O Setor Moveleiro

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O SETOR MOVELEIRO DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA /RS E SUAS

POTENCIALIDADES COMO CLUSTER

RESUMO O desenvolvimento de clusters representa um importante meio para aumentar a


competitividade industrial porque a aglomeração de empresas traz sinergia às atividades
empresariais devido ao trabalho conjunto de uma série de atores especializados em
determinadas etapas do processo produtivo. A proposição deste trabalho é avaliar a
possibilidade do setor moveleiro do município de Santa Maria/RS vir a se tornar um cluster
bem desenvolvido, assim como verificar o seu impacto na economia local e os incentivos
oferecidos ao setor. Para tanto, foram enviados questionários às empresas moveleiras da
cidade, filiadas ao Núcleo Moveleiro de Santa Maria (NUMOV/SM). Os resultados
mostraram que a indústria possui potencial para se tornar um cluster bem desenvolvido,
gerando empregos e renda para o município e contribuindo para o desenvolvimento local. No
entanto, alguns problemas foram observados e merecem maior atenção, tanto por parte das
entidades públicas como das privadas que prestam apoio ao setor.
Palavras chave: Competitividade. Indústria moveleira. cluster.

Recebido em 31 / janeiro / 2014


Aprovado em 04 / novembro / 2014
Sistema de Avaliação: Double Blind Review
Editor Científico: Simone Pereira Silva Bastos
Revista de Administração da UEG – ISSN 2236 1197

Rossana Veiga do Canto, bacharel em Administração pela Universidade Federal da


Fronteira Sul (UFFS), e-mail: [email protected].

Herton Castiglioni Lopes, doutorado em Economia do Desenvolvimento pela


Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), professor adjunto na Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS), e-mail: [email protected].
O SETOR MOVELEIRO DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA /RS
E SUAS POTENCIALIDADES COMO CLUSTER

ABSTRACT The development of clusters is an important mean to enhance industrial


competitiveness because of the agglomeration of firms that brings synergy to the business
activities due to the combined efforts of a number of actors who specialize in certain stages of
production. In this case, the proposition is to evaluate the possibility of the furniture sector in
the municipality of Santa Maria / RS eventually become a well developed cluster, as well as
check their impact on local economy and the incentives offered to the sector. To this end,
questionnaires were sent to furniture companies affiliated to the Nucleus Furniture of Santa
Maria. The results showed that the industry has the potential to become a well developed
cluster, generating jobs and income for the city and contributing to local development.
However, some problems were observed and deserve greater attention by both the public and
private entities that provide support to the sector.
Key-words: Competitiveness. The furniture industry. Cluster.

1 INTRODUÇÃO

As últimas décadas do século XX foram palco de grandes transformações nos


ambientes econômico e social. No Brasil, esse novo ambiente trouxe às empresas nacionais
uma série de dificuldades, pois as mesmas tiveram que se adaptar ao recente cenário
concorrencial que se formou, principalmente a partir do início da década de 1990. O termo
reestruturação produtiva passou, a partir daí, a ser comum em trabalhos acadêmicos, visando
demonstrar a preocupação das organizações atuais no sentido de se adaptarem ao atual
contexto para, então, atingirem elevados níveis de competitividade, fator que se tornou não só
a chave do sucesso para as indústrias nacionais, mas também o determinante de sua
sobrevivência no mercado.
É nesse contexto de transformações que o debate sobre as aglomerações de empresas
como fator relevante de competitividade ganha importância. Apesar dos primeiros estudos
sobre tal estrutura industrial remontarem a Marshall (1985), a discussão é retomada,
novamente, por autores mais atuais que se preocupam com os ganhos coletivos advindos
desse tipo de aglomeração. Dentre esses autores pode-se citar Michael Porter (1989), que
afirma serem os clusters muito diferentes das formas tradicionais de cartéis e outros acordos
entre empresas, porque dizem respeito à época, mercados, produtos e processos específicos e,
principalmente, porque não excluem a concorrência, uma vez que as empresas podem, com
efeito, ao mesmo tempo cooperar e competir no mercado.
Salienta-se que o desenvolvimento dessas aglomerações é capaz de trazer diversas
vantagens para as empresas. Sendo assim, este artigo traz como objetivo principal estudar as
potencialidades do setor moveleiro do município de Santa Maria/RS e as possibilidades dele

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vir a se tornar um cluster bem desenvolvido. Também se procura verificar o impacto da


indústria na economia local e os incentivos oferecidos ao setor, já que a preocupação com o
desenvolvimento industrial da cidade tem sido constante por parte das autoridades locais. Para
atingir esses objetivos foram aplicados questionários às empresas moveleiras que se
encontram filiadas ao Núcleo Moveleiro de Santa Maria (NUMOV/SM).
A seguir, serão apresentados os aspectos teóricos referentes aos clusters (item 2), a
metodologia utilizada para realização do trabalho (item 3), as potencialidades para o
desenvolvimento de um cluster moveleiro na cidade de Santa Maria (item 4) e, por fim, as
conclusões referentes ao estudo (item 5).

2 CLUSTERS: ASPECTOS TEÓRICOS

A discussão sobre as vantagens advindas da aglomeração empresarial não é recente na


literatura, pois remontam a Marshall (1985). O autor foi um dos primeiros e mais conhecidos
a trabalhar o assunto e em sua teoria as aglomerações receberam a denominação de distrito
industrial. Essas aglomerações, para Marshall, eram capazes de trazer diversos benefícios para
as empresas e para a comunidade local já que proporcionavam ganhos de escala, facilitavam
as transações entre compradores e vendedores e ainda determinavam um mercado de trabalho
especializado.
A visão Marshalliana desse tipo de estrutura industrial também introduz o conceito de
eficiência coletiva, que seriam os ganhos de competitividade advindos da aglomeração de
empresas. Nesse caso, as firmas, por estarem próximas geograficamente e atuando de forma
conjunta, seriam mais eficientes do que as isoladas. Isto ocorre porque, além do surgimento de
várias empresas do mesmo setor industrial, também aparecem empresas subsidiárias que
fornecem à industria principal o apoio necessário à realização de suas operações
(instrumentos e matérias-primas, por exemplo).
Os estudos de Marshall (1985) serviram de base para o desenvolvimento de teorias
mais recentes sobre os ganhos coletivos advindos da concentração de empresas.
Contemporaneamente, tem-se referência a experiência da “Terceira Itália”1, em que a
aglomeração permite um novo modelo de produção flexível, baseado na forte cooperação
entre empresas, que aumenta os ganhos de produtividade e estimula o capital social, incitando

1
Segundo Keller (2008), a expressão “Terceira Itália” foi cunhada por Arnaldo Bagnasco (1999) para indicar o
desenvolvimento socioeconômico de uma região que estava entre Norte desenvolvido (Primeira Itália) e o Sul
atrasado (Segunda Itália).
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o desenvolvimento regional pela geração de emprego e renda (Becattini,1990). O próprio


Porter (1989) reconheceu as vantagens dos clusters. Segundo esse autor, as indústrias que
apresentam melhor desempenho estão interligadas através de relações verticais e horizontais,
formando um grupo que se apóia mutuamente e melhora a competitividade de todo o
conjunto.
Apesar da maior eficiência dessas aglomerações, seu desenvolvimento não é algo que
possa ser planejado. Pode-se afirmar que os clusters, para serem bem sucedidos, devem surgir
espontaneamente, como fruto do nível de consciência da comunidade em relação aos
interesses coletivos. Assim sendo, faz pouco sentido, por exemplo, se pensar em planejar a
construção de um cluster para efeito de uma ação governamental. No entanto, podem ser
estabelecidas políticas de incentivo ao seu desenvolvimento.
Amato Neto (2000), analisando o desenvolvimento dos clusters, afirma que, embora a
existência dos elementos que provoquem o seu surgimento possa ser finita (por exemplo,
disponibilidade de matéria-prima), o conhecimento acumulado nesse tipo de concentração,
principalmente no que se refere à mão de obra qualificada, faz com que o agrupamento tenha
assegurada a sua continuidade.
Na opinião de Porter (1999), embora sejam muitas as causas do surgimento dos
aglomerados, o seu desenvolvimento ou a falta de crescimento é algo mais previsível. Pela
afirmação do autor podem ser estabelecidas formas de diagnóstico que possibilitem avaliar o
grau de evolução da concentração de empresas, assim como podem ser estabelecidos
incentivos para que seu crescimento seja assegurado. Para Porter (1999), apesar da incerteza
sobre seu efetivo desenvolvimento, assim que o processo de formação de um cluster seja
deflagrado e desde que o mesmo não sofra nenhum tipo de impedimento, sua evolução se
assemelha a uma reação em cadeia (Figura 1).
A figura 1 apresenta as características e a evolução das formas de concentração
empresarial. O primeiro quadro dessa figura mostra um agrupamento de empresas em sua fase
inicial e refere-se a uma simples concentração de empresas de uma mesma indústria, não
existindo inter-relações ou interdependências entre elas. Isto é, embora haja várias
organizações com produtos ou serviços semelhantes instaladas na mesma área, elas atuam
isoladamente e não geram eficiência coletiva significativa.

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Evolução do Processo de Formação de um Cluster

Pré-Cluster Cluster Cluster Em Cluster


Empresas Emergente expansão Independente
Independentes Agrupamento Intensifica Alto nível de
e concentração inter- m-se as interligações inter-
empresas interligações empresas. Massa
inter-empresas crítica

Figura l – Evolução do processo de formação de um cluster


Fonte: Geranegócio (2005)

Por sua vez, na sequência da figura, além de empresas do mesmo segmento, se forma
um conjunto de outras instituições (que fornecem apoio técnico, formação de pessoal,
pesquisa e desenvolvimento) e organizações (fornecedoras de insumos especializados,
serviços de apoio). Deve-se lembrar, no entanto, que apesar da conjunção de todos esses
atores ainda não há um grau elevado de relacionamento entre eles que possa gerar uma nova
dinâmica de inovação e evolução para o aglomerado.
Em um momento posterior, no terceiro quadro, observa-se o surgimento de uma série
de novas instituições, complementando o conjunto de atores institucionais. Ou seja, tem-se a
existência de empresas do mesmo segmento de atividade, de fornecedores especializados, de
universidades, centros de educação e apoio técnico, órgãos governamentais de apoio,
sindicatos e associações de classe, etc. No entanto, como pode ser observado no quadro
anterior, o grau de interligação não se apresenta em seu estágio máximo.
Por fim, um cluster em máximo grau de evolução (como demonstrado na última parte
da figura), além de apresentar uma série de agentes que prestam todo tipo de apoio à indústria,
também mostra a existência de fortes inter-relações e interdependências. Ou seja, a diferença
entre os estágios de desenvolvimento agora se apresenta na qualidade dos relacionamentos e

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nos benefícios provocados pelo conjunto que são muito superiores aos estágios anteriores de
evolução.
Os referidos graus de evolução dos estágios de concentrações empresariais, em alguns
casos, recebem denominações distintas, não sendo tratados somente como etapas de evolução
dos clusters. Na visão de Paiva (2004), por exemplo, o estágio mais avançado de
concentração de empresas é chamado de Sistema Local de Produção (SLP).
Para demonstrar a distinção entre os conceitos, Paiva (2004) afirma que na medida em
que uma simples aglomeração de empresas se desenvolve, automaticamente são atraídos para
ela fornecedores de insumos e matérias-primas. Em seguida, novos produtores se instalam
como prestadores de serviços (consultoria), comercializadores e clientes. Também se
desenvolvem instituições de ensino direcionadas para formar e capacitar recursos humanos.
Quando todo um conjunto de elementos finalmente se instala e modifica qualitativamente o
aglomerado com serviços e atividades de apoio especializadas, está-se diante de um Arranjo
Produtivo Local (APL).
Completando o raciocínio de Paiva (2004), caso esse arranjo produtivo local continue
evoluindo e estimulando as empresas a operarem de forma integrada, teremos a formação de
um SLP. Segundo Lastres e Cassiolato (2003), observa-se nessa estrutura uma maior
interdependência, articulação e vínculos consistentes entre os participantes, resultando em
interação, cooperação e aprendizagem, com potencial de incrementar a capacidade inovativa
endógena, a competitividade e o desenvolvimento local.
Para Paiva (2004), os aglomerados representam o modelo mais simples de
concentração industrial, sendo caracterizados como a especialização de uma determinada
região em uma determinada atividade, seja essa região uma rua, um bairro, uma cidade ou
uma região de um estado. Enquanto Porter (1999) denomina todas as aglomerações industriais
de clusters, independente de seu grau de sofisticação, Paiva (2004) acredita que a evolução
dos aglomerados para níveis mais complexos acaba formando arranjos produtivos locais e,
depois, sistemas locais de produção.
A diferenciação teórica entre os conceitos de aglomerados, clusters, APL’s e SLP’s foi
proposta também por Schmidt et. al. (2004). Um cluster pode ser classificado como empresas
de um mesmo segmento de atividade que se encontram estabelecidas numa área geográfica
próxima, mas com um grau incipiente de relações formalizadas e integradas. Em estágio
posterior estaria o APL, definido como um aglomerado de empresas de um determinado
segmento de atividade, mas que, nesse caso, concentra um conjunto de organizações e

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instituições provedoras de insumos e serviços que aumentam a eficiência coletiva e a


integração entre os agentes. Por fim, no estágio mais avançado de desenvolvimento estaria o
SPL, definido como um arranjo produtivo que se caracteriza pela existência de fortes relações
interfirmas, interdependência e de um sistema próprio de governança que coordena as ações
dos atores envolvidos.
Convém salientar que este trabalho não se propõe a utilizar conceitos de APL’s e
SLP’s para caracterizar a indústria estudada, já que o setor apresenta-se em estágio inicial de
desenvolvimento. Pretende-se observar apenas suas potencialidades e fragilidades de forma
que se permita avaliar suas possibilidades de se tornar um cluster bem desenvolvido ou, de
acordo com a proposição teórica que diferencia os conceitos, avaliar a possibilidade de a
indústria estudada atingir estágio de desenvolvimento semelhante a um APL ou SLP,
reunindo todos os atores institucionais que caracterizam essas estruturas e criando a sinergia
necessária ao desenvolvimento de uma indústria competitiva capaz de contribuir para o
desenvolvimento local.

3 METODOLOGIA

3.1 Classificação da pesquisa

A pesquisa caracteriza-se por ser exploratória. Para Gil (1999), esse tipo de
investigação tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias,
tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores. Esta pesquisa pretende, ainda, proporcionar uma visão geral acerca de
determinado fato, de forma que possam ser estabelecidos estudos posteriores visando o
aprofundamento do assunto em questão. Contudo, para Seltiz et. al. (1987), pesquisas dessa
natureza podem ser delineadas como levantamento, pois se utilizam de questões previamente
formuladas, objetivando apresentar as respostas que atendam aos objetivos propostos.

3.2 População e coleta dos dados

Os dados centrais desta pesquisa foram obtidos por meio da aplicação de questionários
junto às empresas moveleiras do município de Santa Maria/RS. As entrevistas foram
aplicadas aos diretores e funcionários das empresas, bem como à instituição que representa o

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setor (NUMOV/SM), pois acredita-se que assim as respostas poderiam ter maior
confiabilidade. A população utilizada para o estudo foi representada pelas empresas
associadas ao NUMOV/SM. Atualmente fazem parte do grupo 15 empresas, são elas: –
Kisner Móveis, Mathiane Móveis, Mobilha, Móveis Back, Móveis Cavalheiro, Móveis
Dapper, Móveis Küster, Móveis Nascimento, Móveis Miola, Morgental / G.S.L, Móveis São
José, Móveis Scolari Taschetto, Móveis Wachtmann, Osmar Móveis, Personale Móveis. Após
a aplicação dos questionários, do total de 15 empresas, obteve-se 12 respostas, as quais foram
utilizadas para análise dos resultados que são apresentados a seguir.

3.3 Tratamento dos dados

Os dados provindos dos questionários foram tabulados e analisados a partir da


frequência de respostas obtidas em cada questão aplicada aos empresários. Com base na
frequência observada, procedeu-se a análise do aspecto que se procurou verificar. Conforme
Gil (1999, p. 159) trata-se, portanto, de uma tabulação “que consiste na contagem das
frequências das categorias de cada conjunto”.

4 AS POTENCIALIDADES PARA O DESENVOLVIMENTO DE UM CLUSTER


MOVELEIRO NA CIDADE DE SANTA MARIA/RS

A cidade de Santa Maria está localizada na região central do Estado do Rio Grande do
Sul. Possui uma extensão territorial de 1.788,121 Km2, a população residente é de 261.031 e o
total de pessoas ocupadas de 78.231 (IBGE, 2014). Em 2011, o PIB per capita girava em
torno de R$ 16.864 e o Índice de Desenvolvimento Humano do Município (IDHM) era de
0,784 em 2010 (PNUD, 2014). Apesar do bom desempenho do IDHM, que coloca a cidade
em centésima posição no ranking de 5.565 cidades pesquisadas, o município possui
sustentação econômica no comércio e na prestação de serviços. Por essa razão, a falta de
indústrias na cidade sempre foi motivo de preocupação, tanto das autoridades locais como do
próprio Governo do Estado, que implantou no município uma área destinada ao distrito
industrial, localizado numa posição estratégica, mas que sofre pela falta de infraestrutura.
No que se refere à indústria moveleira da cidade, convém salientar que, de uma forma
geral, ela assemelha-se à indústria brasileira. Ou seja, é composta de empresas familiares e de
capital essencialmente nacional. No entanto, a indústria do município é formada, em sua

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totalidade, por microempresas2. Para melhor compreensão da indústria moveleira da região de


Santa Maria/RS, a seguir apresentam-se os resultados referentes à análise da adequação da
indústria como cluster (subitem 4.1), os incentivos oferecidos às empresas do setor (subitem
4.2) e, por fim, o impacto da indústria na economia local (subitem 4.3).

4.1 Adequação da Indústria como cluster

Tendo em mente que um aglomerado moveleiro em elevado estágio de


desenvolvimento pode contribuir significativamente para o crescimento econômico do
município de Santa Maria/RS, bem como para geração de emprego e renda na região, a
importância de avaliação da adequação da indústria como cluster se torna fundamental. Para
isso, foram pesquisados alguns aspectos que normalmente são observados em tal estrutura.
Em seguida serão apresentados os resultados referentes à análise da qualificação da mão-de-
obra, da qualidade dos serviços terceirizados, dos fornecedores, dos sindicatos patronais, dos
intermediários para venda de móveis e da cooperação entre as empresas, já que o bom
desempenho desses fatores é fundamental para configuração de uma estrutura deste tipo.

• Qualificação da mão-de-obra

A qualificação da mão de obra é de suma relevância para a competitividade de uma


indústria. Organizados em associações, os empresários do setor industrial da cidade
constataram que seus principais problemas estavam relacionados à baixa qualificação dos seus
funcionários. Com isto, trataram de estabelecer parcerias com instituições locais e regionais.
Uma delas é com o curso de design do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Também
firmaram acordo com a escola de marceneiros do SEBRAE/CETEMO (Bento Gonçalves)
que, instalada na cidade desde 2003, formou a primeira turma de 28 alunos em dezembro em
2005. A escola aceita alunos entre 14 e 21 anos que queiram se capacitar e sair para o
mercado de trabalho não mais como aprendizes, mas como mão de obra qualificada.
Para o setor moveleiro, a qualificação da mão de obra é importante para o bom
andamento tanto da área administrativa quanto da produção da empresa. Neste caso, os
empresários do setor foram questionados se seus empregados estão qualificados para a função

2
Esta afirmação segue a classificação proposta pelo Sebrae que diz que para ser considerada microempresa no
ramo industrial é preciso que o número de empregados esteja entre 0 (zero) e 19.
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que exercem. Todos eles (100% dos entrevistados) responderam que sim, embora estejam
conscientes da importância de uma constante qualificação. Também se questionou se as
empresas oferecem condições ou incentivos para a qualificação dos empregados. Observou-se
que a maioria das firmas (83%) oferece incentivos para que seus empregados se qualifiquem3.
Ainda no que se refere à qualificação da mão de obra, procurou-se verificar se as
empresas têm conhecimento de centros específicos para a qualificação. Os resultados com
relação a este questionamento mostraram que 8 empresas têm conhecimento, 3 não têm,
enquanto uma não respondeu ao que foi perguntado.
Convém destacar que as empresas, por mais que saibam da existência da escola de
marceneiros na cidade, podem ter respondido não ao questionamento porque a escola há
pouco formou a primeira turma de profissionais e, por isso, a expectativa quanto a sua
qualidade é muito grande. Além do mais, a informação sobre a existência da escola pode não
ter se disseminado pela indústria. As empresas que afirmaram conhecer centros de
qualificação referiram-se a cursos técnicos e profissionalizantes em geral (Senai, por
exemplo), não reportando a profissionais especificamente formados para atuar no ramo
moveleiro. Talvez seja esse o motivo pelo qual a maioria das empresas também afirmou que
os centros de qualificação existentes não oferecem a formação necessária para os
trabalhadores atuarem no ramo moveleiro (7 do total de 12 empresas).
As empresas que afirmaram não estarem satisfeitas com os centros de qualificação,
mencionaram que existe pouco entrosamento das firmas com os centros. Diante disso,
convém salientar mais uma vez que a insatisfação refere-se ao fato de ainda não existirem
profissionais formados especificamente para trabalhar no setor, uma vez que Santa Maria/RS
dispõe de diversas universidades que formam profissionais qualificados.

• Mão-de-obra terceirizada

O intuito era se avaliar se as empresas do setor utilizam mão de obra terceirizada e se


estão satisfeitas com o serviço prestado. Neste caso, a prática que está se tornando comum
entre as empresas, também é recorrente no setor pesquisado, pois quando perguntadas se
utilizavam algum serviço de mão de obra terceirizada, 50% das empresas responderam que
sim.

3
Os principais tipos de incentivos oferecidos e mencionados pelos empresários são a participação em cursos,
treinamentos, palestras e viagens de estudo.
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Também se questionou onde a empresa utiliza esse tipo de serviço. Observou-se que
elas terceirizam principalmente as atividades administrativas, contábeis e de serviços em geral
(estofaria, metalúrgica, vidraçaria, elétrica, etc). Além do mais, procurou-se evidenciar se as
empresas entrevistadas estão satisfeitas com o serviço prestado. Foi possível constatar que a
maioria delas (5 dentre as 6 que utilizam o serviço) estão satisfeitas. No entanto, uma delas
demonstrou insatisfação. Isso porque, segundo o respondente, os serviços de vendas dos
produtos não atendeu sua expectativa.

• Fornecedores

O desempenho dos fornecedores é fator fundamental para o sucesso da indústria e


também para a consolidação de um cluster bem desenvolvido. Quando questionadas sobre a
localização dos fornecedores, 6 empresas afirmaram que eles localizam-se fora da cidade,
enquanto 3 afirmaram que utilizam-se de fornecedores locais (3 empresas não responderam ao
questionamento).
Destaca-se que, além da localização dos fornecedores, procurou-se verificar quais as
principais dificuldades enfrentadas pelas empresas no que diz respeito ao fornecimento das
matérias-primas. Sobre esse aspecto, como se pode observar na Tabela 1, 50% das empresas
afirmaram que a principal dificuldade é o custo dos insumos, enquanto 33% afirmaram ser o
tempo de entrega o principal empecilho.

Tabela 1 – Principais dificuldades em relação aos fornecedores


Principais dificuldades Número de empresas Percentagem
Proximidade geográfica 1 8%
Custo da matéria-prima 6 50%
Tempo de entrega 4 33%
Não responderam 1 9%
Total 12 100%

Fonte: Pesquisa de Campo

Convém salientar que, embora a proximidade geográfica tenha sido mencionada como
principal dificuldade apenas por uma empresa, se a maioria delas se utilizasse de fornecedores
localizados na própria cidade, certamente os custos e o tempo de entrega seriam reduzidos.

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Contudo, para que isso aconteça é preciso que se desenvolva na cidade um maior número de
fornecedores especializados ou agentes que façam a intermediação da matéria-prima,
tornando seu fornecimento mais eficiente.

• Sindicatos patronais

Além da análise dos fornecedores, tentou-se detectar a existência de um sindicato


patronal que dê suporte, assistência e represente os interesses do setor moveleiro. Quando
perguntadas sobre esse aspecto, 8 empresas responderam conhecer tal instituição, enquanto 3
afirmaram não conhecer (1 empresa não respondeu o questionamento).
As empresas que responderam sim ao questionamento referem-se à existência da
CACISM, uma instituição que atende a todas as empresas comerciais e industriais, mas que
não é especifica para as indústrias do setor moveleiro, pois o sindicato patronal mais próximo
localiza-se em Porto Alegre/RS. Essa instituição, no entanto, não mantém nenhum contato
com as empresas de Santa Maria/RS, de forma que, elas não o consideram como representante
dos interesses do setor. Este foi o motivo pelo qual 5 das 8 empresas que afirmaram existir
sindicato, mencionaram que o mesmo não atende aos interesses das empresas. Esse fato
também levou as 3 empresas a afirmarem que não existe nenhuma entidade do tipo. Dentre
essas 3 empresas, 2 não manifestaram interesse na sua criação.
Apesar de não haver um sindicato patronal na cidade, algumas empresas do setor
moveleiro de Santa Maria/RS estão organizadas no NUMOV/SM. A constituição do núcleo é
uma experiência que não conta com a participação ativa e central do governo (seja municipal,
seja estadual ou federal), pois é iniciativa dos próprios empresários locais e que tem
proporcionado bons resultados para a indústria.

• Intermediários para venda de móveis

Procurou-se analisar a existência de intermediários que atuam na venda dos produtos


acabados (móveis) e, nesse caso, foi possível observar que a totalidade das empresas
pesquisadas (100%) afirmou que para a distribuição dos móveis não utiliza nenhum agente
especializado, sendo a distribuição feita pelas próprias fábricas. Além disso, também se
observou que a maioria das empresas (92%) manifesta necessidade de um agente
especializado para distribuição dos produtos. Esses agentes podem trazer substanciais

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vantagens para a indústria já que, além de facilitarem a venda dos móveis, também podem
contribuir para encontrar consumidores para os produtos, aumentando assim a demanda de
móveis e contribuindo para o maior desenvolvimento do setor.

• Cooperação entre empresas

A existência de vínculos cooperativos, principalmente entre microempresas, como é o


caso das fabricas de móveis, pode trazer inúmeras vantagens do ponto de vista competitivo,
assim como se configura em elemento de definição de um cluster bem desenvolvido. No setor
pesquisado foi possível observar que para 11empresas (92% do total) existem vínculos de
cooperação. Convém salientar que a cooperação mencionada por todos os empresários refere-
se a que está ligada ao NUMOV/SM. Essa instituição desempenha um papel fundamental
para as firmas, pois a cooperação é de extrema importância para o sucesso da indústria. Além
do mais, constatou-se, em conversas com os empresários, que a instituição coordena a criação
de uma loja conjunta para as empresas do setor, o que contribuirá para aumentar e facilitar a
venda dos produtos.

4.2. Incentivos concedidos às empresas moveleiras

Embora seja muito difícil planejar a construção de um cluster, os incentivos públicos e


privados são essenciais para o desenvolvimento de uma aglomeração desse tipo. Isso para
que, no futuro, as empresas pertencentes ao aglomerado possam alcançar maior autonomia e
contribuir de forma mais significativa para o desenvolvimento do município. No caso da
Prefeitura de Santa Maria/RS, os benefícios para a industrialização estão estabelecidos na Lei
Municipal 3.200/89, destacando-se, entre eles, os seguintes: locação de pavilhões industriais
por 2 anos, em condições especiais; isenção de impostos municipais por 10 anos; apoio na
implantação da infra-estrutura (terraplanagem, abertura de poços artesianos, rede elétrica, rede
telefônica, etc.).
Além dos incentivos oferecidos pela Prefeitura Municipal, foi pesquisado se a cidade
dispõe de instituições financeiras que oferecem benefícios ao setor. Os resultados mostraram
que a maioria das empresas (7 do total de 12), não tem conhecimento dos créditos oferecidos.
No entanto, elas se referem ao fato de não existir um financiamento específico para fabricação
de móveis. Por outro lado, uma empresa não respondeu ao questionamento e 4 afirmaram que

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têm conhecimento de instituições que oferecem crédito. Dentre essas quatro, duas empresas
afirmaram estarem satisfeitas com o serviço oferecido, uma afirma não estar (não mencionou
o motivo) e uma não respondeu ao questionamento. No que diz respeito às 4 empresas que
afirmaram não conhecer as instituições, uma afirmou sentir necessidade de criação de alguma,
enquanto 3 não responderam o questionamento.
Convém destacar ainda que as empresas que afirmaram ter conhecimento das
instituições mencionaram entidades de crédito geral (Caixa Econômica, Banco do Brasil,
Banrisul, etc.). Portanto, não conhecem instituições destinadas a oferecer crédito específico
para seu negócio.

4.3 Impactos do setor sobre a economia local

Apesar da indústria moveleira da cidade de Santa Maria/RS ser constituída de


microempresas, elas estão tentando conquistar o mercado externo com seus produtos, o que
aumentará substancialmente suas vendas e também contribuirá para aumentar seu porte. No
entanto, as empresas ainda atendem apenas Santa Maria/RS e região, fabricando móveis sob
medida para residências e para escritórios. Recentemente, a indústria começou a apresentar
melhor destaque, pois com a união das empresas no NUMOV tornou-se possível a
participação da indústria em licitações que ocorrem em Santa Maria e em todo o Estado
Gaúcho. Com isso, a indústria ganhou a licitação da nova ala do Hospital Astrogildo de
Azevedo e do Hospital Regional da UNIMED, ambos em Santa Maria/RS. Isto contribuirá
para aumentar o faturamento anual total do Núcleo (estimado pelos próprios empresários do
setor em R$ 2.790.000,00), a geração de empregos, renda e o próprio dinamismo da indústria
local.
Convém destacar ainda que, além da geração de empregos e do faturamento das
empresas, que é considerado como renda distribuída ao longo do processo produtivo, o setor
também exerce impacto sobre a economia local na medida em que se utiliza de mão de obra
terceirizada. Como foi demonstrado no item 4.1, cerca de 50% das empresas utilizam este
tipo de serviço, o que contribui para reduzir o desemprego da região.
Por fim, com relação a esse item, cabe salientar que há, ainda, um incipiente impacto
da indústria na economia local. No entanto, à medida em que o setor se desenvolve é
possível que se torne mais dinâmico, contribuindo para a geração de renda e emprego na
cidade. Salienta-se também que o setor poderá exercer maior impacto se conseguir

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desenvolver suas potencialidades como cluster, pois, assim, poderá aumentar sua
competitividade no mercado se tornado uma indústria ainda mais expressiva.

5 CONCLUSÕES

O objetivo deste trabalho foi avaliar as potencialidades da indústria moveleira da


cidade de Santa Maria/RS e suas possibilidades de se tornar um cluster bem desenvolvido.
Procurou-se também analisar os incentivos oferecidos para as empresas do setor, bem como o
impacto da indústria na economia local.
Mediante a análise dos resultados obtidos após a aplicação dos questionários às
empresas moveleiras, foi possível observar uma série de pontos positivos que favorecem o
desenvolvimento da indústria. Dentre eles pode-se citar a satisfação das empresas com os
agentes prestadores de serviços terceirizados e a satisfação com o grau atual de qualificação
da mão de obra. Além do mais, foi possível constatar que a maioria das empresas afirma
oferecer incentivos para a qualificação dos seus funcionários, fator de fundamental
importância para o sucesso da indústria.
Além desses pontos, um importante aspecto que deve ser destacado é a existência de
vínculos de cooperação entre as empresas. São estimulados pelo NUMOV, uma entidade
fundamental para as empresas, que além de incentivar a cooperação, também pode ser forte
representante dos interesses dos empresários.
Por outro lado, foram observados alguns problemas que devem ser solucionados para
aumentar a competitividade da indústria. Dentre eles, pode-se mencionar os empecilhos
relacionados aos fornecedores, destacando-se o custo da matéria-prima e o tempo de entrega.
Além disso, as empresas manifestaram a necessidade do desenvolvimento de agentes
especializados para efetuar a distribuição dos móveis, o que poderá contribuir para serem
encontrados novos mercados para os produtos da indústria.
No que diz respeito ao impacto da indústria na economia local, observou-se que o
mesmo é muito incipiente. No entanto, a indústria apresenta potencialidades de crescimento e
desenvolvimento. Os incentivos às empresas do setor são fundamentais para que isto
aconteça. Sobre esse aspecto foi possível constatar que a cidade de Santa Maria/RS
disponibiliza uma série de incentivos para atração e desenvolvimento de indústrias. Contudo,
com relação às instituições financeiras, observou-se a necessidade de se desenvolver linhas de
crédito específicas para fabricação de móveis, uma vez que as empresas utilizam-se de

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financiamentos oferecidos com as mesmas condições proporcionadas às demais indústrias da


cidade.
Por fim, pode-se dizer que a indústria apresenta potencialidades para se transformar
em um cluster bem desenvolvido, uma vez que foram observados diversos pontos que
contribuem para este fato. No entanto, para que isto aconteça é necessário, além de
desenvolver as potencialidades existentes, amenizar os problemas observados. Nesse sentido,
este trabalho trouxe uma contribuição fundamental para o setor, pois apresenta subsídios para
que, tanto entidades públicas como privadas, possam contribuir de alguma forma para o
desenvolvimento do setor, influenciando, assim, na economia local com o aumento na geração
de renda e emprego.

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