AEC - Passo 8 - Controle Aversivo - AEC
AEC - Passo 8 - Controle Aversivo - AEC
AEC - Passo 8 - Controle Aversivo - AEC
Objetivo: Definir e dar exemplos de reforçamento negativo (fuga e esquiva) e punição (positiva e negativa).
Descrever os procedimentos aplicados no controle aversivo e comentar alguns de seus efeitos.
No que diz respeito ao comportamento operante, estudamos no Passo 5 a relação entre o comportamento e o
ambiente, enfatizando o fortalecimento da resposta através da apresentação de um estímulo reforçador
contingentemente à resposta (reforçamento positivo). Você já deve ter percebido, entretanto que nem sempre
nos comportamos de modo a produzir conseqüências reforçadoras. Muitas vezes nos comportamos de maneira
que “conseqüências prejudiciais” a nós deixem de acontecer.
Também estudamos, no Passo 6, uma das maneiras de enfraquecer uma resposta operante: a extinção, ou seja,
estudamos o enfraquecimento de respostas através da suspensão de conseqüências reforçadoras. Muitas vezes,
entretanto, nosso ambiente físico, ou as instituições e as pessoas com quem convivemos, enfraquecem alguns de
nossos comportamentos, não através da suspensão de conseqüências reforçadoras, mas através da apresentação
de “conseqüências prejudiciais” ou “desagradáveis”3 para nós.
Existem, portanto, outras formas de fortalecer e enfraquecer respostas operantes, que não o reforçamento
positivo e a extinção: trata-se do CONTROLE AVERSIVO.
Conforme estudamos no Passo 5, uma resposta operante (R) é reforçada quando produz um estímulo
reforçador (SR). O estímulo reforçador é, por definição, o estímulo que aumenta a freqüência das respostas
que o produzem e reduz a freqüência das respostas que o eliminam.
Quando dizemos que uma resposta operante foi reforçada, estamos nos referindo a um aumento na
probabilidade dessa resposta voltar a ocorrer na presença da mesma condição antecedente (SD). Estamos
falando, portanto, de uma contingência tríplice de REFORÇAMENTO POSITIVO4.
{©Uma resposta operante pode, entretanto, ser reforçada em uma contingência de REFORÇAMENTO
NEGATIVO. Nesse caso, um Estímulo Discriminativo (SD) distingue a ocasião em que, se uma dada Resposta
for emitida, terá como conseqüência a interrupção ou evitação de um Estímulo Aversivo (S–). Um estímulo
aversivo é, por definição, o estímulo que reduz a freqüência das respostas que o produzem e aumenta a
freqüência das respostas que o eliminam. Um estímulo pode funcionar como estímulo aversivo de maneira
primária (incondicionada, ou seja, sem a necessidade de uma história de condicionamento) ou secundária
(condicionada, ou seja, após uma história de condicionamento). Em geral, os estímulos aversivos primários são
prejudiciais ao organismo. O termo “controle aversivo” refere-se ao controle exercido sobre o comportamento
através do uso de estímulos aversivos.
No reforçamento negativo, a tríplice contingência pode ser assim representada.
SD ---- R --/-- S–
O fortalecimento da resposta operante (reforçamento) através do controle aversivo
Como já foi mencionado acima, o reforçamento positivo consiste em apresentar um estímulo reforçador
contingentemente à emissão de uma dada resposta diante de um dado estímulo discriminativo. Uma resposta
1
Professor Adjunto IV do Departamento de Psicologia Experimental – UFPA – [email protected]
2
Professor Adjunto II do Departamento de Psicologia Experimental – UFPA – [email protected]
3
Um dos objetivos deste passo é introduzir o conceito de estímulo aversivo que substituirá o que aqui está sendo chamado de
“conseqüências prejudiciais ou desagradáveis”.
4
REFORÇAMENTO porque a freqüência da resposta aumenta; POSITIVO porque a resposta produz (soma, adiciona) estímulo(s) no
ambiente, neste caso, o estímulo reforçador.
5
Nunca perca de vista que classificação de um estímulo como “aversivo” ou “reforçador” depende exclusivamente do efeito que ele
tem sobre o comportamento. Se a freqüência do comportamento de Paulo tivesse aumentado, teríamos que considerar a surra como
um estímulo reforçador e, então, estaríamos diante de um exemplo de reforçamento positivo. É possível que o masoquismo seja algo
semelhante a isso.
Bibliografia Complementar
Keller, F. S. e Schoenfeld, W. N. (1974). Princípios de Psicologia. S.Paulo: E.P.U.
Millenson, J. R. (1975). Princípios de análise do comportamento. Brasília: Coordenada.
Reese, E. Q. (1976). Análise do Comportamento Humano. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio.
Sidman, M. (1995). Coerção e suas implicações. São Paulo: Editorial Psy.
Whaley, D. L. & Malott, R. W. (1975). Princípios elementares do Comportamento. Vols. I e II. São Paulo: EPU.