CASTORINA Piaget e Vygotsky

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Piaget e Vygotsky: novas

contribuições para o debate


CASTORINA, José Antonio
• Nesta obra os autores discutem as contribuições de Piaget e Vygotsky na
educação, esclarecendo os pontos de conflito entre ambos.
O Debate Piaget - Vygotsky: A busca de um critério para sua avaliação.
• Castorina, o autor do presente texto, avalia o debate sob o ponto de vista
epistemológico, sugerindo uma mudança de perspectiva objetivando-a a articular
os dois modelos teóricos, buscando identificar problemas comuns. Contudo, as
diferenças parecem ser mais relevantes entre esses dois autores do que as
semelhanças.
• Piaget - A postura de Piaget é construtivista. Portanto, defende a construção
cognitiva através de interações com o mundo dos objetos. Para Piaget, os
processos de desenvolvimento condicionam a realização de um aprendizado, de
maneira que este último não influi no desenvolvimento.
• Vygotsky - A teoria deste autor é centrada na internalização de conceitos a partir
da interação social mediada pela linguagem. Para Vygotsky ao contrário de
Piaget, aprendizagem e desenvolvimento são processos intimamente ligados.
• a) As relações entre aprendizagem e desenvolvimento
Para Piaget, os processos de desenvolvimento são
independentes da aprendizagem, no sentido de que esta
não influi sobre o curso do primeiro. Todavia, para Vygotsky
os dois processos estão intimamente ligados. Para ilustrar
seu ponto de vista Vygotsky criou a hipótese de zona de
desenvolvimento proximal, definindo-a como a distância
entre o nível de desenvolvimento real que determina a
resolução independentemente de problemas, e o nível
potencial, determinado pela resolução de problemas sobre
a direção de um adulto, ou em colaboração com um colega
mais experiente.
• b) As consequências das teorias para a educação
Para Castorina, a perspectiva vygotskyana não é
incompatível com a versão piagetiana, não acreditando
haver incompatibilidade entre o construtivismo e a
aquisição de conhecimentos na zona de desenvolvimento
proximal.
• Voltando ao critério de comparação, o autor admite que
para ambos os teóricos, tanto as relações interpessoais
como as intrapessoais são relevantes.
Pensar a educação - Contribuições de Vygotsky
• Aqui Marta Kohl de Oliveira discute as contribuições de
Vygotsky para a educação, abordando algumas questões
polêmicas.
• A preocupação de Vygotsky com o desenvolvimento é
constante em seu trabalho. Para ele, a aprendizagem está
relacionada ao desenvolvimento desde o início da vida
humana.
• No caso do desenvolvimento escolar, Vygotsky tem
excepcional importância quando enfoca a ideia de
transformação como essencial ao próprio conceito de
educação.
• Sua posição é essencialmente genética.
Sua abordagem genética procura compreender os níveis:
• Filogenético - desenvolvimento da espécie humana
Sóciogenético - história dos grupos sociais
Ontogenético - desenvolvimento do indivíduo
Microgenético - desenvolvimento dos aspectos específicos
do repertório psicológico dos sujeitos.
• A partir de suas concepções sobre o desenvolvimento e
aprendizagem podemos apontar três ideias básicas:
O desenvolvimento psicológico deve ser olhado com
referência ao que está por acontecer (conceito de zona de
desenvolvimento proximal)
• O aprendizado movimenta os processos de
desenvolvimento - o desenvolvimento humano se dá de
fora para dentro. O aprendizado escolar assume um papel
essencial no desenvolvimento humano dos indivíduos que
vivem em sociedades letradas.
• A medição entre a cultura e o indivíduo, que possibilita a
internalização de processos interpsicológicos, depende dos
outros membros do grupo social.
Processo de alfabetização
• No que diz respeito à alfabetização, numa perspectiva
vygotskyana, a intervenção pedagógica é essencial para
a imersão da criança em uma sociedade letrada, para
que a criança possa aprender o sistema de escrita, sua
estrutura, usos e funções. A convivência com leitura e
escrita, por si só, não garante a aprendizagem, tanto
que esta não ocorre espontaneamente em nossa
sociedade.
O ensino e o aprendizado escolar
• Délia Lerner, acredita que é possível assumir a postura
de Piaget e a de Vygotsky ao mesmo tempo, ou seja
considerar a construção do conhecimento, e ao mesmo
tempo, considerar as inter-relações sociais, atribuindo
dessa forma ao professor um papel fundamental.
• Para a autora, existe uma vinculação entre psicologia e didática.
Segundo ela, quando se fala da relação teoria e prática, com
frequência está se pensando na "teoria psicológica" e " prática
didática". Evidentemente, não se pode passar de uma para
outra. A teoria psicológica alimenta a prática psicológica e
também se alimenta dela. A prática didática só pode sustentar-se
devido a teoria didática.
• Não obstante Lerner ter insistido na diferenciação entre
psicologia e didática, enfatiza que não devemos esquecer que a
didática necessita da psicologia, pois esta lhe oferece
conhecimentos fundamentais sobre o sujeito que aprende.
Sobre a necessária coordenação entre semelhanças e diferenças
Emília Ferreiro em seu artigo intitulado "sobre a necessária
coordenação entre semelhanças e diferenças" volta sua reflexão
para o tema de desenvolvimento da escrita da criança, buscando
esclarecer semelhanças e diferenças entre seu próprio trabalho e
o de Luria com citações de Vygotsky, no qual havia registros de
suas descobertas.
Entre as diferenças com seu trabalho Ferreiro destaca:

1 - Para Luria o ingresso à instituição escolar criaria,


por si mesmo, uma ruptura com os conhecimentos
prévios, enquanto que para ela, o ingresso às
instituições interage com as concepções prévias das
crianças, não determinando automaticamente uma
passagem de nível conceitual.
2- Luria fala de duas etapas nas quais existe uma
substituição de uma técnica por outra.
Finalmente, conclui-se que Ferreiro é centrada na
natureza interna da escrita; Vygotsky e Luria nas
funções desse sistema para seus usuários.

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