Teorias Classicas de Sonia

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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA E
ANTROPOLOGIA

LICENCIATURA EM ANTROPOLOGIA II ANO, SEMESTRE II

Cadeira: Teorias Clássicas

Docentes: Johane Zonjo

Discente: Sónia Tomas Zucule

Introdução

O seguinte trabalho consiste numa análise descritiva, sobre as acepções epistemológicas dos
pressupostos teóricos do clássico da antropologia, especificamente Brosnilaw Malinowski.
Farei menção sobre a sua vida e obra, o seu contributo teórico-conceptual e metodológico e
as respectivas críticas sobre o seu pressuposto metodológico que constitui o marco
revolucionário da antropologia moderna.

Quanto a metodologia para a realização deste trabalho foi através de pesquisas bibliográficas
feitas na internet e nas referências elencadas no plano analítico que me foi disponibilizado
pelo docente. Por ultimo, no que se refere a estrutura organizacional esta constituída em três
capitulo, (i): a vida e obra, (ii): o seu contributo teórico-conceptual e metodológico e (iii):
crítica sobre Malinowski.

1. Vida e Obra de Brosnilaw Malinowski

Bronislaw Malinowski (1884 -1942), antropólogo inglês, nascido como súdito austríaco de
família polonesa. Ele se opôs a qualquer tentativa de escrever a história das culturas de
tradição oral. O grande mérito de Malinowski será, no entanto, demonstrar que não se pode
estudar uma cultura analisando-a do exterior, e ainda menos a distância. Não se satisfazendo
com a observação direta “em campo”, ele sistematizou o uso do método etnográfico chamado
de “observação participante” (expressão criada por ele), único modo de conhecimento em

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profundidade da alteridade cultural que poderia escapar ao etnocentrismo (Cuche 1999: 73-
74).

Foi um forte pretendente na fundação da antropologia social na Grã-Bretanha, nos seus


trabalhos dedicava se mais ao trabalho do campo intensificado em comunidades exóticas, tido
como mestre da etnografia após de voltar do estudo das populações Trobiandesas,
Malinowski foi tido pelos seus discípulos como algo mas do que pioneiro em metodologia.
Malinowski é tido como o criador de uma nova disciplina académica, a Antropologia social
iniciada supostamente em 1914 (idem)

Para o Cuche (1999: 73-74) Malinowski. Após obter o doutoramento em física e matemática
na Polônia, em 1908, interessou-se por antropologia ao ler O Ramo de Ouro, de Frazer. Em
1910 foi admitido na London School of Economics (LSE) e tornou-se antropólogo. Na
Inglaterra, Malinowski manteve contacto com os maiores expoentes da disciplina da época e
em pleno início da I Guerra Mundial iniciou sua pesquisa de campo na Nova Guiné,
permanecendo a maior parte do tempo nas Ilhas Trobriand, intercalando suas expedições com
estadias na Austrália. Logo após regressar à Inglaterra e retomar suas atividades docentes
publicou, em 1922, sua canônica monografia, Argonautas do Pacífico Ocidental. Cinco anos
depois foi indicado para a primeira cadeira de Antropologia criada na LSE. Já consagrado,
lecionou e orientou toda uma geração de antropólogos e publicou outras obras importantes,
como Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem (1927), A Vida Sexual dos Selvagens (1929)
e Jardins Corais e sua Magia (1935), obra nunca traduzida para o português. Malinowski
morreu em 1942 em New Haven, onde lecionava na Universidade de Yale.

2. Contributo teórico-conceptual e metodológico

Malinowski (1976 [1922]) revolucionou a abordagem antropológica ao elaborar um rigoroso


método de análise dos fenômenos sociais. Sua análise confrontou o paradigma até então
vigente, segundo o qual as teorias eram elaboradas no conforto do gabinete meramente a
partir dos relatos de viajantes sem treino acadêmico, tal como se processava na distinção
entre antropólogo e etnólogo (CLIFFORD, 1998)

Na perspectiva de Eriksen e Nielsen (2001) é com Malinowski que a Antropologia se torna


uma “ciência” da alteridade que vira as costas ao empreendimento evolucionista de
reconstituição das origens da civilização, e se dedica ao estudo das lógicas particulares,
características de cada cultura. A fim de pensar essa coerência interna, Malinowski elabora

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uma teoria (o funcionalismo) que tira seu modelo das ciências da natureza: o indivíduo sente
um certo número de necessidades, e cada cultura tem precisamente como função a de
satisfazer à sua maneira essas necessidades fundamentais. Cada uma realiza isso elaborando
instituições (econômicas, políticas, jurídicas, educativas...), fornecendo respostas coletivas e
organizadas, que constituem, cada uma a seu modo, soluções originais que permitem atender
a essas necessidades.

Em virtude da introdução moderna de análise, o estudo antropológico passa a se ocupar da


compreensão dos grupos humanos numa lógica sistêmica, ou seja, os agrupamentos humanos
são olhados diante de uma visão sistêmica (sociedade como um organismo vivo, coeso).
Malinowski representa um ícone da análise funcionalista, “ dominou incontestavelmente a
cena antropológica, de 1922, ano de publicação de sua primeira obra, Os Argonautas do
Pacífico Ocidental, até sua morte, em 1942” (LAPLANTINE, 2003, p.60).

Os contributos metodológicos de Malinowski podem ser agrupados em três unidades: em


primeiro lugar, o pesquisador deve possuir objetivos genuinamente científicos e conhecer os
valores e critérios da etnografia moderna. Em segundo lugar, deve o pesquisador assegurar
boas condições de trabalho, o que significa, basicamente, viver mesmo entre os nativos, sem
depender de outros brancos. Finalmente, deve ele aplicar certos métodos especiais de coleta,
manipulação e registro de evidência (idem).

1) Os antropólogos da época vitoriana identificavam-se totalmente com a sua sociedade, isto


é, com a “civilização industrial”, considerada como a “civilização” tout court, e com seus
benefícios. Em relação a esta, os costumes dos povos “primitivos” eram vistos como
aberrantes. Malinowski inverte essa relação: a antropologia supõe uma identificação (ou, pelo
menos, uma busca de identificação) com a alteridade, não mais considerada como forma
social anterior à civilização, e sim como forma contemporânea mostrando-nos em sua pureza
aquilo que nos faz tragicamente falta: a autenticidade. Assim sendo, a aberração não está
mais do lado das sociedades “primitivas” e sim do lado da sociedade ocidental.

2) Essa compreensão naturalista e marcadamente otimista de uma totalidade cultural


integrada, que postula que toda sociedade é tão boa quanto pode ser, pois suas instituições
estão aí para satisfazer a todas as necessidades, defronta-se com duas grandes dificuldades:
como explicar a mudança social? Como dar conta do disfuncionamento e da patologia
cultural?

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A partir da própria experiência - limitada a um minúsculo arquipélago que permanece, no
início do século, relativamente afastado dos contatos interculturais-, Malinowski, baseando-se
no modelo do finalismo biológico, estabelece generalizações sistemáticas que não hesita em
chamar de “leis científicas da sociedade”. Além disso, esse funcionalismo “científico” não
tem relação com a realidade da situação colonial dos anos 20, situação essa, totalmente
ocultada. A antropologia vitoriana era a justificação do período da conquista colonial. O
discurso monográfico e a- histórico do funcionalismo passa a ser a justificação de uma nova
fase do colonialismo (LAPLANTINE 2003: 61-64).

3. Críticas sobre malinowski

Na perspectiva de Eriksen e Nielsen (2001) Consiste do grande problema que Malinowski


enfrenta na sua introdução, que é o dilema da etnografia, O problema é como fazer que sua
experiência pessoal, vivida a partir de sua experiência com os nativos desperte essa
experiência no leitor. Ele não tentou fazer uma descrição de experiência pessoal de campo,
mas buscou um fazer consciente para os etnógrafos principiantes das dificuldades que tinham
que enfrentar e assim legitimar o estilo do trabalho de campo. Durante décadas os relatos de
tais povos ficaram a mercê de interpretações construídas sem orientação científica, em uma
preocupação por fazer do relato etnográfico a possibilidade das sociedades estudadas se
pronunciarem, na famosa expressão “dar voz ao nativo”.

Na perspectiva de Dos Santos (2013), a crítica pós-moderna da perspectiva metodológica e


epistemológica Malinowskiana consiste na busca da objectividade científica originada tanto
no âmbito do proceder do trabalho participante revolucionado pelo mesmo e pelo texto
etnográfico que constitui alegacões de autoridades sobre a realidade analisada pelo
pesquisador como “ eu estive lá” emerge alegacões sobre os conceitos pela qual o
antropólogo interpreta a realidade do pesquisado. Portanto a participação exacerbada do
antropólogo apos a fundação de novos procedimentos metodológicos através de malinowski
emergiu críticas sobre o mesmo quanto a sua objectividade e neutralidade do conhecimento
produzido neste ramo de conhecimento.

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Referências Bibliográficas
CUCHE, Denis. 1999. A noção de cultura nas ciências Sociais. Bauru: EDUSC, p.73-
74.

Laplantine, François. 2003. “Aprender Antropologia”. São Paulo, Brasiliense.

Eriksen, T. H. Nielsen, F. S. 2001. “História da antropologia”. Petrópolis, Editora

Vozes.

CLIFFORD, James. 1998. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX.


Rio de Janeiro: Ed. UFRJ,

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