Cri Du Chat-Biologia

Fazer download em odt, pdf ou txt
Fazer download em odt, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

1.

Síndrome Cri-Du-Chat

Síndrome Cri-Du-Chat (Síndrome do Miado de Gato ou do choro do gato) é uma


condição genética relativamente rara com uma incidência calculada de 1:50000 nascimentos
e que é o resultado do “apagamento” de uma porção significante do material genético do
braço curto de um dos pares do cromossomo cinco. Ocasionalmente um segundo
cromossomo é envolvido. O nome da síndrome veio com o característico choro dos recém-
nascidos que muito faz lembrar um miado de um gatinho. Foi descoberta por Jérôme
Lejeune, um geneticista francês, em 1963, sendo por isso chamada também de Síndrome de
Lejeune.

Portador da síndrome aos 8 meses (A),


aos 2 anos (B), aos 4 anos (C), e aos 9 anos (D).

Esta síndrome é uma anomalia cromossômica, causada pela deleção parcial (quebra)
do braço curto do cromossomo 5, apresentando um cariótipo 46, XX, 5p- e 46, XY, 5p-. Por
isso é também chamada de síndrome 5 p - (menos). A estimativa é que esta síndrome afeta
cerca de 1 em 50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e 1% dos indivíduos com
retardamento mental.
Esta síndrome na maioria das vezes, não é herdada dos pais, aproximadamente em
85% dos casos resultam de novas deleções esporádicas, enquanto que 5% dos casos se
originam secundariamente a uma segregação desigual de uma translocação parental. Esses
casos são causados pela translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais
( material genético de um cromossoma que se uniu a outro). As pessoas com translocações
equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, assim
sendo, provavelmente não saberão que são portadores até que tenham uma criança afetada
com CDC na família.
1.1 Cariótipo
Cariótipo normal
Cariótipo cri-du-chat

1.2 Genética
Quase todos nós temos 46 cromossomos em nossas células, 23 da nossa mãe e 23
do nosso pai. Podem ocorrer erros quando as células estiverem se dividindo e os
cromossomos podem se quebrar e/ou prender-se no lugar errado. Estes erros são comuns,
e são uma parte normal da seleção natural, que permite às espécies mudar e evoluir. A
maioria das falhas é causada por erros cromossomais que não são compatíveis com a vida
e, por isso, não geram seres que tenham longevidade.
Na CDC, a região crítica do cromossomo que contém genes que são responsáveis
pelas características principais da síndrome parece ser localizada na faixa 5p 15.2. O gene
que causa o choro, parece estar localizado na faixa 15.3. Na maioria dos casos, o
apagamento é espontâneo e nenhuma causa específica pode ser identificada, porém, pode
ser o resultado de um problema com o cromossomo número 5 em qualquer um dos pais, em
alguns casos. Nestes casos, podem ser afetadas também as crianças subsequentes e é,
então, importante que os pais de crianças com CDC recebam um conselho genético.
É possível descobrir a síndrome com amniocentese ou CVS (Chorionic Villus
Sampling) no primeiro trimestre da gravidez. Não é a "culpa" de qualquer um dos pais, e a
maioria dos casos ocorre inesperadamente, sendo herdados, aproximadamente, 20% de
casos devido a uma translocação equilibrada (material de um cromossomo foi prendido a
outro) nos cromossomos de um dos pais. Pessoas com translocação equilibrada são
perfeitamente normais. Como nenhum material genético está perdido, eles provavelmente
não saberão que eles são os portadores, até que eles tenham uma criança afetada, a menos
que haja uma história de CDC de Marne.

1.3 Outros nomes para doença


• Deleção no cromossomo 5p ou Síndrome do menos 5p
• Síndrome do choro de gato
• Síndrome de Lejeune
• Síndrome do miado do gato

1.4 Características da Síndrome


Importante ressaltar que nem todos os indivíduos com CDC terão estas
características.
1.4.1 Bebês
• alto e longo choro ao nascer
• choro de gato
• baixo peso ao nascer
• cabeça pequena (microcefalia)
• rosto redondos (rosto de lua)
• olhos amplamente espaçados
• baixa ponte nasal
• desenvolvimento atrasado

1.4.2 Crianças e Adultos


• de baixa estatura e magro
• hipotonia (tônus muscular deficiente)
• queixo pequeno
• mandíbula pequena (micrognastia)
• retardamento mental
• uma única linha na palma da mão (prega de símio)
• sindactilia nas mãos e pés
• pregas magras logo à frente das orelhas
• orelhas inseridas abaixo da linha do nariz (pode ser malformação)
• hipertelorismo
• dobras de pele em cima da pálpebra superior (epicanto)
• dificuldade com chupar, tragar e apresentam refluxo gástrico
• dentes projetados para frente, porém de tamanho normal
• dedos longos

Tem ainda problemas físicos secundários, como moderados prejuízos visuais, perda
parcial da audição, lábio leporino e anormalidades de esqueleto, como escolioses,
deslocamento de quadris e hérnias. Constipação crônica é muito comum ao longo da vida e
muitas crianças tem, com frequência, infeções no ouvido e respiratória. Algumas crianças
apresentam ainda anormalidades internas, como problemas no coração, ausência ou má
formação de rins, paladar afetado e músculos abdominais separados e epicanto. Ao
contrário do que antigas literaturas médicas trazem, crianças com CDC podem viver por
vários anos. As pessoas com a síndrome envelhecem precocemente.
A pessoa mais velha, com a síndrome, de que se tem notícia está no seus oitenta
anos de idade.
1.5 Características do Afetado
Os afetados se caracterizam por apresentar assimetria facial, com microcefalia
(cabeça pequena), má formação da laringe (daí o choro lamentoso parecido com miado de
gato), hipertelorismo ocular (aumento da distância entre os olhos), hipotonia (tônus muscular
deficiente), fenda palpebral antimongolóide (canto interno dos olhos mais altos do que o
externo), pregas epicânticas, orelhas mal formadas e de implantação baixa , dedos longos,
prega única na palma das mãos, atrofia dos membros que ocasiona retardamento
neuromotor e retardamento mental acentuado.
As crianças do CDC frequentemente têm um caminhar desajeitado e parecem inábeis.
Com a educação especial precoce e um ambiente de apoio familiar , algumas crianças
atingem um nível social e psicomotor de uma criança normal de cerca de 6 anos de idade.
As habilidades motoras finas são atrasadas também, embora algumas crianças estejam
conseguindo aprender a escrever.
As crianças com CDC têm dificuldade no treinamento do controle de suas
necessidades fisiológicas.
Muitos bebês e crianças com CDC têm um sono agitado, mas isto melhora com idade.
Muitas crianças com CDC podem ter problemas de comportamento. Eles podem ser
hiperativos, balançam muito a cabeça , podem até dar mordidas ou se beliscarem. Alguns
desenvolvem obsessões com determinados objetos. Muitos têm um fascínio por cabelo e
não podem resistir a puxá-lo.
• É fundamental deixar claro que nem todas as pessoas com CDC terão todas estas
características.
É uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de
envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal.
A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os
meninos.
Essa doença afeta 1 entre 8 milhões de crianças e desde a sua identificação foram
relatados cerca de 100 casos.

1.6 Características fenotípicas


Os recém-nascidos apresentam o choro fraco, semelhante ao miado do gato, por isso
a denominação da Síndrome Cri-du-Chat. Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao
nascimento devido a um retardo de crescimento intrauterino; Microcefalia. Face
arredondada; Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos); Prega epicântica
(presente no canto interno dos olhos); Estrabismo; Micrognatia (desenvolvimento reduzido
da mandíbula); Orelhas de baixa implantação (abaixo da linha do nariz); Malformações
dentárias (geralmente os dentes são projetados para frente devido a alterações no
desenvolvimento crânio- facial); Luxação de quadril; Prega palmar transversal única; Podem
ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais; Pé torto congênito; Hipotonia (tônus muscular
diminuído), na maioria dos casos;
Apresenta frequentes dificuldades na alimentação, como pouca força para sugar,
frequente engasgo e refluxo.
São bastante suscetíveis a infecções respiratórias e gastrintestinais;
Hipodesenvolvimento pondero- estatural (peso e estatura reduzidos). Déficit cognitivo;
Dificuldade de concentração/atenção, agitação irritabilidade, sono agitado. Atraso no
desenvolvimento da aquisição da linguagem.
É fundamental deixar claro que nem todos os portadores de Cri du Chat terão todas
essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos motores e cognitivos que
receberem e da quantidade de perda do material genético do braço curto do cromossomo.
Artrose baixa estatura ou nanismo, cabelo rarefeito ou ausente (generalizado),
clavícula ausente ou anormal, dificuldades na alimentação no lactente, envelhecimento
prematuro, erupção tardia dos dentes, face estreita, fenótipo emagrecido, hipoplasia terminal
dos dedos.
1.7 Causa
Acredita-se que a Progéria possa ser uma doença autossômica, recessiva ou
dominante. No caso de ser dominante, isso pode ocorrer devido a uma mutação genética
nos gametas de um dos progenitores. Os casos em geral são esporádicos. Duas equipes de
pesquisadores franceses e norte-americanos identificaram uma mutação no gene LMNA que
codifica uma proteína, a Lamina A. Essa mutação torna o núcleo instável. No núcleo de
células em crianças com Progéria foram detectadas alterações que levam à instabilidade e
morte celular precoce, impedindo a regeneração dos tecidos. Também é possível que ocorra
uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos telômeros que controlam o
número de divisões nas células, e esse fenômeno é, em geral, evidenciado no
envelhecimento progressivo patológico. No envelhecimento progressivo normal e também no
patológico, o encurtamento do telômero a cada divisão celular atuaria como uma contagem e
um sinal do número de divisões celulares e, indiretamente, da duração da vida.
1.8 As maiores dificuldades
Todas as crianças com CDC tem um certo grau de dificuldade no aprendizado, que vai
de um grau médio ao severo, pela sua inaptidão intelectual. Começam andar tardiamente,
normalmente começam entre 2 e 6 anos de idade, entretanto, são desajeitadas. Graças aos
problemas em chupar, engolir e de refluxo gástrico, os bebés tem dificuldades em se
alimentarem, alguns comem tão pouco, que é preciso alimentá-los com tubos que levam o
alimento até o estômago. As crianças mais velhas podem ter dificuldade para mastigar,
assim sendo todos os alimentos deverão ser preparados a uma certa consistência. Alguns
começam a falar com um atraso grande e outros nunca serão capazes. Porém eles tem um
bom entendimento e percepção das palavras, e irão se comunicar do seu próprio jeito ou
usando a linguagem dos sinais ou escrevendo ou usando um dispositivo de comunicação
eletrônico.
Crianças com CDC terão dificuldade de controlar suas necessidades fisiológicas, mas
a maioria aprenderá a se controlar. Muitas tem constipação (prisão de ventre). Muitos bebés
e crianças com CDC tem um padrão de sono transtornado, mas isto melhora com a idade.
Alguns tem problemas auditivos, mas muitos tem uma hipersensibilidade a barulhos e,
assim sendo, tem medo de sons particulares, como barulhos altos ou súbitos ou de
frequências particulares.
Muitas crianças, com a síndrome, tem atitudes estranhas, como ficar balançando a
cabeça ou serem hiperativos ou ficam se beliscando ou mordendo. Alguns desenvolvem
obsessões por certos objetos. Muitos tem uma fascinação com cabelos e não conseguem
resistir em puxá-los.
Babar é um problema comum, mas tem operação, na maioria dos casos com muito
sucesso, para sanar este problema.
Tem-se observado, nos últimos anos, um número crescente de crianças com a
síndrome de Cri du Chat, mas que só são afetados suavemente, com leves características
faciais, um choro não tão aguçado, que frequentemente desaparece cedo e poucos
problemas relacionados com a saúde. Eles geralmente alcançam o marco miliário dentro do
prazo esperado e começam a caminhar com 1 ou 2 anos de idade. As crianças ligeiramente
afetadas, normalmente, aprendem a falar muito bem, embora eles ainda precisem de um
acompanhamento de um fonoaudiólogo, e ao contrário da maioria das crianças com CDC,
podem aprender a ler e escrever.
É muito difícil predizer o quanto bebê é afetado pela síndrome de Cri du Chat e o
melhor a fazer, é incentivar o potencial de desenvolvimento do bebê ao máximo e fazer o
possível para que ele ou ela leve a vida mais normal possível. É difícil predizer, porque
parece que não está relacionado com a quantidade de material genético que foi perdido.
Apesar de todos esses problemas citados acima, as crianças com a síndrome de Cri
du Chat, normalmente são amorosas, sociáveis, com grande senso de humor e brilhantes.

1.8.1 Dificuldades cognitivas


• Dificuldades de aprendizagem, de suave a severo
• A fala atrasada, e para muitas crianças com CDC se for muito atrasada, nunca
poderão falar. Entretanto, compreendem o que falam, e se comunicam muito bem,
da sua maneira (usando seus próprios sinais de linguagem) ou usando sinais,
placas, cartazes, fotos etc...

1.8.2 Dificuldades com a alimentação

Muitos bebes têm muitas dificuldades para se alimentarem, tais como pouca força
para sugar, ou problemas de refluxo. Algumas crianças mais velhas podem ter dificuldade
em mastigar, assim que todo o alimento necessitará de ser preparado com consistência
adequada (triturada).

1.8.3 Dificuldades motoras

Demoram para aprender a sentar, a gatinhar e andar. Embora eventualmente possam


não aprender a andar. As crianças com CDC frequentemente parecem desajeitadas e
inábeis ao andar e quando praticam atividades que exijam habilidades motoras.

1.8.4 Outras dificuldades

As crianças com CDC têm dificuldade no treinamento do controle de suas


necessidades fisiológicas. Muitas pessoas com CDC têm prisão de ventre, a maioria de
adultos poderá controlar seu cuidado pessoal com uma supervisão mínima.
Muitos bebés e crianças com CDC tem um sono agitado, esta agitação ao dormir está
relacionada com a hiperatividade que é muito comum nos portadores de cri du chat. Algumas
crianças necessitam de uma conduta de educação do sono ou até mesmo medicamentos
receitados por neuro- pediatria.
Muitas crianças com CDC podem ser hiperativas, adoram dar mordidas ou se
beliscam, alguns desenvolvem obsessões com determinados objetos, muitos tem um
fascínio por cabelo e não podem resistir em puxá-lo.
É muito difícil predizer como cada criança em particular se desenvolve, pois isso não
está apenas relacionado à qualidade de material genético que foi perdido mas também a
estímulos cognitivos, motores e principalmente muito amor de todos os que a cercam.

1.9 Tratamento/Intervenção
A anormalidade cromossômica não tem cura até o momento, assim, o tratamento só
pode ajudar as crianças a se desenvolverem o melhor possível. A intervenção dos
fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, quando contínuas e não tardias,
é de grande necessidade e ajuda. Dependendo onde a pessoa com síndrome mora e os
recursos que possui, há berçários especiais ou programas de intervenção em casa na
maioria das regiões (tratando-se do mundo como um todo).
Crianças com CDC, provavelmente precisarão de muitos equipamentos, dependendo
da idade. Eles talvez precisem de cadeiras especiais, talheres e tigelas para comerem;
cadeira de potty ou adaptações no banheiro; uma armação para auxiliar a andar e ficar em
pé; adaptações na cama e/ou no quarto para mantê-los seguros à noite.
Para algumas crianças, as drogas tem sido de grande auxílio, para problemas
relacionados com o sono e para controlar seus comportamentos.
Uma vasta gama de crianças frequentam escolas especiais, por outro lado, outras tem
um suporte especial domiciliar.
1.9.1 Hipoterapia

Hipoterapia é a reabilitação global e reintegração social de pessoas portadoras de


deficiência física ou mental, através da equitação terapêutica.
O uso do cavalo como agente de reabilitação não é recente. Alguns autores já
escreviam sobre os benefícios desta técnica, antes de Cristo.
No Brasil, teve início em 1989, trazida da Europa pelo fisioterapeuta Fernando Loges
Guimarães.
A hipoterapia é indicada à qualquer patologia ligada ao sistema nervoso central, além
de alguns síndromes, problemas ortopédico e comportamentais.
Tem como objectivo, a melhora da qualidade do tônus, equilíbrio, postura, simetria,
marcha, reações de proteção e equilíbrio, coordenação, alongamento e fortalecimento de
vários grupos musculares, inibir padrões patológicos,socialização, auto- confiança,
diminuição da espasticidade entre outras coisas.
A Hipoterapia deve ser feita por médico fisioterapeuta e sua equipe multi disciplinar,
pelo menos uma vez por semana, e como complementação do tratamento neurológico
convencional.

1.10 Teste pré-natal


Há dois testes que podem ser feitos antes do bebê nascer, que constatam a síndrome
de Cri du Chat. São eles:
• Amniocentese, que pode ser feito por volta da 18º semana e que se restringe a
retirada de um pouco do fluido aminótico, e olhar o cromossomo que está na célula do
bebê. Este teste tem erro na ordem de 1:100.
• Chorionic Villius Sampling (CVS), pode ser feito semanas antes do teste de
aminocentese, e se delimita à retirada de um pedacinho ínfimo da placenta e olhar o
cromossomo. Este teste traz um risco maior para o bebê, de 2:100. Não era para
ocorrer erros em nenhum dos teste para CDC, a menos que eles estivessem
procurando especificamente para CDC, mas os testes de rotina procuram
primeiramente para a síndrome de Down.
Em alguns países já é possível, para casais portadores, fazerem o tratamento IVF,
que assegura que o embrião que será implantado na mãe é saudável.

1.11 Casos de portadores

1.11.1 ROSA FILIPA


Data de nascimento: 03/09/1998

No dia 03/09/1998, nasceu a Rosa Filipa de uma gravidez que tudo indicava ser
normal. A era para nascer em outubro, mas resolveu vir mais cedo, um mês. Rosa nasceu
com 1850 kg, era tão pequena mas nada me faria prever o pior, fiquei 12 dias na
maternidade e correu tudo bem, a única coisa estranha era que ela se engasgava muito
quando mamava. Fui para casa sem que nada me dissessem, ela ia as consultas
normalmente como todas as crianças, foi crescendo e engordando normalmente. Em
fevereiro a Rosa com 5 meses teve uma alergia no corpo todo, os médicos receitaram tanta
coisa e nada, ela teve alergia de um medicamento que era anti - alérgico. Nessa altura foi
internada e foi curada, mas passado pouco tempo voltou a alergia e eu fui com ela para um
pediatra de Coimbra, quando entrei para a consulta o médico logo me perguntou se o choro
dela era sempre o mesmo desde que nasceu (o som de um gato miando) eu respondi que
sim, ele me mandou esperar e passado pouco tempo eu já tinha 5 médicos a redor de minha
filha, eles falavam de braço curto e eu não entendia nada, ficou marcada uma consulta. Eu
fiquei muito aflita (braço curto) eu esticava os braços de minha filha para ver se ela tinha um
braço mesmo curto, mas estava tudo normal. Passada uma semana a Rosa teve a sua
primeira broncopneumonia e foi internada no hospital de Aveiro, mais 2 minutos ela morria
sem oxigênio. Nessa altura cada médico que vinha perto dela eu falava no que me tinham
dito em Coimbra, até que uma médica me disse: - mãe a sua filha tem algo de estranho, mas
só teremos certeza quando vierem os resultados dos exames. Dois meses depois eu fui
sozinha, ninguém foi comigo nem mesmo o pai. Na consulta a médica foi dizendo com calma
que a Rosa tinha uma cromossomopatia no nº 5 p, eu fiquei sem saber de nada e onde me
foi explicado que era uma anomalia no cromossomo nº 5 p foi a parte de cima do gene que
se partiu e deu origem a uma deficiência (Cri-du-Chat), miado do gato. Nesse dia não sei
como cheguei em casa, chorei o caminho todo, desesperada sem saber o que fazer, era
mãe de uma criança com muitos problemas e uma síndrome tão rara que pouco se sabia
sobre ela, pensei porque eu? A minha vida deu uma grande volta, eu sem trabalho, o pai nos
abandonou com vergonha da filha e eu sozinha com tanta dor dentro de mim e às vezes com
vontade de desabafar, todos os amigos se afastaram.
Continuei a lutar até encontrar na Internet uma associação no Brasil que me mandou
algumas informações sobre a doença. O meu objetivo é criar uma associação em Portugal
para ajudar como me ajudaram. A Rosa hoje está com quase 6 anos, ainda não fala, não
anda, usa fraldas e a comida tem que ser toda triturada pois ela não sabe mastigar. Eu vivo
com graves problemas financeiros devido a não ter trabalho. A Rosa recebe uma pensão de
150 euros e eu nada recebo da segurança social, pois estou em casa de meus pais, faço
alguns bicos e no fim do mês tenho mais ou menos 250 euros, tenho um carro velho que vai
servindo para acudir a minha filha quando fica com apnéia (faltas de ar). A Rosa freqüenta
uma escola particular normal 2 dias por semana e APPACDM 3 dias onde faz piscina,
hipoterapia e outras atividades. No próximo ano ela ficará 5 dias por semana. A Rosa apesar
das suas limitações é uma criança muito feliz, todos os que a rodeiam gostam dela e tem
sempre muito carinho.

1.11.2 ENZO
Data de nascimento: 22/04/1998

Enzo nasceu no dia 22/04/98, na cidade de São Caetano do Sul, no Hospital


Beneficência Portuguesa às 17h. Todos ficaram surpresos pois a família esperava uma
menina como disse o médico ao ver o ultra-som, mas mesmo assim adoramos a chegada
dele. Ele nasceu muito pequeno, pesando 2.460 kg e 46 cm de comprimento. Quando o
papai e a vovó o viram no berçário pela primeira vez, notaram alguma coisa estranha nele,
pois ele nasceu cianótico e babava muito, preocupados, perguntaram para a pediatra do
berçário se estava acontecendo alguma coisa com ele e ela disse que ele estava bem. No
dia seguinte, outro pediatra de plantão informou-nos que suspeitavam de uma síndrome
rara, por isso que o Enzo não foi para o quarto como os outros bebês para mamar, foi então
que ficamos confusos e desesperados, pois sabíamos que a confirmação só viria através de
um exame de sangue chamado cariótipo que foi feito quando ele tinha 28 dias de vida e aí
veio a confirmação. Ficamos desesperados e chocados com tudo o que estava acontecendo
com gente.
Sonhávamos com tantas coisas e de repente vimos tudo se acabar. Vivíamos nos
perguntando onde tínhamos errado. O Enzo quando veio para casa muita dificuldade para
mamar, engasgava muito e perdia o fôlego, ficávamos desesperados. Procuramos o
neurologista, Dr. Fernando Norio Arita, uma pessoa sincera, humana e otimista . Ele disse
para nós que com as estimulações, amor, carinho e muita paciência ele poderia desenvolver-
se muito bem, pois é isso que está acontecendo. Desde muito pequeno o Enzo tem nos
mostrado muitos progressos e a cada dia que passa notamos que ele é uma criança
inteligente, esperta e atenta a tudo que fazemos. Tínhamos muito medo do futuro e do que
poderia acontecer a ele, mas com o passar do tempo notamos que ele é um lutador e está
vencendo todas as batalhas e obstáculos que aparecem, ele está mostrando a todos nós
que com muita paciência, força de vontade, amor e principalmente com fé em DEUS , com
certeza conseguiremos tudo. "O Enzo é um anjo que veio do céu para nós ensinar a lutar, a
ter forças para suportar toda essa batalha. Ele também está escrevendo a sua história e com
essa família enorme e de coração grande com certeza vai conquistar muitas vitórias. " A vida
nos dá muitos presentes, mas temos que saber desembrulhá-los." Ter esperança é estar
consciente de que presentes foram dados. Cabe-nos abri-los, um a um, com cuidado, amor
e entusiasmo. Mesmo em meio à pior catástrofe, é possível alguma coisa boa ou encontrar
algo que transcenda aquele fato. Se não houver nada de bom, você tem a si mesmo e o
maior presente que DEUS lhe deu: a vida. PAZ E BEM, para todos.

1.12 Imagens
2. Conclusão

3. Bibliografia:

http://www.coladaweb.com/biologia/genetica/sindromes-geneticas/sindrome-cri-du-chat

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_cri-du-chat

http://www.ghente.org/ciencia/genetica/cri-du-chat.htm

http://www.rosinha-criduchat.com/index.php

http://www.rosinha-criduchat.com/Dificuldades.php

Você também pode gostar