@cafecomlivros - Meu Melhor Amigo Devasso - Carlie Ferrer
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CARLIE FERRER
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Capa
Arte: Carlie Ferrer
Imagens: ©CanStock
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Introdução
Uma – Fazer alguma coisa, qualquer que seja ela, para mantê-lo
interessado nela, pois, ela já aceitou uma vez que ele não lhe pertencia,
mas depois de se entregar a ele, não pode mais imaginá-lo amando outra
como fez com ela. Ela ainda é a mesma menina desengonçada de sempre,
mas ele, por algum motivo a enxergou como mulher finalmente, e ela
precisa garantir que ele a veja assim para sempre.
Duas – Bem, não há uma segunda opção. Ela o ama, se entregou a ele
e não pode de jeito nenhum perdê-lo.
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Início
Eu tive um sonho.
No meu sonho, eu estava tentando fazer um bolo, uma tentativa
desesperada de manter o Colin perto de mim por mais de dois minutos, já
que ele parecia correr de mim. E bom, deu muito errado, confesso que
essa parte não parece tanto sonho, já que sou uma negação absoluta na
cozinha. Mas então, ele chegou, me olhou daquele jeito de quando sua
cabeça está longe de seu corpo. E não propositalmente, mas mesmo
assim, sensualmente, deixou cair água por seu corpo ao tomar direto da
garrafinha. Ele estava ali tão perto, suado, lindo e a água gelada
escorrendo por seu corpo... eu, uma reles mortal, tentei mesmo me
concentrar no bolo que ia queimar de novo se eu não o tirasse do forno,
mas aí, não propositalmente, ele esbarrou em minha mão, derrubando
calda de chocolate na minha blusa. Aliás, na blusa dele que eu estava
usando.
Me perguntei se haveria alguma chance de eu estar sexy com calda
de chocolate pelo corpo, como ele ficou com a água escorrendo pelo dele,
mas ao invés de estar me encarando como se quisesse me comer, ele
estava desesperado. Arrastou-me até a pia para limpar sua bagunça,
temendo que eu estivesse me queimando.
— Não está quente, seu tonto! Eu te mataria se estivesse —
tranquilizei-o e então fui obrigada a admitir meu erro. — Fiz esta há um
bom tempo, mas o primeiro bolo que assei queimou, então a calda
esfriou até eu fazer esse segundo.
— Por que você ainda tenta cozinhar? — ele me perguntou
debochado, e dei de ombros, desanimada da vida porque o mundo é tão
injusto e o faz ser tão sexy enquanto eu sou desengonçada e uma
péssima cozinheira.
Estava ali, questionando a vida, essa grande vaca, quando de repente
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Como se eu não fosse querer tê-lo em mim, ter seu toque no meu
corpo todo. Como se eu não quisesse ser dele desde o instante em que o
vi pela primeira vez. E não tivesse fantasiado este momento em tantas
noites sozinha, enquanto ele estava por aí, me perguntando quando ele
me enxergaria e seria eu a mulher em seus braços, ao invés daquelas que
não precisavam do toque dele como eu.
Ele me levou para debaixo da água quente do chuveiro, a maneira
como me olhava, a mistura do desejo com o medo e algo mais, devia ser o
reflexo dos meus olhos em sua direção, exceto que nos meus olhos, se ele
soubesse ver, havia amor refletido por ele. Avaliou-me de um jeito tão
intenso, foi quase como se seus olhos estivessem me tocando levemente,
logo, suas mãos me tocaram, acolhendo meus seios e apertando,
massageando-os e beliscando meus mamilos de leve, pude sentir seu
calor, a força, os calos de sua mão segundos antes de sua boca tomar meu
mamilo, sugando com força, fazendo-me tremer. Perdi totalmente a força
nas pernas e ele me amparou, sugando ainda mais forte, brincando com
os dentes numa tortura deliciosa.
— Você disse que ia apenas me beijar — comentei enquanto seus
dentes passeavam por meu mamilo, em leves mordidas.
— Estou só beijando — respondeu afastando a boca, com a voz
rouca, carregada de desejo.
Então sua boca tomou a minha, seu corpo prendendo o meu ao seu,
sua ereção passeando por minha barriga, dura e grande, senti-me ainda
mais fraca, tamanho desejo de tê-lo em mim finalmente. Sem controle,
toquei seu pau, sua boca ainda devorando a minha, ele gemeu e esse som
me fez apertá-lo, subindo e descendo a mão por sua extensão, sentindo a
maciez de sua pele e solidez de seu membro. Sua boca então desceu por
meu pescoço, sua língua quente brincando em minha pele.
De repente, ele me levantou de encontro à parede, passei minhas
pernas por sua cintura, esperando que me penetrasse ali mesmo, sua
boca voltou à minha com mais força, sua língua me dominando com fúria,
beijando meu pescoço, seios, onde alcançasse. Suas mãos que rodeavam
minha cintura desceram por meu corpo e se firmaram em minha bunda, e
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sem graça, mas ele não podia saber de maneira nenhuma o que
realmente se passava em minha mente sobre aquele beijo em particular.
Senti seu movimento desligando o chuveiro e abri os olhos confusa.
Ele pegou as toalhas e gentilmente me secou, passeando o pano macio
por todo meu corpo, concentrado no que estava fazendo e fugindo do
meu olhar confuso e questionador. Eu não queria perguntar nada como
uma menina medrosa, mas ele não podia realmente estar encerrando
nossa noite em mais um orgasmo delicioso para mim, sem eu tê-lo dentro
de mim. Tomei coragem para perguntar, quando ele passou a toalha com
um pouco mais de força pelo meu clitóris, senti-me bamba novamente,
agarrando-me a ele e as palavras sumiram.
Quando abri os olhos, ele me encarava, e havia um brilho neles que
me alertava do perigo.
— Você quer fazer isso? — perguntou acariciando meu rosto
gentilmente.
Senti que ele estava com receio de dar esse passo, com receio pelo
que aconteceria depois e eu deveria ser a ajuizada que diria não, mas
naquele momento, no meu sonho, eu não queria ser nada, nem ninguém
além de ser dele. Mas eu precisava que ele me dissesse que sim, que ele
dissesse que podíamos fazer aquilo e nada ficaria mais estranho do que já
estava entre a gente. Eu não podia arriscar perdê-lo.
— Quero, quero muito, mas não sei se devemos. Já fomos longe
demais para uma noite, não sei se tenho coragem.
Ele sorriu para mim, e aqueles sorrisos doces e intensos já estavam se
tornando meus favoritos.
— Já passa da meia-noite, tecnicamente é manhã agora. Então você
pode encontrar mais um pouco da sua coragem e vir comigo. Prometo que
faço valer a pena — disse, repetindo o que me disse no barco, na noite do
nosso não-encontro, na noite em que quase gritei no rio que eu o amava.
Eu sorri, temendo acordar a qualquer momento, antes de tê-lo
finalmente em mim, e o beijei. Ele me pegou no colo, levando-me para o
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seu quarto, para sua cama. Deitou-se sobre mim como um desesperado,
aquela calma de antes no banheiro, desaparecida, ele parecia faminto.
Suas mãos tocando-me desesperadamente em todos os lugares, seus
beijos passeando por minha pele enquanto uma mão encontrou meu
clitóris, já preparado para qualquer mínimo toque dele, e pressionou ali,
fazendo-me contorcer e gritar coisas desconexas. Seu dedo então entrou
em mim, com movimentos fortes, entrando, saindo, girando, em seguida,
outro dedo dentro de mim repetindo os movimentos, abrindo-me, e eu
não aguentava mais, quando sua boca sugou meu seio sensível por suas
mordidas, chupando e mordendo em sintonia com os movimentos de
deus dedos dentro de mim, me perdi, gritando mais alto e me prendendo
a ele desesperada.
— Agora sim, está bem molhadinha — ele disse baixinho enquanto
eu tentava voltar a mim.
Se isso foi só a preliminar pro que vem depois eu sei que não vou
passar desta noite.
Ele pegou algo na gaveta do criado, ouvi o barulho da embalagem se
rompendo e no minuto seguinte o peso de seu pau descansou sobre
minha boceta, sem penetrá-la, apenas repousando ali. Seu corpo gigante
cobriu o meu, pressionando meus seios, me tomando, beijando-me
devagar enquanto seu pau entrava em mim, com a mesma velocidade, até
que senti uma pontada de dor e ele parou.
— Lembra que eu disse que não a machucaria nunca mais? —
perguntou preocupado.
Não. E não me importo, por favor não pare! Não pare!
— Faça logo!
E ele fez. Seu pau me penetrou de uma vez, mas não tive muito
tempo para sentir a dor, pois seus movimentos foram intensos, fortes,
descontrolados. Ele entrava e saía, todo dentro de mim, tocando-me lá
dentro, tomando-me por completo. Sua boca voltou à minha enquanto eu
gritava desesperada por mais, prendendo-me a ele, com medo de acordar
e perdê-lo de repente. Não tê-lo dentro de mim de repente, e eu morreria
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se isso acontecesse.
Dure mais um pouco, sonho.
Passei as pernas por sua cintura para prendê-lo ainda mais e então
ele foi ainda mais fundo em mim, a mistura de dor e prazer me fazendo
gritar mais alto, me perder mais nele e querer tê-lo mais perto. Seus
movimentos ainda mais fortes, quase bruscos dentro de mim, seus
rugidos em minha boca e ouvidos, conforme ele se movia e me beijava e
eu não queria que aquilo acabasse nunca, pois eu acordaria e não o
sentiria mais, mas não pude mais segurar. Gritei mais alto quando ele me
tomou por completo, fazendo-me explodir de dentro para fora por ele, e
estremecer num prazer quase forte demais para suportar. Ele veio comigo
gritando meu nome como um desesperado, um som que vou levar para
sempre. Estremeceu sobre meu corpo algumas vezes, metendo mais
fundo, até que puxou uma respiração acelerada, e caiu sobre mim, suado,
quente, delicioso.
Eu mal conseguia me mover, mas ele rapidamente se livrou da
camisinha e puxou o cobertor sobre nossos corpos, depositando-me em
seus braços. Acariciando meu rosto enquanto sua respiração normalizava.
Ainda não queria acordar, queria ficar só mais um pouco assim com
ele, em seus braços, nua, sendo a garota dele.
— Você está bem? — ele perguntou baixinho e nem tive forças para
responder, apenas acenei. Contudo, achei pouco para o que estava
sentindo e me esforcei para que saísse algo decente da minha boca.
— Mais do que bem. — Peguei suas mãos grandes para me certificar
de que ainda estava ali e as coloquei sobre meu coração, ao que ele as
encaixou em meus seios e as descansou ali.
— Eu não fazia ideia que seria assim. De tudo o que já imaginei, eu
não fazia ideia... — parei de falar ao me dar conta de que poderia estar
sendo boba, ele já deveria estar tão acostumado a sentir-se assim!
— Então somos dois, porque nunca foi assim para mim também —
ele disse e senti a sinceridade em suas palavras, mas não entendi o que
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CAPÍTULO UM
Com todo cuidado consigo tirar sua mão que protegia meu seio, mas
sua perna agora descansa sobre a minha e eu não quero acordá-lo. Não
posso.
Sempre encontrei diferentes tipos de mulheres seminuas na cozinha
nas manhãs após suas noites com ele, e se tem uma coisa que pude
perceber de padrão nelas, é a beleza. As mulheres com quem o Colin
costuma sair são lindas. Ele não pode de jeito nenhum acordar e dar de
cara comigo! Descabelada, remelenta e amassada. Sei como fico de
manhã. Ainda mais nas manhãs seguintes às noites em que durmo pouco.
Meus olhos com certeza estão inchados, minhas bochechas amassadas, e
deve haver o rastro de baba pelo meu queixo. Ele não pode me ver assim!
Consigo tirar minha perna de debaixo da sua. Nunca pensei que seria
uma mulher dessas que acorda mais cedo do que o cara, para se ajeitar e
estar bem aos olhos dele quando ele os abrir, mas aqui estou eu, bolando
todo um plano para impressioná-lo quando ele acordar e olhar para mim.
Meu plano é bem simples. Eu só preciso lavar o rosto e ajeitar meu cabelo
volumoso, e então volto para a cama e o acordo e aí... bem, não sei o que
acontece depois do aí, mas estou mais do que disposta a descobrir.
Meu corpo quase todo está livre do dele, exceto por sua cabeça que
está enterrada em meu pescoço e não quero de jeito nenhum acordá-lo.
Com todo cuidado, conto até três e me afasto um pouco, sua cabeça cai,
recostando-se ao meu ombro. Então conto de novo e me afasto mais um
pouco, livrando-me de seu contato. Ele resmunga e se mexe, fico imóvel,
mal respiro, mas ele não acorda. Estou bem perto do chão, já que ele está
quase atravessado na cama, então só preciso me arrastar até a beirada e
cair levemente no tapete. E depois, poderei correr até o banheiro.
Quando alcanço a beirada da cama, ele resmunga e se mexe, e sua
perna pousa de novo sobre a minha. Tenho todo o trabalho de tirar sua
perna sem acordá-lo, e no processo, embolo a coberta que cobre sua
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bunda para baixo, em nossos pés. Mas, pelo menos nossos pés não estão
mais se tocando. Jogo meu ombro para fora da cama, pretendendo cair de
lado no carpete, mas claro que não seria eu se algo não desse errado.
Meu pé fica preso na coberta embolada e caio de cabeça. Consigo impedir
que eu bata a cabeça no chão com os braços, mas agora estou com
metade do corpo para fora da cama, e a outra metade...
— Bom dia, baby — Colin fala com a voz rouca de sono pouco antes
de me acertar um tapa na bunda.
Púbis!
— Eu não estou nua com a bunda aberta diante da sua cara, estou?
Ele ri alto e planta as duas mãos na minha bunda, provocando-me.
— Ah baby, você está! Acordar com você é a coisa mais excitante do
mundo.
Tento me enfiar debaixo da cama como uma minhoca em um buraco,
mas ele é mais rápido e me puxa pela cintura, jogando-me de costas na
cama e caindo sobre mim em seguida.
Aqueles olhos azuis tem o tom escuro de quando está com sono e
um sorriso relaxado descansa em seu rosto enquanto me avalia.
Púbis, Colin, pare de me olhar assim!
— Você está bem? — pergunta acariciando levemente meus seios.
— S-sim. Sim! Bem!
— E onde estava indo? Você ia fugir?
Nego com a cabeça, mas não tenho força para responder, porque sua
boca toma meu seio, num beijo matinal delicioso. Em seguida, ele acaricia
meu rosto e olha em meus olhos de um jeito que nunca o vi me olhar.
Posso dizer que esse Colin manhã seguinte pós sexo é um novo Colin,
um lado que eu não conhecia, mas que estou adorando! Mal posso
acreditar que ele consegue ficar ainda mais lindo do que é normalmente.
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blusa, e o Colin está com aquele olhar satisfeito, sem contar na sua cara
pós sexo. E posso dizer que gostou bastante da experiência! Nem vou
comentar o estado em que fui recebida pelo seu novo amigo de sexo para
não te constranger, mas...
— Chega! — interrompo antes que ela comente o tamanho dele e me
pergunte se doeu. — Podemos conversar a sós?
Não dou tempo que ela solte uma de suas pérolas e já me levanto
abandonando a xícara na mesa enquanto sinto que não tenho mais
língua. A pego pela mão e a arrasto até o meu quarto.
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— A sua sorte, Caitlin Ross, é que o Colin é como um filho pra mim e
não quero saber mais detalhes picantes dele, só me diz se ele a fez gozar
para eu saber que é um bom menino.
Faço uma careta e confirmo com a cabeça e parece que o time
preferido de baseball da mamãe venceu um campeonato, pela sua
expressão de conquista.
— Bem, muito bem — diz mal contendo-se e sorrio de volta. — Você
sempre foi tão fechada, minha filha, mas se precisar falar disso, saiba que
estou aqui.
Assinto e ela logo nota que algo não está certo.
Qual é mesmo o número da psicóloga do Colin? Algo está errado
comigo, afinal de contas, acabei de passar a noite com meu melhor amigo,
por quem sempre fui apaixonada, e ao invés de estar fazendo uma
dancinha idiota pelo quarto, com a minha mãe, estou com medo. De tudo
o que imaginei que sentiria após entregar minha virgindade a ele, medo
nunca foi uma opção.
— O que está errado, filha? Não foi como você esperava?
— Não, foi muito melhor do que eu poderia ter imaginado. Ele foi
doce, e intenso e tão perfeito! Eu não quero estragar esse dia, eu só
preciso tirar esse medinho bobo que já passa.
A compreensão toma seu rosto e ela senta-se de frente para mim,
cruza as pernas na mesma posição em que estou, seus joelhos por cima
dos meus, como sempre fazemos quando preciso conversar.
— Está com medo do que vai acontecer agora?
— Sim. Não que eu seja uma dessas garotas neuróticas, nem nada
assim, mas... — Respiro fundo e surto. — O que vai acontecer agora?
Vamos continuar sendo amigos? Seremos apenas isso? Como devo agir
perto dele? Será que comento sobre essa noite, ou espero que ele diga
algo? E se quando ele for me dizer algo, disser que foi apenas uma noite,
o que devo fazer? Chorar na frente dele? Fingir que não ligo? E se ele
aparecer com uma mulher aqui amanhã à noite, como eu reajo? Tenho
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reação. Pode apenas perguntar a ele como vão ficar a partir de agora. Ele
sabe que você não é como as garotas com quem ele dorme, Caitlin. Sabe
que terá que ser diferente com você.
— Mãe, a gente só transou. Não estamos saindo, não houve um
encontro, promessas, nós mal trocamos palavras ontem à noite. Foi
chocolate, suor, e pronto, estávamos nus. Não posso aparecer para ele no
dia seguinte como uma noiva com um buquê de dúvidas cobrando um
compromisso. Eu só queria que ele sentisse que foi diferente e que eu
fosse o suficiente para ele, pelo menos por enquanto, pelo menos até a
gente ver onde isso vai dar.
Ela afaga meu cabelo com um sorriso orgulhoso.
— Você é tão adulta, minha filha! Se fosse eu já apareceria com um
teste de gravidez para assustá-lo, e o esperaria nua na cama todas as
noites. Se ele não me quisesse, no mínimo as mulheres que ele trouxesse
para cá, sairiam correndo.
Sorrio e ela prossegue.
— Mas nós duas sabemos que você sabe cuidar de si mesma muito
melhor do que eu sei cuidar de mim mesma, não é? Então você vai
esperar que ele diga algo e vai dizer que está tudo bem nada mudar entre
vocês depois disso?
Ouço sua pergunta, mas no momento em que vou responder, algo
me vem à mente. A ideia maluca da minha mãe.
“Se fosse eu já apareceria com um teste de gravidez para assustá-lo, e
o esperaria nua na cama todas as noites.”
A segunda parte, é claro.
— Caitlin, você está me assustando. Que cara é essa? Cait, você vai
surtar de novo? Eu juro que pego um copo de água gelada se você
começar a surtar. Caitlin!
— Mãe, a senhora acha que eu poderia seduzir o Colin? — pergunto
quase enfiando a cabeça no travesseiro. Nunca pensei que pediria
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somos, mas desta vez não vou ficar na minha deixando que o acaso
resolva tudo. Também não vou entregar meu coração e sentimentos em
uma bandeja e assustá-lo, porque sei que ele nunca me magoaria de
propósito. Eu vou fazer do jeito dele, e seja o que Deus quiser.
Quando saio do quarto, com a mesma roupa que uso todos os dias,
as que até pouco tempo ele chamava de infantis, a mesma cara sem
maquiagem de menina, não sei bem como vou agir perto dele. Eu não
queria esperar que ele agisse primeiro, mas, estou em desvantagem em
relação a ele por conta do que sinto, então vou analisar sua reação perto
de mim antes de planejar como conquistá-lo. E eu que planejei não amá-
lo mais, para poder dormir com ele, acabei amando-o mais após dormir
com ele.
Sinto-me um pouco aliviada quando vejo seu bilhete na geladeira:
Pequena, precisei ir ao clube, mas volto cedo.
Há um quê de carinho neste bilhete? Ou eu estou fantasiando? Não
importa! Guardo o bilhete no bolso e vou procurar minhas amigas,
preciso pedir rescisão de um grupo.
Chego ao apartamento que foi meu lar por dois dias e Joy está como
sempre em suas folgas, estirada no sofá enquanto passa um esmalte
vermelho berrante nas mãos e assopra. Lyla está cozinhando e não vejo
Mackenzie em lugar nenhum. Este é o apartamento da Lyla, mas as
meninas moram aqui com ela, alugam quartos. Nós quatro nos
conhecemos na faculdade e Joy arrumou emprego para a gente na
lanchonete do tio dela. Jogo um pouco de conversa fora com Lyla
enquanto espero por Mackenzie, e logo ela aparece. Nos cumprimenta
como se sua cabeça estivesse em outro lugar, senta-se ao meu lado e fica
olhando as cebolas que Lyla majestosamente pica. Seus olhos ficam
vermelhos, mas ela permanece ali, admirando as cebolas.
— Mackenzie, está tudo bem? — Lyla pergunta e ela assente.
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sumiu, o carro quebrou, e até o motel pegou fogo. Pois é. A ideia do clube
foi dela. A Lyla, teve uma meia perda de virgindade, acho que podemos
chamar assim. Ela tinha um namorado da vida toda, e na primeira noite
deles o babaca resolveu filmar e transmitir on-line. Resultado: depois de
muito tempo tentando, quando o ato finalmente ia acontecer, os pais
dela invadiram o quarto dele porque estavam vendo o vídeo. Ela ficou tão
traumatizada que jurou nunca mais dormir com homem nenhum. Ela diz
que sexo não é importante e que não precisamos disso. E ainda não
decidi se ela vai sucumbir quando conhecer o homem certo, a mulher
certa, ou se apenas vai viver sem sexo mesmo. E a Joy, bem, a Joy não é
virgem. Mas a Lyla achou que três pessoas não se classificavam como um
grupo e ela acabou entrando na onda. Estranhamente, desde que entrou
para o clube das VSQ, ela nunca mais transou.
— Meu Deus, Caitlin! Estou tão feliz por você! Como foi? Ele é tudo
isso mesmo? — faço uma vozinha engraçada e elas caem em si. — Onde
estão minhas amigas curiosas?
— Você cedeu a ele sem um compromisso sério. Eu não cuidei de
você direito — Lyla resmunga e sai da sala abalada.
— Quem vota em chamarmos um garoto de programa para ela? —
sugere Joy, em seguida pega minhas mãos e me joga no sofá, enchendo-
me de perguntas.
Conto por alto o que aconteceu e tento explicar como me senti, mas
não consigo. Só eu sei como me sinto e é algo que vou levar comigo,
guardar para sempre na memória. Quem sabe meu plano funciona e eu
não consiga transmitir isso a ele?
— Se você tivesse me ouvido, isso teria acontecido há muito tempo!
— diz Joy. — Cait, eu disse a você para sair mais, se vestir de maneira
mais ousada, confiar mais em si mesma, eu disse que ele não olharia para
você como a menina com a cara enfiada em livros, com essas roupas de
super-herói que você usa. Você saiu com ele uma vez, bebeu, se libertou e
o resultado foi que ele a viu como uma mulher. Mas e agora? Você vai ser
a mesma Caitlin de sempre? Porque isso não funciona.
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— Não acho isso, ele te conhece a vida toda, Cait. Agora a conhece
por completo, você não tem que ser diferente para continuar atraindo a
atenção dele — defende Mackenzie.
— Tem sim! Não estou dizendo que tem que ser o que não é e se
tornar uma garota como qualquer outra, só que precisa crescer. Precisa
sair, se divertir, vestir roupas curtas, curtir a vida. Mostrar esse seu lado
para ele.
— Só que eu não tenho esse lado — digo desanimada.
— Então passou da hora de ter.
— Eu pensei em seduzi-lo, lá em casa mesmo, dormir com ele mais
vezes. Até que ele perceba que não precisa de outra mulher.
— Claro, porque ele é mesmo um homem de uma mulher só, é o que
ele busca ao dormir com tantas diferentes, não é mesmo?
— Não gosto de você! — respondo a Joy que faz uma careta,
bancando a sabida.
— Apenas faça com que a atenção dele permaneça em você. E não é
para chegar em casa e ficar orbitando em volta dele como sempre fez.
— Eu não pretendia fazer isso. Não quero agir como se não tivesse
significado nada e nem deixar tão claro o quanto significou. O que faço?
Joy abre a boca para responder, mas Mackie a interrompe.
— Se fosse eu no seu lugar, Caitlin, o que você me diria? Se eu
conseguisse depois de tanto tempo ter o homem que amo por uma noite,
e não soubesse como vai ser de agora em diante, não tivesse qualquer
garantia por parte dele, como você me aconselharia?
Penso por um momento e tento me tirar da situação, tento pensar
nela, com alguém que ame, um devasso como o Colin, sendo ela aquela
que não quer abrir mão dele depois da noite que tiveram.
— Só... guarde para você o que viveram, deixa ele saber que foi
especial e não implore que ele faça de novo. Mas, se ele fizer, deixa ele
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CAPÍTULO DOIS
COLIN
Acordo com uma ereção que deve estar aqui desde ontem à noite,
por culpa daquela menina malvada! Muito obrigada pela noite! Grande
merda! O prazer foi todo meu, criatura deliciosa e cruel.
Desde ontem, cada vez que fecho meus olhos, só consigo vê-la. Nua.
Cada centímetro dela. Consigo senti-la colada a mim. Quase consigo sentir
meu pau dentro dela, naquele movimento gostoso, entrando e saindo,
preenchendo-a uma vez, e mais uma, testando meu prazer todo dentro
dela. Quase consigo sentir seus seios na minha boca, e suas unhas
arranhando minhas costas. Quase. E não sentir isso de novo está fora de
cogitação!
— Então, vai ficar aí olhando para o tempo? Não quer me contar o
que houve? — a doutora casamenteira provoca.
— Sabe aquela baboseira clichê de encontrar a pessoa certa e aí
gozar mais forte com ela?
Ela arregala os olhos e sorri, corrigindo-me.
— Não. Sei sobre aquela verdade de amar alguém e assim, fazer amor
com essa pessoa, ser uma experiência muito melhor.
— Foi o que quis dizer. É mais intenso, mais gostoso, mais
verdadeiro.
— Bem, eu sei. E você? Vivenciou isso?
Assinto como um menino feliz e sorrio, o que a faz sorrir de volta.
Então me lembro do “muito obrigada pela noite de ontem” e meu sorriso
some.
— O que deu errado, Colin?
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menino chorão.
A porta abre e Caitlin aparece, diz estar morrendo de fome. Beija
meu rosto como sempre faz e dirige toda sua atenção para sua mãe. E eu
fico aqui me perguntando o que fiz de errado com ela. Mas não importa,
seja o que for, vou mudar isso, porque afinal de contas, somos
namorados agora. Ela me pertence, eu serei o melhor namorado do
mundo e tudo vai ficar bem.
Mais calmo, junto-me a elas e mandamos ver na gororoba.
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CAPÍTULO TRÊS
Não tenho dormido bem, passo boa parte da noite bolando planos e
revivendo momentos em minha mente, e com isso, já acordo cansada.
Levanto-me no melhor modo zumbi, mais dormindo do que acordada e
pego a primeira roupa que vejo pela frente. Colin já está na cozinha
quando saio do banho, cozinhando algo que cheira deliciosamente bem.
Dou bom dia a ele e ele me abraça. A segunda coisa que sinto, logo após
seus braços em volta de mim, é sua ereção. Ele me aperta tanto de
encontro ao seu corpo, que posso sentir toda a extensão da sua ereção
pressionada em mim.
Sorrio, comento sobre o cheiro bom, tomamos café juntos e ele fala
da luta que se aproxima, e finjo que não estou vendo o quanto ele está
duro. Após o café, prometo lavar a louça quando chegar da lanchonete e
me despeço com o habitual beijo no rosto, então saio. Logo que entro no
elevador, abro um pouco a blusa, por que peguei uma tão quente?
Prendo o cabelo e me abano com uma apostila. Como eu consegui resistir
ao volume no seu short, estando ele sem camisa, tão lindo e tão perto de
mim, nem eu sei.
Minha mãe me liga quando estou no metrô.
— Bom dia, mãe.
— E aí, filha? Vocês transaram de novo? — pergunta alto demais.
— Mãe, onde você está?
— No tribunal.
— Alguém respeita os veredictos de uma juíza que pergunta a filha
nessa altura se ela transou na noite passada?
Alguns olhares caem sobre mim no metrô e percebo que acabei
falando alto demais também.
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Joy aparece meia hora atrasada como todo dia, dá bom dia como se
não fosse nada demais, coloca seu avental e repara minha roupa. Faz uma
careta para minha blusa larguinha e quente. E solta um palavrão quando
seus olhos caem em minha saia longa.
— Que merda está usando? Suas roupas são todas assim? As que não
são de criança, são de velha? Caitlin, se eu fosse um homem cujo avião
caiu, que ficou dez anos num deserto, sobrevivendo de insetos e sem me
lembrar de como é uma mulher. Então fosse resgatado por um avião
militar repleto de homens e deixado numa cidadezinha qualquer. E a
primeira mulher que encontrasse fosse você, eu não ia querer transar com
você. E mesmo que eu descobrisse que você é a única mulher nessa
cidade, então começaria a reparar melhor nos homens, porque você com
essa roupa está broxante.
Fico sem palavras por alguns segundos, e então tento recolher minha
autoestima do chão.
— Uau! Você sabe como acabar com alguém logo de manhã.
— Estou dizendo isso porque sou sua amiga. Foi apenas um exemplo.
— Nem quero pensar no que fala para suas inimigas. Isso foi cruel.
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Colin acha que vou para casa com ele quando saímos da lanchonete,
o informo que vou ao shopping com as meninas e ele se esquiva para ir
treinar. Mas antes insiste em nos acompanhar até o shopping, que fica a
poucas quadras da lanchonete. Ele conversa facilmente com as meninas,
sem dar em cima delas, ou olhar demais em momento nenhum. Enquanto
caminhamos, seus dedos tocam de leve nos meus e ele sorri, e meu
coração bobo dá um salto gigantesco. Preciso ir com calma.
Meu celular toca e vejo na tela o nome do Stephen. Ele está me
ligando há três dias e me esqueço de retornar. Preciso conversar com ele,
essa coisa de sermos amigos não está dando certo, é melhor nos
afastarmos de uma vez por todas. Vejo os olhos azuis de Colin fixos na
tela do meu celular, e sua expressão tranquila de poucos segundos atrás,
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foi substituída por uma carranca. Antes que eu possa recusar a ligação,
ele pega o celular da minha mão e recusa ele mesmo.
— O que foi isso? — pergunto irritada.
— Você não vai atender esse babaca!
As meninas entram no shopping e tento explicar de uma maneira
clara, para que ele entenda, sem se fazer de ofendido.
— Você não tem o direito de pegar o meu celular e decidir quem eu
posso ou não atender.
— Eu não vou fazer isso. Você só não vai mais falar com esse babaca.
Nem adianta me olhar assim, Caitlin! Porra! Depois da noite que tivemos,
por que você quer falar com ele?
Percebo que mais do que ciúmes, ele está magoado.
— Não tem nada a ver com isso, Colin. Nós somos só amigos. Há um
bom tempo não rola nada entre a gente. Ele é uma pessoa legal.
Ele pensa por um momento, mas nega com a cabeça.
— Não, não quero que você fale com ele, por favor.
O que estou fazendo? Sendo a Caitlin de sempre com ele, atendendo
seus pedidos, cedendo ao que o deixa melhor. Não posso agir assim ou
meu plano vai todo por água abaixo.
— Você não pode me pedir isso. Nós transamos, Colin — falo o mais
baixo possível — e foi ótimo, mas foi isso. Isso não te dá o direito de
decidir quais amigos posso ter. Somos apenas amigos.
Ao invés de retrucar e ficar mais irritado, ele me devolve o celular e
abre um imenso sorriso.
— Vai sonhando, baby.
Então me dá um beijo rápido no canto da boca, e sai rindo. E eu
demoro a voltar a mim porque não consigo entender o que acabou de
acontecer aqui.
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— Ah não, nem me olha. Fiz um bico numa festa hoje que acabou
com meus pés. Eu não sairia deste sofá nem se o apartamento pegasse
fogo.
— Joy, por favor! Estou tentada a voltar para casa e ficar lá de melhor
amiga do Colin, pra ele não ficar chateado. Você precisa me salvar!
— Posso prender você no meu quarto, se quiser, mas não vou sair
daqui Cait, sinto muito!
— Eu até vou com você, mas como vamos beber sem ela? —
Mackenzie diz levantando-se.
— Bem, vocês podem usar as pernas à mostra da nossa nova Cait
para tentar convencer algum cara legal e mais velho a comprar as bebidas
de vocês. Se fizerem direito, ele também vai pagar as bebidas de vocês.
Boa sorte — é tudo o que Joy diz antes de resgatar seu balde de pipoca
das minhas mãos e voltar sua atenção à televisão.
Sem outra saída, vamos Mackenzie e eu, ela também de vestido, e eu
espero que ela seduza o cara mais velho e legal, porque eu é que não vou
fazer isso.
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CAPÍTULO QUATRO
COLIN
— Eu segui você — confesso após a terceira música e aqueles olhos
de gata tão lindos não se desviarem do meu rosto cobrando uma
explicação.
— Típico — diz, mas não parece estar brava, parece estar confusa, e
talvez satisfeita. Conheço bem esse sorriso contido de quem quer sorrir
abertamente com uma informação.
A puxo para perto de mim quando uma música mais leve começa e
ela não tenta se afastar. Fica quietinha nos meus braços e eu poderia ficar
aqui a noite toda, só respirando o cheiro dela, sentindo seu corpo
pequeno protegido no meu. Noto que ela está cansada após algum tempo
e a levo até uma mesa no ambiente mais silencioso possível. Chamamos a
amiga loirinha dela, mas ela preferiu continuar no bar, conversando com
o barman. Pela cara dele, ela não está dando mole, e sim desabafando
com o coitado. Mas ele espera levá-la embora depois da sessão
descarrego, por isso ainda a está ouvindo apesar do movimento no bar.
— Então, quando exatamente você e o Stephen terminaram? — esta
pergunta estava girando em minha cabeça desde quando ela confessou
isso mais cedo.
Ela fica surpresa pela pergunta, mas responde.
— Quando eu vi você tomando banho.
— Espera, você saiu correndo com ele, achei que iriam direto para
um motel e você foi terminar com ele?
— Bem, eu não queria ter algo sério com ele quando estava me
deixando seduzir pelo meu companheiro de apartamento. Não me
pareceu certo.
Concordo com a cabeça, isso é bem a cara dela.
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— Mas então por que você continuou saindo com ele depois disso?
— Porque somos amigos. Você pode não acreditar, mas o Stephen é
uma pessoa maravilhosa. Ele foi muito compreensivo comigo, foi amigo e
protetor do jeito dele. Assim como você sempre foi comigo, entende?
Fazendo tudo do seu jeito porque acha que é melhor para mim? Vocês
são mais parecidos do que você imagina, Colin.
— Nem fodendo! Todas as vezes que vocês saíram desde então, foi
como amigos?
— Para mim, sim.
— E ele não tocou mais em você, então?
— Não sei o que você entende por tocou, se se refere a encostar a
mão em mim sim, ele tem o costume de andar de mãos dadas.
— Não me refiro a isso.
— Neste caso, ele nunca me tocou.
Sorrio. Um sorriso vitorioso e aliviado. Toda experiência que ela teve
nesse campo foi comigo, e só comigo, cuidarei para que nunca mais as
tenha com nenhum outro.
— Eu não quero ser mandão, nem possessivo com você. Não sou tão
babaca, mas eu gostaria que você não fosse amiga dele. Não é por nossa
rixa no clube, nem pelo fato de eu realmente o achar o maior idiota do
mundo.
— Então é por quê? Não estou procurando uma discussão, Colin, mas
ser meu amigo não dá a você o direito de decidir quem mais pode ser
meu amigo. A gente já discutiu tanto isso.
Acaricio sua mão mostrando que não quero mesmo discutir com ela.
— Amigos não transam, Caitlin. Nós somos outra coisa.
— Amigos coloridos sim. E o que somos então?
Sorrio.
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— Quem diria! Caitlin Ross tem um amigo colorido! Agora posso dizer
que já vi de tudo. — Largo o copo sobre a mesa e seguro suas duas mãos,
olhando em seus olhos para que ela veja dentro dos meus o quanto isso
importa para mim. — Por favor, não o veja mais.
— Nós somos apenas amigos, nunca vai rolar nada demais entre ele e
eu.
— Não importa, isso não torna uma amizade entre vocês aceitável
para mim.
Ela está prestes a começar a discutir, tenta tirar suas mãos das
minhas, mas impeço. Tento explicar como me sinto antes que ela me
coloque no meu lugar, de seu melhor amigo apenas, onde ela acha que
vai me manter.
— Caitlin quando eu a vejo com ele, isso me machuca. É maior do
que ciúmes, é maior do que medo de perder você para ele. Dói. Por favor,
não faça isso comigo.
Ela aperta minhas mãos, e sei que está entendendo.
— Por que você se sente assim? Eu não quero machucar você, só
quero entender — pergunta daquele jeito doce que amo nela.
— Porque ele é melhor para você do que eu. Se eu fosse um bom
amigo, diria a você para ficar com ele, mas não sou. Uma hora você vai
perceber isso sozinha, e vai me deixar por ele. E antes que você diga que
nós não estamos juntos, estou me referindo a tudo. E não importa o
quanto você repita que são apenas amigos, você não sabe bem das coisas,
Caitlin. Você acha que você e eu somos apenas amigos.
Ela sorri, a tensão sumindo um pouco de seu rosto.
— Porque nós somos.
— Então você transaria com ele?
Ela nega categoricamente com a cabeça.
— Eu não o fiz quando estava com ele, não o faria não estando.
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— Ele não vai desistir. Enquanto tiver acesso a você, vai tentar
convencê-la de que ele é melhor, como eu fiz. Nós somos assim. Uma
hora, ele a convence.
— Como você convenceu?
— Eu não a convenci, isso não deu muito certo. Você ficou comigo
mesmo sabendo que eu era o cara errado. Só que agora, não sou mais o
errado. E ver você com ele me machuca mais do que posso expressar. Só
pensa nisso.
Ela assente, mas não diz que vai se afastar dele. Mas da maneira
doce e terna com que está me olhando, tenho a certeza de que ela vai se
afastar, e se depender de mim, farei valer a pena. Serei seu amigo,
namorado, protetor, fodedor, tudo em um só.
Voltamos para a pista e tudo o que quero é beijá-la. Ela não bebeu
nada com álcool, está linda dançando para mim, com um vestido que está
me enlouquecendo desde que a vi com ele. Sorri de vez em quando, mas
não olha à sua volta. Com tantos caras por perto, ela não olha em volta
em momento algum. E posso dizer que se há alguma mulher aqui além
dela e da amiga, eu sequer notei.
Como quem não quer nada, aproximo-me dela, descanso meu braço
em sua cintura, trazendo-a mais de encontro a mim. Ela não se afasta,
mas seus olhos de gata estão avaliando meus movimentos, atentos. E não
quero que ela fuja. Encosto minha testa a dela e beijo seu rosto, ela se
afasta o máximo que consegue estando presa em meus braços.
— O que está fazendo?
— Beijando minha garota.
— Colin, não estou te entendendo. Não é você que vive dizendo que
sexo não é compromisso? Poxa, quantas vezes já te vi falar isso para suas
garotas?
— Eu não tenho mais nenhuma garota. E as coisas aqui são bem
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diferentes do que eram com elas. Você sabe, tenho que ficar com você,
porque com você é diferente.
— Ah é? Diferente como?
— Então você não conhece a lenda? — pergunto em tom brincalhão
aproximando minha boca mais da dela.
— Que lenda?
— Quando uma virgem se entrega a um devasso, ela passa a
pertencer a ele. E ele tem que cuidar dela. Esta é a regra. Você é minha
agora, e eu sou seu.
Antes que ela venha com uma resposta sarcástica e se afaste, tomo
sua boca na minha. Parece que não a beijo há uma vida. A aperto em
meus braços, e ela corresponde do seu jeitinho doce e apaixonado. É
engraçado como tudo muda quando a pessoa que está nos seus braços é
a pessoa certa para você.
Ficamos mais algum tempo na pista, dançando e nos beijando, e
parece que estou no paraíso.
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aqui!
— O quê? Como assim? Nós acabamos de falar sobre isso e
entendemos que você não é o tipo de cara que dorme com uma mulher
apenas e...
Seguro seu rosto e a calo com um beijo rápido. Então olho em seus
olhos, seu rosto ainda preso em minhas mãos, e digo claramente:
— Eu quero você de novo hoje. Vou querer de novo amanhã e vou
querer todas as noites e dias e sempre. Você não é aquelas mulheres com
quem saí e eu não sou aquele Colin que não pertencia a ninguém. Coloca
isso na sua cabeça, eu sou seu! E vou fazer amor com você agora, porque
se não a tiver neste momento, vou enlouquecer de vez! Então cale essa
boquinha linda e venha comigo.
Ela está boquiaberta e não dou tempo que retruque, Deus sabe que
minha garota pode ser bem perigosa em uma discussão. A pego no colo e
a arrasto até o meu quarto, adorando a expressão surpresa dela. A jogo
na minha cama e tiro minha roupa, deixando que ela veja meu pau duro
para ela.
— Você não faz ideia do que fez comigo, não é meu pequeno anjo? —
pergunto enquanto subo em cima dela na cama, pouco antes de meus
lábios tocarem suas pernas.
— E você tem alguma ideia do que vai fazer comigo? — pergunta
receosa e entendo que não está falando da maneira como vou comê-la
agora.
— Tenho absoluta certeza sobre isso. Vou fazê-la feliz — respondo e
a beijo, queria que houvesse uma maneira de ela sentir em meu beijo o
quanto a amo e que estou disposto a tudo para ser o namorado perfeito
para ela.
Ela enfia as mãos em meus cabelos, puxando-me para cima dela, logo
desce suas mãos por minhas costas, arranhando-me, levando-me ao
limite do que posso suportar longe dela. Abocanho seu seio mordendo de
leve e o gemido dela é o combustível para que eu a sugue com força,
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se afasta o suficiente para segurar meu pau com suas mãos pequenas,
toca o liquido que sai dele e me masturba, descendo e subindo as mãos,
apertando-o, adiando o que mais quero.
— Ah, minha pequena, isso está delicioso, mas preciso estar dentro
de você. Não precisa ter medo, só suba em cima de mim e me deixa
entrar, eu faço o resto, tudo bem?
Ela assente, passa sua perna por minha cintura, apoiando suas mãos
no meu peito. Coloco a camisinha depressa, sob seu olhar atento e
encaro aquele rosto lindo de boneca tingido de vermelho.
— Isso vai doer — alerto me perguntando se será uma boa ideia.
— Faça seu melhor — ela provoca e mais do que depressa posiciono
meu pau em sua boceta molhada e apertadinha e a desço de uma vez.
Ela grita, aquela mistura gostosa de dor e prazer e dou um tempo
para que se acostume a ter-me dentro dela. Logo, ela mesma se levanta
devagar e cai com tudo sobre o meu pau, repetindo o movimento até que
percebo que não sente mais dor, então cumpro minha promessa. Como o
desesperado que sou, agarro sua cintura e a movimento para cima e para
baixo. Seus seios batendo bem diante do meu rosto enquanto ela grita e
me aperta dentro dela. Deixo que ela dite o ritmo e seguro seus seios,
apertando-os em minhas mãos, brincando com seus mamilos rosados e
ela rebola em cima de mim, quase me levando ao limite.
— Ah, baby! Assim você acaba comigo! — confesso e ela rebola de
novo.
Há uma luz em seus olhos, aquela luz de saber que está me dando
prazer que a deixa ainda mais deliciosa e irresistível. Não vou aguentar
muito tempo com ela rebolando assim, pressiono meus dedos em seu
clitóris enquanto ela cavalga e rapidamente ela grita, desmanchando-se
em cima de mim, seguro sua cintura e a desço sobre mim mais algumas
vezes, atingindo o ápice do prazer, gozando gostoso dentro dela.
Ela cai sobre mim mole e gemendo, e a ajeito nos meus braços,
beijando o alto da sua cabeça, sem coragem de sair de dentro dela.
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Afundo meu rosto em seu pescoço e sinto seu cheiro, e o meu cheiro,
misturados naquele espaço quente e macio. A beijo ali e entendo
perfeitamente o que ela quis dizer quando disse que eu encontraria a
púbis certa e não precisaria mais de nenhuma outra. Neste momento,
tendo-a saciada e nua nos meus braços, eu não preciso de mais nada.
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CAPÍTULO CINCO
“Se não me responder vou aparecer na sua casa. Não sou seu
inimigo, Caitlin.”
“Ok.”
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— Estamos juntos agora. Você pode fingir não ver isso, pode agir
como se não fosse nada demais, mas você é minha! E eu me senti traído
hoje mais cedo — leva a mão ao peito, exageradamente. — Eu tinha tanta
certeza que você não o veria mais!
— Só porque eu transei com você depois do primeiro encontro? —
brinco. — Eu não deveria ter sido tão fácil.
Ele parece indignado ao retrucar.
— Caitlin, você só transou comigo meses depois do nosso primeiro
encontro, não dá para ser mais difícil do que isso!
Senta-se pesadamente de frente para mim e me encara por um
tempo.
— Descontou sua raiva no treino hoje? — mudo de assunto.
— É, bem, eu imaginei sua cara em cada saco de pancada. Mas aí
quase beijei um deles e precisei parar. — Sorrio. — Eu não fiquei com
raiva, não apenas isso. Eu fiquei magoado.
E eu quero entendê-lo, saber se teria reagido assim caso fosse
qualquer outro amigo. Será que seu medo é me perder, ou me perder
para o Stephen? Porque ele diz tanto que estamos juntos agora, mas não
me disse como se sente em relação a mim.
— Eu sei que você me pediu e por mais que eu ache que você não
tem esse direito, eu ia te atender, Colin. Porque eu não queria ver você
como ficou mais cedo. Eu não suporto isso. Eu estava só me despedindo,
ia dizer a ele que não podíamos mais ser amigos, mas ele até percebeu
isso e ele mesmo disse que não nos veríamos mais.
O sorriso fraco em seu rosto não alivia a tensão que está sobre ele.
— O que mais me machucou foi a maneira como você olhava para
ele, Caitlin! Como você entrou na frente dele quando achou que eu ia
acertá-lo. Você o defendeu, o abraçou, você ficou triste por estar se
despedindo. Como se você se importasse!
— Porque eu me importo! Ele é meu amigo! Não gosto de vê-lo triste.
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CAPÍTULO SEIS
COLIN
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eu nunca a ouvi. Meu Deus, eu poderia ter evitado que ela tivesse beijado
o nerd retardado, e eu fiquei com tanta raiva por ela gostar dele! Achei
que ele era lento demais para ela! Porra! Eu poderia ter evitado Romeo e
a maneira como a encontrei despedaçada quando cheguei.
Então uma bomba cai no meu colo e me dou conta de que todo o
sofrimento que a vi passar quando cheguei aqui não foi por causa de
Romeo. Foi por minha causa, pela mulher que trouxe para casa logo na
minha primeira noite, quando eu havia combinado de sair com ela. Como
pude ter sido tão burro? Tão cruel?
Começo a pensar em todas as mulheres que trouxe para cá, em como
ela pareceu desistir de mim em algum momento, ao se dar conta de que
eu não a via como mulher. Entendo perfeitamente sua reação agora, tão
mordida e receosa, porque mesmo eu prometendo que a quero, ela tem
certeza que não sou esse tipo de homem, que consegue ser de uma só.
Ela tem toda razão do mundo para desconfiar de mim, e qualquer outra
mulher em seu lugar jamais teria me entregado sua virgindade.
Ela estava com meu maior inimigo, era amada por ele, ela tinha a
faca e o queijo na mão para se vingar de mim, e ao invés disso, afastou-se
dele porque me amava. Ela é a melhor pessoa do mundo. Eu sempre
soube disso, mas agora, mais do que nunca, eu a amo com tanta força
que parece que vou explodir. Agora, mais do que nunca, entendo o
quanto ela merece que eu a ame, e faça feliz, o quanto tenho que
agradecer por ela ser essa menina tão boa, de coração puro, que sempre
perdoa minhas merdas e me ama.
Ela me disse isso tantas vezes, como foi que eu não ouvi? De repente
quero guardar os meus medos e mágoas no bolso, e cuidar dos dela.
Porque não são poucos causados por mim.
Caminho vagarosamente até seu quarto e abro a porta com cuidado.
Ela está dormindo, descoberta como sempre e encolhida de frio. Com
cuidado, deito-me ao seu lado e a cubro, puxando-a para mim. Ela
resmunga algo e se vira, deitando em meu braço, era tudo o que eu
precisava. Observo através da luz da lua que entra por sua janela aberta,
seu rosto sereno. As marcas de lágrimas estão ali, e as contorno
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Saio de sua cama antes que ela acorde. Agora vou fazer as coisas do
jeito certo. Agora vou cuidar de fazê-la entender de maneira que não
reste qualquer dúvida, que eu a amo de verdade! E a doutora
casamenteira tem razão, por mais que estar dentro dela seja a melhor
coisa do mundo, preciso mostrar a ela que vai muito além disso.
Quando saio do banho, ela já acordou e está tomando café, logo que
a vejo, ando até ela e a abraço. Ela me olha confusa, mas cede, deixando
que eu a prenda em meus braços.
— O que é isso? Está tudo bem? — pergunta desconfiada.
— Sim, estou apenas te dando bom dia. E quero que saiba que acima
de qualquer coisa, somos amigos, Caitlin. Então mesmo que eu seja um
babaca e tenha dificuldade em te ouvir às vezes, a minha ficha vai cair e
eu vou fazer isso, porque você é acima de tudo, minha melhor amiga.
— Que bom que você se lembrou disso. Eu estava lisonjeada por ser
a garota por quem você ficou obcecado, mas temia que se esquecesse do
que é mais importante e a gente acabasse essa amizade colorida sem
nenhuma amizade.
Posso dar uns tapas nela agora? Ou quem sabe uns beijos? Como a
faço entender o quanto é importante para mim?
— Você acha que estou obcecado por você? Que interessante! —
provoco.
— Acho que você confundiu nossa amizade com o sexo, não soube
como agir comigo depois, e acabou criando toda essa confusão. Porque
não queria me tratar como trata todas as outras, e não sabe como me
tratar de maneira diferente.
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— Engraçado, não achei que estivesse fazendo isso, já que até agora
não me pediu desculpas.
Sorrio.
— Tenho um jeito especial para te pedir desculpas. Espere até depois
da luta.
Ela revira os olhos, não muito contente com minha resposta. Mas
quero ir com calma. Mesmo que já tenhamos esperado tempo demais. Ela
merece toda minha dedicação e o tempo que for necessário para se sentir
segura. Ela quer saber como me sinto em relação a ela. E hoje irei mostrar
o que mais sinto: culpa.
Avistamos Dustin e ela corre e o abraça. Eles se conhecem há um
bom tempo, e são bons amigos. Ele a apresenta a Carol, que brinca
dizendo que serei detonado.
— Qual é, chatinha? Acha mesmo que seu maridinho muso fitness
tem alguma chance contra mim? Há anos esse bosta não luta!
Uma sombra passa pelos rostos dos dois e Dustin diz mais baixo do
que estava falando até poucos segundos atrás:
— Na verdade, eu lutei há pouco tempo. Contra o meu pai. Mas você
está certo, provavelmente vou levar uma surra, porém, você não vai sair
daqui limpo, seu bundão.
— Você não vai tocar em mim, sabe disso. Carol, fique sabendo que
não vou pegar leve com ele só porque você me ajudou com o jantar.
— Ele não precisa da sua piedade — diz apoiando o marido, mas em
seguida completa — por favor, não bata muito nele!
Eles vão se despedir e olho para minha menina, minha namorada
mesmo que ela não saiba disso, minha melhor amiga que preciso cuidar e
a quem devo pedir um milhão de vezes perdão.
— Onde está seu cartaz? — provoco.
— Você vai ouvir minha torcida.
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lenço, imito o som do choro, bato no peito indicando que estou com
dores no coração, o que faz a plateia feminina em peso se lamentar em
um único som, e a chamo:
— Ei, Caitlin, quer vir aqui e secar o que você fez?
A plateia inteira ri e ela até tenta esconder o sorriso, mas falha. Sei
que está se divertindo, e está um pouco mais calma ao se dirigir ao ringe
ao meu pedido. Ela sobe com calma, aproxima-se de mim e pega o lenço
estendido. Com aquela sua cara de malvada, o esfrega no meu rosto,
fazendo todos rirem.
— Satisfeito, Hanson? — provoca.
A puxo para perto de mim, agora tenho o direito de beijá-la aqui, na
frente de todos e deixar claro que ela está comigo. Mas, quero fazer isso
direito. E não vai ser depois de discussões tão tensas, em que ela deixou
bem claro que acha que o que existe entre nós não passa de sexo, porque
não sou capaz de dar mais do que isso a ela.
Aproximo meu rosto do seu e beijo sua testa, com carinho. Afasto-me
vagarosamente, olhando seus olhos, que estão atentos aos meus, e a
abraço apertado, prendendo-a a mim sinto um alivio imediato de uma
merda de angústia que me tomava.
— Você ainda vai me deixar louco — sussurro em seu ouvido.
— Idem — responde apertando-se mais a mim.
Chegou a hora de calar sua boca, senhorita Ross.
Saímos do clube direto para nosso segundo encontro oficial, mas ela
ainda não sabe disso. A levo até a Bow Bridge, ela olha o lago, calada por
um tempo, não sabe mais como agir comigo agora que sei que ela me
amou esse tempo todo. E não quero que não saber agir comigo se torne
comum para ela. Seguro sua mão e a advirto:
— Juro que se tentar tirar sua mão daqui e vier com esse papinho de
sermos amigos de sexo, vou atirá-la nesse rio.
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pelo que já passou. Não tem que sentir dor por algo que nem sabia que
estava fazendo, já houve dor demais envolvida nisso, você não acha? Eu
não disse a você o que sentia, não tem porque se culpar — diz para que a
expressão de culpa que sei que não consigo tirar do meu rosto,
desapareça.
— Eu deveria ter percebido. Todo mundo percebia, menos eu. Você
tentou me dizer de várias maneiras e eu, seu melhor amigo, aquele que
sempre abriu a boca para dizer que a conhece, não percebi. Foi um erro
meu, sim. Acho que tenho que pagar por isso, tenho que compensá-la de
alguma forma.
— Não tem. Eu não quero que você tenha qualquer tipo de obrigação
comigo, ou vamos desandar de novo. Você consegue entender isso? Você
não tem que ficar comigo, excluir suas amiguinhas, nem nada assim
porque nós transamos. E não tem que sentir nada diferente por mim
porque eu amei você um dia. Nós sempre podemos ser abertos um com o
outro, certo?
O que? Amou um dia? Que merda é essa?
— Como assim amou um dia? O que isso quer dizer?
— Que eu não te amo mais... Oh! Você achou que eu ainda estivesse
nessa fase de amar você e sofrer? — Então ela ri, e sua risada de bruxa é
como uma faca enfiada no cu da minha alma. — Não, Colin. Não precisa
se preocupar com isso. Eu amei você sim, por muito tempo esperei por
você, mas aí você veio morar comigo e eu o conheci de verdade, vi que
você é um devasso, um espirito livre, que sequer acredita em amor, então
desisti. Agora está tudo bem, eu não amo mais você.
Fico um tempo ali, esperando que ela diga que está brincando.
Porque não é possível que aquelas regrinhas bobas que eu quebrava
fossem tão importantes a ponto de matar nela o que sentia por mim. Ou
é possível? Claro que é possível! Ela me viu com muitas mulheres
diferentes sendo o mais babaca que eu poderia ser. Por que ela me
amaria?
— Como eu faço para você me amar de novo? — pergunto seguindo
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na minha cabeça: será que isso vai mesmo passar? Então olho para ela,
lembro-me do seu beijo, seu toque, seu cheiro. Lembro-me dessa
dorzinha maldita que está aqui agora, que já é quase minha amiga, me
ajudando a entender como me sinto, e só consegui controlá-la depois ter
a Caitlin. Isso não vai passar. Não desta vez. Não é uma empolgação, é
amor.
— Se você agora só vai oferecer o seu amor a um cara que nunca
tenha pisado na bola, devia procurar de novo o imbecil do Stephen. Não
que eu vá permitir que você faça isso, de qualquer forma, só quero
entender — digo segurando sua mão antes de subirmos na moto.
— Não vou. Eu não o amo. Não quero oferecer amor a ninguém,
como você sempre disse, não preciso disso!
— Tá legal, pare de jogar todas as merdas que eu disse a vida toda na
minha cara!
Ela ri alto e pega o capacete da minha mão.
— Desculpa, achei que você fosse bem inteligente quanto a isso. Você
sempre se gabou.
— Se eu soubesse o quanto eu não sabia de nada, na verdade...
vamos fazer um acordo, Caitlin. Esqueça tudo o que eu disse antes da
nossa primeira noite. Tente prestar mais atenção no que estou dizendo
agora.
— Por quê? Agora você aprendeu a falar?
— Agora eu aprendi a sentir. Suba aqui, estou ansioso para dormir
com você.
Ela não responde, mas sobe na moto passando seus braços por meu
peito, e já começo a maquinar o que fazer para provar a ela que aquele
Colin que ela chama de devasso morreu.
Você vai entregar o seu amor ao filho da mãe sortudo que provar a
você que pode cuidar dele. Eu serei este cara.
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CAPÍTULO SETE
Então ele abre um enorme sorriso, uma luz em seu rosto escuro.
— Vai que funciona? Sabe, pequena, o que eu percebi? Você gosta de
problemas tanto quanto eu. E você vai admitir mais cedo ou mais tarde
que não deixou de me amar coisa nenhuma. Se eu fosse você, faria isso
logo, antes que eu vá parar atrás das grades.
— Você não vai parar atrás das grades, não diga isso. E eu não amo
você. Vamos logo porque preciso sair com as meninas hoje à noite.
— Não vai, não! Você vai sair comigo hoje à noite. Sabe essa sua
coisa de novas experiências? Pois é, quero tentar isso também. Hoje você
vai comigo em uma experiência nova para mim, tudo bem?
Não digo em voz alta, mas acho que estou com medo do que ele
pode considerar como uma experiência nova.
cara que ele é meu, e não vai de maneira nenhuma colocar as mãos nela
de novo. Para deixar claro o que estou dizendo, pulo sobre ela e a pego
pelos cabelos, descubro que são apliques pouco antes de arrancá-los e...
— Como ela entrou aqui? — pergunto respirando fundo e saindo da
minha fantasia de matar a mulher da vez.
Já tive um milhão delas, de um milhão de formas diferentes, mas elas
sempre acabavam com a “mulher da manhã” saindo linda e ilesa do
apartamento enquanto eu me afundava um pouco mais no desespero.
— A chave debaixo da planta no corredor — ela responde com uma
voz melosa aproximando-se de Colin, que mais do que depressa corre
para perto de mim.
— Eu não a convidei — garante.
— Mas contou para ela sobre a chave. Para quê?
— Para eu entrar aqui quando você estivesse dormindo — ela
responde piscando para ele e Colin parece prestes a desmaiar.
— Isso foi há muito tempo, eu nem me lembrava mais de ter dito
isso. Kristyn, diga a ela quanto tempo isso faz.
— Meu nome é Kimberly, e não faz tanto tempo, uns três meses, eu
acho.
— Tempo demais! — ele praticamente grita. — Querida, eu não me
lembro de uma mulher com quem eu durmo por mais de uma semana,
três meses...
Nós duas o encaramos de cara feia e ele tenta remediar.
— Exceto você, Caitlin. Eu não quis dizer isso, Kimberly, eu...
Ok, não achei mesmo que essas mulheres fossem apenas deixá-lo ir,
afinal de contas, todos conhecem o Colin e sua fama. Ele pega todas as
garotas daquele clube, da faculdade e de onde mais estiver e elas não iam
simplesmente sumir porque ele as excluiu em uma rede social. Pensei que
fossem ficar ligando, tentar falar com ele em dias de luta, ou até durante
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— Eu não tenho que saber de nada, Colin. É você quem tem — digo
indo para o meu quarto.
Isso vai ser mesmo mais difícil do que eu havia imaginado.
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— Ela só estava pegando minha chave. Minha mão não entra aqui, a
dela é pequena — justifica o homem.
— Você vai ver onde vou enfiar essa chave — ameaça dando um
passo em direção ao homem, e entro em sua frente.
— Quer parar com isso?
Ele respira fundo e se acalma, pega minha bolsa para irmos embora e
quando passamos pelo desconhecido, ele comenta:
— Sabe o que dizem sobre esses caras que tem músculos demais, não
é? Tem outras coisas de menos.
Antes que eu possa impedir, Colin pega o refrigerante do próprio
desconhecido abusado e o vira em sua cabeça.
— É, tenho paciência de menos! — responde ao homem pegando
minha mão e me arrastando dali.
Quando entramos no restaurante ao lado do cinema, sentamos lado
a lado e olho sua cara, tentando segurar o riso.
— Bem, não achei que nosso encontro no cinema fosse acabar assim,
mas considere isso como um grande passo, em qualquer outro momento,
eu teria quebrado a cara dele. E você sabe.
— Era só um estranho abusado demais. Não havia motivos para
ciúmes até ele provocar você.
— Ele colocou a mão em você! — explica indignado e dou de ombros
indicando que isso não é nada demais. — Então como você faz quando
alguém toca no que é seu? — pergunta olhando em meus olhos,
esperando realmente uma resposta.
— Se for um objeto, peço que a pessoa tome cuidado.
— E se for uma pessoa? — insiste.
— Você entende que ninguém pertence a ninguém, portanto a sua
pergunta é absurda, não entende? — Ele continua me encarando e
respondo: — Se for uma pessoa, então tomo cuidado para que ela saiba
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Certifico-me de que ele realmente não está em casa e salto feito uma
maluca pela sala, por que tão fofo, Colin Hanson? Como faço para não me
derreter por ele se até um simples bilhete me faz amá-lo ainda mais? Sei
que parece uma coisa boba, uma frase boba, nem tem um eu te amo em
letras garrafais ali, mas eu nunca imaginei que chegaria em casa e teria
um bilhete dele me mandando um beijo na boca, eu nunca achei que
fosse viver isso e só peço que esse sonho dure mais um pouco, que ele me
veja por mais um tempinho, para me mostrar mais desse lado dele que
estou amando conhecer.
Como ele está quase voltando para casa, tenho uma ideia de como
seduzi-lo e acabar de vez com essa coisa de não transarmos mais. Desta
vez não paro para olhar-me no espelho e analisar se serei capaz de
seduzi-lo, vou apenas fazer. Tiro minha roupa e me encaminho ao
banheiro, logo, ouço o barulho da porta se abrindo. Então deixo a porta
entreaberta e corro para debaixo do box, deixando apenas esta luz acesa,
como ele fez comigo um dia. Se ainda assim ele conseguir se controlar,
precisarei procurar a minha mãe e tomar aulas de verdade de como
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seduzir um homem.
Não sei bem o que fazer, então pego o sabonete e o passo pelo
corpo, ouço algum barulho e grito que estou no banheiro, chamando-o. A
porta se abre, seguro meu seio com uma mão, enquanto desço a outra
pela minha barriga, da maneira mais sensual que consigo fazer.
— Uau! Caitlin! Uau!
Opa! Essa voz...
— Ah! Luke, o que está fazendo aqui? Saia daqui!
— Você me mandou entrar!
Tento me cobrir, mas não trouxe roupa alguma para o banheiro, e a
toalha está lá do lado de fora do box, perto dele.
— Luke, saia daqui!
Mas, ele está parado, me encarando boquiaberto, vendo cada
pedaço meu que não deveria estar descoberto para ele.
— Luke! — grito mais alto. — Saia daqui!
— Caitlin! — a voz de Colin grita do lado de fora e Luke sai de seu
transe, deixando-me no banheiro, um segundo antes de Colin entrar.
Ele fica olhando de mim nua, molhada, ensaboada e envergonhada
para Luke, estupefato do lado de fora.
— O que caralho aconteceu aqui?
— Eu usei a chave debaixo do vaso de planta no corredor. Marquei
de conversar com a Caitlin aqui, mas acho que ela se esqueceu — ele
explica.
Sim, eu esqueci totalmente disso. E joguem essa maldita chave fora!
Escondo meu rosto nas mãos e Colin entra no banheiro, fechando
aporta atrás de si. Deve estar possesso comigo. Ele pega a toalha e desliga
o chuveiro, envolvendo-me nela.
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CAPÍTULO OITO
COLIN
Espero em uma sala cheia de gente bem vestida, com seus ternos
caros e pastas, elas mexem as pernas ansiosas em cumprir mais uma
obrigação, os olhos fixos nos celulares, vez ou outra, conferem papéis em
suas mãos, e em nenhum momento observam a tarde se pondo pela
enorme janela ao lado delas. Nenhuma dessas quatro pessoas que
aguardam a juíza comigo, olham na direção da janela sequer uma vez.
Vivem suas vidas numa correria tão intensa, que passam os dias sem
realmente tê-las vivido.
— Hanson, o senhor pode entrar — uma mulher mais nova e
igualmente arrumadinha me avisa e posso finalmente falar com Lorna.
— Querido, você por aqui? Está tudo bem? A Caitlin está bem?
Assinto estendendo as mãos para que ela se acalme.
— Tudo bem com sua preciosa filha, não se preocupe, Lorna. Meu
Deus! — observo assustado enquanto me sento de frente para ela. — A
senhora vem mesmo julgar casos com essa roupa? Te deixam entrar? Eles
te levam mesmo a sério?
Um sorriso de canto surge em seu rosto e ela se levanta, dando uma
volta para que eu confira todo o seu visual roxo.
— Meu bem, estou na última moda.
— A última mesmo! Só se chega nela quando não há mais salvação.
— Sempre tão gentil, Colin Hanson. O que você quer aqui?
— Duas coisas. — Tento impedir que minha cara demonstre o quanto
estou preocupado, mas, a julgar pela mudança em seu olhar, eu falhei. —
Primeira, preciso de um advogado. Um melhor do que o que possuo. A
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exatamente o que faltou em cada um, você pode ser o pacote completo.
— Lorna, há quanto tempo a Caitlin é apaixonada por mim?
Ela se cala e desvia seus olhos do meu rosto, passando a mão pelo
porta-retratos em sua mesa, um em especial, em que estamos Caitlin e eu
quando crianças.
— Por que você acha que ela está apaixonada por você?
— Eu não acho. Ela me disse, disse que sofreu a vida toda por mim,
que sofreu o suficiente para tirar dela o que sentia.
Sua expressão surpresa e um pequeno sorriso me deixam confuso.
— Foi o que ela disse? Que não te ama mais? E isso incomoda você?
— Claro! Eu não consigo entender como alguém simplesmente deixa
de amar outra pessoa, quero dizer, quem é que controla essas coisas? Ela
parecia tão sentida e tão triste quando confessou o que sentia, e depois
tão calma e segura quando disse que não sentia mais e que está bem com
isso, mas se você ama alguém uma vez, não é possível que fique bem
depois, sem amar ninguém, não é?
— Ah, querido, as coisas são mais complicadas do que isso. Nem
sempre o amor é uma coisa boa, as pessoas podem sofrer muito por
causa dele, ela sofreu.
— Eu gostaria de entender o que ela sentiu, entender o que a fez me
esquecer. É que esse amor que ela sentiu por mim a vida toda tem que
estar ali em algum lugar, não tem? E eu só preciso fazer com que ela deixe
sair de novo.
— Você quer que ela volte a amá-lo para quê? Vocês já não são
amiguinhos de foda?
— Não quero foder sua filha, Lorna, quero amá-la, de todas as
maneiras possíveis. Vai muito além de tê-la em uma cama.
— Não acredito que esse dia finalmente chegou! Eu não acredito!
Ela vem até mim e me abraça apertado, parece prestes a chorar, mas
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dezembro/2012
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Querida Caitlin
Você precisa ter outras prioridades na vida, que não incluam amar
alguém. Principalmente, alguém que não quer ser amado desse jeito. Você
pode sair, fazer novas amizades, comprar coisas legais, ou apenas ficar
parada dentro de casa, ouvindo uma música boa, viajando em algum livro,
você tem tantas opções para passar o seu tempo que lhe permitem ser essa
menina estranha e tão quieta. Então, por favor, escolha uma dessas opões e
não perca mais os dias da sua vida amando alguém que nunca vai olhar
para você. Não deixe que futuramente, quando olhar sua juventude, tenha
apenas essas lembranças dela, as do cara que você ama distribuindo sua
atenção com todas as outras, menos com você. Não permita que suas
futuras amizades a encontrem neste estado tão fechada em si mesma,
porque perdeu o seu melhor amigo e não sabe mais ter esse tipo de
relacionamento. Seja mais você, por você, e menos a Caitlin dele.
Não entendo o que essa confissão quis dizer. Passo mais algumas
páginas e encontro outra parecida.
Fevereiro/2013
Querida Iludida
Até quando você vai se esconder nas sombras, sendo o braço direito, a
irmã, a melhor amiga e nunca, em nenhum momento, o amor dele? Até
quando vai calar seus sentimentos e carregar isso sozinha quando sabe
onde encontrá-lo para dividir tudo isso? Ele vai entender, pode não sentir o
mesmo, mas pelo menos irá poupá-la de ter que vê-lo com tantas outras, e
quem sabe um dia, quando ele se cansar de tantas mulheres que nunca
sentirão por ele metade do que você sente, ele se lembre dessa conversa e
a procure com seu coração livre para dar a você? Prefira chorar por algo que
não conquistou do que por algo que não teve por sequer tentar. Não seja
essa menina de dúvidas, se perguntando o tempo todo onde isso vai dar,
apenas vá até ele e descubra.
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Caitlin, abandonada
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Ele veio à cidade e não veio ver você, mas por favor, não chore mais.
Você precisa entender que ele tinha pouco tempo, e era mais importante
passá-lo dentro da vagina, do que dentro do coração de alguém. Talvez você
esteja oferecendo a ele seu órgão errado.
Caitlin, ferida
Você não precisa entender por que alguém é incapaz de notar algo que
é quase possível tocar. Não precisa entender porque os olhos dele nunca
olham mais de uma vez na sua direção, nem porque ele te entende tão bem
em tudo, menos quando fala do que sente. Não precisa se perguntar se ele
sabe e finge que não, apenas para não perdê-la, já que não quer você de
outra maneira. Não fique aí tentando encontrar um jeito de fazê-lo ver que
você pode cuidar dele, que você vai parar sua vida para isso, e dedicá-la
inteiramente a ele. Não pergunte.
Pergunte a si mesma porque você o ama. O verdadeiro motivo. Uma
lista de pós e contras, analise-a e deixe de sentir algo que só está
destruindo você.
10 – Sempre que ele me toca, me olha, ou sorri para mim, tudo faz
sentido.
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fizesse a menor ideia do que amar significa de verdade, nunca teria usado
isso para ir para a cama com você. Então eu quero te pedir desculpas por
ter sido um babaca desalmado e por cada vez que você chorou por mim.
Espero que encontre alguém melhor do que eu para dar o seu amor.
Espero por seus insultos e coisas assim, mas ela está confusa e calma.
— Por que isso agora? Acha que vai morrer na final do campeonato?
— Não! Não mesmo, eu vou vencer essa coisa! Porque agora amo
alguém, enlouquecidamente, e acho que eu morreria se tivesse de vê-la
com outro.
Ela me abraça e diz que me perdoa. E vejo que isso vai ser mais fácil
do que imaginava, pelo menos com elas. Já com a Caitlin, bem, preciso ser
mais criativo do que isso. Avisto Norah, vestindo sua roupa de ring girl e
aproximo-me dela.
— Norah, eu, eu sinto muito...
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CAPÍTULO NOVE
— Caitlin por que você está aqui de novo com aquele deus grego em
casa? — reclama Joy assim que entro em seu apartamento.
Jogo-me desanimada ao seu lado no sofá e espero todos os olhares
estarem sobre mim para fazer meu relato choroso:
— Não consigo seduzir o Colin.
— Conte uma novidade — brinca Mackie.
— Estou falando sério. Estamos dormindo juntos há dois dias e nada.
Ele diz que só quer dormir comigo. Não me toca mais. Ontem eu até
tentei seduzir ele, como ele fez comigo, mas aí tudo desandou e acabou
com o Luke me pegando nua no banho e o Colin chegando em seguida.
Joy e Mackie riem enquanto Lyla me avalia.
— Ele está com outra mulher?
— Não que eu saiba.
— Bem, se ele não está saindo com mais ninguém e quer passar
tempo com você sem que vocês transem, me parece que está tentando te
provar algo.
— O quê? Que eu não sou sexy o suficiente para ele manter o desejo
por mim?
— Ou que quer com você mais do que apenas sexo, mas se tratando
do Colin é difícil que seja isso. Tem certeza que ele não está com mais
ninguém, certo?
— Tenho!
Claro que não tenho! Com o Colin não dá para ter certeza de nada! E
se ele tiver voltado a ser o Colin de antes, e tiver se empolgado com
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alguma outra ring girl daquele clube, então está passando tempo comigo
para quê? Não, ele ficou bem sentido por eu não amá-lo mais, não faria
algo assim.
— Cait, sei de uma coisa que pode te animar. Para te ajudar a seduzi-
lo, vem comigo! — Joy me arrasta até seu quarto e me estende um
microvestido vermelho. — Minha arma secreta. Use isso e não dou dois
minutos para ele estar tirando-o de você, só não o deixe estragar meu
precioso no caminho.
Avalio o pedaço de pano com uma careta.
— Claro que ele tira isso em dois minutos, quase não há roupa para
ser despida. Eu jamais usaria algo assim.
— Isso é sexy! — ela defende.
— É indecente!
— Está dizendo que sou indecente?
— Você sabe que é. Eu não vou usar isso aqui não!
— Tudo bem, deixe que outra use e chame a atenção dele — ela diz
como quem não quer nada guardando-o de volta em câmera lenta em seu
closet.
Sei que isso é uma artimanha para eu querer colocar o vestido, já que
agora estou imaginando uma outra mulher sem noção e desavergonhada
com ele, e claro que o Colin olharia, todo mundo olharia. Mas isso não vai
fazer com que eu queira experimentá-lo uma vez que nunca vou usá-lo,
não é?
Arranco o vestido de sua mão e vou até o banheiro seguida por sua
gritaria comemorativa. Mas, quando me olho no espelho com ele, não
tenho reação. Ao contrário de Joy, que começa a rir.
— Você não tem seios para usar algo assim.
— Meus seios cabem perfeitamente na boca... — calo-me antes que
diga besteira e Joy está de olhos e boca abertos.
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o que quer aqui? Não reclamando por você ter vindo, eu só não faço ideia
de porque você veio e estou começando a ficar assustada.
Pare de falar, Caitlin!
Ela me olha como se eu fosse uma pessoa estranha, o que tenho
certeza que sou mesmo, ainda mais quando fico nervosa e começo a falar
tudo que me vem à mente sem pensar antes.
— As coisas estão diferentes com ele. Ele mudou. De algum jeito, seu
lance de virgindade o afetou e eu imagino que você seja o motivo de ele
estar dispensando todas as outras meninas no clube.
Tento segurar o sorriso, mas sei que estou falhando porque sinto
meus dentes à mostra.
— E você veio até aqui me dar os parabéns?
— Vim até aqui alertar você. Como sua amiga.
Meu sorriso some e tento me preparar para o que quer que ela
queira me contar.
— Como minha amiga? Que você acabou de dizer que não é.
Desculpe, não quero ser grosa, estou confusa.
— Se você fosse mais... — busca uma palavra, mas parece desistir —
jovem, e frequentasse o clube e as baladas como uma jovem comum,
provavelmente seríamos grandes amigas, Caitlin. Por isso acho que deve
ver o que presenciei hoje.
— Não quero! — digo de repente. — Obrigada por ter vindo até aqui,
mas seja o que for, o que os olhos não veem...
Mas ela nem me dá tempo de terminar a frase, vira a tela de seu
celular para mim e nela há uma imagem do clube, algumas pessoas
conversando em um ponto e num cantinho afastado está o Colin,
conversando intimamente com uma mulher. Ela passa o dedo pela tela e
a imagem muda, na seguinte, ele está em outro canto, abraçado com
outra mulher. Mais uma imagem, ele segura a mão de outra.
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Mesmo com meu estado emocional abalado, opto por não bancar a
ciumenta e não pergunto nada a ele sobre seus encontros nos cantos com
as ring girls, ele também não diz nada, então julgo que não foi
importante. Assistimos um filme de luta sangrento na tv a cabo, e vejo-o
tão relaxado, seu corpo gigante colado ao meu no pequeno sofá, sua
respiração é tão leve, que adormece no meio do filme e eu nem me
lembro quando foi a última vez que o vi assim, tão calmo. Sorrio como a
boba apaixonada que sou, acariciando de leve seu rosto másculo, feliz
como nunca estive por poder estar assim com ele, colados no sofá, e
afundo de vez esse assunto das fotos. Jogo um cobertor sobre a gente e
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me aconchego nele.
— Dor nas costas, aí vamos nós! — Deito-me em seu peito e logo
durmo também.
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a ela como faço para levar meu melhor amigo devasso para a cama de
novo. O quão desesperado isso soa? Meu Deus! Não posso fazer isso!
Levanto-me como quem não quer nada para sair de fininho dali, mas
a porta de seu consultório abre e sou pega no pulo pela doutora.
— Caitlin, você pode entrar, querida.
Dividida entre envergonhada e desesperada, sigo a doutra, buscando
uma melhor maneira de começar a conversa. Sento-me diante dela, que
me observa com um sorriso preocupado.
— O que o Colin fez? Ou ele não é o motivo da sua consulta?
— Sim, mas ele não fez nada. Na verdade, ele não fez absolutamente
nada, este é o motivo da minha consulta.
— Desculpe, querida. Não entendi — diz, olhando-me confusa, e
antes que me arrependa, fecho os olhos e solto:
— Ele parecia tão empolgado em fazer amor comigo e de repente ele
é fofo, brincalhão e não quer mais sexo. Ele nem me olha mais com
aquele desejo que eu quase podia pegar e que me fez fugir às pressas
dele poucos dias atrás, agora é como se quisesse estar comigo, mas sem
estar comigo. E eu sei que se tratando dele eu deveria estar feliz por ele
querer estar comigo fora da cama, mas a gente sempre fez isso, éramos
amigos antes de tudo e passávamos um bom tempo juntos que não
incluía nada de sexo. E agora, voltar a passar tempo juntos sem sexo
parece com a nossa amizade de antes, já que ele não diz como se sente
além de que acha que sou propriedade dele, mas ele já era um amigo
ciumento desde sempre e se a gente estivesse se entendendo na cama,
então eu teria um pouco mais de certeza de que algo está mudando nele,
mas esse Colin anti-sexo que ele se tornou me deixa ainda mais confusa
do que aquele que só queria transar...
— Caitlin! Caitlin! — ela grita fazendo-me calar a boca. — Querida,
você precisa respirar, seu rosto está vermelho e tenho certeza de que é
culpa da sua fala desenfreada.
— Desculpa. Eu falo muito quando fico nervosa.
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ele sinta que eu preciso ser dele e precisar só dele e viver por ele. Eu sei
que ele pode aprender. Eu posso mostrar a ele que o amo acima de
qualquer coisa. Mas eu preciso saber que é isso o que ele quer. Porque
não vou oferecer toda minha devoção e amor a alguém que vai jogar isso
fora. Não de novo.
— Não é para mim que você tem que dizer isso, Caitlin. Pergunte a
ele. Pergunte como ele se sente.
Bem, acho que preciso de coragem, álcool e muita coragem para fazer
isso. Porque tenho mesmo medo da resposta. Eu já disse que preciso de
coragem? Pois é. Não vai ser fácil. As pessoas inventam tantas coisas,
coisas absurdas e que facilitam tudo o que a gente faz no dia a dia. Por
que não inventam uma armadura para o coração? Um soro, que fecha
uma barreira em volta dele e um antídoto, que a abre quando você tem
absoluta certeza que ele não irá se ferir no processo.
— Eu posso voltar na semana que vem? — pergunto despedindo-me
dela.
— Deve voltar. Vou adorar tê-la aqui. Ah, e Caitlin — chama quando
dou um passo para fora de seu consultório. — A sua ideia de fingir que
não esperava nada mais dele foi brilhante. Você o fez buscar as respostas
em si mesmo, e ele se conheceu mais por isso. Eu quero ser madrinha
quando essa coisa chegar ao seu destino.
Abro um enorme sorriso em resposta.
— Doutora casamenteira. Entendi.
Saio dali diferente de quando entrei. Ainda em dúvidas, agora em
cólicas de medo de atender o que a doutora pediu e ainda em direção ao
tribunal para falar com minha mãe, afinal de contas, ainda preciso seduzir
meu devasso.
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CAPÍTULO DEZ
COLIN
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— Que merda!
Pego a coisa pequena e a jogo na mochila. Já tenho um presentinho
para dar a minha garota após o jantar romântico a que irei levá-la esta
noite. Passo pelas ring girls na saída e as cumprimento, e acho estranho,
mas elas suspiram por mim e me olham de um jeito, como se estivessem
esperando que eu fosse até lá passar a mão na barriguinha delas.
Acho que estou ficando louco.
Onde vc está, baby? Venha para a casa. Tenho algo especial para vc
esta noite. Por favor, não demore.
Meia hora depois, ela entra pela porta, seus olhos de gata avaliando-
me desconfiada. Em suas mãos, um buquê de rosas brancas.
— Você me trouxe flores? — brinco.
— Na verdade, uma tal de Camrym. Colin, você está trabalhando em
uma floricultura ou algo assim? Por que está recebendo flores? Nem eu
recebo flores, e olha que sou fofa com as pessoas na maior parte do
tempo. Pelo menos eu acho.
Amasso o cartão sem lê-lo e estendo as flores para ela.
— Flores para uma flor.
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como conhecemos, vai querer bater em cada olho que pousar em mim. É
melhor a gente voltar...
— Que isso, pequena. Você tem o direito de sair seminua para um
restaurante caro e eu não vou bater em quem olhar você. Só vou bater
em quem olhar muito para você. Mas tudo bem, estou estressado e
precisando dar uns socos. Vai ser uma noite divertida.
Ela resmunga seu palavrão preferido e me pergunto se não deveria
ter voltado em casa e deixado que trocasse de roupa, afinal de contas,
sou eu que vou ficar a noite toda perto dela vestida assim, imaginando-a
sem roupa e ciente de que não poderei tocá-la depois. Essa coisa de amor
deveria ser mais prazerosa e menos trabalhosa, isso sim.
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visão de seus lábios grossos em volta do meu pau é quase demais para
suportar. Eu poderia gozar em sua boca agora mesmo, só de vê-la com a
boca em mim, olhando-me desse jeitinho travesso. Ela toma a inciativa ao
ver que sou incapaz de formular uma frase decente e suga meu pau com
cuidado, sua mão em volta do membro, subindo e descendo, acompanha
o que faz com a boca. Eu adoraria ficar um tempo maior sentindo sua
língua me tocando, e seus lábios em volta do meu membro, mas não
posso segurar mais.
— Eu não posso segurar mais — aviso e tento afastá-la, mas ela se
recusa e explodo em sua boca, fazendo com que ela tome tudo, cada
gota, em sua boca gostosa.
Ela engole tudo e a ajudo a levantar-se, prendendo-a em meus
braços. Eu realmente amo essa mulher!
A ajudo a limpar-se alguns minutos depois e ajeitar de novo os seios
falsos e o vestido. Quando abrimos a porta uma pequena fila de mulheres
irritadas aguarda do lado de fora. Ficam boquiabertas olhando de mim
para Caitlin e me divirto vendo seu rosto atingir aquela tonalidade
vermelha que adoro.
— No final das contas, seios falsos surtem efeito, meninas — diz
fazendo-me rir enquanto passamos pela pequena fila. — Acho que não
vão nos deixar entrar aqui mais — sussurra para mim logo que deixamos
o restaurante.
Antes de entrarmos no carro, a puxo para meus braços mais uma vez,
só para me certificar de que ela está mesmo aqui, comigo. E que nada
disso foi coisa da minha cabeça, algum tipo de alucinação feliz.
— Amor, se todo jantar romântico com você for assim, vamos fazer
isso todos os dias!
— Você se saiu bem para um jantar romântico, Hanson. Só que
estragou tudo quando me comeu no banheiro.
— Sério? E eu achando que isso havia sido a cereja do bolo. Então
não tirei nota dez?
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Ela solta uma risada alta, e me avalia dos pés à cabeça, seu rosto
corando, provavelmente com as lembranças do que acabamos de fazer no
banheiro.
— Dez? Você merece um mil!
Eu ainda vou me casar com essa mulher!
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CAPÍTULO ONZE
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— Agora você vai ter muitas bonecas. Quer ir conhecer seus novos
amiguinhos?
Ela nega com a cabeça e dá um passo para longe de mim,
encostando-se à parede. Penso em uma melhor maneira de convencê-la a
deixar a diretoria, quando Carter aparece. Corre até mim e me abraça.
— Tia Cait, você chegou!
— Oi, meu amor. Esta é a tia Katy — digo apontando Katherine, e ele
faz um floreio antes de abraçá-la, Katherine retribui o abraço e noto que
gostou dele. — Esta é sua nova amiguinha, a Daysi. Ela está com um
pouco de medo, como você quando chegou aqui, se lembra?
Ele assente e abraça Daysi de repente. Temo que vá assustar a
pequena, mas ela sorri para ele.
— Não precisa ter medo. Eu cuido de você — diz a ela.
Ela assente e ele pega sua mão, arrastando-a para fora da diretoria. E
isso me remete anos atrás, quando eu era a garotinha de quatro anos em
uma escola nova, e conheci meu herói. Sei que a pequena Daysi vai ficar
bem a partir de agora.
— Vem comigo, vou te mostrar os quartos, onde a gente come, e tem
um parquinho lá nos fundos. Pode deixar tia Cait, eu cuido dela! — diz
pouco antes dos dois sumirem de vista.
Olho para uma Katherine emocionada.
— Não sei dizer qual deles é mais apaixonante — ela diz com a voz
embargada.
— Todos eles são, cada um à sua maneira. Você não faz ideia do
quanto dá para aprender com eles.
Ela assente e a apresento a outras crianças, logo, ela está rodeada
delas, brincando no chão do pátio, como se fosse também uma criança.
Encontro Colin observando-a em um canto e o abraço.
— Que bom que ela está feliz — diz.
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— Você teve uma ideia brilhante! Tomara que ela venha mais vezes e
acabe por adotar algum desses anjinhos.
Ele assente distraído e diz em meu ouvido:
— Vida.
— O quê? — pergunto confusa quando ele se afasta.
— A palavra que você pediu. O que você representa para mim. Esta é
uma delas.
Sorrio tentando entender.
— Eu sou uma vida para você?
— Não, amor. Você é minha vida. Sempre foi, sempre vai ser.
Meu coração dá um salto tão grande, que por um segundo me falta o
ar. E no segundo seguinte, tão logo me recupero, pulo em seus braços e o
beijo. Um beijo casto, porque estamos entre crianças, ao que ele retribui
me apertando em seus braços.
Passamos uma ótima tarde com as crianças, me certifico de ver a
pequena Daysi correndo pelo pátio com outros meninos, enquanto bem
próximo a ela, Carter a observa atentamente.
— Acho que alguém está levando bem a sério essa coisa de tomar
conta da pequena — comento com Colin e Katherine.
— Isso é muito sério. Você não se lembra quando éramos nós? Eu a
acompanhava até a porta do banheiro. E só não entrava com você,
porque a professora me castigou quando o fiz uma vez — Colin lembra
com um sorriso.
— Verdade. Você ia comigo para todo lugar, e me entregava nas mãos
da mamãe. Por isso ela sempre te adorou. Você era um grande puxa-saco.
Ele ri alto e Katherine o acompanha.
— Estava fazendo meu trabalho, baby. Se você me achava grudento
naquela época, espere até ver agora. Você tem seios e eu estou mais
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Eu fico o dia todo com essa sensação ruim, de que falhei com ele.
Que o magoei. Chegamos em casa, Colin já atrasado para o último treino
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antes da luta, ainda em silêncio, como fizemos o caminho todo até aqui.
Estou prestes a fazer uma pergunta maluca para Colin, quando ele a faz:
— A gente tem alguma chance de adotá-lo? Digo, se tentássemos,
você acha que algum juiz daria a guarda dele para nós?
— Um lutador clandestino e uma universitária? Eu não sei. Vou
conversar com a minha mãe.
— Eu posso arrumar outro emprego, durante o dia. Podíamos dar um
jeito.
— A gente pode perguntar a ela o que temos que fazer. Você precisa
ir agora, não tem seu último treino?
— E você? Vai fazer o quê?
— Tenho uma consulta com o ginecologista daqui a pouco. Depois
vou falar com a minha mãe.
— Ginecologista? Sei. Boa consulta — diz com algo diferente em seu
rosto, uma espécie de sorriso divertido de quem vai aprontar.
— Nem pense em aparecer.
— Eu não, baby, tenho outras coisas para fazer.
— Ótimo!
Ele sai pela porta e eu vou me arrumar para minha aguardada
consulta. Vamos ver o que esse ginecologista da Mackie tem demais.
da onça.
— Já entendi! A Mackie vai entrar comigo, qualquer coisa ela te
chama, tudo bem?
Ele parece não gostar da opção e insisto.
— Você precisa respeitar minha privacidade. Entrar comigo no
consultório do ginecologista é ridículo, absurdo e inaceitável! Você não
vai entrar!
Ele parece se acalmar e fico olhando para o chão, sem coragem de
olhar para as pessoas que ainda riem à nossa volta.
— Não me sinto confortável com você entrando lá sozinha —
reclama.
— Nem eu com você entrando lá comigo.
Ele bufa irritado e me abraça.
— Tudo bem, desculpe por essa cena. Eu estou aprendendo a lidar
com isso, mas ainda que seja um ginecologista, me dá ciúmes, entende? É
um homem que estará ali cara a cara com o que é meu.
— Vamos poder não usar mais camisinha depois dessa consulta. Ele
vai me passar algum método contraceptivo.
Ele abre um sorriso de lado, avaliando-me.
— Bela barganha, senhorita Ross. Mas estarei esperando aqui.
Respiro aliviada quando a porta do consultório abre e o doutor deus
chama meu nome:
— Caitlin Ross, pode entrar.
Dou um passo rápido em direção ao consultório, mas Colin segura
meu braço, enquanto o doutor deus se aproxima de Mackie com olhos de
predador.
— Este é o doutor? Bonitão e comendo sua amiga com os olhos? Mas
você não vai entrar aí mesmo! Por que não marcou com uma mulher? Ou
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— Nunca mais repita isso, Carter. Eu sempre vou amar você, e não o
levamos hoje porque não podíamos. Não tem nada a ver com não
querermos você. Nunca mais pense uma coisa dessas.
— Mas eu não quero voltar para lá. Eu só quero uma mãe. Eu vou
fazer aniversário, vou ficar grande e depois ninguém mais vai querer me
adotar.
— Não é verdade, meu amor. Você é o garoto mais lindo, inteligente
e especial que existe no mundo todo.
— O mundo todo é muito grande, tia.
— Pois é, para você ver o quanto é especial, venha aqui, vamos fazer
um acordo, tudo bem? — Ele se senta ao meu lado, ficando ele debaixo
de um braço meu e Daysi debaixo do outro. — Quando é o seu
aniversário? Em dois meses?
Ele assente, aconchegando-se o máximo possível a mim.
— Então, se você não tiver encontrado a melhor mamãe do mundo
até o seu aniversário, eu vou tentar adotar você.
— Você jura? — pergunta alto olhando-me com esperança e um
enorme sorriso.
— Eu juro. Mas você precisa entender que pode ser que eu não
consiga, porque sou muito nova e recebo pouco no meu trabalho. Mas eu
prometo tentar, tudo bem assim?
— Tudo ótimo!
Katherine e Colin nos encontram em seguida e Carter a abraça assim
que a vê.
— Tia, bem que a senhora disse que eu ia ter uma mãe em breve. A
tia Cait vai tentar me adotar!
Katherine abaixa-se ficando de frente para ele e diz:
— Ah, que pena, querido! Eu queria muito ser a sua mamãe, mas se
você prefere a Caitlin, eu entendo.
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Minha mãe nos deixa em casa, e Colin desce na frente para que ela
possa falar comigo algo que diz ser sério.
— Estou muito orgulhosa de você — digo abraçando-a.
— Ah, você sabe que terá que me ajudar em tudo. Mas estou feliz
por ter outra filha, Deus sabe que sempre quis mais uma. Bom, preciso de
um conselho seu. Tem um homem lá no tribunal...
— Espera! Um homem? Vai me pedir conselhos amorosos?
— Claro! Você é a pessoa mais cabeça que conheço, aliás é a única
que conheço. Enfim, ele é juiz, acabou de ficar viúvo e é todo pomposo,
então pensei...
— Calma! Pomposo? Isso significa que é bonito? — Ela concorda com
a cabeça e prossigo. — Acabou de ficar viúvo, que triste! Faz quanto
tempo?
— Uma semana. Ela morreu por conta de um câncer.
— Mãe! Uma semana!? A cama dele ainda nem esfriou, o coitado
deve estar de luto e você de olho nele?
— Claro minha filha, ele cuidou dela por muito tempo antes de
perdê-la, está precisando de uma diversão agora. E você não conhece as
mulheres com quem trabalho, se eu não pegar agora, semana que vem
outra pega. Pare de me julgar e seja minha amiga, como chego nele? Devo
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CAPÍTULO DOZE
COLIN
tudo.
— Por que esse ódio gratuito contra mim? Não julgando, você ama e
odeia quem quiser, mas por que eu?
— Porque eu conheço tipos como você, só tentam mudar enquanto
algo é novidade, depois, vai destroçá-la, como fez a vida toda.
— Eu vou ficar muito feliz quando encontrá-la de madrinha do nosso
casamento bem em cima do altar e jogar na sua cara que eu calei sua
boca. Até mais, Lyla.
Ela abre um pequeno sorriso que considero como uma vitória e diz:
— Até lá, Colin.
não vai machucar realmente, mas deve arder o suficiente para se lembrar
do meu aviso. Então o solto e encaro uma Caitlin possessa. Ela junta suas
coisas e vai andando na frente, sem esperar por mim. Não se despede do
babaca, mas também não fala nada comigo. Espero um pouco e a sigo,
torcendo que não esteja desistindo de mim porque sou ciumento demais
para o nosso próprio bem. Eu sei que exagero, eu só não consigo sentir
algo tão grande e que me domina desse jeito e não o extravasar de
alguma forma. Não consigo correr riscos quando se trata dela.
Simplesmente não posso.
Ela está sentada em um banco do lado de fora, as mãos no rosto,
esperando por mim. Sento-me ao seu lado como um menino que
aprontou com a professora e sabe que vai levar bronca.
— Você é a pessoa mais linda e bondosa que conheço, Caitlin —
tento.
— Nem adianta me adular! Colin, o que deu em você? O que estava
fazendo aqui? Nos espionando? Ainda vai ficar com isso?
— Não, eu juro que não sigo você sempre, eu não ia fazer isso hoje.
Desculpe. Estou nervoso com a luta e você saiu, eu passei na lanchonete e
quando soube que estava com ele perdi a cabeça. — Antes que ela
comece com a bronca do século, tento ser o mais sincero possível sem
entregar a ela como me sinto, porque tenho tudo planejado para fazer
isso esta noite. — Caitlin, eu não quero ser um maluco descontrolado,
não quero te dar ordens e nem ficar te perseguindo. Eu quero respeitar
seu espaço, a parte da sua vida sem mim. Mas eu não sei como fazer isso.
Por favor, você precisa ter paciência e me ensinar. Eu não sei raciocinar o
que sinto, só sei sentir e eu sinto um medo do caralho de perder você.
Ela cala o que quer que ia me dizer e sorri para mim daquele jeitinho
doce de quem me perdoou. Pousa sua mão na minha e está calma
quando volta a falar.
— Amor, você não pode fazer isso, não pode agir sempre como um
maluco, precisa aprender a confiar em mim! Não precisa ter medo de
nada, onde mais eu iria que não junto a você? E você sempre pode falar
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acho ruim ela estar perto de ouros caras, sou maluco, mas se eu não
achasse, seria indiferente. Aí eu quero estar com ela o tempo todo, quero
que ela fique apenas comigo e então me torno possessivo. Mas se tento
encontrar um meio termo entre sentir o que sinto e não precisar tanto
estar com ela, me parece que não existe. Fico me perguntando se sou
maluco, possessivo se só a amo mais do que deveria. A verdade é que
essa coisa toda cansa, parece que nunca estou certo, por mais que tente
acertar.
— Você está desistindo? Estou mesmo ouvindo um quê de resignação
na sua voz? — pergunta preocupada e vejo o sorriso de Dustin atrás dela,
enquanto faz um gesto negativo com a cabeça.
— Até parece! — ele comenta. — Elas nos enlouquecem, nos testam
e não vivemos sem elas.
Sorrio em concordância e tranquilizo a doutora, que ainda tem olhos
apreensivos direcionados a mim.
— Não mesmo, doutora! Ou eu aprendo a ser um bom namorado ou
ela vai ter que me amar sendo todo errado mesmo. Mas desistir dela?
Nunquinha!
O locutor cumprimenta a plateia e sei que está na minha hora de ir.
Olho mais uma vez entre as pessoas entrando e nem sinal da Caitlin.
Dustin se oferece para deixar Katherine em um lugar bom e procurar pela
Caitlin, ele me tranquiliza dizendo que ela vai aparecer, mas nem
precisava. Eu sei que ela vai. Deve estar presa no aglomerado de pessoas
que tentam entrar, mas assim que os seguranças a reconhecerem, a
passarão na frente.
Subo no ringue enquanto o locutor apresenta meu adversário, direto
do clube alemão de luta livre, e é a primeira vez que o vejo. O Assassino é
mais alto do que eu, mas não mais forte. O corpo é coberto por tatuagens
e o rosto, por cicatrizes. Ele grita como um louco quando é anunciado,
mas não tenho medo dele. Seu verdadeiro nome é Franz, e ele é do clube
alemão de luta livre. Soube que são os mais violentos do campeonato.
Procuro mais uma vez entre a plateia e nem sinal da Caitlin. O lugar ao
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Não entendo porque ele está aqui, arriscando-se por ela, já que nem
se falavam mais. Entendo menos ainda o que Brin Vega está fazendo aflita
neste carro. Mil coisas rondam minha mente, mas só me concentro em
uma: que minha garota esteja bem, não quero nem começar a pensar em
perder de novo a pessoa que mais amo no mundo. A única pessoa que
realmente amo.
— Deus, não me tire minha Caitlin, por favor, ela não — peço
baixinho e avisto o galpão à nossa frente.
Eu vou te salvar, meu amor. Não importa o que eu tenha que fazer, eu
vou.
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CAPÍTULO TREZE
aproveitando dele, de sua condição. Mas bem, não cabe a mim decidir
isso por conta do que ela faz para viver. Quem sabe o que a levou a isso?
Só espero que ele saiba se cuidar e que não tenha outra decepção como a
que causei a ele.
Dois brutamontes se aproximam de mim, cobrindo minha visão. Dou
um passo para o lado, afastando-me deles, mas eles fazem o mesmo e
sou obrigada a encará-los. Um tem o cabelo grisalho, uma cicatriz enorme
logo abaixo do olho e cara de mau. O outro parece um modelo desses de
catálogo de cueca, seus braços cobertos por tatuagens e é bem forte.
— Você é Caitlin Ross? — o bonito pergunta.
— Depende. Quem são vocês?
O da cicatriz abre um sorriso perverso, meio de lado e dá um passo
mais para perto de mim.
— Sua companhia da noite.
Antes que eu possa processar o que ele disse, um me abraça,
levantando-me do chão, e o outro dá cobertura, impedindo que outras
pessoas me vejam, eles me arrastam como se eu não pesasse nada e me
colocam dentro de um carro. Meus gritos não são ouvidos pelo barulho
de som alto de alguns carros ali e a multidão que se aglomera para entrar
no clube. Há mais dois homens igualmente fortes e assustadores dentro
do carro, que arranca em alta velocidade para longe do clube. Para longe
de Colin.
— Quem são vocês? O que querem? Eu não tenho dinheiro. Não vão
conseguir nenhum resgate comigo, eu... — reconheço então o homem
loiro sentado no banco da frente. Ele lutou contra Stephen em uma de
suas lutas. — Eu sei quem vocês são, são do clube do outro finalista. O
que vocês querem comigo?
— Tem certeza que é ela a garota que o Stephen mencionou? — o
lutador pergunta alto, por cima das minhas perguntas histéricas.
— Stephen? Não, vocês estão com a garota errada eu sou a garota do
Colin não do Stephen. Me levem de volta agora mesmo. A garota dele
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— Vocês podiam estar passando seu tempo com uma ring girl
americana, podiam estar bebendo e dançando em uma boate sei que tem
pouco tempo aqui, por que não o usam para curtir a cidade ao invés de
sequestrar a namorada do inimigo de vocês? Quatro brutamontes desses
para pegar uma garotinha do meu tamanho. Um de vocês dava conta.
Mas pelo visto vocês têm problema de insegurança, por isso não se
garantem no ringue, precisam roubar para vencer. Vocês sabem que
quando a luta acabar eu vou sair daqui e vou contar ao Thor e aos
patrocinadores do campeonato o que vocês fizeram, e se por acaso a
donzelinha de vocês tiver vencido a luta, serão desclassificados, não
sabem?
Opa! Acho que falei demais!
O grisalho se aproxima de mim com cara de poucos amigos, para seu
rosto bem em frente ao meu e me avalia.
— Você tem razão, não podemos correr este risco, não é? Acho que
vamos ter que cortar a sua língua fora!
Engulo em seco, meus olhos fixos nos dele para que ele não desça o
olhar e perceba o pequeno celular na minha mão.
— Se fizer isso eu faço um desenho...
— Melhor então matarmos você, é o que está sugerindo? Assim não
corremos risco. Com sorte, seu querido exterminador nunca mais sobe em
um ringue e garantimos o campeonato do ano que vem também. Ei,
Dolph, me passa o facão.
Facão? Púbis!
— Vo-você está brincando não está? — pergunto sentindo meu corpo
todo tremer.
Ele sorri de lado e respira fundo em meu cabelo, causando-me
arrepios e quase choramingo como um bebê.
— É, estou. Espero que com isso você cale a maldita boca! Você fala
demais!
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vivo?
Ele assente e solto minha mão das suas apenas para acariciar seu
rosto másculo e preocupado.
— Me desculpa fazer você ser desclassificado.
— Não foi culpa sua. Mas, da próxima vez que eu disser para você
não falar mais com a merda do Ryan, me obedeça.
Eu me lembro dos caras citando o Stephen, mas não acredito que ele
esteja envolvido nisso. Tanto que ele foi ajudar o Colin a me salvar.
Então, como ele sabia onde estávamos? Alguma coisa aqui não faz
sentido.
clube, quero uma luta justa e que vença o melhor no ringue, não a melhor
gangue.
A contragosto, Klaus aceita. Colin terá mais uma chance. Porém, Franz
não se conforma em devolver o cinturão, eles discutem por um tempo e
por fim, Franz é quem se dirige a Colin, falando diretamente com ele.
— Nós lutamos de novo, Hanson, esta noite. Contudo, só vou dar o
cinturão a você, se me vencer por KO e não for atingido nenhuma vez.
Não sei o que significa KO, mas ouço os arquejos de Thor e Dustin,
então não deve ser coisa boa. Mas Colin concorda e aperta a mão dele,
que diz antes de deixar a sala:
— Você já sabe, se eu acertar um golpe que seja em você, o cinturão
é meu.
— Pode ter certeza que você não vai me acertar — Colin responde.
— O quê? Você ficou louco? Isso não é justo! — começo a esbravejar
e Colin me abraça, tentando me tranquilizar.
— Vai dar tudo certo, amor. Não se preocupe.
— Colin, você pode vencê-lo, eu não tenho a menor dúvida disso,
mas sem que ele acerte você? É impossível!
— Não, Caitlin, não é. Eu tenho raiva demais dentro de mim agora,
um ódio que quase não posso controlar e vou descontá-lo nele. Isso é
justiça.
Nego com a cabeça temendo onde isso vai parar. Ele pretende perder
o controle, deixar seu eu violento assumir para vencer a luta. Ele tem
chance de vencê-la mesmo nos termos absurdos de Franz, mas tenho
medo do que será dele depois.
chance de perguntar a ele como sabia onde eu estava, ele mesmo fala.
— Eu disse a eles que você não lutaria sem a sua garota. Não achei
que eles fossem usar a informação para sequestrá-la. Eles me
perguntaram qual o seu ponto fraco e eu disse que ela era o seu
calcanhar de Aquiles. Depois, eu mostrei a eles quem ela era. Pedi a Brin
que esbarrasse nela. Achei que eles fossem ficar de olho, algo assim. Se eu
tivesse imaginado que eles pegariam a Caitlin... — Colin o acerta com um
soco na boca, calando-o.
Mais rápido do que consigo prever, pula sobre Stephen, gritando
enraivecido e acertando-o em cheio socos atrás de socos. Thor e Dustin
tentam separá-los, e Colin ainda o acerta mais alguns socos enquanto é
afastado dele. O rosto de Stephen está horrível, os lábios começam a
inchar e há sangue por toda parte.
— Seu filho da puta! Se chegar perto dela de novo, se você falar o
nome dela de novo eu mato você! Eu mato você, Ryan, está me ouvindo?
— Colin grita descontrolado, mas Stephen nega com a cabeça, resignado.
— Não vou, não vou chegar perto dela de novo.
Quando Colin se acalma, Klaus está observando atentamente Thor,
seguido de perto por Franz. Eles não dizem nada, mas não é preciso. Esta
é a regra do clube, durante o campeonato ou fora dele, a principal regra,
e até eu a conheço. Com pesar, Thor se afasta de Colin e o comunica:
— Porra, Colin, caralho! Como você me apronta uma dessas?! Sinto
muito, filho, mas você conhece as regras do clube. Não pode agredir outro
lutador dentro do clube, fora do ringue. Me dói a alma dizer isso, mas
você está desclassificado do campeonato, Colin. Escolha outro lutador
para lutar a final no seu lugar.
Não! Não! Não! Não! Até quando a vida dele vai ser cheia de
injustiças? Até quando ele vai pagar tão caro por cada deslize? Ele é só
um menino! Pulo em seus braços, as lágrimas me tomando. Sinto raiva
pelo que está acontecendo e por tudo o que aconteceu. Ele deveria ter
lutado ontem, e deveria ter vencido. E pronto. Não tinha que haver
sequestro, não tinha que haver desclassificação. Ele abaixa a cabeça,
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posso ver a decepção e o cansaço em seu rosto. Como ele pode não surtar
assim? Como ser um cara normal e controlado se tudo dá tão errado? É aí
que Stephen fala, nos surpreendendo.
— Ele não está desclassificado. A regra do clube é clara, ele não
poderia agredir outro lutador aqui dentro, ela não diz nada sobre brigas
entre lutadores e visitantes.
— Você é lutador desse clube, o que está dizendo? — Franz pergunta
confuso.
— Não mais. Eu decidi me afastar do clube e pedi o desligamento.
Não sou mais um lutador do Luck, portando Colin Hanson ainda é elegível
para disputar a final do campeonato. Ele não quebrou nenhuma regra.
— Desde quando você não é membro do clube? Se o próprio Thor
acabou de dizer...
— Desde ontem — Luke intervém. — Ele falou comigo, trabalho na
administração do clube, não tinha passado ainda ao Thor devido a
confusão do sequestro da Caitlin. Mas desde ontem, Stephen Ryan foi
desligado do Luck, ele não faz mais parte do quadro de lutadores. Colin
Hanson não quebrou nenhuma regra.
Eles estão mentindo e todo mundo sabe disso, mas quem vai provar?
Encaro Stephen sem ter certeza se devo odiá-lo ou me sentir grata e ele
pisca para mim, antes de olhar em volta com pesar e deixar o clube. E a
grande final está remarcada.
Deixei Colin treinando com Dustin, apesar de ele me pedir tanto para
não sair de perto dele, eu tinha que vir ao meu trabalho, entregar o
atestado do dia e explicar aos meus chefes o que aconteceu, afinal de
contas, eles sempre foram muito bons para mim. E não é diferente desta
vez, entendem bem o que aconteceu e até me mimam um pouco.
Aproveito para contar às meninas tudo sobre a noite passada e a manhã,
e as convido para a luta de noite, que claro, elas irão. Já estou me
despedindo quando ela entra na lanchonete. Usa um chapéu grande,
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mim, ninguém mais se interessou por mim, ele tem que pagar por isso. Ou
com o dinheiro que ele nem faz questão de ter, ou com a liberdade. É
você quem decide.
Guardo os papéis na bolsa amassando-os de propósito para que ela
veja e respondo:
— E o que você fez com ele? Você se lembra também? Porque marcas
num rosto não são nada comparadas às vidas que você tirou. A família
que você destruiu. Você vai pagar com o quê?
— Eu vou aparecer no clube hoje, Caitlin, é bom que esses papéis
estejam assinados, ou o seu amiguinho vai voltar para a cadeia.
— Boa sorte, Hannah — digo indo embora.
Mas por dentro, não tenho essa segurança de que ela não pode fazer
nada contra ele. Colin anda nervoso, anda se descontrolando, não que
não tenha razão para isso, ele realmente tem, e Hannah seria uma razão e
tanto! Se ela o provocar um pouco que seja, ele vai perder a cabeça e dar
a ela o que tanto quer. Analiso os papéis no ônibus. É um acordo ridículo
onde ele abre mão de tudo o que é dele para ela. Como esposa do
falecido pai do Colin, ela tem direito a uma parte da herança dele, mas
não tem sobre o dinheiro da mãe do Colin, que é a maior parte, é esta
parte que quer que o Colin ceda para ela. Assim como a metade que
pertence a ele de seu pai.
Fico alguns minutos olhando os papéis, pensando se devo ao menos
falar disso com o Colin, mas hoje é a final do campeonato, já estou com
medo pelo que pode acontecer a ele deixando que toda sua raiva o
domine, não quero colocar mais lenha na fogueira e vê-lo se queimar. Até
mesmo quando estou indo para o clube com as meninas, fico lendo os
papéis e pensando. Só que sei que não é justo, ele não tem que abrir mão
do que é dele, ele diz que não quer esse dinheiro agora, e eu entendo
perfeitamente a dor que ele lhe causou. Mas logo ele vai superar, vai
aprender a expulsar esses malditos fantasmas de sua vida e vai fazer algo
realmente bom com esse dinheiro.
E não posso ajudar a bruxa que destruiu a família e a mente do
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homem que amo a ter o que sempre quis. Este dinheiro foi o motivo de
tudo o que ela fez, tudo o que ela tirou dele, não é justo que no final das
contas consiga tê-lo. E saia totalmente impune, afinal de contas, as
marcas em seu rosto, apesar de bem visíveis não se parecem em nada
com as marcas originais, de quando foi resgatada no incêndio. Ela fez
plásticas e procedimentos, vai continuar fazendo até que sumam o
suficiente para ter uma vida normal. Mas o Colin nunca terá uma vida
normal. Os pais dele não vão voltar à vida magicamente e cuidar dele.
Então ela não tem que ter um final feliz.
Chegando ao clube, amasso as folhas e as arremesso no lixo, fazendo
uma cesta e comemorando. Posso até falar disso com o Colin depois da
luta, mas sei que tomei a decisão certa.
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falar o décimo item da lista. Uma lista de porque ele me ama. Como a que
fiz dele tantos anos atrás.
— E dez, a melhor coisa que aconteceu na minha vida foi amar você.
Você é o melhor de mim, Caitlin. — Ele desce do ringue e vem até mim, a
plateia dando espaço para que ele se aproxime, seus olhos não deixam os
meus em nenhum momento enquanto se ajoelha diante de mim e
estende um pequeno anel, com pedras delicadas e de grande brilho. —
Então, por favor, aceite ser minha. Você sabe o que isso quer dizer, eu só
quero que seja para sempre. Não estou sendo suficientemente claro —
admite sorrindo. — Caitlin, namora comigo?
— Sim — respondo quase como um sussurro e ele brinca.
— Vocês não ouviram, mas ela disse sim, não disse?
As pessoas riem, suspiram, eu concordo com a cabeça e me jogo em
seus braços. Ele coloca o anel no meu dedo e o beija em seguida, e logo
sua boca está na minha, estou nos seus braços, o lenço da vitória está
sobre a minha cabeça e ele me beija daquele jeito apaixonado e intenso
dele. Daquele jeito que amo ser beijada, só que desta vez eu realmente
entendo tudo o que ele me transmite em um beijo, todo amor, loucura,
desespero, carinho, tudo.
— Eu te amo — sussurro tão logo sua boca deixa a minha e ele sorri.
— Eu sei. Mas por favor diga isso todos os dias. Você não faz ideia de
como é bom ouvi-la dizendo isso.
Estou perdida em seus braços, seu cheiro, suas palavras, quando
alguém grita. Há o barulho de uma sirene, e tiros. As pessoas gritam e
correm em várias direções.
— A polícia está aqui! — Ouço alguém gritar.
— Foi a Hannah, ela chamou a polícia — concluo.
Colin parece confuso num primeiro momento, mas Thor aparece
alarmado, entregando-o o cinturão.
— Corra! Tire sua garota daqui, vão embora! A polícia não pode
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CAPÍTULO QUATORZE
COLIN
trava quando vê policiais, é uma espécie de pânico, não sei explicar, mas
ela tem crises. São muitos policiais, ela estava logo atrás de mim,
começou a ter crises, eu a carreguei até uma saída, mas havia muita
gente, nos perdemos. Me disseram que ela havia saído e estava
procurando por ela, mas ela não saiu. Eu sinto que não. Preciso encontrá-
la.
— Ryan, se você for pego seu pai te mata. Todo mundo sabe do
punho de ferro com que você e sua irmã são criados. Peça qualquer outra
pessoa para ir até lá procurar por ela, mas não volte lá.
— Eu vou! Eu volto lá e procuro por ela. Eles não estão parando nem
agredindo mulheres. Vou correr menos risco do que você — Carolina diz
aproximando-se de nós com Dustin a tiracolo.
— Você não vai voltar lá, ficou maluca? — Dustin veta
imediatamente.
— E se eu estivesse lá, Phill? Não ia querer que a Caitlin ou a Brin
fossem me procurar?
— Amor eu iria atrás de você até no inferno! Você não vai voltar lá.
Há um combate de olhares entre eles e vejo o momento exato em
que Dustin cede.
— Você não vai sozinha.
— Você não vai comigo de jeito nenhum! Eu dou conta, entrar lá,
encontrá-la e trazê-la até aqui. Vocês se escondam!
— Eu vou com você — Caitlin diz descendo das minhas costas.
— Caitlin... — quero impedi-la, mas sei que não vou convencê-la do
contrário. Ela está com aquele olhar determinado.
— Eu sei onde é a saída pela qual você me tirou. Vamos entrar por lá,
eu acho a Brin e nós a trazemos. Não tem perigo, eles não estão barrando
garotas. Se esconda e fique tranquilo.
Ela deposita um beijo rápido na minha boca e vai com a Carol.
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Levo Caitlin comigo porque Hannah foi vista rondando nosso prédio e
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— Não me ofendo.
— E o que você vai fazer agora? — Bryan pergunta a Thor, já que a
vida dele toda estava aqui.
— Tirar umas férias. Conheci uma garota linda, vou levá-la para
algum lugar paradisíaco e depois, vou começar de novo. Não podemos
desistir, não é?
Luke se aproxima de nós e sussurra algo no ouvido da Caitlin, mas
consigo ouvir.
— A garota nova dele é a Joy.
— Joy? Joy Linn, minha Joy? — pergunta surpresa e ele confirma.
— Quem você acha que a tirou do clube ontem com aquele pé
machucado? Quando Lyla e eu voltamos, vimos os dois, ele a estava
carregando e sei até que foi visitá-la.
— Uau! Eu desencalhei quase todas as minhas amigas — Caitlin
brinca piscando para ele, que sorri em resposta.
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— Tá brincando comigo?
— Não estou. Parabéns, filho. Você merece mais do que ninguém
essa chance. Dei seu número a ele, espere seu contato.
Estou mais feliz do que posso expressar, vou poder lutar sem medo,
ter uma profissão que não é clandestina e dar a Caitlin uma vida muito
melhor. Mas, por algum motivo, Thor parece apreensivo e não
exatamente feliz pela minha conquista.
— O que há de errado com essa proposta? — pergunto.
— Você precisa ir para Las Vegas com ele. O torneio é lá.
Ainda vou ter a chance de conhecer Vegas? Não vejo qual a notícia
ruim até que olho para Caitlin. Sua faculdade, sua mãe, amigas, sua vida
toda está aqui.
— Eu não vou de jeito nenhum se você não for comigo — digo a ela e
Thor nos deixa a sós.
Ela segura minha mão, tenta controlar as lágrimas, mas sei que quer
deixá-las cair.
— Não diga isso, esta é a chance da sua vida. A gente vai dar um
jeito. E você tem que aceitá-la.
— Não vou sem você. De que adianta a profissão dos sonhos sem a
mulher que amo ao meu lado?
— Eu posso trancar a faculdade, termino no ano que vem, também
posso conversar com a minha mãe e... — ela se cala e não precisa dizer o
que a impede de viajar comigo. Eu sei bem: Daysi. Lorna a está adotando,
mas já deixou claro que boa parte da responsabilidade sobre a pequena
garota será de Caitlin, já que Lorna está sempre trabalhando. Daysi já
sabe que terá uma nova mãe, Caitlin não pode voltar atrás com sua
palavra.
— Eu não vou, Caitlin.
— Vai sim! A gente vai dar um jeito. Nem que a gente leve a Daysi,
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CAPÍTULO QUINZE
Colin e eu não falamos mais sobre ele ir para Las Vegas, embora eu
saiba que ele não pode perder esta chance, e que eu não posso ir com
ele, tento não pensar no possível fim iminente de um relacionamento que
demorou uma vida para acontecer. Eu escolho não falar disso com ele, sei
que já se encontrou com o tal patrocinador, sei da proposta excelente
que recebeu e sei que não posso ir com ele. Até tento me enganar
dizendo que podemos fazer dar certo, mas a verdade é que Las Vegas fica
do outro lado do país, não poderíamos nos ver nem mesmo toda semana.
As lutas dele serão no final de semana, aqueles em que terei folga. E bem,
eu até aceitaria isso, até ignoraria o fato de que ele vai estar do outro
lado do país com lindas mulheres seminuas, sozinho e carente, e arriscar
perder o período na faculdade por excesso de faltas para ir vê-lo durante
a semana, mas ele não aceita. Este é ele, sempre tão intenso, vive de
contato, gosta de dormir e acordar juntos, de fazer amor sempre, de me
beijar o tempo todo e saber cada passo meu. E, segundo suas próprias
palavras, me ver uma vez por semana, ou nem isso, o mataria. Não é o
bastante para ele. Não sei mais o que posso fazer.
— Por isso optei por não falar nada, eu apenas não posso ir, ele não
aceitou as sugestões que dei, então ele quem tem que decidir. Mas por
mais que me doa a decisão dele, eu vou apoiá-lo — explico a Katherine.
— Ele vai tomar a melhor decisão, Caitlin. O importante é que
independente de qual seja ela, você não se culpe. Ele é adulto, sabe a
dimensão da proposta que recebeu e sabe o que é melhor para ele.
— Mamãe! — Carter vem correndo e pula no colo dela, mostrando
um desenho que fez. — Somos eu, a Tia Cait, o tio Colin, a Daysi, você, a
tia Lorna e... — Ele para de falar e observa atento a reação de Katherine.
— O meu futuro papai. Você tem um namorado?
— Ah meu Deus, filho, um passo de cada vez.
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Não posso fazer isso. Eu acredito nele, há poucos dias teria colocado
minha mão no fogo por ele, mas o vi perder o controle algumas vezes
desde então. A mente dele está uma bagunça agora, ele está com medo
pela decisão que precisa tomar, se ela o procurar, e o provocar, o que sei
que ela sabe como ninguém fazer, ele vai perder a cabeça.
— Ela irá atiçá-lo, mamãe, ele não é violento. Não é perigoso. Mas ela
sabe como tirar o pior dele.
— Eu sei, é por isso que estou pedindo, Caitlin. Tire o Colin de Nova
York, faça com que ele aceite essa proposta e vá para Las Vegas, você sabe
que isso não acaba lá, sabe que o próximo torneio será em outro lugar e
ele não estará tão ao alcance dela como agora. Hannah Thompson é uma
criminosa habilidosa, Caitlin, ela conseguiu não ser pega até agora, não
arrisque a liberdade dele por medo de perdê-lo. Está na hora de você ser
a adulta ajuizada que sempre foi.
O resto do almoço é perdido para mim. Observo Colin sorrir, brincar
com Carter, com Daysi, tratar a doutora como se fosse seu filho e até ser
disputado por ela e mamãe. Esse menino gigante já sofreu tanto, não
pode perder sua carreira, sua vida, tudo o que conquistou caindo nas
armadilhas dessa bruxa. Não posso permitir.
ver você, você pode voar para cá nos seus dias de folga, são quantas
horas de avião de lá aqui? Umas cinco horas?
Ele me olha e não diz nada, continuo falando, insistindo, por fim, ele
deposita a mão na minha perna e diz de maneira firme, para que eu não
insista mais:
— Não vou morar longe de você. Está fora de cogitação, não há o que
decidir, por favor, não insista.
Tento não demonstrar o quanto estou preocupada, tento até mesmo
falar de Hannah, conto a ele o que minha mãe disse, apenas a parte sobre
seu agente da condicional e ele se sente culpado, quando menciono que
talvez ele ir embora seja o melhor, ele nega rapidamente e diz que vamos
enfrentar tudo juntos. E espero mesmo que esta seja a melhor decisão e
que isso não acabe com ele atrás das grades.
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fortes à minha volta, ouço seu coração bater e sua voz angustiada me
perguntando o que pode fazer para que eu fique bem.
— Faz amor comigo — peço.
Ele me olha apreensivo, parece entender que há algo errado em meu
pedido. Mesmo assim, me pega nos braços, desliga o fogo e me leva até
sua cama. Deposita-me com todo cuidado, beija meus olhos e todo meu
rosto, secando as lágrimas fujonas. Deita-se sobre mim e me observa,
acaricia meu rosto e me beija de leve. Não é o jeito dele de começar uma
transa, não é assim que ele ama. Preciso que seja mais forte, e menos
desse jeito tão amoroso.
— Colin... — insisto e ele me beija com mais urgência, afasta-se um
pouco para sussurrar em meus lábios, abre os olhos e os fixa nos meus.
— Eu te amo, você é minha vida.
Quero chorar de novo, quero dizer a ele que o amo também, que ele
nunca vai fazer ideia do quanto, mas não posso. Não posso porque aí vai
fazer menos sentido ainda o que vou dizer a ele depois. Então apenas
sorrio para ele e assinto e sua boca toma a minha daquele jeito dele,
voraz, faminta, me dominando e me fazendo esquecer que esta pode ser
a última vez que ele me toca assim. Tira minha roupa devagar, beijando
cada pedaço de pele exposta. Suga meus seios com a fome habitual dele,
fazendo-me gemer e prender meus dedos por seu cabelo loiro. Ele os
junta apertando-os, beijando, mordendo de leve, de um ao outro, até que
escolhe apenas um e termina de tirar minha blusa com a boca nele.
Arrancando-me suspiros, deixando-me em brasas por ele. Eu nunca vou
me cansar de seus toques, eu provavelmente vou morrer sem eles.
Ele se afasta para tirar minha calça, observando-me atentamente. O
quarto começa a ficar escuro, e a lua vai surgindo. Acendo a luz do abajur
e ele sorri em agradecimento. Acaricia todo o meu corpo com as pontas
dos dedos, como se estivesse decorando, como se soubesse o que virá
depois. Eu me ajoelho na cama e me aproximo dele, tiro seu avental e ele
sorri. Assim como ele fez comigo, passeio meus dedos por seu abdome e
peitoral, e passeio com a boca ali, sentindo o gosto de sua pele, seu calor.
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Ele fecha os olhos e sua respiração se torna mais intensa. Contorno seus
braços, as tatuagens, cada uma das que ele fez de alguma forma em
homenagem a mim. Ele tem um desenho que escolhi, um símbolo que eu
disse uma vez que o representava, uma frase que eu disse e nossas inicias
formando um coração. Ele sempre me amou também, nem ele via isso,
nem eu.
Liberto sua ereção e a toco, ouço-o gemer e quase gemo junto com
ele. Passeio minha mão por toda sua extensão, como vou viver sem ele?
Ficando quase de quatro na cama, abaixo-me e o coloco na boca,
saboreando-o, levando-o o mais dentro possível na minha boca. Ele geme
alto e enfia as mãos em meus cabelos, guiando minha cabeça enquanto o
sinto crescer ainda mais. Ele acaricia meu rosto e gentilmente me afasta,
essa gentileza ficando totalmente esquecida em seguida.
Volto a me ajoelhar de frente para ele que me beija docemente,
segura meus ombros e com um sorriso safado de quem vai aprontar, me
vira empurrando-me na cama, de forma que caio de frente no colchão.
Rapidamente ele me ergue, abre minhas apernas, deixando-me quase de
quatro diante dele. Levanto meu dorso ficando realmente de quatro e
tento olhar para ele, mas seu pau passeia pela minha entrada e quando
começa a me penetrar, sinto a força nos meus braços ceder. Finalmente
ele me penetra, preenchendo-me com toda sua extensão, brincando,
saindo e entrando devagar, me torturando e indo tão fundo como não
pensei ser possível. Ele começa nesse ritmo gostoso e lento, e vai
aumentando. Bombeando mais rápido, mais forte. Suas mãos agarram
minha cintura puxando-me de encontro ao seu pau, indo mais fundo,
mais rápido, ele guia meus movimentos e quase não sou capaz de
manter-me de quatro, tamanho prazer que estou sentindo. Seus dedos
alcançam meu clitóris e o pressionam com força, a cada estocada ele
pressiona mais, até que atinge um ponto dentro de mim que me faz
desmanchar. Deixo que meu dorso caia sobre o colchão enquanto gozo, e
ele vai ainda mais fundo, atingindo seu próprio prazer, gritando meu
nome como uma prece. Deixa que seu corpo caia sobre o meu, ambos
suados e satisfeitos. Rapidamente sai de cima de mim, deitando-se ao
meu lado, e me puxa para seus braços.
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Passo uma das piores noites da minha vida, tenho pesadelos em que
o vejo se casando com outra. Em que explico a ele porque fiz o que fiz e
ele diz que é tarde demais, que nunca vai me perdoar e já me esqueceu.
Então sonho que ele foi preso, condenado e vai ficar anos ali, confinado.
Acordo me sentindo pior do que estava quando fui dormir, mais cansada,
mais confusa, e parece que esta manhã isso dói mais.
Abro a geladeira procurando algo doce para tentar acabar com meu
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cercando e seu corpo está tão perto, que sinto seu cheiro gostoso e quase
cedo, só para dar um beijo rápido nesses lábios perto demais de mim.
— Você vai embora comigo ou eu vou ter que me mudar para cá?
— Colin, nós estamos terminando!
— Não estamos, não.
— Você não pode chegar aqui e...
Ele me cala com um beijo voraz. Me puxa de encontro ao seu corpo e
sua boca toma a minha com desespero, pressionando sua língua até que
cedo e me penduro nele. A saudade chega a doer, eu o amo tanto, que
me assusta o quanto preciso dele. Ele para o beijo e desce os lábios por
meu pescoço, afundando o rosto ali, me apertando em seus braços.
— Eu te amo, Caitlin. Nunca mais quero dormir longe de você.
Consigo empurrá-lo apenas porque ele percebe meu gesto e se afasta
um pouco, mantendo os braços à minha volta.
— Não! Você precisa ir embora! Tem que ir para Vegas, vá embora!
— Eu não entendo — grita. — O que está acontecendo? Você me
ama, porra! Você acabou de me mostrar isso, não consegue nem mesmo
tirar meu anel, por que está me mandando embora?
Seguro seu rosto entre minhas mãos, não sei mais o que dizer.
— Você precisa ir. Mesmo que eu vá morrer por isso, você tem que ir
embora, Colin.
Vejo a compreensão passar por seu rosto, ele abaixa a cabeça
derrotado e se afasta e imediatamente sinto falta de seus braços à minha
volta.
— Você me ama? — pergunta olhando-me, como se tudo dependesse
da minha resposta.
— Eu sempre vou amar você.
Ele sorri, um sorriso enorme que quebra esse clima pesado. Espero
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que venha até mim de novo, mas ele não o faz. Ao contrário, pega suas
coisas e se despede:
— Então eu vou embora. Até mais, Caitlin. Se cuida.
— Até mais, Colin.
Espero mesmo que eu esteja fazendo a coisa certa, mas me sinto em
parte aliviada que ele tenha entendido que precisa ir, que é algo maior do
que nós, e que eu o amo.
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O celular dela toca e ela recusa a ligação. Mas ele toca de novo, de
novo e de novo.
— Por que você não atende essa porcaria?
— É a esposa do Gabriel, o meu ginecologista.
— E por que ela está te ligando?
— Eu vou te contar. Eu fui ao ginecologista porque você estava a um
passo de perder a virgindade, eu sabia que o Colin ia acabar te
convencendo e eu seria a última virgem e não queria ser. Não quero
morrer e ter na minha lápide, aqui jazz Mackenzie Johanna Wells, fundou
e encerrou o clube das VSQ, Deus me livre!
— O que isso tem a ver com a mulher do ginecologista?
— Calma, esta é minha pausa dramática.
Ela suspira um tempo, alisando meu cabelo e continua depois de
alguns segundos.
— Enfim, resolvi perder a virgindade com o Travis, aquele babaca da
faculdade, parece bem-dotado. Então fui ao ginecologista fazer um exame
para ver se está tudo certo. Só que eu estava nervosa, bebi um pouco e
acabei falando demais com o doutor, que por acaso é aquele deus
maravilhoso que você viu, Gabriel Gynlard. Enfim, ele ficou curioso com a
minha decisão e me convenceu a não fazer isso com o babaca do Travis
então comecei a me consultar duas vezes por semana, mas veja bem,
nunca aconteceu nada demais além das nossas conversas e bem, não
posso te contar a outra parte, mas resumindo, um dia a mulher dele
apareceu por lá, e me viu saindo da consulta. Ela achou que eu parecia
satisfeita demais e fez um senhor interrogatório. Na semana seguinte, ela
apareceu por lá e eu estava na consulta, que ela invadiu e ficou
analisando a minh...
— O quê? Mackie você está me deixando confusa, onde isso vai
parar?
— Ela encasquetou que tenho algo com o marido gostoso dela e está
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me perseguindo.
— Ela parece do tipo perigosa?
— Parece do tipo louca.
— Você não vai até a polícia?
— Com certeza e contar a eles toda essa história. Claro que não, Cait.
Mesmo porque ela é a esposa do meu ginecologista.
— Então o que vai fazer?
— Fugir para sempre? Mudar a cor do cabelo?
— Parar de ir ao ginecologista? — sugiro.
— Não posso, eu já tentei, é mais forte do que eu, Caitlin ele é tão...
tão...
— Tem certeza que não pegou ele?
— Infelizmente, tenho. Ainda sou a última bolacha virgem do pacote.
— Se serve de consolo a Lyla é quase virgem.
— Não serve. E ela logo vai transar também, diz que não quer, mas
está caindo na lábia do Luke. Só eu vou ficar nesse clube, abandonada e
com teias de aranha, isso se não ficar desfigurada também, caso a louca
consiga me apanhar. Por que a vida é tão difícil?
— Espere até você se apaixonar, aí vai ver o que é dificuldade.
Mackie vai embora no final da tarde e meu celular toca, o rosto lindo
de Colin aparece sorrindo para mim na tela e atendo já segurando as
lágrimas.
— Oi. Você está no avião?
— Oi, amor — ele responde e sua voz me acalma e me desespera ao
mesmo tempo. — Algo assim.
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guarda-roupa, você não procurou direito, mas valeu o susto, não valeu?
— Colin!
Ele me abraça e me prende em seus braços, passeando os lábios pelo
meu rosto.
— Você prometeu, Caitlin. Não pode mais me mandar embora, e vai
ter que se casar comigo.
— Mas, você trapaceou.
— Eu não, disse quando eu voltasse, não falei de onde.
— Colin... — Não sei se fico mais feliz porque ele está aqui e estou
em seus braços ou se fico preocupada porque não consegui tirá-lo da
cidade como minha mãe mandou.
Ele não me dá muito tempo de pensar em nada, sua boca toma a
minha e ele me ergue, levando-me em direção ao meu quarto.
— Eu vou amar você agora, e vou puni-la, e te amar de novo depois e
nunca mais vou dormir longe de você!
Apenas concordo e o beijo. Temos que dar outro jeito em Hannah.
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CAPÍTULO DEZESSEIS
COLIN
Faz horas que estou aqui sentado neste chão frio. A noite chegou e a
pequena janela com grades atrás de mim serve apenas para quase me
congelar. Fico pensando se a Caitlin está bem agasalhada. Se está me
odiando agora por não ter atendido seu pedido. Se eu a tivesse ouvido...
Fecho os olhos sentindo-me mais cansado do que me lembro de já
ter estado, esta sensação não vem só de todo movimento que fiz durante
o dia, nem do tempo que fiquei algemado, de pé, esperando para ser
interrogado. Vem da alma. Estou realmente cansado. Eu tento fazer tudo
certo, sei que não sou perfeito, cair na armadilha da Hannah foi um erro.
Mas só porque cometi um erro que só poderia ferir a mim mesmo, tenho
que passar o resto da minha vida aqui? Será que eu não tenho o direito
de errar, levar um susto apenas e aprender com isso? Parece que tudo
que vem para me castigar, me moldar ou me ensinar uma lição, é
definitivo.
— Você teve o mesmo final que eu. É uma pena, garoto, achei que
depois de tudo você se sairia bem. Que se tornaria um homem melhor do
que eu fui.
Abro os olhos e meu pai está aqui. Sentado ao meu lado, ao
contrário de mim, usa um uniforme laranja da prisão.
— Você não está aqui — digo mais para mim mesmo.
— Somos dois tontos. Caímos nas armadilhas dela. Não importa se
não puxamos o gatilho, temos essas mortes nas costas.
— Não foi minha culpa.
— Claro que não. Mas quem vai acreditar em você? Eu sei como é,
filho. Ficar preso aqui ciente de que poderia ter evitado tudo isso. Saber
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que não merece a pessoa que está te esperando lá fora porque é fraco
demais para cuidar dela. E aí sentir que tudo vai acabar. Eu sei como é.
Você saber que o resto da sua vida será assim e ter que torcer para que a
pessoa que vai conviver com você não seja ruim demais. Você não vai
aguentar. Eu não aguentei.
— Eu não sou você. Não me importa seus erros, você pagou por eles,
você ferrou a mim e a minha mãe com sua paixão absurda, mas você foi
quem mais pagou. Todo mundo errou no final das contas. A mamãe por
ter caído na conversa dela e se tornar tão relapsa. Você, por ter aceitado
tirar da sua família tudo o que ela tinha por causa de uma mulher. E eu,
por ter escolhido a vingança ao invés da paz. Todos pagamos. Todos nós
pagamos. Sabe o que é pior?
Ele me encara, mas sua imagem parece borrada, como se estivesse
desparecendo.
— Pessoas que não erraram também estão pagando. Minha Caitlin
não tinha que passar por isso, eu não podia ter feito isso com ela.
— Está aí a única escolha que você não teve nessa história toda.
Mantê-la ao seu lado não dependia só de você. Ela escolheu te amar,
escolheu ficar mesmo sabendo dos seus fantasmas, ela pode arcar com
isso. Talvez você tenha uma salvação no final das contas.
— Talvez.
— Boa sorte, filho. E me perdoe.
Sua voz parece distante e abro os olhos, mas ele não está mais.
— Eu nunca vou entender porque você fez o que fez. Mas acho que
você passou pelo que passei, um erro e bum! Lá se foi sua vida para
sempre! Não temos direito de errar, nós não temos. Eu te perdoo, pai —
digo para o nada.
— Falando sozinho? — Um policial abre a cela e me entrega algo para
comer, mas não tenho fome. Ele deposita a bandeja sobre a cama e se
retira.
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Acho que preciso dormir, quero estar acordado se a Caitlin vier aqui,
mas talvez ela não venha. Talvez tenha se cansado do meu descontrole,
de cada promessa quebrada. Talvez tenha desistido, afinal de contas. E
quem pode julgá-la?
— Eu venci, no final das contas — a voz de Hannah me faz abrir os
olhos e a vejo como a vi poucas horas atrás. A mesma roupa clara, o lenço
na cabeça, o pescoço no lugar certo. — Eu não planejei isso, Colin. Eu só
precisava que você me acertasse, que encostasse em mim, e então eu
acabaria com a sua vida. E viveria a minha. Eu odeio tanto você, Colin.
— E veja aonde isso te levou! Você teve o seu final merecido, mas
não tinha o direito de me arrastar com você!
Ela ri alto, anda pela cela como se fosse sua sala.
— Ela não veio te ver. Há quanto tempo está aqui? Quantos dias? Ela
desistiu de você. Deve estar te odiando agora pelo tempo que perdeu
com você. Deve estar te culpando por estar sozinha. Você falhou.
Quero acertá-la e cometer o crime pelo qual estou sendo acusado.
Quero matar o ódio que sinto dela, descontando nela, como devia ter
feito mais cedo. Se eu tivesse tocado nela, então ela estaria viva, e eu
preso do mesmo jeito, de nada adiantaria. Volto a me sentar e respiro
fundo me concentrando na Caitlin, nos seus enormes olhos de amêndoas,
no seu sorriso doce, seu jeito atrapalhado de me seduzir.
— Eu venci, Colin. Acabei com sua família, com a sua vida e no final
das contas eu venci.
— Você morreu, não vejo onde está sua vitória nisso. Morreu
sozinha, desfigurada, solitária. Você tirou meus pais, minha paz, minha
casa, mas eu sempre tive um lar. Eu tive pessoas que me amaram
incondicionalmente, eu nunca estive sozinho. Não passei uma noite
sequer sentindo-me abandonado. Quando eu sair daqui, ainda terei para
onde ir, com quem contar. Já você... de que adiantou seu dinheiro sem
ninguém para curti-lo com você? De que adiantou sua liberdade se você
nem saía na rua até reconstruir seu rosto? Sabe o que te impedia de se
olhar no espelho? Não eram as cicatrizes que eu deixei, era sua culpa.
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Toda sua feiura, vem da sua alma. E você passou todos esses anos se
escondendo, sozinha, tendo que comprar uma companhia, talvez.
Planejando me destruir enquanto destruía a si mesma. E agora você
morreu, e não deixou nada. Não deixou nem mesmo alguém que vá sentir
a sua falta. De todos que você prejudicou com sua ambição, quem mais
perdeu foi você, Hannah.
Ela me olha com seu ódio característico direcionado a mim e começa
a gritar. Como se estivesse sentindo dor, como se eu a ferisse.
— Boa viagem até o inferno — digo e ela some, entre gritos
desesperados, desaparece.
Meu corpo todo dói, minha cabeça, mais ainda. Estou alucinando e
de alguma forma me sinto melhor, mais leve. Não odeio mais meu pai,
acho que sequer a odeio. Não que eu a tenha perdoado, não sou capaz
disso ainda, mas entendo que ela perdeu muito mais, que acabou com
sua própria vida movida por ambição, e depois por vingança. E eu não
tenho que fazer o mesmo. Fui pego em flagrante, dificilmente vou sair
daqui um dia, mas não preciso dessa prisão interna em que me enfiei
desde o incêndio. Não sou uma má pessoa e não quero mais esses
fantasmas.
Um dia, quando sair daqui, vou procurar por ela, minha menina. E
serei um Colin controlado, seguro e inteiro para ela.
Pensar em Caitlin é como chamar por ela. Ela surge na minha frente
com aquele vestido vermelho sangue. Aquele que quase me tirou a razão.
Um seio lá em cima e outro na barriga. Rio alto, sentindo uma alivio por
ela estar aqui. A puxo para meus braços e retiro esse seio falso, ela
também ri, relaxada em meu colo, olhando-me daquele jeito apaixonado
e não decepcionado.
— Você não virá me ver?
— Claro que vou. Acha mesmo que vai se livrar de mim?
A beijo. Consigo sentir seus lábios carnudos nos meus. Sua mão
pequena passeando pelo meu rosto, acariciando do jeito doce dela. Ela se
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ajeita em meu colo, passa as pernas por minha cintura e me beija mais
forte. Emite pequenos gemidos que me enlouquecem, a aperto ainda
mais, pressiono seu corpo no meu. Eu preciso tanto dela! Dessa sensação
gostosa de tê-la, de possui-la.
— Eu te amo — ela sussurra em meu ouvido pouco antes de beijá-lo,
toco seus seios em desespero, sinto seu cheiro, a maciez da sua pele,
mordo seus lábios e brinco ali. Quero tirar minha roupa e possui-la aqui
mesmo. Quero estar dentro dela para me sentir em casa.
— Colin — a voz dela me chama ao longe e de repente ela não está
mais em cima de mim. — Colin, você está acordado?
Abro os olhos e a vejo, ela está aqui, do outro lado da grade. Parece
cansada e sei que chorou muito porque seus olhos estão inchados. Sorri
para mim, mas não consigo ir até ela. Há alguém ao seu lado, o policial
que me trouxe a comida. Ouço-o dizer a ela:
— Ele está ardendo em febre. Tem tido alucinações e não quis comer.
Desde que chegamos ele sentou-se ali e não se moveu. Gritou algumas
vezes, acho que estava vendo o pai e Hannah.
— Está alucinando — ela diz preocupada. — Por favor, me deixe ir
até lá.
— Não posso. Você nem deveria estar aqui, só estou atendendo um
pedido da juíza Ross.
— Por favor. Eu só preciso chegar até ele, ver se precisa de um
hospital. O que eu tenho que fazer para entrar aí? Ser presa? Porque eu
posso agredi-lo agora mesmo.
— Acalme-se garotinha. Tudo bem, você tem dois minutos e não
conte isso a ninguém.
Há o silêncio, o barulho de chaves e logo ela está ao meu lado. Joga-
se sobre mim, suas mãos pequenas avaliando minha cabeça, tocando
meus braços e barriga, procurando algo.
— Você está bem? Está sentindo dores? Colin!
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Ela senta em meu colo e passa meus braços por sua cintura, então
abro os olhos e ela está aqui. Comigo. De verdade dessa vez.
— Onde estamos? — pergunto confuso.
Sua expressão é triste antes de responder.
— Na cadeia. Mas é por pouco tempo, vamos tirar você daqui. Como
você está?
— Você veio me ver.
— É claro que eu vim. Onde mais eu estaria senão junto a você?
Encosto minha testa à dela e sinto seu cheiro. Ela me beija
suavemente e me abraça em seguida.
— Eu quebrei minha promessa a você. Não vamos mais dormir
juntos. Eu estava pensando, quando eu sair daqui, não sei quanto tempo
vou pegar, mas quando eu sair, posso procurar você?
— Não vai precisar porque eu estarei bem aqui. E você não vai ficar
muito tempo, vamos tirar você daqui.
Sorrio.
— Você vai ser mulher de presidiário? Já posso vê-la com um lenço na
cabeça, vindo com lingeries novas para as visitas íntimas. Os caras aqui
vão olhar para você, e vou para a solitária toda semana por quebrar a
cara deles.
Ela sorri.
— Não gaste sua imaginação tanto assim, você vai sair daqui logo,
logo.
— Como você sabe que não fui eu? Eu estava lá, estava
descontrolado e com raiva. O que a faz pensar que foi acidente?
— Você é uma boa pessoa, Colin. Você é a melhor pessoa que eu
conheço, não faria isso. E não fez.
A certeza que vejo em suas palavras, a confirmação de que ela
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Na tarde seguinte, sou chamado em uma sala para falar com Lorna.
Ela e Caitlin estão lá, além de Stephen e um advogado. Lorna me abraça
assim que entro na sala, está preocupada e não dormiu nada. Em seguida,
Caitlin me abraça e me beija. Dois policias me guiam até uma cadeira e
ficam ali ao meu lado.
— Querido, você parece ótimo. Este é Eduardo Alencar, seu
advogado. Ele é muito bom no que faz, tivemos sorte de ele estar aqui de
férias com a namorada. É brasileiro e amigo da Carolina, a esposa do seu
amigo.
O cumprimento e não entendo por que Stephen está aqui. Ele me
cumprimenta e Lorna fala:
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Então eu disse a ela que ia dedicar a minha vida a provar sua culpa e
mandá-la para a prisão, como ela estava fazendo comigo, e a gente veria
quem ia vencer, do lado de quem a justiça estaria. Desci dois lances de
escada quando ouvi seu grito e a vi rolar as escadas, ela passou por mim,
e continuou caindo. Se podem me acusar de alguma coisa é de que não
tentei segurá-la. E só não o fiz porque não deu tempo. Foi tudo rápido
demais e eu não tive reação. Eu desci correndo as escadas e quando
cheguei até ela, dois homens estavam perto dela e ela já estava morta.
— Ela quebrou o pescoço na queda — Lorna diz.
— Eu ouvi as sirenes e esperei, porque sabia que não tinha culpa de
nada. Daria tempo de eu ter fugido, talvez de nem ser reconhecido, mas
eu fiquei ali para contar minha verdade. É uma pena que ela não sirva de
nada.
— Você não a matou e não vai pagar por um crime que não cometeu,
Colin — Lorna diz segura. — Estou gastando todos os meus favores aqui, e
não importa que eu fique devendo, você terá um julgamento justo e vou
conseguir as testemunhas e as provas que vamos precisar para que você
seja inocentado.
— Há as câmeras de segurança. Eu notei quando cheguei lá. Estavam
por toda parte — lembro.
— As imagens sumiram — o advogado diz e não entendo como isso é
possível. — Ela tinha um parceiro, alguém que tenha mencionado ou que
você tenha visto com ela quando chegou lá?
Nego com a cabeça e Stephen responde.
— O advogado dela, Lawrence Smith, trabalha para o escritório da
minha família. Eu já falei com ele, ele não quer entregar as provas que
tem, sequer as admite. E eu tentei de tudo.
— Não de tudo — Caitlin diz. — Doutor, a minha palavra e de outra
testemunha serviriam para provar que ele tentou me sequestrar?
— Onde isso ocorreu? — o advogado pergunta.
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protegendo? Não estou julgando você por querer dinheiro, não sei pelo
que você passa para precisar de algo o suficiente para se aliar a um
monstro. Mas o que você ganha agora? Acha que vai receber algum
dinheiro dela? Algum dinheiro dele, porque o dinheiro que ela te
prometeu pertence a ele — diz apontando para mim. — Ela matou os pais
dele, tirou a casa dele, sua adolescência, o transformou em um jovem
violento, tomando cuidado com uma condicional. Você não faz ideia de
como ela ferrou com a cabeça dele. Mesmo assim ele veio embora e
tentou se reerguer, e não satisfeita, ela apareceu de novo, para pedir
mais, pedir tudo. Ela começou a atingir todo mundo próximo a ele,
amigos, o agente da condicional, a mim.
Ele abaixa a cabeça e não diz nada e ela continua.
— Eu não sei o que você passou ou está passando agora. Não sei que
problemas tem na sua casa. Mas você quer mesmo ter na sua consciência
a vida de um jovem que não fez nada? Que foi vítima dela esses anos
todos e agora vai ser condenado por um crime que você sabe que ele não
cometeu? Você viu as imagens, eu sei que viu. Não foi ele. Foi para isso
que você se formou, este é você?
— Eu... — ele não diz mais nada e temo que não vá realmente
entregar as provas.
— Todo mundo erra, Lawrence. Mas é o que as pessoas fazem para
corrigir esses erros que as define. Esta é sua definição? Você é como ela? É
isso que vou dizer a sua esposa e suas filhas quando sair daqui e
encontrar com elas ali fora? Vou dizer a elas que você é um monstro tanto
quanto a Hannah? É isso o que vai deixar para elas?
Ele nega com a cabeça e fica um tempo em silêncio, finalmente diz:
— Chame o senhor Ryan.
Caitlin corre e volta pouco depois com Stephen.
— No bolso da minha calça, que usava quando cheguei aqui, há um
molho de chaves. Eu vou te dar o endereço.
— De onde?
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Ainda demora alguns dias para que eu seja liberado e neste meio
tempo, fiquei sozinho na cela, Lawrence só foi colocado nela comigo a
pedido de Lorna, por poucas horas. Se Stephen não o convencesse com a
barganha, esperavam que eu o convencesse. Ninguém contava com Caitlin
e sua bondade, seu jeitinho de tocar o melhor nas pessoas. Quando saio,
há uma pequena multidão me esperando. As amigas de Caitlin com
balões, Thor, Luke, Dustin e Carol, Stephen e Brin, Lorna e até a doutora
Mansfield. Ela veio me ver algumas vezes, prometeu que estaria aqui.
Sorrio para todos, mas não vejo Caitlin. É aí que ela aparece com uma
roupa curta, as alças de um sutiã novo aparecendo e meu último lenço da
vitória, o da final do campeonato, na cabeça.
— O que é isso? — pergunto divertido.
— Esposa de presidiário, lembra?
A puxo para meus braços e tiro o lenço de sua cabeça, a beijo e ouço
os aplausos e comemorações das pessoas que realmente se importam
comigo.
— O Colin romântico ainda existe?
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FIM
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EPÍLOGO
CARTER
15 anos depois...
da Daysi, é estranho um dia em que não a vejo, mas a mãe dela quase
não a tem deixado sair de casa nas últimas semanas.
Acendo a luz e me divido entre morrer de susto, ou agarrar minha
princesa, que dorme embolada na colcha da minha cama. Deito-me ao
seu lado e ela se aconchega a mim, acordando com meus beijos.
— O que está fazendo aqui? Você fugiu de novo?
Ela assente e entrelaça as pernas nas minhas.
— Estava com saudade.
— Acho que a segurança da sua mãe tem falhado bastante nos meus
dias de folga.
— Não preciso de mais segurança, você é quase um escudo à minha
volta. Ela devia me deixar passar vinte e quatro horas com você e pronto!
Eu estaria segura.
— Ou não, ela sabe que eu posso ser o perigo.
Ela ri, olhando-me com descrença.
— Amor, ela torce por isso. Acredita que ela já me perguntou o
tamanho do seu documento?
— Estranho seria se ela não perguntasse. Depois que ela entrou no
banheiro da casa de praia enquanto eu tomava banho, não me assusto
mais com Lorna Ross.
Pego o celular no bolso e procuro o número de Lorna.
— O que você vai fazer? — Daysi pergunta sonolenta.
— Tia Lorna, tudo bem? Só para avisar que a Daysi está aqui. Ela vai
ficar para dormir. Eu sei. Já disse isso a ela. Relaxa, tia, eu tenho
camisinhas. Para você também, boa noite.
— Carter, você não tem que ser sempre tão certinho.
— Você é completamente louca, Daysi, eu tenho que ser o certo para
equilibrar a balança.
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PROMOÇÃO!!!
Vai ter a segunda parte do kit de bottons e marcadores?
Com certeza!
Agradeço imensamente a cada avaliação em Minha melhor amiga,
virgem, e cada e-mail recebido. Agora é a hora de pegar a segunda parte
do kit, o procedimento é o mesmo!
Avalie o livro na Amazon, opine sobre o que achou dele, (isso me
ajuda muito a ter o seu feedback e reconhecimento), depois, é só enviar o
print da sua avaliação e o seu endereço para o e-mail:
[email protected]
Prontinho! Você receberá em sua casa a segunda parte do kit
contendo bottons e marcadores do livro!
Espero que goste e um grande beijo!
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TESTE DRIVE
Stephen Ryan pode ser considerado um homem fora do comum. Apesar de
seu hobbie favorito (luta livre em um clube clandestino), das tatuagens e da
cara de mau, é na verdade romântico ao extremo, doce, atencioso e virgem!
Ele apenas espera aquela garota que o fará apaixonar-se perdidamente
para pertencer a ela. Após perder sua primeira paixão, não está em busca
de aventurar-se nos caminhos do coração tão cedo.
O que ele não contava era que seu pai, desconfiado de sua masculinidade,
imporia à sua vida a espevitada Sabrine Vega. Uma conhecida garota de
programa que tem mais mistérios em seu passado do que é possível contar.
Sabrine tem uma missão muito fácil: seduzir Stephen e fazer o teste drive.
Depois, contar ao pai dele o resultado. Ela não esperava que seu futuro
cliente fosse tão bonito. Mas é ao conhecê-lo melhor que o trabalho de Brin
é posto à prova, pois, além de ser o homem mais bonito que já conheceu,
Stephen é doce, atencioso e a respeita como ninguém jamais respeitou.
Para ela, acostumada ao desprezo e homens sempre iguais, o diferente
Stephen pode se tornar a melhor experiência de sua vida!
Agora, ela quer seduzi-lo apenas para ser dele, e mal se lembra do trabalho
que lhe foi solicitado. Mas como impedir seu coração de se apaixonar
perdidamente por ele?
LANÇAMENTO EM 2018
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DOUTOR GYN
Mackenzie Wells decidiu perder a virgindade. Fundadora do Clube das
Virgem Sem Querer, vê todas as suas amigas se acertando no amor e ela
ficando para trás, o único membro de um clube falido. Ela faz uma divertida
pesquisa e escolhe o candidato. O plano perfeito, o momento perfeito, o
cara quase perfeito. Ela só espera que seu grande azar no sexo não interfira
dessa vez. Porém, para desespero de Mackenzie, encontra o homem
realmente perfeito onde menos espera. Num consultório. E ele é nada mais,
nada menos, do que seu novo ginecologista.
Lindo, charmoso, divertido e muito experiente, se torna rapidamente o
sonho de consumo dela. Ela só não contava que ele fosse casado, e o pior,
que sua esposa fosse uma maluca, que acha que ela está tendo um caso
com ele e começa a persegui-la.
Mais uma vez o azar de Mackenzie interferindo em seus planos.
Gabriel Gynlard está tentando se livrar de um grande erro, seu casamento
com a mulher mais louca, psicótica e assustadora que já conheceu. O que
ele menos precisava era conhecer a jovem e inocente Mackenzie e se
apaixonar tão perdidamente por ela. Agora, ele não é mais o alvo das
maluquices da quase ex mulher, Mackenzie é, e ele não sabe o que fazer
para protegê-la e ainda por cima convencê-la a ficar com ele assim mesmo.
Entre um jogo de seduzi-la e conquistá-la, percebe que sabe menos de amor
do que poderia ter imaginado.
LANÇAMENTO EM 2018
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Dedicatória
Dedico este livro a uma pessoa linda. Que com seu jeitinho meigo e
alegre, esteve comigo em cada momento, torcendo, apoiando,
incentivando e sendo uma leitora e amiga maravilhosa!
Alinne Leite, você foi um presentinho de Deus na minha vida.
Obrigada por tudo!
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Agradecimentos
Obrigada, primeiramente a Deus, por mais um sonho, mais uma
conquista, mais uma prova de que nada é impossível quando você
realmente acredita e busca.
A minha família, a melhor do mundo.
Este livro não existiria sem umas pessoas especiais, que fazem parte
de tudo a cada dia meu, que amo incondicionalmente. Obrigada Daniele
Ribeiro, obrigada por ficar de plantão, por me apoiar e incentivar sempre,
por todo amor e carinho, por ser minha prima, amiga e irmã. Ellen Souza,
obrigada por cada dia amiga, por ser minha irmã, por dividir sonhos e
planos, amo você! Rayane Marqueli, obrigada por parar tudo para ir betar
este livro às pressas, por não me deixar desanimar e me apoiar sempre! E
pelo grande presente que é a sua amizade. Maria Rosa Morais (autora
fodástica) amiga, o que seria de mim sem você? Obrigada por toda força,
puxão de orelha, carinho, conselho e pelo seu papel fundamental neste
livro, chorando comigo e acreditando em mim, te amo! Obrigada por
ficarem de plantão, por me apoiarem e incentivarem sempre, por todo
amor e carinho, todo cuidado e torcida. Por betarem este livro com toda
dedicação, obrigada por existirem na vida e por serem tão especiais! Eu
não viveria sem vocês!
Às minhas primas por lerem este livro, por cada mensagem de
incentivo e todo carinho, Stephanny, Leticia, Ketila e Gisele.
A Middian Meireles, Tatiana Pinheiro e Marta Gomes, minhas amigas,
autoras fantásticas, dramáticas, companheiras, um verdadeiro presente
em minha vida. Vocês não fazem ideia do quanto sou grata por ter vocês
ao meu lado, e espero estar sempre ao lado de vocês!
A cada leitora que avaliou Minha melhor amiga na Amazon, que me
enviou os prints com e-mails recheados de carinho, são muitos nomes
para citar, mas sintam-se abraçadas em eterna gratidão, vocês foram
fundamentais para o nascimento deste segundo livro.
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Facebook: https://www.facebook.com/carlieferrerautora/
Wattpad: https://www.wattpad.com/user/Carlie_Ferrer
Site: http://carlieferrers.wix.com/autora
E-mail: [email protected]
Confira outras obras da autora na Amazon: http://migre.me/ua38C
[1] Golpe em que nas costas do oponente, o lutador passa o braço mais fraco por baixo do
pescoço, servindo de alavanca para o braço mais forte - por sua vez, este é responsável pela
força dada ao golpe. A finalidade do Mata-Leão é "apagar" o adversário.
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