O documento discute as políticas econômicas do governo Dutra após a Segunda Guerra Mundial. O governo promoveu a liberalização de importações e combateu a inflação através de cortes de gastos públicos. Contudo, a inflação continuou alta e o governo iniciou um sistema de contingenciamento de importações para estimular a substituição de importações e controlar os preços.
O documento discute as políticas econômicas do governo Dutra após a Segunda Guerra Mundial. O governo promoveu a liberalização de importações e combateu a inflação através de cortes de gastos públicos. Contudo, a inflação continuou alta e o governo iniciou um sistema de contingenciamento de importações para estimular a substituição de importações e controlar os preços.
O documento discute as políticas econômicas do governo Dutra após a Segunda Guerra Mundial. O governo promoveu a liberalização de importações e combateu a inflação através de cortes de gastos públicos. Contudo, a inflação continuou alta e o governo iniciou um sistema de contingenciamento de importações para estimular a substituição de importações e controlar os preços.
O documento discute as políticas econômicas do governo Dutra após a Segunda Guerra Mundial. O governo promoveu a liberalização de importações e combateu a inflação através de cortes de gastos públicos. Contudo, a inflação continuou alta e o governo iniciou um sistema de contingenciamento de importações para estimular a substituição de importações e controlar os preços.
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AVALIAÇÃO- FEB II-2020.
1 (PERÍODO REMOTO) LAYRA YOHANA BORGES SILVA MELO
1) O final da Segunda Guerra Mundial foi marcado no Brasil pela eleição
do general Dutra para a Presidência da República, cuja política econômica foi influenciada pelas consequências das mudanças internacionais e na economia brasileira decorrentes da própria guerra. Disserte sobre as principais decisões de política econômica do Governo.
Inicialmente, o governo Dutra promoveu uma liberalização de
importações, permitindo a compra de bens de consumo e de capital necessários à produção nacional. Realizou um programa de abertura comercial da economia brasileira aos moldes do Bretton Woods, além de ser contra políticas protecionistas. Acreditava-se que essa medida poderia estimular a entrada de capitais em proporções significativas. Houve também o combate à inflação, através da redução dos meios de pagamentos e por corte dos gastos públicos. O governo Dutra teve a inflação como o problema mais grave a ser enfrentado. O déficit das contas públicas era tido como a principal causa para a inflação. Dessa forma, esse governo lançou mão de políticas fiscais e monetárias contracionistas como combate ao aumento geral dos níveis de preços. Contudo, o problema fundamental do setor externo, segundo Vianna em “Política econômica externa e industrialização” era que as reservas acumuladas estavam em moedas inconversíveis, enquanto os déficits em moeda conversível eram bem maiores: o Brasil tinha superávits comerciais com a área de moeda inconversível, enquanto acumulava déficits crescentes com os países com moeda forte. O fim da guerra também afetou as exportações e importações do Brasil. A indústria brasileira começa a sofrer com o aumento dos preços no mercado internacional. Surge então a necessidade, por parte do governo, de manter a taxa de câmbio fixa, já que o café é um produto com uma demanda inelástica em relação ao preço, mantendo em um nível adequado a receita obtida com a exportação desse produto. Outra decisão para isso, é que o governo acreditava que grandes alterações no câmbio acabariam por ter impactos inflacionários. Contudo, essa medida não fora suficiente para reverter essa situação. Assim, o governo iniciou o contingenciamento de importações. O governo começou a conceder licenças para importar de acordo com a prioridade vigente. Esse sistema conseguiu com que houvesse uma queda nos preços dos produtos importados. Estimulou, ainda, a substituição de importações, impedindo a importação de produtos que tivessem um similar nacional e aqueles classificados como pouco essenciais.
2) Normalmente se considera que, no período da Primeira República
(1889-1930), a economia brasileira seguia um modelo exportador, tendo como epicentro a economia do café. Entretanto, mesmo com tal predominância das atividades exportadoras, o período foi marcado por frequentes crises no balanço de pagamentos e aumento da dívida externa. Explique as características principais da economia do período e esse aparente paradoxo.
A primeira década republicana foi palco para grandes transformações
na estrutura nacional. A passagem do trabalho escravo para uma mão de obra livre e assalariada, aumento da participação do País no comércio internacional e as crises cambiais, são alguns exemplos. A riqueza brasileira era oriunda das atividades rurais e destinadas à exportação. Assim, os recursos do País estavam em moedas estrangeiras, auxiliando no pagamento da dívida externa e no financiamento da república. Uma notória característica desse período é a dificuldade de liquidez que a economia brasileira teve de enfrentar. Uma das principais razões para esse entrave monetário fora a disseminação do trabalho assalariado, que trouxe novas exigências e aumentou a necessidade de capital de giro, que junto a inexistência de um sistema bancário consolidado, e, aliada a novos hábitos de consumo, não só teve um alto impacto monetário, como também, suscitou um dos principais embates doutrinários do período: o embate entre papelistas e metalistas. Os papelistas defendiam que os meios de pagamentos deveriam ser determinados pela demanda por moeda para transações e concordavam com uma maior autonomia por parte do governo para o implemento das políticas monetárias. Os metalistas, por sua vez, defendiam um maior controle monetário e que os meios de pagamentos fossem determinados pelos níveis de metais preciosos junto aos bancos. Essa última doutrina iria contra ao que era necessário a um País agro exportador como o Brasil: um câmbio valorizado. Dessa forma, em um primeiro momento, para resolver o problema da liquidez, o governo lançou mão de políticas expansionistas. Um de seus principais esforços era o de facilitar o crédito, que estava concentrado nas grandes capitais. Para isso, fora criada uma lei que liberava a emissão de moeda lastreada em títulos da dívida, conhecida como “Lei Bancária”. Essa facilidade de crédito resultou em especulações e criação de empresas fantasmas, além de ocasionar um desnivelamento entre o papel moeda emitido e a real demanda por moeda na economia. Essa expansão dos meios de pagamentos tornou propícias as condições para a primeira grande crise da república: o encilhamento. O encilhamento foi um período em que houve um boom especulativo na bolsa de valores, gerando um aumento na taxa de juros, desvalorização cambial e inflação. Como não havia um banco central ou outro órgão regulador, essas operações resultaram em uma grande crise para o País. A desvalorização cambial derivada dessa crise é outro ponto relevante para a historiografia brasileira. Segundo Gustavo H. B. Franco, a desvalorização do câmbio é fruto da visão externa sobre a política interna. Como nesse período, o contexto brasileiro contava com o aumento de estoque de capital estrangeiro, e uma maior abertura comercial, a conta capital passou a ter um importante papel no Balanço de Pagamentos do País, chegando a compensar a instabilidade da conta comercial. Assim, com os países estrangeiros percebendo os problemas internos, e principalmente a crise na Argentina, começaram a retirar seus investimentos do Brasil, resultando em uma fuga de capitais, também responsável também pela depreciação cambial. Com a queda de Deodoro da Fonseca, então presidente da República, assume Floriano Peixoto que tem como objetivo enxugar os excessos de especulação. Contudo, o que conseguiu com suas políticas foi o aumento do déficit orçamentário e uma crise cambial. A situação cambial brasileira só veio se acalmar, até então, com o fim das experiências papelistas, com Joaquim Murtinho como ministro da fazenda. Com o aumento artificial no estoque de moeda no País, houve o aumento de indústrias fantasmas e a produção exagerada de café. Assim, a política de Joaquim Murtinho fora de deixar perecer essas indústrias e reduzir a produção de café, através do decreto pelo chamado Funding Loan. A redução de moeda em circulação era o principal combate de seu programa. Todavia, como a economia do País era voltada para fora, sendo as exportações o fator dinamizador da economia, a desvalorização cambial favorecia a situação interna. O País também era vulnerável aos choques internacionais, pois as crises nos Países centrais impactavam as economias dependentes, primeiro por uma diminuição da exportação, e por fim, da deterioração dos termos de troca. Contudo, como acreditava Furtado em “Formação Econômica do Brasil”, não apenas a deterioração dos termos de troca era fonte de dificuldade para o País, mas também, os próprios fluxos de capitais que aprofundaram os desajustes no balanço de pagamentos, e causavam essa situação paradoxal.
3) Explique o processo de substituição de importações, com ênfase no
primeiro governo Vargas e no governo Dutra.
Substituição de importações foi um processo que levou ao aumento da
produção interna, em que os produtos nacionais, pela primeira vez, foram priorizados em vez dos importados. Segundo a CEPAL, a relação existente entre os países primário exportadores e os países industriais é caracterizada pela deterioração dos termos de troca. Assim, para essa escola, os países periféricos teriam que adotar um modelo de industrialização, para atender aos anseios do mercado interno, construindo um processo de desenvolvimento voltado para dentro. Seu fato gerador reside no estrangulamento externo. Como a economia brasileira era voltada para fora, tinha como característica uma demasiada sensibilidade aos choques externos, os quais faziam com que houvesse diminuição das exportações brasileiras e de divisas. O estrangulamento externo não só é o fato gerador, como também é o fator limitante, pois para garantir a produção de alguns bens industriais, é necessário haver divisas para a importação de bens intermediários e de capitais. É importante destacar que esse processo não fora linear, de forma que começou com bens de consumos não duráveis, ou simples de produzir, e fora progredindo até o topo da pirâmide de produção. No Brasil, esse processo devido à grande depressão contribuir para a diminuição das exportações do café, criando condições propícias para o desenvolvimento da indústria nacional. Foi mais acentuada com o surgimento do Estado Populista, a partir de Getúlio Vargas e a ocorrência da “Revolução de 30”, que teve como objetivo reduzir a prioridade da produção cafeeira e aumento de ações que beneficiassem a classe assalariada. Como bem contribui Giambiagi, essas medidas adotadas são de duas ordens: de manutenção da renda e de deslocamento da demanda. A política de manutenção da renda visou a redução da queda do nível da renda nacional por meio de uma proteção por parte do governo da produção de café. Como a super oferta das safras desse produto não estavam encontrando demanda respectiva, o governo decidiu comprá-las a fim de estocá-las, garantindo assim a renda do setor cafeeiro e o emprego de boa parte da população. O governo acabou queimando o estoque. O governo também decidiu morar parte da dívida externa e adotou ações que desvalorizaram a moeda nacional. Regulou as poucas divisas que tinha o País, dando destino a elas o pagamento de algumas dívidas estrangeiras e a aquisições de bens essenciais. Foi a partir dessa desvalorização da moeda nacional que os produtos internos ficaram atraentes frente aos produtos estrangeiros. O País passou então a substituir os produtos importados para atender as demandas internas. Já no governo Dutra, salientou-se os problemas herdados da guerra e que prejudicava a importação de bens essenciais como combustíveis, alimentos, equipamentos, que ajudavam na produção industrial estabelecendo uma lei que impedia a importação de produtos que tivessem um similar nacional, além de defender a taxa de câmbio, limitando as importações de bens pouco essenciais, evitando um impacto inflacionário e uma depreciação, protegendo assim o mercado interno. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FRANCO, Gustavo H. B. A primeira década republicana, in ABREU, M. (org), “A
Ordem do Progresso - Cem Anos de Política Econômica Republicana 1889-1989”. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1990.
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil, 22 ed., São Paulo: Editora
Nacional, 1987.
VIANNA, Sérgio B. Política econômica externa e industrialização: 1946-1951, in
ABREU, M. (org), “A Ordem do Progresso - Cem Anos de Política Econômica Republicana 1889-1989”. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1990.