Vitamina D

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VITAMINA D

O que é vitamina D?
Ela é considerada um micronutriente essencial lipossolúvel, isto é,
pode se dissolver em gordura e é armazenada em grande
quantidade, especialmente no seu fígado. De acordo com os
manuais de nutrição, a vitamina possui duas formas:

-Vitamina D2: também conhecida como ergocalciferol, cuja


origem é vegetal e é obtida por meio da ingestão de alimentos.
-Vitamina D3: chamada de colecalficerol, é sintetizada na pele
após a exposição solar. Produzida em nosso organismo, ela é
também encontrada em todos os suplementos vitamínicos
disponíveis no Brasil. ...

Para que a vitamina D serve?...


O nutriente tem como principal função permitir que o cálcio dos
alimentos seja absorvido no intestino, além do fósforo, e em
quantidades capazes de manter o regular funcionamento celular,
neuromuscular, assim como a saúde dos ossos, garantindo-lhes
poder de crescimento e reparação. Quando a vitamina D age no
seu corpo ela se transforma em um "poderoso hormônio" chamado
calcitriol....

A substância também está envolvida nos seguintes processos


orgânicos:
-Equilíbrio das defesas do corpo (sistema imunológico);
-Controle da pressão arterial;
-Proteção contra a formação de tumores;
-Inibição de processos inflamatórios;
Metabolismo dos carboidratos (diminuindo o risco de diabetes e
doenças metabólicas).
Quais são as suas principais fontes de vitamina D?…
A falta ou o excesso de algum nutriente é a porta de entrada para
distúrbios nutricionais. No caso da vitamina D, entretanto, só 10 a
20% da sua necessidade é obtida por meio da dieta. Os demais
80% a 90% necessários para a boa saúde originam-se da exposição
à luz dos raios ultravioletas (UV) do sol....
Mas se quiser garantir um cardápio rico nessa vitamina, habitue-se
a ler a ficha nutricional que acompanha os alimentos que você
compra no supermercado --já que muitos alimentos são
enriquecidos com ela --, e invista nos itens abaixo, fontes naturais
do nutriente. A quantidade ideal é 2 ou 3 porções deles ao dia.

-Peixes gordurosos como salmão (selvagem), atum, sardinha;


-Cogumelos irradiados, ou seja, que foram cultivados sob a luz do
sol;
-Leite enriquecido e seus derivados (iogurte, manteiga, queijo);
-Cereais enriquecidos; Óleo de fígado de peixe; Gema de ovo....

Quanto de vitamina D precisamos?


A seguinte recomendação de consumo diário de vitamina D,
representado por Unidades Internacionais (UI), é a sugestão do
Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em
inglês):
De 0 a 12 meses: 400 UI ou 10 mcg;
De 1 a 69 anos: 600 UI ou 15 mcg;
Acima de 70 anos: 800 Ui ou 20 mcg....

Afinal, é para tomar sol, ou não?...


Atualmente existe uma política de proteção solar em todo o
mundo e especialmente no Brasil, onde há maior disponibilidade
de luz. Por outro lado, a população urbana, sobretudo nas regiões
sul e sudeste do país, tem acesso limitado ao sol. …
As razões para isso são bem conhecidas: há maior conscientização
do risco para o câncer de pele, horas seguidas de trabalho em
locais fechados e uso excessivo de protetores solares para
prevenção de doenças ou por questões estéticas. A saída é apostar
no equilíbrio. Por isso, os especialistas indicam expor pernas e
braços ao sol, diariamente, no período das 10 às 15 horas, mas
somente por 10 a 15 minutos, sem proteção solar. Este momento
do dia é o mais apropriado para obter os benefícios dos raios UV
para a produção de vitamina D. …
Caso a sua rotina dificulte essa prática, aproveite o horário do
almoço para uma pequena caminhada e exposição de braços e
pernas (tirando o paletó e arregaçando a camisa ou indo trabalhar
de saia), por 10 minutos, pelo menos 3 vezes por semana. E não
esqueça da proteção solar no rosto. E tem mais: não adianta
esturricar no sol para compensar os dias em que fica longe dele. A
pigmentação, ou seja, o escurecimento da pele, funciona como
uma barreira natural contra a ação dos raios UV. Quanto mais
bronzeada a pele estiver, maior será a dificuldade de produção de
vitamina D. A receita é tomar sol, mas na quantidade e jeito certos.

Como saber se você tem alguma deficiência...


Algumas pessoas podem mesmo apresentar insuficiência ou
deficiência da vitamina. Quando há suspeita disso, um médico
pode avaliar seu estado geral de saúde e solicitar a dosagem de um
metabólito dela chamado 25-hidroxivitamina D, cujos valores de
referência seguem as orientações de duas entidades: o IOM
(Institute of Medicine) e a ES (Endocrine Society). Aqui, no
Brasil, um grupo de especialistas da SBEM (Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia) está preparando um documento
para justificar quais os melhores níveis para a população em geral
e a de risco (idosos, gestantes, pessoas que tenham osteoporose
etc.). Para os primeiros, o limite de "normalidade" será a dosag...

Compare a qualificação da IOM:


Adequado: acima de 20 ng/ml
Inadequado: abaixo de 20 ng/ml
Parâmetros sugeridos pela ES:
Suficiente: acima de 30 ng/ml
Insuficiente: entre 20-30 ng/ml
Deficiente: abaixo de 20 ng/ml...

Quem precisa ficar mais atento?...


Indivíduos jovens, que tenham uma vida ativa e pratiquem
atividades ao ar livre geralmente não apresentam carência de
vitamina D.
Os grupos que merecem maior atenção são os seguintes:
-Idosos em geral;
-Pessoas institucionalizadas ou acamados (que têm pouco acesso
ao sol);
-Gestantes e lactantes. No primeiro caso, há risco de parto
prematuro e atraso no crescimento do feto;
-Obesos (a vitamina D, nessas pessoas, é "sequestrada" pelo
excesso de gordura);
-Indivíduos com doenças musculoesqueléticas como osteopenia,
osteoporose, raquitismo, osteomalácia;
-Pessoas com síndromes de má absorção, como a doença de Crohn
e doença celíaca;
-Pacientes submetidos a cirurgia bariátrica;
-Pessoas com anorexia nervosa;
-Pessoas de pele escura;
-Pessoas com fibrose cística;
-Pacientes com doença renal crônica (tanto os que fazem diálise
quanto os que não fazem);
-Indivíduos com insuficiência hepática (incluindo os alcoólatras);
-Mulheres em idade próxima à menopausa.

Sinais de deficiência de vitamina D


Inicialmente a falta de vitamina D não causa sinais no organismo.
Após longo prazo de deficiência ou insuficiência, ou em casos em
que os pacientes estão em estado grave, podem surgir os seguintes
sintomas:
-Espasmos musculares;
-Raquitismo: crescimento ósseo prejudicado em crianças de 1 a 4
anos (desvios na curvatura da coluna, pernas arqueadas, joelho
juntos, retardo no caminhar;
-Dor ao caminhar (crianças e adolescentes);
-Alteração dos ósseos pélvicos (em adolescentes) e estreitamento
do canal do parto;
-Osteomalácia em adultos: mineralização defeituosa do osso, com
dores locais, fraqueza muscular e fraturas;
-Osteoporose em adultos, especialmente na coluna vertebral, pelve
e pernas. Os locais afetados são dolorosos e suscetíveis a fraturas.
Há maior risco de quedas;
-Atraso no crescimento de fetos em gestantes.

Doses de reposição e riscos do excesso.


A dosagem da suplementação de vitamina D deve ser
personalizada, a depender dos achados dos exames que
comprovam a sua necessidade. As doses seguras são 400 UI/dia
para crianças/jovens, 800 UI para adultos e 1.000 a 2000 UI para
idosos.

Doses elevadas de vitamina D, por longo período de tempo,


podem ser tóxicas e levar à hipercalcemia ou hipercalciúria (níveis
altos de cálcio no sangue e na urina, respectivamente), ou seja,
altas taxas de cálcio no sangue e urina, respectivamente.
Este efeito colateral pode levar a lesões nos rins e danos em ossos
e músculos. Embora esse quadro seja considerado raro, se isso vier
a ocorrer os sintomas que você pode sentir são:
-Perda de apetite;
-Náuseas e vômitos, seguidos de sede excessiva;
-Fraqueza; Aumento do volume urinário (poliúria);
-Desidratação intensa;
-Sonolência; Pode levar ao coma.
O uso do suplemento com outros remédios.
Se você faz uso contínuo de algum medicamento e seu médico ou
nutricionista aconselhar o consumo de vitamina D, é preciso dizer-
lhe quais são esses remédios.
Essa atitude se deve ao fato de que o nutriente pode interagir com
alguns medicamentos e prejudicar os efeitos benéficos que eles
produziriam no seu corpo. Alguns deles podem aumentar o
catabolismo da Vitamina D. Isso significa que eles aumentam a
quebra da vitamina, levando à necessidade do aumento das doses;
outros reduzem seu efeito ou contribuem para a elevação dos
níveis de cálcio. E cuidado: se você toma outros suplementos
vitamínicos, pode ser que eles também contenham vitamina D. Por
isso, converse com um especialista para saber se não está
ingerindo quantidades maiores do que deveria.

Fique atento a esses fármacos:


-Corticoides
-Anticonvulsionantes (fenitoina e carbamazepina)
-Rifampicina e isoniazida.

Como tomar a vitamina D?


As apresentações mais comuns são cápsulas gelatinosas ou
comprimidos, gotas (mais indicados para crianças e idosos) e
injeções, em casos excepcionais. Essas alternativas são todas
consideradas seguras e efetivas, mas as cápsulas oleosas são
unanimidade entre os especialistas, porque elas seriam melhor
absorvidas, já que a vitamina D é lipossolúvel. A ingestão diária
também é considerada a forma mais eficaz de consumo, evitando
o esquecimento.

Efeitos benéficos efetivos


Entidades como a Cochrane, voltada para a investigação e
divulgação de informações científicas de saúde de alta qualidade,
após análise de vários estudos, concluiu que o consumo de
medicamentos concomitante à vitamina D pode, de fato, ser
benéfico para:
-Fraturas e quedas em idosos;
- Asma

Dicas para prevenir a falta de vitamina D


Aproveite toda oportunidade de se expor ao sol, mas não exagere;
Evite ficar muito tempo em locais fechados. Em vez de ir ao
shopping, vá a um parque;
Faça uso racional da proteção solar. Tomar um pouco de sol faz
bem;
Colabore com a suplementação aderindo a ela, especialmente se
você se encaixa no grupo de risco;
Capriche na alimentação não deixando faltar alimentos que sejam
fonte de vitamina D.

Referências:
-Mark J. Bolland; Andrew Grey, Alison Avenell. Effects of
vitamin D supplementation on musculoskeletal health: a
systematic review, meta-analysis, and trial sequential analysis. The
Lancet Diabetes&Endocronology 2018.

-Pludowski P, Holick MF, Grant WB, et al. Vitamina D


supplementation guidelines. J Steroid Biochem Mol Biol. 2018.

-Mariana Vendramin Mateussi, Carolina de Oliveira Cruz Latorrac


et. Al. What do Cochrane systematic reviews say about
interventions for vitamin D supplementation? São Paulo Med. J.
2017.

-JoAnn E. Manson, Patsy M. Brannon, et al. Vitamin D


Deficiency - Is There Really a Pandemic? N Engl J Med 2016.
-G. Michael Allan, MD, Lynda Cranston, et al. Vitamin D: A
Narrative Review Examining the Evidence for Ten Beliefs. J Gen
Intern Med. 2016.

-Durval Ribas Filho, Vivian Marques Miguel Suen. Tratado de


Nutrologia. 2ª edição revisada e atualizada, Manole. 2019

-SS, Borba VZ, Camargo MB, Silva DM, Borges JL, Bandeira F,
Lazaretti-Castro M; Brazilian Society of Endocrinology and
Metabology (SBEM). Recommendations of the Brazilian Society
of Endocrinology and Metabology (SBEM) for the diagnosis and
treatment of hypovitaminosis D. Arq Bras Endocrinol Metabol.
2014.

https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/01/30/
preciso-mesmo-suplementar-vitamina-d-entenda-tudo-sobre-
ela.htm#o_que_e

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