Teste Portugues9 - Teste - Fev21 - Enunciado

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PORTUGUÊS | 9º ano

Conto Contigo

TESTE DE AVALIAÇÃO – PORTUGUÊS


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GRUPO I
ORALIDADE

Vais ouvir uma entrevista realizada por Fernando Alvim, no programa “5


para a Meia-noite” com o título “O sentido da vida/a Morte”.

Disponível em: https://media.rtp.pt/5meianoite/exclusivo/sentido-da-vida-morte/


Expressões/palavras-chave para a pesquisa: RTP; 5 para a Meia-Noite; o sentido da
vida

1. Seleciona, de entre as frases apresentadas, as que correspondem a


afirmações verdadeiras, de acordo com a entrevista.

A. O único tema proposto para a conversa, “O Sentido da Vida”, é questionar


de onde vimos e para onde vamos.

B. Para Blaya “todos nós temos um dom, uma missão. A minha é ajudar as
pessoas a sentirem-se mais confiantes”.

C. Todos concordam sobre os conceitos de confiança, timidez e realização


pessoal.

D. As pessoas bonitas são tendencialmente mais confiantes, segundo Beatriz


Gosta.

E. As realizações pessoais e profissionais fazem a diferença, segundo a


cantora Blaya.

F. Fernando Alvim refere que o envelhecimento torna as pessoas fisicamente


muito parecidas.

G. A citação irónica com que Fernando Alvim termina esta entrevista é de um


famoso dramaturgo português.

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PORTUGUÊS | 9º ano
Conto Contigo

GRUPO II
LEITURA

Lê o texto.

Em 1908, um filósofo de Harvard chamado Josiah Royce escreveu um livro


intitulado The Philosophy of Loyalty (A filosofia da lealdade). Royce não estava
preocupado com as dificuldades do envelhecimento, mas estava preocupado com um
enigma que é fundamental para qualquer pessoa que contemple a sua mortalidade.
Royce queria perceber porque é que o simples facto de existirmos – de termos um teto,
comida, segurança e de estarmos vivos – nos parece tão insignificante e vazio. De que
mais precisamos nós para sentirmos que vale a pena viver?
A resposta, pensava ele, é que todos buscamos uma causa que seja maior do que
nós. Isto era, para ele, uma necessidade humana intrínseca. A causa podia ser grande
(família, país, valores morais) ou pequena (um projeto de construção, cuidar de um
animal de estimação). O importante era que, ao atribuirmos o valor à causa e ao
considerarmos que ele merece sacrifícios, damos sentido à nossa vida.
Royce chamou a esta dedicação a uma causa maior do que nós lealdade e
considerava-a o oposto ao individualismo. O individualista coloca os seus próprios
interesses acima de tudo, considerando a sua dor, prazer e existência como as suas
maiores preocupações. Para um individualista, a lealdade a uma causa que não tenha
nada que ver com o interesse próprio é uma noção estranha.
A única forma de a morte não ser completamente sem sentido é vermo-nos a nós
próprios como fazendo parte de algo maior: uma família, uma comunidade, uma
sociedade. Se não o fizermos, a mortalidade não passa de um horror. Mas, se o fizermos,
deixa de o ser. A lealdade, disse Royce, “resolve o paradoxo da nossa existência banal,
mostrando-nos fora de nós, a causa que deve ser servida, e, dentro de nós, a vontade
que tem prazer em se entregar a esse serviço e que, ao fazê-lo, em vez de se sentir
frustrada, se exprime e se torna mais rica”. Mais recentemente, os psicólogos começaram
a usar o termo “transcendência” para uma variante desta ideia. Acima do nível da
autoatualização na hierarquia de necessidades de Maslow, sugerem que existe nas
pessoas um desejo transcendente de ver e ajudar os seres humanos a atingirem o seu
potencial.
À medida que o nosso tempo se começa a esgotar, todos procuramos reconforto
em pequenos prazeres: companheirismo, rotinas diárias, o sabor da boa comida, o calor
do sol no rosto. Passamos a interessar-nos menos pelas recompensas de conquistar e
acumular e mais pelas recompensas de simplesmente ser, estar.

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PORTUGUÊS | 9º ano
Conto Contigo

Atul Gawande, Ser Mortal. Lisboa: Lua de Papel, 2020 (texto adaptado)

1. Para responderes a cada item (1.1. a 1.3.), seleciona a opção que permite obter
uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra
que identifica a opção escolhida.

1.1. O primeiro parágrafo faz referência a um livro de um filósofo que questiona

(A) a ambição do ser humano no momento de envelhecer.


(B) as necessidades essenciais que satisfazem a nossa existência.
(C) a inquietação do ser humano sobre o que dá mais sentido à vida das pessoas.
(D) a preocupação com um envelhecimento digno e em segurança.

1.2. O autor coloca em evidência duas formas diferentes de encarar a vida:

(A) o oportunismo e a bondade.


(B) a lealdade e a falsidade.
(C) o individualismo e a humanidade
(D) a lealdade e o individualismo.

1.3. Para os autores, a única forma de dar sentido à mortalidade é

(A) não desistir da luta contra as nossas limitações e doenças.


(B) enriquecer a nossa existência através da pertença a uma comunidade.
(C) despreocuparmo-nos com a banalidade e com a abundância.
(D) procurar dentro de nós a essência da nossa personalidade.

2. Passamos a interessar-nos menos pelas recompensas de conquistar e


acumular e mais pelas recompensas de simplesmente ser, estar.

2.1. Faz um breve comentário (60 a 80 palavras) sobre a afirmação transcrita,


fundamentando-o com dois exemplos.

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Conto Contigo

GRUPO III
EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Lê o texto.
506 Brí. Hui! e eu vou pera Paraíso!
Dia. E quem te dixe a ti isso?
Brí. Lá hei de ir desta maré.

Eu sô ũa mártela1 tal,
510 açoutes2 tenho levados
e tormentos suportados
que ninguém me foi igual.
se fosse ò fogo infernal,
lá iria todo o mundo!
515 A estroutra barca, cá fundo,
me vou, que é mais real3.

Barqueiro mano4, meus olhos5,


prancha a Brísida Vaz!
Anjo. Eu não sei quem te cá traz…
520 Brí. Peço-vo-lo de giolhos6?
cuidais que trago piolhos,
anjo de Deos, minha rosa?
Eu sô aquela preciosa
que dava as moças a molhos,

525 a que criava as meninas


pera os cónegos da Sé…
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas7,
olho de perlinhas finas!
530 E eu sou apostolada8,
anjelada9 e martelada10,
e fiz cousas mui divinas.

Santa Úrsula11 nom converteo


tantas cachopas como eu:
535 todas salvas polo meu,
que nenhũa se perdeo.
E prouve Àquele do Céo
que todas acharam dono12.
Cuidais que dormia sono?
Nem ponto13 se me perdeo!
António José Saraiva, Teatro de Gil Vicente. Manuscrito Editores, 1984
Vocabulário
1. Mártir. 2. A pena mais vulgarmente aplicada às alcoviteiras eram os açoites. 3. Mais bonita. 4.

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Conto Contigo

Tratamento familiar. 5. A alcoviteira usa uma linguagem carinhosa. 6. Joelhos. 7. Flores do campo
(elogio). 8. Cumpre a missão de apóstolo. 9. Angélica. 10. Martirizada. 11. Virgem e mártir. Martirizada,
com mais onze virgens, em Colónia. 12. Marido ou amante. 13. Nem uma só.

Responde, de forma completa e estruturada, aos itens que se seguem.

1. Com base na segunda fala Brísida Vaz, descreve o caráter desta personagem.

2. Explica de que modo a referência ao clero, “cónegos da Sé” (v. 525) pode ser
entendida como um argumento de defesa da Alcoviteira.

3. Explica o sentido da afirmação se fosse ò fogo infernal, / lá iria todo o mundo!


(vv. 513-514).

4. Identifica um recurso expressivo presente na passagem textual Barqueiro


mano, meus olhos, / prancha a Brísida Vaz! (vv 517-518).

GRUPO IV
GRAMÁTICA

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações dadas.


1. Seleciona o conjunto que é constituído apenas por formas que pertencem ao
mesmo modo verbal. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.
(A) dizes – acharam – perdeu - julgasse
(B) convertesse – digas – durmais – fizerdes
(C) sou – fiz – digas - passai
(D) criava – trazia – dava - fizesse

2. Identifica a função sintática do constituinte sublinhado na frase.


a. Fiz cousas mui divinas.
b. Brísida considera as suas ações mui divinas.

3. Reescreve a frase seguinte, substituindo as expressões sublinhadas pela forma


adequada do pronome pessoal. Faz apenas as alterações necessárias.

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Conto Contigo

Brísida pedirá ao Anjo que a receba na sua barca. Porém, o Anjo não aceitará
Brísida.

4. Classifica as orações sublinhadas.


a. Eu sô aquela preciosa que dava as moças a molhos pera os cónegos
da Sé….
b. Cuidais que dormia sono?

GRUPO V
ESCRITA

O teatro foi uma das primeiras manifestações culturais da sociedade, talvez


por as pessoas sentirem necessidade de exprimir o que pensavam acerca do seu
mundo.
Escreve um texto no qual expresses a tua opinião sobre a importância do
teatro e a forma como ele pode contribuir para corrigir os defeitos da sociedade.
Apresenta razões que sustentem o teu ponto de vista e exemplos ilustrativos com
base na tua experiência de leitura.
O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.

FIM

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