06-Procedimentos e Instrumetações Legista PDF
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Capítulo 12
Geralmente em grandes centros a técnica da necrópsia é realizada pelo técnico do IML, onde o
médico responsável pela necrópsia apenas acompanha passo a passo o desenvolvimento e
verifica e confirma a causa mortis.
A técnica de uma necrópsia deveria seguir normas gerais semelhantes àquelas de uma
operação cirúrgica ideal. Tal como na cirurgia, o operador deve ficar ao lado direito do cadáver
e o auxiliar do lado oposto. A função do auxiliar na necrópsia é semelhante àquela do cirurgião,
isto é, facilitar as manobras de evisceração e enxugar constantemente o sangue e líquidos,
para limpar o campo e evitar que os mesmos caiam no chão.
Tempos
Exame Externo
Indumentária
Ao ato da cirurgia em que a indumentária do operador visa mais a proteção do doente do que a
ele próprio, na necrópsia é o patologista quem se protege. Normalmente usa-se uniforme
avental, máscara e botas de material impermeável, luvas de borracha e luvas de pano,
cobrindo as primeiras para facilitar apreensão das vísceras.
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CURSOS E PREPARATÓRIOS
Instrumental
Instalações
Cada serviço de Patologia tem sua própria técnica de necropsia, que na verdade é variante de
uma das quatro técnicas básicas - de Virchow, Ghon, M. Letulle e de Rokitansky.
Roteiro Técnico
Premoriência
É a ordem cronológica dos óbitos das diversas vítimas em um mesmo evento. De regra, nestes
casos, é de extrema importância tentar determinar a sequência dos óbitos, notadamente por
problemas patrimoniais, de herança.
É necessária boa habilidade do legista, grande poder de observação e uma avaliação global do
quadro como um todo para, posteriormente, levando em consideração:
• natureza da lesões;
• local dos ferimentos;
• intensidade das lesões;
• condições físicas das vítimas,
• idade das vítimas,
Poder chegar a uma conclusão diagnóstica, considerando, afora a diferente gravidade dos
ferimentos, que os mais fortes prevalecem, pela lógica natural, sobre os mais fracos e os mais
jovens sobre os mais idosos.
Exame Externo
Tempo cefalorraquiano
Abertura da raqui deve preceder a do crânio, ficando o cadáver em decúbito ventral porque o
acesso a medula nervosa é na face dorsal.
E feita secção horizontal de calota por meio de serra elétrica circular ou serra manual,
tomando-se como preferência os arcos supraciliares do frontal e a protuberância externa
occipital. Retirada a calota, faz-se a secção da dura-mater afim de se extirpar todo o encéfalo.
Tempo tóraco-abdominal
Incisão horizontal bi-acromial e depois vertical desde a fúrcula esternal até a sínfise púbica,
contornando a cicatriz umbilical.
Abertura do tronco da artéria pulmonar para pesquisa de eventual embolia trombótica venosa.
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Tempo cervical
Secção da pele do pescoço daquela do tórax e dissecção da mesma até a face interna da
mandíbula para penetrar-se na cavidade oral. Liberação do segmento cervical ao nível do
palato duro e coluna cervical. A evisceração implica também na abertura e/ou secção das
vísceras bem como na retirada de fragmentos de tecido para o exame microscópico.
Encéfalo e medula
Só devem ser seccionados só em casos especiais.
Órgãos do abdome
Secção do epiplon gastro-cólico a fim de liberar o estômago do intestino. Secção da junção
duodeno-jejunal e liberação do intestino delgado e do grosso até o limite do cólon sigmóide
com o reto. Abertura do estômago pela grande curvatura e do duodeno pela borda livre.
Separação da vesícula do fígado. Liberação do estômago, duodeno, fígado e pâncreas e
depois o baço. Ocorre liberação das adrenais, secção lateral dos rins, abertura da pelve e
ureteres até a bexiga. Dissecção do reto para expor as vesículas seminais e a próstata.
Membros inferiores
Dissecção da veia femoral desde a arcada crural, acompanhando o trajeto do músculo sartório
até o côndilo medial do fêmur para pesquisar trombos.
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Cavidade Torácica:
• Haverá exposição total dos ventrículos e das papilas e valvas. Assim faz-se a representação
das câmaras abertas.
• Cortes no músculo miocárdio esquerdo e direito, representados como cortes de “bife” para
identificar infartos.
• Ao lado da saída da artéria Aorta, existe o óstio da aorta onde ocorre a entrada de sangue
arterial para o miocárdio. Cortes neste sentido podem localizar obstruções coronarianas.
Cavidade abdominal
Recomposição do cadáver
Terminada a evisceração os órgãos normais podem ser recolocados nas respectivas cavidades
enquanto que os lesados precisam ficar retidos em bandejas guardadas na câmara frigorífica
para eventual estudo anátomo-clínico.
A pele, tela subcutânea e músculos da parede seccionados para incisão, são suturados em
chuleio com fio grosso ou barbante por meio de agulha manual ou montada em porta agulha.
Os pontos
A agulha entra na epiderme e leva a linha transfixando a derme. A agulha sai e entra na derme
internamente e sai na epiderme.
• Com uma mão manipula-se a agulha
• Com outra mão segura-se a pele e puxa a linha, com muito cuidado pra não furar o dedo.
• Deve-se tomar cuidado com a saída da agulha
• Observar se há saída de vísceras do corpo no ponto. Não pode ocorrer!
• Os pontos devem ser dados com um centímetro um do outro
• Fazer pontos fora->pra->dentro/dentro->pra->fora
• Ou por outras técnicas adequadas
Cabeça
Com o cadáver aberto, Retirar o sangue e aplicar algodão ou pano na cavidade toraco-
abdominal.
Crânio
Ponto:
• Entrada da agulha por fora do couro cabeludo
• Saída interna e entra por fora novamente
• O pontos devem ser pequenos, um centímetro de proximidade ou menos
• Os pontos não devem aparecer. Devem ficar bem escondidos, se possível.
Formolização
Método rudimentar, onde através da artéria femoral, junto ao triângulo de Scarpa, faz-se
incisão de aproximadamente 10 cm, introduzindo através de gravidade cerca de 500 ml de
formoldeido diluído em 50% de água por quilo corpóreo do cadáver neste processo o corpo fica
com rigidez acentuada, coloração que varia do palha ao cinza nos locais mais próximos a área
de injeção, é comum que haja dilatação abdominal uma vez que se introduz quantidade de
líquidos no corpo.
Tempo médio: 2 horas.
Embalsamamento
Processo utilizado para conservação mais prolongada, exigido em caso de translado
Internacional, se utilizado formoldeido a aparência é muito próxima da Formolização, contudo a
técnica é abertura da caixa craniana para retirada da massa encefálica, abertura da cavidade
toraco-abdominal, com retirada desde a língua até o escroto, devendo ser dado destino aos
órgãos e víceras, injeção por partes membros superiores braquial, inferiores femoral, face
carótidas, ou injeção através do arco aórtico e aorta abdominal.
Nota
Por exigência a maioria dos paises não aceita concentração de formol superior a 5%, devendo
conter amostra do liquido utilizado em frasco com 50 ml para analise, que deve ficar junto à
urna.
Tempo médio: 6 horas
Tanatopraxia
Método moderno e eficaz de conservação utiliza-se líquidos conservantes com concentrarão
máxima do formol em 8%, injetado através de maquinas apropriadas, com regulagem de
pressão e vazão, através de artérias junto ao triangulo de escarpa ou carótida, podendo ser
feito multiponto conforme a necessidade de cada caso, em média se utiliza 8000 ml de liquido
por corpo, ocorrendo a drenagem do sangue durante o processo de injeção.
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O cadáver fica com aparência saudável, coloração epidérmica rosada, sem marcas de “livores
mortis”, ou seja, roxos nas extremidades e posterior abdominal, tecido epidérmico ganha
espécie de celulite, há ganho de massa muscular, ficando pernas e braços mais grossos e
flexíveis, boca e olhos fechados, posição do corpo normalmente reto.
Abdome normal para negativo, devido à aspiração toraco-abdominal que retira sangue e gases,
após este processo que utiliza a abertura de orifício ao lado do processo xifóide (umbigo) ainda
há a introdução de cerca de 500 ml de liquido conservante neste local.
Tempo médio: 2 horas
Dar-se-a principalmente pelo arco aortico e aorta abdominal, podendo dependendo do caso ser
multipontos. Não há aspiração toraco-abdominal nestes casos, não é possível fazer a injeção
através do triangulo de escarpa devido a rompimentos que é o sistema circulatório, víceras e
órgãos sofrem no exame necroscópico.
Métodos
A autópsia Forense é utilizada para determinar a causa da morte, os métodos utilizados numa
autopsia forense são os mesmos que numa autópsia clínica, de modo a responder às questões
de ordem jurídica.
Existem duas etapas para o exame físico do corpo, o exame externo e interno (de Toxicologia,
Testes bioquímicos e Testes de genética), ajudando assim, o patologista a atribuir a causa da
morte.
Depois de recebido o corpo este é fotografado e é observada o tipo de roupa antes de ser
tirada.
Uma vez que todas as amostras foram evidenciadas, todas os ferimentos presentes são
examinados.
Ainda no exame externo é feita uma descrição geral do organismo no que se refere á etnia,
sexo, idade, cor e comprimento do cabelo, cor dos olhos entre outras características distintivas
(marcas de nascença, cicatrizes, entre outras). Para guardar esta informação é utilizado um
gravador de voz ou uma ficha de exame padrão.
Em alguns casos não é necessário proceder ao exame interno, quando é suficiente para
identificação da causa da morte o conhecimento da historia do falecido e a informação retirada
de um exame externo.
Exame Interno
O exame interno tem como objetivo analisar os órgãos internos do corpo, procurando
evidencias de trauma ou outras indicações da causa da morte. Para se iniciar um exame
interno é necessário a exposição máxima do tronco do corpo.
Para realizar um exame interno, há imensas formas de abordar: a mais utilizada nas ciências
forenses é fazer um corte em forma de “Y” na parte superior de cada ombro e em direção ao
tórax, intersectando-se no ponto mais baixo do externo, de modo a permitir uma maior
exposição das estruturas do pescoço para um exame mais detalhado.
A hemorragia dos cortes é mínima ou inexistente, porem pode dizer-se que quando o
sangramento é elevado pode tratar-se de uma morte por afogamento.
O método mais utilizado para abrir a cavidade torácica é com uma serra elétrica.
Em alguns casos, devido á grande quantidade de pó, quando o osso é cortado pela serra opta-
se por utilizar tesouras, sendo também possível utilizar um bisturi simples.
O patologista abre a caixa torácica para permitir uma elevação do externo e das costelas de
modo a que o coração seja visto, para ver se existe ou não perfuração.
Nesta fase normalmente os órgãos estão expostos. Para uma possível remoção dos mesmos,
é necessário analisar o caso, pois depende da questão.
Alguns patologistas preferem retirar os órgãos através de cortes na coluna vertebral, de modo
a que os órgãos possam ser extraídos, para uma nova verificação.
De seguida, o estomago e os intestinos são extraídos e examinados, podendo ser útil para
descobrir a causa e hora da morte. Verifica-se, devido à passagem do alimento através do
intestino durante a digestão, um falecido tivesse a área mais vazia significaria que não tinha
feito uma refeição antes da morte.
Para uma examinação do cérebro é feito um corte por trás de uma orelha, através da testa,
chegando até à outra orelha, dando a volta. O coro cabeludo é afastado do crânio em duas
partes. De seguida o crânio é cortado com uma serra, para criar um “tampa” que pode ser
puxado para fora, expondo o cérebro. Para o cérebro ser analisado detalhadamente são
cortadas as ligações entre os nervos cranianos e a medula espinal com o cérebro.
Se for necessária a conservação do cérebro , antes de ser analisado, este é colocado num
recepiente de formol (solução de 15% de gás formaldeído em água), de preferencia durante 3
semanas. Este processo não só preserva o cérebro como também uma melhor verificação,
sem romper o tecido.
Após o exame, é necessário preparar o corpo para o funeral, os órgãos são colocados de volta
no corpo ou são incinerados; os retalhos do tórax são fechados e costurados; a tampa do
crânio é recolocada e mantida no lugar pela aproximação e costura do couro cabeludo.
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• Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo 20cm de comprimento e no máximo
4cm de largura.
• Pinça de Backhaus, Lorna e Benhard. • Pinça de Collin para extração de projetis.
• Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas
rombas e parte interna serrilhada.
• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável, com 20cm de com- primento.
• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável, com 25cm de com- primento,
com bordas rombas e parte interna serrilhada.
• Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly.
• Pinça para osso.
• Pino de Steinmann.
• Raquítomo.
• Rugina de Farabeuf reta e curva.
• Rugina de Putti.
• Rugina de Robert Jones.
• Serra Mathieu com três lâminas.
• Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou serra de arco utilizada em
construção civil.
• Serra vibratória.
• Sonda de 1 mm de diâmetro.
• Tentacânula em aço inoxidável, com cerca de 18cm de comprimento. • Tesoura abotoada.
• Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com 22cm de comprimento, pontas rom- ba-romba.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas finas.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas fina- romba.
• Tesouras Reyman, Smith, Lister, Esmarch, Seutin, Metzenbaum, (ris e Mayo.
• Trena em aço inoxidável, com 2m de comprimento.
O presente trabalho tem por objetivo descrever o instrumental e sua utilização na rotina das
dependências das salas de necropsia do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto do Estado do
Rio de Janeiro.
Tempos da Necropsia
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Incisões
As principais incisões são a incisão bimastóidea, que possibilita o afastamento dos retalhos
anterior e posterior do couro cabeludo, expondo o crânio, e as que se destinam a expor as
cavidades torácica e abdominal.
No IML Afrânio Peixoto do Rio de Janeiro utilizam-se rotineiramente as incisões bimastóideas e
submentoxifopubiana.
Os instrumentais utilizados nas incisões são:
• Cepo.
• Chaira.
• Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo 20cm de comprimento e no máximo
4cm de largura.
• Bisturi descartável.
• Bisturi do tipo escalpelo pequeno/grande.
• Faca de amputação de Collin.
• Tesoura de Smith.
• Faca de Virchow.
Cepo
Compõe-se de um bloco maciço em forma de paralelepípedo, de material sintético liso, com
uma concavidade em um dos lados maiores, em que se observam elevações transversais ao
fundo. É utilizado para apoiar a cabeça ou o tronco do cadáver, com isso melhorando o ângulo
de trabalho.
É oportuno lembrar a frase sempre dita pelo saudoso anatomista Celestino Pedro Rezende
Neto:
"Por motivos de segurança, as facas e os bisturis, quando não estiverem sendo utilizados,
deverão estar sempre sobre a mesa, da mesa para o cadáver e do cadáver para mesa."
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Tesoura de Smith
É uma tesoura robusta utilizada para cortes grosseiros que não requerem regularidade ou
precisão, como cortar vestes e bandagens presentes no cadáver.
Craniotomia
A craniotomia é um procedimento que se segue à incisão bimastóidea e ao afasta- mento dos
retalhos anterior e posterior do couro cabeludo.
O tipo de craniotomia depende da faixa etária do cadáver. Na abertura do crânio de adulto,
utiliza-se a serra elétrica.
Na criança pequena, principalmente naquelas com idade inferior a 1 ano, utiliza-se a tesoura
como preconiza a técnica de Benecke.
O instrumental utilizado na craniotomia compõe-se de:
• Rugina Lambotte.
• Ruginas de Farabeuf, reta e curva.
• Rugina de Putti.
• Rugina de Robert Jones.
• Serra Mathieu (também conhecida como serra de Farabeuf).
• Serra vibratória.
• Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou serra de arco utilizada em
construção civil.
• Cinzel e escopro.
• Martelo de Hajek.
Ruginas
As ruginas são instrumentos utilizados para desgastar o periósteo craniano por atrito ou por
pequenos golpes, deixando os ossos desnudos, permitindo apurar detalhes, bem como facilitar
a ação da serra.
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Serras
As serras podem ser manuais, elétricas circulares e vibratórias.
As primeiras são as mais utilizadas no trabalho diário e têm a preferência da maioria das
técnicas.
A serra elétrica circular apresenta o inconveniente de possibilitar, mais facilmente, a dispersão
de aerossóis e de partículas de osso, comprometendo os níveis de biossegurança.
As serras vibratórias são de alto custo e não são utilizadas em nosso meio.
É preciso cuidado durante a aplicação da serra para não atingir estruturas internas como
meninges e encéfalo.
O técnico procura criar uma fissura de fragilidade, que permite a ação de uma ferramenta para
dar apoio à abertura do crânio.
Os modelos de serras preferencialmente usados são:
• Serra Mathieu
• Serra Charriere
• Serra de arco comum de uso na construção civil.
Costótomo e cisalha
São instrumentos destinados à retirada do plastrão esternal através de corte na cartilagem
costosternal ou diretamente sobre o osso da costela.
O costótomo é um potente alicate de corte formado por uma ponta cega e romba e a outra
pontiaguda e afiada, ambas em arco.
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Enterótomo
É uma tesoura formada por uma ponta protegida por uma espécie de capuz moldado a partir
da própria lâmina e outra ponta romba.
A ponta protegida é inserida na luz de órgãos como intestino, estômago e coração, orientando
o corte sem danificar a estrutura interna.
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Pinças de dissecção
São pinças interpotentes utilizadas para firmar o material para exposição, corte ou sutura. A
pinça anatômica é utilizada quando da manipulação de tecidos friáveis, para evitar danificá-los.
Já a pinça do tipo dente de rato é aplicada quando se objetiva tracionar tecidos resistentes
Pinça hemostática
Trata-se de um tipo de pinça interfixa com dentes fixadores na extremidade. Os mo- delos mais
utilizados em necropsia são as pinças de Crile, de Kocher e de Kelly. São utilizadas para fechar
possíveis lesões em vísceras, evitando extravasamentos, ou para promover oclusão de órgãos.
Tentacânula
É uma lâmina sulcada com uma extremidade dilatada.
O sulco é usado para orientar profundamente cortes feitos com bisturi ou tesoura.
Pinça de Collin
Para extração de projetis
É uma pinça interfixa longa utilizada para remover projetis, de modo que os preserve com
segurança.
Deve ser constituída de material sintético ou plástico para não produzir deformidade ou
abrasões nos projetis, quando utilizadas.
A remoção de projetis de cadáveres deve ser feita com muito cuidado para não alterar a forma
e disposição das microestrias, possibilitando correta microcomparação balística.
Raquítomo ou raquiótomo
É composto de uma cunha que forma com o cabo uma peça única em semi-arco. O cabo
apresenta uma concavidade, que melhora o apoio. O raquítomo é utilizado como uma
machadinha, para cortar o corpo das vértebras e para se obter a medula espinal completa.
Reconstituição
Compreende uma técnica de fechamento que visa deixar o cadáver no melhor estado de
apresentação possível.
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O corpo deve ser reconstituído de modo que, depois de vestido, não haja evidências da
necropsia.
O material utilizado na reconstituição compõe-se de:
• Pinças anatômicas do tipo dente de rato.
• Agulha para sutura, triangular, reta, de cerca de 10cm de comprimento.
• Agulha para sutura, triangular, semi-reta, de cerca de 10cm de comprimento.
• Linha crua.
• Tesoura de Mayo.
• Bandagem ou tecido de algodão.
Agulhas
As agulhas utilizadas na recomposição do cadáver apresentam as seguintes características:
corpo robusto com aproximadamente 10cm, fundo rombo, corpo reto ou semi-reto e ponta de
reverso cortante. São muito comuns agulhas longas com pontas cortantes, utilizadas para
costurar tecidos ou couro.
Linha crua
Preferencialmente, a linha utilizada na sutura de cadáveres é de fibra de cânhamo devido às
vantagens apresentadas, tais como resistência, durabilidade, aderência, disponibilidade no
mercado e preço. As suturas mais freqüentes são uma variante da sutura de Schmieden e da
sutura de Cushing.
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Balanças
O uso de cada tipo de balança foi descrito anteriormente.
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Instrumentos de Medidas
A seguir relacionamos alguns cuidados a serem observados para assegurar maior vida útil e
melhor utilização do material:
• Usar o material sempre para a sua função específica e não exceder os limites estabelecidos
pelo fabricante. O aço inoxidável, apesar da denominação, está sujeito a oxidação.
• As partes ativas do instrumental, assim como cortes, articulações e serrilhas, têm vida útil
limitada, variando conforme a frequência de uso e a maneira como o instrumento é utilizado.
• Limpeza: todo o instrumental deve ser bem lavado após o uso, de preferência em água
corrente quente ou fria, utilizando-se escova com cerdas de náilon e detergente neutro.
• Esterilização química:
• Etapa 1 aplicar produto bactericida na proporção de 4 ou 5mL de produto para cada litro de
água, por 5 minutos.
• Etapa 2 lavar novamente o instrumental em água corrente a fim de retirar os resíduos do
produto.
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• Etapa 3 secar completamente o instrumental com pano antes de colocá-lo na estufa. Nunca
se deve deixá-lo secar naturalmente, para evitar manchas brancas ou amareladas.
• Esterilização em estufa
• Etapa 1 separar os materiais cromados dos materiais feitos de aço inoxidável. Consultar
sempre o responsável pelo setor para tirar dúvidas antes de pros- seguir, pois jamais se deve
colocar os dois tipos juntos na mesma estufa ou autoclave.
• Etapa 2 separar o instrumental pesado do instrumental leve para evitar deformações, e o
novo do velho, para evitar que possíveis pontos de oxidação sejam transferidos de um para o
outro.
• Etapa 3 em peças que possuam cremalheira, esta não deve estar travada, pois podem
ocorrer deformações e, em consequência, desajustes.
• Etapa 4 envolver o instrumental com papel de grau cirúrgico ou em campo de tecido de
algodão cru duplo.
• Consertos e gravações não devem ser feitos por qualquer pessoa ou até mesmo por
profissionais do ramo que não tenham familiaridade com equipamentos cirúrgicos. Muitas
gravações eletroquímicas efetuadas na própria instituição ou por terceiros não são
cuidadosamente neutralizadas, ocasionando oxidação prematura. A própria gravação não pode
ser realizada em qualquer ponto da superfície da peça, pois pode ocasionar infiltrações do
produto corrosivo. Gravações em forma de "riscos" com objetos pontiagudos na peça são
absolutamente erradas, porque o aço inoxidável só apresenta suas características apropriadas
ao uso cirúrgico devido ao polimento e ao tratamento em sua superfície. Sendo assim,
qualquer agressão à superfície causará oxidação e até mesmo perda da resistência original.
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Referências
Anotações de aulas do curso de Técnico de Necropsia de 2005 do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto da Polícia
Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Apostila de Instrumentação Cirúrgica do Curso Minus. Rio de Janeiro, 2002.
BAKER, R.D. Técnicas d e necropsia . México: Editorial Interamericana, 1969.
LAZZERI, L. Fases fundamentais d a técnica cirúrgica. São Paulo: J.M. Varela, 1997.