Aula 2 - Introdução À Patologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 48

Introdução à Patologia

Prof. Dr. Alvaro Galdos


E-mail: [email protected]
Introdução ao estudo da Patologia
• Saúde x Doença → Adaptação

SAÚDE: estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou


social, no qual o individuo sente-se bem (saúde subjetiva) e não apresenta
alterações orgânicas evidentes (saúde objetiva).

DOENÇA: estado de falta de adaptação, no qual o individuo sente-se mal


(sintomas) e apresenta alterações orgânicas evidenciáveis (sinais).
Introdução ao estudo da Patologia
• Etimologia
• Pathos: doença, sofrimento.

• Logos: estudo.
O que é a Patologia? Alterações
Estruturais

Alterações Alterações
Funcionais Bioquímicas
Introdução ao estudo da Patologia
• Patologia → DOENÇA.
• Causas, mecanismos, as sedes e alterações morfológicas e
funcionais das doenças.

• Métodos de Diagnóstico

• Principais tratamentos utilizados


Introdução ao estudo da Patologia
• A patologia tenta explicar os “porquês” e os “ondes” dos sintomas
manifestos pelos pacientes.
• Os quatro aspectos de um processo de doença que formam o cerne da
patologia são:
1. Sua causa (Etiologia).
2. Os mecanismos de seu desenvolvimento (Patogenia ou patogênese).
3. As alterações estruturais induzidas nas células e órgãos do corpo (alterações
morfológicas).
4. As consequências funcionais das alterações morfológicas (significado clínico).
1. Etiologia ou causa
• O termo “causados” esta presente nos registros históricos.
• Acadianos (2500 a. c.): doente: pecador, espíritos.
• Nos tempos modernos: existe duas classes principais de fatores etiológicos
• Intrínsecos ou genéticos
• Adquiridos (infecciosos, nutricionais, químicos, físicos, etc.)

Causa primária Diagnóstico

Doenças genéticas Ambiente


1. Etiologia ou causa
• Pode ser:
• Única
• (Discinesia ciliar)
• Crianças
1. Etiologia ou causa
• Pode ser:
• Múltipla
• Síndrome metabólica
2. Patogenia ou Patogênese
• Refere-se à sequencia de eventos na resposta das células ou tecidos
ao agente etiológico, desde o estímulo inicial até a expressão final da
doença.

O estudo da Principal domino


Patogenia da Patologia

• Conhecer a causa inicial ou patológica nem sempre significa saber a


expressão da doença.
• Algumas doenças apresentam ainda uma patogenia obscura.
2. Patogenia ou Patogênese
• Como o agente etiológico causa a doença!!!!

• Falamos portanto dos MECANISMOS.

• GENÉTICOS
• BIOQUÍMICOS

• Importância médica.
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE

info.abril.com.br centrallanches.wordpress.com www.geneticliteracyproject.org


ETIOLOGIA E PATOGÊNESE

http://ocw.tufts.edu
ETIOLOGIA E PATOGÊNESE

http://ocw.tufts.edu
3. Alterações Morfológicas e Moleculares
• São as alterações estruturais em células ou tecidos que são
características da doença ou diagnosticadas dos processos
etiológicos.
• Podem ser avaliadas macroscopicamente, microscopicamente e/ou
ultra-estruturalmente.
• Auxiliam a definir não apenas a presença, mas o grau de doença!
• Neoplasias, Hepatite crônica viral.

• Em geral, a primeira forma de detecção.


• Não do ponto de vista clinico e sim da cadeia de eventos.
3. Alterações Morfológicas
e Moleculares
AGUDO SUB AGUDO
Horas Dias

Ventrículo
esquerdo
Ventrículo
direito

CURADA
Semanas a anos
Identifique!!
3. Alterações Morfológicas e Moleculares
4. Distúrbios funcionais e significado
clínico
• A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição em
diferentes órgãos ou tecidos influenciam o funcionamento normal e
determinam as características clínicas (sinais e sintomas), curso e
prognóstico da doença.
• É a manifestação da patogênese do ponto de vista de sinais e
sintomas.
• Ligas as manifestações morfo-bioquímicas com as manifestações
clinicas.
Elementos de uma doença e sua relação com a Patologia

Alterações
Causas Mecanismos Lesões Sinais e Sintomas
funcionais

Etiologia Patogênese Anatomia Fisiopatologia Propedêutica


Patológica

Diagnóstico

Patologia Prognóstico
Terapêutica
Prevenção
ADAPTAÇÃO

AGRESSÃO DEFESA

LESÃO

IRREVERSÍVEL
REVERSÍVEL

MORTE CELULAR
Macroscópicas
Lesão ou processo
patológico Morfológicas
Microscópicas

Métodos
Bioquímicos
Moleculares
Métodos de
Conjunto de
Biologia
alterações
Molecular
Alteração da função:
Funcionais
célula, tecido, órgãos
ou sistemas
Ramos principais da Patologia
• Patologia geral
• Estudo das reações aos estímulos anormais que ocorrem em
todas as células e tecidos.

• Patologia sistêmica (especial)


• Estudo das reações específicas de cada tecido ou órgão frente
a uma agressão.
Patologia

Órgãos e
Geral
Sistemas

Alterações Inflamação Distúrbios


Neoplasias
Celulares e Reparo vasculares
Introdução ao estudo da Patologia
ANATOMIA PATOLÓGICA
• Analisar as alterações causadas pelas mais variadas doenças
nas células e nos tecidos.

• No Brasil, a Patologia Clínica (diagnóstico de alterações


orgânicas pelo emprego de análises de laboratório) se
separou da Anatomia Patológica.

• Campo de especialização para qualquer profissional da saúde.


Anatomia Patológica
• Patologia cirúrgica
• Análise de espécimenes cirúrgicos sólidos visando a alteração
em seu tecido (histopatológicas).

• Citopatologia
• Análise de líquidos e secreções corporais, visando avaliar a
presença de alterações celulares (citopatológicas).
Anatomia Patológica
• Necropsias
• Estudo post-mortem das alterações presentes no organismo
buscando identificar a causa do óbito.
Métodos de Estudo em Patologia
• Estudo morfológico.

• Imuno-histoquímica.

• Cultura celular.

• Citometria.

• Morfometria.

• Técnicas de biologia molecular


FERRAMENTAS

Microscopia Imunohistoquímica
HE Eletrônica
Histoquímica Imunofluorescência
Patologia Molecular

Identificação
Identificação
Estrutura Identificação de grosseira de
proteínas e outros
específica da
Identificações de
mutações ou de
Ultra-estruturas expressão de
Geral componentes e
microrganismos
proteínas
proteína mutada

Anticorpo específico
Avaliação quali e Zhiel – Micobacteria
para cada Uso de técnicas de PCR,
Masson – Colágeno PAS
quantitativa estrutura/organismos Western Blot, etc
- Glicogênio
desejados

Discinesia Tuberculose e Tipo / origem do


Desenvolvimento
de alvos
ciliar Cirrose Hepática câncer
terapêuticos
Estudo morfológico
• Exames anatomopatológicos
• Biópsias
• Ablativas ou excisionais, retirada de toda a lesão.

• Incisionais, retirada de parte da lesão para diagnóstico.

• Peças cirúrgicas: tratamento cirúrgicos de peças variadas,


neoplásicas ou não.
Estudo morfológico
• O que é um exame de congelação????
• Exame intra-operatório rápido, realizado com o paciente ainda
na sala de cirurgia.

• Pode ser realizado no centro cirúrgico ou no laboratório de


Anatomia patológica.

• Duração: 10 – 15 minutos.
Exame de congelação
• Principais indicações:
• Definir a natureza da lesão (Neoplásica x não neoplásica).

• Avaliar margens cirúrgicas.

• Avaliar a qualidade e quantidade da amostra para diagnóstico


posterior.
Tratamento da amostra: Peças cirúrgicas
Envio de materiais:
1. Integridade da peça
➢ Evitar seccionar materiais pequenos e médios.

➢ Peças muito grandes devem ser cortadas para melhor fixação do


material.

➢ Órgãos ocos: abri-los.

➢ Temperatura ambiente.
✓ Produtos de amputação
Tratamento da amostra: Peças cirúrgicas
2. Recipiente:
➢ Tamanho adequado (10 vezes o tamanho da peça).

➢ Abertura larga.

➢ Vidro ou plástico.

➢ Hermeticamente fechados.

➢ Sempre com identificação.


Tratamento da amostra: Peças cirúrgicas
3. Fixação:
➢ Imediata.

➢ Solução fixadora: Formol a 10% (fixador universal).

➢ Recobrir toda a peça (10 volumes para cada peça).


Tratamento da amostra: Peças cirúrgicas
4. Identificação do material:
➢ Nome completo do paciente.

➢ Numero de registro hospitalar (prontuário).

➢ Identificação da peça cirúrgica e topografia.

➢ Nome do médico responsável.

➢ Data de procedimento.
Tratamento da amostra: Peças cirúrgicas
5. Formulário de solicitação de exame:
➢ Nome completo do paciente e idade.

➢ Número de registro hospitalar (Prontuário).

➢ Identificação da peça cirúrgica e topografia.

➢ Data do procedimento.

➢ História clínica resumida e hipóteses diagnósticas.

➢ Identificação do médico solicitante (assinatura e carimbo).


Estudo morfológico
• Exames citológicos.
Tratamento da amostra: Citologias
1. Líquidos (pleural, ascético, pericárdico, articulares, líquor, lavados brônquicos, urina.

2. Esfregaços (colpocitologias, PAAF de tireoide, escovados brônquicos)

http://www.youtube.com/watch?list=UUrq1l20m8Lpk7amqIFU7nLA&v=CBPGsuS8ki
A
Tratamento da amostra: Citologias
1. Líquidos (pleural, ascético, pericárdico,
articulares, líquor, lavados brônquicos, urina.
1. Recipiente:
1. Vidro ou plástico.

2. Hermeticamente fechado.

3. Sempre com identificação.

4. Temperatura ambiente ou geladeira a 4°C.


Tratamento da amostra: Citologias
1. Líquidos (pleural, ascético, pericárdico,
articulares, líquor, lavados brônquicos, urina.
2. Fixação:
➢ Álcool a 70%

➢ Proporção de 1:1
Tratamento da amostra: Citologias
1. Líquidos (pleural, ascético, pericárdico,
articulares, líquor, lavados brônquicos, urina.
3. Identificação do material:
➢ identificar o frasco com: nome completo do paciente, número de
registro hospitalar (prontuário), identificação do tipo de material, nome
do médico responsável, data do procedimento.
Tratamento da amostra: Citologias
1. Líquidos (pleural, ascético, pericárdico,
articulares, líquor, lavados brônquicos, urina.
4. Formulário de solicitação de exame:
➢ Nome completo do paciente e idade.
➢ Número de registro hospitalar (Prontuário).
➢ Identificação da peça cirúrgica e topografia.
➢ Data do procedimento.
➢ História clínica resumida e hipóteses diagnósticas.
➢ Identificação do médico solicitante (assinatura e carimbo).
Tratamento da amostra: Citologias
2. Esfregaços (colpocitologias, PAAF de tireoide,
escovados brônquicos)
1. Identificar todas as lâminas com as iniciais do paciente e
número do registro hospitalar.
Tratamento da amostra: Citologias
2. Esfregaços (colpocitologias, PAAF de tireoide,
escovados brônquicos)
2. Fixação:
➢ Imediata!!!

➢ Álcool a 70%

➢ Spray fixador
Tratamento da amostra: Citologias
2. Esfregaços (colpocitologias, PAAF de tireoide,
escovados brônquicos)
3. Armazenamento:
➢ Tubete (Lâminas fixadas em álcool).
➢ Tubete ou envelope, ambos identificados (lâminas fixadas com spray).
Tratamento da amostra: Citologias
2. Esfregaços (colpocitologias, PAAF de tireóide,
escovados brônquicos)
4. Formulário de solicitação de exame:
• Nome completo do paciente e idade.
• Número do registro hospitalar (prontuário).
• Identificação do tipo de material e topografia.
➢ Quantidade de lâminas enviadas.
• Data do procedimento.
• História clínica resumida e hipóteses diagnósticas.
• Identificação do médico solicitante (assinatura e carimbo).
Obrigado
[email protected]

Você também pode gostar