Musicoterapia

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

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Ensino Instituto IPB

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

SUMÁRIO

A EDUCAÇÃO MUSICAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: trilhas da


musicoterapia preventiva ............................................................................................ 4
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
MUSICOTERAPIA E EDUCAÇÃO MUSICAL ............................................................. 5
CONTRIBUIÇÕES DA MUSICOTERAPIA À EDUCAÇÃO MUSICAL ......................... 7
O DESENVOLVIMENTO AUDIOMUSICOVERBAL DE ZERO A CINCO ANOS ....... 16
APLICAÇÃO DO QUADRO DNPM-AUDIOMUSICOVERBAL .................................. 23
MUSICOTERAPIA COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO ESPECIAL............................................................................................ 24
MUSICOTERAPIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL .......................................................... 26
MUSICOTERAPIA ..................................................................................................... 28
MUSICOTERAPIA – CONHECIMENTO.................................................................... 30
– Como a música surgiu? .......................................................................................... 32
- A música e sua relação com o cosmos ................................................................... 32
Origem da Musicoterapia .......................................................................................... 34
MUSICOTERAPIA: EQUILÍBRIO .............................................................................. 39
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43

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A EDUCAÇÃO MUSICAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: trilhas

da musicoterapia preventiva

INTRODUÇÃO

As atuais políticas socioeducacionais brasileiras impõem aos profissionais da

saúde e educação, principalmente, um novo campo de atuação, ainda em

construção, onde o compartilhamento de saberes e a constante renovação de

práticas se fazem imprescindíveis.

No ano de 2001 entra em vigor no país o Decreto Nº 3.956, que promulga a

Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, garantindo a essas pessoas, entre

outros direitos, o de frequentar uma escola regular e receber educação especial e

não “escolarização” especial. Crianças com diferentes necessidades passam a

conviver em um mesmo espaço escolar que, pressupõe-se, está preparado para

atender às diversidades e necessidades específicas de cada uma delas.

Posteriormente, no ano de 2008, é sancionada a lei Nº 11.769 que recoloca a

música como estudo obrigatório, não exclusivo, na educação básica de escolas

públicas e privadas, a partir de 2012, com o argumento de que a música contribui

para o desenvolvimento humano. De acordo com Clélia Craveiro (2011), conselheira

da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação "...o objetivo

não é formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a sensibilidade e a integração

dos alunos”. Com o argumento, entre outros, de que a música é uma prática social e

que há muitos profissionais na área sem formação acadêmica, foi vetado o art. 2º da

referida lei que determinava a formação profissional específica para ministrar as

aulas de música na escola. Não serão discutidas as implicações positivas e/ou

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negativas dessa decisão; o fato é que ela abre caminho para que outros

profissionais, e não só o professor licenciado em música, assuma a

responsabilidade pelo ensino da música na escola.

É nesse atual contexto, onde a música é colocada, oficialmente, como

possibilidade para o desenvolvimento humano e onde temos a pluralidade das

necessidades das crianças na escola e outros espaços de convívio social, que

nasce a demanda por um profissional diferenciado, que possa ensinar, mas também

acolher e atender às necessidades específicas de cada criança. Desse lugar surge,

então, a figura do “professor (musico) terapeuta”.

MUSICOTERAPIA E EDUCAÇÃO MUSICAL

Fonte: https://musicasaude.blogspot.com/2011/07/musicoterapia-na-educacao.html

Muitas reflexões têm sido feitas a respeito das convergências e divergências

entre educação musical e musicoterapia. Para Bruscia (2000:185):

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1) Na educação musical o aprendizado musical é o objetivo final e na

musicoterapia é um meio para atingir um fim;

2) na educação musical os objetivos são primeiramente estéticos e

musicais e secundariamente funcionais enquanto que, na musicoterapia, os

objetivos são primeiramente relacionados com saúde e secundariamente estéticos

ou musicais;

3) na educação musical a ênfase é dada ao mundo universalmente

compartilhado da música e na musicoterapia é dada ênfase ao mundo musical

particular da pessoa;

4) na educação musical, a relação professor – aluno está limitada ao

musical enquanto que, na musicoterapia, a relação paciente – terapeuta está ligada

as questões de saúde que podem ser trabalhadas através da música.

Para o profissional capacitado em musicoterapia e educação musical, que

atua nas duas áreas, separadamente, são claras as delimitações entre as demandas

e objetivos primários de uma e de outra, o que define seu papel e sua prática em

cada campo. Evidentemente as linhas que delimitam os saberes dessa e daquela

são tênues e fluidas, ou seja, é impossível que o profissional abstenha-se de alguns

saberes em prol de outros; pelo contrário, ele naturalmente congrega esses saberes

e enriquece sua atuação nas duas áreas. No entanto, na prática do professor-

musicoterapeuta, onde demanda, objetivos e “contrato” estão inseridos no contexto

pedagógico, mas também de “cuidado terapêutico”, conceitos e técnicas se mesclam

o tempo todo, de acordo com a necessidade do(s) aluno(s)- paciente(s), dando

origem à uma prática outra, não exclusiva da educação musical e tampouco

exclusiva da musicoterapia; uma prática educacional-terapêutica: a Educação

Musical Terapêutica.

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Em nosso entendimento a mesma ideia é compartilhada por Brito quando

reflete sobre o despreparo da maioria dos educadores musicais em relação ao

permitir-se explorar e criar junto com a criança, desconstruindo estruturas rígidas e

ultrapassadas relacionadas à música e ao ensino musical. Refere-se à importância

do conhecimento em relação ao desenvolvimento musical da criança e da

importância em compreender e vivenciar a música além de uma música “pronta”:

Ensinar música, a partir dessa ótica, significa ensinar a reproduzir e

interpretar músicas, desconsiderando a possibilidade de experimentar, improvisar e

inventar como ferramenta pedagógica de fundamental importância no processo de

construção do conhecimento musical. (Brito, 2003:52)

CONTRIBUIÇÕES DA MUSICOTERAPIA À EDUCAÇÃO MUSICAL

Na musicoterapia ativa (ou interativa) o processo de interação que

estabelecemos com o paciente pode ser muito semelhante ao proposto pelos

métodos ativos de educação musical, como sugerido nas citações acima.

Trataremos aqui particularmente do Modelo Benenzon de Musicoterapia (MBMT),

um modelo de musicoterapia ativa, no qual o musicoterapeuta deve ter o preparo

técnico para receber, escutar, atender e acompanhar seu paciente utilizando-se dos

recursos que se fizerem necessários para isso. O musicoterapeuta deve estar apto e

disponível para tocar, recriar, compor, dançar, escutar ou ficar em silêncio, entre

outras tantas possibilidades, junto com seu paciente, com intuito de possibilitar a ele

o desenvolvimento de sua autonomia, expressividade, criatividade e

espontaneidade. Dentre tantos conceitos importantes do MBMT, salientaremos

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aqueles que entendemos como fundamentais para uma atuação mais eficiente do

professor-musicoterapeuta:

1) Espaço Vincular;

2) Distância Ideal;

3) Território;

4) Tempo de latência e;

5) Tempo vincular ou terapêutico.

1) Espaço vincular - "Entre o seu corpo e o meu há um espaço infinito.

Nesse espaço, ocorrem trocas de energia (...) para aquele espaço que chamaremos

de espaço de vinculação, pois está destinado a produzir uma relação "(Benenzon,

2012: 77).Não devemos confundir esse conceito com o espaço físico. Não se trata

disso, mas do espaço “virtual” entre duas ou mais pessoas, onde acontece a

interação sonoro-musical não verbal, onde há troca de energias, umas movidas

pelas outras, em função de comunicarem-se e recriarem-se. De acordo com o autor

supracitado essas energias são muito próximas do inconsciente:

Isso ocorre no relacionamento feto-mãe, onde as energias passam

diretamente da insensibilidade da mãe ao inconsciente do feto. (...) ou nos estados

de profunda paixão ou em estados psicóticos muito regressivos. (Benenzon, 2012:

79).

2) Distância Ideal - Para Benenzon (2012:131): “(...) distância ideal é a

distância entre duas pessoas que permite a melhor fluidificação de seus canais

energéticos de comunicação” (tradução nossa). Refere que no contato com outra

pessoa existe um sistema energético que faz com que nos aproximemos ou nos

afastemos, sendo que uma proximidade muito grande pode invadir o território do

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outro e uma distância muito grande pode dificultar percepções como odor e

temperatura, entre outros códigos não-verbais. Para melhorar os canais de

comunicação com o outro, portanto, devemos perceber qual é a distância ideal em

que devemos nos colocar em relação a ele.

3) Território - Pensar em distância ideal nos leva a refletir sobre Território.

Para melhor compreensão desse conceito podemos ilustrá-lo como uma “aura”, um

campo energético que envolve o corpo. É como uma extensão do Eu-Pele, que se

converte numa espécie de radar e que percebe a distância entre o território do outro

e do “eu” com a função de proteger esse Eu –Pele.

O território é percebido através dessa distância entre um e outro. Aquela

sensação de que algo está se aproximando ou se afastando de nós mesmos. Todos

nós temos nosso próprio território que se desvanece em nosso cotidiano por causa

do pouco uso que temos na convivência urbana. (...) nós empurramos, dando

cotoveladas, nos apresentando, sem pedir permissão, no território do outro.

(Benenzon, 2012: 131).

4) Tempo de latência - Ainda de acordo com o autor (2012: 145): “Cada

corpo, cada um de nós, precisa de um determinado tempo para reconhecimento do

outro e de si mesmo” (tradução nossa). O tempo transcorrido do momento em que

se percebe um estímulo, reconhece-se esse estímulo, a partir do acionamento da

memória não-verbal, e manifesta-se uma resposta em relação a esse estímulo, varia

de uma pessoa para outra e caracteriza a cada uma delas; a esse complexo

mecanismo o autor denomina “Tempo de latência”.

5) Tempo Terapêutico - Atento ao tempo de latência do outro o

musicoterapeuta pode adaptar seu próprio tempo de latência criando, portanto, uma

boa possibilidade de vínculo. Havendo essa consciência o musicoterapeuta torna-se

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capaz de controlar sua ansiedade por esperar a resposta imediata do outro e passa

a tolerar, compreender e estar disposto a responder no momento mais adequado. A

essa adaptação entre os tempos de latência de um e outro o autor denomina “Tempo

vincular” ou “Tempo terapêutico” visto que é esse equilíbrio o que permite a abertura

de canais de comunicação e consequentemente a interação de ambos. (Benenzon,

2012).

CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO MUSICAL À MUSICOTERAPIA

Teoria e prática do MBMT também têm, em suas raízes, influência dos

“métodos ativos” da educação musical.

1) Carl Orff - Improvisação e instrumental - No MBMT utiliza-se a

“Associação livre córporo-sonoro-musical-não-verbal” como principal técnica, onde,

numa postura de escuta do paciente, atentos aos processos de transferência e

contratransferência, buscamos interagir de acordo com o que ele comunica, ou seja,

acompanhamos o paciente em seu fazer sonoro-musical-não-verbal, o que inclui

desde tocar instrumentos, movimentar-se, dançar, até ficar em silêncio, por exemplo.

Nesse processo é comum que apareçam o eco, a pergunta-resposta, as

repetições cíclicas de ritmo ou melodias, entre outros. Benenzon concebe a

Improvisação como algo diretivo, referencial, de valor estético, que impediria a

expressão espontânea tanto do paciente quanto do musicoterapeuta e, portanto, não

utiliza o termo como técnica ou como resultado do que ocorre em uma interação em

musicoterapia. No entanto, se nos fixarmos na prática em si, sem nomeá-la, e

tomarmos como referência os processos de improvisação propostos por Orff,

considerando que essa improvisação seja livre, de acordo com a espontaneidade e

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criatividade da criança e atento aos tempos vincular e de latência, o professor

musicoterapeuta trabalhará de forma bastante similar. Fonterrada (2008:161) refere,

em relação à improvisação de Orff :

“Dentro dessa proposta, assumem importante papel as atividades de eco

(repetir o que se ouviu) e pergunta e resposta (improvisar um segmento musical

depois de ouvido um estímulo). Outra conduta bastante utilizada por ele são os

ostinatti, figurações rítmicas ou melódicas repetidas, sobre as quais se pode

improvisar vocalmente ou ao instrumento”. Quanto ao instrumental, Orff propunha

trabalhar com instrumentos de alta qualidade sonora, timbres diversificados e que

pudessem facilitar a exploração e expressão das crianças. O instrumental é

composto principalmente por xilofones, metalofones, flauta doce e pequenos

instrumentos de percussão. (Fonterrada, 2008). No MBMT o instrumental é proposto

de uma forma muito semelhante ao referido acima, com algumas diferenças em

relação ao manejo, concepção e objetivos desse instrumental.

Benenzon propõe, além de parte do instrumental Orff, a utilização de “(...)

todo elemento capaz de produzir um som audível ou de produzir um movimento

(vibração) que possa ser captado como mensagem ou como meio de comunicação”

(2008:22).

2) Émile-Jacques Dalcroze – Ritmo e Movimento – Para Benenzon

(2012:316): “ (...) o movimento está intimamente relacionado ao corpo de cada um

mas, especificamente, direcionado à comunicação não-verbal com o outro”

(tradução nossa). O autor trata com especial atenção o movimento/corpo e o ritmo;

desde suas primeiras publicações aborda as ideias de Dalcroze, com as devidas

adaptações para a musicoterapia que propunha na época, onde começava a

estruturar o que hoje é o MBMT.

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Dalcroze reconhece a importância psicológica do movimento, onde a

atividade motora está intimamente ligada ao ritmo, entende a arte como expressão

de sentimentos e propõe que através da música a criança, e consequentemente a

população, poderia chegar ao pleno desenvolvimento das capacidades sensório-

motoras, sensíveis, mentais e espirituais. Sugere que a voz e o corpo, como

primeiros instrumentos musicais do bebê, devam ser estimulados. Coloca a música

não como algo externo ao corpo, mas pertencente a ele; deixam de ser entidades

separadas: “O corpo expressa a música, mas também transforma-se em ouvido,

transmutando-se na própria música” (Fonterrada, 2008:133).

O musicoterapeuta do MBMT trabalha seu corpo como monitor e mediador da

relação, ou seja, escuta e comunica-se com seu paciente através desse corpo, que

tem seus movimentos e ritmos próprios. Comunica e interage de acordo com suas

percepções e respostas corporais em relação ao paciente que, por sua vez, faz o

mesmo.

3) Murray Schafer – Capacidade criativa e Paisagem sonora – Schafer

acredita ser mais importante estimular a capacidade criativa da criança do que

trabalhar teorias e métodos de aprendizagem musical:

“Schafer não está preocupado com o ensino sistemático de música, com a

aplicação de técnicas específicas à formação de instrumentistas ou cantores,

tampouco quer desenvolver e sistematizar procedimentos metodológicos para uso

nesta ou aquela instituição de ensino. O que mobiliza é o despertar de uma nova

maneira de ser e estar no mundo, caracterizada pela mudança de consciência”

(Fonterrada, 2008:195)

Propõe que estejamos atentos aos sons que nos rodeiam, preocupa-se com a

qualidade da escuta, propõe a possibilidade de uma relação equilibrada entre

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homem, ambiente e suas sonoridades; nos conta das mudanças na paisagem

sonora ao longo dos anos: sons (e também silêncios) da vida, da natureza,da zona

rural, da cidade, da industrialização, da contemporaneidade; de como somos

influenciados e influenciamos esses sons; de como essas paisagens vão ditando

ritmos da vida. Dedica-se a estudar essa paisagem e propõe uma educação sonora

em relação a ela:

“A paisagem sonora é um campo de interações mesmo quando

particularizada dentro dos componentes de seus eventos sonoros. Determinar o

modo pelo qual os sons se afetam e se modificam (e a nós mesmos) em situação de

campo é tarefa infinitamente mais difícil do que separar sons individuais em um

laboratório, mas esse é o novo e importante tema com que se defronta o

pesquisador da paisagem sonora.” (Schafer, 2001:185).

A prática do MBMT é permeada pelos conceitos acima referidos. O

musicoterapeuta benenzoniano preza pela criatividade mútua; um fazer sonoro-

musical-não-verbal que inclui infinitas possibilidades de expressão e criação para

paciente e musicoterapeuta, onde a paisagem sonora é o tempo todo considerada e

observada; é modificada e “modificadora” em relação às expressões e interações

humanas; estimula e propicia a capacidade criativa.

Das influências pedagógicas poderíamos ainda discorrer sobre as bases

psicológicas da música de Edgar Willens, Violeta H. Gainza e abordar outros

educadores contemporâneos. Da música, não diretamente da educação musical,

faz-se necessário mencionar alguns conceitos intimamente relacionados com

aqueles expostos aqui e com a prática do MBMT, como a música concreta e o objeto

sonoro de Pierre Schaeffer, as propostas de abandono do determinismo tonal e

serial de Yanis Xenakis (Benenzon, 2011), a escuta do silêncio, a arte do ruído e o

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uso não convencional da matéria sonora, de John Cage, com influências de

Duchamp e Varese (Benenzon, 2012).

Como dito anteriormente, considerando que o propósito desse texto é outro,

não desenvolveremos esses tópicos. No entanto, não podemos desconsiderá-los

nas inferências que fizermos daquilo que foi exposto até o momento.

Quadro do desenvolvimento Audiomusicoverbal infantil de zero a cinco

anos para a prática de Educação Musical e Musicoterapia

Durante a gestação o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê se realiza

com o referencial auditivo já presente. A partir de seu nascimento, tendo sua audição

como parâmetro comparativo, mostra-se muito atento às produções sonoras

(FEDERICO, 2009). Desenvolve essa percepção, interage e solicita a satisfação de

suas necessidades instintivas através do choro, balbucios e vocalizações. Os sons

produzidos por ele passam a ser também sinais que serão interpretados pela mãe,

profissionais da saúde e familiares. O médico pediatra, neuropediatra em especial,

presta atenção ao fato de a criança emitir sons e com que qualidade (FLEHMIG,

2004), para muitas vezes definir diagnósticos e estabelecer tratamentos. Ouvindo

ruídos, a criança inicia seus movimentos (FLEHMIG, 2004). Vira-se para a fonte dos

ruídos. Acalma-se quando ouve uma voz amiga. Chora quando está com fome,

molhada, cansada. A intensidade ou volume varia conforme a causa. Quando há

alterações, sinaliza-se uma necessidade maior de intervenção, estímulo e

habilitação.

Uma criança que está em tratamento, por ter seu desenvolvimento

neuropsicomotor comprometido e em atraso, necessita de avaliações

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multiprofissionais competentes e objetivas. A Musicoterapia em um contexto

multidisciplinar de saúde, com profissionais trabalhando em conjunto para uma

melhor estimulação, habilitação e reabilitação da criança, necessita de instrumentos

pontuais em sua prática. Baseando-nos nessa necessidade, temos como objetivo

elaborar um quadro de desenvolvimento audiomusicoverbal, como forma de localizar

e acompanhar a evolução de crianças em tratamento de saúde, através da matéria-

prima utilizada pela Musicoterapia: a audição, a música e a verbalização.

Quando submetidos a tratamento de reabilitação, a criança é submetida à

avaliação inicial, quando os objetivos são estabelecidos. Depois, a cada três meses,

novas avaliações são realizadas por todos os profissionais envolvidos com o

paciente, e são elaborados relatórios que registram, objetivamente, a evolução ou

não do paciente, bem como os procedimentos necessários a partir daí. Nesse

momento, esse quadro de desenvolvimento audiomusicoverbal completa, de forma

mais clara, para os colegas de outras áreas pertencentes à equipe, a evolução

ocorrida na criança. Acrescentamos que todos os outros setores já utilizam seus

quadros, tabelas e outros instrumentos, também como forma de tornar mais

eficientes suas avaliações e intervenções.

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O DESENVOLVIMENTO AUDIOMUSICOVERBAL DE ZERO A CINCO

ANOS

Fonte: http://bebesemusica.blogspot.com/2011/02/musicoterapia-com-bebes-com-

atraso-no.html

O feto passa a reagir aos estímulos sonoros a partir da 20ª semana, com

mudança das frequências dos batimentos cardíacos e movimentos corporais

(ENGELMANN e ROSAS, 2010). O cérebro dos recém-nascidos responde a

violações da batida de um ciclo (WINKLER, 2009). Assim, segundo Bruscia (1999),

dois elementos musicais são importantes para o feto: o pulso (e ritmos previsíveis) e

a altura, os quais são associados por condicionamento com a qualidade de

sensação, alimentação, satisfação e necessidades de sobrevivência. Nos primeiros

dias de vida, em estudo, constatou-se que bebês preferem a voz de suas mães à de

outras mulheres (ENGELMANN e ROSAS, 2010). O choro e balbucios são sua

comunicação. Percebem sons com rapidez e acompanham com os olhos os objetos

e os sons, do zero aos dois meses (Escala de DENVER- FLEHMIG).

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Quanto à localização da fonte sonora descrita no quadro, baseamo-nos em

roteiros de observação fonoaudiólogos citados por Lopes et al (2005): Costa e Cols

(1992), Azevedo (1993).

Quanto ao verbal descrito nas etapas até os cinco anos, coletamos

informações convergentes dos seguintes autores: Lenneberg, no campo da

neurologia (apud SCHWARTZ et all,1997), David Werner (1994) (quadro utilizado

por terapeutas ocupacionais), escalas evolutivas de Denver (neuropediatria –

FLEHMIG, 2004; NITRINI, 1995), fonoaudiologia (LOPES; CAMPIONTO, 2005),

principalmente. Na Musicoterapia, Bruscia (1999) destaca que um dos principais

objetivos de se examinar a história do cliente é detectar em que estágio o cliente se

encontra. Complementamos que, com os nossos pacientes, o atraso no

desenvolvimento neuropsicomotor e, em especial nos aspectos audiomusicoverbais,

é quase sempre notado. O mesmo autor afirma que, quando concebemos a

Musicoterapia como um processo de desenvolvimento, temos esses objetivos

principais: facilitar o desenvolvimento e crescimento, a partir do conhecimento das

necessidades do cliente no estágio em que se encontra; e remediar incapacidades

específicas do desenvolvimento. Este é, exatamente, o trabalho terapêutico

realizado com crianças, e foi isso que provocou a elaboração do quadro aqui

apresentado.

De zero a seis meses, a motivação para a atividade vocal é satisfazer as

necessidades básicas. A relação rítmica que o bebê estabelece com a mãe ocorre

através da sucção. Quase sempre também é vivenciado com o acompanhamento do

balanço do corpo do adulto aconchegado ao seu, e das canções de ninar, infantis e

outras. Ilari (2003), Cardoso e Salbatini (2000) ressaltam que a música pode

constituir um estímulo importante para o desenvolvimento do cérebro da criança. O

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cantar, dançar e brincar auxiliam o aprendizado musical, o desenvolvimento

neuropsicomotor e a aquisição do verbal.

Na Musicoterapia, utilizamos atividades de estimulação sonoromusicais, com

objetivos terapêuticos estabelecidos anteriormente, para vencer ao máximo o atraso

e comprometimento neurológico das crianças. Para uma melhor eficácia nesse texto,

é necessário então, um conhecimento do desenvolvimento neurológico do bebê e a

localização exata da etapa atual em que ele se encontra, antes de iniciar tratamento.

Nessa etapa, os instrumentos musicais são uma extensão do corpo do bebê, e os

que são possíveis de serem utilizados, são tocados quando segurados, jogados ou

sacudidos ao acaso. Com prazer, o bebê reage a canções interativas sobre

esquema corporal (WAGNER, 2005).

Bruscia (1999) destaca, aos nove meses, o reconhecimento de melodias e

movimentos associados a elas e o fascínio pela sua própria voz. As diferenças no

timbre, altura e intensidade são percebidas. O canto das palavras finais de frases é

descrito em quase todos os estudos e quadros já utilizados nas diferentes áreas já

citadas, na fase a partir de um ano. A partir desta mesma idade, os instrumentos

musicais são manipulados ativamente e intencionalmente. Todos os instrumentos

musicais e extensões vocais, destacados no quadro por fases, são baseados em

nossa experiência prática, durante três décadas, na área de educação musical com

crianças neurotípicas, além de referências bibliográficas de autores nestas áreas,

como: Beyer (2005), Parizzi (2009), Carneiro (2006) e outros autores de métodos

utilizados mundialmente.

QUADRO DE DESENVOLVIMENTO AUDIOMUSICOVERBAL

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1 MÊS / 2 MESES 3 MESES 6 MESES 9 MESES 1 ANO

Os recém- nascidos Reage a barulhos Localiza sons Localiza sons Localiza sons

reconhecem vozes arregalando os laterais. para o lado e laterais, para

familiares ouvidas olhos. Começa a Pode discernir para baixo, baixo e

durante a gestação a voltar a cabeça para vozes amáveis indiretamen- te. indiretament e,

partir do 5º mês, a fonte sonora. de bravas. Entende para cima.

principalmente a da Fase do balbucio. algumas Entende

mãe. Prazer em repetir Brinca com palavras como o comandos.

Reconhecem também, sons. objetos sonoros. “não”, seu nome. Grava músicas,

melodias ouvidas Intervalo de 3ª Saco de Emite sons e algumas

durante a gravidez da menor é emitido (mi maracás e semelhantes ao palavras e

mãe, quase sempre a sol 3). chocalhos. seu meio. significados.

ficando tranquilos. Gosta de objetos Responde com Bate palmas, Canta palavras

São sensíveis às notas sonoros e coloridos. prazer a joga beijos, dá dos finais de

musicais e têm Produz ruídos com a canções curtas tchau. Toca frases. A

capacidade para garganta e estala o interativas sobre tambor, tessitura de voz

reconhecer as céu da boca esquema pandeiro, pode alcançar

dissonâncias e As mãos são a corporal. maracás, cinco sons (dó a

mudanças de tom das descoberta e as (cabeça, mãos, chocalhos e sol 3).

melodias. mantém abertas, e pés) outros. Gosta de

Ao ouvir uma música, segura objetos com Emite sons Utiliza baquetas dançar, apertar

os bebês já são firmeza. simples. com as duas botões. Gosta de

capazes de identificar mãos. instrumentos de

o intervalo entre as Polegar e teclado.

batidas e o padrão que

elas

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obedecem, criando Bate em um móbile e Pode balbuciar indicador funcionam Pode soprar

expectativas quanto consegue um som ou mama, papa sem como pinça para apitos e

ao início de um novo movimento (relação associar pegar. flautas.

compasso. causa e efeito). significado. Brinca de soltar Tenta se

Segura maracá, (Leva tudo à boca.) Lambe, morde, brinquedos no chão e expressar e

chocalho. Chora quando é chupa tudo ao espera que peguem aponta. Fala

Percebem sons com deixado sozinho (sinal seu alcance. de volta. Busca “dá”.

rapidez. Acompanham de sociabilidade). Imita expressões. objetos. Entende

com os olhos os Sorri em resposta a Diverte-se com Fase da lalação: da, conceitos

objetos e os sons. outro sorriso e a jogos: ”cadê nenê. Emite sons como: “aqui”,

O choro é sua conversas. „nenê‟?... semelhantes ao seu ”lá”, ”dentro”,

comunicação. Emite Achou!” meio. ”fora”, ”para

sons como: ah, eh, Bate palmas, joga cima”, “para

uh. beijos, dá tchau. baixo”.

Ataques de

birra. Imita e

copia ações e

pessoas.

A partir de dois anos, a criança toca instrumentos de bandinha rítmica e

mantém ritmo por imitação. Hargreaves (apud PARIZZI, 2009) diz que crianças de

dois a três anos não enfatizam os detalhes A principal consequência desse aspecto

é a imprecisão das relações de durações e alturas. Segundo Shuter-Dyson e Gabriel

(1981), de três a quatro anos a criança concebe um plano geral de uma melodia, e

pode desenvolver ouvido absoluto, se estudar um instrumento musical.

Em nossa experiência prática com bebês em aula de música em ambientes

de zona urbana e rural, averiguamos que quase todos desenvolvem aspetos

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

audiomusicoverbais acima do descrito neste quadro, se adequadamente

estimulados a partir dos primeiros meses.

Destacando a Musicoterapia, musicalmente a criança constrói suas próprias

canções com sílabas ou palavras sem sentido. Cantar canções conhecidas é

prazeroso e utilizado como expressão (BRUSCIA, 1999). A criança desenvolve

habilidades tonais e aprende a interagir, perceber-se e explorar suas emoções. Além

disso, ela tem necessidade também de canções que estimulem o movimento, o que

é utilizado bastante na habilitação física pelo musicoterapeuta.

Os sons dos instrumentos também são associados a várias partes do corpo,

pela criança. Esses mesmos instrumentos musicais ajudam a desenvolver o ritmo e

tentar sincronizar-se ao ritmo dos outros. Ela se move com ritmo: sacudindo-se,

balançando-se, batendo o pé, e o faz interpretativamente. Reconhece canções,

distingue ritmo, pulso melódico, melodia/escala.

Papousek (1996), Dowling (1984), Davies (1992), Swanwick, Tilmann (1988),

Shifres (2007) citados por Parizzi (2009) confirmam que os bebês brincam com os

sons vocais, incentivados pelos pais e cuidadores, os quais são modelos de timbre,

andamento, intensidade, altura e linguagem. O musicoterapeuta assume esse papel

perante a criança com atraso no DNPM, AMV, estimulando-o adequadamente com

os elementos sonoro-musicais necessários para atingir a finalidade viável proposta.

Swanwick (1988) ressalta que o processo musical da criança por volta dos

cinco anos não atinge o mesmo nível de desenvolvimento de sua linguagem,

provavelmente porque a criança não é tão estimulada para fazer música como é

para falar. Acrescentamos que um nível de desenvolvimento mais alto pode ser

atingido pela criança que se inicia musicalmente desde bebê. O quadro abaixo

também pode ser utilizado como referência de planejamento para atividades

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

desenvolvidas em sala de aula de música para bebês e crianças, adequando mais

as reais potencialidades e estimulando a superações.

2 ANOS 3 ANOS 4 ANOS 5 ANOS

Localiza os sons Reconhece timbres Reconhece timbres Percebe e discrimina

em qualquer variados ainda com variados com timbres diferentes e ao

ângulo. imprecisão. precisão. mesmo tempo.

Pode fazer É ágil, realizando duas É capaz de iniciar Lê música,

instrumentos atividades aos mesmo tempo. leitura musical e improvisa, cria,

musicais simples Pula com os dois pés, sobe, corre. executar com precisão canta e toca.

como maracás. Tem habilidade motora para tocar rítmica e melódica. Tem Percebe e

Toca instrumentos instrumentos musicais melódicos. concentração para discrimina timbres

de bandinha rítmica Relaciona notas musicais, atividades difíceis. de instrumentos

e mantém rítmo por emitindo uma oitava completa Grava e reproduz musicais diferentes

imitação. Ex: (dó3 a dó4) e distingue histórias e ao mesmo tempo. É

pandeiro, tambor, instrumentos musicais músicas. capaz de fazer

castanhola, reco- diferentes. Constrói frases com instrumentos

reco, ganzá,etc. Por que? É utilizado. Usa frases até seis palavras, sobre musicais simples.

Canta músicas simples. Interage com as pessoas. o dia, situações reais e Sua coordenação

inteiras (dó a lá 3) e Nomeia objetos, obedece próximas. fina deve ser

repete instruções simples. Brinca Entende regras trabalhada.

movimentações. independente com crianças e gramaticais e tenta usá- É capaz de praticar

Período da brinquedos. las. estudos musicais

justaposição de Obedece instruções com prazer.

duas palavras. múltiplas. Expressa

Gosta de elogios e sentimentos e

agradar a adultos. emprega verbos:

Entende “pensar” e “lembrar”.

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simbolismos. Fala de coisas

Começo do prazer ausentes e usa

da socialização. palavras de ligação

Começa a perceber entre as sentenças.

as regras. Realista, quer

Localiza objetos e entender como o

aponta.Responde a universo funciona.

perguntas e Cansa os pais com

conversas. perguntas. Já pode

falar como um

adulto. Ajuda em

tarefas simples.

APLICAÇÃO DO QUADRO DNPM-AUDIOMUSICOVERBAL

1º. Em Musicoterapia, ao realizar a avaliação antes de iniciar atendimento

musicoterapêutico, o profissional deve localizar no quadro as ações que o bebê já

realiza, e marcar a data da avaliação. Estabelecer os objetivos terapêuticos que no

geral contemplam a estimulação para superar ao máximo o ADNP (Atraso no

Desenvolvimento NeuroPsicomotor) e, à medida que for avaliando durante o

tratamento, ir assinalando os ganhos adquiridos e datando. Esse quadro tem o

objetivo de facilitar e instrumentalizar o profissional musicoterapeuta, pertencente a

uma equipe multidisciplinar da área de saúde, que periodicamente tem que produzir

relatórios objetivos e pontuais sobre seu paciente. Ao dar alta ao paciente em

tratamento, tem um quadro que registra e demonstra visualmente a evolução da

criança em tratamento.

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

2º. Educação Musical e Educação - Um quadro referencial de capacidades

compatíveis com as crianças que tenham desenvolvimento neuropsicomotor normal

de zero a cinco anos pode auxiliar o professor durante seus planejamentos e

aplicação diária. Principalmente na área audiomusicoverbal, que carece de

instrumentos de avaliação e referências para aplicação com crianças.

MUSICOTERAPIA COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

A necessidade de utilizar um instrumento capaz de contribuir para melhoria da

qualidade na aprendizagem dos alunos com necessidades especiais é um dos focos

de atenção no curso de Pedagogia. Partindo deste pressuposto, o trabalho lúdico

especialmente com a música, passa a ser utilizado e analisado nos estudos de

graduação. A intenção desse texto, é sobretudo, com as oficinas pedagógicas, que

despertaram um olhar mais profundo sobre a utilidade da música em sala de aula,

para assim, utilizar este instrumento com mais propriedade.

Este texto mostra que é possível usar a musicoterapia em programas de

educação especial, através de uma boa preparação do profissional, que deve ser

capaz de planejar, adaptar e avaliar atividades e procedimentos de acordo com cada

indivíduo. A música quando bem trabalhada, desenvolve o raciocínio, criatividade e

outros dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade

educacional dentro das salas de aula.

Para Joly (2003, p.81) “[...] com um programa de educação musical bem

estruturado e com objetivos bem definidos é possível promover o desenvolvimento

físico, intelectual e afetivo das crianças com necessidades especiais.”

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

A musicoterapia é uma técnica terapêutica que auxilia no desenvolvimento

comportamental e cognitivo dos alunos com necessidades especiais. Parafraseando

Haidt (2003) as didáticas de ensino apontam como meios metodológicos os recursos

audiovisuais, que devem ser de uso funcional, ou seja, devem subsidiar meios que

possibilitam de forma dinâmica o pensamento reflexivo do aluno. Deve ser levado

em conta também, o tipo de aprendizagem que se deseja desenvolver seja ela

cognitiva afetiva ou psicomotora.

As canções e ritmos auxiliam na harmonia entre o corpo e a mente, sem

contar que a música torna o ambiente de ensino, propício ao desenvolvimento de

atividades estimulem e despertem emoções, reações, sensações e sentimentos.

As atividades com música permitem que a criança conheça melhor a si

mesma, desenvolvendo sua noção de esquema corporal, e também permitem a

comunicação com o outro.

Macedo (s/d) cita que os objetivos principais da musicoterapia como

instrumento metodológico, estão relacionados diretamente ao desenvolvimento da

aprendizagem de cada indivíduo que apresente algum distúrbio, seja ele mental ou

físico, são estes: melhorar a comunicação verbal e não verbal, melhorar a auto-

estima, explorar as potencialidades e a aceitação de limites, estimular a

coordenação motora e rítmica através de vivências musicais, melhorar a

concentração e atenção, promover a socialização e estimular a criatividade.

A musicoterapia pode ter resultados eficazes na Educação Especial no que

diz respeito à formação pessoal, intelectual, na inclusão social de cada pessoa

portadora dessas necessidades e em possíveis desenvolvimentos cognitivos para

um avanço na aprendizagem desses alunos. No entanto, o profissional de educação

precisa estar inteirado para poder atuar competentemente com estes que tanto

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

necessitam de um olhar mais especial.

MUSICOTERAPIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL

A Musicoterapia iniciou-se no período da II Guerra, perante a experiência

positiva com os veteranos, o que aumentou a necessidade de se aprofundar

conhecimentos e profissionalizar-se. E assim, fundou-se em 1944, o primeiro

programa de Musicoterapia do mundo, na Universidade Estatal do Michigan, nos

Estados Unidos. Daí em diante, as discussões sobre esta área continuaram

aprofundando-se para assim, utilizar esta terapia como um instrumento capaz de

auxiliar qualquer profissional.

Em 1998 foi criada a Associação Americana de Musicoterapia, que tem por

missão o desenvolvimento progressivo do uso terapêutico da música na reabilitação,

na educação especial e em situações variadas de grupo ou comunidade.

Esta instituição definiu a Musicoterapia como a aplicação científica da música

para atingir objetivos terapêuticos. Mas, atualmente, a definição é bem mais ampla e

a Musicoterapia é considerada uma disciplina do campo de medicina que estuda e

utiliza o movimento e o fenômeno acústico, seja este musical ou não, audível ou

inaudível (fenômenos vibratórios), com objetivos profiláticos, de diagnóstico, de

reabilitação e de tratamento terapêutico.

Em seus estudos Murakami (s/d) define a musicoterapia da seguinte maneira:

Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo,

melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um paciente ou

grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação,

aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos

relevantes no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

e cognitivas. (p. 1)

Dentro da Pedagogia, a Musicoterapia pode ser utilizada na Educação

Especial, para facilitar a aprendizagem dos alunos com essas necessidades e aos

professores que lecionam para essa clientela, pois, a utilização das canções, torna o

aprendizado mais eficaz e prende a atenção dos alunos, facilitando o papel do

mestre em sala de aula.

A Musicoterapia tem inúmeras aplicações em relação ao tratamento de

crianças especiais, entre elas síndromes genéticas como Down, autismo, distúrbios

neurológicos, déficits de atenção e concentração, deficiências sensoriais, visuais e

auditivas, entre outras.

De acordo com Wilhems citado por Gainza (1988, p. 36),

Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto

humano específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente: o

ritmo musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a

ordem ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui

ativamente para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem.

As atividades de musicalização, também favorecem a inclusão de crianças

portadoras de necessidades especiais. Pelo seu caráter lúdico e de livre expressão,

não apresentam pressões nem cobranças de resultados, são uma forma de aliviar e

relaxar a criança, auxiliando na desinibição, contribuindo para o envolvimento social,

despertando noções de respeito e consideração pelo outro, e abrindo espaço para

outras aprendizagens.

Sobre as pessoas com necessidades especiais, Macedo (2004) aborda que

ao longo da história, as pessoas que tinham anomalias genéticas, eram percebidas

e atendidas de forma igualitária no meio da educação e na sociedade de forma geral

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

e intimamente relacionada aos valores morais, sociais, filosóficos, éticos ou

religiosos de cada época.

Os autores expressam que as pessoas consideradas “especiais”, eram

inseridas na educação de forma igualitária no que diz respeito à forma de educar,

mas, sabe-se que estas pessoas precisam de uma atenção mais particular e

atenciosa para que as evoluções cognitivas, motoras e sócio-afetivas sejam

alcançadas. Usar a música como recurso motivador, contribui com uma série de

necessidades das crianças como na aceitação do grupo, na expressão da

criatividade, podendo atingir objetivos que por outros meios dificilmente seriam

alcançados.

Weigel (1988), afirma que a música atua de forma eficaz no desenvolvimento

das crianças, pois, no desenvolvimento cognitivo quanto maiores forem os estímulos

que elas, recebam melhor será seu desenvolvimento intelectual, pois, as

experiências rítmicas musicais, podem permitir uma participação ativa (vendo,

ouvindo, tocando), favorecendo o desenvolvimento dos sentidos. Com atividades

musicais, inúmeras oportunidades são oferecidas para que o desenvolvimento

psicomotor seja aprimorado, aprendendo assim, a controlar seus músculos e mover-

se com desenvoltura, porque o ritmo tem um papel importante na formação e

equilíbrio do sistema nervoso, isto porque toda expressão musical ativa age sobre a

mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões.

Estes aspectos favorecidos pela musicoterapia promovem integração,

desenvolvimento da socialização, estimulo da compreensão, da participação e da

cooperação.

MUSICOTERAPIA

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

De acordo com a definição da World Federation of Music Therapy,

Musicoterapia é a utilização da música e/ou dos elementos musicais (som, ritmo,

melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo, em um processo

estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a

aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional,

mental, social e cognitiva), para desenvolver potenciais ou recuperar funções do

indivíduo de forma que ele possa alcançar melhor integração intra e interpessoal e

conseqüentemente uma melhor qualidade de vida.

Segundo a Canadian Association for Music Therapy a musicoterapia é “a

utilização da música para auxiliar a integração física, psicológica e emocional do

indivíduo e para o tratamento de doenças ou deficiências. Ela pode ser aplicada a

todos os grupos etários em uma grande variedade de settings. A música possui a

qualidade de ser não verbal, mas oferece muitas oportunidades para a expressão

oral e verbal. Como membro de uma equipe terapêutica, o musicoterapeuta participa

da avaliação das necessidades do cliente, da formulação da abordagem e do

programa terapêutico, desenvolvendo então atividades musicais específicas para

alcançar os objetivos. A natureza da musicoterapia enfatiza uma abordagem criativa

no trabalho terapêutico, possibilitando uma abordagem humanista e viável que

reconhece e desenvolve recursos internos geralmente reprimidos do cliente. Os

musicoterapeutas desejam ajudar o indivíduo a mover-se em direção a uma maior

autoconsciência e, em um sentido mais amplo, a levar cada ser humano ao seu

maior potencial”. (Backes, 2003, p.39).

É importante enfatizar que a música não é um curativo eficaz em si mesmo,

mas que seus efeitos terapêuticos resultam de uma aplicação profissional durante

um processo terapêutico.

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

A história da música imerge na história do Homem. Não há certezas sobre a

sua origem e será muito difícil descobrir o porquê da sua gênese. Em termos

concretos, o que se sabe dos primórdios da nossa atividade musical provém

essencialmente de alguma iconografia que sobreviveu a milhares de anos, tais como

as pinturas rupestres na gruta de Les Trois Frères, consideradas como o mais antigo

testemunho da nossa história musical e que parecem evidenciar que o Homem pré-

histórico já usava os sons de forma intencional.

As ideias de uma alma do mundo ou de uma harmonia das esferas,

macrocósmica, atuante e com efeitos no Homem (microcosmos), têm como

precursores trabalhos dos filósofos e pensadores pré-socráticos. Nestes, destaca-se

naturalmente o vulto de Pitágoras (570-500 a.C.), a quem se atribui a descoberta da

expressão numérica dos intervalos da escala musical, definidos, então, como

relações proporcionais que se encontram no cosmos, na natureza e na alma dos

homens bons. Estes princípios, desenvolvidos pelos Pitagóricos dos séculos

seguintes, preconizaram a célebre teoria do éthos, baseada nas ideias de que: a

música de uma nação expressa o caráter do seu povo; os sons, decorrentes das

vibrações de cada planeta, influenciam o comportamento humano. Para Dâmon de

Atenas, mestre de música ateniense do século V a.C., que se dedicou às relações

entre a ética e a música, tanto era verdade que a boa música criava almas boas,

como o inverso.

MUSICOTERAPIA – CONHECIMENTO

A música sempre esteve presente em nossa vida. Estudos de Benenzon,

Backes, Giannotti e Pizzoli , nos mostram que, ainda no útero, durante a gestação, é

possível ouvir e aprender música. Uma estimulação por parte da mãe é sempre

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

positiva. Essa estimulação pode ser através de músicas melódicas estruturadas

como cantigas de ninar e audição de músicas instrumentais.

Dessa forma, a gestante colabora para que seu filho desenvolva habilidades

em música e matemática e, se mais tarde, demonstrar aptidão e interesse musical

será um adulto mais equilibrado.

A música tem endereço certo, desvenda paisagens, cenários e abre campo

para a sensibilidade. É puro sentimento, é a sublimação dos sentimentos, é o

veículo de harmonização dos seres humanos e dos animais. Ouvir uma suave

melodia tranquiliza e prepara um novo amanhecer.

Os elementos fundamentais da música são: o ritmo, a melodia e a harmonia.

O ritmo nos acompanha desde a concepção da vida, através dos batimentos

cardíacos, está em nós, na natureza, no universo. Portanto, ritmo é movimento,

pulsação, o elemento essencial da música. Representa o contraste entre o som e o

silêncio. É base do equilíbrio e da harmonia, um dos principais recursos para a

expressão de sentimentos.

A melodia está diretamente relacionada com a afetividade e com as emoções

humanas. Uma bela melodia enaltece o pensamento. A harmonia é o encadeamento

dos acordes (posições que se fazem no instrumento). Para captar a harmonia é

necessária uma análise mais profunda, é preciso recorrer à inteligência.

A música é um todo. É difícil separar harmonia, melodia e ritmo, já que esses

elementos fundamentais funcionam em conjunto na música, um inter-relacionado ao

outro.

O conceito de música varia de cultura para cultura com uma linguagem

universal, mas com muitos dialetos. Cada cultura tem sua maneira de tocar, de

cantar, de organizar os sons. Essa maneira diferenciada de organizar os sons é bem

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

presente entre a música hindu e a música árabe que são diferentes da música

ocidental. Contudo, é através da música que os seres humanos se comunicam.

– Como a música surgiu?

“Pitágoras, por exemplo, partindo de uma ideia dos antigos egípcios,

desenvolveu uma teoria segundo a qual cada planeta, movendo-se no espaço,

emitia um determinado som. Cada som correspondia a uma nota, e todas elas, em

conjunto, formariam uma escala, constituindo a música das esferas, que refletiria a

ordem universal” (JEANDOT, 1997, p.13).

A música e o ritmo são espelhos das estruturas cósmicas. O ritmo é o

equilíbrio que permite expressar as emoções, é a base de todo o movimento

humano no espaço, inclui a música. Estar em equilíbrio é respeitar a dinâmica

rítmica do universo.

“Nosso ritmo interage permanentemente com o concerto cósmico de

batimentos e pulsações: estamos em sintonia com a música das esferas”

(FREGTMAN, 1987, p.27).

Assim, todo o Universo é vibração que segue uma ordem de frequência, se

apresentando como escuridão, luz, cor, som e forma.

“Num altíssimo grau de aceleração vibratória se encontra a escuridão, que se

transforma em luz; numa frequência menor, as sombras luminosas geram cor, as

cores se transformam em sons e os sons criam formas mais ou menos duradouras”

(FREGTMAN, 1987, p.28).

- A música e sua relação com o cosmos

“Os doze tons estavam na raiz da mais antiga concepção da astrologia

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

registrada pelo homem. Isto é, concebia-se, originalmente, a astrologia baseada

nesses doze tons e nas influências que as suas frequências vibratórias exerciam

sobre a Terra” (TAME, 1984, p.39).

Os doze Tons referidos:

DÓ/ DÓ#/RÉ/ RÉ#/ MI/ FÁ/ FÁ#/ SOL/SOL#/LÁ/LÁ#/ SÍ

Em quase todas as civilizações acreditavam-se que o céu era governado

pelos doze Tons. Existe um misticismo ligado ao número doze: o ano tem doze

meses; o dia tem vinte e quatro horas. Os antigos acreditavam que os Tons

influenciavam nos meses, nas horas do dia, etc.

“A filosofia chinesa está impregnada da ideia dos opostos – YANG (a força

masculina positiva) e YIN (a força feminina negativa)” (TAME, 1984, p.39).

Segundo Tame, os chineses dividiram os doze Tons em seis de natureza

YANG e seis de natureza YIN, sendo eles responsáveis pela criação e sustentação

de todo o Universo – os doze Tons cósmicos mantinham a harmonia e a ordem nos

céus; a música mantinha a ordem e a harmonia na terra.

Como já foi dito, a música desvenda paisagens e cenários que muitos

desconhecem. Diversos autores baseiam o seu surgimento segundo suas crenças.

O mais importante é sua essência, o seu poder de regeneração e paz interior.

A música funciona como um todo completo no indivíduo, colabora nos

processos de crescimento, autoconhecimento, provoca mudanças internas e

externas, transforma comportamentos, enfim, age no mais íntimo das emoções

humanas amenizando doenças somáticas e psicossomáticas, comuns nos dias

atuais, em decorrência da vida agitada das metrópoles. Assim, a música funciona

como uma válvula de escape ao homem moderno que busca, a cada dia, uma

melhor qualidade de vida.

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

O planeta está carregado de energias negativas, torna-se necessário não

deixar envolver-se, pois estão ao nosso redor e derredor disseminadas por meios de

comunicação e programas sensacionalistas que exploram, ao extremo, o lado

sombrio da vida, a desgraça alheia e, sem perceber, o homem contamina-se

inesperadamente do nada, com a angústia, com a melancolia, com uma tristeza sem

explicação.

Embora, haja opiniões contrárias quanto ao poder de cura da música, muitos

autores confirmam com propriedade o seu efeito curativo, já comprovado pela

medicina holística. Segundo, Drury:

“... Reflete-se na crença de que uma doença degenerativa como o câncer,

que é resultado do colapso do sistema imunológico do organismo, pode ser tratada

pela meditação, ao invés da quimioterapia”. Mais adiante... “É também espelhada

pela ascensão da música curativa” (DRURY, 1990, p. 35-36).

É obvio que existem músicas adequadas para esse fim, depende dos

sintomas apresentados pelo paciente ouvinte. Músicas de andamento lento e

tonalidade menor podem ser utilizadas para baixar o batimento cardíaco, funcionam

como tranquilizante e relaxante; mas isso não é regra, há músicas em tonalidade

maior que provocam o mesmo efeito.

Origem da Musicoterapia

A musicoterapia nasceu em 1944 nos Estados Unidos e boa parte dos

profissionais é formada em cursos de graduação especializados e, embora exista

muitos temas apresentados como “música para relaxamento”, há muita

comercialização, títulos sugestivos não adequados que, ao final, só trazem muita

tensão.

A Argentina surge com uma grande contribuição e apresenta

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

musicoterapeutas com formação variada no campo da psicologia, da pedagogia e da

música.

Alguns compositores e temas apreciados e recomendados na musicoterapia

com base em Salazar (1993, p.89-90).

• Geórgia Kelly (harpista)

Segundo os enfermos, sua música ajudou-os a se curarem. Suas

composições são utilizados no Kaiser Permanent.

• Steven Halpern

Médico e músico. Suas composições são qualificadas como “os sons da

saúde”. Os temas recomendados servem especialmente para controlar o stress,

superaprendizagem e relaxamento holístico.

• Paul Horn (flautista)

Os temas desse flautista servem para aquelas pessoas que desejam dominar

a ciência da meditação.

• Steven Bergman

Os temas desse compositor cumprem um grande trabalho tanto para

mulheres grávidas quanto para bebês, por empregarem instrumentos como flauta,

violino e harpa que, segundo a doutora Michele Cremes, do hospital e maternidade

de Londres, são os mais aceitos pelos bebês, ainda no período fetal.

• Berns e Dexter

Os benefícios que se obtêm ao escutar esses compositores são: cura de mal-

estar menor, relaxamento e concentração.

• Keith Jarrett, Phillip Glass, Steve Reich, La Monte Young e Terry

Ripley:

Esses, em ocasiões e momentos diferentes, para ouvintes diferentes, podem

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MUSICOTERAPIA DO DESENVOLVIMENTO

ter qualidades meditacionais.

Definição

Definir musicoterapia não é uma tarefa fácil, “é freqüentemente definida de

acordo com o grupo específico de tratamento, grupo etário ou filosófico terapêutico

especifico do terapeuta que se incumbe da definição” (RUUD, 1990, p.13).

O autor deixa claro ao afirmar que a musicoterapia abrange um vasto campo

dentro da diversidade de terapias existentes: terapia familiar, terapia individual,

terapia em grupo, hidroterapia, autoterapia, hipnose, psicoterapia e etc...

Em todas essas peculiaridades terapêuticas a música assume lugar de

destaque com seus efeitos benéficos: auxiliam no tratamento de dores, nos

transtornos bipolares, regressões de memória, prevenção do estresse, na depressão

e outras.

Portanto, em cada grupo particular de tratamento há um tipo adequado de

música a ser utilizada. Cabe ao musicoterapeuta a responsabilidade de escolhê-las.

Em todas essas modalidades terapêuticas a música atua nos canais de

comunicação estabelecendo ou reestabelecendo a comunicação. Desta forma, a

musicoterapia interessa a todas as pessoas voltadas à comunicação.

“Uma terapia autoexpressiva que se utiliza da música em sentido lato, com o

objetivo intermediário da relação musicotarapeuta-paciente, e que mobiliza os

aspectos biopsicossociais do indivíduo, abrindo novos canais de comunicação que

ajudem na recuperação ou integração dinâmica do indivíduo consigo mesmo e com

seu grupo social” (COSTA, 1989, p.51).

Pode-se observar com facilidade o prazer que muitos pacientes têm ao andar

cantando pelos pátios e enfermarias de hospitais, mesmo não existindo a intenção

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de comunicar-se com o outro através dos sons, contudo esses atingem tanto

aqueles que tocam quanto os que ouvem. Ao escutar e ser escutado estabelece a

comunicação e a percepção do “outro”.

A abertura dos canais de comunicação citados por COSTA (1989), por

intermédio da música, reintegra o indivíduo- paciente à sociedade e o leva ao

reencontro de si e a ver o outro numa perspectiva altruísta.

A música New Age (Nova Era) pode ser usada, como alternativa, na terapia

em grupo em que o terapeuta tem a função de conduzir as pessoas a lugares

serenos, calmos. É uma corrente musical que une o eletrônico e o acústico. É a

síntese da cultura humana, valoriza a simplicidade e a integridade mostrando que a

vida, as células, as estrelas não funcionam mecanicamente, mas de maneira sábia e

imprevisível.

“Essa música utiliza o mais moderno das tecnologias a serviço da

sensibilidade. Produz nos sintetizadores, nos samplers, a sensação do útero

materno e a sensação de espaço sideral. Harmonia das esferas, música cósmica,

também poderia ser seu nome”. (WATSON, 1987, p.8).

Na terapia individual a música clássica de Debussy ou Vivaldi pode ser usada

na meditação e também nas regressões de memória.

É impossível imaginar a vida sem a emotividade e poucos seres humanos

chegam ao estado de lucidez espiritual. É preciso organizar a vida, discipliná-la,

civilizá-la, para espantar a solidão. É preciso ordenar as emoções, despertar, num

dado momento, a emoção psíquica, para favorecer as atividades necessárias à vida

contemporânea agitada e cheia de surpresas.

O comportamento humano indica somente as impressões do passado

(aproximadamente nos sete primeiros anos de vida), podendo ser mais ou menos,

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dependendo do contexto em que viveu, como: família, classe social, vida social,

região. Não há indícios sobre o seu desenvolvimento no futuro que poderia

despertar-se de maneira mais completa.

Vida é movimento, e sendo movimento, tudo deve se transformar, tanto para

aprender, quanto para ensinar. Daí a importância da terapia, seja ela qual for,

inclusive a musicoterapia.

Se as formas sonoras comovem interiormente é que nelas estão presentes as

mãos humanas do compositor / arranjador com sua habilidade e maestria para

encadear harmonicamente nota por nota, intervalo por intervalo, com sutileza, com

criatividade, sensibilidade, que fará nascer a sua obra: a música. E, como é feita

pelo ser humano sensibiliza outro ser humano.

A aproximação do homem com a música está diretamente relacionada com a

sua própria natureza, enquanto “Ser” que reflete e age como um todo e deve ser

visto como o que de mais sagrado existe. Assim, como enfoque holístico que

enxerga o homem no seu complexo físico, espiritual, alma e corpo e deve ou deveria

ter semelhante atenção igualitária, principalmente pela medicina que está mais

preocupada com os efeitos físicos do que o espiritual, em curar do que prevenir.

Alguns médicos, já admitem que seja imprescindível tratar o paciente numa

relação integral. Tanto que, alguns profissionais já vêm atuando dentro deste

conceito contemporâneo de cura e admitem aceitar ajuda de outras ciências. E a

musicoterapia é uma forte aliada dos médicos que desejam trabalhar dentro deste

parâmetro de tratamento.

Se o homem tem relação direta com a música é porque há sons que nascem

no interior do corpo humano.

“Costumam-se chamar de sons regressivo-genéticos aqueles que são

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percebidos no interior do ser humano e que a sua exteriorização e posterior audição

produzem nele sensações e condutas que transportam as etapas evolutivas

primárias. Esses sons são: batimentos cardíacos, sonoridades de inspiração e de

expiração, sons de água, ruídos intestinais, atritos articulares e movimentos

musculares” (BENENZON, 1988, p.16).

Como diz o autor: “Sensações e condutas que o transportam a etapas

evolutivas primárias”. Por isso que não é aconselhável a regressão de memória ou

hipnose, a não ser em alguns casos específicos e acompanhados por um

profissional experiente da área, pois esse tipo de regressão pode ser extremamente

prejudicial ao paciente. Ela mexe com a essência do ser humano, já que remete ao

útero, podendo levar ao isolamento e constituir situação de perigo.

O terapeuta conversa com o paciente para diagnosticar o tipo de problema

que está dificultando a normalidade de sua vida. A partir daí, decide se fará a

terapia. Pode, ainda, se necessário, pedir que a pessoa ou a família assine um

termo de responsabilidade antes de iniciar a terapia.

A música atua nos processos internos, nas células que compõem os órgãos

sensitivos transformando comportamentos em estados emocionais ajudando a

restaurar a paz interior. Ouvir música com os ouvidos da alma abre novos

horizontes, inspira corações, concede emoções novas, esclarece e faz crescer

espiritualmente.

MUSICOTERAPIA: EQUILÍBRIO

A vida moderna exige cada vez mais do homem ocidental devido aos estilos

de vida em que a ambição pessoal o torna vulnerável ao stress, tão comum em

nossa sociedade. Devido a isso, é necessário buscar o reequilíbrio pessoal. Nessa

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atitude de reequilíbrio a música tem papel fundamental, através da meditação e do

relaxamento com canções melodiosas, músicas clássicas e a música meditativa, por

apresentarem ritmos lentos, suaves, relaxantes e em razão dos movimentos dos

elementos biológicos da nossa existência: respirar, correr, andar e a pulsação

cardíaca.

Para que o organismo humano adquira o reequilíbrio é interessante examinar

três áreas, que são tratadas no holismo: o corpo, a mente e o espírito.

“O que chamamos espírito, claro, é algo de difícil definição e significa coisas

diferentes, entretanto, dentro do paradigma da saúde, representa o que muitos

terapeutas holísticos consideram o alicerce do nosso ser - a verdadeira base de

nossa existência. É caracterizado não pela linguagem da análise científica, mas pela

metáfora poética e símbolo de transcendência – motivos que apontam o caminho

para o sagrado e para o infinito” (DRURY, 1990, p.37).

Diante desses três elementos – corpo, mente e espírito -, onde a música pode

atuar é que alcançaremos as respostas necessárias para o nosso equilíbrio e bem-

estar pessoal.

O Corpo

Ouvimos através do corpo. Muitas pessoas sentem-se fracas ao ouvir

determinada nota tocada isoladamente, mas no conjunto da harmonia, onde

diversas notas ecoam ao mesmo tempo, se misturam as outras e quase não a

percebemos. Essa mesma postura adquire um solista que ao tocar necessita de

uma técnica apurada para que sua interpretação não apresente ruídos

desagradáveis, “sujeiras”.

De acordo com o teste do Dr. Diamond, o músculo ficará “forte” se for tocada

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música “boa” para o paciente – mesmo com seus ouvidos bloqueados com

travesseiros ou material “fono-absorvente”. Isso demonstra que o corpo pode

discriminar sons benéficos dos prejudiciais, e as vibrações musicais feitas por

instrumentos ou por vozes podem ter um efeito positivo ou negativo sobre o corpo.

A Mente

“A música apresenta um canal direto para as emoções, estimula à intuição, à

imaginação, à criatividade o que é objeto de estudo de musicólogos e terapeutas. O

objetivo da musicoterapia é cuidar de pessoas com alguns distúrbios mentais, atingir

as faculdades cognitivas, os pensamentos, a memória. Assim, a música certa pode

orientar o paciente quando mais nada lhe restar. Doenças diferentes requerem

abordagem musical diferente” (DRURY, 1990, p.35).

A Dra. Helen Bony, do Institute For Consciousness and Music, nos EUA,

utilizou a música de diversos compositores clássicos famosos, inclusive Bach,

Haydn, Vivaldi, Debussy e Bizet, programas de redução de stress para pacientes de

hospitais nas unidades de terapia intensiva por dois períodos de seis meses, e

demonstraram que o “apaziguamento do ânimo” induzido pela música acarretava

nos pacientes uma redução mensurável da pulsação, depois de terem ouvido uma

seleção musical.

Relação de música indicada para relaxamento, citada por Drury:

• Kitaro,Silk Road (kuckuck), Ki (kuckuck), Oásis (kuckuck), Silver Cloud

(Polygram);

• Robert Bearns e Ron Dexter, Golden Voyage (4vols.),(Awakening

Productions);

• Steve Halpern, Dawn (Halpern Sounds), Eastern Peace (Halpern

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Sounds), Eventide (Halpern Sounds), Prelude (Halpern Sounds), Spectrum Suite

((Halpern Sounds), Starborn Suite (Halpern Sounds), Zodiac Suite (Halpern Sounds);

• Clifford White, Ascension (New World);

• Alan Hinde, The Twilight of Dreams (New Word productions).

O espírito

O planeta está carregado de energias negativas, sendo elas, às vezes, as

responsáveis pelos desequilíbrios emocionais e físicos, em decorrência dos

desarranjos ambientais, políticos, religiosos que tanto atingem esse mundo

globalizado, energias reprimidas não desaparecem, ficam presas em nosso corpo,

reaparecem no tecido muscular, provocando tensão muscular e “doenças

psicossomáticas” como: dores de cabeça, stress e outras. É preciso deslocar essas

energias com o uso de terapias e mentalização.

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