1) O acusado é um mecânico brasileiro solteiro acusado de crime previsto no Art. 217-A do Código Penal.
2) A acusação alega que ele teve contato físico com as genitais de uma menor de 9 anos em uma borracharia, porém o acusado nega os fatos.
3) Na contestação, o acusado alega que nunca cometeu crimes, que a denúncia é inepta por não especificar adequadamente os fatos, e que não houve tempo suficiente ou privacidade para o
1) O acusado é um mecânico brasileiro solteiro acusado de crime previsto no Art. 217-A do Código Penal.
2) A acusação alega que ele teve contato físico com as genitais de uma menor de 9 anos em uma borracharia, porém o acusado nega os fatos.
3) Na contestação, o acusado alega que nunca cometeu crimes, que a denúncia é inepta por não especificar adequadamente os fatos, e que não houve tempo suficiente ou privacidade para o
1) O acusado é um mecânico brasileiro solteiro acusado de crime previsto no Art. 217-A do Código Penal.
2) A acusação alega que ele teve contato físico com as genitais de uma menor de 9 anos em uma borracharia, porém o acusado nega os fatos.
3) Na contestação, o acusado alega que nunca cometeu crimes, que a denúncia é inepta por não especificar adequadamente os fatos, e que não houve tempo suficiente ou privacidade para o
1) O acusado é um mecânico brasileiro solteiro acusado de crime previsto no Art. 217-A do Código Penal.
2) A acusação alega que ele teve contato físico com as genitais de uma menor de 9 anos em uma borracharia, porém o acusado nega os fatos.
3) Na contestação, o acusado alega que nunca cometeu crimes, que a denúncia é inepta por não especificar adequadamente os fatos, e que não houve tempo suficiente ou privacidade para o
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AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE
ABELARDO LUZ-SC.
Processo nº 00000000000-00.
ANTÔNIO, brasileiro, solteiro, mecânico,
portador da cédula de identidade RG nº 00000- 00, inscrito no CPF sob nº 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua da ABC, na cidade de Abelardo Luz, por seu advogado que abaixo subscreve, na ação penal promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO SANTA CATARINA, que alega a suposta consumação de crime previsto no Art. 217-A do C, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar tempestivamente, com fulcro nos artigos 396 caput e 396-A do Código de Processo Penal, a presente:
CONTESTAÇÃO À ACUSAÇÃO
Nos termos e fundamentos de direito que
seguem.
1. SÍNTESE DA ACUSAÇÃO
O Ministério Público do Estado do Maranhão ofereceu
denúncia em face de ANTÔNIO, imputando ao mesmo, o delito descrito no Art. 217-A do Código de Processo Penal.
Segundo as alegações do i. parquet, o mesmo teria tido
contato físico com as genitais da menor HERMÍNIA, no primeiro dia do mês de março de 2020. Na época, a vítima contava com 09 anos de idade e estava, no momento do suposto acontecimento, junto com seu genitor e irmão em uma borracharia localizada nas proximidades da Linha Loro, interior do Município de Abelardo Luz/SC.
Entretanto, tais acusações não correspondem com a
verossimilhança dos fatos, pelas razões que demonstrar-se-á a seguir.
2. DA CONDUTA ILIBADA DO ACUSADO
Faz-se necessário expor que, o cidadão acusado ANTÔNIO,
é pessoa íntegra, de bons antecedentes, que jamais respondeu qualquer processo crime ou inquérito policial, exceto este em epígrafe.
Indubitável que o cidadão acusado jamais teve
participação em qualquer tipo de delito ou organização criminosa, visto que é primário, possui bons antecedentes, sempre foi pessoa honesta, trabalha como mecânico. Possui residência fixa, qual seja na Rua ABC, s/n, Cidade de Abelardo Luz, onde reside.
Cumpre ratificar que o mesmo sempre se colocou a inteira
disposição da Justiça para esclarecimento dos fatos, não se evadindo.
Mesmo após a denúncia, que data do ano de 2020, o
acusado permanece levando uma vida tranquila e ordeira, trabalhando com as próprias mãos e vivendo de forma pacífica, o que demonstra que não possui uma personalidade voltada para o mundo do crime.
3. DA INÉPCIA DA DENÚNCIA
Preliminarmente, verifica-se a inépcia da denúncia(e,
consequentemente, tem-se a ausência de justa causa para a ação penal). Trata-se de vício insanável, gerador de nulidade absoluta para os posteriores atos praticados no processo. Ao não especificar a correspondente e necessária adequação típica da participação do Acusado em relação aos delitos constantes na denúncia, pormenorizando e subordinando sua conduta ao tipo penal, inviabilizando o correto e necessário exercício defensivo do mesmo.
Conforme explica o art. 41, CPP, a peça acusatória
deverá ser apresentada contendo o máximo de informações possíveis sobre os fatos apurados. Isso tem o fim de propiciar o devido exercício da ampla defesa e do contraditório.
Ocorre que o próprio CPP,preceitua que a não observância
dessa condição, pelo órgão acusatório, configura uma das hipóteses para a rejeição imediata da denúncia, conforme estabelecido pelo Art. 395, Inciso I, do Código de Processo Penal, vide trecho do dispositivo:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Ou seja, a peça inicial gera a inépcia, pois a descrição
dos fatos é apresentada de maneira truncada, lacunosa e em desacordo com os dados constantes do inquérito.
Ademais, de acordo com o artigo 159, CCP, quando a
infração deixar vestígios, é indispensável o exame de corpo de delito, prova que não compõe os autos e então implica no reconhecimento de sua inépcia.
4. DA VERDADE DOS FATOS
A vítima, acompanhada de seu pai e de seu irmão, de fato foi até a borracharia do acusado, que está localizada nas proximidades de sua residência, ocasião em que o acusado realizou a troca do pneu defeituoso do veículo de seu genitor. Na sequência, foi até os fundos do terreno, onde há uma árvore frutífera, colheu alguns frutos e os entregou ao mesmo.
Não houve decurso suficiente do lapso temporal em que o
acusado ficou fora do alcance do genitor da vítima para que os fatos acusados sejam possíveis. Não bastasse, estranha o fato de nenhuma das pessoas que estavam no local no momento notarem qualquer atitude suspeita, tendo em vista que é um lugar amplo e bem iluminado.
Ademais, não existe a possibilidade de a acusação ser
verdadeira, pois o irmão da vítima ficou encarregado de cuidar da mesma, estando a todo tempo observando, razão pela qual não há a possibilidade do acusado praticar a ação sem que o irmão presenciasse.
5. DO DIREITO
Conquanto o caráter desta defesa seja prévia, deve-se
evidenciar alguns aspectos importantes:
a) DO LAUDO PERICIAL
Pela leitura dos depoimentos das testemunhas constantes
dos autos, bem como do laudo pericial, conclui-se que não houve violência física no ato sexual contra a vítima, o que afasta as figuras qualificadas do tipo penal, senão vejamos. Nenhuma testemunha viu ou comentou acerca de alguma marca ou sinal externo de agressão na vítima nos depoimentos prestados, o que pelo menos em tese, harmoniza-se com a conclusão de que o ato sequer existiu. B) DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA CONSUMAÇÃO DO ATO DELITUOSO
Ainda, caso supostamente acontecido o ato delituoso, não
há sequer um do início da sua execução. Não foi o que aconteceu, certamente. A narrativa acusatória não demonstra minimamente qualquer contato com a infante, muito menos beijos, carícias etc. Nada, absolutamente nada faz crer o início da execução do suposto crime.
Com esse enfoque, urge salientar o Magistério de Cezar
Roberto Bitencourt, in verbis:
O passo seguinte é a preparação da ação
delituosa que constitui os chamados atos preparatórios, os quais são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva; arma-se dos instrumentos necessários à prática da infração penal, procura o local mais adequado ou a hora mais favorável para a realização do crime etc. De regra, os atos preparatórios também não são puníveis, apesar de opiniões dos positivistas que reclamam a punição como medida de prevenção . . .( ... )
Imperioso evidenciar a ementa de julgado nesse sentido,
originário do Superior Tribunal de Justiça:
RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL.
CONSUMAÇÃO. DESNECESSIDADE DO REEXAME FÁTICO. PRÁTICA DE ATO LIBIDINOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL. VIOLAÇÃO DO ART. 217 - A, C/C ART. 14, II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.1. A controvérsia atinente ao inadequado reconhecimento da tentativa do crime de estupro de vulnerável prescinde do reexame de provas, sendo suficiente a revaloração de fatos incontroversos explicitados no acórdão recorrido. 2. Nega-se vigência ao art. 217 - A, c/c o art. 14, II, ambos do CP, quando, diante de atos lascivos, diversos da conjunção carnal e atentatórios à liberdade sexual das vítimas (criança de 10 anos de idade), se reconhece a tentativa do delito, "não sendo razoável ou justo que atos preparatórios sejam considerados como atos de consumação delitiva ". 3. Recurso conhecido e provido, a fim de reconhecer a forma consumada do crime de estupro de vulnerável praticado contra a vítima [c.], de modo que a pena pelo delito praticado contra essa ofendida seja fixada em 12 anos de reclusão [ ... ]
De mais a mais, confira-se um outro julgado:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ROUBO TENTADO
MAJORADO. EMPREGO DE ARMA. CONCURSO DE AGENTES. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. INSURGÊNCIA MINISTERIAL.1. Crime de roubo majorado. Prova produzida que não comprova, modo inequívoco, terem os réus dado início aos atos executórios, apoderando-se de bens móveis alheios mediante grave ameaça, violência ou outro meio capaz de reduzir à impossibilidade de defesa a vítima. Conduta que não ultrapassou o campo dos atos meramente preparatórios, impuníveis no direito penal pátrio. Absolvição dos réus. Sentença mantida. 2. Crime de porte ilegal de arma. Tese ministerial acolhida. Condenação do réu luis felipe pelo crime de porte ilegal de arma, observados os elementos de convicção inequívocos no sentido de que foi supreendido portando um revólver marca taurus, calibre 38, com numeração raspada ou suprimida, municiada com cinco cartuchos intactos, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Conduta expressamente descrita pela inicial acusatória e confirmada pela própria confissão do réu nesse sentido. Condenação que se mostra possível ante a sua absolvição pelo crime de roubo, cuja condenação levaria ao reconhecimento da consunção. 3. Aplicação da pena. Pena-base estabelecida no mínimo legal cominado, isto é, três (3) anos de reclusão, tornada definitiva na ausência de outras causas modificadoras de pena. Reconhecida a atenuante da menoridade penal, que, todavia, sem reflexos na pena, exegese da Súmula nº 231 do STJ. Pena de multa estabelecida em dez (10) dias-multa. Estabelecido o regime aberto para início de cumprimento da pena. Deferida a substituição da pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos, na forma de duas prestações de serviço à comunidade. 4. Detração. Considerada a inteligência do art. 387, § 2º, do CPP, reconhecido o direito à detração própria pelo período de prisão cautelar neste processo. 5. Custas processuais. Suspensas em razão da Assistência Judiciária Gratuita ora deferida. Apelo ministerial parcialmente provido. Unânime [ ... ]
Além disso, são altamente ilustrativos os julgados
abaixo evidenciados, esses tratando especificamente de crime sexual:
APELAÇÃO. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. COGITAÇÃO E
PREPARAÇÃO. ATOS IMPUNÍVEIS. DÚVIDA RESOLVIDA EM FAVOR DO RÉU. ABSOLVIÇÃO. MANUTENÇÃO.O iter criminis é composto das fases de cogitação, preparação, execução, consumação e exaurimento. A cogitação corresponde à elaboração mental, ao planejamento do crime que o agente pretende executar. Não sendo exteriorizada nenhuma conduta, a cogitação não assume relevância penal. Os atos preparatórios, desde que lícitos, também não são puníveis, por não colocarem o bem jurídico em situação de perigo. A condenação criminal não se satisfaz com meros indícios. Não sendo possível perquirir qual era a real intenção do agente e não se podendo afirmar que tenha sido iniciada a execução do crime contra a dignidade sexual da menor, a manutenção da absolvição é medida de rigor [ ... ]
Como citado, o denunciado não tem histórico de cometer
crimes, como também não ameaçou a vítima ou sua família no decorrer do processo, também manteve uma conduta idônea no decorrer do processo, ajudando na elucidação dos fatos.
Portanto, verifica-se que estão ausentes os requisitos
autorizadores da prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP, razão pela qual requer seja revogada nos termos do art. 316 do CPP.
6. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto requer se digne Vossa Excelência:
a) a rejeição da denúncia por manifesta inépcia;
determinando-se assim, a expedição do competente alvará de soltura;
b) Seja repetido (ou retirado dos autos) o depoimento
prestado perante a autoridade policial, desta vez com observância das garantias constitucionais, ou então tomada outra medida que guarde compatibilidade com a cláusula do devido processo legal, pois inadmissível que uma peça corrompida possa adentrar o processo e influenciar a tomada de decisões;
c) Seja rejeitada de plano a denúncia, com fulcro nos
art. 395, e incisos, do CPP, eis que objetiva a denúncia imputar responsabilidade penal sob conduta atípica ;
d) Subsidiariamente, seja o denunciado absolvido
sumariamente, em conformidade com o art. 397, III do Código de Processo Penal;
e) Caso superadas as preliminares, o que admitimos
apenas por amor à argumentação – requer sejam intimados, na qualidade de testemunha os elencados no rol abaixo:
1-Jão da Silva, borracheiro, inscrito no CPF sob o nª
xx, residente e domiciliado na Linha Loro, interior do Município de Abelardo Luz/SC.
2-Ezequiel Solforoso,estudante, irmão da vítima,maior,
inscrito no CPF sob o nª xx, residente e domiciliado na Linha Loro, interior do Município de Abelardo Luz/SC
3-Ari Solforoso, empresário, pai da vítima, inscrito no
CPF sob o nª xx, residente e domiciliado na Linha Loro, interior do Município de Abelardo Luz/SC f) No mérito, requer que a presente denúncia seja julgada totalmente IMPROCEDENTE.
g) protesta-se desde já, por todos os meio de provas
admitidas em direito, quais sejam: depoimento pessoal, prova documental, prova pericial, e notadamente, pela prova testemunhal.