Dislipidemia Sanar
Dislipidemia Sanar
Dislipidemia Sanar
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Epidemiologia............................................................... 3
3. Metabolismo lipídico.................................................. 4
4. Classificação................................................................. 8
5. Quadro clínico.............................................................16
6. Diagnóstico.................................................................17
7. Tratamento..................................................................21
Referências Bibliográficas .........................................27
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1. INTRODUÇÃO 2. EPIDEMIOLOGIA
Apesar do considerável progresso, a A incidência mundial de doença car-
morbidade e a mortalidade decorren- diovascular (DCV) apresentou gran-
tes de doenças vasculares são subs- de progressão nas últimas décadas,
tanciais e provavelmente aumentarão, como observado em 1990, com cer-
em razão de doenças epidêmicas as- ca de 14 milhões de casos, e a pers-
sociadas a lipídios, como a obesidade pectiva de 25 milhões para 2020 no
e o diabetes, assim como dos hábitos oriente e ocidente.
exportados do Ocidente para o mun- Estudo brasileiro investigando a pre-
do em desenvolvimento. Mediadores sença de dislipidemia em 22.542 in-
recém descobertos do metabolismo divíduos com mais de 20 anos de ida-
dos lipídios continuam a oferecer uma de, atendidos no Hospital das Clínicas
nova percepção sobre os mecanis- da Universidade Estadual de Campi-
mos causadores de níveis alterados nas, demonstrou em adultos (até 60
de colesterol e triglicerídeos, que es- anos) alterações nos níveis de coles-
tão entre os problemas mais comuns terol total, LDL-C e triglicerídeos em
encontrados pelos médicos em sua 44%, 38% e 37%, respectivamente,
prática profissional. e em 55%, 48% e 41%, respectiva-
Classificam-se os principais fatores mente, em idosos (acima de 60 anos).
de risco (FR) em maiores e menores, Os resultados desse estudo mostra-
e em mutáveis e imutáveis. Diabetes ram, ainda, que 35% dos adultos e
mellitus (DM), hipertensão arterial, 32% dos idosos apresentavam níveis
tabagismo e dislipidemias são consi- reduzidos de HDL-C. A dislipidemia
derados FR maiores e mutáveis, en- combinada (hipercolesterolemia e hi-
quanto a idade, o gênero masculino e pertrigliceridemia) foi também muito
a existência de doença cardiovascu- prevalente. Em outro estudo nacional,
lar prévia ou na família são maiores e com 81.262 indivíduos, demonstrou-
imutáveis. Os FR menores e mutáveis -se um valor médio de colesterol den-
incluem obesidade, sedentarismo, fa- tro dos limites recomendados pela
tores psicossociais, hiper-homocistei- National Cholesterol Education Pro-
nemia, hiperfibrinogenemia, aumento gram (NCEP). Entretanto, analisando
de Lipoproteína (a) e de proteína C indivíduos com um fator de risco para
reativa. O estudo prospectivo de Fra- doença coronariana, demonstrou-se
mingham, nos EUA, demonstrou efei- que 40% tinham níveis de colesterol
to aditivo dos FR sobre a incidência acima de 200 mg/dL e 14% apre-
de eventos cardiovasculares fatais. sentavam colesterol maior que 240
mg/dL. Em indivíduos sem fatores de
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Apoliproteína
Colesterol
Fosfolípides
Colesterol éster
Triglicérides
Apolipoproteína
Figura 1. Estrutura da lipoproteína. Fonte: Clínica médica da USP, vol.5, cáp 34, pág 376
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CÁPSULA FIBROSA
(células musculares lisas, macrófagos, células
espumosas, linfócitos, colágeno, elastina,
proteoglicanos e neovascularização)
CENTRO NECRÓTICO
(restos celulares, cristais de colesterol,
células espumosas e cálcio)
MÉDIA
Figura 3. Estrutura básica da placa ateromatosa. Fonte: KUMMAR, Vina, et. Al. Robbins & Cotran. Bases patológicas
das doenças. 8ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2010.
Dislipidemias primárias
Hipercolesterolemia familiar
Hiperlipidemia familiar
Hipercolesterolemia
combinada
Hipercolesterolemia
autossômica recessiva
Hiperlipidemia familiar
combinada
DISLIPIDEMIA
Hiperquilomicronemia
PRIMÁRIA
Hiperlipidemia familiar
combinada
Hiperlipidemia mista
Disbetalipoproteinemia
ou tipo III
Hipoalfalipoproteinemia
familiar
HDL reduzida
Deficiência de apo A1
Dislipidemias secundárias
Hipotireoidismo
Síndrome nefrótica
Hepatopatias obstrutivas –
colestase
Anorexia nervosa
Diabetes Mellitus
Dislipidemia
secundária a doenças
Insuficiência renal
Acromegalia
Síndrome de Cushing
Obesidade
Síndrome metabólica
Estrógenos
DISLIPIDEMIAS
SECUNDÁRIAS Betabloqueadores
Retinoides
Dislipidemia secundária
a medicamentos
Antiretrovirais
Ciclosporina
Glicocorticoides
Tabagismo
Dislipidemia secundária
Etilismo
a hábitos de vida
Dieta com alto teor de
gordura
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SAIBA MAIS!
Os agentes bloqueadores ẞ-adrenérgicos são frequentes contribuintes para os perfis lipídi-
cos alterados, têm efeitos benéficos após um infarto do miocárdio, mas também tendem a
promover ganho de peso, elevar os triglicerídeos e diminuir a HDL.
SAIBA MAIS!
A apresentação clínica da pancreatite aguda secundária à hipertrigliceridemia não difere da
pancreatite por outras etiologias, sendo caracterizada por dor aguda e constante na região
epigástrica e/ou quadrante superior direito abdominal, irradiando para o dorso. A dor pode
durar dias e estar associada a náuseas e vômitos. Nas formas leves de pancreatite, os prin-
cípios do tratamento são os mesmos nas diferentes etiologias. A terapia é suportiva e inclui
reposição hídrica, analgésicos, oxigenoterapia, antieméticos e suspensão da dieta oral.
CATEGORIA
LÍPIDES COM JEJUM (MG/DL) SEM JEJUM (MG/DL)
REFERENCIAL
Colesterol total < 190 < 190 Desejável
HDL-c > 40 > 40 Desejável
Triglicérides < 150 < 175 Desejável
CATEGORIA DE RISCO
< 130 < 130 Baixo
< 100 < 100 Intermediário
LDL-c
< 70 < 70 Alto
< 50 < 50 Muito alto
< 160 < 160 Baixo
< 130 < 130 Intermediário
Não HDL-c
< 100 < 100 Alto
< 80 < 80 Muito alto
Tabela 1. Valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos > 20 anos).. FALUDI, André Arpad et al.
Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose–2017. Arquivos brasileiros de cardiolo-
gia, v. 109, n. 2, p. 1-76, 2017.
• Estatinas
HIPERCOLESTROLEMIA • Ezetimiba
• Colestiramina
• Fibratos
HIPERTRIGLICERIDEMIA • Ácido nicotínico
• Ácidos graxos ômega 3
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Novos fármacos
Inibidores da proteína de transferên-
cia de ésteres de colesterol: A CETP é
responsável pela transferência de és-
teres de colesterol da HDL para lipo-
proteínas que contêm ApoB, em troca
equimolar por TG. Como é previsível,
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Consumo
Idade Terapia nutricional Redução de peso
moderado de álcool
Ezetimiba
Estatinas
Fatores de risco Tratamento
Diabetes DISLIPIDEMIA
cardiovascular medicamentoso
Ácido nicotínico
Hipercolesterolemia
Primária
isolada
Hipertrigliceridemia
Secundária
isolada
Hiperlipidemia mista
HDL baixo
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, D.A. (Ed.). Cecil Medicina. 24 ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier
Saunders, 2012. 1v.
MARTINS, Mílton de Arruda, et al. (Ed.). Clínica médica, volume 5 : Doenças endócrinas e
metabólicas, doenças ósseas, doenças reumatológicas. Barueri: Manole, 2009.
Tratado de dermatologia. Thomas B. Fitzpatrick. 7º Edição. 2010. Editora Revinter.
Peter WF Wilson, MD. Visão geral dos fatores de risco estabelecidos para doenças cardiovas-
culares. UpToDate. 2020. Disponível em: < https://www.uptodate.com/contents/overview-
-of-established-risk-factors-for-cardiovascular-disease?search=fator%20de%20risco%20
para%20aterosclerose&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=defaul-
t&display_rank=2#H3 >. Acesso em: 18 de abril de 2020.
FALUDI, André Arpad et al. Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da
aterosclerose–2017. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 109, n. 2, p. 1-76, 2017.
KUMMAR, Vina, et. Al. Robbins & Cotran. Bases patológicas das doenças. 8ª ed. Rio de Ja-
neiro. Elsevier, 2010.
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