Pedagogia Empreendedora
Pedagogia Empreendedora
Pedagogia Empreendedora
Adams Auni
Compilação de conteúdos extraídos dos livros “Pedagogia Empreendedora” e “Segredo de Luiza” do Prof. Fernando Dolabela.
A cultura de um povo está definida por suas conquistas, derrotas, realizações e historia. Nesse sentido o
povo brasileiro é extremamente rico. Um país jovem e com tantas conquistas. Nunca tiveram uma guerra em
seu território, apenas muitas batalhas. E uma dessas batalhas se arrasta até hoje: a educação desse nosso
povo, tão amigo e hospitaleiro, que chega a ser ingênuo de tão bom que é.
Fazendo com que os mestres, professores e pedagogos de nossas instituições de ensino assumam a
responsabilidade não só de passar conteúdo, mas de formar e educar também.
O aluno vem carecendo de elementos mais firmes em sua formação. A estrutura familiar e a sociedade
não é suficiente e a escola passa a ter um papel fundamental para formar esses novos cidadãos.
Em outro livro do mesmo autor – O Segredo de Luisa – temos o personagem Sr. André, que nos ilustra a
síndrome do empregado, algo como aquele que cresce ouvindo dos pais que deve fazer tudo certinho para não
errar nunca e ficar quietinho obedecendo e aceitando as condições que lhe são determinadas sem nunca
expressar qualquer opinião, comportando-se, terá um bom emprego como premio e será recompensado pelo
salário, férias e aposentadoria.
Podemos buscar outros conceitos em áreas que a principio ninguém considerará ter relação com
empreendedorismo. Quando se fala em “homeostase” entende-se que é o equilíbrio orgânico automático da
pressão e temperatura do corpo com o meio, pois há necessidade de adaptabilidade e ajuste e ao longo dos
milhões de anos de evolução adquirimos esse automatismo.
Podemos repassar esse processo para o equilíbrio ou busca do equilíbrio dos empreendedores com o
meio em que estão inseridos, a busca dos melhores resultados com os elementos disponíveis do meio. Isto é, do
limão fazer uma limonada.
Podemos falar de um outro termo utilizado na pesquisa genética: “Epigenética”, que se refere a
influencia do meio na construção e formação do ser. Este ser, recebe do meio informações e insights que o
estruturarão desde a sua infância. É essa adaptabilidade que promove o crescimento e a renovação constante
do sistema social.
“Alguns homens vêem as coisas como elas são e dizem: “Por quê?”Eu sonho com as coisas que nunca
foram e digo: “Por que não?”– George Bernard Shaw
“Uma comunidade que sonha composta por indivíduos cujo sonho é realizar o sonho da comunidade, é
uma ameaça para os que tentam preservar a estrutura de poder e impedir mudanças. Nesse sentido, sonhar é
perigoso.” – Fernando Dolabela
“Todos os homens sonham. (...) Perigosos são os homens que sonham de dia, porque são capazes de
viver seus sonhos de olhos abertos, dispostos a torná-los realidade. – T.E. Lawrence (Lawrence da Arábia)
Se a tarefa do educador é de construção de novos conceitos e novos horizontes, diríamos que é também
de desconstrução dos conceitos arcaicos, arquetípicos, idiossincráticos, misóginos, pusilânimes e
procrastinadores sociais. “No Brasil, educar na área empreendedora significa buscar a realização da utopia,
mas também destruir mitos que atuam como obstáculos. Mito de que ser empreendedor é coisa para poucos,
um saber impossível de ser transmitido e que, portanto, tem a natureza de dom. Mito da dependência, que
leva as comunidades a se sentirem incapazes de mudar a realidade e promover o próprio desenvolvimento,
porque este depende exclusivamente de quem detém o poder... Mito que faz do dinheiro do grande indicador
de sucesso. Este, tendo como principal finalidade justificar o sistema que produz desigualdades sociais coloca
no vértice da pirâmide os que acumularam e faz despencar para a base a grande massa, dependente
desapossada de sua auto-estima, de sua cidadania e das condições de usufruir as conquistas que o crescimento
econômico oferece... Mito de que para educar é preciso punir erros, em vez de usá-los como elemento de
construção do conhecimento. A punição do erro significa ausência de educação tanto para quem é punido
quanto para quem pune. Mito de que seja possível construir uma vida sem riscos nem incertezas, o que limita
a criatividade e inibe mudanças.”
O programa curricular será iniciado com a pergunta: “Qual é o seu sonho e como busca realizá-lo?”.
Por outro lado, a ação que envolve a formulação do sonho e a busca de sua realizaçao cria condições
para que o sonhador desenvolva espontaneamente o entendimento sobre os elementos de suporte. Por essa
razão, a dinâmica é autocriativa.
Ao formular o sonho, o alune deve trabalhar para: Conhecer a si mesmo, conhecer a realidade em que
está inserido e conhecer a natureza do sonho.
Na fase de formulação do sonho, o principal elemento de suporte é o “conceito de si”, que encerra
temas como autoconhecimento, auto-estima, visão de mundo (sistema de valores), protagonista.
A busca de realização do sonho envolve, além do conceito de si, conhecimento do ambiente, energia,
liderança e rede de relações.
Tais comportamentos pertencem ao repertorio do ser humano. Não são excepcionais. Podem estar
culturalmente entorpecidos, sufocados pelas praticas sociais. Mas existem e podem ser despertados pela
emoção gerada na busca de realização do sonho... A necessidade de aquisição do conhecimento empreendedor
nasce do momento em que o individuo começa a caminhar em direção a realização do sonho... Ele precisa
saber algo, assumir comportamentos, desenvolver habilidades e competências tendo em vista a realização do
seu desejo.
A emoção traz à tona as características empreendedoras inerentes à espécie humana, pois como
assumir características sem estar possuído pela emoção que as desencadeia?
Assim o individuo deve colocar-se em uma “situação empreendedora” para que a emoção o instigue a
busca e realização dos sonhos e desejos e o conduza a construção do saber empreendedor. Isso quer dizer que
não basta assumir alguns comportamentos da lista de características empreendedoras para que alguém se
torne empreendedor.
... O empreendedor não pode ser construído, mas apenas motivado a construir-se. Por isso é preciso
estar envolvido por emoção capaz de produzir tais comportamentos, como é o caso da realização do sonho.
...O aprendizado empreendedor é um processo permanente... Porque o conceito de si (em que está
embutido o conhecimento de si próprio) é parte essencial do saber empreendedor e se altera durante toda a
vida. Isso implica em acompanhar e entender as constantes mutações do eu – que influenciarão profundamente
a natureza do sonho, exigindo a redefinição das relações entre sonho, busca de realização e elementos de
suporte. Por outro lado, porque o objeto do sonho é algo que se transforma na ação e esta inserido em uma
realidade que também sofre constantes transformações (mutações), exigindo, portanto, um aprendizado que
recomeça a cada dia.
“Isso explica os resultados positivos e negativos, sucessos e insucessos, que marcam a vida de
empreendedores. Mas explica também, por que os erros são uma das principais fontes de aprendizado
empreendedor. Ora, se isso for verdade, o aprendizado através do erro altera o conceito de fracasso. Se o não
acertar é uma fonte de conhecimento, então o fracasso ocorre diante de uma só situação: a desistência ou a
“opção” pela morte (que é uma forma de desistência).”
Na “Teoria Empreendedora dos Sonhos”, portanto, o fracasso é associado muito mais ao não - fazer
(recuar-desistir) do que a resultados indesejáveis, já que estes são extremamente didáticos e preparam o
empreendedor para dificuldades futuras.
...O processo de realizar o sonho produz auto-realização. Assim, o sucesso esta muito mais em buscar
do que em chegar (o que, por reflexo, redefine o fracasso como desistência) e, portanto, constitui uma
dimensão interna, associada à manutenção de alta intensidade emocional.
A conexão entre sonhar e realizar o sonho é a essência do processo... De um lado o sonho em constante
mutação, de outro, habilidades, competências e recursos para realizá-lo (em constante evolução). Nada é
estático, portanto. Nesse processo, o agente habitua-se a lidar com situações caracterizadas pela incerteza –
indefinição e imprevisibilidade são elementos constitutivos do ambiente empreendedor – e também com a
criatividade que leva a inovação e permite caminhar com mais objetividade rumo à realização do sonho.
Quando a pessoa não está preparada para sonhar, não está “habituada” a estabelecer as conexões entre
o sonho e a busca de sua realização, muitas vezes acaba sucumbindo... Não foi educada ou formada para tratar
o sonho e busca de realização como elementos indissociáveis. Ela sucumbe porque não preparou sua emoção
para sonhar e persistir, não sabe que caminhar é tão (ou mais) fundamental que chegar.
As características empreendedoras nascem da relação que o individuo estabelece entre o sonho e a sua
realização. Se a relação é proativa, dinâmica... Produz a necessidade e a capacidade de aquisição do saber,
assim como os elementos fundamentais ao comportamento empreendedor: perseverança, criatividade,
capacidade de lidar com o desconhecido, o ambíguo, o incerto, de inovar, de ousar... A mensuração não pode
ser feita com quem não tenha um sonho ou com quem não tenha a intenção de tentar realizar seu sonho,
porque é essa contingencia que define o empreendedor.
“As pessoas empreendem em razão do que são e não apenas do que sabem.”
Mas como identificar as habilidades necessárias, em si, para tornar o sonho em realidade?
O saber empreendedor é constituído a partir da ação e da reflexão sobre “si”, ou seja, imaginando,
criando, inovando, fazendo, alterando o sonho e a si mesmo, persistindo diante dos erros, recomeçando...
A energia, a origem da emoção está na emoção gerada pelo sonho em processo de realização... É
importante discernir entre a quantidade e a qualidade do trabalho. O alvo não é o trabalho em si, mas o
resultado que advém dele. “É a relação que muitos buscam e desconhecem: Eficiência x Eficácia, grifo nosso!”
“A internalidade seria, em suma, a auto-percepçao do individuo como alguém que influi sobre os
eventos. Não se trata de saber objetivamente a causa dos fenômenos. O que move as pessoas é justamente a
crença na sua capacidade de produzir determinados efeitos, de interferir no mundo.”
“... A intuição não é um talento misterioso, mas o produto direto do treinamento e da experiência que
foram acumulados como conhecimento. Usamos a palavra intuição para definir a habilidade dos especialistas
em responder a situações no seu campo quase instantaneamente e com relativa precisão...”
O professor Fernando Dolabela em sua Pedagogia Empreendedora nos direciona a potencialidades inatas
no ser, no intimo de cada um. De forma que não importa quem você seja, qualquer um pode empreender
qualquer projeto pessoal a qualquer hora em qualquer lugar. Por isso coloca a realização do sonho, do desejo,
da vontade como mola mestre da auto-realização... E sendo possível, por que não utilizar as mesmas
ferramentas para todas as coisas da vida?
Objetivos, metas, planejamento, pesquisa e motivação são alguns dos ingredientes para a receita do
seu sucesso, mãos a obra!