Orientação Pedagógica para A Permanência Escolar

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Orientações Pedagógicas

para a Permanência
Escolar
BRASÍLIA, DF

2021
GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL
Ibaneis Rocha Barros Junior

SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO


Leandro Cruz Fróes da Silva

SECRETÁRIO EXECUTIVO
Fábio Pereira de Sousa

SUBSECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO BÁSICA


Tiago Cortinaz
ELABORAÇÃO
Bélin Poletto Mezzomo
Daiana da Silva Sousa Sátiro
Dimitrula Mantzos
Francerose Clara da Costa da Silva
Gêzania da Silva Marques
Leiriane Viveiros Gregório
Leonardo Bezerra do Carmo
Ludmila Serafim
Radson Lima Vila Verde

COLABORAÇÃO
Ana Carolina Tavares
Beatriz Oliveira Gontijo Corrêa
Hernaide Lacerda Lima
Monalisa Redmerski
Simone Alves Côrtes

CAPA, PROGRAMAÇÃO VISUAL E DIAGRAMAÇÃO


Hernaide Lacerda Lima
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................ 6
Introdução ...................................................................................... 7
1. Qual é a importância de acompanhar a frequência escolar
dos estudantes? ....................................................................... 9
2. Quais os principais motivos que levam estudantes a faltar às
aulas? ..................................................................................... 10
3. Como identificar se estudantes infrequentes estão com
problemas extraclasse? .............................................................. 12
4. Como a UE pode se organizar pedagogicamente para identificar
estudantes infrequentes? .............................................................13
5. Como a UE pode propor projetos interventivos para o alcance
das aprendizagens dos(as) estudantes fora do fluxo escolar e/ou
infrequente? ................................................................................ 16
6. Como a UE pode se valer das competências socioemocionais
para mitigar o absenteísmo? ................................................... 17
7. Qual a diferença entre abandono escolar e evasão escolar? . 18
8. Como a UE pode atuar na busca ativa de estudantes
infrequentes? .............................................................................. 19
9. O que é rede de proteção? ..................................................... 23
10. Quais legislações regem o acompanhamento da frequência
escolar? ....................................................................................... 24
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

APRESENTAÇÃO

As Orientações Pedagógicas para a Permanência Escolar foram


elaboradas em formato de perguntas e respostas, com objetivo de
trazer caminhos, possibilidades e os normativos que possibilitem o
fortalecimento da permanência escolar de nossos estudantes em
meio a pandemia de COVID-19. O principal normativo para essas
orientações é a portaria Nº 33, de 12 de fevereiro de 2020, que
norteia o Acompanhamento da Frequência Escolar dos
Estudantes da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal,
objetivando a identificação de estudantes infrequentes, a
identificação das causas da infrequência, o monitoramento dos
encaminhamentos realizados pelas Unidades Escolares - UE e
pelas Coordenações Regionais de Ensino – CREs.

Aproveitem essas orientações para elucidar as


possíveis dúvidas, alimentar ideias e elaborar
planejamentos. Não deixem ainda de consultar os
outros normativos listados no fim do documento
como auxílio na prática do cotidiano escolar e
na busca ativa de nossos estudantes.
Acreditamos que as informações aqui pontuadas,
podem subsidiar o trabalho coletivo de toda
comunidade escolar em prol da permanência de
nossos estudantes, em um espaço de educação
democrática, inclusiva, efetiva e emancipatória de
ensino e aprendizagem.

06
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

INTRODUÇÃO

Dos diversos desafios apresentados na pandemia de COVID-19


que assola o mundo, a evasão escolar, o abandono e a
infrequência tem sido os grandes desafios que uma rede de
educação deve enfrentar. O abandono escolar e a evasão
encaminham nossos estudantes para a possibilidade de retenções
e consequentemente ao atraso escolar e a defasagem idade/ano.

Buscando enfrentar essas dificuldades sugere-se que essa


orientação seja lida, debatida e operacionalizada na unidade
escolar, principalmente se considerarmos o contexto de pandemia
que ainda estamos atravessando, em que possivelmente vários
estudantes podem já ter abandonado ou até evadido da escola.
Assim, tendo como embasamento legal, o disposto no Art. 12 da
LDB, Lei Nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que afirma que os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus


filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
execução da proposta pedagógica da escola;
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município a
relação dos alunos que apresentem quantidade de
faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei;

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Considerando também que o processo de aprendizagem é um


direito e a permanência do estudante na escola é condição
indispensável para o seu alcance, a Diretoria de Ensino
Fundamental – DIEF, por meio das Gerência de Acompanhamento
do Ensino Fundamental Anos Iniciais – GFAI e Gerência de
Políticas Educacionais para o Desempenho Escolar – GDESC,
elaborou este documento de Orientações Pedagógicas para
acompanhamento da frequência escolar dos estudantes do Ensino
Fundamental com foco na prevenção e intervenção ao
absenteísmo, à reprovação por faltas e, consequentemente, ao
abandono escolar.

Nesse sentido, valendo-se do disposto na referida Portaria, há


apontamentos que devem ser pensados pela Unidade Escolar -
UE como forma de organização do trabalho pedagógico com
vistas às aprendizagens e à permanência dos estudantes na
escola. Abaixo apresentamos algumas perguntas levantadas a
partir da realidade das unidades escolares e respostas validadas
nos documentos normativos vigentes.

Sugere-se que essa orientação seja lida, debatida e


operacionalizada na unidade escolar, principalmente se
considerarmos o contexto de pandemia que ainda estamos
atravessando, em que possivelmente vários estudantes podem ter
abandonado ou até evadido da escola.

Equipe da Diretoria de Ensino Fundamental


DIEF/SUBEB/SEEDF

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

1 - Qual é a importância de acompanhar a frequência


escolar dos estudantes?

Esse monitoramento permite


acompanhar a vida escolar do
estudante, diagnosticar a baixa
frequência para que as devidas
providências sejam tomadas e,
dessa forma, combater a evasão e
o abandono escolar, garantindo o
direito de permanência do
estudante na escola.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

2 - Quais os principais motivos que levam estudantes a


faltar às aulas?

Diversas situações podem contribuir para o absenteísmo


estudantil, especialmente, no atual momento de pandemia da
COVID-19 em que vários setores sociais estão sendo afetados.
Dessa forma, é preciso perceber a comunidade escolar e
reconhecer as dificuldades que ela enfrenta, de modo a trabalhar
colaborativamente para que a permanência do estudante na
escola seja garantida.

Assim, os principais motivos reconhecidos na Rede Pública de


Ensino do Distrito Federal que resultam nas faltas estudantis são:

Dificuldades da UE na comunicação, por diversos fatores, com


as famílias/ responsáveis legais e estudantes;
Dificuldade na busca ativa pela UE/ CRE;
Falta de habilidade da família nos momentos de estudo
(analfabetismo, atividades que apresentam comandos
confusos, excesso de atividades);
Falta de acompanhamento familiar;
Falta de estímulo à família, pois os pais/ responsáveis legais,
normalmente, tem uma rotina diária exaustiva e não
conseguem realizar o acompanhamento pedagógico no
ambiente doméstico;
A família/ responsável legal não ter condições financeiras para
buscar/ levar as atividades na escola;
Atividades complexas e extensas, fora do contexto da
realidade do estudante;

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Atividades pouco atrativas, como “treinos”;


Excesso de cobrança;
Déficit de aprendizagem;
Repetência;
Defasagem idade-ano (estudantes fora do fluxo escolar);
Falta de acesso ou acesso inadequado à internet pelos
estudantes;
Não ter conhecimento sobre o uso das ferramentas virtuais
(para todos os envolvidos no processo);
Aumento da violência doméstica, sobretudo, a violência
doméstica infantil;
A exploração do trabalho infantil;

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

3 - Como identificar se estudantes infrequentes estão


com problemas extraclasse?

É essencial que a escola adote um Livro de Ata para registrar


todos os contatos realizados com pais e/ou responsáveis
realizados por meio de ligações telefônicas, WhatsApp ou e-mail.
O registro deverá conter dados importantes, como o nome do
servidor responsável pela chamada, o nome do pai ou
responsável pelo estudante, data e horário do contato, as
orientações que foram dadas a família e a justificativa relatada
pelo responsável.

Após o registro, a escola deverá identificar se existem problemas


de maus tratos, abusos, violências, trabalho infantil, exploração,
fome, doenças, entre outros. Evidenciando um destes problemas,
faz-se necessário todo o cuidado de sigilo e condução da situação
em questão, preservando o estudante de maiores riscos,
exposições desnecessárias e problemas futuros. Da mesma
forma, o cuidado em preservar os profissionais envolvidos também
é de salutar importância no processo. Orienta-se, análise criteriosa
das ações a serem tomadas, bem como acionar os órgãos
competentes para garantir a segurança dos envolvidos.

Caso haja necessidade de verificar


denúncias graves, encaminhadas ao
Conselho Tutelar, e o mesmo demore
a responder devido à grande demanda
de notificações, no atual contexto,
a escola deverá encaminhar a denúncia
para os demais órgãos de proteção
à criança e ao adolescente,
conforme prevê a legislação.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

4 - Como a UE pode se organizar pedagogicamente para


identificar estudantes infrequentes?
A identificação dos estudantes infrequentes parte da organização
pedagógica do professor junto à UE. Por isso, destaca-se o
preenchimento do Diário de Classe como primeiro passo para o
reconhecimento desses estudantes no âmbito escolar. Dessa
maneira, é necessário que, de fato, esse instrumento de registro
seja preenchido com periodicidade, mesmo no contexto do ensino
remoto.

Considerando o disposto nas legislações vigentes, o professor


comunicará semanalmente e/ou mensalmente, a listagem dos
alunos e o quantitativo de faltas identificadas, ao coordenador
pedagógico, ou supervisor pedagógico, ou à equipe gestora ou ao
servidor destinado pelos registros, para que sejam tomadas as
devidas providência e retorno do aluno à escola. Devendo,
inclusive, encaminhar ao Secretário Escolar, sendo as faltas
consecutivas ou não. Para fins legais, orienta-se a ler a Portaria
Nº 33, de 12 de fevereiro de 2020, na sua integralidade.

É aconselhável que os gestores escolham um servidor para ser o


responsável pelo acompanhamento da frequência
da frequência de todos(as) os(as) estudantes da unidade.

Recomenda-se ao servidor responsável pelos registros:


1. Realizar o levantamento semanalmente ou
mensalmente;
2. Identificar os alunos infrequentes e encaminhar
imediatamente a listagem à Direção da Escola;

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

3. Estabelecer a comunicação com os pais e/ou responsáveis


(no caso do estudante menor de 18 anos) e solicitando o
comparecimento do mesmo para assinatura do Termo de
Compromisso, conforme disposto no Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA; caso o aluno seja maior de 18 anos,
identificar os motivos da infrequência e orientado o mesmo
para seu retorno;
4. Encaminhar os registros de infrequência para o Serviço de
Orientação Educacional, com vistas às providências
pedagógicas e possíveis articulações em rede;
5. Sensibilizar a família do(a) estudante para o regresso à
unidade escolar;
6. Manter o levantamento dos estudantes infrequentes sempre
atualizado;
7. Acionar o Conselho Tutelar e/ou Ministério Público sempre
que necessário.

Por fim, de posse destas informações, sugere-se a articulação e


promoção de ações junto à família do(a) estudante infrequente,
evitando o abandono e a evasão escolar.

A comunicação interna, entre professores regentes, coordenação


pedagógica e equipe gestora das UEs, sobre os(as) estudantes
infrequentes devem ser decido pelos Gestores ou Secretaria
Escolar se serão semanais ou mensais.

Quanto a comunicação ao Conselho Tutelar, ao Ministério Público


e à Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania - SEJUS, sobre
os(as) estudantes infrequentes, deve ser mensal ou bimestral,
conforme o caso apresentado.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Destaca-se que em caso de configuração do possível abandono


escolar, mesmo após encaminhamento ao Conselho Tutelar, a
Equipe Gestora deve encaminhar o caso à CRE com vistas ao
Ministério Público, anexando todos os registros anteriores.

Há que se considerar, ante o exposto, que a coordenação


pedagógica é o segundo passo na identificação de estudantes
infrequentes, pois além de ser um espaço para troca de
experiências, relatos sobre a participação dos seus estudantes
igualmente, é um espaço de articulação entre professores,
coordenadores pedagógicos, equipe gestora, Equipes
Especializadas de Apoio à Aprendizagem e a Orientação
Educacional para o planejamento de estratégias de busca ativa.

A elaboração de um mapa de identificação de estudantes


infrequentes da UE pode representar uma estratégia importante
que facilitará o acompanhamento das infrequências ao longo do
ano letivo, antecipando-se às situações de evasão escolar e de
abandono. Além disso, se aproximar da comunidade escolar,
sobretudo, das famílias ou responsáveis legais é fundamental para
o sucesso da permanência desses estudantes na escola.

Cumpre ressaltar que o professor tem a obrigação legal de


disponibilizar ao estudante infrequente os conteúdos das aulas
não frequentadas. Orienta-se, nesse sentido, que haja um
planejamento pedagógico diferenciado a esse estudante,
buscando não somente o alcance das aprendizagens, mas
também, a motivação para a sua permanência na escola. Para
isso, um ponto crucial é a questão do seu pertencimento. O
estudante precisa se sentir pertencente ao ambiente social que a
escola possibilita e ao processo de ensino-aprendizagem do qual
ele faz parte.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

5 - Como a UE pode propor projetos interventivos para


o alcance das aprendizagens dos(as) estudantes fora
do fluxo escolar e/ou infrequente?
Mediante os resultados apresentados nos
diagnósticos de aprendizagem dos estudantes,
os professores, juntamente com a equipe
escolar, podem planejar horários para
atendimento de pequenos grupos de
estudantes no Google Meet (ou outro aplicativo
de reuniões online) e trabalhar atividades para
sanar as dificuldades específicas.

Produzir e postar pequenos vídeos explicativos sobre o que está


sendo trabalhado, seus objetivos e fomentar feedback por meio da
plataforma. Além do cognitivo, entra a questão emocional, como a
presença da figura do docente no ambiente virtual ou o áudio
aproximando os envolvidos e proporcionando acolhimento dos
estudantes, que se sentem mais amparados (o trabalho com as
questões socioemocionais também faz a diferença).

Nas situações em que o professor só tenha acesso ao estudante


por meio de atividades impressas, produzir material específico
com orientações claras, que não demandem muito tempo para sua
realização, maior autonomia na sua realização para não demandar
muito da família, em dias específicos. Importante ressaltar que as
atividades impressas estejam em consonância com as atividades
propostas na plataforma, seguindo os mesmos critérios de ordem,
sequência e objetivos do planejamento.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

6 - Como a UE pode se valer das


competências socioemocionais para
mitigar o absenteísmo?
O acolhimento socioemocional, além de estar diretamente
ancorado na Base Nacional Comum Curricular e no Currículo em
Movimento do Distrito Federal, é essencial para o
desenvolvimento das habilidades dos estudantes no ambiente de
ensino-aprendizagem e que hoje se relaciona com as
possibilidades do ensino remoto.

O ponto de partida para entender as necessidades de sua


comunidade escolar no contexto atual é, sem dúvida, a escuta
sensível. Por isso, um primeiro momento deve ser reservado à
possibilidade de diálogo com a comunidade escolar em que
estudantes e familiares/ responsáveis legais possam manifestar
seus sentimentos e angústias diante do impacto da COVID-19
sobre suas vidas. Há de se entender, ainda, que muitos estejam
de luto, que outros tenham sofrido com as internações
hospitalares, que tenham parentes doentes ou que estejam
doentes, além da situação de desemprego que assola a sociedade
como um todo e que afeta diretamente o contexto familiar.

A partir da escuta ativa da comunidade escolar a UE poderá


elaborar um plano de ação de acolhimento, juntamente com as
Equipes Especializadas de Apoio à Aprendizagem e a Orientação
Educacional, contendo ações para a adaptação e readaptação
para o ensino remoto ou as possibilidades de ensino alternado,
palestras quanto ao cuidado à saúde mental, a construção de uma
rede de proteção socioassistencial além de construções de ações
colaborativas com pais e/ou responsáveis.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

7 - Qual a diferença entre abandono escolar e evasão


escolar?

Conforme definição apresentada pela Portaria nº 33/2020,


entende-se por abandono e evasão escolar:

I - abandono: ocorre quando o estudante obtiver um número


de faltas consecutivas superior a 25% (vinte e cinco por cento)
e não retornar à unidade escolar até o final do ano/semestre
letivo, conforme Art. 290 do Regimento Escolar da Rede
Pública de Ensino do Distrito Federal, aprovado pela Portaria
nº 15/2015 - SEEDF, alterado pela Portaria nº 180/2019 -
SEEDF;

II - evasão: ocorre quando um indivíduo regularmente


matriculado no início de ano letivo não se matricula no ano
seguinte, independentemente da situação de conclusão do
ano de matrícula, podendo ter sido aprovado, reprovado ou
abandonado.

No último caso, geralmente não se tem mais contato com o(a)


estudante, uma vez que este não tem mais vínculo com a unidade
escolar.

ABANDONO EVASÃO

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

8 - Como a UE pode atuar na busca ativa de estudantes


infrequentes?

A Busca Ativa Escolar é uma estratégia muito útil para ajudar a


garantir os direitos de todas as meninas e de todos os meninos,
em especial o direito à educação. Mas só é efetiva com o
envolvimento de todas as políticas públicas (educação, saúde,
assistência social, entre outras) e com a participação e o
engajamento ativos da sociedade.

O UNICEF, possui recomendações para mobilização para


diversos atores públicos, para serem realizadas pelas equipes
municipais e estaduais, buscando o enfrentamento da exclusão
escolar e a concretização da educação como direito inalienável.
Com a iniciativa “Fora da Escolar Não Pode”, o UNICEF faz
algumas recomendações para a permanência escolar englobando
ações para as famílias e para as escolas:

a) FAMÍLIA

Contatos telefônicos e/ou virtuais:


Ligações telefônicas.
Mensagens de voz.
Mensagens de texto por SMS, aplicativos de mensagens e
e-mails.
Posts, podcasts e vídeos nas redes sociais (como
Facebook e YouTube). Um município participante do Selo
UNICEF, por exemplo, criou um "twibbon", selo
personalizado da campanha que pode ser colocado sobre
a foto do perfil em algumas redes sociais, para sensibilizar
e conscientizar a população.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Murais, blogs ou jornais virtuais das escolas.


Reuniões de famílias por videoconferência.
Conversas por WhatsApp, SMS ou outros programas de
troca de mensagens. Mídias locais – para alcançar as
famílias sem acesso a internet e smartphones:
Chamadas de rádio e televisão transmitidas por emissoras
locais.
Mensagens de áudio divulgadas por motos ou carros de
som.
Cartazes afixados no comércio local e nas escolas.
Faixas nas ruas.
Envio ou entrega de folhetos e outros materiais impressos
no domicílio.

Conversas presenciais – algumas redes permitem ainda


atendimento presencial, que pode ser feito da seguinte forma:
Por agendamento nas unidades de
ensino.
Em esquema de plantão escolar em
alguns dias da semana.
No dia da retirada/entrega das atividades preparadas
pelos(as) professores(as) e do cartão alimentação ou de
cestas básicas nas escolas.
Visitas domiciliares, em especial nas zonas rurais e de
difícil acesso.

Nesses momentos, é importante reforçar a parceria da escola com


a família e divulgar a Busca Ativa Escolar, solicitando que as
pessoas fiquem atentas às crianças e aos adolescentes da sua
família e da sua comunidade e, percebendo infrequência ou
abandono escolar, acionem a equipe da estratégia.
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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

b) ESCOLA

Realização de uma semana ou dia D


da Busca Ativa na Escola, em que os(as)
gestores(as) e professores(as) das unidades
de ensino debatam o direito à educação, as causas da
exclusão e a importância de manter as crianças e os(as)
adolescentes estudando e de incluir aqueles(as) que
deixaram de participar das atividades oferecidas durante o
isolamento social ou já estavam fora da escola.
Realização de reuniões virtuais e/ou presenciais (seguindo
sempre as determinações das autoridades de saúde locais
e da OMS) com a equipe para falar do papel de cada um
na Busca Ativa Escolar e das providências que devem ser
tomadas nos casos de estudantes que não estão
participando das atividades não presenciais ou que não
retornarem após a retomada das aulas presenciais.
Realização de mutirões de (re)matrícula (seguindo sempre
as determinações das autoridades de saúde locais e da
OMS), divulgados por meio de faixas e cartazes
espalhados pela cidade, além de mensagens nos veículos
locais de mídia – com comunicação específica para
meninas e meninos em maior risco de evasão.
Promoção de fóruns e eventos on-line com as equipes
escolares, para manter um diálogo contínuo e fortalecer os
laços entre os atores e atrizes responsáveis pela Busca
Ativa Escolar nas cidades e estados.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Em nível intermediário, execução de campanhas para


incentivar as escolas a divulgar as atividades que estão
realizando durante a pandemia, sob o mote “A escola não
para”, por exemplo, e o que está sendo planejado para o
retorno às aulas presenciais. É importante reforçar que as
escolas devem comunicar às famílias que continuam
abertas à comunidade.

Mais informações sobre a Busca Ativa Escolar podem ser


encontradas no site https://buscaativaescolar.org.br./

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

9 - O que é rede de proteção?

Rede de Proteção é o conjunto de órgãos governamentais,


profissionais, entidades e instituições (representantes da
sociedade civil e do poder público) que têm a função de atuar e
resguardar, para que os direitos das crianças e dos adolescentes
sejam garantidos.

A escola é uma instituição que integra essa rede e seus


profissionais têm a responsabilidade de identificar, notificar,
atender e manter atitude vigilante com proposições de ações
preventivas para garantir os direitos das crianças e adolescentes.

De acordo com a Cartilha da Rede de Proteção à Criança e ao


adolescente, encontrada no endereço eletrônico:
https://mpdft.mp.br/portal/pdf/unidades/promotorias/pdij/Publicacoe
s/cartilha_rede_infancia.PDF, da Promotoria de Justiça de Defesa
e da Juventude, encontramos muitos exemplos desses setores e
suas atribuições.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

10 - Quais legislações regem o acompanhamento da


frequência escolar?

As leis que regem o acompanhamento da frequência escolar, no


Brasil, são:

Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227 dispõe que:


"É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade, à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."

Lei 8.069/90 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e


do Adolescente (ECA), Artigos 53, Inciso I; 54, 55 e 56
determina a quem compete a responsabilidade pela matrícula
e controle de frequência escolar, bem como ações no caso de
infrequência;

Lei Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB), em seu
Artigo 24, Inciso VI, estabelece o percentual mínimo de
frequência para aprovação;

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PERMANÊNCIA ESCOLAR

Lei nº 13.803, DE 10 de janeiro de 2019. Altera dispositivo da


Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para obrigar a
notificação de faltas escolares ao Conselho Tutelar quando
superiores a 30% (trinta por cento) do percentual permitido em
lei.

Portaria nº 15, de 11 de fevereiro de 2015, alterada pela


Portaria nº 180, de 30 de maio de 2019, que versa sobre o
Regimento Escolar da Rede Pública do Distrito Federal,
estabelece, em seu CAPÍTULO IV, os critérios para avaliação
de controle de frequência dos estudantes;

Portaria nº 419, de 20 de dezembro de 2018, que versa


sobre a Política da Educação Básica do Campo, traz como
princípio a Pedagogia da Alternância

Portaria Nº 33, de 12 de fevereiro de 2020, que institui


procedimentos para o Acompanhamento de Frequência
Escolar da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal.

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