma utilização específica:
• Desenho Mecânico
• Desenho de Máquinas
• Desenho de Estruturas
• Desenho Arquitetônico
• Desenho Elétrico/Eletrônico
• Desenho de Tubulações
Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho
projetivo têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem
suas interpretações sem dificuldades e sem mal-entendidos Os desenhos não-
projetivos são utilizados para representação das diversas formas de gráficos,
diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc.

1.6 Formas de Elaboração e Apresentação do Desenho Técnico


Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por computadores,
pois existem vários softwares que facilitam a elaboração e apresentação de desenhos
técnicos.
Nas áreas de atuação das diversas especialidades de engenharias, os primeiros
desenhos que darão início à viabilização das idéias são desenhos elaborados à mão
livre, chamados de esboços. A partir dos esboços, já utilizando computadores, são
elaborados os desenhos preliminares que correspondem ao estágio intermediário dos
estudos que são chamados de anteprojeto. Finalmente, a partir dos anteprojetos
devidamente modificados e corrigidos são elaborados os desenhos definitivos que
servirão para execução dos estudos feitos.
Os desenhos definitivos são completos, elaborados de acordo com a normalização
envolvida, econtêm todas as informações necessárias à execução do projeto.

1.7 A Padronização dos Desenhos Técnicos


Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário
padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita e
respeitada internacionalmente.
As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em
estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores,
engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas
são acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou
indiretamente, a este setor.
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, fundada em 1940.
Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o
intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela

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normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização


Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO).
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos
os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.
As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT,
registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial) como normas brasileiras - NBR e estão em consonância com as
normas internacionais aprovadas pela ISO.

1.8 Normas da ABNT


A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os
procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que
abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO
TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS
DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem como em normas
específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes:
• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os
termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto
aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao grau
de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de
pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução
(À mão livre ou utilizando computador)
• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é
padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e
definir seu lay-out com suas respectivas margens e legenda.

As folhas podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal,
conforme mostra a Figura 1.2.
Os tamanhos das folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser
executado no menor formato possível, desde que não comprometa a sua
interpretação.
Tabela 1: Os Formatos da série “A” seguem as seguintes dimensões em milímetros:

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Os formatos da série “A” têm como base o formato A0, cujas dimensões guardam
entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal (841
2 =1189), e que corresponde a um retângulo de área igual a 1 m2.
Havendo necessidade de utilizar formatos fora dos padrões mostrados na tabela 1, é
recomendada a utilização de folhas com dimensões de comprimentos ou larguras
correspondentes a múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões.
A legenda deve conter todos os dados para identificação do desenho (número, origem,
título, executor etc.) e sempre estará situada no canto inferior direito da folha,
conforme mostra a Figura 1.2.
• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que
normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o
espaço para desenho etc. Como regra geral deve-se organizar os desenhos
distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da
legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem
inferior.
• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a
forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a
fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4.
• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS
TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na
clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as
características de escrita em desenhos técnicos.
Neste livro, além das normas citadas acima, como exemplos, os assuntos abordados
nos capítulos seguintes estarão em consonância com as seguintes normas da ABNT:
• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS –
LARGURAS DAS LINHAS
• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO
TÉCNICO
• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS
• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO
• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO
• NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS
TÉCNICOS
• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES
• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM
DESENHO TÉCNICO
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de
atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar:
a NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que
normaliza a execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR
11534, que normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.
Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas vinculadas à
execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.

2. TEORIA DO DESENHO PROJETIVO UTILIZADO PELO DESENHO TÉCNICO

2.1. Definição de Projeção Ortogonal

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Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será feita por
sua projeção sobre um plano. A Figura 2.1 mostra o desenho resultante da projeção
de uma forma retangular sobre um plano de projeção.

Os raios projetantes tangenciam o retângulo e atingem o plano de projeção formando


a projeção resultante.
Como os raios projetantes, em relação ao plano de projeção, são paralelos e
perpendiculares, a projeção resultante representa a forma e a verdadeira grandeza do
retângulo projetado.
Este tipo de projeção é denominado Projeção Ortogonal (do grego ortho = reto + gonal
= ângulo), pois os raios projetantes são perpendiculares ao plano de projeção.
Das projeções ortogonais surgem as seguintes conclusões:
Toda superfície paralela a um plano de projeção se projeta neste plano exatamente na
sua forma e em sua verdadeira grandeza, conforme mostra a Figura 2.2.

A Figura 2.3 mostra que quando a superfície é perpendicular ao plano de projeção, a


projeção resultante é uma linha. As arestas resultantes das interseções de superfícies
são representadas por linhas, conforme mostra a Figura 2.4.

3. COMO UTILIZAR AS PROJEÇÕES ORTOGONAIS

Como os sólidos são constituídos de várias superfícies, as projeções ortogonais são


utilizadas para representar as formas tridimensionais através de figuras planas.
A Figura 2.5 mostra a aplicação das projeções ortogonais na representação das
superfícies que compõem, respectivamente, um cilindro, um paralelepípedo e um

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prisma de base triangular. Pode-se observar que as projeções resultantes são


constituídas de figuras iguais.

Olhando para a Figura 2.6, na qual aparecem somente as projeções resultantes da


Figura 2.5, é impossível identificar as formas espaciais representadas, pois cada uma
das projeções pode corresponder a qualquer um dos três sólidos.

Isto acontece porque a terceira dimensão de cada sólido não está representada pela
projeção ortogonal.
Para fazer aparecer a terceira dimensão é necessário fazer uma segunda projeção
ortogonal olhando os sólidos por outro lado.
A Figura 2.7 mostra os três sólidos anteriores sendo projetados nos planos verticais e
horizontais e fazendo-se, posteriormente, o rebatimento do plano horizontal até a
formação de um único plano na posição vertical.

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Olhando para cada um dos pares de projeções ortogonais, representados na Figura


2.8, e sabendo que eles correspondem, respectivamente, às representações dos três
sólidos vistos por posições diferentes, pode-se obter a partir das figuras planas o
entendimento da forma espacial de cada um dos sólidos representados.

Os desenhos resultantes das projeções nos planos verticais e horizontais resultam na


representação do objeto visto por lados diferentes e as projeções resultantes,
desenhadas em um único plano, conforme mostra a Figura 2.9 (b) representam as três
dimensões do objeto.

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Na projeção feita no plano vertical aparecem o comprimento e a altura do objeto e na


projeção feita no plano horizontal aparecem o comprimento e a largura do mesmo
objeto.
Os desenhos mostrados na Figura 2.9 (b) também correspondem às projeções do
prisma triangular desenhado na Figura 2.10.

Assim sendo, pode-se concluir que duas vistas, apesar de representarem as três
dimensões, podem não ser suficientes para representar a forma do objeto desenhado.
Uma forma mais simples de raciocínio para utilização das projeções ortogonais em
planos perpendiculares entre si é obter as vistas (projeções resultantes) fazendo-se o
rebatimento direto da peça que está sendo desenhada. A Figura 2.11 mostra que,
raciocinando com o rebatimento da peça, pode-se obter o mesmo resultado do
rebatimento do plano horizontal.

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Assim como na Figura 2.9, em que as projeções resultantes não definem a forma da
peça, a Figura 2.12 mostra que as duas vistas (projeções resultantes) obtidas na
Figura 2.11 também podem corresponder a formas espaciais completamente
diferentes. Mais uma vez se conclui que duas vistas, apesar de representarem as três
dimensões do objeto, não garantem a representação da forma da peça.

A representação das formas espaciais é resolvida com a utilização de uma terceira


projeção.
A Figura 2.13 mostra a utilização de um plano lateral para obtenção de uma terceira
projeção, resultando em três vistas da peça por lados diferentes.
A representação das formas espaciais é resolvida com a utilização de uma terceira
projeção.
A Figura 2.13 mostra a utilização de um plano lateral para obtenção de uma terceira
projeção, resultando em três vistas da peça por lados diferentes.

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Para que o desenho resultante se transforme em uma linguagem gráfica, os planos de


projeção horizontal e lateral têm os sentidos de rebatimento convencionados, e
sempre se rebatem sobre o plano vertical.
Mantendo o sentido dos rebatimentos dos planos horizontais e lateral resultará sempre
nas mesmas posições relativas entre as vistas.
O lado da peça que for projetado no plano vertical sempre será considerado como
sendo a frente da peça. Assim sendo, em função dos rebatimentos convencionados, o
lado superior da peça sempre será representado abaixo da vista de frente e o lado
esquerdo da peça aparecerá desenhado à direita da vista de frente.
A manutenção das mesmas posições relativas das vistas permite que a partir dos
desenhos bidimensionais, resultantes das projeções ortogonais, se entenda (visualize)
a forma espacial do objeto representado.
Os desenhos da Figura 2.14 mostram as três vistas das quatro peças que
anteriormente haviam sido representadas por somente duas vistas na Figuras 2.9(b),
2.10 e 2.12. Observe-se que não existe mais indefinição de forma espacial, cada
conjunto de vistas corresponde somente a uma peça.

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É importante considerar que cada vista representa a peça sendo observada de uma
determinada posição. Ou seja, nas projeções ortogonais, apesar de estarmos vendo
desenhos planos (bidimensionais), em cada vista há uma profundidade, não visível,
que determina a forma tridimensional da peça representada.
Para entender a forma da peça representada pelas projeções ortogonais é preciso
exercitar a imaginação e a capacidade de visualização espacial fazendo a associação
das projeções ortogonais feitas por lados diferentes.
Cada superfície que compõe a forma espacial da peça estará representada em cada
uma das três projeções ortogonais, conforme mostra a figura 2.15, onde os planos que
compõem a forma espacial da peça foram identificados com letras e nas projeções
podem-se analisar os rebatimentos de cada um destes planos.

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Observe, na Figura 2.15, que as vistas resultantes são conseqüentes das conclusões
mostradas nas Figuras 2.2, 2.3 e 2.4. Por exemplo, o plano “A”, sendo paralelo ao
plano vertical de projeção, aparece na vista de frente na sua forma e em sua
verdadeira grandeza, enquanto nas vistas superior e lateral, o plano “A” é
representado por uma linha devido à sua perpendicularidade aos respectivos planos
de projeção.

Exercícios Propostos
Visando melhorar o entendimento das projeções ortogonais, nos desenhos abaixo faça
a identificação dos planos que compõem as formas espaciais das peças dadas e
analise seus rebatimentos nas vistas correspondentes.

3.1 Representação de Arestas Ocultas


Como as representações de objetos tridimensionais, por meio de projeções
ortogonais, são feitas por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da forma
espacial do objeto, algumas de suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao
sentido de observação.
Observando a Figura 2.16 vê-se que a superfície “A” está oculta quando a peça é vista
lateralmente (direção 3), enquanto a superfície “B” está oculta quando a peça é vista
por cima (direção 2). Nestes casos, as arestas que estão ocultas em um determinado
sentido de observação são representadas por linhas tracejadas.
As linhas tracejadas são constituídas de pequenos traços de comprimento uniforme,
espaçados de um terço de seu comprimento e levemente mais finas que as linhas
cheias.

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Deve-se procurar evitar o aparecimento de linhas tracejadas, porque a visualização da


forma espacial é muito mais fácil mediante as linhas cheias que representam as
arestas visíveis.
É importante destacar que evitar o aparecimento de linhas tracejadas não significa
omiti-las, pois, em relação ao sentido de observação, as linhas tracejadas são vitais
para compreensão das partes ocultas do objeto.
As linhas tracejadas podem ser evitadas invertendo-se a posição da peça em relação
aos planos de projeção (mudar a posição da vista de frente).
As Figuras 2.17 e 2.18 mostram exemplos da mudança de posição da peça em
relação à vista de frente para evitar linhas tracejadas.

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Exercícios Propostos
Nos desenhos abaixo, faça a identificação dos planos que compõem as formas
espaciais das peças dadas e analise seus rebatimentos nas vistas correspondentes.

3.2 Elaboração de Esboços (DESENHOS À MÃO LIVRE)


Ainda que o objetivo deste livro seja o de ensinar a interpretar a linguagem gráfica do
desenho técnico para os estudantes de engenharia, é muito importante desenvolver a
habilidade de desenhar à mão livre.
A elaboração de esboços, além favorecer a análise gráfica das projeções ortogonais,
ajuda a desenvolver o sentido de proporcionalidade.
Os materiais necessários para elaboração de esboços são: lápis, borracha e papel.
Na elaboração de desenhos à mão livre, ainda que a perfeição dos traços seja
importante, é muito mais importante o rigor das proporções e a correta aplicação das
normas e convenções de representação.
É tendência dos principiantes dedicarem excessiva atenção à perfeição dos traços em
detrimento das outras condições.
Para desenhar à mão livre não é necessário possuir dons especiais, basta dominar os
músculos do pulso e dos dedos e praticar com persistência e coerência que a
habilidade para esboçar será adquirida naturalmente com a prática.
Existem algumas recomendações que devem ser seguidas para facilitar a elaboração
de desenhos à mão livre.

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O antebraço deve estar totalmente apoiado sobre a prancheta. A mão deve segurar o
lápis naturalmente, sem forçar, e também estar apoiada na prancheta.
Deve-se evitar desenhar próximo às beiradas da prancheta, sem o apoio do
antebraço.
O antebraço não estando apoiado acarretará um maior esforço muscular, e, em
conseqüência, imperfeição no desenho.

Os traços verticais, inclinados ou não, são geralmente desenhados de cima para baixo
e os traços horizontais são feitos da esquerda para a direita.

3.3 Traçado de Retas


Para traçar um segmento de reta que une dois pontos, deve-se colocar o lápis em um
dos pontos e manter o olhar sobre o outro ponto (para onde se dirige o traço). Não se
deve acompanhar com a vista o movimento do lápis.
Inicialmente desenha-se uma linha leve para, em seguida, reforçar o traço corrigindo,
eventualmente, a linha traçada.
Não se pode pretender que um segmento reto traçado à mão livre seja absolutamente
reto, sem qualquer sinuosidade. Como já foi destacada, muito mais importante que a
perfeição do traçado é a exatidão e as proporções do desenho.

3.4 Traçado de Arcos


O melhor caminho para desenhar circunferências (arcos) é marcar previamente, sobre
linhas perpendiculares entre si, às distâncias radiais, e a partir daí fazer o traçado do
arco, conforme mostra a Figura 2.20.

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3.5 Traçado das Projeções (VISTAS)


Para desenhar à mão livre as projeções ortogonais de qualquer objeto, é conveniente
seguir as recomendações seguintes:
• Analisar previamente qual a melhor combinação de vistas que representa a peça, de
modo que não apareça ou que apareça o menor número possível de linhas tracejadas.
• Esboçar, com traço muito leve e fino o lugar de cada projeção, observando que as
distâncias entre as vistas devem ser visualmente iguais.
• A escolha da distância entre as vistas é importante porque, vistas excessivamente
próximas ou excessivamente afastadas umas das outras, tiram a clareza e dificultam a
interpretação do desenho.
• Desenhar os detalhes resultantes das projeções ortogonais, trabalhando
simultaneamente nas três vistas.
• Reforçar com traço definitivo (traço contínuo e forte) os contornos de cada vista.
• Com o mesmo traço (contínuo e forte) acentuar em cada vista os detalhes visíveis.
• Desenhar em cada vista, com traço médio, as linhas tracejadas correspondentes às
arestas invisíveis.
• Apagar as linhas de guia feitas no início do desenho.
• Conferir cuidadosamente o desenho resultante.
A Figura 2.21 mostra as sucessivas fases para elaboração de um desenho à mão livre.

Como projeções desenhadas representam uma mesma peça sendo vista por lados
diferentes, o desenho deve resguardar, visualmente, as proporções da peça, deste
modo, os lados que aparecem em mais de uma vista não podem ter tamanhos
diferentes.
Na Figura 2.21, pode-se ver que: as dimensões de largura da peça aparecem nas
vistas lateral e superior, as dimensões de altura aparecem nas vistas de frente e
lateral e as dimensões de comprimento aparecem nas vistas de frente e superior.
Assim sendo, as vistas devem preservar:
• Os mesmos comprimentos nas vistas de frente e superior.
• As mesmas alturas nas vistas de frente e lateral.

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• As mesmas larguras nas vistas laterais e superiores.

Exercícios Propostos
Aplicando as recomendações do item anterior desenhe as três vistas das peças
mostradas abaixo tomando o cuidado para que tenham o menor número de linhas
tracejadas possíveis.

3.6 Representação de Superfícies Inclinadas


A representação de superfícies inclinadas pode ser dividida em dois casos distintos:
1 – Quando a superfície é perpendicular a um dos planos de projeção e inclinada em
relação aosoutros planos de projeção.

A projeção resultante no plano que é perpendicular à superfície inclinada será um


segmento de reta que corresponde à verdadeira grandeza da dimensão representada.
Nos outros dois planos a superfície inclinada mantém a sua forma, mas sofre alteração
da verdadeira grandeza em uma das direções da projeção resultante.
A representação mantendo a forma e a verdadeira grandeza de qualquer superfície
inclinada só será possível se o plano de projeção for paralelo à superfície.
As Figuras 2.23, 2.24 e 2.25 mostram exemplos de representação de peças com
superfícies inclinadas, porém, perpendiculares a um dos planos de projeção.

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2 – Superfícies Inclinadas em Relação aos Três Planos de Projeção


As projeções resultantes nos três planos de projeção manterão a forma da superfície
inclinada, contudo, não corresponderá à sua verdadeira grandeza.

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É importante ressaltar que, mesmo que as projeções resultantes não correspondam à


verdadeira grandeza da superfície representada, seu contorno não sofre alterações,
pois, em todas as vistas, uma determinada linha sempre manterá sua posição primitiva
em relação as outras linhas que contornam a superfície inclinada. As Figuras 2.26 e
2.27 mostram exemplos de representação de superfícies inclinadas em relação aos
três planos de projeção.

Na Figura 2.27 pode-se observar que o paralelismo existente entre as arestas


representadas pelos segmentos de retas [(1,2); (3,4)] e [(1,5); (2,3)] são mantidos nas
três projeções.

Exercícios Resolvidos com Superfícies Inclinadas

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Exercícios Propostos
Desenhar, à mão livre, as três vistas de cada peça dada abaixo.

3.7 Representação de Superfícies Curvas


As Figuras 2.28, 2.29 e 2.30 mostram as projeções ortogonais de superfícies planas,
circulares e paralelas a um dos três planos de projeção.
Observe que no plano paralelo à superfície, a projeção resultante mantém a forma e a
verdadeira grandeza do círculo, enquanto nos outros dois planos a projeção resultante
é um segmento de reta, cujo comprimento corresponde ao diâmetro do círculo.

Se a superfície circular não possuir paralelismo com nenhum dos três planos de
projeção, mas for perpendicular em relação a um deles, as projeções resultantes terão
dimensões em função do ângulo de inclinação da superfície.

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No plano cuja superfície circular é perpendicular, a projeção resultante é um segmento


de reta, cujo comprimento é igual ao diâmetro do círculo. Nos outros planos, a
projeção ortogonal diminui um dos eixos da superfície inclinada e, conseqüentemente,
a figura circular é representada por uma elipse.
Na Figura 2.31(b), além das três vistas, é mostrada uma projeção auxiliar, executada
em um plano de projeção paralelo à superfície inclinada, com a representação da
forma e da verdadeira grandeza da superfície circular, onde foram identificados 12
pontos no contorno do círculo. Na vista de frente, a superfície é representada por um
segmento de reta, cujo comprimento corresponde à verdadeira grandeza do eixo
central AB. O eixo central CD aparece na vista de frente representado por um ponto,
localizado no meio do segmento AB.
Nas vistas superior e laterais o eixo central CD aparece em sua verdadeira grandeza,
enquanto o eixo central AB aparece reduzido, em conseqüência da projeção ortogonal
e da inclinação da superfície.
Todas as cordas (EF, GH, IJ e KL), que são paralelas ao eixo centrais CD, também
aparecem nas suas verdadeiras grandezas nas vistas superior e laterais. A partir das
projeções ortogonais dos planos circulares executa-se com facilidade as projeções
ortogonais de corpos cilíndricos, como mostra a Figura 2.32.

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Como regra para representação, pode-se dizer que, quando não houver arestas, uma
superfície curva gera linha na projeção resultante quando o raio da curva for
perpendicular ao sentido de observação. Se houver interseção da superfície curva
com qualquer outra superfície, haverá aresta resultante e, onde tem interseção tem
canto (aresta) e onde tem canto na peça, tem linha na projeção ortogonal.
A forma cilíndrica é muito comum de ser encontrada como furos. As Figuras 2.33 e
2.34 mostram a representação de peças com furos.

3.8 Linhas de Centro


Nos desenhos em que aparecem as superfícies curvas é utilizado um novo tipo de
linha, composta de traços e pontos que é denominada linha de centro. As linhas de
centro são usadas para indicar os eixos em corpos de rotação e também para
assinalar formas simétricas secundárias.

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As linhas de centro são representadas por traços finos separados por pontos (o
comprimento do traço da linha de centro deve ser de três a quatro vezes maiores que
o traço da linha tracejada). É a partir da linha de centro que se faz a localização de
furos, rasgos e partes cilíndricas existentes nas peças. Os desenhos da Figura 2.35
mostram aplicações das linhas de centro.

Exercícios Resolvidos - com Superfícies Curvas e Linhas de Centro

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3.9 Representação de Arestas Coincidentes


Quando na tomada de vista, em um determinado sentido de observação, ocorrer à
sobreposição de arestas (superfícies coincidentes), representa-se aquela que está
mais próxima do observador.

Da Figura 2.36 pode-se concluir que uma linha cheia, que representa uma superfície
visível, sempre irá se sobrepor a uma linha tracejada, que representa uma superfície
invisível. Ou seja, a linha cheia prevalece sobre a linha tracejada.
As linhas que representam arestas (linha cheia ou linha tracejada) prevalecem sobre
as linhas auxiliares (linha de centro).

Exercícios Resolvidos – com Superfícies Curvas e Arestas Coincidentes

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Exercícios Propostos
Dadas as perspectivas, desenharem as três vistas de cada peça, analisando os
rebatimentos das suas superfícies.

4. SISTEMAS DE PROJEÇÕES ORTOGONAIS

4.1 Ângulos Diedros


A representação de objetos tridimensionais por meio de desenhos bidimensionais,
utilizando projeções ortogonais, foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII. O
sistema de representação criado por Gaspar Monge é denominado Geometria
Descritiva. Considerando os planos verticais e horizontais prolongados além de suas
interseções, como mostra a Figura 3.1, dividiremos o espaço em quatro ângulos
diedros (que tem duas faces). Os quatros ângulos são numerados no sentido anti-
horário, e denominados 1º, 2º, 3º, e 4º Diedros.

Utilizando os princípios da Geometria Descritiva, pode-se, mediante figuras planas,


representar formas espaciais utilizando os rebatimentos de qualquer um dos quatro
diedros.
Entretanto, para viabilizar o desenvolvimento industrial e facilitar o exercício da
engenharia, foi necessário normalizar uma linguagem que, a nível internacional,
simplifica o intercâmbio de informações tecnológicas.

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Assim, a partir dos princípios da Geometria Descritiva, as normas de Desenho Técnico


fixaram a utilização das projeções ortogonais somente pelos 1º e 3º diedros, criando
pelas normas internacionais dois sistemas para representação de peças:
• Sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro
• Sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro
O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada país. Por
exemplo, nos Estados Unidos da América (USA) é mais difundido o uso do 3º diedro;
nos países europeus é mais difundido o uso do 1º diedro. No Brasil é mais utilizado o
1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos USA, da Inglaterra e do Japão, poderão
aparecer desenhos representados no 3º diedro. Como as normas internacionais
convencionaram, para o desenho técnico, o uso dos 1º e 3º diedros é importante à
familiarização com os dois sistemas de representação. A interpretação errônea de um
desenho técnico poderá causar grandes prejuízos.

4.2 Projeções Ortogonais pelo 1º Diedro

As projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio básico que


determina que o objeto a ser representado deva estar entre o observador e o plano de
projeção, conforme mostra a Figura 3.2. A partir daí, considerando o objeto imóvel no
espaço, o observador pode vêlo por seis direções diferentes, obtendo seis vistas da
peça.
Ou seja, aplicando o princípio básico em seis planos circundando a peça, obtemos, de
acordo com as normas internacionais, as vistas principais no 1º diedro.
Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm de ser obtidas em planos
perpendiculares entre si e paralelos dois a dois, formando uma caixa.
A Figura 3.3 mostra a peça circundada pelos seis planos principais, que
posteriormente são rebatidos de modo a se transformarem em um único plano. Cada
face se movimenta 90º em relação à outra.

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A projeção que aparece no plano 1(Plano vertical de origem do 1º diedro) é sempre


chamada de vista de frente.Em relação à posição da vista de frente, aplicando o
princípio básico do 1º diedro, nos outros planos de projeção resultam nas seguintes
vistas:
• Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal do objeto.
• Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto visto por cima.
• Plano 3 – Vista Lateral Esquerda ou Perfil – mostra o objeto visto pelo lado
esquerdo.
• Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.
A padronização dos sentidos de rebatimentos dos planos de projeção garante que no
1º diedro as vistas sempre terão as mesmas posições relativas. Ou seja, os
rebatimentos normalizados para o 1º diedro mantêm, em relação à vista de frente, as
seguintes posições:
• a vista de cima fica em baixo;
• a vista de baixo fica em cima;
• a vista da esquerda fica à direita;
• a vista da direita fica à esquerda.
Talvez o entendimento fique mais simples, raciocinando-se com o tombamento do
objeto. O resultado será o mesmo se for dado ao objeto o mesmo rebatimento dado
aos planos de projeção.
A figura 3.4 mostra o tombamento do objeto. Comparando com o resultado das vistas
resultantes dos rebatimentos dos planos de projeção, pode-se observar:

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• O lado superior do objeto aparece em baixo e o inferior em cima, ambos em relação


à posição frente.
• O lado esquerdo do objeto aparece à direita da posição de frente, enquanto o lado
direito está à esquerda do lado da frente.
A Figura 3.5 mostra o desenho final das seis vistas. Observe que não são colocados
os nomes das vistas, bem como não aparecem às linhas de limite dos planos de
projeções.

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É importante olhar para o desenho sabendo que as vistas, apesar de serem desenhos
bidimensionais, representam o mesmo objeto visto por diversas posições. Com a
consciência de que em cada vista existe uma terceira dimensão escondida pela
projeção ortogonal; partindo da posição definida pela vista de frente e sabendo a
disposição final convencionada para as outras vistas, é possível entender os tombos
(rebatimentos) efetuados no objeto. Outra conseqüência da forma normalizada para
obtenção das vistas principais do 1º diedro é que as vistas são alinhadas
horizontalmente e verticalmente. Para facilitar a elaboração de esboços, como as
distâncias entre as vistas devem ser visualmente iguais, pode-se relacionar as
dimensões do objeto nas diversas vistas, conforme mostra a Figura 3.6.Verticalmente
relacionam se as dimensões de comprimento, horizontalmente relacionam-se as
dimensões de altura e os arcos transferem as dimensões de largura.

Exercício Resolvido

Exercícios Propostos
Ainda que dificilmente ocorra a necessidade de se desenhar todas as vistas principais
de uma peça, é importante fazer os exercícios propostos para desenvolver a
habilidade de raciocinar com os rebatimentos. Procure analisar os rebatimentos de
todas as superfícies que compõem cada peça.

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4.3 Escolha das Vistas


Dificilmente será necessário fazer seis vistas para representar qualquer objeto. Porém,
quaisquer que sejam as vistas utilizadas, as suas posições relativas obedecerão às
disposições definidas pelas vistas principais. Na maioria dos casos, o conjunto
formado pelas vistas de frente, vista superior e uma das vistas laterais é suficiente
para representar, com perfeição, o objeto desenhado. No 1º diedro é mais difundido o
uso da vista lateral esquerda, resultando no conjunto preferencial composto pelas
vistas de frente, superior e lateral esquerda, que também são chamadas,
respectivamente, de elevação, planta e perfil, mostradas na Figura 3.7. Na prática,
devido à simplicidade de forma da maioria das peças que compõem as máquinas e
equipamentos, são utilizados somente duas vistas.

Em alguns casos, com auxílio de símbolos convencionais, é possível definir a forma da


peça desenhada com uma única vista.
Não importa o número de vistas utilizado, o que importa é que o desenho fique claro e
objetivo.

4.4 O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla
interpretação.
O ponto de partida para determinar as vistas necessárias é escolher o lado da peça
que será considerado como frente. Normalmente, considerando a peça em sua
posição de trabalho ou de equilíbrio, toma-se como frente o lado que melhor define a
forma da peça. Quando dois lados definem bem a forma da peça, escolhe-se o de
maior comprimento.
Feita a vista de frente fazem-se tantos rebatimentos quantos forem necessários para
definir a forma da peça. Na Figura 3.8, considerando como frente a direção indicada,
as três vistas preferenciais do 1º diedro são suficientes para representar o objeto.
Observe no conjunto de seis vistas que as outras três vistas, além de apresentarem
partes ocultas, são desnecessárias na definição da forma do objeto.

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Na Figura 3.9, considerando a frente indicada no objeto, o conjunto formado pelas


vistas de frente, superior e lateral direita é o que melhor representa a peça. Na vista
lateral esquerda aparecem linhas tracejadas, que devem ser evitadas.

Quando a vista de frente for uma figura simétrica, conforme mostra a Figura 3.10,
teoricamente poderia utilizar qualquer uma das vistas laterais, porém deve-se utilizar a
vista lateral esquerda para compor o conjunto das vistas preferenciais.

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É preciso ter muito cuidado com a escolha das vistas, porque o uso de vistas
inadequados pode levar as soluções desastrosas. A Figura 3.11 mostra que as duas
vistas escolhidas em 3.11 (a) podem representar qualquer uma das peças mostradas
em 3.11 (b) se considerarmos os sentidos de observação indicados no paralelepípedo.

Ainda que pareça que o problema está resolvido, a solução pode ser enganosa como
é mostrado na Figura 3.12. As duas vistas escolhidas em 3.12 (a) podem corresponder
a qualquer uma das quatro peças mostradas em 3.12 (b).

As vistas precisam ser escolhidas de modo que o desenho defina fielmente a forma da
peça e que, em hipótese nenhuma, dê margem a dupla interpretação.

Exercícios Propostos

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Dadas às perspectivas faça o esboço das três vistas que melhor representam as
peças.
Para desenvolver a visão espacial todo o esforço deve ser concentrado na automação
do raciocínio para os rebatimentos convencionados do 1º diedro. A automação do
raciocínio para os rebatimentos significa que, quando se olha para um conjunto de
vistas deve-se, automaticamente, estar associando (enxergando) a peça, ou as
superfícies que a compõem, em suas diferentes posições. Na maioria das vezes não
se consegue enxergar todos os detalhes da peça, mas é possível analisar
individualmente cada superfície, e entender suas posições espaciais em cada
vista. Visando ajudar o desenvolvimento da visão espacial, os exercícios propostos
devem ser resolvidos seguindo a seguinte metodologia:
1. Considerando a direção indicada, olhando para a perspectiva, faça o desenho da
vista de frente;
2. Não se esqueça que o desenho da vista de frente, apesar de ser bidimensional,
representa uma peça tridimensional e existe uma terceira dimensão que está
escondida pelas projeções ortogonais;
3. Olhando para a vista de frente, mas com o sentimento da forma espacial da peça,
sem olhar para as perspectivas, faça a vista superior.
4. Confira as duas vistas com a perspectiva dada;
5. Também sem olhar para a perspectiva, a partir da vista de frente, desenhe a vista
lateral mais
conveniente.

4.5 Projeções Ortogonais pelo 3º Diedro


Assim como no 1° diedro, qualquer projeção do 3º diedro também segue um princípio
básico. Para fazer qualquer projeção no 3º diedro, o plano de projeção deverá estar
posicionado entre o observador e o objeto, conforme mostra a Figura 3.13. O plano de
projeção precisa ser transparente (como uma placa de vidro) e o observador, por trás
do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o plano. Figura 3.13

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As vistas principais são obtidas em seis planos perpendiculares entre si e paralelos


dois a dois, como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos de modo a
formarem um único plano. A Figura 3.14 mostra os rebatimentos dos planos que
compõem a caixa de vidro, onde cada plano se movimenta 90º em relação ao outro.

Da mesma forma que no 1° diedro, a projeção que é representada no plano 1


corresponde ao lado da frente da peça. Deste modo, considerando o princípio básico e
os rebatimentos dados aos planos de projeção, têm-se as seguintes posições relativas
das vistas:
• Plano 1 – Vista de Frente – mostra a projeção frontal do objeto.
• Plano 2 – Vista Superior – mostra a projeção do objeto visto por cima.
• Plano 3 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.
• Plano 4 – Vista Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.
• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.
• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.
A Figura 3.15 mostra as vistas principais resultantes das projeções na caixa de vidro e
também os tombamentos que devem ser dados à peça para obter o mesmo resultado.

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No 3° diedro as vistas mais utilizadas, que acabam se constituindo nas vistas


preferenciais, são o conjunto formado pelas vistas de frente, superior e lateral direita.
A Figura 3.16 mostra as vistas principais e as vistas preferenciais do 3º diedro.

Exercícios Resolvidos
Analise as projeções das peças abaixo e procure entender os rebatimentos
convencionados para o 3° diedro.

Exercícios Propostos
Tome como vistas de frente as direções indicadas e, analisando cuidadosamente os
rebatimentos, faça o esboço das seis vistas principais de cada peça dada.

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4.6 Comparações entre as Projeções do 1° e do 3° Diedros


Visando facilitar o estudo e o entendimento dos dois sistemas de projeções ortogonais,
normalizados como linguagem gráfica para o desenho técnico, será realçada as
diferenças e as coincidências existentes entre o 1º e o 3º diedros a seguir.

1 - Quanto à vista de Frente


Tanto no 1° como no 3° diedro, deve-se escolher como frente o lado que melhor
representa a forma da peça, respeitando sua posição de trabalho ou de equilíbrio.

2 – Quanto às Posições relativas das vistas


A Figura 3.17 mostra as vistas principais do 1° e do 3° diedros. Para facilitar a
comparação, nos dois casos, a vista de frente corresponde ao mesmo lado do objeto.
Como é mantida a mesma frente, conseqüentemente, todas as outras vistas são
iguais, modificando somente as suas posições relativas.

As figuras 3.18 e 3.19 fazem respectivamente a comparação dos sentidos dos


rebatimentos dos planos de projeções e dos tombamentos do objeto.

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Observe que no 1º diedro, olha-se a peça por um lado e desenha-se o que se está
vendo do outro lado, enquanto no terceiro diedro, o que se está vendo é desenhado no
próprio lado donde se está olhando a peça. Não se pode esquecer que cada projeção
ortogonal representa o objeto em uma determinada posição e, assim sendo, no 1º
diedro qualquer projeção ortogonal corresponde àquilo que é visto pelo outro lado da
projeção que estiver ao seu lado. Da mesma forma, no 3º diedro qualquer projeção
ortogonal corresponde àquilo que é visto na direção da projeção que estiver ao
seu lado. Para facilitar o entendimento das inversões dos rebatimentos, as Figuras
3.20, 3.21 e 3.23 comparam os rebatimentos do 1º e do 3° diedros.

Na Figura 3.23, no 3º diedro, o objeto seria mais bem representado se fosse utilizado
como frente o lado de trás da peça porque eliminaria a linha tracejada na vista lateral
direita. Respeitando a posição de equilíbrio ou a posição de trabalho da peça, tomasse
como frente um lado que defina a forma da peça e que também resulte em um
conjunto de vistas com o menor número possível de arestas ocultas. A Figura 3.24
mostra as vistas principais no 1° e no 3° diedros obtidas a partir da mesma vista de
frente (direção indicada na perspectiva).

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Para utilizar o conjunto de vistas preferenciais e ao mesmo tempo minimizar as linhas


tracejadas é necessário modificar os lados tomados como frente, conforme mostra a
Figura 3.25.

De acordo com as normas internacionais, na execução de desenhos técnicos, pode-se


utilizar tanto o 1º como o 3° diedros. Para facilitar a interpretação do desenho é
recomendado que se faça a indicação do diedro utilizado na representação. A
indicação pode ser feita escrevendo o nome do diedro utilizado, como mostrado na
Figura 3.25 ou utilizando os símbolos da Figura 3.26.

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Exercícios Resolvidos
No desenho seguinte são dados as vistas principais no 1º e no 3º diedros. Analise as
projeções das superfícies que compõem a peça procurando entender os seus
rebatimentos.

Os desenhos seguintes mostram as três vistas que melhor representam a peça


(conjunto de vistas que têm o menor número possível de arestas invisíveis), mantendo
a mesma vista de frente tanto no 1º como no 3º diedros.
Observe que, para manter a mesma vista de frente nos dois diedros, foi necessário
fugir das vistas preferenciais em um deles.

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Para utilizar as vistas preferências e minimizar o aparecimento de linhas tracejadas é


preciso escolher, para cada diedro, o lado da peça que será tomado como frente.

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5. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DESENHOS

5.1 Definição e Pré-Requisitos


Ler um desenho significa entender a forma espacial do objeto representado no
desenho bidimensional resultante das projeções ortogonais. Enquanto o leitor não
conseguir associar, automaticamente, as projeções resultantes com os rebatimentos
dados na peça, haverá dificuldade para visualização mental da forma espacial
representada.
A resolução sistematizada de exercícios irá desenvolver o raciocínio espacial, também
chamado de visão espacial, e naturalmente desenvolver a habilidade na leitura e
interpretação de desenhos técnicos. O principal pré-requisito para fazer a leitura de
desenhos técnicos é estar familiarizado com a disposição das vistas resultantes das
projeções ortogonais associadas aos rebatimentos dados na peça desenhada.

5.2 Princípios Básicos para Leitura de Desenhos


A visualização da forma espacial de um objeto só será possível a partir da associação
das diversas vistas utilizadas na sua representação, e a associação das projeções
ortogonais com os diferentes sentidos de observação da peça permitirá o
entendimento da imagem espacial representada. É muito importante que, ao olhar
para qualquer vista, se tenha em mente que estamos vendo a representação de um
sólido, visto ortogonalmente de uma determinada posição, onde cada linha representa
uma intersecção de superfícies (cada linha representa um canto da peça) e que existe
uma terceira dimensão escondida pela projeção ortogonal. Olhando para a Figura 4.1
e considerando-a como resultado da projeção ortogonal de um determinado objeto,
ainda que não seja possível visualizar a forma espacial do objeto a partir de uma única
vista, pode-se concluir que no desenho estão representadas duas superfícies distintas,
identificadas pelos números 1 e 2. A linha vertical que separa as duas superfícies tanto

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pode representar uma intersecção das superfícies 1 e 2 como pode representar uma
terceira superfície forma espacial do objeto a partir de uma única vista, pode-se
concluir que no desenho estão representadas duas superfícies distintas, identificadas
pelos números 1 e 2. A linha vertical que separa as duas superfícies tanto pode
representar uma intersecção das superfícies 1 e 2 como pode representar uma
terceira superfície perpendicular a 1 e a 2.

As indefinições ocorrem porque estamos olhando para uma única vista, e mais uma
vez se conclui que é impossível visualizar a forma espacial de qualquer objeto
representado a partir de uma única vista. A vista mostrada na Figura 4.1 corresponde
a qualquer um dos sólidos mostrados na Figura 4.2, considerando o sentido de
observação indicado.

É importante olhar para cada vista sabendo que a mesma corresponde à


representação do objeto numa determinada posição, mas o entendimento da forma
espacial só será possível através da associação de duas ou mais vistas. Fazendo a
análise simultânea das duas vistas dadas na Figura 4.3, é possível descobrir
que,neste caso, a linha vertical corresponde à intersecção das superfícies 1 e 2 e que

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o desenho está no 1ºdiedro. Também é possível concluir que a superfície 2 é inclinada


em relação à superfície 1. Analisando as outras superfícies é possível entender que
as projeções dadas correspondem à forma espacial representada na perspectiva.

5.3 Identificação do Diedro Utilizado no Desenho


Apesar das normas internacionais recomendarem que seja indicado nos desenhos o
diedro utilizado na sua elaboração, a maioria dos desenhos técnicos não trazem tal
indicação. Para se fazer a interpretação do desenho e entender a forma espacial
representada, o primeiro passo é identificar qual foi o diedro utilizado na sua
elaboração. Para identificar o diedro utilizado na elaboração do desenho basta analisar
as projeções ortogonais de uma única superfície.
Na Figura 4.4 a superfície “A” é representada por uma linha cheia na vista 2. Assim
sendo, podese concluir que, em relação à vista 1, a vista 2 corresponde à peça sendo
olhada por cima.Como a vista superior (2) está localizada embaixo da vista de frente
(1), o desenho foi elaborado segundo as regras do 1º diedro. Estando o desenho no 1º
diedro, a vista 3 é a vista lateral esquerda.Figura 4.4 .Como a superfície “B” está
representada por uma linha cheia na vista 3, comprova-se que, em relação à posição
da vista 1, a vista 3 corresponde à peça sendo olhada pela esquerda.

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Na Figura 4.5, como a superfície “A” é representada por uma linha tracejada na vista
2, em relação à posição da vista 1, a vista 2 corresponde à vista lateral direita.
Considerando 1 como vista de frente, e estando a vista lateral direita à sua direita,
pode-se concluir que o desenho está no 3º diedro.

Na Figura 4.6, como a superfície “B” está representada por uma linha cheia na vista 2,
significa que a vista 2 foi obtida olhando a peça na posição 1 pelo lado direito.
Considerando 1 como vista de frente, pode-se concluir que o desenho está no 1°
diedro porque a vista lateral direita está à esquerda da vista de frente.

Na Figura 4.7, como a superfície “A” está representada por uma linha cheia em 2,
pode-se concluir que a vista 2 foi obtida olhando a peça por cima em relação à posição
1. Estando a vista superior em cima, em relação à posição 1, pode-se concluir que o
desenho está no 3ºdiedro.

Exercícios Propostos
Dadas às projeções ortogonais, identifique os diedros utilizados nos desenhos.

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5.4 Leitura de Desenhos


A identificação do diedro utilizado permite a identificação dos sentidos dos
rebatimentos utilizados na obtenção do conjunto de vistas do desenho. Conhecendo-
se os rebatimentos é possível associar as projeções ortogonais com os sentidos de
observação e entender a forma espacial da peça desenhada. A visualização da forma
espacial dependerá da capacidade individual de cada um para interpretar e associar
as projeções ortogonais aos rebatimentos dados na peça. Porém, dependendo da
complexidade da peça, a maioria das pessoas não consegue, mentalmente, visualizar
integralmente todos os detalhes que constituem a forma espacial representada nas
projeções ortogonais.
A dificuldade de visualização integral da forma espacial pode ser superada fazendo-se
o estudo parcial das projeções ortogonais analisando separadamente cada superfície
do objeto. A imagem integral da forma espacial, representada nas projeções
ortogonais, será obtida a partir do somatório da forma espacial de cada superfície que
compõe a peça desenhada. Para ler um desenho com facilidade o leitor deverá
interpretar, em cada vista, o que representa cada linha das projeções ortogonais. Na
interpretação das linhas que compõem cada vista do desenho, o esforço mental para
visualização da forma espacial será tanto menor quanto maior for à intimidade com os
rebatimentos normalizados para cada diedro. O posicionamento espacial de cada
superfície que compõe a peça resultará no entendimento integral da forma espacial da
peça.

5.5 Leitura de Desenhos Mediante a Construção de Modelos


Um método utilizado para entender as formas espaciais das superfícies que compõem
uma peça representada por suas projeções ortogonais é construir um modelo em
qualquer material macio e fácil de cortar. (Normalmente utiliza-se massa de modelar
ou uma barra de sabão para fazer a modelagem) A modelagem pode ser executada a
partir de um bloco onde são feitos cortes sucessivos ou pela justaposição de
diferentes sólidos geométricos. Na figura 4.8, analisando a linha “A”, pode-se concluir
que 2 é uma vista superior em relação à posição 1 e que o desenho está no 1º diedro.

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Sabendo a relação de posição das duas vistas, vista de frente e vista superior, pode-
se fazer a modelagem da peça. Como a peça é retangular, para fazer a modelagem a
partir de cortes sucessivos, o primeiro passo é modelar um paralelepípedo
proporcional às suas dimensões, conforme mostra o passo 1 da Figura 4.9.
Olhando para a vista 1, pode-se concluir pela necessidade de um corte inclinado no
paralelepípedo, conforme mostra o passo 2 da Figura 4.9.Fazendo, no modelo obtido,
o corte definido na vista superior (vista 2) obtém-se a forma espacial da peça
desenhada, conforme mostra o passo 3 da Figura 4.9. A Figura 4.10 mostra a
modelagem a partir da justaposição de sólidos geométricos simples para obtenção da
forma espacial da peça. Observando as projeções ortogonais, pode-se concluir que a
forma espacial da peça poderá ser composta pela justaposição de três
paralelepípedos.

A Figura 4.10 mostra a modelagem a partir da justaposição de sólidos geométricos


simples para obtenção da forma espacial da peça. Observando as projeções
ortogonais, pode-se concluir que a forma espacial da peça poderá ser composta pela
justaposição de três paralelepípedos.

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5.6 Leitura Utilizando o Esboço em Perspectiva


A dificuldade de visualização da forma espacial pode ser amenizada por uma
elaboração do esboço em perspectiva da peça representada pelas projeções
ortogonais. Um dos procedimentos para leitura do desenho através do esboço em
perspectiva é semelhante à modelagem a partir de um bloco com cortes sucessivos.
Desenha-se inicialmente a perspectiva de um paralelepípedo que contenha as
dimensões de comprimento, largura e profundidade da peça, fazendo a localização
nas faces do paralelepípedo dos sentidos de observação que foram utilizados na
obtenção das projeções ortogonais. Comparando os sentidos de observação,
marcados nas faces do paralelepípedo, com as respectivas projeções ortogonais, vai-
se esboçando em perspectiva os detalhes definidos em cada vista do desenho.
Analisando as vistas da Figura 4.11, pode-se concluir que o desenho está no 1°
diedro, pois, em relação à vista 1, a vista 2 foi obtida olhando a peça pelo lado
esquerdo (a vista lateral esquerda2 está à direita da vista de frente1).

Para facilitar o estudo da forma espacial da peça deve-se procurar identificar as


posições das vistas nas faces do paralelepípedo, como mostrado na Figura 4.12.

Olhando para a vista de frente (vista 1) pode-se concluir, com facilidade, pela retirada
do pedaço do paralelepípedo mostrado na Figura 4.13 (a).

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Olhando para a vista lateral esquerda (vista 2), também com facilidade, pode-se
concluir pela retirada de mais um pedaço do paralelepípedo, conforme mostra a Figura
4.13 (b).

Comparando as vistas dadas com a forma espacial já obtida, pode se concluir pelo
corte final, mostrado na Figura 4.13 (c), e, finalmente chegar na peça representada na
figura 4.13

Como foram utilizadas somente duas vistas, existem outras formas espaciais que
também correspondem às projeções ortogonais dadas. A utilização dos esboços em
perspectiva facilita a visualização da forma espacial porque permite que o
entendimento da forma espacial de parte da peça seja anotado e somado
sucessivamente até o aparecimento da forma espacial total.
Pela análise das projeções ortogonais, é possível identificar gradativamente formas
geométricas simples que compõem a forma espacial da peça, as quais
sucessivamente foram subtraídas do paralelepípedo de referência, para a obtenção do
esboço em perspectiva conforme mostrou a Figura 4.13. Outro procedimento para
elaboração dos esboços em perspectiva para facilitar a visualização da forma espacial
representada em projeções ortogonais é, considerando os sentidos de observação,
desenhar nas respectivas faces dos paralelepípedos as vistas correspondentes.
Analisando as projeções ortogonais da Figura 4.14, verifica-se que o desenho está no
primeiro diedro porque a vista 2 é uma vista superior em relação à posição da vista 1.

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Na Figura 4.15 tem-se:


• No Passo 1: o paralelepípedo de referência com as indicações dos sentidos de
observação utilizados na elaboração das projeções ortogonais.
• No Passo 2: as vistas desenhadas nas respectivas faces do paralelepípedo.
• No Passo 3: a associação das linhas as vistas de frente e superior, definindo-se, no
paralelepípedo, a forma espacial da peça. Figura 4.15

A figura tridimensional mostrada no Passo 4 da Figura 4.15 corresponde às projeções


ortogonais dadas e, assim, novamente ficou comprovado que a utilização dos esboços
em perspectiva facilita a visualização da forma espacial representada nas projeções
ortogonais.
É importante destacar que na elaboração dos esboços em perspectiva, para ajudar no
entendimento da forma espacial representada nas projeções ortogonais, é possível
utilizar os dois procedimentos mostrados nas Figuras 4.13 e 4.15. Ou seja, pode-se
utilizar simultaneamente o raciocínio dos cortes sucessivos com a associação das
vistas desenhadas nos respectivos lados do paralelepípedo. Para facilitar a utilização
dos esboços em perspectivas é recomendado que o paralelepípedo de referência seja
desenhado numa posição tal que as faces visíveis correspondam às vistas dadas.
Dependendo da vista lateral utilizada, deve-se variar a posição do paralelepípedo de
referência, conforme mostra a Figura 4.16.

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5.7 Esboço em Perspectiva


Qualquer que seja a forma da peça a ser desenhada, para se elaborar um esboço em
perspectiva é necessário desenhar, primeiramente, o paralelepípedo de referência.
Das perspectivas paralelas, o tipo mais adequado para se esboçar, com a finalidade
de ajudar na interpretação das projeções ortogonais, é a Perspectiva Isométrica.
Assim sendo, o desenho do paralelepípedo de referência deve começar pelos três
eixos isométricos. No Passo 1 da Figura 4.17 vê-se que um dos eixos isométricos é
traçado verticalmente e os outros dois fazem um ângulo de 30° com uma linha
horizontal.Traçados os eixos isométricos, deve-se marcar sobre eles tamanhos
proporcionais às medidas de comprimento, largura e altura da peça representada nas
projeções ortogonais.
Seguindo as medidas marcadas, traçam-se linhas paralelas aos eixos isométricos até
obter o paralelepípedo de referência, conforme aparece no Passo 2 da Figura 4.17.

Os Passos 3, 4 e 5 da Figura 4.17 mostram a obtenção da forma espacial


representada nas
projeções ortogonais desenhando nas faces do paralelepípedo as vistas
correspondentes.

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Observe que quando a peça não possui superfícies inclinadas, todas as linhas são
paralelas a um dos três eixos isométricos Nos desenhos em perspectivas,
normalmente, as arestas invisíveis não são representadas.

Exercícios Propostos
Dadas duas vistas, desenhar o esboço em perspectiva.

5.8 Esboço em Perspectiva de Superfícies Inclinadas


As superfícies inclinadas, quando desenhadas em perspectivas, não acompanham as
direções dos eixos isométricos. Nos esboços em perspectivas o traçado das
superfícies inclinadas não deve ser orientado pelo ângulo de inclinação da superfície.
A forma mais correta para traçar as superfícies inclinadas é marcar o comprimento dos
catetos, que determina a inclinação da superfície, nas arestas do paralelepípedo de
referência. A Figura 4.18 ilustra a elaboração do desenho do esboço em perspectiva
contendo superfícies inclinadas.

Quando a superfície inclinada não for perpendicular a nenhum dos planos de projeção,
a melhor forma de representá-la em perspectiva é posicionando as projeções
ortogonais da superfície inclinada nas respectivas faces do paralelepípedo de
referência, conforme mostra a Figura 4.19.

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Exercícios Propostos
Dadas duas vistas, fazer o esboço em perspectiva e a terceira vista que melhor
representa a peça dada.

5.9 Esboço em Perspectiva de Superfícies Curvas


Como o círculo pode ser inscrito em um quadrado, conclui-se que um cilindro pode ser
inscrito em um paralelepípedo de base quadrada, conforme mostra a Figura 4.20.

Observe que o círculo inscrito no quadrado em perspectiva tem a forma de uma elipse.
O desenho do cilindro em perspectiva será obtido traçando-se elipses nas faces
quadradas e unindo-as com retas tangentes às arestas do comprimento do

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paralelepípedo. Os passos da Figura 4.21 mostram a seqüência de elaboração do


desenho da elipse que representa o círculo em perspectiva, e a Figura 4.22 mostra as
suas diferentes posições espaciais.

O desenho em perspectiva de peças que contenham superfícies curvas é elaborado


aplicando-se, passo a passo, a metodologia já exposta. A Figura 4.23 mostra os
passos para elaboração de esboços em perspectiva de peças com superfícies curvas.

Exercícios Propostos

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Dadas duas vistas, fazer o esboço em perspectiva e desenhar a terceira vista que
melhor representa a peça.

5.10 Leitura de Desenhos pela Análise das Superfícies Representadas


Por maior que seja a prática em leitura de desenhos, exceto as peças de forma
geométrica simples, dificilmente se consegue visualizar, rapidamente e de uma só vez,
a forma espacial representada nas projeções ortogonais.
A interpretação de um desenho técnico é semelhante à leitura de um texto escrito.
Assim como não se consegue ler o conteúdo de uma página de um livro de uma só
vez, também não se consegue visualizar com uma única olhada todos os detalhes da
forma espacial representada em um desenho técnico.
Da mesma forma que a mensagem contida em um texto escrito só pode ser entendida
fazendo-se a interpretação e associação das suas palavras e frases, a forma espacial
somente será visualizada estudando-se detalhadamente o rebatimento de cada
superfície que compõe a peça representada nas projeções ortogonais.
A interpretação da forma espacial, representada nas projeções ortogonais, pode ser
facilitada anotando-se espacialmente (utilizando o esboço em perspectiva) o resultado
do estudo de cada superfície. Normalmente consegue-se entender a forma espacial da
peça antes de se terminar o desenho do esboço.
As Figuras 4.24 e 4.25 mostram a análise das superfícies contidas nas projeções
ortogonais com suas representações sucessivas em perspectiva.

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6. VISTAS EM CORTE

6.1 Definição
Quando a peça a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, detalhes invisíveis,
projeções ortogonais terão muitas linhas tracejadas e poderão dificultar a interpretação
do desenho. A Figura 5.1 mostra o exemplo de uma peça com vários detalhes internos
nas vistas de frente e lateral esquerda, que estão representados por linhas tracejadas.

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Para facilitar a interpretação dos detalhes internos, representados por linhas


tracejadas, foi normalizada a utilização de vistas em corte. Uma vista em corte é uma
projeção ortogonal feita a partir de um determinado ponto da própria peça. A Figura
5.2 mostra a aplicação de corte, onde pode ser observado que a projeção da vista de
frente corresponde àquilo que é visto, na direção indicada, a partir do plano secante
“AB”.

Ou seja, a vista de frente corresponde ao desenho da peça cortada pelo plano secante
no ponto indicado pela linha de corte que vai de “A” até “B”, considerando o sentido de
observação, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte. A linha utilizada para
indicar o local onde a peça será cortada, linha de corte é uma linha grossa constituída

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de traços e pontos. A linha de corte é identificada por letras colocadas em suas


extremidades e o sentido de observação é identificado por setas perpendiculares à
linha de corte. As mesmas letras que identificam a linha de corte são utilizadas para
identificar a vista resultante do corte. Onde houver intersecção do plano secante com a
peça serão colocadas hachuras.

6.2 Hachuras
A finalidade das hachuras é indicar as partes maciças, evidenciando as áreas de corte.
As hachuras são constituídas de linhas finas, eqüidistantes e traçadas a 45° em
relação aos contornos ou aos eixos de simetria da peça, conforme mostra a Figura
5.3.

O espaçamento entre as hachuras deverá variar com o tamanho da área a ser


hachurada [Figura 5.4(a) e (b)]. Quando a área a ser hachurada for muito grande
podem-se colocar as hachuras acompanhando o contorno da peça [Figura 5.4(c)].

Havendo necessidade de fazer qualquer inscrição na área hachurada, devem-se


interromper as hachuras para deixar bem nítida a inscrição feita, como mostra a Figura
5.5.

As hachuras de peças com espessura muito pequena, peças delgadas, são


representadas em preto, com filetes brancos separando as partes contíguas, conforme
mostra a Figura 5.6

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Em uma mesma peça as hachuras devem ter uma só direção (vide Figura 5.2). Nos
desenhos de conjuntos as peças adjacentes devem ser hachuradas em direções
diferentes. A figura seguinte mostra um conjunto de peças, desenhadas montadas,
sem corte na Figura 5.7(a) e em corte na Figura 5.7(b). Observe que a vista em corte
com variação das direções e dos espaçamentos das hachuras permite a identificação
dos limites de cada peça e facilita bastante à interpretação do desenho.

Existem normas específicas que permitem a utilização das hachuras para indicar o tipo
do material da peça. A Figura 5.8 mostra algumas hachuras convencionadas para
representar o tipo de material utilizado na construção da peça.

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6.3 Regras para Traçado de Vistas em Corte


1. Elementos tais como: eixos, pinos, parafusos, porcas, dentes de engrenagem,
chavetas, rebites e nervuras, quando seus eixos longitudinais estiverem no plano de
corte, não serão cortados, portanto, não serão hachurados. Observe na Figura 5.7(b)
que a Nervura do Suporte (item 2) e os itens 1 e 2 (Pino e Eixo) não aparecem
cortados no desenho de conjunto.
2. Nas vistas em corte não se deve colocar linhas tracejadas. As arestas invisíveis que
estão situadas além do plano de corte só devem ser representadas se forem
necessárias à compreensão da peça.
3. A disposição das vistas em corte deve seguir a mesma disposição das vistas
principais. Seguem a mesma disposição das seis vistas mostrada no capítulo 3.
4. Em peças simples, nas quais seja óbvia a localização da posição do plano de corte,
pode ser dispensado o desenho da linha de corte, como mostra o exemplo da Figura
5.9.

5. Quando o corte da peça for constituído de planos secantes paralelos, as hachuras


devem ter a mesma direção, porém, serão deslocadas para distinguir os planos de
corte, como mostra a Figura 5.10.

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6.4 Corte Total


Corte Total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão, onde o plano de corte
atravessa completamente a peça. O corte total é chamado de Corte Reto, quando o
plano secante é constituído de uma única superfície, como foi mostrado na Figura 5.2.
O plano secante pode ser constituído de mais de uma superfície. A Figura 5.11 mostra
a aplicação de um corte total onde o plano secante muda de direção, sendo composto
por várias superfícies, para melhorar a representação das partes internas da peça.

Como o desenho está no 1º Diedro, com o sentido de observação indicado, resulta na


apresentação do corte – CD na posição da vista lateral esquerda. Quando o plano
secante muda de direção o corte é chamado de Corte em Desvio ou Corte
Composto. Observe que a linha de corte muda de direção para atingir detalhes
internos não alinhados. Na representação de uma peça podem-se fazer tantos cortes
quantos forem necessários para facilitar o entendimento de todos os seus detalhes
internos. A Figura 5.12 mostra a mesma peça das Figuras 5.2 e 5.11 utilizando duas
vistas em corte.

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6.5 Particularidades dos Cortes em Desvio (Cortes Compostos)


Os desvios dos planos de corte podem conter superfícies oblíquas, conforme mostram
as Figuras 5.13 e 5.14, nas quais os planos de corte “BB” e “CC” são compostos por
superfícies concorrentes.
A superfície oblíqua do plano de corte é rotacionada até a obtenção de uma única
superfície, para transformar o corte composto por duas superfícies em um corte reto.

O desenho resultante com a rotação da parte oblíqua do plano de corte representa a


verdadeira grandeza do corte contido pelos planos concorrentes. No exemplo
apresentado na Figura 5.16, é necessário utilizar rupturas para poder representar a
verdadeira grandeza da parte oblíqua e, ao mesmo tempo, manter o alinhamento
vertical das vistas. Desta forma, o corte composto apresenta o resultado de um corte
reto, onde os detalhes das diferentes superfícies do corte composto aparecem em
verdadeira grandeza. Quando a peça contiver detalhes (furos, ressaltos, nervuras,
etc.) radialmente distribuídos e que não são atingidos pelo plano de corte, faz-se, sem
qualquer menção ou indicação, a rotação dos detalhes até que coincidam com o plano
de corte, conforme mostra a Figura 5.17. A vista em corte será simétrica e os detalhes
rotacionados aparecem em suas verdadeiras grandezas.

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Na Figura 5.17 pode-se observar, na vista resultante do corte – GG, que houve no
lado esquerdo o rotacionamento da nervura superior, e no lado direito aparecem
rotacionados o ressalto inferior com o seu furo e a sua nervura.

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6.6 Meio Corte


Em peças simétricas é conveniente fazer com que o plano de corte vá somente até a
metade da peça. Deste modo, a vista em corte representará simultaneamente a forma
externa e interna da peça. A Figura 5.18 mostra a linha de corte indo até o meio da
peça, e desviando-se perpendicularmente para fora da peça. O eixo de simetria
separa o lado cortado do não cortado. A vista em corte mostra, em relação ao eixo de
simetria e à linha de corte, na parte inferior, a forma interna da peça e na parte
superior a forma externa.

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Assim como no corte total, no meio corte, tanto na parte cortada como na parte não
cortada, também não se deve representar as arestas invisíveis. Ou seja, em ambos os
lados, as linhas tracejadas somente devem ser desenhadas se forem imprescindíveis
para a compreensão do desenho. Considerando que nas regras para desenhar vistas
em corte, a de número 4 permite que não se coloque a linha de corte quando a
posição da mesma é óbvia; nas vistas desenhadas com meio corte, devido às peças
serem simétricas, na maioria dos casos a posição da linha de corte será obvia. Assim
sendo, a grande maioria de desenhos em meio corte não apresentará a linha de corte.
Quando não há representação da linha de corte, as normas determinam que:
Quando o eixo de simetria for vertical a metade cortada deverá ser representada à
direita e, quando o eixo de simetria for horizontal à metade cortada deverá estar na
parte inferior, conforme mostram as Figuras 5.19 (a) e (b).

6.7 Corte Parcial

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Nos Cortes Parciais ou Rupturas como também é chamada, apenas uma parte da
peça é cortado visando mostrar algum detalhe interno. Quando os detalhes estão
concentrados numa determinada parte da peça não haverá necessidade de utilizar um
corte completo e, assim sendo, para facilitar a execução do desenho deve-se utilizar o
corte parcial. Nos cortes parciais o plano secante atinge a peça somente até aonde se
deseja detalhar e o limite do corte é definido por uma linha de ruptura. A linha de
ruptura é uma linha irregular, contínua e de espessura fina. Nos cortes parciais são
representadas todas as arestas invisíveis, ou seja, se colocam todas as linhas
tracejadas. Figura 5.20

Exercícios Resolvidos com Meio Corte e Corte Parcial

6.8 Seções
Seção é um corte que representa somente a intersecção do plano secante com a
peça. Em outras palavras, a seção representa a forma de um determinado ponto da
peça. Para facilitar o entendimento da diferença entre corte e seção, a Figura 5.21
mostra a aplicação, em uma mesma peça, de corte AA na parte superior da figura e da
seção AA na parte inferior.

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Observe que na vista em corte é representado tudo que se está vendo a partir do
plano de corte AA, enquanto, na seção é representada somente a parte atingida pelo
plano de corte AA (parte hachurada). As seções são chamadas de Seções
Transversais porque o plano secante é perpendicular ao eixo da parte a ser
seccionada e o corte resultante é rebatido sobre o plano do papel. As seções podem
ser desenhadas dentro do contorno da vista ou fora do contorno da vista e são
utilizadas para representar a forma de nervuras, braços de volantes, rasgos etc. A
Figura 5.22 já foi mostrada nos exercícios resolvidos da página 9. Observe que com
aplicação de uma seção, desenhada dentro do contorno da vista, sobre o braço do
volante fica mais fácil o entendimento do desenho.

A figura 5.23 apresenta a aplicação de seção, desenhada dentro do contorno da vista,


com o objetivo de mostrar a forma do braço com a nervura.

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Quando as linhas do desenho prejudicar a interpretação da seção e vice-versa, faz-se


a interrupção da vista utilizando linhas de rupturas. A figura 5.24 mostra a aplicação de
seção desenhada dentro dos contornos da vista com a utilização de linhas de rupturas.
Como a peça tem dimensões variáveis ao longo de seu comprimento, à linha de centro
vincula a seção a um determinado ponto da peça. No caso da Figura 5.24, as
dimensões da seção correspondem às dimensões da peça no ponto determinado pela
linha de centro.

As seções podem ser utilizadas para mostrar a variação da forma de uma peça ao
longo de seu comprimento (Seções Sucessivas). As Figuras 5.25 e 5.26 mostram as
diferentes seções de cada ponto das respectivas peças, desenhadas fora do contorno
da vista. Nestes casos, como as seções foram desenhadas traço ponto (linhas de
centro) fazem a identificação dos pontos seccionados em cada peça.

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Quando as seções forem desenhadas fora do contorno da vista e deslocadas em


relação à posição da vista, é necessário fazer a identificação da posição do plano
secante utilizando linha de corte e letras para vinculação das seções com a peça. A
Figura 5.27 mostra as mesmas seções da Figura 5.26, porém, desenhadas
deslocadas em relação à vista com as linhas de corte identificadas por letras.

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Vale a pena observar que, apesar de ser normalizado a indicação do sentido de


observação no desenho de seções deslocadas em relação à vista, não existe lógica na
indicação do sentido de observação porque a seção representa a forma do local
indicado e, assim, a forma será a mesma independente do sentido de observação.

7. ESCALAS E DIMENSIONAMENTO

Ainda que o principal objetivo deste livro seja preparar para a leitura e interpretação de
desenho técnico, é necessário abordar os princípios básicos de dimensionamento,
porque o exercício da engenharia poderá requerer a execução de esboços cotados.
Não se pode esquecer que, na área da engenharia, o meio utilizado para expor o
resultado de um projeto resultante de estudos e cálculos é o desenho técnico e, assim
sendo, os engenheiros, de qualquer modalidade, no mínimo precisam estar
preparados para elaborar esboços cotados.
Esboço cotado é um desenho técnico feito à mão-livre, no qual, além da
representação da forma, estão contidas todas as dimensões do objeto. Desta forma,
os assuntos referentes ao dimensionamento dos objetos representados serão
apresentados, neste capítulo, visando não só a interpretação de desenhos, mas
também a sua elaboração.

7.1 Escalas
Como o desenho técnico é utilizado para representação de máquinas, equipamentos,
prédios e até unidades inteiras de processamento industrial, é fácil concluir que nem
sempre será possível representar os objetos em suas verdadeiras grandezas. Assim,
para viabilizar a execução dos desenhos, os objetos grandes precisam ser
apresentados com suas dimensões reduzidas, enquanto os objetos, ou detalhes, muito
pequenos necessitarão de uma representação ampliada.
Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real
do objeto representado, foi normalizado que as reduções ou ampliações devem ser
feitas respeitando uma razão constante entre as dimensões do desenho e as
dimensões reais do objeto representado. A razão existente entre as dimensões do
desenho e as dimensões reais do objeto é chamada de escala do desenho. É
importante ressaltar que, sendo o desenho técnico uma linguagem gráfica,
a ordem da razão nunca pode ser invertida, e a escala do desenho sempre será
definida pela relação existente entre as dimensões lineares de um desenho com as
respectivas dimensões reais do objeto desenhado.

8. DIMENSÃO DO DESENHO: DIMENSÃO REAL DO OBJETO

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DISCIPLINA: DESENHO TÉCNICO

Para facilitar a interpretação da relação existente entre o tamanho do desenho e o


tamanho real do objeto, pelo menos um dos lados da razão sempre terá valor unitário,
que resulta nas seguintes possibilidades:
• 1: 1 para desenhos em tamanho natural – Escala Natural
• 1 : n > 1 para desenhos reduzidos – Escala de Redução
• n > 1: 1 para desenhos ampliados – Escala de Ampliação
A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para o Desenho Técnico, a utilização das
seguintes escalas:

A indicação é feita na legenda dos desenhos utilizando a palavra ESCALA, seguida


dos valores da razão correspondente. Quando, em uma mesma folha, houver
desenhos com escalas diferentes daquela indicada na legenda, existirá abaixo dos
respectivos desenhos a identificação das escalas utilizadas.

8.1 Dimensionamento
O desenho técnico, além de representar, dentro de uma escala, a forma
tridimensional, deve conter informações sobre as dimensões do objeto representado.
As dimensões irão definir as características geométricas do objeto, dando valores de
tamanho e posição aos diâmetros, aos comprimentos, aos ângulos e a todos os outros
detalhes que compõem sua forma espacial. A forma mais utilizada em desenho
técnico é definir as dimensões por meio de cotas que são constituídas de linhas de
chamada, linha de cota, setas e do valor numérico em uma determinada unidade de
medida, conforme mostra a Figura 6.1.

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As cotas devem ser distribuídas pelas vistas e dar todas as dimensões necessárias
para viabilizar a construção do objeto desenhado, com o cuidado de não colocar cotas
desnecessárias. As cotas devem ser colocadas uma única vez em qualquer uma das
vistas que compõem o desenho, localizadas no local que representa mais claramente
o elemento que está sendo cotado, conforme mostram as Figuras 6.2 e 6.3.

Na Figura 6.2, o dimensionamento do rasgo existente na parte superior da peça pode


ser feito somente na vista lateral esquerda ou com cotas colocadas na vistas de frente
e na vista superior.
Observe que as cotas da vista lateral esquerda definem as dimensões com muito mais
clareza.
Para facilitar a leitura do desenho, as medidas devem ser colocadas com a maior
clareza possível evitando-se, principalmente, a colocação de cotas referenciadas às

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linhas tracejadas. Na Figura 6.3 pode-se observar que as cotas colocadas na vista de
frente representam as respectivas dimensões com muito mais clareza do que as cotas
colocadas nas vistas superior e lateral esquerda.

Não devem existir cotas além das necessárias para definir as medidas do objeto. O
dimensionamento ou localização dos elementos deve ser cotado somente uma vez,
evitando-se cotas repetidas.

Todas as cotas de um desenho ou de um conjunto de desenhos de uma mesma


máquina ou de um mesmo equipamento devem ter os valores expressos em uma
mesma unidade de medida, sem indicação do símbolo da unidade de medida utilizada.
Normalmente, a unidade de medida mais utilizada no desenho técnico é o milímetro.
Quando houver necessidade de utilizar outras unidades, além daquela predominante,
o símbolo da unidade deve ser indicado ao lado do valor da cota. A Figura 6.4 mostra
a utilização de unidades diferentes. Enquanto a maioria das cotas está em milímetro e
sem indicação da unidade utilizada, o comprimento da peça, na vista de frente, está
cotado em centímetro, bem como a largura, na vista lateral, e o diâmetro do furo, na
vista superior, está em polegadas. A Figura 6.4 também mostra a utilização de cota
com tolerância de erro admissível para uma determinada dimensão. A cota de 20±0,1
significa que, no processo de fabricação, a dimensão da peça poderá variar de 19,9 a
até 20,1.

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Na prática, a escolha das cotas ou a colocação de tolerâncias para limitar os erros


dependerá dos processos utilizados na fabricação do objeto e também da sua
utilização futura. A Figura 6.5 mostra que as dimensões do recorte que aparece na
vista de frente podem ser cotadas valorizando o espaço retirado [Figura 6.5 (a)], ou
pode ser cotado dando maior importância às dimensões das partes que sobram após
o corte [Figura 6.5 (b)].

Outro exemplo de destaque da importância de uma determinada dimensão é a


localização do furo em relação ao comprimento da peça, que na Figura 6.5 (a) é feito
pela face esquerda com a cota de 25, enquanto na Figura 6.5 (b) é feito pela face
direita com a cota de 55. De acordo com as dimensões de maior importância, o
construtor da peça fará o direcionamento dos erros conseqüentes dos processos de
fabricação e a opção por um dos tipos exemplificados na Figura 6.5 será feita em
função da utilização ou do funcionamento da peça. A cotagem funcional e a definição
de tolerâncias são matérias específicas da tecnologia de construção de máquinas e de
equipamentos, que fogem dos objetivos deste livro. Conforme já foi colocado na
introdução deste capítulo, a meta é tratar o dimensionamento de objetos somente com

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o objetivo de preparar os estudantes de engenharia para a elaboração de esboços


cotados.

8.2 Regras para Colocação de Cotas


A Figura 6.6 mostra que tanto as linhas auxiliares (linhas de chamada), como as linhas
de cota, são linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar
levemente as linhas de cota e também deve haver um pequeno espaço entre a linha
do elemento dimensionado e a linha de chamada. As linhas de chamada devem ser
preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado. Em alguns casos, para melhorar
a clareza da cotagem, as linhas de chamada podem ser oblíquas em relação ao
elemento dimensionado, porém mantendo o paralelismo entre si, conforme mostra a
Figura 6.6 (c). As linhas de centro ou as linhas de contorno podem ser usadas como
linhas de chamada, conforme mostra a Figura 6.6 (b). No entanto, é preciso destacar
que as linhas de centro ou as linhas de contorno não devem ser usadas como linhas
de cota.

O limite da linha de cota pode ser indicado por setas, que podem ser preenchidas ou
não, ou por traços inclinados, conforme mostra a Figura 6.7.

A maioria dos tipos de desenho técnico utiliza as setas preenchidas. Os traços


inclinados são mais utilizados nos desenhos arquitetônicos. Em um mesmo desenho a
indicação dos limites da cota deve ser de um único tipo e também deve ser de um
único tamanho. Só é permitido utilizar outro tipo de indicação de limites da cota em
espaços muito pequenos, conforme mostra a Figura 6.8.

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Havendo espaço disponível, as setas que limitam a linha de cota ficam por dentro da
linha de chamada com direções divergentes, conforme são apresentadas nas cotas de
15, 20 e 58 da Figura 6.8. Quando não houver espaço suficiente, as setas serão
colocadas por fora da linha de cota com direções convergentes, exemplificadas pelas
cotas de 7, 8 e 12 também na Figura 6.8.
Observe que a cota de 12 utiliza como seu limite uma das setas da cota de 15.
Quando o espaço for muito pequeno, como é o caso das cotas de 5, os limites da cota
serão indicados por uma seta e pelo traço inclinado. Na contagem de raios, o limite da
cota é definido por somente uma seta que pode estar situada por dentro ou por fora da
linha de contorno da curva, conforme está exemplificado na Figura 6.9.

Os elementos cilíndricos sempre são dimensionados pelos seus diâmetros e


localizados pelas suas linhas de centro, conforme mostra a Figura 6.10.

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Para facilitar a leitura e a interpretação do desenho, deve-se evitar colocar cotas


dentro dos desenhos e, principalmente, cotas alinhadas com outras linhas do desenho,
conforme mostra a Figura 6.11.

Outro cuidado que se deve ter para melhorar a interpretação do desenho é evitar o
cruzamento de linha da cota com qualquer outra linha. As cotas de menor valor devem
ficar por dentro das cotas de maior valor, para evitar o cruzamento de linhas de cotas
com as linhas de chamada, conforme mostra a Figura 6.12.

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Sempre que possível, as cotas devem ser colocadas alinhadas, conforme mostram as
Figuras 6.13 e 6.14.

Os números que indicam os valores das cotas devem ter um tamanho que garanta a
legibilidade e não podem ser cortados ou separados por qualquer linha. Norma NBR
10126 da ABNT fixa dois métodos para posicionamento dos valores numéricos das
cotas. O primeiro método, que é o mais utilizado, determina que:
• nas linhas de cota horizontais o número deverá estar acima da linha de cota,
conforme mostra a Figura 6.15 (a);
• nas linhas de cota verticais o número deverá estar à esquerda da linha de cota,
conforme mostra a figura 6.15 (a);
• nas linhas de cota inclinadas deve-se buscar a posição de leitura, conforme mostra
a Figura 6.15 (b).

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Pelo segundo método, as linhas de cota são interrompidas e o número é intercalado


no meio da linha de cota e, em qualquer posição da linha de cota, mantém a posição
de leitura com referência à base da folha de papel, conforme mostra a Figura 6.16.

As Figuras 6.17 (a) e (b) mostram, respectivamente, a contagem de ângulos pelos dois
métodos normalizados pela ABNT. A linha de cota utilizada na cotagem de ângulos é
traçada em arco cujo centro está no vértice do ângulo.

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Para melhorar a leitura e a interpretação das cotas dos desenhos são utilizados
símbolos para mostrar a identificação das formas cotadas, conforme mostra a Tabela
6.1 – Símbolos indicativos das formas cotadas.

Os símbolos devem preceder o valor numérico da cota, como mostram as Figuras 6.18
(a), (b), (c), (d) e (e).

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Quando a forma do elemento cotado estiver claramente definida, os símbolos podem


ser omitidos, conforme mostram as Figuras 6.19 (a) e (b).

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8.3 Tipos de Cotagem


As cotas podem ser colocadas em cadeia ( cotagem em série), na qual as cotas de
uma mesma direção são referenciadas umas nas outras, como mostram as Figuras
6.20 (a) e (b), ou podem ser colocadas tendo um único elemento de referência, como
mostram as Figuras 6.21 (a) e (b).

Na cotagem em série, mostrada nas Figuras 6.20 (a) e (b), durante os processos de
fabricação da peça, ocorrerá a soma sucessiva dos erros cometidos na execução de
cada elemento cotado, enquanto no tipo de cotagem mostrado nas Figuras 6.21 (a) e
(b) como todas as cotas, de uma determinada direção, são referenciadas ao mesmo
elemento de referência, não ocorrerá a soma dos erros cometidos na execução de
cada cota.

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A contagem por elemento de referência, mostrada nas Figuras 6.21 (a) e (b), é
chamada de contagem em paralelo. Outro tipo de contagem por elemento de
referência é a contagem aditiva.
A contagem aditiva é uma variação simplificada da contagem em paralelo, que pode
ser usada onde houver problema de espaço. Na prática a contagem aditiva não é
muito utilizada porque existe a possibilidade de dificultar a interpretação do desenho e
conseqüentemente gerar problemas na construção da peça. A Figura 6.22 mostra o
desenho da Figura 6.21 (b) utilizando contagem aditiva ao invés da contagem em
paralelo.

A origem é localizada no elemento de referência e as cotas dos outros elementos da


peça são colocadas na frente de pequenas linhas de chamadas que vincula a cota ao
seu respectivo elemento. Conforme já foi mencionada anteriormente, a escolha do tipo
de cotagem está diretamente vinculada à fabricação e à futura utilização do objeto e,
como em quase todos os objetos existem partes que exigem uma maior precisão de
fabricação e também existem partes que admitem o somatório de erros sucessivos, na
prática é muito comum a utilização combinada da cotagem por elemento de referência
com a cotagem em série, conforme mostra a Figura 6.23.

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8.4 Cotagem de Cordas e Arcos


A diferença entre a cotagem de cordas e arcos é a forma da linha de cota. Quando o
objetivo é definir o comprimento do arco, a linha de cota deve ser paralela ao elemento
cotado. A Figura 6.24 mostra na parte superior (cota de 70) a cotagem de arco e na
parte inferior (cota de 66) a cotagem de corda.

8.5 Cotagem de Ângulos, Chanfros e Escareados


Para definir um elemento angular são necessárias pelo menos duas cotas, informando
os comprimentos de seus dois lados ou o comprimento de um dos seus lados
associados ao valor de um dos seus ângulos, conforme mostra a Figura 6.25 (a).
Quando o valor do ângulo for 45°, resultará em ângulos iguais e lados iguais e, nesta
situação, pode-se colocar em uma única linha de cota o valor dos dois lados ou de um
lado associado ao ângulo, como mostra a Figura 6.25 (b).

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Da mesma forma, os cantos vivos dos furos também são quebrados com pequenas
superfícies inclinadas, que no caso dos furos são chamadas de escareados. A
cotagem dos escareados segue os princípios da cotagem de elementos angulares e
está exemplificada na Figura 6.27

8.6 Cotagem de Elementos Eqüidistantes e/ou Repetidos


A cotagem de elementos eqüidistantes pode ser simplificada porque não há
necessidade de se colocar todas as cotas. Os espaçamentos lineares podem ser
cotados indicando o comprimento total e o número de espaços, conforme mostra a

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Figura 6.28 (a). Para evitar problemas de interpretação, é conveniente cotar um dos
espaços e informar a dimensão e a quantidade de elementos.

Os espaçamentos eqüidistantes angulares podem ser cotados indicando somente o


valor do ângulo de um dos espaços e da quantidade de elementos, conforme mostra a
Figura 6.28 (b).
Quando os espaçamentos não forem eqüidistantes, será feita a cotagem dos espaços,
indicando a quantidade de elementos, conforme mostram as Figuras 6.29 (a) e (b).

8.7 Cotagem de objetos em Meio Corte


Sabendo que as vistas em Meio Corte só podem ser utilizadas para representar
objetos simétricos, conclui-se que a metade que aparece cortada também existe no
lado não cortado e vice-versa.

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Desta forma, as vistas em Meio Corte podem ser utilizadas para cotagem do objeto
utilizando linhas de cota somente com uma seta indicando o limite da cota na parte
que aparece em corte, conforme mostra a Figura 6.30. A ponta da linha de cota que
não tem seta deve se estender ligeiramente além do eixo de simetria.

Exercícios Resolvidos

Exercícios Propostos
Dadas às perspectivas, desenhem à mão livre as projeções ortogonais devidamente
cotadas (arbitrar valores para as cotas).

Dadas as perspectivas, desenhe à mão livre as projeções ortogonais aplicando os


cortes indicados e faça a cotagem das vistas (arbitrar valores para as cotas).

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9. VISTAS AUXILIARES E OUTRAS REPRESENTAÇÕES

9.1 Vistas Auxiliares


Devido à utilização de projeções ortogonais, em nenhuma das vistas principais as
superfícies inclinadas aparecem representadas em suas verdadeiras grandezas. A
Figura 7.1 mostra três vistas de um objeto com superfície inclinada, observe que em
nenhuma das três vistas aparece, em verdadeira grandeza, a forma da parte inclinada
do objeto.

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A representação da forma e da verdadeira grandeza de uma superfície inclinada só


será possível fazendo a sua projeção ortogonal em um plano paralelo à parte
inclinada. Ou seja, faz-se o tombamento da peça perpendicularmente à superfície
inclinada, como mostra a Figura 7.2.

O rebatimento mostrado na Figura 7.2 é resultante da projeção ortogonal em um plano


auxiliar paralelo à face inclinada do objeto e perpendicular ao plano que recebeu a
projeção da vista de frente. A projeção feita no plano auxiliar é chamada de vista
auxiliar. As vistas auxiliares são empregadas para mostrar as formas verdadeiras das
superfícies inclinadas contidas nos objetos representados. Como o desenho técnico
tem como objetivo representar com clareza as formas espaciais dos objetos, não tem
sentido prático desenhar as partes das vistas que aparecem com dimensões fora das
suas verdadeiras grandezas. Desta forma, a ABNT recomenda a utilização de vistas

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parciais, limitadas por linhas de rupturas, que representam somente as partes que
aparecem as formas verdadeiras dos objetos, conforme mostra a Figura 7.3.

As vistas auxiliares, como são localizadas em posições diferentes das posições


resultantes das vistas principais, devem ter o sentido de observação indicado por uma
seta designada por uma letra, que será usada para identificar a vista resultante
daquela direção. A Figura 7.4 mostra que as vistas auxiliares, além de representar a
forma do objeto com maior clareza, permite que as cotas sejam referenciadas às
verdadeiras grandezas das dimensões cotadas.

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9.2 Vistas Auxiliares Duplas

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Quando o objeto contiver superfícies inclinadas em relação aos três planos de


projeções, serão necessárias duas projeções auxiliares para determinar a verdadeira
grandeza da superfície, conforme mostra a Figura 7.5. O primeiro rebatimento, no
caso a “Vista de A”, sempre é feito de modo a representar por uma linha a superfície
que se quer obter em verdadeira grandeza. Ou seja, a primeira projeção deverá ser
feita em um primeiro plano auxiliar perpendicular à superfície inclinada e a um dos
planos ortográficos. O segundo rebatimento, no caso a “Vista de B”, é feito no sentido
perpendicular à superfície que se deseja representar em verdadeira grandeza. Ou
seja, a segunda vista auxiliar é obtido pela projeção do objeto em um segundo plano
auxiliar paralelo à superfície inclinada e perpendicular ao primeiro plano auxiliar. O
segundo plano auxiliar não é perpendicular a nenhum dos planos ortográficos.

9.10 Outras Representações (Representações em Uma Única Vista)


Existem objetos que pela simplicidade de suas formas são plenamente caracterizados
por somente duas vistas, conforme está exemplificado na Figura 7.6 (a). Fazendo a
cotagem com a utilização dos símbolos que facilitam a identificação das formas
cotadas, a representação pode ser com uma única vista, conforme mostra a Figura 7.6
(b).

Para facilitar a interpretação dos objetos representados com uma só vista, as


superfícies planas são caracterizadas pelo traçado das diagonais dos polígonos que
as representam, conforme mostra a Figura 7.7

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As diagonais que identificam a superfície plana são traçadas com linhas finas e
contínuas.
Alguns objetos planos, tais como juntas de vedação, placas etc., desde que não
contenham detalhes que necessitem de mais de uma vista, podem ser representados
em uma única vista, fazendo-se a identificação das suas espessuras com notas
escritas, conforme está exemplificado na Figura 7.8.

Quando houver espaço e não comprometer a interpretação do desenho, a anotação


da espessura deverá ser localizada dentro do desenho, como mostra a Figura 7.8 (a).
Não sendo conveniente localizar a anotação dentro do próprio desenho, deve-se
localizá-la logo abaixo, conforme mostra a Figura 7.8 (b)

Exemplos de Objetos Representados por Uma Única Vista

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9.11 Outras Representações (Vistas de Objetos Encurtados)


Para evitar a utilização de escalas muito reduzidas ou a utilização de folhas de papel
com grandes dimensões, a representação de objetos longos é feita com aplicação de

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rupturas, desenhando-se somente as partes da peça que contêm detalhes. As


rupturas são aplicadas nas partes que têm formas constantes ao longo de seu
comprimento, fazendo-se a remoção da parte localizada entre as rupturas e a
aproximação das extremidades, conforme mostra a Figura 7.9.

Apesar de a peça ser representada encurtada, as linhas de cotas não são


interrompidas e o valor da cota corresponde ao valor real da peça integral, conforme
mostram as cotas de 620, 360 e 1020 da Figura 7.9.

Exemplos de Objetos Representados Encurtados

9.12 Outras Representações (Vistas de Objetos Simétricos)


Os objetos simétricos podem ser representados por vistas que mostram somente a
metade ou a quarta parte da peça, conforme mostra a Figura 7.10. Com a utilização de
linhas de simetria, também chamadas de eixos de simetria, indica-se a existência de
outra parte exatamente igual e simétrica em relação ao eixo desenhado.

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As linhas de simetrias são identificadas por dois traços curtos paralelos traçados
perpendicularmente nas suas extremidades. Na Figura 7.10 (a) o eixo indica a
existência de simetria horizontal, enquanto na Figura 7.10 (b), na qual está
representada somente a quarta parte da peça, os eixos indicam a existência de
simetria horizontal e vertical. Quando as linhas do objeto simétrico ultrapassar um
pouco a linha de simetria, os traços curtos paralelos, de identificação do eixo de
simetria deverão ser omitidos, conforme mostra a Figura 7.11. É preciso ter muito
cuidado na utilização dos princípios de simetria para não prejudicar a interpretação da
forma espacial do objeto.

Exemplos de Representações de Objetos Simétricos

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9.13 Outras Representações (Intersecções Geométricas)


As intersecções de superfícies que geram cantos vivos, chamadas de intersecções
reais, são representadas por linhas que poderão ser contínuas ou tracejadas,
dependendo do sentido de observação, a intersecção poderá ser visível ou invisível,
conforme mostra a Figura 7.12 (a).

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Quando os cantos de intersecção forem arredondados por meio de superfícies de


concordância, as intersecções serão imaginárias e poderá ser representado nas vistas
por meio de linhas contínuas e finas, como mostra a Figura 7.12 (b). As linhas que
representam as intersecções imaginárias não devem atingir as linhas de contorno. A
Figura 7.13 apresenta mais uma comparação das representações das intersecções
reais com as intersecções imaginárias.

As Figuras 7.14 e 7.15 mostram outros exemplos de representações convencionadas


para indicar intersecções de superfícies.

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As normas da ABNT permitem a simplificação da representação das intersecções


reais e das intersecções imaginárias nos seguintes casos:
• Na intersecção de duas superfícies cilíndricas as linhas curvas podem ser
substituídas por linhas retas, conforme mostra a Figura 7.16.

Na intersecção de um cilindro com um prisma retangular pode-se omitir o


deslocamento da reta de intersecção, conforme mostra a Figura 7.17.

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As representações simplificadas mostradas nas Figuras 7.16 e 7.17 devem ser


utilizadas com cautela, para evitar qualquer comprometimento da interpretação da
forma do objeto representado.
Na prática a representação simplificada das intersecções é utilizada somente em
desenhos de pequena dimensão.

9.14 Outras Representações (Detalhes Repetitivos)


Os detalhes ou elementos que aparecem repetidamente nos objetos podem ser
representados de forma simplificada, conforme mostra a Figura 7.18. A quantidade e a
especificação dos detalhes ou elementos repetidos são feitas na contagem ou por
anotações específicas.

9.15 Outras Representações (Detalhes Ampliados)


Para melhorar a representação e facilitar a cotagem de pequenos detalhes de um
objeto, faz-se a identificação do detalhe, circundando-o com uma linha fina, contínua e
identificada por uma letra maiúscula, desenhando posteriormente, em escala ampliada
e com a devida identificação, o detalhe marcado no desenho do objeto, conforme
mostra a Figura 7.19.

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9.16 Outras Representações (Comprimento Desenvolvido e Partes Adjacentes)


Nos desenhos de objetos que são conformados a partir de superfícies planas (objetos
construídos a partir do dobramento de chapas), é necessário mostrar o comprimento
desenvolvido que deu origem à forma espacial, conforme mostra a Figura 7.20. O
comprimento desenvolvido é representado por linha fina constituída de traço e dois
pontos.

As linhas constituídas de traço e dois pontos também são utilizados para representar,
quando for necessário, peça adjacente ao objeto representado no desenho, conforme
mostra a Figura 7.21.
Se o objeto estiver representado em corte, as peças adjacentes não devem ser
hachuradas, conforme está exemplificado na Figura 7.21 (b).

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As linhas traço dois pontos, chamadas por alguns autores de linhas fantasmas,
também podem ser utilizadas para representar mudanças de posição de um objeto
que tenha movimento, por exemplo, as posições limites do curso de um braço de
alavanca.

10. REPRESENTAÇÃO DE TUBOS, ACESSÓRIOS E UNIÕES

10.1 Tubos
São os elementos destinados ao transporte entre os equipamentos de fluídos líquidos
ou gasosos durante o processo industrial.
As bombas e compressores são as máquinas que auxiliam o deslocamento desses
fluidos, deslocando-os entre os equipamentos (vasos, torres, permutadores, etc.) e ao
final do processo para os tanques de armazenamento.
Denominamos tubulações o conjunto de tubos e acessórios, válvulas e dispositivos
que participam de um processo numa Área ou Unidade.

10.2 Representação gráfica de tubos de processo


As normas ASA (American Standard Association) de acordo com o diâmetro do tubo
tem duas formas de representação.

Entidades Internacionais Normalizadoras


Os métodos e os processos de fabricação de tubos, assim como materiais, dimensões
e aplicações estão normalizados por entidades como:
ASA – American Standard Association
API – Instrumentation Standard of América
ANSI – American National Stell Institute
MSS – Manufacture Standartization Society
ASME – American Society Mechanical of Engenner
DIN – Deutsh Industrie Normen

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ISA – Instrumentation Standard of America


ASTM – America Society for Testing Materiais
Os objetivos das normas dessas entidades são:
• Orientar os executores dos projetos mediante a criação de especificação e serviços
adequados.
• Trabalhar pela criação de métodos e padrões de fabricação.
• Delimitar as responsabilidades e fixar tolerâncias de fabricação.
• Estabelecer materiais e especificações de aplicações de determinados materiais na
fabricação de tubos e seus acessórios.
• Identificação de Tubulações
Em todos os projetos industriais adota-se um sistema de identificação para todas as
tubulações e também equipamentos como vasos, tanques, torres, etc.
A identificação dos elementos de uma instalação industrial facilita a execução dos
desenhos, a montagem, a operação e a manutenção das instalações.
As tubulações são identificadas por siglas que englobam:
• Diâmetro nominal da linha
• Abreviatura do tipo de fluido que circula na linha ( água, oleo, vapor, etc.)
• Número da unidade de processo
• Número da linha
• Especificação da linha quanto aos materiais de sua composição
• Tipo de isolamento se houver
Exemplo de Especificação de Linha:

Observações:

a) O diâmetro das linhas normalmente é fornecido em polegadas.


b) Alguns exemplos de letras indicativas de fluidos:
C – Combustível
H – ácido
G – gases
N – cáustico
V – vapor
W – água
O – óleo
Ai – ar de instrumentos
c) Assim como as tubulações, os equipamentos também são indicados por siglas.
Ex: B – bomba, T – torre, P – permutador, V – vaso

10.3 Dimensões de Tubos

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De acordo com as normas ANSI B. 36.10, todo tubo de aço, qualquer que seja seu
processo de fabricação é designado por um número denominado de: DIÂMETRO
NOMINAL.
O diâmetro nominal não tem dimensões físicas no tipo: ele é usado somente como
indicação. As dimensões dos tubos são:

Na especificação dos tubos, a indicação de sua espessura é da maior importância,


porque, aliada ao tipo de material empregado na fabricação permite que se calcule a
dimensão adequada para resistir às cargas mecânicas previstas em projeto.
“A espessura dos tubos, segundo a ANSI B. 36.10 é estabelecida em “SÉRIES” e
denominada: ”SCHEDULE” (abrevia-se “SCH”).
A série de “ SCHEDULES” – SCH é apresentada pelos números:
SCH → 5, 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160.
Para um mesmo diâmetro nominal existem várias schedules diferentes. No exemplo
de um φnominal = 10 “, observamos que quanto maior o número do SCH maior é
espessura do tubo.
Outra aplicação de tubos é na Instrumentação e no Vapor com utilização também, das
normas ASA. Exemplos:

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10.4 Símbolos Básicos Utilizados nos Desenhos de Tubulações


A figura 10 nos mostra a representação simbólica de um tubo de φ ≤ 12” e a figura
10 a um tubo com φ > 12”.

A figura 11 e 11a nos mostram um trecho de tubulações representadas em Planta e


Elevação.

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As figuras 12 e 12 a apresentam um tubo com derivação vertical (saindo do desenho )


em Planta e Elevação.

A figura 13 ( Planta e Elevação ) nos mostra uma tubulação com derivação vertical
para baixo.

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As figuras 14 (a, b, c ), Plantas e Elevação, nos mostram para trecho de tubo


inclinado.

Trechos de tubulações representados em “ vistas” ( planta, elevação e lateral )

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Representação em Vistas de tubos ( inclinados )

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11. ACESSÓRIOS DE TUBULAÇÕES

Acessórios de tubulações são peças utilizadas nas tubulações que permitem que se
façam: mudanças de direção; mudanças de nível; derivações; reduções ou ampliações
do diâmetro das tubulações, etc.
Dentre as entidades normativas que regulam na área petroquímica, as especificações
de materiais, a fabricação, dimensões em função de temperaturas de trabalho e
pressões a ANSI; ASTM; ASME; PB e ABNT estão entre as mais importantes.

11.1 Tipos de Acessórios

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11. 2 Ligações
Denominamos “ligações” o procedimento de se unir tubos entre si ou com algum
acessório ou equipamento.
Os tipos de ligações utilizados são:

Curvas e Joelhos
São acessórios utilizados para mudanças de direção da tubulação.

As CURVAS são fabricadas, geralmente, em chapas de aço-carbono em dimensões


grandes. As ligações utilizadas são: rosqueadas, flangeadas; solda de topo ou de
encaixe.
As curvas podem ser de raio longo; raio curto; de 45°; de 90°, de 180°, com
redução e em gomos ou mitre. Exemplos:

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Os JOELHOS são fabricados geralmente em aço maleável ASTM A- 197, ferro


maleável, ferro fundido, latão, aço-carbono forjado ASTM A-105 nas classes de
pressão de: 125, 150, 300, 2000, 3000 e 6000 lbs, com variações de ∅ ¼” a 4”.
Tê; Cruzeta e Tê a 45º ou “Y”
São acessórios utilizados para derivações na tubulação. Quando esses acessórios
têm o diâmetro das derivações menores chamam-se de “redução”.
Os Tês são fabricados com materiais como aço-carbono ASTM A 2234 e aço forjado.
As normas ANSI B. 16.9 e B. 31 estabelecem faixas de pressão até 2000 lbs.

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Luva, Meia-Luva e Niple


São acessórios utilizados para ligar tubos entre si ou com algum equipamento ou
instrumento. As ligações utilizadas são as roscadas (rosca ISO – R7 ou NPT) ou solda
de encaixe.

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Luvas e Niples
Finalidades: Ligação de tubos entre si ou com algum equipamento tipos de Ligações
Rosqueadas, Solda de Encaixe, Solda Soquete, Solda de Topo (só acima de 2”).
Normas dessas conexões em Ferro Maleável: PB – 110, PB – 116.

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União
É um acessório utilizado para ligar tubos entre si.

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Tês, Luvas e Niples de Redução


Os Tês, Luvas e Niples e redução não tem simbologia especifica utilizam-se os
símbolos normais, porém, escrevem-se próximo aos diâmetros normais e os de
redução; Exemplo:

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12. VÁLVULAS

As válvulas são dispositivos destinados a bloquear, regular e controlar o fluxo de


fluidos em uma tubulação, sendo um dos acessórios mais importantes das tubulações.
Não entramos aqui em detalhes de funcionamento ou aplicações, simplesmente serão
mostradas as diversas válvulas e seus respectivos símbolos gráficos para desenho de
tubulações e fluxogramas.

12. 1 Classificação das Válvulas


1) VÁLVULAS QUE CONTROLAM O FLUXO EM QUALQUER DIREÇÃO:

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As extremidades das válvulas podem ser de acordo com as normas ANSI B.31-
Extremidades de Tubos para Aplicação das Válvulas.

2) VÁLVULAS QUE PERMITEM O FLUXO EM UMA SÓ DIREÇÃO:

- Extremidades Rosqueadas
Aplicadas em válvulas de 4” ou menores, empregadas em tubulações em que se
permitem ligações rosqueadas.
- Extremidades para Solda de Encaixe
Aplicadas em válvulas de aço de menos de 2”, empregada em tubulações por solda de
encaixe.
- Extremidades Flangeadas
Aplicadas em quase todas as válvulas de qualquer material, empregadas em
tubulações industriais de 2” ou maiores.
- Extremidades para Solda de Topo
Aplicadas em válvulas de aço de mais de 2”, em serviços com pressões muito altas ou
com fluídos em que se exija absoluta vedação e nenhum risco de vazamento.
Observação:
• A inspeção e os testes de válvulas são normalizados pela API – 598.
• As dimensões materias de controle, condições de trabalho, teste de aceitação para
refinaria de alguns tipos de válvulas são das normas ABNT ED-141, P- Pb-37 e ANSI
– B-16.10.

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12.2 Tipos de Válvulas para Bloqueio (Simbologia para Desenho)


VÁLVULA GAVETA (Norma API 600, 602 e 604 e 6D)

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VÁLVULA MACHO (Norma API 526, 599 e 604)

VÁLVULA ESFERA (Norma API 526 e 6D)

12.3 Tipos de Válvulas para Regulagem

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As figuras 15 (a, b), abaixo, representam em duas vistas (Projeções horizontal e


vertical), a simbologia básica de válvulas.

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As figuras 16 (a, b, c, d), a seguir, representam em planta, outros tipos de válvulas.

As figuras 17 (a, b, c), nos mostram os tipos de ligações mais empregadas em


tubulações, vistas anteriormente.

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13. TIPOS DE DESENHOS DE TUBULAÇÕES


No projeto de tubulações Industriais, faz-se geralmente os seguintes tipos principais
de desenhos:
• Fluxogramas (Flow-sheet)
• Plantas de tubulação
• Desenhos isométricos
• Desenhos de detalhes de fabricação, desenhos de suportes, folha de dados, etc.

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14. IDENTIFICAÇÃO DE TUBULAÇÕES, VASOS, EQUIPAMENTOS E


INSTRUMENTOS

Em todos os projetos industriais é necessário adotar-se uma sistemática de


identificação para todas as tubulações, vasos, equipamentos e instrumentos. Há
vantagens evidentes não só para a execução dos desenhos, como também e
principalmente para facilitar a construção e futura operação e manutenção.
As tubulações costumam ser designadas por sigla composta, que contém os seguintes
dados:
• Diâmetro nominal do tubo
• Identificação convencional do tipo ou classe do fluído contido
• Número de ordem da linha (dentro de cada área)
• Indicação abreviada da especificação de material
Por exemplo, a identificação completa de uma linha poderia ser:
12"-HC-2100-121-A1 que significaria:
12" - Diâmetro nominal do tubo.
HC - Classe de fluído (hidrocarboneto)
2100 - Área da localização da linha
121 - Número de ordem da linha
A1- Especificação dos materiais
A numeração da tubulação dentro de uma mesma instalação costuma ser feita
adotando-se séries numéricas diferentes para uma mesma classe de fluído e para
uma mesma área.
Por exemplo, todas as tubulações de óleo são precedidas da letra O, as de água de
refrigeração pela letra R, as de água potável pela letra P, as de vapor pela letra V, etc.
Da mesma forma todas as tubulações da área 1 (qualquer fluído) tem a numeração
começando por 1 (101, 102, 103, etc).
A escolha das siglas para identificar os fluídos circulantes dependerá da prática de
cada projetista e da natureza da instalação.
Quando uma tubulação muda de diâmetro, de finalidade, de área ou de especificação
de materiais, sua denominação também muda.
A identificação dos vasos e equipamentos costuma ser feita adotando-se para cada
tipo uma série numérica diferente precedida de uma ou duas letras indicativas. Por
exemplo, todas as bombas podem ser precedidas pela letra B, os compressores pela
letra C, as torres de T, os permutadores de P, os tanques de TQ, e assim por diante.
Quando se tem dois ou mais equipamentos iguais e executando o mesmo serviço, é
usual dar-se a todos os mesmo números, distinguindo-se uns dos outros pelo
acréscimo de uma letra.
Por exemplo, para uma série de bombas, B101-A, B101-B e B101-C.
A identificação dos instrumentos e das válvulas de controle é feita da mesma forma,
dotando-se siglas diferentes para cada tipo de instrumento ou válvula de controle, e
séries numéricas diferentes para cada área. Geralmente adotam-se as siglas da ISA
(Instrumentation Society of Amerlca).
A tabela a seguir mostra as siglas convencionais dos tipos mais comuns de
instrumentos e válvulas de controle:
FC - Controlador de fluxo (FIow Controller)
FCV – Válvula controladora de fluxo (Flow Control Valve)
FM - Medidor de fluxo (Flow meter)
FRC - Controlador registrador de fluxo (Flow Record Controller) .
HCV - Válvula de controle manual (Hand Contrai Valve)
LC - Controlador de nível (Level Controller)

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LI - Indicador de nível (Level Indicator)


OF - Flange com placa de orifício (Orifice Flange)
PC - Controlador de pressão (Pressure Contraller)
PCV - Válvula controladora de pressão (Pressure Control Valve)
PI - Indicador de pressão (Pressure Indicator)
TI - Indicador de temperatura (Temperature Indicator)
Multas outras siglas que se encontram em qualquer bibliografia de instrumentação e
controle.
Em todos os desenhos, folhas de cálculo, listas de materiais, especificações, e demais
documentos em que figuram as tubulações, vasos, equipamentos ou instrumentos, os
mesmos devem ser designados pela sua identificação completa.
É usual numerar-se também as colunas de sustentação dos suportes principais de
tubulações elevadas em áreas de processo, usando depois esta Identificação em
todos os desenhos.

15. FLUXOGRAMAS

Os fluxogramas são desenhos esquemáticos, sem escala, que mostram toda a rede
de tubulações de uma determinada área de processo, mostrando também os diversos
vasos, bombas e outros equipamentos aos quais a rede está ligada. Os fluxogramas
têm apenas a finalidade de mostrar o funcionamento da um sistema, não se
destinando a detalhar a unidade para a fabricação e montagem.
Dois tipos principais de fluxogramas podem ser elaborados:

a) fluxograma de processo (Process Flow-sheet)


Os fluxogramas de processo são desenhos elaborados pela equipe de processo, na
fase inicial de um projeto. Estes desenhos contêm:
• Vasos (tanques, torres, vasos de pressão, reatores, etc), com a indicação das
características básicas dos mesmos (tipo, pressão, temperatura, etc);
• Equipamentos importantes (bombas, compressores, filtros, etc);
• Tubulações principais, com indicação do fluído e do sentido de fluxo;
• Principais válvulas (bloqueio, regulagem, controle, etc);
• Instrumentos principais indicados por suas convenções
Em princípio, o que deve ser mostrado nesses fluxogramas são os elementos que
façam parte dos circuitos principais do processo. A quantidade e detalhamento das
informações nestes desenhos dependem da finalidade específica do mesmo.

b) Fluxograma mecânico ou de detalhamento - (Engenharia)


Estes desenhos são preparados pela equipe de processo, em fase mais adiantada do
projeto, com a colaboração da equipe de projeto mecânico. São os desenhos básicos
a partir dos quais será feito todo o desenvolvimento do projeto de tubulações. Muitas
vezes este tipo de fluxograma é denominado de fluxograma de tubulações e
instrumentação (Piping and Instrumentation Flow-- sheet, P&I Flow-sheet). Alguns
autores distinguem os P&I dos fluxogramas mecânicos, de acordo com o grau de
detalhamento, o que não será feito neste texto.

Estes desenhos devem conter as seguintes informações:


1. Todos os tanques, torres, vasos reatores, caldeiras, fornos, permutadores e
quaisquer reservatórios em geral, com sua identificação e características básicas;
2. Todas as máquinas (bombas, compressores e turbinas, etc), bem como todos os
equipamentos que tenham alguma função no processo (filtros, purgadores, placas de

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orifício, etc), ainda que sejam pequenos ou simples. Estes equipamentos devem ser
representados de acordo com as convenções e identificados mesmo quando forem
equipamentos de reserva.
3. Todas as tubulações, inclusive secundárias e auxiliares, com indicação de diâmetro,
sentido de fluxo, identificação completa e exigências especiais de serviço (inclinação,
vibração, etc).
4. Todas as válvulas colocadas nas respectivas linhas com indicações do tipo geral
(bloqueio, regulagem, controle, segurança, etc), por meio de convenções.
5. Todos os instrumentos (geralmente de acordo com as convenções da ISA) com
indicação do tipo, identificação, tamanho, arranjo de válvulas, tubos de contorno, etc,
inclusive com os flanges de orifício. Devem figurar ainda as linhas de ar comprimido de
comando das válvulas de controle, com as respectivas ligações.
As convenções de desenho para vasos, equipamentos, válvulas, instrumentos, etc,
devem ser obedecidas. A figura1, a seguir, mostra algumas destas convenções.

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Figura 1 - Convenções de Fluxogramas

No desenvolvimento do desenho de fluxograma, é conveniente, para maior clareza,


seguir uma ordem racional na disposição dos vasos, equipamentos e tubulações,
independente da verdadeira disposição que estes elementos venham a ter no terreno.
Os vasos e torres devem se situar no centro do desenho, e as bombas, compressores
e outras máquinas, na parte inferior.
Todas as tubulações devem ser representadas por linhas horizontais e verticais. Caso
uma linha horizontal cruze com uma vertical, deve-se interromper a vertical.
As setas indicativas do sentido de fluxo são colocadas nas mudanças de direção.
O desenho é feito de forma que o fluxo geral seja da esquerda para a direita do papel.

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É usual acrescentar-se em cada folha de fluxograma uma tabela com os principais


dados de todos os equipamentos que aparecem na folha.

16. PLANTAS DE TUBULAÇÕES

As plantas de tubulação são desenhos feitos em escala, contendo todas as tubulações


de uma determinada área, representadas em projeção horizontal olhando-se de cima
para baixo.
Na figura 3 tem-se um exemplo de uma planta global de localização da unidade cujo
fluxograma está na figura 2.
Para o melhor detalhamento de uma planta pode-se subdividida em áreas menores
com plantas mais detalhadas. Por exemplo, a planta de locação da figura 3 foi
desmembrada nas figuras 4, 5, 6 e 7.
Na execução das plantas, costuma-se adotar os seguintes procedimentos:
a) Os tubos de até 12” de diâmetro são representados por um traço único, na posição
da linha de centro. Os diâmetros maiores são representados por dois traços paralelos,
mostrando o tubo em escala;
b) Em todos os trechos de tubos deve haver a identificação completa do mesmo e seu
sentido de fluxo. Válvulas e acessórios são representados por convenções especiais e
devem tanto quanto possível, ser desenhados em escala;
c) Deve-se mostrar também a posição das hastes das válvulas, bem como a elevação
de todos os tubos, as cotas de mudança de direção e as distâncias entre tubos
paralelos.
Na figura 8 pode-se ver as principais convenções utilizadas no desenho de plantas.
Além de todos os tubos com suas válvulas e acessórios, esses desenhos mostram o
seguinte:
1. Linhas principais de referência (limites de áreas, contornos de ruas, valas de
drenagem, vasos e equipamentos grandes, edificações, etc);
2. Suportes de tubulações, indicados através de siglas dentro de retângulos e com
numeração crescente;
3. Vasos e equipamentos ligados a rede de tubulações, com desenhos dos contornos
e identificação dos mesmos, mostrando ainda a elevação de saída dos bocais;
4. Plataformas e escadas de acesso;
5. Todos os instrumentos, com identificação e posição aproximada.
Na figura 9 pode-se ver um trecho de planta de tubulações, com a maioria das
convenções de desenho.
As diversas folhas de plantas de tubulação devem limitar-se entre si formando um
mosaico contínuo, cobrindo toda a área abrangida pela rede de tubulações. Em todas
as folhas de desenho deve haver sempre a indicação da orientação (Norte de projeto),
e nos limites do desenho sempre haverá a indicação das coordenadas e dos números
de outras folhas de desenho que sejam continuação para qualquer lado.
Para tubulações fora da área de processo (tubulações de interligações), devido ao
tamanho da área abrangida e a pequena existência de acidentes, são feitas plantas
em escalas pequenas (1:250, 1:500), destacando-se as áreas notáveis, como se pode
ver na figura 10.

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Figura 2 – Exemplo de Fluxograma

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Figura 3

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Figura 4

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Figura 5

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Figura 6

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Figura 7

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Figura 8 - Convenções de Plantas

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Figura 9 – Utilização das convenções de plantas.

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Figura 10 – Exemplo de planta de tubulações de interligação

17. ROTINAS PARA DESENHO DE PLANTES DE TUBULAÇÃO

Segue-se uma série de etapas a serem observadas quando da execução de desenhos


de plantas de tubulação.
1. Subdividir a planta de locação geral em várias áreas correspondentes a cada folha
das plantas de tubulação;
2. Desenhar contornos de vasos, equipamentos, estruturas, colunas de suporte de
tubulações elevadas, etc;
3. Fixar cotas de elevação dos equipamentos e tubulações;
4. Desenhar as tubulações mais grossas e as distâncias entre tubos paralelos;
5. Desenhar as demais tubulações;
6. Verificar flexibilidade e o vão máximo entre os suportes;
7. Verificar interferências;
8. Colocar dispositivos de restrição (ancoragens, guias, etc);
9. Completar com os seguintes dados:
• Identificação de linhas;
• Coordenadas dos limites e das linhas principais;
• Cotas e elevações;

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• Identificação dos vasos, equipamentos e instrumentos;


• Identificação dos suportes, numeração das colunas;
• Tabelas;
• Desenhos de referência.

18. DESENHOS ISOMÉTRICOS


Desenhos isométricos são desenhos de tubulação feitos em perspectiva isométrica.
Ao contrário dos desenhos de plantas e elevações, dispensam o uso de escala.
Os isométricos são feitos geralmente para uma tubulação individual ou para um grupo
de tubulações próximas.
A figura 11 mostra um desenho isométrico de uma tubulação, detalhada embaixo, em
planta e elevação, com o objetivo de melhorar a compreensão.
Evita-se desenhar em um isométrico de tubulações de áreas diferentes; não é
freqüente desenhar-se em um isométrico de tubulações que ultrapassem os limites de
uma planta. Em cada planta pode ser colocada a relação de desenhos isométricos de
suas linhas.
Os isométricos de uma planta são geralmente numerados conforme a designação da
mesma. Por exemplo, os isométricos 3101, 3102 e 3103 fazem parte da planta 31.
Linhas longas são desenhadas em mais de um isométrico, convém, nesses casos
indicar o número do desenho de continuação da linha.
É sempre necessária a indicação do norte do projeto, para facilitar a localização das
linhas nas plantas e até mesmo na área industrial.

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Figura 11 – Planta, Elevação e Isométrico.

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Nas figuras 12, 13 e 14 veêm-se alguns exemplos de desenhos isométricos de linhas


das plantas das figuras 4 e 5. É interessante notar que a linha da figura 12 é
continuação de uma das linhas da figura 14.

Figura 12 – Exemplo de Isométrico

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Figura 13 – Exemplo de Isométrico

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Figura 14 – Exemplo de Isométrico

Nos desenhos isométricos de tubulação aparecem obrigatoriamente:

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1. todas as válvulas, tubos e acessórios de (flanges, niples, reduções, etc), conforme


convenção própria (fig. 15);
2. as cotas de cada elemento, Indicando o lugar exato para instalação ou localização.
As cotas são extremamente importantes devido à ausência de escala exata de
desenho;
3. as Informações necessárias para fabricação e montagem da tubulação, tais como:
dimensões dos trechos retos de tubos, ângulos, raios de curvatura, elevações de
todos os tubos, localização e orientação de todos os bocais de vasos, vasos e
equipamentos, posição das hastes e volantes das válvulas, etc;
4. os equipamentos como vasos, bombas, permutadores e turbinas não precisam ser
desenhados; basta colocar suas linhas de centro, sua identificação e a posição dos
bocais de ligação com as tubulações;
Costuma-se fazer uma “lista de materiais" agregada ao isométrico. Este documento
contém a especificação qualitativa e quantitativa de todos os tubos, válvulas e
acessórios de tubulações que aparecem no desenho.
Não é usual confeccionar-se desenhos isométricos de tubulações subterrâneas ou de
tubulações longas fora da área de processo.

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Figura 15 – Convenções de Isométricos.

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19. CONFECÇÃO DE ISOMÉTRICOS

Como já foi visto anteriormente, os isométricos são desenhos feitos sem escalas, em
perspectiva isométrica, onde os tubos verticais são representados por traços verticais
e os tubos horizontais, nas direções ortogonais de projeto, são representados por
traços inclinados com ângulo de 30° sobre a horizontal para a direita e para a
esquerda.
Os tubos fora de uma das três direções ortogonais são representados por traços com
ângulo diferente de 30° devendo ser indicado no desenho seu ângulo verdadeiro com
qualquer das direções primárias, como se pode ver na figura 16.

Figura 16

Para facilitar o entendimento costuma-se desenhar com traços finos o paralelogramo


do qual a direção do tubo seja a diagonal.
Os tubos curvados e as curvas são representados simplificadamente através de
cantos vivos ou ainda através de curva em perspectiva.
Todos os tubos, qualquer que seja o diâmetro, são representados por um traço único,
na posição da sua linha de centro.

19.1 Algumas Normas no Traçado de Isométricos


Na confecção de desenhos isométricos são usados os seguintes tipos de linhas:
1. Linha grossa: é usada para desenhar linhas de até 24” de diâmetro, flanges nas
linhas, perfis de estruturas, limites de área ou unidade (fig. 17).

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Figura 17

2. Linha fina: é uma linha auxiliar e serve para indicar as linhas de chamada, cota,
indicação de áreas, etc (fig.18).

Figura 18

3. Linhas intermédiárias: servem para indicação de contorno, bocal e flange de


equipamento (fig.19).

Figura 19

Quando ocorrer o cruzamento de linhas de tubulações, as linhas do segundo plano


serão sempre interrompidas (fig. 20)

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Figura – 20.

Deve-se indicar através de setas o sentido de fluxo na linha, como na figura 17.
A amarração das cotas de válvulas, curvas e outros acessórios, deve ser feita de
maneira clara e precisa, para que se reduza ao mínimo o número de cálculos na
ocasião da montagem (no campo).
Existem papéis padrão, com linhas pré-impressas das direções isométricas, que
facilitam bastante o trabalho.
Em resumo, é recomendável sempre se ter em mente que o desenho será a base para
o responsável pela montagem e fabricação executar seu serviço, e por isso, nenhuma
informação útil deve ser omitida ou estar de forma obscura.
Concluindo, o desenho isométrico é uma maneira clara de se representar trechos de
tubulações permitindo uma visão tridimensional, embora desproporcional, destes
trechos. Contudo, com um pouco de prática e levando-se em consideração os valores
das cotas, a falta de escala é compensada.

20. OUTROS DESENHOS DE TUBULAÇÃO

Além dos desenhos descritos anteriormente podemos encontrar em projetos de


tubulação industrial, outros desenhos tais como: desenhos de detalhes típicos,
desenhos de tubulações subterrâneas, desenhos de suportes, etc.
Os desenhos de detalhes típicos são desenhos mostrando algumas construções
padrão para todo o projeto. Normalmente são feitos para estações de válvulas de
controle, instalação de purgadores de vapor, curvas de gomos, etc. (fig. 21 e 22).

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Figura 21 – Estação de Válvula de Controle.

Figura 22 – Curva em gomos.

Em instalações industriais faz-se, geralmente, para cada área, um único desenho


mostrando todo o subsolo, incluindo as tubulações subterrâneas, as instalações
elétricas e demais construções enterradas que possam existir na área. A figura 23 é
um exemplo de desenho de Instalações subterrâneas.

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Figura 23 – Instalações subterrâneas.

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Os desenhos de suportes são desenhos de fabricação, feitos em escala, com todos os


detalhes e dados necessários para sua fabricação.
Estes desenhos são freqüentemente padronizados pelas entidades projetistas e
válidos para todos os projetos. A figura 24 mostra alguns desenhos de suportes
utilizados em tubulações industriais.

Figura 24 – Desenhos de detalhes de suportes.

21. FOLHA DE DADOS DE TUBULAÇÃO E OUTROS DOCUMENTOS

Além dos desenhos mencionados, devem fazer parte dos projetos de tubulação outros
documentos tais como: listas de suportes; listas de válvulas de controle, lista de linhas,
etc.
As listas de linhas ou folha de dados de tubulação são documentos apresentados na
forma tabular, contendo geralmente todas as linhas de uma instalação industrial.

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Normalmente se encontra uma folha de dados para cada unidade em que foi dividida a
instalação.
Estas folhas, dependendo do nível de detalhamento que a entidade projetista adote,
podem conter as seguintes informações:
a) diâmetro nominal da linha;
b) classe ou fluído circulante;
c) número de ordem;
d) sigla abreviada da especificação do material;
e) extremidades da linha, isto é, de onde vem e para onde vai a linha;
f) velocidade ou vazão do fluído;
g) perda de carga unitária;
h) temperatura e pressão de operação;
i) temperatura e pressão do projeto;
j) pressão de teste hidrostático;
I) necessidade ou não de isolamento térmico, tipo isolamento;
m) necessidade ou não de aquecimento da linha.

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