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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES


PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CÂMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA

MARIA EDUARDA LAZZAROTTO

ANÁLISE DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS


DA REGIÃO DO MÉDIO ALTO URUGUAI EM RELAÇÃO À ÁREA DA
FISIOTERAPIA PÉLVICA

FREDERICO WESTPHALEN – RS
2019
2

MARIA EDUARDA LAZZAROTTO

ANÁLISE DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS


DA REGIÃO DO MÉDIO ALTO URUGUAI EM RELAÇÃO À ÁREA DA
FISIOTERAPIA PÉLVICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de Fisioterapeuta,
Departamento de Ciências da Saúde da
Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões, Câmpus
de Frederico Westphalen.

Orientadora: Nadyne Rubin


Coorientadora: Caroline Helena
Lazzarotto de Lima

FREDERICO WESTPHALEN – RS
2019
3

MARIA EDUARDA LAZZAROTTO

ANÁLISE DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS


DA REGIÃO DO MÉDIO ALTO URUGUAI EM RELAÇÃO À ÁREA DA
FISIOTERAPIA PÉLVICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de Fisioterapeuta,
Departamento de Ciências da Saúde da
Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões, Câmpus
de Frederico Westphalen.

Frederico Westphalen, 09 de dezembro


de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Faculdade Inspirar

Universidade Federal de Santa Maria


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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por ter iluminado meu caminho durante esta
longa jornada.
Aos meus pais, Mariléia e Vanderlei, os quais não mediram esforços para que
eu chegasse até aqui. Minha eterna gratidão, pois graças ao apoio de vocês estou
concluindo mais uma importante etapa da minha vida.
Aos meus avós, Maria Helena e Hélio, meus “segundos pais”, por sempre
acreditarem no meu potencial e torcerem por mim.
Aos Mestres que tive a honra de encontrar pelo caminho, despertando em
mim, através de seus exemplos, o amor pela Fisioterapia.
A minha orientadora Nadyne e coorientadora Caroline, as quais com toda
paciência, carinho e compreensão do mundo conduziram as orientações mais
importantes desta desafiadora pesquisa e, não mediram esforços para me ajudar
perante as adversidades que surgiram no caminho. Vocês são as minhas
inspirações.
Ao meu grupo de colegas do estágio, André, Camila, Jéssica e Juliana, sem
vocês nada teria sido tão especial como foi. Obrigada por tornarem a caminhada
mais leve e feliz, vocês ajudaram a colorir a minha vida e os meus dias. Os
guardarei eternamente com muito carinho em meu coração e espero que o vínculo
de amizade, cumplicidade e união que criamos perdure por muitos anos.
Por fim, sou grata a todos que de alguma forma estiveram próximos a mim e
auxiliaram na realização desta pesquisa.
5

“Não sei se a vida é curta ou longa para


nós, mas sei que nada do que vivemos
tem sentido se não tocarmos o coração
das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo
que acolhe, braço que envolve, palavra
que conforta, silêncio que respeita, alegria
que contagia, lágrima que corre, olhar que
acaricia, desejo que sacia, amor que
promove. E isso não é coisa de outro
mundo, é o que dá sentido à vida. Feliz
aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina.”
(Cora Coralina)
6

RESUMO

INTRODUÇÃO: Com base no desenvolvimento da profissão de Fisioterapia,


surgiram novos ramos e especialidades para atender demandas específicas, como a
Fisioterapia Pélvica, que engloba a prevenção e o tratamento de distúrbios que
acometem as estruturas da pelve. A mesma caracteriza-se por ser uma recente área
da Fisioterapia em ascensão, e, concomitante a isso, existe uma carência de
estudos que aborde e analise os conhecimentos do público em geral a respeito
dessa especialidade. OBJETIVO: Analisar o conhecimento da população sobre a
área da Fisioterapia Pélvica. METODOLOGIA: Estudo descritivo do tipo
observacional transversal, caráter quantitativo e amostra aleatória. A população foi
composta por indivíduos residentes nos municípios da região do Médio Alto Uruguai,
perfazendo um total de 15 cidades. Para tal, foi utilizado um questionário
autoaplicável acerca do conhecimento sobre a área da Fisioterapia Pélvica. O
mesmo foi disponibilizado no aplicativo Google Forms e divulgado através das
mídias sociais, ficando disponível para acesso no período de março a julho de 2019.
A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e os resultados
foram apresentados em forma de gráficos e tabelas. RESULTADOS: A amostra foi
composta por 169 pessoas, destas, 84% do gênero feminino, 33,1% residentes no
município de Frederico Westphalen e a faixa etária predominante foi de 20 a 29 anos
(57,4%). A maioria da população entrevistada (63,9%) relatou que já ouviu falar em
Fisioterapia Pélvica, sendo que, 52,8% destas ouviram falar pela primeira vez há um
ano ou menos. Campanhas que divulguem a atuação desta área da Fisioterapia e
maiores divulgações na mídia foram as opções sugeridas para que assim possa
haver um melhor conhecimento acerca dessa especialidade pela população.
CONCLUSÃO: Conclui-se que a população entrevistada possui conhecimento em
relação à área da Fisioterapia Pélvica.

Palavras-chave: Conhecimento. População. Fisioterapia.


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ABSTRACT

INTRODUCTION: Based on the development of the Physiotherapy profession, new


branches and specialties have emerged to meet specific demands, such as Pelvic
Physiotherapy, which includes the prevention and treatment of disorders affecting the
pelvis structures. It is characterized by being a recent area of Physiotherapy on the
rise, and concomitantly, there is a lack of studies that address and analyze the
knowledge of the general public about this specialty. OBJECTIVE: To analyze the
population’s knowledge about the area of Pelvic Physiotherapy. METHODOLOGY:
Descriptive observational cross-sectional study, quantitative and random sample.
The population consisted of individuals residing in the municipalities of the Mid-Upper
Uruguay region, making up a total of 15 cities. For this, a self-administered
questionnaire about the knowledge about the area of Pelvic Physiotherapy was used.
It was made available of the Google Forms application and disseminated through
social media, being available for access from March to July 2019. Data analysis was
performed using descriptive statistics and the results were presented as graphs and
tables. RESULTS: The sample consisted of 169 people, 84% female, 33,1% resident
in Frederico Westphalen, and the predominant age group was from 20 to 29 years
old (57,4%). Most of the interviewed population (63,9%) reported that they had heard
about Pelvic Physiotherapy, and 52,8% of them had heard for the first time in a year
or less. Campaigns that publicize the performance of this area of Physical Therapy
and greater media disclosures were the most suggested options so that there may be
a better knowledge about this specialty by the population. CONCLUSION: It is
concluded that the interviewed population has knowledge regarding the Pelvic
Physiotherapy area.

Keywords: Knowledge. Population. Physiotherapy.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Conhecimento sobre a área da Fisioterapia Pélvica ................................... 23


Gráfico 2 – Estratificação do conhecimento dos entrevistados por idade. .................... 23
Gráfico 3 – Estratificação do conhecimento dos entrevistados por gênero ................... 24
Gráfico 4 – Estratificação do conhecimento dos entrevistados por escolaridade. ......... 24
Gráfico 5 – Realização de tratamento na área de Fisioterapia Pélvica. ........................ 26
Gráfico 6 – Nível de satisfação dos entrevistados que realizaram tratamento na área
de Fisioterapia Pélvica. ................................................................................................. 26
Gráfico 7 – Importância da Fisioterapia Pélvica na saúde da população. ..................... 27
Gráfico 8 – Divulgação e reconhecimento da área de Fisioterapia Pélvica pela
população ...................................................................................................................... 27
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características demográficas da população entrevistada. .......................... 21


Tabela 2 – Municípios aos quais os entrevistados residiam ......................................... 22
Tabela 3 – Estratificação do conhecimento dos entrevistados por município. .............. 25
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABFP Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica


AP Assoalho Pélvico
BH Bexiga Hiperativa
CI Constipação Intestinal
CREFITO Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
COFFITO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ICCS Sociedade Internacional de Continência Infantil
ICS International Continence Society
IF Incontinência Fecal
IMC Índice de Massa Corporal
IUE Incontinência Urinária de Esforço
IU Incontinência Urinária
IUU Incontinência Urinária de Urgência
MAP Músculos do Assoalho Pélvico
POP Prolapso de Órgãos Pélvicos
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TMAP Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................... 13
2.1 História da Fisioterapia e sua evolução .............................................................. 13
2.2 Fisioterapia Pélvica e seus campos de atuação................................................. 14
2.2.1 Fisioterapia Pélvica na gestação, parto e puerpério ............................................. 14
2.2.2 Fisioterapia Pélvica no tratamento das disfunções sexuais femininas e
masculinas .................................................................................................................... 15
2.2.3 Fisioterapia Pélvica no tratamento das disfunções urinárias e anorretais ............ 16
2.2.4 Fisioterapia Pélvica no tratamento dos prolapsos de órgãos pélvicos ................. 16
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 18
3.1 Delineamento do estudo ....................................................................................... 18
3.2 População e amostra ............................................................................................ 18
3.3 Critérios de elegibilidade ...................................................................................... 18
3.3.1 Critérios de inclusão ............................................................................................. 18
3.3.2 Critérios de exclusão ............................................................................................ 18
3.4 Técnica de coleta de dados .................................................................................. 19
3.5 Desenvolvimento da pesquisa ............................................................................. 19
3.6 Análise dos dados ................................................................................................. 20
3.7 Aspectos éticos ..................................................................................................... 20
4 RESULTADOS ........................................................................................................... 21
5 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 29
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 32
APÊNDICES ................................................................................................................. 35
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................................ 36
ANEXOS ....................................................................................................................... 38
ANEXO A – Questionário acerca do nível de conhecimento da população sobre
a Fisioterapia Pélvica .................................................................................................. 39
ANEXO B – Parecer consubstanciado do CEP ......................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO

Reconhecida como curso superior pelo Decreto-Lei nº. 938 – de 13 de


Outubro de 1969, (BRANDENBURG; MARTINS, 2012), a Fisioterapia (apesar de
apresentar-se fortemente ligada a reabilitação) vem ampliando seu campo de
atuação, (REJAILE, 2002), haja vista que o fisioterapeuta possui uma formação
clínica generalista, o que o torna apto a intervir nas diversas áreas da saúde e níveis
de atenção, ou seja, essa mesma formação o permite atuar na prevenção de
doenças, educação e promoção da saúde, bem como no tratamento e reabilitação
de distúrbios cinético-funcionais. (DELIBERATO, 2016; NAVES; BRICK, 2011).
Frente à evolução da profissão, foi fundada em 2013 a Associação Brasileira
de Fisioterapia Pélvica (ABFP), a fim de amparar os profissionais quanto à
legalidade da atuação na área da Fisioterapia Pélvica, sendo que a mesma engloba
o estudo, a prevenção e o tratamento de distúrbios cinético-funcionais que
acometem a pelve humana feminina e masculina nas diferentes fases da vida.
Também conhecida como Fisioterapia Uroginecológica, o termo tem sido
abandonado por não envolver todas as disfunções do assoalho pélvico (AP) e não
incluir o público masculino e infantil. (ABFP, 11/2018).
A Fisioterapia Pélvica caracteriza-se por ir além da atuação em ginecologia,
obstetrícia e no preparo pré e pós-operatório de cirurgias ginecológicas, (BIM;
PEREGO, 2002), abrangendo, portanto, a intervenção em disfunções que acometem
os ossos, músculos, articulações, órgãos pélvicos e fáscias. O conjunto dessas
estruturas é responsável por intermediar as funções fecais, sexuais e relacionadas
ao trato urinário, podendo o fisioterapeuta intervir nas alterações anorretais,
urinárias, prolapsos genitais, algias pélvicas, além das disfunções sexuais em
ambos os gêneros e faixas etárias, conforme a ABFP.
Com base no exposto, faz-se necessário divulgar de maneira mais clara e
minuciosa a atuação do fisioterapeuta em seus diferentes campos de trabalho,
principalmente na área da Fisioterapia Pélvica, tratando-se de um recente ramo da
Fisioterapia em ascensão, o qual conta com uma carência de estudos que abordem
os conhecimentos do público em geral sobre o tema. Sendo assim, o presente
estudo objetivou analisar o conhecimento da população residente nos municípios da
região do Médio Alto Uruguai em relação à área da Fisioterapia Pélvica.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 História da Fisioterapia e sua evolução

Os primórdios da Fisioterapia surgiram na antiguidade (4.000 a.C. e 395 d.C.),


quando as patologias eram tratadas com utensílios, métodos e técnicas disponíveis
na época. Um destes meios era o uso do peixe elétrico para fins terapêuticos e
tratamento de morbidades, sendo este um precursor da eletroterapia utilizada nos
dias de hoje. No Brasil, seu surgimento esteve relacionado com a chegada da
família Real, visto que os profissionais da saúde aqui atuantes precisaram se
adequar aos avanços dos serviços europeus. Enquanto prática reabilitadora, a
Fisioterapia se desenvolveu com mais intensidade após a 2ª Guerra Mundial (1945),
devido à necessidade de reabilitação e intervenção nas sequelas físicas das
pessoas acometidas. (BRANDENBURG; MARTINS, 2012).
Com o decorrer do tempo, os fisioterapeutas ampliaram seu campo de
atuação para além do caráter especialmente curativo e reabilitador, mostrando-se
aptos a contribuir e atuar tanto na prevenção de doenças como na educação e
promoção da saúde. (JÚNIOR, 2010). Anos depois, a Fisioterapia foi reconhecida
como curso superior pelo Decreto-Lei nº. 938 – de 13 de Outubro de 1969, onde
para legislar e regularizar a atuação do fisioterapeuta foi criado o Conselho Federal
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), e com o objetivo de legalizar e
fiscalizar o serviço do profissional surgiu os Conselhos Regionais (CREFITO),
conforme a Lei nº. 6.316 – de 17 de dezembro de 1975. (BRANDENBURG;
MARTINS, 2012).
Portanto, a Fisioterapia diz respeito a uma Ciência da Saúde que estuda,
previne e trata distúrbios cinético-funcionais que acometem sistemas e órgãos do
corpo humano, geralmente decorrentes de traumas, alterações genéticas e/ou
doenças adquiridas. (COFFITO, 11/2018). Ademais, o fisioterapeuta é caracterizado
como o profissional da saúde com formação acadêmica superior, habilitado a
construir o diagnóstico cinesiológico funcional, prescrever condutas fisioterapêuticas,
ordenar e induzir o paciente, acompanhando a evolução do quadro clínico e as suas
condições para alta. (CREFITO 10, 11/2018).
14

2.2 Fisioterapia Pélvica e seus campos de atuação

Atualmente, o COFFITO reconhece 15 especialidades da Fisioterapia, dentre


elas a Fisioterapia em Saúde da Mulher, conforme Resolução nº. 372 – de 06 de
novembro de 2009. (COFFITO, 11/2018). Entretanto, o reconhecimento nominal da
especialidade e o uso do termo “uroginecologia” não inclui a atenção ao público do
gênero masculino, além de não abranger todas as disfunções do AP. (ABFP,
11/2018).
Diante disso, na assembleia geral de 19 de novembro de 2013, foi fundada a
ABFP, registrada como pessoa jurídica em 19 de março de 2014, atualmente
composta por mais de 300 profissionais fisioterapeutas em todo o país. A área da
Fisioterapia Pélvica compreende o estudo, a prevenção e o tratamento de distúrbios
cinético-funcionais que acometem a pelve humana nas diferentes fases da vida,
desde a infância até a idade adulta. Destaca-se a atuação nas disfunções urinárias,
sexuais, pélvicas e anorretais, tanto em mulheres quanto em homens e crianças.
(ABFP, 11/2018).
Segundo a ABFP, na grade curricular dos cursos de graduação em
Fisioterapia, a Fisioterapia Pélvica, envolvendo a atenção ao público masculino e
infantil, ainda é pouco contemplada. Do mesmo modo, ainda não se constitui como
especialidade reconhecida pelo COFFITO, embora haja um significativo número de
profissionais fisioterapeutas atuantes no Brasil.

2.2.1 Fisioterapia Pélvica na gestação, parto e puerpério

Durante a gestação, parto e puerpério ocorrem alterações fisiológicas que


podem causar danos ao AP e modificar a sua função, sendo as disfunções pélvicas
mais comuns neste período a incontinência urinária (IU), a incontinência fecal (IF),
as disfunções sexuais, o prolapso de órgãos pélvicos (POP) e a dor pélvica crônica.
Todavia, os sintomas podem não ser imediatos, podendo se manifestar de forma
tardia. (MOCCELLIN; RETT; DRIUSSO, 2016; EISENBERG; KAFRI, 2018).
A gravidez e a via de parto são fatores de risco para a alteração da dinâmica
correta dos músculos do assoalho pélvico (MAP). O incremento do peso corporal
materno e do útero gravídico resulta em um aumento da pressão sobre a
musculatura do AP na gestação, bem como a elevação do Índice de Massa Corporal
15

(IMC), a multiparidade, o parto via vaginal, o tempo prolongado do segundo período


do parto e a episiotomia, constituindo outros fatores que podem levar a diminuição
da força dos MAP. (MENDES et al., 2016).
A Fisioterapia Pélvica constitui-se como a primeira linha de tratamento das
disfunções do AP ocasionadas pela gestação, podendo auxiliar também no
diagnóstico. (EISENBERG; KAFRI, 2018). Através de técnicas específicas, o
fisioterapeuta atua auxiliando a mulher a ajustar-se às mudanças físicas e
fisiológicas do início ao fim do período gestacional, e a preparar-se para um parto
sem traumas e prejuízos. (DALVI et al., 2010).
Ressalta-se a importância da busca precoce a um profissional especializado e
a melhor eficácia da terapia não somente a nível reabilitador, mas principalmente na
prevenção do surgimento de possíveis disfunções do AP. (EISENBERG; KAFRI,
2018).

2.2.2 Fisioterapia Pélvica no tratamento das disfunções sexuais femininas e


masculinas

Para a Organização Mundial de Saúde, as disfunções sexuais femininas são


consideradas um problema de saúde pública e são detectadas em 67,9% das
mulheres no mundo, dentre as mais conhecidas estão o distúrbio do desejo sexual
hipoativo ou inibido, anorgasmia, dispareunia e vaginismo. (WOLPE et al., 2015). No
que tange o público masculino, dentre as disfunções sexuais mais frequentes estão
a disfunção erétil, a ejaculação precoce, a falta de desejo sexual e a disfunção
orgástica. (GALATI et al., 2014).
A Fisioterapia Pélvica é uma área recente no tratamento das disfunções
sexuais e tem como principais objetivos avaliar, prevenir e tratá-las, além de
promover a conscientização da musculatura do AP, também influencia na
sexualidade individual. Com a realização de exercícios dos MAP ocorre um aumento
da coordenação e força muscular, melhora o tônus local e a sensibilidade, restaura a
circulação e, como consequência, aprimora o aumento do desejo, lubrificação e
prazer. (COSTA et al., 2018).
Segundo Wolpe e colaboradores (2015), a atuação fisioterapêutica mostra-se
eficaz no tratamento de desordens sexuais, na maioria das vezes, através de
técnicas cinesioterapêuticas, eletroterapia, terapia manual, assim como a
16

combinação destas. Destaca-se a eficácia da cinesioterapia através do treinamento


da musculatura do assoalho pélvico (TMAP), a qual é capaz de promover resultados
duradouros em um curto período de tempo.

2.2.3 Fisioterapia Pélvica no tratamento das disfunções urinárias e anorretais

A IU trata-se de uma disfunção bastante prevalente na população de modo


geral, sendo definida pela International Continence Society (ICS) como a queixa de
qualquer perda involuntária de urina. Embora possa ocorrer em qualquer público e
faixa etária, dados epidemiológicos mostram que cerca de 34% dos indivíduos com
mais de 65 anos apresentam IU, com maior prevalência em mulheres. (OLIVEIRA;
GARCIA, 2011). Essa disfunção pode ser dividida em Incontinência Urinária de
Esforço (IUE), hiperatividade vesical (urgência) ou incontinência mista (urgência
mais esforço). (BERTOLDI; GHISLERI; PICCININI, 2014).
Com o aprimoramento de técnicas de diagnóstico e avanço de estudos
relacionados a disfunções miccionais, a Fisioterapia surge como primeira linha de
tratamento. Os principais objetivos na reabilitação desses pacientes incluem
aumentar a força e resistência dos MAP, minimizar a gravidade ou frequência dos
sintomas, além de prevenir a necessidade de realizar procedimentos cirúrgicos.
(FILHO et al., 2013).
Outra disfunção urinária frequente é a Bexiga Hiperativa (BH), sendo
caracterizada como “urgência urinária, geralmente estando acompanhada por
frequência e noctúria, com ou sem sintomas de Incontinência Urinária de Urgência
(IUU), na ausência de infecção do trato urinário”. Nesses casos, as intervenções
incluem mudanças no estilo de vida, exercícios perineais do AP, terapia
comportamental e eletroestimulação. (MONTEIRO et al., 2017).
Já em relação às disfunções anorretais, a IF é o termo utilizado para definir a
perda recorrente e involuntária de material fecal e/ou gases, sendo as principais
causas a anormalidade da mobilidade intestinal, baixa complacência retal e
alteração sensitiva, fraqueza ou debilidade dos MAP, ou a combinação desses
fatores. (ACCETTA et al., 2011). A Fisioterapia por sua vez, possui um papel
fundamental por ser eficaz e poder evitar e retardar o processo cirúrgico, através da
reeducação dos MAP, exercícios associados à eletroestimulação que podem
17

diminuir possíveis disfunções lombopélvicas, melhorando assim a função


esfincteriana. (FERREIRA; MARINO; CAVENAGHI, 2012).
Ainda, segundo Firmino e Carvalho (2015), a Constipação Intestinal (CI)
constitui uma afecção do sistema digestivo, no qual a intervenção fisioterapêutica
possui grande importância, tendo como finalidade aprimorar a função dos MAP,
estimular a propriocepção da musculatura e reduzir ou eliminar a limitação funcional,
possibilitando, assim, uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Dentre as
técnicas mais utilizadas no tratamento da CI, está a conscientização perineal, a qual
apresenta grande influência e efeitos significativos na musculatura.
No que se refere às disfunções miccionais infantis, segundo a Sociedade
Internacional de Continência Infantil (ICCS), as crianças até os quatro anos já devem
ter adquirido a capacidade de continência urinária diurna e até os cinco anos a
noturna. Entretanto, por razões desconhecidas, em algumas crianças pode haver o
retardo do amadurecimento neurofisiológico das vias da micção. (HALATE; NUNES;
LATORRE, 2017). Nesses casos, a uroterapia é largamente utilizada e, quando
associada ao TMAP, especialmente com o biofeedback, apresenta resultados mais
significativos. (LATORRE et al., 2018).

2.2.4 Fisioterapia Pélvica no tratamento dos prolapsos de órgãos pélvicos

O POP caracteriza-se pela herniação dos órgãos pélvicos através da vagina


ou ânus, sendo uma condição prevalente que interfere no cotidiano dos indivíduos
acometidos. (HORST; SILVA, 2016). Atinge cerca de 40% do público feminino,
principalmente multíparas, de raça branca e com idade mais avançada. (FILHO et
al., 2013).
Ainda segundo Filho e colaboradores (2013), tendo em vista que o suporte
dos órgãos pélvicos decorre do resultado de uma interação dinâmica entre os ossos
da pelve, musculatura do AP e tecido conjuntivo endopélvico, a intervenção da
Fisioterapia nos POP tem como principal objetivo prevenir a evolução da condição,
instruir quanto ao uso de pessários, além de atuar no pós-cirúrgico. Através da
terapia comportamental e exercícios perineais, o tratamento visa melhorar os
sintomas relacionados ao POP, a força muscular do AP e como consequência
proporcionar um aumento na qualidade de vida, se mostrando eficaz também como
coadjuvante à cirurgia para correção do prolapso. (RESENDE et al., 2010).
18

3 METODOLOGIA

3.1 Delineamento do estudo

A pesquisa constituiu-se de um estudo descritivo do tipo observacional


transversal, de caráter quantitativo e com amostra aleatória.

3.2 População e amostra

A população e amostra foram compostas por indivíduos residentes nos


municípios da região do Médio Alto Uruguai, perfazendo um total de 15 cidades,
mais precisamente: Ametista do Sul, Caiçara, Cristal do Sul, Erval Seco, Frederico
Westphalen, Iraí, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios,
Rodeio Bonito, Seberi, Taquaruçu do Sul e Vista Alegre. (FEE, 09/2018).
Considerando que a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
(URI) identifica-se como comunitária, pois sua vocação é a integração, a mesma
torna-se capaz de abranger e atingir mais de 100 municípios das regiões do Alto
Uruguai Norte, Médio Alto Uruguai, Missões e Fronteira Oeste. (URI, 09/2018).

3.3 Critérios de elegibilidade

3.3.1 Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo os indivíduos de ambos os gêneros, residentes


nos municípios da região do Médio Alto Uruguai, com faixa etária entre 18 e 60 anos
e que tenham concordado com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) (APÊNDICE A).

3.3.2 Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo os indivíduos não residentes nos municípios da


região do Médio Alto Uruguai, com faixa etária abaixo de 18 anos e acima de 60
anos e que não concordaram com o que estava disposto no TCLE.
19

3.4 Técnica de coleta de dados

O instrumento utilizado para a coleta de informações foi um questionário


autoaplicável (ANEXO A), elaborado por Rejaile (2002) e modificado para ser
aplicado nesta pesquisa, contendo dados de caracterização da amostra como faixa
etária, gênero, escolaridade e município pertencente. Ainda, fizeram parte desse
instrumento questões relacionadas ao conhecimento acerca da profissão de
Fisioterapia e da área de Fisioterapia Pélvica, assim como seus campos de atuação,
técnicas e recursos fisioterapêuticos, média de remuneração e sua importância na
saúde da população.
O questionário visando o levantamento de dados, foi composto por perguntas
fechadas e de múltipla escolha, sendo disponibilizado através do aplicativo Google
Forms. O mesmo faz parte de um pacote de aplicativos do Google Drive, tratando-se
de um serviço de armazenamento e sincronização de arquivos, o qual funciona
totalmente online e diretamente no navegador.

3.5 Desenvolvimento da pesquisa

Inicialmente foi realizada uma busca no site Fundação de Economia


Estatística (FEE), sendo esta a maior fonte de dados estatísticos sobre o Rio Grande
do Sul, através do qual foi possível identificar quais municípios fazem parte da
região do Médio Alto Uruguai.
Após encaminhamento do projeto e aprovação pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da URI – Frederico Westphalen, o questionário foi inserido no aplicativo
Google Forms. O mesmo foi escolhido pela facilidade de aplicação, cujo
levantamento de opiniões pode ser realizado de maneira prática, (HEIDEMANN;
OLIVEIRA; VEIT, 2010), bem como do armazenamento e da quantificação de suas
respostas através de gráficos ou de forma bruta em planilhas. (OLIVEIRA;
JACINSKI, 2017).
A primeira etapa era composta pelo TCLE, documento destinado para
informar sobre a pesquisa. Seu consentimento dependia da seleção da opção “Li e
concordo com as informações acima descritas”, dando permissão para a
participação e preenchimento do questionário, a segunda etapa do instrumento.
20

A divulgação do questionário para obtenção dos dados foi feita através do


compartilhamento nas mídias sociais, devido à grande visibilidade e facilidade na
troca de informações. O instrumento de coleta ficou disponível no período de março
a julho de 2019, sendo que após a data de término os dados obtidos foram
submetidos à análise.

3.6 Análise dos dados

As informações coletadas foram armazenadas em um banco de dados criado


por meio do programa Microsoft Office Excel, versão 2007. A análise dos dados foi
feita com estatística descritiva através de frequências absolutas e relativas, e os
resultados foram apresentados em forma de gráficos e tabelas.

3.7 Aspectos éticos

Este projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da URI –


Frederico Westphalen para apreciação e somente após a aprovação do mesmo, sob
o parecer nº 3.110.969 e CAAE 04431218.0.0000.5352 (ANEXO B), foi realizada a
coleta de dados.
Os riscos de constrangimento, exposição pessoal, bem como identificação do
indivíduo que respondeu a pesquisa foram extintos, tendo em vista que o voluntário
teve que consentir para responder o questionário, sendo o mesmo autoaplicável,
ocorrendo de maneira individualizada, onde o próprio aplicativo Google Forms
ocultou a identificação nominal. Além disso, foi garantido ao participante do estudo o
direito de desistir da pesquisa a qualquer momento apenas fechando a janela do
navegador, não trazendo prejuízos em relação à acadêmica responsável ou à
instituição.
O estudo apresentou como benefícios aos participantes da pesquisa a
possibilidade de obter um maior conhecimento acerca da atuação do fisioterapeuta
no âmbito da Fisioterapia Pélvica, além de servir como ferramenta para a divulgação
dessa área profissional que está em ascensão.
21

4 RESULTADOS

Inicialmente, a amostra foi composta por 201 indivíduos, sendo que destes 32
foram excluídos (um não concordou com o que estava disposto no TCLE; 20
indivíduos residiam em outros municípios não pertencentes à região do Médio Alto
Uruguai; 10 possuíam menos de 18 anos e um possuía idade superior a 60 anos),
totalizando 169 participantes.
Dos 169 entrevistados, verificou-se que 57,4% (n=97) destes tinham entre 20
e 29 anos, 84% (n=142) pertenciam ao gênero feminino e 56,2% (n=95) possuíam
como nível de escolaridade ensino superior incompleto/cursando. Na Tabela 1 são
apresentadas as frequências absolutas e relativas para as variáveis idade, gênero e
escolaridade.

Tabela 1 – Características demográficas da população entrevistada.

Variáveis Frequência
n %
Idade (anos)
18-19 23 13,6
20-29 97 57,4
30-39 30 17,8
40-49 11 6,5
50-59 8 4,7
Gênero
Feminino 142 84
Masculino 27 16
Escolaridade
Ensino fundamental incompleto 2 1,2
Ensino fundamental completo 2 1,2
Ensino médio incompleto 1 0,6
Ensino médio completo 12 7,1
Ensino superior incompleto/cursando 95 56,2
Ensino superior completo 22 13
Pós-graduação 35 20,7
Fonte: Dados da pesquisa.
22

De um total de 22 municípios pertencentes à região do Médio Alto Uruguai,


segundo dados da FEE, foram obtidas respostas de 15 deles, conforme mostra a
Tabela 2, ficando de fora Alpestre, Dois Irmãos das Missões, Gramado dos
Loureiros, Nonoai, Novo Tiradentes, Trindade do Sul e Vicente Dutra. Quanto às
frequências absolutas e relativas relacionadas aos municípios os quais os
entrevistados residiam 33,1% (n=56) dos indivíduos eram pertencentes ao município
de Frederico Westphalen, enquanto 29,6% (n=50) residiam em Palmitinho. Os
demais municípios tiveram menor expressão conforme a tabela abaixo.

Tabela 2 – Municípios aos quais os entrevistados residiam.

Municípios Frequência
n %
Ametista do Sul 3 1,8
Caiçara 6 3,6
Cristal do Sul 1 0,6
Erval Seco 1 0,6
Frederico Westphalen 56 33,1
Iraí 14 8,3
Palmitinho 50 29,6
Pinhal 1 0,6
Pinheirinho do Vale 9 5,3
Planalto 1 0,6
Rio dos Índios 1 0,6
Rodeio Bonito 2 1,2
Seberi 6 3,6
Taquaruçu do Sul 14 8,3
Vista Alegre 4 2,4
Fonte: Dados da pesquisa.

Na análise geral das respostas para a variável relacionada ao nível de


conhecimento sobre a área da Fisioterapia Pélvica, observou-se que 63,9% (n=108)
dos entrevistados relataram que já ouviram falar em Fisioterapia Pélvica (Gráfico 1).
Destes 63,9%, uma porcentagem de 52,8% (n=57) relatou que ouviu falar pela
primeira vez há um ano ou menos, sendo que 39,8% obtiveram conhecimento
através dos meios de comunicação.
23

Gráfico 1 – Conhecimento sobre a área da Fisioterapia Pélvica.

Você já ouviu falar em Fisioterapia Pélvica?

36,1%
SIM
NÃO

63,9%

Fonte: Dados da pesquisa.

Com base na amostragem estratificada dentro do subgrupo faixa etária


(Gráfico 2), verificou-se que a maioria dos indivíduos dentro das suas faixas de
idade entre 18-19 anos, 20-29 anos, 30-39 anos e 40-49 anos já ouviram falar sobre
Fisioterapia Pélvica. Já dentre os entrevistados com idade variável entre 50-59 anos,
a maioria deles, correspondendo a 62,5% (n=5) relataram que nunca ouviram falar
em Fisioterapia Pélvica.

Gráfico 2 – Estratificação do nível de conhecimento dos entrevistados por idade.


80
69,6%
70
63,9% 63,3% 62,5%
60
54,5%
50 45,5%
40 37,5% 36,1% 36,7%
30,4%
30

20

10

0
SIM NÃO
18-19 anos 20-29 anos 30-39 anos 40-49 anos 50-59 anos
Fonte: Dados da pesquisa.

No que se refere ao gênero, o Gráfico 3 demonstra que das 142 mulheres


entrevistadas, 66,2% (n=94) delas responderam que já ouviram falar em Fisioterapia
24

Pélvica, enquanto dentre os 27 homens entrevistados, 51,9% (n=14) relataram


nunca ter escutado.

Gráfico 3 – Estratificação do nível de conhecimento dos entrevistados por gênero.


80
66,2%
60
48,1% 51,9%
40 33,8%
20
0
SIM NÃO
Feminino Masculino
Fonte: Dados da pesquisa.

Tendo em consideração a amostragem estratificada com base no subgrupo


escolaridade, pode-se verificar através do Gráfico 4 o conhecimento da população
conforme o nível de escolaridade dos entrevistados.

Gráfico 4 - Estratificação do nível de conhecimento dos entrevistados por


escolaridade.
120
100% 100%
100
80 70,5%
60 50% 59,1%
50% 50% 50% 40,9% 45,7%
54,3%
40 29,5%
20
0 0
0
SIM NÃO

Ensino fundamental incompleto


Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto/cursando
Ensino superior completo
Pós-graduação
Fonte: Dados da pesquisa.
25

Em relação à amostragem estratificada dentro do subgrupo municípios, pode-


se observar através da Tabela 3 as frequências absolutas e relativas voltadas ao
nível de conhecimento da população residente em suas respectivas cidades, ainda
com base na questão “Você já ouviu falar em Fisioterapia Pélvica?”.

Tabela 3 - Estratificação do nível de conhecimento dos entrevistados por município.

Municípios SIM NÃO


n % n %
Ametista do Sul 3 100 0 0
Caiçara 2 33,3 4 66,7
Cristal do Sul 1 100 0 0
Erval Seco 1 100 0 0
Frederico Westphalen 38 67,9 18 32,1
Iraí 9 64,3 5 35,7
Palmitinho 30 60 20 40
Pinhal 1 100 0 0
Pinheirinho do Vale 6 66,7 3 33,3
Planalto 1 100 0 0
Rio dos Índios 1 100 0 0
Rodeio Bonito 2 100 0 0
Seberi 4 66,7 2 33,3
Taquaruçu do Sul 8 57,1 6 42,9
Vista Alegre 3 75 1 25
Fonte: Dados da pesquisa.

Quando questionados sobre se já fizeram algum tipo de tratamento


envolvendo a área de Fisioterapia Pélvica, 95,9% (n=162) dos participantes da
pesquisa responderam que nunca realizaram e apenas 4,1% (n=7) responderam que
já realizaram, conforme o gráfico abaixo (Gráfico 5). Além disso, dentre os
entrevistados que já realizaram atendimento, 85,7% (n=6) pertenciam ao gênero
feminino.
26

Gráfico 5 – Realização de tratamento na área de Fisioterapia Pélvica.

Já fez algum tipo de tratamento fisioterapêutico na área de


Fisioterapia Pélvica?

4,1%

SIM
NÃO

95,9%
Fonte: Dados da pesquisa.

Os sete entrevistados que relataram já ter realizado algum tratamento dentro


da área de Fisioterapia Pélvica puderam avaliar os resultados obtidos. Em geral,
como demonstra o Gráfico 6, os mesmos encontram-se satisfeitos com os resultados
obtidos, no qual 100% responderam de forma positiva, sendo que 71,4% (n=5)
consideraram o resultado bom, e 28,6% (n=2) consideraram ótimo.

Gráfico 6 – Nível de satisfação dos entrevistados que realizaram tratamento na área


de Fisioterapia Pélvica.

Qual a sua avaliação dos resultados?

28,6%
BOM

ÓTIMO

71,4%

Fonte: Dados da pesquisa.

No que diz respeito à importância da Fisioterapia Pélvica na saúde da


população, a grande maioria considerou “muito importante”, totalizando 86,4%
(n=146), sendo que os participantes que consideraram “pouco importante”
representaram 13,6% (n=23), como mostra o gráfico abaixo (Gráfico 7).
27

Gráfico 7 – Importância da Fisioterapia Pélvica na saúde da população.


Qual a importância da Fisioterapia Pélvica na saúde da
população?

13,6%
Muito importante
Pouco importante

86,4%

Fonte: Dados da pesquisa.

Por fim, no Gráfico 8 estão apresentadas as frequências em relação ao que é


preciso para que a Fisioterapia Pélvica seja mais reconhecida e difundida pela
população, sendo esta uma questão de múltipla escolha. Verificou-se que
“campanhas que divulguem a atuação da Fisioterapia Pélvica” foi a opção mais
votada com 76,9% (n=130), seguida de “maiores divulgações na mídia” com 53,8%
(n=91). “Um melhor acesso através do Sistema Único de Saúde (SUS)” totalizou
43,2% (n=73) e 26% (n=44) dos participantes entrevistados acreditam que “o
fisioterapeuta deve divulgar mais o seu trabalho no local de atuação”.

Gráfico 8 – Divulgação e reconhecimento da área de Fisioterapia Pélvica pela


população.
90
80 76,9%
70
60 53,8%
50 44,2%
40
30 26%
20
10 3,6%
0
Um melhor Campanhas O fisioterapeuta Maiores Outro
acesso através que divulguem divulgar mais o divulgações na
do SUS a atuação da seu trabalho no mídia
Fisioterapia local de
Pélvica atuação
Fonte: Dados da pesquisa.
28

Seis participantes (3,6%) selecionaram a opção “outro”, sendo que apenas


dois destes deixaram sugestões não descritas nas opções da referida questão, as
quais foram:
Indivíduo 1 - “Um maior número de profissionais Fisioterapeutas
especializados nessa área também contribuiria para difundir e aumentar o
conhecimento da população em relação à Fisioterapia Pélvica. Assim como, um
engajamento maior dos profissionais a fim de desmistificar esse tratamento, bem
como mostrar a importância do mesmo”;
Indivíduo 2 - “Mais união dos profissionais da Fisioterapia, onde assim que
identificado à necessidade, indicar o colega especialista para o seu paciente”.
29

5 DISCUSSÃO

A Fisioterapia constitui-se como uma das áreas mais recentes da saúde e


vem se desenvolvendo no Brasil através de esforços de uma categoria que, até
2004, era composta por aproximadamente 80 mil profissionais. (CAVALCANTE et
al., 2011). Frente ao seu crescimento e surgimento de ramos dentro da profissão, a
Fisioterapia Pélvica conta com um significativo avanço de pesquisas no que diz
respeito à fisiologia do trato genitourinário, na qual sua intervenção envolve uma
abordagem conservadora, minimamente invasiva e praticamente sem efeitos
adversos. (FILHO et al., 2013).
Este estudo teve como objetivo analisar o nível de conhecimento da
população sobre a área da Fisioterapia Pélvica. Através dos resultados obtidos,
verificou-se que a população estudada apresenta algum conhecimento em relação
ao assunto abordado, no qual 63,9% dos entrevistados relataram já ter escutado
falar em Fisioterapia Pélvica, sendo que, destes, 52,8% ouviram falar pela primeira
vez há um ano ou menos.
Rejaile (2002), em seu estudo descritivo realizado na cidade de Curitiba - PR
com uma amostra de 227 indivíduos verificou que a Ginecologia foi o ramo de
atuação da Fisioterapia com maior grau de desconhecimento da população
estudada, na qual apenas 8% dos entrevistados relataram que o profissional
fisioterapeuta pode atuar nesta área. Outro estudo descritivo, publicado 12 anos
após o de Rejaile, realizado por Amado, Flores e Neto (2014), no município de Lauro
de Freitas - BA com uma amostra de 130 pessoas demonstrou que apenas 5%
destas reconheceram a área de Uroginecologia dentro da Fisioterapia.
Uma possível explicação para a dificuldade na sólida implementação da
Fisioterapia Pélvica no sistema de saúde, é a de que há um desconhecimento
advindo dos próprios profissionais de saúde. Para tal, Stein e colaboradores (2018),
realizaram um estudo transversal com profissionais médicos (n=6) e enfermeiros
(n=7) que trabalhavam nas Unidades Básicas de Saúde vinculadas ao Núcleo de
Apoio a Saúde da Família 1 do município de Timbó - SC, a fim de analisar o
entendimento dos mesmos acerca da atuação da Fisioterapia nas disfunções do AP.
Os autores verificaram que o conhecimento dos profissionais acima citados foi
relativamente satisfatório, levando em consideração que, aqueles que assinalaram
30

conhecer as especificidades desta especialidade, foi apenas através do contato com


o/a fisioterapeuta da rede que atende de forma generalista.
Conforme o relato dos sete entrevistados que já realizaram algum tratamento
dentro da área da Fisioterapia Pélvica, verificou-se que os mesmos avaliaram os
resultados de forma positiva. Com base nisso, no estudo de Farias (2003), realizado
com 50 médicos especialistas em Urologia (n=29) e Ginecologia (n=21), quando
questionados sobre a satisfação com relação aos resultados dos seus pacientes
obtidos através da Fisioterapia Pélvica, 29 marcaram a opção “bons” e 03
consideraram “excelentes”, enquanto para 07 deles os resultados foram “regulares”
e 11 profissionais preferiram não opinar.
Sabe-se que, de fato, a Fisioterapia Pélvica pode contribuir de forma positiva
na resolução de disfunções e na melhoria da qualidade de vida de indivíduos de
ambos os gêneros e das mais variadas faixas etárias, sendo possível observar
através desse estudo, que a maioria dos entrevistados (86,4%) considera essa
especialidade “muito importante” no que diz respeito à saúde da população.
Ademais, a mesma trata-se de uma área da saúde que necessita de conhecimentos
multidisciplinares, além de um trabalho interdisciplinar. (STEIN et al., 2018).
A fim de facilitar a divulgação e o consequente reconhecimento da
Fisioterapia Pélvica pela população em geral, “campanhas que divulguem a atuação
da Fisioterapia Pélvica”, foi a opção mais assinalada pelo público entrevistado,
seguida de “maiores divulgações na mídia”. Para tal, Carneiro e colaboradores
(2016) elaboraram um manual didático a fim de levar conhecimento para a
população sobre os MAP e a atuação da Fisioterapia de forma prática, com o intuito
de promover saúde por meio da informação.
Em relação à necessidade de um melhor acesso ao atendimento na área
através do SUS, Stein e colaborares (2018) ressaltam em seu estudo que o
encaminhamento dos pacientes por parte dos médicos à Fisioterapia não ocorre
para um serviço especializado, tendo em vista que o mesmo não existe na rede do
município.
31

6 CONCLUSÃO

A atuação da Fisioterapia vem se expandindo nos últimos anos, e,


concomitante a isso, o surgimento e reconhecimento de ramos e especialidades da
profissão a fim de atender a demanda populacional de forma mais individualizada e
priorizando estratégias que englobem os três níveis de atenção à saúde.
Embora o estudo tenha sido limitado devido ao uso das mídias sociais como
meio de divulgação no que tange faixa etária e nível social e pelo grau de
confiabilidade das respostas dos entrevistados, além de não ter atingido todos os
municípios da região do Médio Alto Uruguai, conclui-se a hipótese de que a
população possui certo conhecimento sobre a área da Fisioterapia Pélvica.
Entretanto, fica evidente no estudo que, para a divulgação e reconhecimento
acerca da Fisioterapia Pélvica, deve haver, inicialmente, um maior contato e
interação entre os profissionais da área da saúde, assim como uma maior união dos
fisioterapeutas, para que dessa forma a área possa ser difundida através de
campanhas, divulgações na mídia e educação em saúde advinda dos próprios
profissionais atuantes.
Espera-se, portanto, que a presente pesquisa possa servir como
embasamento teórico para futuros estudos e contribuir de forma significativa no
fortalecimento e divulgação da atuação dos profissionais fisioterapeutas no âmbito
da Fisioterapia Pélvica.
32

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pacientes com incontinência fecal. Rev. Bras. Coloproct., Rio de Janeiro, v. 31, n.
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2015.
36

APÊNDICES
37

APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Sr(a). participante,

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto intitulado “Análise do


nível de conhecimento da população residente nos municípios da região do
Médio Alto Uruguai em relação à área da Fisioterapia Pélvica”. O presente
estudo tem como objetivo analisar o nível de conhecimento da população sobre a
área da Fisioterapia Pélvica. Sua participação será através de um questionário auto-
aplicável, respondido de maneira voluntária, sem custos ou qualquer remuneração.
Caso não queira participar ou desista durante o preenchimento do questionário,
basta fechar a página. Ademais, nenhum dado será gravado até que você finalize o
preenchimento completo das questões e clique no botão ENVIAR. Suas respostas
serão utilizadas única e exclusivamente para fins desta pesquisa, e o tempo para
preencher o questionário será de, no máximo, dez (10) minutos.
O questionário a seguir contém dados como faixa etária, escolaridade e
município no qual reside. Ainda, faz parte do instrumento questões relacionadas ao
seu conhecimento sobre a profissão de Fisioterapia e a área da Fisioterapia Pélvica,
os campos de atuação, técnicas e recursos que podem ser utilizados, dentre outros.
As informações obtidas serão analisadas em conjunto com as respostas de outros
participantes.
Riscos e benefícios: os riscos de constrangimento e exposição pessoal
estão extintos, tendo em vista a necessidade do seu consentimento para responder
o questionário, ocorrendo de maneira individualizada, onde o próprio aplicativo
Google Forms ocultará a sua identificação nominal. Além disso, você tem o direito
de desistir da pesquisa a qualquer momento apenas fechando a janela do
navegador, não trazendo prejuízos em relação à acadêmica responsável ou à
instituição.
Como benefícios, você terá a possibilidade de obter um maior conhecimento
acerca da atuação do fisioterapeuta no âmbito da Fisioterapia Pélvica, além da sua
participação no estudo servir como ferramenta para a divulgação dessa área
profissional em ascensão.
38

Se estiver de acordo em participar, por favor, clique na opção abaixo “Li e


concordo com as informações acima descritas”, ao realizar isso, fica entendido sua
concordância em participar da pesquisa. Após, siga respondendo o questionário, e
ao terminar, clique no botão ENVIAR.
O Comitê de Ética em Pesquisa da URI poderá ser contatado para
esclarecimento de dúvidas através do telefone 3744-9200, ramal 306, das 8:00 às
17:00, ou diretamente com as pesquisadoras responsáveis:
Profª. Ma. Nadyne Rubin; fone (51) 9 9797-4045; e-mail: [email protected] e
acadêmica Maria Eduarda Lazzarotto, acadêmica do 9º semestre do curso de
Fisioterapia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões –
URI, Campus de Frederico Westphalen; fone (55) 9 9601-4811; e-mail:
[email protected].
39

ANEXOS
40

ANEXO A – Questionário acerca do nível de conhecimento da população sobre a


Fisioterapia Pélvica

VOCÊ CONHECE A FISIOTERAPIA PÉLVICA?

1) Em qual município você reside? ___________________

2) Qual o seu gênero?


( ) Feminino Outro:_________________
( ) Masculino

3) Qual a sua faixa etária?


( ) Menos de 18 anos ( ) 30 a 39 anos ( ) 50 a 59 anos
( ) 18 a 19 anos ( ) 40 a 49 anos ( ) Acima de 60 anos
( ) 20 a 29 anos

4) Qual a sua escolaridade?


( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Superior incompleto/cursando
( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Superior completo
( ) Ensino Médio incompleto ( ) Pós-Graduação
( ) Ensino Médio completo Outro:_________________

5) Você já ouviu falar em Fisioterapia?


( ) Sim
( ) Não

6) Há quanto tempo ouviu falar pela primeira vez em Fisioterapia?


( ) 1 ano ou menos ( ) 5 anos
( ) 3 anos ( ) 10 anos ou mais

7) Como conheceu?
( ) Através da indicação de um profissional ( ) Precisou de atendimento
( ) Amigos ( ) Outros
( ) Meios de comunicação
41

8) Você já ouviu falar em Fisioterapia Pélvica?


( ) Sim
( ) Não

9) Há quanto tempo ouviu falar pela primeira vez em Fisioterapia Pélvica?


( ) 1 ano ou menos ( ) 5 anos
( ) 3 anos ( ) 10 anos ou mais

10) Como conheceu?


( ) Através da indicação de um profissional ( ) Precisou de atendimento
( ) Amigos ( ) Outros
( ) Meios de comunicação

11) Na sua opinião, o fisioterapeuta pélvico está apto a atuar em:


( ) Pós-operatório de cirurgias pélvicas ( ) Gestação, parto e puerpério
( ) Disfunções sexuais ( ) Climatério
( ) Incontinências urinárias e fecais ( ) Prevenção de doenças
( ) Prolapsos de órgãos pélvicos ( ) Não sei

12) Qual público pode procurar atendimento na área de Fisioterapia Pélvica?


( ) Crianças ( ) Idosos
( ) Homens ( ) Não sei
( ) Mulheres

13) Na sua opinião, quais dos seguintes recursos podem ser utilizados nas sessões
de Fisioterapia Pélvica?
( ) Aparelhos eletrotérmicos ( ) Dilatadores vaginais
( ) Exercícios ( ) Vibradores
( ) Massagem ( ) Bolas de ben-wa
( ) Cones vaginais ( ) Não sei

14) Já fez algum tipo de tratamento fisioterapêutico na área de Fisioterapia Pélvica?


( ) Sim
( ) Não
42

15) Qual a sua avaliação dos resultados?


( ) Ruim ( ) Bom
( ) Regular ( ) Ótimo

16) Qual o motivo por nunca ter procurado um profissional desta área?
( ) Nunca precisou ( ) Falta de vagas nos postos de saúde
( ) Médico não recomendou ( ) Outros motivos

17) Na sua opinião, qual a remuneração aproximada de uma sessão de Fisioterapia


Pélvica?
( ) R$ 8,00 a 20,00 ( ) R$ 60,00 a 100,00
( ) R$ 20,00 a 60,00 ( ) Acima de 100,00

18) Qual a importância da Fisioterapia Pélvica na saúde da população?


( ) Sem importância
( ) Pouco importante
( ) Muito importante

19) O que é preciso para que a Fisioterapia Pélvica seja mais difundida e
reconhecida pela população?
( ) Um melhor acesso através do SUS
( ) Campanhas que divulguem a atuação da Fisioterapia Pélvica
( ) O fisioterapeuta divulgar mais o seu trabalho no local de atuação
( ) Maiores divulgações na mídia (Facebook, jornais, rádio, televisão)
( ) Outro: __________________________________________________
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ANEXO B – Parecer consubstanciado do CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da pesquisa: ANÁLISE DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO


RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO MÉDIO ALTO URUGUAI EM
RELAÇÃO À ÁREA DA FISIOTERAPIA PÉLVICA
Pesquisador: Nadyne Rubin
Área temática:
Versão: 1
CAAE: 04431218.0.0000.5352
Instituição Proponente: Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões – URI
Patrocinador principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 3.110.969

Apresentação do projeto: Trata-se de projeto de pesquisa intitulado de “ANÁLISE


DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS
DA REGIÃO DO MÉDIO ALTO URUGUAI EM RELAÇÃO À ÁREA DA
FISIOTERAPIA PÉLVICA”, elaborado pela estudante MARIA EDUARDA
LAZZAROTTO sob a orientação da professora Nadyne Rubin. O resumo apresenta
os elementos necessários, embora pudessem ser apresentados os resultados
esperados da pesquisa. O Problema é claro, busca identificar o grau de
conhecimento da população a respeito da fisioterapia pélvica, algo que, como
referido pela pesquisadora, é uma “área de trabalho em ascensão, apesar de ser
conhecida de maneira superficial pela população de modo geral, é reconhecida
44

mundialmente e engloba a prevenção e tratamento de distúrbios do AP decorrentes


de alterações funcionais e/ou anatômicas”, o que demonstra a relevância da
pesquisa. As hipóteses são definidas pelo conhecimento ou pelo desconhecimento
da população sobre o tema. A justificativa, embora seja enxuta, é suficiente para
demonstrar que a pesquisa busca suprir uma carência regional, consubstanciada na
suposta falta de conhecimento da população a respeito da temática.

Objetivo da Pesquisa:
O objetivo geral: Analisar o nível de conhecimento da população sobre a área da
Fisioterapia Pélvica.

Objetivos específicos são:


- Demonstrar o nível de conhecimento da população residente nos municípios da
região do Médio Alto Uruguai sobre a área da Fisioterapia Pélvica;
- Estratificar por idade, escolaridade, gênero e cidade o nível de conhecimento da
população sobre a área da Fisioterapia Pélvica;
-Avaliar a credibilidade e evolução da especialidade de Fisioterapia Pélvica perante
a sociedade;
-Informar-se de como divulgar informações à população estudada, para que assim a
profissão tenha maior reconhecimento.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:


O estudo não oferece riscos significativos aos participantes e apresenta como
benefício a ampliação e disseminação do conhecimento acerca da atuação do
profissional da fisioterapia no âmbito da fisioterapia pélvica.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:


- O referencial teórico está adequado e consistente, empregando fontes
bibliográficas relevantes e atualizadas.
- Quanto à metodologia, observa-se no projeto que “A população e amostra será
composta por indivíduos residentes nos municípios da região do Médio Alto Uruguai,
perfazendo um total de 22 cidades, mais precisamente: Alpestre, Ametista do Sul,
Caiçara, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Erval Seco, Frederico Westphalen,
Gramado dos Loureiros, Iraí, Nonoai, Novo Tiradentes, Palmitinho, Pinhal,
45

Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Seberi, Taquaruçu do
Sul, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre”.
Ainda, é destacado que “Serão incluídos no estudo os indivíduos residentes nos
municípios da região do Médio Alto Uruguai, com faixa etária entre 18 e 60 anos e
que tenham concordado com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”.
Os critérios de exclusão configuram-se nos fatores que divirjam dos critérios de
inclusão.
A pesquisa será realizada com o emprego de um questionário autoaplicável
elaborado por Rejaile (2002) adaptado para a presente pesquisa, acrescentando
dados relativos à faixa etária, gênero, escolaridade e município, dados esses que ao
entender deste relator se justificam diante do segundo objetivo específico da
pesquisa.
As perguntas serão fechadas, de múltipla escolha e será enviado aos sujeitos pelo
aplicativo Google Forms. Segundo a pesquisadora, o questionário será
disponibilizado pelas mídias sociais pelo período compreendido entre março e maio
de 2019. A adesão à pesquisa será espontânea, portanto. Após esse período, os
dados coletados serão analisados. Segundo a pesquisadora, “A análise dos dados
será com estatística descritiva como porcentagem, média e desvio padrão e os
resultados serão apresentados em forma de gráficos e tabelas”.
O retorno aos participantes da pesquisa será dado a partir da apresentação do
trabalho e de seus resultados em banca pública, nesta Universidade, bem como em
artigos e congressos.
A pesquisadora resguardará o sigilo dos participantes e o material será guardado
por 5 anos. A pesquisadora, contudo, indica que após esse período o material será
incinerado. Atualmente, o descarte desse tipo de material e documentos deve ser
por picote para reduzir os danos ao meio ambiente.
O cronograma está adequado, distribuindo as atividades de forma que todas as
etapas sejam perfeitamente realizáveis.
Os custos descritos no orçamento serão arcados exclusivamente pela estudante.
As referências utilizadas no projeto são pertinentes e atualizadas.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:


O TCLE, bem como os demais documentos estão de acordo com a Res. 466/12.
46

Recomendações:
Recomenda-se que a forma prevista para o descarte do material após 05 anos seja
revista.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:


O parecer do colegiado é pela APROVAÇÃO, recomendando-se, contudo, que a
forma prevista para o descarte do material após 05 anos seja revista.

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não

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