Apostila Desenho Técnico - Alimentos PDF
Apostila Desenho Técnico - Alimentos PDF
Apostila Desenho Técnico - Alimentos PDF
Apostila de Desenho
Técnico
SUMÁRIO
2.5 - Legenda
3 – Escalas
4 - Cotagem
5 – Geometria Descritiva
5.3 - Perspectivas
6 – Projetos Arquitetônicos
8 – Desenho de Tubulações
meio comum para se comunicar e com tal eficiência que evitasse erros grosseiros de
execução de seus produtos. Desta forma, foi instituído, a partir do século XIX, as
primeiras normas técnicas de representação gráfica de projetos, as quais incorporavam
os estudos feitos durante o período de desenvolvimento da geometria descritiva, no
século anterior.
A normatização hoje está mais avançada e completa e o desenho técnico passou
a ser executado predominantemente em ambiente CADD – Computer-aided desing and
drafting, ou seja, de forma eletrônica.
Pelo que foi apresentado, o estudo de desenho técnico é necessário, pois objetiva
a compreensão de conhecimentos para saber fazer e ler desenhos e posteriormente
elaborá-los por programas computacionais.
1.3 - Normatização
A representação gráfica do desenho em si, deve ser elaborada de acordo com as
recomendações das normas internacionais (sob a supervisão da ISO). Porém,
geralmente, cada país costuma possuir suas próprias versões das normas, adaptadas por
diversos motivos.
No Brasil, as normas são editadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), sendo as principais:
NBR-6492:1994 - Representação de projetos de arquitetura
NBR – 8196:1994 - Emprego de escalas em desenho técnico
NBR – 8403:1984 - Aplicação de linhas em desenhos
NBR-10067:1987 – Princípios gerais de representação em desenho técnico
NBR – 10068:1987 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões
NBR – 10126:1987 – Cotagem em desenho técnico
NBR – 10582:1988 - Apresentação da folha para desenho técnico
NBR – 10647:1989 - Desenho técnico
NBR – 13142:1994 - Dobramento de cópia de desenho técnico
As normas, além de padronizar a elaboração de desenhos, facilitam a leitura por
parte dos envolvidos no processo de compreenção e execução do desenho técnico.
Para que o projeto seja bem representado, as normas estabelecem o uso de um
conjunto de símbolos, signos, cotas e textos que complementam os desenhos e facilitam
a interpretação.
6
CAPÍTULO
02
7
2.2.1 Material
O material para esboçar será um lápis ou lapiseira (com grafite HB ou B), uma
borracha macia e papel (branco ou quadriculado).
As linhas verticais curtas podem ser traçadas para cima ou para baixo, sem
mudar a posição do papel.
O procedimento completo para traçar linhas retas é o seguinte:
Marcar os pontos extremos.
Fazer alguns movimentos de tentativa do traçado entre os pontos marcados, para
ajudar os olhos e a mão (lembrar da sinuca e do golfe).
9
Traçar uma linha muito fraca entre os pontos, movendo o lápis para obter dois
ou três segmentos de reta sucessivos. Enquanto estiver desenhando esta linha tentativa,
os olhos devem estar fixados no ponto de chegada para o qual o movimento é
direcionado. Ao traçar cada um dos segmentos, procurar orientá-lo de forma que a linha
final seja relativamente reta.
Escurecer a linha, mantendo os olhos na ponta do lápis. A linha traçada, que se
sobrepõe aos segmentos de reta anteriores, deve ser uniforme, escura e reta.
2.2.3 Circunferências
Pequenas circunferências podem ser esboçadas marcando as distâncias radiais
sobre duas linhas de centro perpendiculares (Figura 2.3).
2.2.4 Proporções
É importante desenvolver a capacidade de estimar relações comparativas entre
as dimensões de um objeto antes de esboçado. Por exemplo, a largura do objeto pode
ser igual ao dobro da altura e um terço da profundidade.
Os detalhes internos tais como furos e ressaltos também devem apresentar as
proporções adequadas.
Antes de sermos capazes de reconhecer as proporções e desenhá-las “de vista” ,
o que será obtido através da prática, podemos usar um método gráfico para nos auxiliar
na definição das proporções (Figura 2.4).
O método gráfico é baseado no fato de que um retângulo envolvendo o objeto
pode ser dividido para obter as dimensões intermediárias ao longo dos lados. Definimos
assim distâncias iguais à metade a um quarto a um terço etc, do tamanho dos lados do
retângulo.
Este método só deve ser usado até termos desenvolvido a nossa habilidade de
desenhar com proporções, devendo então ser abandonado. Isto porque as linhas
11
2.2.5 Letras
As letras traçadas à mão livre obedecem a um sentido de cima para baixo e da
esquerda para a direita.
Maiúsculas:
Minúsculas:
Maiúsculas:
f
ƒ
B5. Hachuras
G1.Linhas de centro
G Traço ponto estreita G2.Linhas de simetria
G3.Trajetórias
indicação especial
plano de corte
16
Figura 2.7 – Exemplo de aplicação de linhas no desenho das três vistas de uma peça.
Seção AA
No caso em que ocorrem coincidências de duas ou mais linhas de diferentes tipos, deve
ser seguida a seguinte ordem de prioridade:
1. Os traços e os espaços de uma linha tracejada (linha tipo F) devem ter uniformidade
em toda a extensão da linha. Recomenda-se o uso de traços de 3 mm, seguidos por
espaços de 2 mm. Deste modo, a proporção da linha tracejada será boa:
3 2 3
2. Os traços longos de linha tipo G, para eixos de simetria e linhas de canto, devem
variar entre 10 e 15 mm, com espaço de 3 mm para intercalar os pontos (ou traços
curtos de 2 mm).
15 3 2 3 15
Se uma aresta visível for limite de outra não visível, esta deve tocá-la (3.1).
A linha tracejada não deve tocar a linha contínua em caso de cruzamento (3.2).
Se as linhas não visíveis têm um vértice comum, i.e. são concorrentes, devem
ligar-se no ponto de concorrência (3.3, 3.4, 3.5 e 3.6).
Se as linhas não visíveis não têm ponto comum, devem ser interrompidas no
cruzamento (3.7).
Na concordância de retas com arcos, ambos não visíveis, os limites do arco
tocam as linhas de centro e os limites de retas não as tocam (3.8). Para arcos
muito pequenos, a representação pode ser feita por um traço curvo (3.9).
O cruzamento de linhas de centro ou de simetria com linhas não visíveis deverá
ocorrer nos seus traços (3.10).
Quando uma aresta visível passar a ser não visível a partir de um ponto, deve-se
iniciar a linha tracejada por um espaço neste ponto (3.11 e 3.12).
20
4. Os centros são definidos por linhas de centro que se cruzam em trechos dos traços
longos e não nos espaços.
5. As linhas de centro não devem estender-se para os espaços entre as vistas e não
devem terminar em outra linha do desenho.
21
Figura 2.13 – Exemplos de dobragem de folhas da série “A” (A3, A2 e A1) (medidas em mm).
26
CAPÍTULO
03
27
3 – ESCALAS
A Norma Brasileira NBR 8196:1992 – Emprego de Escalas em Desenho
Técnico define escala como sendo a relação da dimensão linear de um elemento,
representado no desenho, para a dimensão real do mesmo elemento. A escolha da escala
a ser utilizada em um desenho depende da complexidade do objeto a ser representado e
da finalidade da representação. A escala deve sempre permitir a interpretação fácil e
clara do objeto representado.
Redução.
As escalas recomendadas para uso em desenho técnico são apresentadas na Tabela 3.1.
Segue um exemplo na Figura 3.1.
28
ESC. 1 : 1
29
CAPÍTULO
04
30
4 – COTAGEM
Cotagem é definida como a representação gráfica no desenho da característica
do elemento por meio de linhas, símbolos, notas e valor numérico, em uma unidade de
medida.
A cotagem em peças técnicas deverá obedecer às recomendações da norma NBR
10126:1987 – Cotagem em Desenho Técnico. As cotas indicam as medidas da peça
concluída. Para a indicação das medidas usam-se traços principais e auxiliares finos e
contínuos. As linhas de cota apresentam uma seta nas extremidades. As linhas de
extensão devem ser perfeitamente alinhadas em ângulo reto com os traços de referência
da própria peça. Devem ultrapassar as linhas de cota por 2 mm ±. Os valores numéricos
das cotas devem ser escritos conforme recomendações da norma NBR 10126:1987 e
devem ter uma altura mínima de 3 mm.
31
1 – Todas as cotas devem ser lidas de baixo para cima e da esquerda para a direita.
3 – A distância das linhas de cota do traço de contorno da peça deve ser, no mínimo, de 8
mm. Linhas de cota paralelas devem distanciar-se 5 mm uma da outra.
5 – Adotar um critério de cotagem partindo das três medidas externas para os detalhes.
6 – A indicação de medidas numa peça não pode oferecer margem a dúvidas. A escolha das
medidas a serem indicadas obedece à seqüência de fabricação da peça ou à sua utilização
33
Eixo de simetria
1 - Corpos simétricos recebem uma linha de centro ou eixo de simetria (traço-ponto fino).
3 – As linhas de centro podem ser usadas para a indicação de medidas (como extensão).
Medidas em espaços
reduzidos
A cotagem de ângulos
Indicação de medidas em
circunferências
Desconhecendo-se o centro de
determinado raio coloca-se a letra
R antes do valor numérico.
39
CAPÍTULO
05
42
5 – GEOMETRIA DESCRITIVA
Este capítulo é de fundamental importância na disciplina. Por esta razão, se
procurou dar a maior clareza possível na apresentação dos conceitos básicos, por um lado,
e, por outro, fornecer um texto com muitas ilustrações e exemplos práticos. Desta forma,
fica mais fácil a compreensão e a absorção destes conhecimentos para o aluno.
5.1 - Projeção
Projeção – aplicação dos pontos de uma figura sobre um plano por meio de retas
paralelas ou divergentes.
Cilíndrica-ortogonal é a projeção
obtida por retas paralelas entre si e
perpendiculares ao plano de projeção.
PARALELEPÍPEDO DE
REFERÊNCIA
A combinação de seis planos de
projeção perpendiculares entre si,
chamados principais, forma o
paralelepípedo de referência.
O conceito de paralelepípedo de
referência vem da geometria
descritiva, que considera apenas a
projeção no 1º diedro (Normas
OBJETO Brasileiras – ABNT).
Através da Projeção Cilíndrica Ortogonal, cada face do objeto (tridimensional) pode ser
projetada sobre um dos planos de projeção.
VISTA INFERIOR
VISTA
LATERAL
DIREITA
VISTA SUPERIOR
VISTA POSTERIOR
Vista Frontal – é a representação da face anterior do objeto. A face anterior deve ser sempre
a que mais explique o objeto, ou que mais identifique a sua posição de equilíbrio (nela de
observam a largura e a altura do objeto, mas não se tem profundidade).
Vista Lateral Esquerda – é a representação da face esquerda do objeto (neste caso têm-se a
altura e a profundidade, sem a dimensão da largura).
Existem peças em que apenas duas vistas são suficientes para sua representação.
Nestes casos, escolhe-se a vista principal (seja frontal ou superior), e uma segunda vista,
que melhor complete a representação.
47
Às vezes, torna-se necessário, além das vistas principais, o uso de vistas seccionais,
como será visto adiante. Outras vezes, pode-se precisar de vistas auxiliares para a
representação de objetos que possuem faces não paralelas aos planos principais de projeção,
exigindo o uso de planos auxiliares. Estes planos auxiliares são, portanto, inclinados em
relação aos planos principais. As necessidades de vistas auxiliares não elimina o desenho
das vistas principais de um objeto.
SUPERIOR
LATERAL
ESQUERDA
FRONTAL
VISTA AUXILIAR
Vistas Auxiliares
As vistas auxiliares são necessárias para os casos de superfícies que formam ângulos
com os planos de projeção.
A linha tracejada é feita com menor pressão do lápis que a linha cheia e constituída
de pequenos traços de comprimento e espaços (1/4) do traço sempre uniformes.
Traçado de vistas na
profundidade
Nesses casos, são necessários novos pontos de vista, que podem ser vistas auxiliares
ou vistas ortogonais seccionais. As vistas ortogonais seccionais serão o resultado da
intersecção de um plano secante, determinado pelo desenhista, com a peça.
Para que haja maior distinção das peças seccionadas, as hachuras de peças diferentes
seguem ângulos também diferentes quando são do mesmo material. Pode-se também variar
o espaçamento ou a escala da hachura para casos em que isso deixe mais óbvia a
representação.
Áreas de seção muito grandes não precisam ser completamente hachuradas já que
isso poderia “carregar” demais o desenho.
Figura 5.6 – Caso das superfícies grandes (esquerda) e pequenas superfícies (direita).
Deve-se evitar que cotas apareçam dentro da superfície hachurada. Se isso ocorrer,
deve-se interromper a hachura no local da cota.
Já que vistas seccionadas são para mostrar detalhes não visíveis nas vistas, não se
devem empregar linhas tracejadas, limitando-as, se for o caso, a detalhes realmente
esclarecedores.
Ainda que, como dito, as peças cortadas sejam hachuradas, existem aqueles casos
em que não de deve hachurar por questões de clareza e legibilidade do desenho. São, por
exemplo, pinos, rebites, parafusos, porcas, arruelas, chavetas, eixos, nervuras nas vistas
laterais, como na figura seguinte:
PLANO SECANTE
DESLOCADO
CORTE REBATIDO: Para o caso de peças que tenham um eixo principal que sofre um
desvio. Nesse caso o corte, que busca uma precisão nas dimensões, é rebatido.
58
CORTE PARCIAL: Quando se deseja representar o corte aproveitando uma vista, sem
prejuízo da clareza. É o mesmo que representar a vista “arrancando” um pedaço que
permite enxergar um detalhe interior.
CORTE FANTASMA: Quando detalhes que foram retirados pelo plano secante são
representados por uma linha pontilhada, indicando a sua antiga localização, o que se chama
de projeção. É o caso dos desenhos de arquitetura, por exemplo.
60
PROJEÇÃO DO
PAVIMENTO
SUPERIOR
5.2.4 – Seções
62
Como já foi dito, as seções são simplificações dos cortes. A sua representação deve
aproveitar a própria vista que a determinou, e podem estar fora ou dentro dessa vista. São
alguns exemplos:
5.3 - PERSPECTIVA
O estudo da perspectiva abrange:
Perspectiva
cônica
Axonométrica trimétrica
isométrica
Perspectiva
cilíndrica
(ou paralela) oblíqua cavaleira
Linha do
Plano de PF horizonte
projeção
PF
Objeto Ponto de fuga
(observador)
Linha isométrica
É qualquer linha paralela a
uma aresta do paralelepípedo
(ver exemplo dado) e cuja
projeção é portanto paralela ao
eixo isométrico.
Linha isométrica
paralela ao eixo x
Linha isométrica
Linha Não-Isométrica
É a aresta cuja projeção não é
paralela a um dos eixos
isométricos (por exemplo, a
diagonal da face de um cubo).
Como a verdadeira grandeza
de um segmento só é mantida
quando este segmento for
paralelo a um dos eixos, uma
linha não-isométrica não
aparece no desenho com seu
comprimento real. A definição
Linha não da linha não isométrica é feita
isométrica a partir da localização de seus
Ponto externo pontos extremos.
Primeira Posição
Se o objeto for retangular, iniciar por um ponto que represente o vértice frontal
superior e desenhar a partir dele os três eixos isométricos que formam entre si 120º
(usar esquadro de 30º).
Segunda Posição
69
Primeira posição. O
ponto inicial é o vértice
frontal superior.
Primeira posição. O
ponto inicial é o vértice
frontal superior.
A perspectiva-cavaleira não
obedece a nenhuma norma. Por isso
podem ser usados, ainda, ângulos
de 30º e 60º com reduções de 1/3 e
2/3 respectivamente dos eixos
fugitivos
72
CAPÍTULO
06
73
6 – PROJETO ARQUITETÔNICO
Para se iniciar um projeto arquitetônico são necessárias algumas informações
básicas que irão orientar e direcionar a proposta de projeto a ser elaborada. É o
momento de se constatar quais são as necessidades do cliente, a função do edifício, o
tipo de terreno, as condições climáticas, o tipo de meio urbano onde o terreno se insere,
as condições financeiras, as exigências legais, as técnicas e os materiais construtivos.
A partir disto, naturalmente, as idéias vão tomando forma, o partido
arquitetônico vai se definindo, através de esboços e croquis. Estas são as primeiras
tentativas de expressão e de síntese do pensamento e, por isto mesmo, são executadas
com bastante liberdade gráfica. Em geral, usa-se lápis de grafite bastante macio e
espesso em papel transparente (papel manteiga), para permitir a sobreposição de
esboços. Nesta fase, não são usados os instrumentos de desenho e não existem maiores
preocupações com escalas: é pensamento criativo aliado ao traço à mão livre.
Progressivamente as idéias vão se estruturando até se chegar a uma proposta que
“mereça” ser submetida a uma apresentação mais elaborada, o que chamamos de Estudo
Preliminar. Este tipo de desenho ainda está muito próximo dos esboços iniciais, quanto
ao nível de elaboração, mas já são exigidos maiores cuidados na organização das
pranchas e no uso de escala, para permitir a sua apresentação ao cliente e a outros
profissionais envolvidos, proporcionalmente às discussões iniciais.
A partir desta etapa, as definições de projeto vão se aprofundando na mesma
medida que o nível de desenho, chegando-se aos Anteprojeto e Projeto de Apresentação,
que são compostos de desenhos bem mais elaborados.
O Anteprojeto é a fase em que o projetista procura observar mais precisamente
as dimensões e proporções do edifício a ser construído, as possíveis soluções estruturais
e as viabilidades executivas. Para isto, o desenho do anteprojeto e do projeto de
apresentação já devem ser executados com os instrumentos e em escala, porém ainda
reduzida (normalmente 1:200 ou 1:100). Os objetivos destas projetos são: esclarecer as
possíveis dificuldades construtivas das propostas iniciais, antecipando decisões para
problemas de composição formal, instalações em geral e projetos complementares;
permitir a quantificação de áreas parciais e totais e a elaboração de estimativas de custo
e prazos de execução dos serviços de obra, para uma proposta de viabilidade financeira;
possibilitar ao cliente a perfeita compreensão da obra a ser executada, sendo que, para
isto, muitas vezes, além de desenhar uma planta, com todo o mobiliário e as propostas
74
representado por linhas tracejadas. A mobília é usada para dar a sensação de escala e
auxiliar na definição das diferentes áreas de uso, nas fases iniciais do projeto
(anteprojeto e projeto de apresentação). A colocação do mobiliário não é usada em
projetos executivos. Em geral, as plantas baixas são feitas em 1:100 ou 1:50.
6.2 – Corte
Os cortes são obtidos através de planos verticais que interceptam a edificação.
Permitem a caracterização de paredes, portas, janelas, lajes e escadas. Na visão do
edifício secionado por um plano vertical, pode-se obter um desenho que apresenta as
diferentes alturas de peitoris de janelas e portas, as espessuras de lajes de piso e de
forro, com o objetivo de facilitar a compreensão e, conseqüentemente, a execução da
obra. Em geral, são necessários no mínimo dois cortes para esclarecer melhor o projeto,
um longitudinal e um transversal. Deve-se dar preferência a passar os cortes em
ambientes que proporcionem o máximo de informação sobre o edifício. Os cortes são
indicados nas vistas por traços grossos interrompidos por pontos (ou pequenos traços) e
terminados por setas e letras maiúsculas, que indicam a posição do observador em
relação ao plano de corte. É comum usar o corte com desvio, ou seja, desviar a direção
do plano de corte para mostrar um maior número de informações e detalhes do edifício,
eliminar assim a necessidade de mais cortes.
direita. Este procedimento tem por objetivo garantir a concordância das linhas e evitar
borrar o desenho com os instrumentos.
Nos desenhos feitos com tinta nanquim sobre papel vegetal, deve-se limpar a
prancha com algodão embebido em benzina, para retirar o excesso de grafite. Por
melhor que seja o nanquim, sempre existe o risco de estragar o desenho quando se usa
borracha, no mínimo perdendo-se o brilho do traço.
A figura abaixo traz a nomenclatura usual do desenho arquitetônico.
CUMEEIRA
BEIRAL ÁGUA
VERGA
Parte inferior da
janela ou altura
desta parte ao
piso
EMBASAMENTO
6.3 – Fachada
As fachadas mostram o aspecto exterior de uma edificação, como altura,
volume, composição, material de acabamento, dimensão e localização de portas e
janelas e, em geral, são desenhadas nas escalas 1:100 e 1:50. Numa fachada, a
edificação é representada em relação ao seu plano de terra, ou seja, ao nível do terreno,
abaixo ou acima dele. A linha de terra, que indica o nível do terreno, é uma linha de
referência importante a ser traçada em cada elevação da edificação.
80
nível do mar. Quanto mais próximas estiverem umas das outras, em planta, mais
íngreme será a inclinação do terreno.
CAPÍTULO
07
94
- Representação de roscas
Para o desenho destes elementos, a norma NBR 8993/85 – Representação
convencional de partes roscadas fixa as condições exigíveis do método convencional de
representação simplificada de partes roscadas. Para estas representações recomenda-se
utilizar o método de projeçao do 1º Diedro.
A representação natural (ou exata) de uma rosca é um processo complexo e
demorado e , portanto, não é comumente empregado nos desenhos técnicos de
95
engenharia. Isso se deve ao fato das roscas apresentarem os traços de seus vértices e
fundos dos filetes como projeções de hélices que são difíceis de desenhar. Assim, os
desenhos empregam formas de representação convencional.
- Roscas visíveis – Neste tipo de rosca, a crista do filete é representada
por uma linha contínua, larga (tipo A, NBR 8403) e a da raiz por uma linha fina,
contínua estreita (tipo B da NBR 8403).
- Representação de Parafusos
Um parafuso é, no caso mais geral, constituído por três partes:
- a cabeça que é a parte destinada a transmitir o movimento ao parafuso ou a
imobilizá-lo quando se aperta a porca;
- a ponta que é a extremidade do parafuso oposta à cabeça;
- a espiga que é a parte intermediária, roscada total ou parcialmente.
Na cotagem dos parafusos uma cota que se indica sempre é o comprimento total
l, que é definido como a distância desde a ponta do parafuso à face do apoio da cabeça.
São aqueles onde as peças unidas não podem ser separadas sem que ocorra sua
destruição ou dos elementos de união (rebites e soldagem).
- Rebites
Os diversos tipos de rebites são diferenciados entre si pela forma da cabeça que,
segundo a NBR 8800 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios, são divididos em 4 classes: Rd (cabeça redonda), Cg (cabeça de
cogumelo), Ch (cabeça chata) e EC (cabeça escareada chata). Além dos rebites maciços
existem também os semitubulares e os bifurcados.
- Soldas
98
Como regra geral, não se representa a raiz do dente, exceto em seções ou cortes.
Contudo, se for necessário representá-la com linha contínua estreita. Veja figura a
seguir.
Além das engrenagens a que se fez referência, utilizam-se ainda outros tipos
diferentes de transmissão, com correntes articuladas. A figura baixo ilustra as
representações convencional, simplificada e esquemática de uma transmissão por
corrente de acordo com as normas alemãs.
CAPÍTULO
08
101
8 – DESENHO DE TUBULAÇÕES
Na elaboração de projetos industriais é necessário adotar sistemática de
identificação para todas as tubulações, vasos, equipamentos e instrumentos. Essa
identificação, que individualiza cada um desses elementos, visa não só ajudar na
execução dos desenhos e dos cálculos, na fase do projeto, como também, facilitar a
construção e a futura operação e manutenção.
Os desenhos de tubulação, assim como quaisquer outros desenhos de
engenharia, devem obedecer às normas de desenho técnico, da ABNT, que rege este
assunto no Brasil.
O assunto a ser estudado nesta aula, está contido de forma mais detalhada no
livro de Tubulações Industriais – Materiais, Projeto e Montagem do autor Pedro C.
Silva Telles, Caps. 13 e 14.
Em perspectiva Em projeção
Tubo vertical
102
103
104
aceleração de projetos são inúmeras. Eles permitem que, por trás do modelo gráfico e
visual, coexista e esteja a ele associado um banco de dados, no qual o projetista pode
armazenar tudo o que estiver associado ao desenho e suas partes.
Desta maneira, em um projeto de planta e fachada, o banco de dados poderá
conter o código de cada elemento, suas dimensões, o tipo de material, as características
unitárias deste material, a cor da pintura e assim por diante.
Ainda não paramos: quando se altera o arquivo visual do desenho, o banco de
dados associado a ele é atualizado automaticamente, refletindo a mudança. O processo
inverso também é viável. Manipulando-se o banco de dados, as modificações de
natureza gráfica serão imediatamente processadas e visualizadas pelo operador.
Se ainda for necessário, um sistema CADD controla traçadores gráficos,
produzindo desenhos bi e tridimensionais das peças, componentes, conjuntos e detalhes
da máquina ou edificação que foram projetadas com ele.
10 – Referências Bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas:
NBR 6492 - Representação de projetos em arquitetura;
NBR 8196/94 - Emprego de escalas em desenho técnico;
NBR 8403/84 - Aplicação de linhas em desenhos;
NBR 10067/87 – Princípios gerais de representação em desenho técnico;
NBR 10068/87 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões;
NBR 10126/87 – Cotagem em desenho técnico;
NBR 10582/88 - Apresentação da folha para desenho técnico;
NBR 10647/89 - Desenho técnico;
NBR 13142/94 - Dobramento de cópia de desenho técnico.
ALMEIDA NETO, J.T.P. org. Desenho técnico para a construção civil 2. São Paulo,
EPU-Edusp, 1976. (Coleção Desenho Técnico)
BORTOLUCCI, M.A. (org.) Desenho Técnico: teoria & prática. São
Carlos:SAP/EESC-USP, 2005.
BORTOLUCCI, M.A.; CORTESI, M.V.P. (org.) Sistemas Geométricos. São Carlos,
EESC-USP, ago. 1998. /apostila/
CHING; Francis D. K. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre:
Bookman Editora.
CHING; Francis D. K. Técnicas de Construção Ilustradas. Porto Alegre: Bookman
Editora.
FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. 6.ed. São
Paulo, Globo, 1999.
KAWANO, T.E.; VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 6 ed.São
Paulo, Globo, 1999.
MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgar Blucher, 2001.
SILVA, E.O.; ALBIERO, E. ref. Adapt. Desenho Técnico Fundamental. São Paulo,
EPU, 1977. (Coleção Desenho Técnico).
SILVA, A. et. al. Desenho Técnico Moderno. Rio de Janeiro. LTC, 2006.
TELLES, P.C.S. Tubulações Industriais: materiais, projeto e desenho. 7 ed. Rio de
Janeiro, LLTC, 1987.
VENETIANER, T. Desmistificando a Computação Gráfica. Capítulos 1 e 2,
4Edição, Editora McGraw-Hill, São Paulo, 1988.