O Ritual Da Deitada Na Umbanda
O Ritual Da Deitada Na Umbanda
O Ritual Da Deitada Na Umbanda
A Umbanda é uma só, mas dentro de cada terreiro existe um universo inteiro. Cada
casa tem suas tradições, seus costumes, suas crenças…
E claro, seus próprios fundamentos.
A deitada (também chamada de camarinha) é um destes rituais que pode ser praticado
de diversas formas dependendo da casa, mas traz em si um fundamento muito bonito
que é firmar a energia do orixá na cabeça de quem vai se deitar.
Todo o procedimento é feito para chamar o axé dos orixás das forças da natureza,
condensar e então firmar na cabeça do médium (ou ori) aquela energia. Pra isso se
começa fazendo uma oferenda para os orixás que se vai deitar. Frutas, flores, ervas,
tudo é adicionado como um presente para o orixá que nos trará seu axé.
E para iniciar os trabalhos é lavada a cabeça do médium com o amaci.
O amaci (pronunciado amací) é o macerado extraído de diversas ervas e flores, que
trazem em si a vibração do orixá que se quer deitar.
Cada orixá imprimiu sua força em uma planta ou erva diferente, e quando juntamos
estas ervas e tiramos seu sumo, estamos trazendo estes elementos da natureza de
maneira magística, para que estando em conjunto, possam trazer o axé do orixá para
aquele líquido.
Feita a maceração com um ritual em oração, o líquido é rezado e se torna abençoado
na energia do orixá.
E é esse amaci que será derramado diretamente na cabeça do médium, para que toda
essa boa energia do orixá entre diretamente em seu chacra coronário.
Para preservar este axé, cobrimos a cabeça com o pano de cabeça e em seguida se
procede ao que dá nome ao ritual, à deitada em si.
Ali, deitado durante um tempo, o axé dos orixás vai se firmar diretamente em nossa
cabeça.
É deitado na esteira, com a mente tranquila e o coração calmo, que a verdadeira
energia do orixá se revela em cada um de nós.
Com o passar do tempo, o silêncio absoluto que fazemos acalma os sentidos e só o
nosso corpo fluídico começa a se manifestar.
A energia dos orixás é serena, e precisa de um coração também sereno para surgir.
Então a grande magia acontece: ali deitado só você e seus orixás, as ideias surgem, o
corpo físico se restabelece… os problemas que até então eram imensos,
intransponíveis, se mostram cada vez menores, passageiros frente à sensação de
completude e de comunhão infinita com o sagrado que só o axé do orixá pode trazer.
Nada pode ser mais bonito do que ter uma experiência capaz de te trazer um estado
superior de consciência que lhe traz a paz da comunhão.
A deitada não é na esteira, mas no colo do orixá pra quem você está deitando.
E quando se deita para as 7 linhas é ainda mais bonito, já que você entrega sua cabeça
para que todos os orixás sejam seus guias na jornada espiritual da Umbanda.
E claro, ao se levantar da esteira, é natural que o médium esteja mais do que “virado”
no orixá, porque a sua energia vital está impregnada do axé do orixá.
É quando o orixá dança sua dança ancestral, a dança de movimentos cadenciados que
trazem pro corpo o arquétipo de cada orixá.
É aí que a força de Iansã, a paz de Oxalá, o poder de Xangô ou a beleza de Oxum que até
então estavam agindo só no mental do médium saem para o mundo físico em forma de
dança.
Em muitas tradições, para encerrar os trabalhos o pai no santo chama o guia de frente
do médium, ou um guia de direita, que se manifesta para fechar com chave de ouro
com a mensagem de que toda energia, toda cura que foi executada ali tem um
compromisso com a prática do bem e da caridade.
E quando é terminado o trabalho o médium está limpo energeticamente e carregado
de todo bom axé que só um orixá pode trazer para sua coroa.
É como fosse uma “bateria” que está carregada ao máximo de energia, pronta para
oferecer sua força pro médium por muito tempo.
E como a “bateria” está completamente carregada, nada melhor do que tomar cuidado
para que sua energia dure o máximo possível, não é?
Pra isso o pai no santo pede um preceito de alguns dias, em que o médium se
resguarda como uma forma de evitar que o médium deixe esvair todo o axé que
recebeu e mantenha consigo esta boa energia o máximo de tempo possível.
Daí pra frente é só aproveitar a oportunidade e deixar que os orixás te permitam ver a
vida com melhores olhos e seguir na prática do bem e da caridade para sermos sempre
merecedores deste axé.
Cleber Quichimbi
Saída de Iaô
A festa ritualística que marca o término deste período é denominada Saída de Iaô, neste
momento ele será apresentado à comunidade. Ele será acompanhado por uma autoridade
à frente de todos para que lhe sejam rendidas homenagens. Se for um Ogan ou
uma Ekedje, deverá acompanhá-lo o orixá que determinou que este fosse
o Ogan/Ekedje dele. Deitado sobre uma esteira, ele saudará com reverência e paó, que
são palmas compassadas que serão dadas a cada reverência feita pelo iaô e
acompanhadas por todos presentes, como demonstração de que a partir daquele
momento ele nunca mais estará sozinho na sua caminhada. Primeiramente saudará o
mundo, neste momento a localização da esteira é na porta principal da casa. No seu
interior, ele saudará o axé (normalmente fica no centro do barracão) onde estão os
fundamentos da casa e do sacerdote, os atabaques, o sacerdote que o iniciou, e no caso
de ser um Ogan ou Ekedje, saudará também o orixá que lhe escolheu. Nesse ritual o
corpo do filho de santo é pintado com pó branco (efun), azul (waji) e vermelho (osun), ele
usa na cabeça uma pena vermelha chamada Ekodidé. Essa saída é feita normalmente em
3 dias seguidos. No primeiro dia, o Iaô sai com roupas todas brancas e com o corpo
pintado apenas com Efun, homenageando Oxalá. No segundo dia, o Iaô sai pintado
com waji e efun. No terceiro, com efun, waji e osun, representando o orixá indo para a
guerra, pintado para assustar os inimigos. Após estes, vem a última saída, que é aberta a
pessoas de fora da comunidade, depois das reverências, é a hora do Orixá incorporado
gritar seu orunkó (nome). O sacerdote escolhe alguém para ser o padrinho de Orunkó, que
é a pessoa que vai ouvir o nome do Orixá. No caso de um Ogan ou uma Ekedje,
o orixá que te suspendeu dirá o nome do seu orixá e escolherá o padrinho.
Porém o iaô ainda não terminou as obrigações terá ainda que cumprir
um preceito normalmente de três meses, dependendo do orixá, e continuar usando
o kelê (uma gargantilha de contas) que foi colocada em seu pescoço no início da feitura de
santo. Durante esses três meses o Iaô continuará dormindo numa esteira, usará roupas
brancas e seguir uma série de restrições denominada de preceito ou resguardo como: não
ter relações sexuais, não se olhar no espelho (Lembrando que nesse momento, você e o
orixá se tornam um só, e até tirar o kelê, é como se tudo que você fizesse fosse
o orixá fazendo) não comer carne vermelha, não beber bebidas alcoólicas, não fumar, e
mais algumas, dependendo do orixá da pessoa. Aquele que descumprir o preceito deverá
fazer a maioria dos processos da iniciação novamente, pois não valerá de nada se ele não
cumpriu o preceito, além de não merecer o sagrado, pois prefere se divertir nos prazeres
carnais ao invés de colocar o orixá em primeiro lugar. É o período mais difícil para
o Iaô que precisa voltar a trabalhar, muitos se iniciam no período de férias do trabalho e
quando termina as férias precisam voltar para um ambiente onde sem dúvida será notado
por todos, discriminado por alguns e terá que se manter calado, terá muitos problemas na
hora das refeições, pois está proibido de comer em bares e restaurantes, terá que levar
uma marmita, comer no chão e aceitar os olhares de curiosidade. Algumas casas
atualmente por esse motivo têm feito alguns acordos com os orixás para que o iaô que
precisa trabalhar já saia do terreiro sem o kelê, mas terá que cumprir todos os itens do
resguardo nos mínimos detalhes. Nesse caso não precisará usar somente branco, poderá
usar roupas de cores claras. Existem casos de empresas que o uniforme é preto, marrom,
azul marinho, nesses casos o Orixá permite, não vai querer que seu filho perca o emprego.
Terminado o período de kelê, é feita a retirada do mesmo e outro ritual é feito para
comemorar a comumente chamada "caída de kelê".
Deitada na Umbanda
A deitada e o batismo são dois dos principais rituais do ciclo de obrigações do médium
A Deitada é um ritual no qual o médium é recolhido com oferendas para o orixá e exu
para fortalecer a sua mediunidade, seus anjos de guarda e ao mesmo tempo seu ori
(cabeça). Este ritual é utilizado para que o médium passe a ter mais segurança,
proteção e comprometimento com o grupo de trabalho, fazendo parte de um elo, uma
corrente.
Dentro de um ciclo de obrigações essenciais para o fortalecimento da mediunidade,
anjos de guarda e ori, está a Deitada de Oxalá. Esta é uma das obrigações de maior
importância para o médium que a realiza, pois é uma chance quase una de se conectar
com uma das vibrações mais puras de nossa querida Umbanda.
O médium deve ficar recolhido durante algumas horas e após uma preparação que é
feita antes de se recolher, o médium tem a condição de elevar-se mental e
espiritualmente a padrões vibratórios inimagináveis por aqueles que ainda não a
fizeram ou perderam a chance, não aproveitando quando estavam prestando esta
homenagem ao nosso Pai Maior.
Àqueles que futuramente terão a sua chance ou mesmo àqueles que quiserem repetir
este evento, lembrem-se: é o melhor momento para rogarmos ao nosso Pai Oxalá por
tudo aquilo que sentimos necessidade de mudar (mágoas, o ódio, o desejo de
vingança) ou fortalecer em nossos corações, o amor á caridade e também ao nosso
melindre diante das provações e ingratidões que possamos ter pelo nosso caminho.
A deitada vai ajudar o médium a trabalhar com mais proteção nas horas que os
trabalhos exigirem, pois quem já fez deitada para Oxalá, já terá uma sintonização
melhor com o Orixá maior.
Axé!
Carol Oliveira
Antes de falarmos sobre a firmeza que devemos fazer aos nossos Anjos
da Guarda, é importante entendermos mais sobre quem ele pode ser.
Não existe um dia específico para firmar o Anjo da Guarda. Pode ser nos
dias de gira, para quem é frequentador de algum terreiro ou no domingo
por ser o início da semana, assim, criamos um ciclo constante de
agradecimento pela semana que terminou e de pedidos pela que está
iniciando.
Axé!
• Primordial
• Opcional
• Ocasional
HORAS NA UMBANDA
• Horas Abertas
• Horas Fechadas
• Horas Neutras
1. Mentalização
2. Vidência
3. Irradiação
4. Jogo de Búzios
5. Agrados
6. Amalás
7. Amacís
1. A Linha de Oxalá
2. A Linha das Senhoras (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ)
3. IBEJI
HORAS SEMANA
De 12:15hs às 13hs Senhoras Almas Oxóssi Oxalá Ibeji Xangô Ogum Positiva
OS PONTOS NA UMBANDA
1. ou PONTOS RISCADOSZIMBAS
2. PONTOS CANTADOS ou CURIMBAS
Tanto o Ponto Riscado como o Ponto Cantado têm sua primeira divisão
como:
Ponto da tribo ou Clã
Ponto de trabalho
GUIAS (colares)
A - Pai de cabeça
B - Mãe de cabeça