Roteiro Cap. 4 A.E.C

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1. Qual a diferença entre Reforço Positivo e Reforço Negativo?

R.: Reforço positivo aumenta a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer


pela adição de um estímulo reforçador ao ambiente. Reforço negativo também
aumenta a probabilidade do comportamento voltar a ocorrer, mas pela retirada de um
estímulo aversivo do ambiente.

2. O que é uma contingência de reforço negativo?


R.: É relação entre um estímulo aversivo no ambiente e a resposta do organismo de
retirada do estímulo, o que aumenta as ocorrências futuras dessa resposta. No caso,
o estímulo aversivo será o reforçador negativo da resposta que o retira ou o evita do
ambiente. Existem dois tipos de comportamento que são mantidos por contingências
de reforço negativo: a fuga e a esquiva.

3. Dê dois exemplos de comportamentos mantidos por reforço positivo e dois


exemplos de comportamentos mantidos por reforço negativo. Especifique
claramente os comportamentos e as consequências.
R.: Tirar boas notas na escola (Resposta) e receber elogios dos pais (Estímulo
reforçador positivo); Pressionar a barra da caixa de Skinner (Resposta) e receber uma
gota de água (Estímulo reforçador positivo).
Tomar um analgésico (Resposta) e eliminar a dor de cabeça (Estímulo reforçador
negativo); passar protetor solar (Resposta) e evitar queimaduras na pele (Estímulo
reforçador negativo).

4. Diferencie comportamento de fuga de comportamento de esquiva. Dê um


exemplo de cada um deles.
R.: O comportamento de fuga ocorre quando a resposta do organismo retira o
estímulo aversivo quando ele já está presente no ambiente, já está ocorrendo. Esse
estímulo é um reforçador negativo para a resposta, assim como na esquiva. A
diferença é que, na esquiva, a resposta ocorre antes da apresentação do estímulo
aversivo, como forma de preveni-lo ou adiar sua ocorrência. Ou seja, a fuga é uma
forma de remediação e a esquiva é uma forma de prevenção do evento aversivo. Um
exemplo de fuga seria dar um brinquedo para seu filho, enquanto ele já está fazendo
muita pirraça na frente dos outros, e você quer logo que ele pare com isso. A resposta
é dar o brinquedo e a consequência é a retirada da pirraça. Um exemplo de esquiva
seria quando você vê um cara chato vindo em sua direção e já sabe que ele vai te
contar uma daquelas histórias chatas que sempre conta, e você sai de fininho,
fingindo que não o viu passar. Nesse caso, a resposta é “sair de fininho” e a
consequência é “perder o cara de vista” e evitar suas histórias chatas, antes mesmo
de ter que ouvi-las.

5. Diferencie Punição de Extinção quanto ao processo.


R.: Quanto ao processo, a punição se diferencia da extinção porque suprime
rapidamente a resposta punida, enquanto que na extinção ocorre a diminuição
gradual e mais lenta da resposta que foi extinta.

6. Diferencie Punição de Extinção quanto ao procedimento.


R.: Quanto ao procedimento, a punição se diferencia da extinção, porque na primeira,
caso seja uma punição positiva, há a adição de um estímulo aversivo no ambiente,
que suprime a resposta, euquanto que na extinção há a retirada do reforçador
específico para aquela resposta. Já se a punição for negativa, a diferenciação é mais
sutil, porém possível. Na punição negativa há também a retirada de estímulos
reforçadores, mas de outros comportamentos, e não o reforçador da reposta que foi
punida. Na extinção o reforçador retirado é o que aumenta a probabilidade da
resposta ocorrer. Por exemplo, se um rapaz é elogiado pelos amigos por trair a
namorada, mas é punido com o término do seu namoro, e isso faça com que ele não
traia mais, nesse caso, o reforçador do comportamento dele de traição não foi
retirado, pois os amigos continuaram elogiando. O que foi retirado foram outros
estímulos reforçadores relacionados ao namoro dele, como os abraços da namorada,
o carinho da namorada, etc. Portanto seu comportamento foi suprimido por punição e
não por extinção. Agora, se ele tivesse parado de trair porque os amigos pararam de
elogiá-lo por isso, então a retirada do reforçador do comportamento em questão, se
configura numa extinção.

7. Dê dois exemplos de punição, especificando o comportamento e a


consequência punitiva.
R.: Não levar o lixo para fora de casa (Resposta) e não receber a mesada (Estímulo
punidor negativo); Errar um cálculo de um projeto no trabalho (Resposta) e levar uma
bronca do chefe (Estímulo punidor positivo).
8. Cite e explique/exemplifique pelo menos dois efeitos colaterais do controle
aversivo.
R.: Supressão de outros comportamentos além do punido. Outros comportamentos
que estão ocorrendo em tempo próximo ou ao mesmo tempo que o comportamento
punido, podem ser suprimidos junto a ele. Por exemplo, se Joãozinho está brincando
com Mariazinha e sem querer prende o dedo dela em um brinquedo, e o pai dele dá
uma bronca, é provável que Joãozinho se chateie e pare de brincar com Mariazinha,
suprimindo toda uma classe de comportamentos, em vez de apenas o de prender o
seu dedo.
Um outro efeito da punição é o contracontrole, que ocorre quando o organismo emite
uma nova resposta que impede que o agente controlador mantenha o controle, ou
ainda, suprime ou evita o estímulo aversivo sem ter que emitir a resposta programada
pelo controlador. Por exemplo, quando em uma aula de educação física, o professor
não reforça os alunos por fazerem os exercícios que ele pediu, mas apenas pune
quando não o fazem, é provável que os alunos finjam estar jogando apenas quando o
professor estiver olhando, mas quando ele sair de perto, voltem a bater papo e parem
de fazer a atividade proposta por ele.

9. Cite e exemplifique pelo menos dois fatores que contribuem para o fato de
usarmos tanto a punição em nossa sociedade.
R.: Quando punimos, a consequência esperada é imediata. Ou seja, quem pune para
suprimir um comportamento, é quase que imediatamente reforçado negativamente.
Por exemplo, o pai que não aguenta mais o filho chamando sua atenção bem na hora
do seu jogo de futebol, trata logo de dar-lhe uma bronca, pois será imediatamente
reforçado com o silêncio do filho. Nesse mesmo exemplo, podemos verificar um outro
motivo para o uso do controle aversivo, que é a facilidade no arranjo das
contingências. É claro que o pai poderia tentar ignorar o filho e reforçá-lo
positivamente em outras ocasiões incompatíveis com aquela, através do reforçamento
diferencial, mas isso daria mais trabalho do que simplesmente reprimir o filho na hora
que está querendo sua atenção. Ou seja, o custo de resposta para o pai seria muito
maior do que na punição.

10. Cite e exemplifique pelo menos duas alternativas ao uso da punição no


controle do comportamento.
R.: Um alternativa seria utilizar o reforço positivo no lugar do negativo. Por exemplo,
uma professora que quer manter a atenção do aluno na sala de aula, poderá elogiá-lo
quando responder corretamente as perguntas e fizer os exercícios propostos, em vez
de apenas brigar com ele quando estiver com a atenção desviada ou estiver
conversando em sala. Assim ele prestará atenção na aula pelos elogios, e não para
evitar as broncas.
Uma outra alternativa viável ao controle aversivo seria o reforçamento diferencial. Em
vez de punir a resposta indesejada, ela deve ser extinta, enquanto que outras
respostas incompatíveis são reforçadas. Por exemplo, se o seu filho toca bateria na
hora do seu telejornal, você não deve apenas brigar com ele quando ele fizer isso. O
ideal seria não dar atenção a ele quando tocar nessa hora, ou seja, ignorar seu
comportamento e, ao mesmo tempo, elogiá-lo quando estiver tocando em outras
ocasiões e reforçar quando estiver em silêncio na hora do jornal.

11. Por que “dar um choque” em um rato após ele pressionar uma barra
pode ser considerado uma punição do comportamento de pressionar a barra?

R.: Porque a associação entre a resposta de pressionar e o choque, fará com que a
resposta de pressionar a barra diminua de frequência, configurando-se assim como
uma contingência de punição.

12. Devemos ou não usar a punição? Por quê?

R.: O controle aversivo, no geral, deve ser utilizado em último caso, dando preferência
ao reforço positivo e a extinção, como formas melhores e mais eficazes de controle do
comportamento. Está provado que “comportamentos sujeitos a punições tendem a se
repetir assim que as contingências punitivas forem removidas” (Skinner, 1983, p. 50).
Assim, a punição deve ser evitada, sendo utilizada apenas em último caso. Mas vale
lembrar que, punição não é apenas social. Se colocarmos o dedo na tomada e
levarmos um choque, seremos punidos, mas aprenderemos que não devemos colocar
mais o dedo ali. Então, de certo modo, o controle aversivo é natural e sempre estará
presente em nossas vidas, de uma forma ou de outra, em nossa interação com o
meio. Mas ainda assim, principalmente na hora de educar e ensinar, o controle
aversivo deve ser substituído por outras formas de controle, sempre que possível.

13. É possível conceber um mundo sem controle aversivo? Explique.

R.: Não. Como dito na resposta a cima, o controle aversivo é natural e faz parte da
interação dos organismos com o ambiente. Estar sensível ao controle aversivo tem
valor de sobrevivência, pois suprime respostas que, muitas vezes põem a vida em
risco, como por exemplo, brincar com ferramentas afiadas e cortar o dedo. Nesse
caso, ter tido esse comportamento punido foi importante, pois evitou que um acidente
pior acontecesse, caso continuasse a brincar com objetos afiados. Assim como no
exemplo anterior da tomada. No trato com o ambiente, o controle aversivo é
importante também, pois auxilia a adequação ao meio e suprime respostas que
podem ser até perigosas.

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