Musicoterapia
Musicoterapia
Musicoterapia
MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO
Coordenação de
Ensino Instituto IPB
MUSICOTERAPIA DO
DESENVOLVIMENTO
SUMÁRIO
da musicoterapia preventiva
INTRODUÇÃO
dos alunos”. Com o argumento, entre outros, de que a música é uma prática social e
que há muitos profissionais na área sem formação acadêmica, foi vetado o art. 2º da
negativas dessa decisão; o fato é que ela abre caminho para que outros
nasce a demanda por um profissional diferenciado, que possa ensinar, mas também
Fonte: https://musicasaude.blogspot.com/2011/07/musicoterapia-na-educacao.html
ou musicais;
particular da pessoa;
atua nas duas áreas, separadamente, são claras as delimitações entre as demandas
e objetivos primários de uma e de outra, o que define seu papel e sua prática em
saberes em prol de outros; pelo contrário, ele naturalmente congrega esses saberes
Musical Terapêutica.
técnico para receber, escutar, atender e acompanhar seu paciente utilizando-se dos
recursos que se fizerem necessários para isso. O musicoterapeuta deve estar apto e
disponível para tocar, recriar, compor, dançar, escutar ou ficar em silêncio, entre
outras tantas possibilidades, junto com seu paciente, com intuito de possibilitar a ele
aqueles que entendemos como fundamentais para uma atuação mais eficiente do
professor-musicoterapeuta:
1) Espaço Vincular;
2) Distância Ideal;
3) Território;
4) Tempo de latência e;
Nesse espaço, ocorrem trocas de energia (...) para aquele espaço que chamaremos
2012: 77).Não devemos confundir esse conceito com o espaço físico. Não se trata
disso, mas do espaço “virtual” entre duas ou mais pessoas, onde acontece a
79).
distância entre duas pessoas que permite a melhor fluidificação de seus canais
pessoa existe um sistema energético que faz com que nos aproximemos ou nos
afastemos, sendo que uma proximidade muito grande pode invadir o território do
outro e uma distância muito grande pode dificultar percepções como odor e
Para melhor compreensão desse conceito podemos ilustrá-lo como uma “aura”, um
campo energético que envolve o corpo. É como uma extensão do Eu-Pele, que se
converte numa espécie de radar e que percebe a distância entre o território do outro
nós temos nosso próprio território que se desvanece em nosso cotidiano por causa
do pouco uso que temos na convivência urbana. (...) nós empurramos, dando
de uma pessoa para outra e caracteriza a cada uma delas; a esse complexo
musicoterapeuta pode adaptar seu próprio tempo de latência criando, portanto, uma
capaz de controlar sua ansiedade por esperar a resposta imediata do outro e passa
vincular” ou “Tempo terapêutico” visto que é esse equilíbrio o que permite a abertura
2012).
desde tocar instrumentos, movimentar-se, dançar, até ficar em silêncio, por exemplo.
utiliza o termo como técnica ou como resultado do que ocorre em uma interação em
depois de ouvido um estímulo). Outra conduta bastante utilizada por ele são os
(vibração) que possa ser captado como mensagem ou como meio de comunicação”
(2008:22).
atividade motora está intimamente ligada ao ritmo, entende a arte como expressão
não como algo externo ao corpo, mas pertencente a ele; deixam de ser entidades
relação, ou seja, escuta e comunica-se com seu paciente através desse corpo, que
tem seus movimentos e ritmos próprios. Comunica e interage de acordo com suas
percepções e respostas corporais em relação ao paciente que, por sua vez, faz o
mesmo.
(Fonterrada, 2008:195)
Propõe que estejamos atentos aos sons que nos rodeiam, preocupa-se com a
sonora ao longo dos anos: sons (e também silêncios) da vida, da natureza,da zona
ritmos da vida. Dedica-se a estudar essa paisagem e propõe uma educação sonora
em relação a ela:
aqueles expostos aqui e com a prática do MBMT, como a música concreta e o objeto
nas inferências que fizermos daquilo que foi exposto até o momento.
com o referencial auditivo já presente. A partir de seu nascimento, tendo sua audição
produzidos por ele passam a ser também sinais que serão interpretados pela mãe,
presta atenção ao fato de a criança emitir sons e com que qualidade (FLEHMIG,
ruídos, a criança inicia seus movimentos (FLEHMIG, 2004). Vira-se para a fonte dos
ruídos. Acalma-se quando ouve uma voz amiga. Chora quando está com fome,
habilitação.
avaliação inicial, quando os objetivos são estabelecidos. Depois, a cada três meses,
ANOS
Fonte: http://bebesemusica.blogspot.com/2011/02/musicoterapia-com-bebes-com-
atraso-no.html
O feto passa a reagir aos estímulos sonoros a partir da 20ª semana, com
dois elementos musicais são importantes para o feto: o pulso (e ritmos previsíveis) e
dias de vida, em estudo, constatou-se que bebês preferem a voz de suas mães à de
realizado com crianças, e foi isso que provocou a elaboração do quadro aqui
apresentado.
necessidades básicas. A relação rítmica que o bebê estabelece com a mãe ocorre
outras. Ilari (2003), Cardoso e Salbatini (2000) ressaltam que a música pode
e comprometimento neurológico das crianças. Para uma melhor eficácia nesse texto,
localização exata da etapa atual em que ele se encontra, antes de iniciar tratamento.
que são possíveis de serem utilizados, são tocados quando segurados, jogados ou
timbre, altura e intensidade são percebidas. O canto das palavras finais de frases é
nossa experiência prática, durante três décadas, na área de educação musical com
como: Beyer (2005), Parizzi (2009), Carneiro (2006) e outros autores de métodos
utilizados mundialmente.
Os recém- nascidos Reage a barulhos Localiza sons Localiza sons Localiza sons
durante a gestação a voltar a cabeça para vozes amáveis indiretamen- te. indiretament e,
Reconhecem também, sons. objetos sonoros. “não”, seu nome. Grava músicas,
ficando tranquilos. Gosta de objetos Responde com Bate palmas, Canta palavras
São sensíveis às notas sonoros e coloridos. prazer a joga beijos, dá dos finais de
musicais e têm Produz ruídos com a canções curtas tchau. Toca frases. A
Ao ouvir uma música, segura objetos com Emite sons Utiliza baquetas dançar, apertar
elas
obedecem, criando Bate em um móbile e Pode balbuciar indicador funcionam Pode soprar
expectativas quanto consegue um som ou mama, papa sem como pinça para apitos e
Segura maracá, (Leva tudo à boca.) Lambe, morde, brinquedos no chão e expressar e
chocalho. Chora quando é chupa tudo ao espera que peguem aponta. Fala
Percebem sons com deixado sozinho (sinal seu alcance. de volta. Busca “dá”.
com os olhos os Sorri em resposta a Diverte-se com Fase da lalação: da, conceitos
objetos e os sons. outro sorriso e a jogos: ”cadê nenê. Emite sons como: “aqui”,
Ataques de
birra. Imita e
copia ações e
pessoas.
mantém ritmo por imitação. Hargreaves (apud PARIZZI, 2009) diz que crianças de
dois a três anos não enfatizam os detalhes A principal consequência desse aspecto
(1981), de três a quatro anos a criança concebe um plano geral de uma melodia, e
disso, ela tem necessidade também de canções que estimulem o movimento, o que
tentar sincronizar-se ao ritmo dos outros. Ela se move com ritmo: sacudindo-se,
Shifres (2007) citados por Parizzi (2009) confirmam que os bebês brincam com os
sons vocais, incentivados pelos pais e cuidadores, os quais são modelos de timbre,
Swanwick (1988) ressalta que o processo musical da criança por volta dos
provavelmente porque a criança não é tão estimulada para fazer música como é
para falar. Acrescentamos que um nível de desenvolvimento mais alto pode ser
atingido pela criança que se inicia musicalmente desde bebê. O quadro abaixo
musicais simples Pula com os dois pés, sobe, corre. executar com precisão canta e toca.
como maracás. Tem habilidade motora para tocar rítmica e melódica. Tem Percebe e
e mantém rítmo por emitindo uma oitava completa Grava e reproduz musicais diferentes
reco, ganzá,etc. Por que? É utilizado. Usa frases até seis palavras, sobre musicais simples.
Canta músicas simples. Interage com as pessoas. o dia, situações reais e Sua coordenação
falar como um
adulto. Ajuda em
tarefas simples.
uma equipe multidisciplinar da área de saúde, que periodicamente tem que produzir
criança em tratamento.
NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
educação especial, através de uma boa preparação do profissional, que deve ser
outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade
Para Joly (2003, p.81) “[...] com um programa de educação musical bem
audiovisuais, que devem ser de uso funcional, ou seja, devem subsidiar meios que
aprendizagem de cada indivíduo que apresente algum distúrbio, seja ele mental ou
físico, são estes: melhorar a comunicação verbal e não verbal, melhorar a auto-
precisa estar inteirado para poder atuar competentemente com estes que tanto
para atingir objetivos terapêuticos. Mas, atualmente, a definição é bem mais ampla e
e cognitivas. (p. 1)
Especial, para facilitar a aprendizagem dos alunos com essas necessidades e aos
professores que lecionam para essa clientela, pois, a utilização das canções, torna o
crianças especiais, entre elas síndromes genéticas como Down, autismo, distúrbios
não apresentam pressões nem cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e
outras aprendizagens.
mas, sabe-se que estas pessoas precisam de uma atenção mais particular e
alcançadas. Usar a música como recurso motivador, contribui com uma série de
criatividade, podendo atingir objetivos que por outros meios dificilmente seriam
alcançados.
equilíbrio do sistema nervoso, isto porque toda expressão musical ativa age sobre a
cooperação.
MUSICOTERAPIA
indivíduo de forma que ele possa alcançar melhor integração intra e interpessoal e
qualidade de ser não verbal, mas oferece muitas oportunidades para a expressão
mas que seus efeitos terapêuticos resultam de uma aplicação profissional durante
um processo terapêutico.
sua origem e será muito difícil descobrir o porquê da sua gênese. Em termos
as pinturas rupestres na gruta de Les Trois Frères, consideradas como o mais antigo
testemunho da nossa história musical e que parecem evidenciar que o Homem pré-
música de uma nação expressa o caráter do seu povo; os sons, decorrentes das
entre a ética e a música, tanto era verdade que a boa música criava almas boas,
como o inverso.
MUSICOTERAPIA – CONHECIMENTO
Backes, Giannotti e Pizzoli , nos mostram que, ainda no útero, durante a gestação, é
possível ouvir e aprender música. Uma estimulação por parte da mãe é sempre
Dessa forma, a gestante colabora para que seu filho desenvolva habilidades
veículo de harmonização dos seres humanos e dos animais. Ouvir uma suave
expressão de sentimentos.
outro.
universal, mas com muitos dialetos. Cada cultura tem sua maneira de tocar, de
presente entre a música hindu e a música árabe que são diferentes da música
emitia um determinado som. Cada som correspondia a uma nota, e todas elas, em
conjunto, formariam uma escala, constituindo a música das esferas, que refletiria a
rítmica do universo.
nesses doze tons e nas influências que as suas frequências vibratórias exerciam
pelos doze Tons. Existe um misticismo ligado ao número doze: o ano tem doze
meses; o dia tem vinte e quatro horas. Os antigos acreditavam que os Tons
YANG e seis de natureza YIN, sendo eles responsáveis pela criação e sustentação
como uma válvula de escape ao homem moderno que busca, a cada dia, uma
deixar envolver-se, pois estão ao nosso redor e derredor disseminadas por meios de
inesperadamente do nada, com a angústia, com a melancolia, com uma tristeza sem
explicação.
É obvio que existem músicas adequadas para esse fim, depende dos
tonalidade menor podem ser utilizadas para baixar o batimento cardíaco, funcionam
Origem da Musicoterapia
tensão.
música.
• Steven Halpern
Os temas desse flautista servem para aquelas pessoas que desejam dominar
a ciência da meditação.
• Steven Bergman
mulheres grávidas quanto para bebês, por empregarem instrumentos como flauta,
• Berns e Dexter
Ripley:
Definição
e outras.
Pode-se observar com facilidade o prazer que muitos pacientes têm ao andar
de comunicar-se com o outro através dos sons, contudo esses atingem tanto
aqueles que tocam quanto os que ouvem. Ao escutar e ser escutado estabelece a
A música New Age (Nova Era) pode ser usada, como alternativa, na terapia
imprevisível.
(aproximadamente nos sete primeiros anos de vida), podendo ser mais ou menos,
dependendo do contexto em que viveu, como: família, classe social, vida social,
aprender, quanto para ensinar. Daí a importância da terapia, seja ela qual for,
inclusive a musicoterapia.
encadear harmonicamente nota por nota, intervalo por intervalo, com sutileza, com
criatividade, sensibilidade, que fará nascer a sua obra: a música. E, como é feita
sua própria natureza, enquanto “Ser” que reflete e age como um todo e deve ser
visto como o que de mais sagrado existe. Assim, como enfoque holístico que
enxerga o homem no seu complexo físico, espiritual, alma e corpo e deve ou deveria
ter semelhante atenção igualitária, principalmente pela medicina que está mais
relação integral. Tanto que, alguns profissionais já vêm atuando dentro deste
musicoterapia é uma forte aliada dos médicos que desejam trabalhar dentro deste
parâmetro de tratamento.
Se o homem tem relação direta com a música é porque há sons que nascem
profissional experiente da área, pois esse tipo de regressão pode ser extremamente
prejudicial ao paciente. Ela mexe com a essência do ser humano, já que remete ao
que está dificultando a normalidade de sua vida. A partir daí, decide se fará a
A música atua nos processos internos, nas células que compõem os órgãos
restaurar a paz interior. Ouvir música com os ouvidos da alma abre novos
espiritualmente.
MUSICOTERAPIA: EQUILÍBRIO
A vida moderna exige cada vez mais do homem ocidental devido aos estilos
cardíaca.
nossa existência. É caracterizado não pela linguagem da análise científica, mas pela
Diante desses três elementos – corpo, mente e espírito -, onde a música pode
estar pessoal.
O Corpo
uma técnica apurada para que sua interpretação não apresente ruídos
desagradáveis, “sujeiras”.
De acordo com o teste do Dr. Diamond, o músculo ficará “forte” se for tocada
música “boa” para o paciente – mesmo com seus ouvidos bloqueados com
instrumentos ou por vozes podem ter um efeito positivo ou negativo sobre o corpo.
A Mente
orientar o paciente quando mais nada lhe restar. Doenças diferentes requerem
A Dra. Helen Bony, do Institute For Consciousness and Music, nos EUA,
hospitais nas unidades de terapia intensiva por dois períodos de seis meses, e
nos pacientes uma redução mensurável da pulsação, depois de terem ouvido uma
seleção musical.
(Polygram);
Productions);
((Halpern Sounds), Starborn Suite (Halpern Sounds), Zodiac Suite (Halpern Sounds);
O espírito
REFERÊNCIAS
PARIZZI, M.B. O Canto espontâneo da criança de zero a seis anos dos balbucios as
canções transcendentes. Revista da ABEM, n.15, 2006.
PARIZZI, M.B. O desenvolvimento da percepção do tempo em crianças de dois a
seis anos: Um estudo a partir do canto espontâneo. Belo Horizonte, Faculdade de
medicina da Universidade Federal de Minas Gerais-Tese doutorado em Ciências da
Saúde,2009.
SHUTER-DYSON; GABRIEL. Hitos Del desarrolo de las capacidades musicales
entre 0 y 12 anos,1981. Revista eletrônica de LEEME. 13-maio,2004. Disponível:
http://musica.redimis.es/leeme/revista/vilaroia.pdf.
SWANWICK, Keith. Music, mind and education. Londres: Routledge, 1988
WAGNER, G. Apostila Curso de Formación a Distancia: Monitor de Musicoterapia.
Vigo, España: organización Fundacion Mayeusis, 2005.