Minha Melhor Amiga, Virgem - A V - Carlie Ferrer-1 PDF
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CARLIE FERRER
NACIONAIS - ACHERON
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Capa
Arte: Carlie Ferrer
Imagens: ©CanStock
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Introdução
A doce amiga virgem.
O intenso lutador devasso.
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CAPÍTULO UM
As luzes atrás do meu adversário me permitem ver melhor
sua silhueta. Os gritos enlouquecedores à nossa volta não me
distraem, me dão uma sensação de adrenalina que eu adoro.
Mas há algo nesse ringue que me distrai, a Ring girl da noite.
Ela é morena, alta e deliciosa. Lanço uma piscadela para ela,
preciso vencer essa, acabar com essa luta e levar a morena
gostosa para um motel. Volto a me concentrar no meu
adversário. Ele me encara, eu o encaro, e lanço um gancho de
direita em seu rosto, ao que ele desvia e me dá uma rasteira.
Em seguida seu corpo cai sobre o meu, seu cotovelo em
minha barriga. A plateia grita ainda mais alto, mas tudo o que
ouço é um zumbido quando o filho da puta bate minha cabeça
pela terceira vez no chão. Vejo algo de branco contando e ele
sai de cima de mim. Stephen Imbecil Ryan me venceu de
novo!
Bato em tudo o que vejo pela frente, ouvindo os gritos de
Luke atrás de mim, de que devo me acalmar. Mas não acho
que eu deva. Eu deveria era me irritar mais, quem sabe assim
não vença ao menos uma luta contra esse maldito! Jogo um
banco pelos ares e quando me viro para mandar Luke, meu
grande amigo, calar a boca, a vejo. A Ring girl deliciosa.
— Olá — ela diz com uma voz manhosa, se fingindo de
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Sorrio.
— Pura balela tudo isso que você disse, mas ok, vou
tentar tirar a professorinha de casa.
Voltamos para o apartamento e Caitlin nem parece se dar
conta disso. Está tão centrada em seus afazeres, lendo algo
claramente chato, estala o pescoço numa tentativa de relaxar e
morde a ponta do lápis.
— Eu poderia gozar vendo-a morder o lápis desse jeito —
Luke diz quase emocionado.
— Que nojo! Pare já com isso!
Aproximo-me de Caitlin e reparo que ela não apenas
morde a ponta do lápis, ela também bate com a língua nele e
de vez em quando o gira na boca. Luke também percebe, pois
se escora em mim ao sussurrar:
— Cara, eu vou mesmo gozar.
O empurro para longe e isso chama a atenção de Caitlin.
Ela nos encara, parecendo perdida por um tempo, mas então
seus grandes olhos claros se focam em mim e ela sorri.
— Voltaram? Que horas são?
— A mesma de quando saímos, viemos buscar você.
— Ah — é tudo o que ela diz e volta a se concentrar no
livro chato à sua frente.
— Vamos Caitlin, é quarta à noite, as jovens normais
saem nas quartas.
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prometo.
Desço da mesa e a faço se levantar, segurando suas mãos
pequenas nas minhas, apertando-as para acalmá-la e deixá-la
mansa para fazer o que quero que ela faça.
— Colin, nem comece. O que eu vou fazer enquanto você
se pega com uma mulher qualquer lá?
— Ficar comigo! — grita Luke de repente. — Estarei ao
seu lado o tempo todo, juro não sair de perto de você.
Ela faz uma cara engraçada que me faz rir e me olha
desesperada.
— Por favor, dê-me logo um tiro na testa, mas não me
obrigue a isso.
Eu a abraço apertando-a em meus braços e beijo o alto de
sua cabeça, que alcança meu peito, por ela ser tão pequena e
eu, tão grande.
— Se você for comigo, Caitlin Ross, eu prometo não
pegar nenhuma mulher hoje.
Ela se afasta num rompante e me encara com a
sobrancelha arqueada, se divertindo com minha promessa
absurda.
— Você? Vai a um clube com mulheres seminuas e vai
recusar se uma delas quiser lutar com você?
— Sim. Eu juro. Esta noite você será minha mulher, não
vou pegar nenhuma outra.
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cá, lembra-se?
— Sim, ela também disse que eu podia fazer e não falar.
— Nós dois sabemos que isso nunca vai acontecer — ela
diz empurrando-me e pegando um vestido. Ainda é comprido,
mas é justo. Bem melhor que a roupa que está usando.
— Menos mal, vista esse. Desculpe, Caitlin, você sabe
que eu a respeito mais do que qualquer outra pessoa nessa
vida.
— Eu sei.
Ela tira o cardigã e começa a abaixar a calça, bem ali, na
minha frente. Viro-me para trás assoviando e não a olho, ela é
minha melhor amiga e eu não estava brincando quando disse
que a respeitava mais do que qualquer outra pessoa na vida.
Ela passa por mim quando termina, coloca um brinco de
argola pequeno, mas é um brinco, e calça uma bota que
abraça sua perna e destaca sua coxa.
— Satisfeito? — pergunta dando uma volta.
— Você está quase lá, baby girl. Agora, vamos.
Ela bufa irritada com o apelido que detesta e me segue
porta afora.
Fiz questão de sentar-me no banco do carona antes que
Luke fizesse Caitlin sentar lá. Mas vejo que ele mais olha
para o discreto decote dela do que para a estrada e para acabar
com o desconforto da minha amiga, jogo minha jaqueta para
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para mim? Não farei parte do que você ama fazer também.
Acho que vamos nos perdendo com os anos.
Seguro sua mão e olho em seu rosto de boneca assustada
para que ela não tenha dúvidas do que vou dizer:
— Eu não tenho nada, Caitlin, apenas você. Nunca posso
perdê-la. Se você achar que isso aqui é demais para você,
então vou achar algo que goste de fazer e que você considere
aceitável.
Ela sorri.
— Tudo bem. Estou fantasiando mulheres amarradas e
homens se comendo com os dentes. Vamos tirar essa
impressão de mim.
Entrar de mãos dadas com a Caitlin, estando ela com a
minha jaqueta não foi uma boa ideia. Os seguranças na porta
logo repararam cada centímetro dela, como se ela fosse mais
uma das mulheres que pego. Será que esses idiotas não
percebem que ela ainda é uma menina? A puxo para mais
perto de mim, tentando protegê-la. Seus olhos curiosos
observam tudo, logo que entramos, no corredor que desce
para o ringue, há vários quadros dos grandes lutadores da
casa. E bem na esquina onde viramos para entrar, em maior
destaque, há o dele: Stephen, o imbecil. Caitlin solta minha
mão e se aproxima do quadro, não sei o que viu nele até ouvi-
la suspirar.
— Uau!
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CAPÍTULO DOIS
O maldito Stephen venceu a luta, mas eu não esperava
menos do que isso. O lado bom de tudo é que pude pegar bem
seus pontos fracos.
— Ele apanhou mais por baixo, Colin. Ele não se defende
ali — observa Caitlin após um silêncio constrangedor na
cadeira ao lado da minha.
A última luta da noite de Stephen vai começar e Caitlin
está tentando tirar a merda da tromba que não sai do meu
rosto para ficar tudo bem.
— Preste atenção nessa luta e verá. As únicas vezes em
que foi atingido, foi por baixo. Não é muito inteligente da
parte dele. Ele também bate depressa demais, então não pode
ser tão difícil prever seus movimentos.
— Ele faz isso para não dar tempo ao adversário de reagir.
Bem observado, senhorita Ross. Nem parece uma expectadora
amadora de luta livre.
Ela faz um floreio exagerado com a mão.
— Obrigada, eu sempre dou o meu melhor.
Neste momento avisto Serena, a irmã de Stephen com
quem dormi no mês passado e que não larga do meu pé, se
aproximar. Aproximo-me de Caitlin para uma saída rápida.
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uma mulher da plateia para ser sua Sorte. Ela fica lá em cima
do ringue, assistindo a luta de perto, e se ele vencer, ela lhe dá
um beijo, pois deu sorte para ele. E nesse momento o maldito
do Stephen está chamando a minha melhor amiga para ser a
Sorte dele.
— Nem fodendo que você vai subir lá.
Só então ela percebe que todos estão olhando para ela.
Solta o cabelo que tentava prender e se encolhe atrás de Luke,
que está ao seu lado esquerdo.
— Por que todos estão olhando para mim? — pergunta
envergonhada.
— Não acredito que o filho da puta a chamou para ser a
Sorte dele! — reclama Luke irritado.
— Sorte? O que é isso?
Stephen desse do ringue em direção a ela, todos os olhares
sobre eles. Mas claro que não permito que ele se aproxime.
Fico de pé e entro na frente de Caitlin, impedindo-o de chegar
até ela.
— Escolha outra, Stephen, ela não está disponível.
— Ela não me parece uma das garotas que você leva para
a cama, Hanson.
— Eu não sou! — Caitlin diz atrás de mim e tenho
vontade de matá-la.
— Ela é minha irmã e de jeito nenhum vai ser a Sorte para
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você.
— Sua irmã? Não seria perfeito? Uma irmã pela outra.
Quero matá-lo, mas mal dou um passo, dois seguranças
me seguram.
— Não arrume briga na plateia, Colin. Sabe que o Thor te
mata.
Thor é o dono do clube e briga aqui dentro só é aceitável
em cima do ringue. Então dou um jeito de esfriar a cabeça,
enquanto o maldito fala com Caitlin.
— Quero que seja a minha Sorte. Você só precisa subir lá
e assistir a luta, quando eu vencer, oferecerei meu prêmio a
você.
Caitlin gagueja e não diz nada.
— Eu já disse que ela não vai.
— Não estou chamando você, embora seja seu sonho
subir no ringue comigo e sair como vencedor de alguma
forma, não é mesmo?
Então o maldito fala a única coisa que convenceria Caitlin
a subir no ringue com meu maior inimigo.
— A garota para quem você fingiu ser a namorada dele é
minha irmã. O seu irmão, destroçou o coração dela. Só quero
deixar bem claro que não sou como ele.
Caitlin me olha com aquela decepção que odeio ver nos
olhos dela e nem preciso ver ela se levantar para saber que vai
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CAPÍTULO TRÊS
Olho o celular em minha mão como se ele fosse um bicho
de sete cabeças. Demoro cerca de dez minutos para ter a
coragem de abrir os contatos, mais uns vinte para rolar a tela
até o nome da minha ex madrasta malvada. E parece que vou
demorar uma vida para ter coragem de fazer essa ligação.
Talvez nem a faça nessa vida. Apesar do que a doutora
casamenteira diz, eu ainda não acho que deva qualquer pedido
de desculpas a ela, menos ainda saber se está bem, quando
realmente não me importo. Melhor ser eu mesmo do que um
cara bom.
Jogo-me na cadeira que até poucos minutos estava
ocupada pela Caitlin e resolvo um de seus exercícios. Ela
odeia quando faço isso, gosta que eu a ensine, mas não tenho
vocação para lecionar, prefiro ajudá-la fazendo seu dever. Ela
cantarola no banho enquanto vou resolvendo tudo apenas para
irritá-la, e de repente algo vibra na mesa. É o celular dela.
Dou uma olhada por alto ao ver um número sem foto.
— Caitlin, seu telefone! — grito. — Quer que eu atenda?
Ela não para de cantarolar e pego o aparelho, me dirijo até
a porta do banheiro para entregá-lo a ela, quando reconheço o
número na tela.
— Maldito!
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essa noite.
Espero sua negação e uma lição sobre o que houve da
última vez em que a levei ao clube, mas estranhamente, ela
permanece parada, como se seus pensamentos estivessem a
quilômetros de distância daqui, logo, me analisa como se eu
fosse um Alien, então parece cair em si e pigarreia sem graça.
Levanta-se da cadeira e, olhando para o chão, como uma
menina envergonhada, fala com a voz baixa e meio receosa:
— Para que você quer que eu vá? Sabe que assim não
poderá voltar para a casa com uma mulher, não sabe?
— Não faço questão. Mas de você lá para me dar sorte, eu
faço. Não abro mão da sua companhia essa noite, senhorita
Ross.
— Eu vou me trocar — diz baixinho e sai meio
cambaleante em direção ao seu quarto.
E eu não consigo fazer o mesmo porque não entendi
merda nenhuma do que acabou de acontecer aqui. Não
acredito que a convenci tão facilmente. E o que foi essa
reação estranha dela? Bom, pelo menos ela não estará em casa
quando o imbecil vier buscá-la e estando em cima do ringue
comigo, não poderá atender nenhuma ligação dele.
— Hanson 1, Ryan 0! — grito comemorando e vou
finalmente me preparar para a luta da noite.
conosco.
Caitlin está com o celular na mão no banco do carona,
enquanto do banco de trás, tento ver o que ela está fazendo.
Parece estar conversando com alguém, e temo que seja o
Imbecil Ryan, então digo algo para chamar sua atenção, mas
não funciona. Luke não para de falar no ouvido dela o trajeto
todo, penso que ela nem está ouvindo, concentrada em sua
conversa com sabe-se-lá-quem, mas no segundo em que ele
cala a boca, ela comenta sobre o que ele estava falando.
Assim que descemos do carro, puxo Luke num canto e
advirto:
— Ela está dando um bolo no Imbecil Ryan sem saber,
então faça o que for preciso para mantê-la longe do celular até
que eu a chame para o ringue.
— Por que você vai chamá-la para o ringue?
— Para ser a minha Sorte. Para que mais?
— E aí se você ganhar, terá que beijá-la? — Ele faz uma
careta e parece prestes a me dar um soco.
— É como beijar uma irmã na boca, Luke. Não é nada
demais.
— Cara, ninguém beija a irmã na boca, você é doente!
— Que seja! Tome conta dela.
Rachel já sumiu de nossas vistas, como achei que faria,
então abraço Caitlin e explico para ela porque ela ainda está
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questionador explica:
— Eu trouxe porque sei que vou dormir aqui, baby, venha
boneca — pega Caitlin pela mão — vamos transformar você
em uma mulher.
— Boa sorte! — grito ouvindo palavrões da duas do
banheiro. — Caitlin vestida com uma roupa da Rachel, isso
vai ser hilário.
Pego uma maçã enquanto espero decidindo se serei um
bom garoto e não zombarei muito a minha amiga, ou se serei
eu mesmo quando ela sair do banheiro parecendo uma boneca
com cara de palhaça, se a Rachel fizer nela as maquiagens
que faz em si mesma. Então, engasgo com o último pedaço da
maçã quando Caitlin finalmente sai do banheiro.
— Puta que pariu! — Parado feito um bobo na porta,
Luke fala exatamente as palavras que estavam na minha
mente. — Eu vim chamar vocês, mas uau! Caitlin, uau!
Ela dá uma voltinha para ele com um sorriso no rosto, e
eu mal reconheço esse rosto. Quer dizer, eu reconheço, mas
eu não me lembro de ele ser de uma... mulher. Caitlin está
com um vestido preto colado demais ao seu corpo e muito
curto, com um decote mais do que generoso. E de alguma
forma esse vestido a deixou com as coxas grossas, uma
senhora bunda e seios de dar água na boca. Bato em mim
mesmo para voltar a mim porque não é possível que uma
roupa faça tanta mágica. O rosto dela não parece uma
palhaça, com um batom vermelho e uma sombra em volta dos
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completo após ela fazer isso e fazer uma careta tão engraçada
que todos na mesa riem.
Não sei como alguém ainda pode achá-la uma mulher.
Não passa de uma menina, minha menina. Rachel volta a me
beijar e pelo canto do olho vejo Caitlin virar a segunda dose.
Afasto Rachel apenas para fazer meu papel de amigo.
— Ei, Cait, vá mais devagar, princesa. Você não está
acostumada a beber assim.
— Relaxa, Colin babaca! Cuida da sua boca que eu cuido
da minha — diz praticamente gritando, o álcool já está
subindo.
Rachel volta a atacar minha boca enquanto pressiona seu
centro em meu pau, adoro quando ela faz isso, mas a Caitlin
vai ver e não quero que ela pense que sou desses caras que
transa em público, porque não sou. Afasto Rachel e peço a ela
que guarde o fogo para depois.
— Que merda está acontecendo com você? Se é por causa
da bonequinha ela nem está na mesa — reclama Rachel
zangada.
Quase jogo Rachel no chão quando olho para a cadeira em
que até um minuto atrás minha preciosa estava e não a vejo.
Levanto-me já procurando entre os caras dali, se algum deles
estiver com a mão nela... mas aí a vejo dançando de um jeito
engraçado com Luke, e não sei dizer qual deles é mais
desengonçado.
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Ele não diz nada, embora sua cara não seja nem um pouco
amigável, mas não me importo, ele se afasta dela e some no
meio das pessoas. Ela tropeça nos próprios pés e a seguro de
um lado, enquanto Luke a segura do outro.
— Venha, preciosa, vamos descer daí.
— Colin o mandão, ele me arrasta para a farra e fica
transando na mesa, agora não quer que eu dance.
Os caras à nossa volta vaiam mais alto, enquanto rio de
sua fala arrastada e a desço quase à força, mas ela não
reclama.
— Você deu um show e tanto, hein! — brinco.
— Dei, não é? Porque eles me acham sexy, não me veem
como uma criança.
Bagunço seu cabelo e Luke a abraça por trás e ela
imediatamente o arrasta para a pista de dança novamente.
Missão cumprida, posso voltar à mesa e deixar que meu
amigo tome conta dela. Mas pouco tempo depois, Luke
aparece sem a Caitlin e antes que eu pergunte onde ela está, a
vejo rebolando muito perto de um cara alto, tatuado, o mesmo
que tentou se aproveitar dela minutos antes. Agora ele
procurou briga! Levanto-me já preparando o punho e Rachel
pula na minha frente:
— Você está de sacanagem! Vai ficar comigo ou vai ficar
de babá dessa menina a noite toda?
— O que você acha? — digo e vou até eles, já
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atrás.
— Rachel por que não senta na frente? — digo com o
carro já saindo do estacionamento.
— Porque está frio! — Ela se encolhe e reparo que Caitlin
também parece encolhida.
— Está com frio, princesa? — pergunto, mas não espero
uma resposta, já tiro minha jaqueta e coloco sobre ela,
puxando-a para meus braços.
Ouço Rachel me chamar de babaca, mas não me importo,
só uma coisa ronda minha mente: minha melhor amiga, é
virgem. Não que ela seja assanhada ou uma garota fácil, mas
ela namorou por um ano! Ela tem quase vinte anos, porra!
Como é possível que seja virgem? Sei que embora seja
ajuizada e responsável, ela não é dessas que espera se casar
primeiro e transar depois. Tá que não falamos de sexo com
frequência, ou não dá muito certo quando tentamos falar
sobre isso, mas já a ouvi ao telefone com amigas
aconselhando-as sobre isso. Merda! Ela ouve gritos de
mulheres no meu quarto todos os finais de semana e se eu
soubesse que estava corrompendo os ouvidos de uma
virgem...
Estranhamente, todas as imagens da Caitlin somem da
minha mente, não consigo me lembrar de nada dela, de
nenhum dos milhares de momentos nossos. Preciso olhar de
novo para seu rosto adormecido e babão no banco ao meu
lado, para saber que não adormeci também. E pela primeira
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vez desde que a conheço, não sei como enxergar Caitlin Ross.
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CAPÍTULO QUATRO
A água quente corre por meu corpo e na minha mente só
consigo pensar em uma coisa: Caitlin é virgem. No meu
mundo isso é uma grande coisa, uma coisa impossível! Não
consigo entender porque ela não se entregou ao idiota que
quebrou seu coração uma vez, pois teria dado tempo de fazê-
lo antes de descobrir que ele era um idiota. Ou por que ela
nunca falou comigo sobre isso, nem mesmo para me pedir
mais respeito, porque merda! Eu teria tido. Não teria
quebrado muitas regras se soubesse que ela é virgem.
— Ei! Você está me vendo aqui? — Rachel reclama e só
então me dou conta de que ela está dentro do box comigo.
— Que horas você entrou aqui?
— Engraçadinho.
Ela me beija e se pendura em meu pescoço, seus seios se
esfregando em meu peito, os bicos intumescidos fazendo uma
pressão que eu geralmente adoro. Uma de suas mãos desce
por meu corpo e faço o mesmo no corpo dela, tentando
retribuir o beijo e tocando sua bunda molhada. Ela toca meu
pau com selvageria, continuo a beijá-la, a tocá-la... Caitlin
nunca experimentou isso. Ela não sabe como é quando dois
corpos nus se tocam por inteiro, ela nunca tomou um banho
erótico com ninguém.
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aconteceria. Eu e a Caitlin?
Embora tenha sido eu quem a ensinou a beijar, então eu
poderia ensiná-la... não! Não poderia! Estou ficando louco!
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sei que essa merda vai estourar para o meu lado agora e
preciso pedir desculpas a Caitlin antes de dar tempo a ela de
pensar no que fiz e analisar, porque aí fica mais difícil fazer
com que me desculpe.
— Eu fiquei surpreso quando cheguei no clube hoje e
fiquei sabendo que eu deveria ter tirado sua virgindade ontem
— diz em tom brincalhão sem tirar os olhos dela.
Caitlin parece prestes a vomitar de novo e corro até ela
amparando-a.
— Está tudo bem?
Ela assente e muito sem graça olha para Stephen
pensando em algo para justificar. Tão inocente! Como se ele
estivesse achando ruim ela querer transar com ele. Se uma
mulher soubesse o que um homem pensa quando escuta algo
assim jamais tentaria remediar a situação.
— Fiquei mais surpreso ainda pelo fato de você ter dito
isso depois de ter me dado um bolo. Se você tivesse
aparecido...
Nem quero imaginar o que teria acontecido. A Caitlin
pode ficar com a raiva que for de mim agora, não me
arrependo do que fiz.
— Bolo? Do que está falando? — ela pergunta confusa e
ele me lança um olhar que diz “você está fodido, cara”.
Conta a ela das ligações que atendi e do recado que não
dei e eu deveria sair correndo porque ela sequer me lança
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sendo ridícula e infantil. Que isso não é algo que se faz assim,
de qualquer jeito, quero gritar coisas que ela está cansada de
saber já que se guardou até agora, mas parece que ela nem se
importa.
— Eu poderia te dar algum crédito e tentar ouvir você, se
você fosse confiável. Se você fosse pelo menos homem! Mas
atender meu telefone e deixar de me passar o recado como
uma garota insegura, francamente, Colin! Eu vou dizer apenas
uma vez e espero que isso fique gravado na sua mente! Eu
vou sair com ele. E vou perder a minha virgindade com ele se
eu sentir vontade de fazer isso, e você não tem o menor
direito de interferir na minha vida!
Ela está tão magoada, tão decepcionada e aquele olhar de
sempre está ali, mas parece mil vezes pior. Parece que ela me
enxerga de uma maneira inferior à que enxergava até poucos
dias atrás, até ontem para ser mais exato. Até o instante em
que a olhei vestida como uma mulher sedutora e disse que ela
quase parecia uma mulher. Aquela coisa que mudou em seu
olhar ali, está aqui agora, refletindo em cada jeito como ela
me olha, em cada situação que era tão previsível antes. Ela sai
e bate a porta e nem tenho forças para ir atrás dela. Acho que
perdi minha melhor amiga, uma parte dela, pelo menos. A
parte que ainda via alguma coisa boa em mim.
Que se foda! Se ela quer cometer a burrice de se entregar
para um idiota que só quer usá-la é problema dela! Eu fiz o
que podia e o que não podia para alertá-la. Fiz minha parte.
Fui o responsável por ela tê-lo conhecido, mas não sou mais o
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não mais!
— Eu vou fazer o que sei fazer de melhor.
A empurro na cama e abro suas pernas e faço com ela
tudo aquilo que a Caitlin deveria ter da boca de um homem
em sua primeira vez.
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CAPÍTULO CINCO
Chego em casa com o dia nascendo, no trajeto do motel
até aqui, coloquei a minha cabeça de volta no pescoço. Caitlin
é minha melhor amiga, é quase minha irmã mais nova, sei que
é meu dever cuidar dela, mesmo que às vezes precise ser bem
babaca para isso, no fim das contas, ela vai entender que só
estava tentando protegê-la. Mesmo porque, Caitlin é do bem.
É extremamente doce e é a pessoa com mais facilidade para
desculpar que eu conheço. Acredito que tenha aprimorado
esse dom comigo. Assim sendo, sei que não perdi a minha
amiga, nem uma parte dela. Talvez um pouco de sua devoção,
que sendo bem sincero, era infundada. Eu deveria me sentir
mal por vê-la acreditar tanto em mim, por perceber o quanto
ela espera do meu lado bom, quando sei que ele não existe há
muito tempo. Então decido que será mais fácil agora a nossa
relação de adultos. Que todas essas coisas do meu mundo na
qual ela não se encaixa, deixarão de ser algo que tenho que
esconder, afinal de contas, agora ela pode me ver como sou de
verdade. E sei que ela vai me amar e estar aqui por mim
mesmo assim, mesmo me vendo de verdade.
E vou fazer o mesmo por ela. Apesar de ser uma menina
aos meus olhos, sei que não é, é adulta, responsável e sabe
tomar suas próprias decisões, portanto, não vou mais interferir
em sua vida. Apenas estarei aqui para quando ela precisar do
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luta?
Confirmo e ele faz um gesto negativo com a cabeça, como
se eu estivesse muito errado por fazer isso.
— Se a queria como sua Sorte devia tê-la levado ao
ringue, conhecendo a Rachel imagino que ela não tenha te
dado muita chance de chamar a senhorita Ross, mas, uma vez
que você aceitou a Rachel como sua Sorte, sabia que sua
vitória pertencia a ela. Você quebrou uma regra, meu filho, e
preciso puni-lo.
— Estou ciente. Estou aqui para aceitar qualquer que seja
sua punição.
— Você vai lutar amanhã. Não gosto de colocar meu
segundo melhor lutador em uma luta desnecessária às
vésperas de lutas tão importantes, mas a equipe do clube The
Fierce quer fazer o reconhecimento do ringue e você vai lutar
com um da equipe deles.
Quando imaginei minha punição pelo lance da Sorte,
jamais achei que seria algo que poderia me prejudicar tanto.
Me fazer lutar com um adversário de um clube concorrente às
vésperas do início do campeonato é dar a eles a minha
estratégia de luta. Thor jamais fez isso nos anos em que luto
aqui e ele sabe o quanto isso pode ser usado contra mim no
ringue.
— Mas, Thor, isso é o mesmo que...
— Eu sei. Mais ninguém quis lutar por esse motivo, e
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eixo.
Ela sorri, o sorriso mais doce que já vi em seu rosto,
estende as mãos vagarosamente e pega as flores, as leva até o
nariz e sorri ainda mais.
— Nós vamos enterrar tudo isso e seguir em paz? —
pergunta esperançosa com seus enormes olhos de gata
analisando meu rosto.
— Nós podemos conversar sobre isso?
— Coli... — seu sorriso some e ela está prestes a me dar
mais broncas, mas faço um gesto com a mão, pedindo um
tempo, e ela para de falar para me ouvir.
— Eu sei o que vai dizer, e sei como se sente sobre a
minha reação a isso. Eu só quero conversar, ok? Sem
idiotices, sem tentar te proibir de nada, só quero que você
entenda meu lado.
— Se ela não for com você, eu vou, campeão! — uma voz
sedosa diz atrás de mim, mas não me atrevo a verificar quem
falou, não quando Caitlin está me avaliando tão de perto.
— Tudo bem. Vamos para casa?
— Pensei em irmos andando se não for muito longe para
você. Assim podemos conversar melhor e teremos
testemunhas caso você queira me matar.
— Essa fase já passou. Foi quando descobri o que você
fez, agora só estou decepcionada mesmo.
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que não sabe andar de salto. Minha pressão com certeza está
alta e no momento, tenho uma taquicardia perigosa. Tudo
porque não sei como falar o que preciso falar sem parecer
maluco, ou um gay, ou um gay maluco.
— Cait, pequena, isso não é qualquer coisa. Pode não ser
algo que você guardou como a um tesouro até encontrar o
momento certo, mas também não é algo que você poderá
viver de novo na semana que vem caso não seja o que você
esperava.
Seu rosto suaviza e sei que estou conseguindo atingi-la.
— É sua primeira vez, você só a viverá uma vez, não pode
ser com qualquer pessoa. — Ali, me sinto estranho com o
rumo que meus pensamentos estão tomando, tudo culpa da
maldita doutora Katy com aquela ideia de que eu deveria ser
quem faria dessa, uma maravilhosa experiência para ela. Não
posso dizer isso a ela, de maneira nenhuma, tenho que fazê-la
entender de outro jeito. Por que ela simplesmente não me
escolheu desde o começo?
Respiro fundo para colocar meus pensamentos de volta no
rumo certo e volto a falar:
— O Stephen é conhecido no clube por nunca sair com
mulher nenhuma. Ele é o que mais vence ali, mas não pega
ninguém, sabe por que isso?
— Acho que não quero saber — toda a atenção que eu
havia conseguido se foi, e me desespero para que ela não se
afaste de novo.
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— Porque ele não é bom nisso. Você quer ter sua primeira
vez com um cara ruim de cama? Que não dará a você tudo o
que merece? Caitlin, quando uma garota tem uma primeira
experiência ruim, isso afeta toda sua vida sexual. Você quer
ser frígida? Quer se importar mais com um livro do que com a
pessoa que está dentro de você na cama? Quer ser dessas que
vai ter dor de cabeça toda noite só para se livrar do trabalho
com seu marido?
Sua expressão vai ficando cada vez mais estranha, sinto
que estou falando merda, mas não consigo melhorar as coisas,
cada vez que abro a boca, a enxurrada de coisas que saem,
parece fazer menos sentido.
— Você esperou por dezenove anos e quando finalmente
der esse passo tem que ser algo memorável, algo bom, não
quer contar na rodinha de amigas numa festa do pijama
seminua que sua primeira vez, como a delas, foi uma merda,
quer? Você tem que ser melhor do que isso. Quando duas
pessoas transam e não há a conexão que você precisa para que
seja diferente, é só mais uma transa. Você quer ser só mais
uma transa para o homem para quem vai entregar sua
virgindade? Caitlin...
— Você está se ouvindo? — ela fala de repente e volta a
andar. E não há argumentos que me defendam do monte de
baboseiras que acabei de dizer.
— Só pensa bem se quer mesmo dar esse passo com ele.
Ela ri, aquele sorriso debochado que raramente vejo em
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que ele cai. Com o mesmo respeito que ele teve por mim, não
acerto mais seu rosto, já causei certo estrago e não preciso
mais disso para vencê-lo. Com um Facebuster[2], o impeço
de se mexer e sou anunciado o vencedor da luta.
A plateia grita, o locutor exalta minha virada triunfal. Eu
localizo o que estou buscando e aponto para ela quando o juiz
me entrega o lenço da vitória. Caitlin olha para mim de olhos
arregalados e dá um passo atrás, ao invés de vir em minha
direção. A chamo com o dedo, olho bem em seus olhos,
insisto que venha, mas ela não parece disposta. Então, não
tenho outra saída. Pego o microfone das mãos do Johnnys e a
chamo.
— Caitlin, você poder vir aqui por favor? É muito
importante que você fique com isso. — Estendo o lenço e
insisto com o olhar, sorrindo para ela, ela parece em dúvida e
Stephen fala nervoso ao pé de seu ouvido, é por causa dele
que ela não quer ser a minha Sorte. — Caitlin, por favor.
A plateia a encara e começa a gritar seu nome pedindo
que ela suba no ringue, ela tira sua mão das de Stephen com
um solavanco e com passos vacilantes, aproxima-se do
ringue. Eu a pego pelas mãos e a levanto o suficiente para que
ela possa segurar nas cordas e passar suas pernas por elas. A
levo para o centro do ringue ao som ensurdecedor da plateia.
Ela toca meu lábio com delicadeza.
— Vai ficar uma cicatriz feia aqui.
Sorrio.
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CAPÍTULO SEIS
O leve incômodo em meu rosto não me deixa dormir.
Cheguei do clube, tomei um banho e caí na cama, não sem
antes conferir se ela estava no quarto, mas não estava. Ela está
demorando demais e temo que vê-la me beijando em cima do
ringue não tenha sido suficiente para inibir o desejo de
Stephen. Talvez eu o tenha atiçado ainda mais a fazer isso.
Mas então me lembro da sensação de seus lábios nos meus, da
maneira como ela se agarrou a mim, como se entregou, eu não
estou fantasiando isso. Não pode ter sido tão indiferente assim
para ela. E se ela sentiu alguma coisa diferente, por menor
que seja, então não se entregou a outro esta noite, sei que não.
O barulho da porta me alerta de sua chegada, mas não
quero ir lá para saber o veredito. Fecho os olhos numa falha
tentativa de dormir e deixo em minha mente que ela não deu
esse passo hoje. Não na noite em que demos nosso primeiro
beijo de verdade.
— Como você está gay, Colin — reclamo.
Ouço o barulho do chuveiro e fico imaginando sua pele de
porcelana molhada, seu cheiro misturado ao cheiro do
sabonete, como ela deve passar a esponja por seu corpo...
— Pare já com isso!
Me viro de lado na cama e tento pensar no meu adversário
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clube. Quer dizer, eu não quis ir com você, disse que aquele
não era meu mundo e não é, eu não sabia que estávamos indo
para lá. Quando percebi, não soube como dizer a ele que eu o
esperaria do lado de fora, além do mais os caras estavam
falando de você e eu quis verificar se estava tudo bem.
Não digo nada e ela entra no quarto, suas mãos
entrelaçadas na frente de seu corpo, como uma garotinha
medrosa. Só que não se parece com uma garotinha. Será que
nunca mais a verei como a minha menina?
— Eu sinto muito.
— Ele é realmente tão mais importante para você do que
eu, Caitlin?
Seus olhos se arregalam e ela parece nervosa.
— O quê? Não, claro que não! Ninguém é mais
importante para mim do que você, e isso não vai mudar.
O alivio que sinto ao ouvir essas palavras deixam claro
que ela não fez nada demais com o imbecil essa noite.
— Fiquei feliz por vê-la lá, por poder dar minha vitória a
você.
— Você só fez isso para provocá-lo. Me colocou em uma
posição terrível.
— Nem tanto, você só tinha que pesar quem era mais
importante para você, acho que o fez sem problemas.
Ela não sabe como responder e desvia seu olhar do meu,
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— O Stephen está bem puto com você, cara. Acha que fez
aquilo na última luta para provocá-lo, como chamar a garota
dele para ser sua Sorte — Luke faz uma careta ao dizer
“garota dele”.
— Ela não é propriedade dele. E eu não fiz nada de
propósito. Estava desconcentrado e perdendo a luta, me
concentrei e tive que virar o jogo em pouco tempo, não dava
para ser técnico, precisei ser mortal. Se ele se sente ameaçado
por isso a culpa não é minha.
— Você arrasou ontem e ele não sabe como engolir isso,
essa é a verdade. Eu queria esclarecer uma coisa com você,
sobre a Caitlin, e aquele beijo de língua. Aquilo não foi um
beijo entre irmãos. Que merda você está fazendo?
Solto o supino e encaro meu grande amigo, malhando ao
meu lado na academia do meu prédio. De jeito nenhum posso
dizer a ele que quero ser o primeiro da garota com quem ele
sempre sonhou.
— O quanto você gosta dela, Luke? Falando sério, é um
desejo porque ela é linda, é uma vontade de ficar com ela, é
seu coração ou seu pau que está tão apaixonado por ela?
Espero seu riso fácil e uma provocação, mas ele fica sério,
claramente ofendido com a pergunta. Luke não é de sair com
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muitas mulheres, mas sai com algumas, o que quer dizer que
o que sente pela Caitlin não é tão profundo quanto ele pensa
que é.
— Eu sou apaixonado por ela desde a primeira vez que a
vi e você sabe bem disso. Não penso nela com a cabeça de
baixo mais do que penso com a de cima. E nem vou começar
a pensar no porque está me perguntando isso depois de fazer o
que fez, porque certas coisas, cara, não tem amizade que
perdoe.
Ele se levanta e pega sua bolsa, abandonando o treino e
indo embora.
— É, se tudo der errado com você, Caitlin, vou perder
meus dois melhores amigos — constato para mim mesmo.
Luke esbarra nela quando está saindo e a cumprimenta,
lançando-me um último olhar mortal antes de bater a porta.
Caitlin aproxima-se desconfiada e aponta para a porta que
milagrosamente não estilhaçou vidro para todos os lados.
— Está tudo bem entre vocês?
Assinto e mudo logo de assunto. Não gosto de mentir para
ela e não poderia dizer o porquê de termos nos estranhado.
— Resolveu fazer exercícios, senhora virgem?
Ela faz uma careta tão engraçada que começo a rir, a
tensão do momento com Luke se esvaindo um pouco.
— Este é o meu novo rótulo? Quer dizer que você não
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as meninas dos pés à cabeça e diz, seu rosto sério, mas sua
voz num tom mais leve. — Mantenha o foco, filho. Distrações
você encontra em toda esquina, mas você tem que saber
priorizar o que realmente importa.
— Não se preocupe, estou focado no campeonato, nada
vai me distrair disso.
— Eu não estava falando do campeonato. — Ele vira as
costas e se afasta e não entendo do que então ele estava
falando.
Tomo um banho rápido no vestiário e dou de cara com as
meninas me esperando ali dentro. Elas fingem surpresa ao me
verem sair do banheiro e aproveito para vestir a roupa na
frente delas. Quase posso ouvi-las salivar.
— Achei que o banheiro feminino fosse do outro lado,
meninas. Estão perdidas?
— De jeito nenhum. Acabamos de encontrar o que
procurávamos — diz Amber aproximando-se e me beijando.
Pego minha mochila e passo um braço em volta de cada
uma delas. Acho que preciso mesmo relaxar hoje, relaxar e
tirar certa calcinha vermelha da cabeça. Seduzir a Caitlin não
está me ajudando, na verdade tem feito o efeito contrário,
afastando-a de mim.
Passo com as garotas pelos caras reunidos bebendo
cerveja e rindo alto. Procuro Luke para resolver de uma vez
por todas essa história da Caitlin antes que perca meu amigo,
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tarde demais.
No elevador me dou conta de duas coisas:
Uma – preciso fazer com que a Caitlin veja quem é o
verdadeiro Stephen Ryan e se afaste dele, mas não posso
seduzi-la no percurso. Por mais que o Luke não a ame de
verdade, ele ainda não percebeu isso, e não quero ser o
canalha que mente para o grande amigo.
Duas – merda! Eu consigo seduzir a Caitlin. Agora que
percebo a reação dela mais cedo, na academia, a maneira
como me tocou e ficou nervosa. Eu posso fazer com que ela
me deseje e se eu conseguir seduzi-la ao ponto de fazê-la
desejar apenas a mim, então ela não dará passo nenhum com
o Stephen.
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CAPÍTULO SETE
— Então, você pode olhar bem dentro de você e dizer
com absoluta certeza que não sente nada especial pela
Caitlin? — A doutora me pergunta pela décima vez.
— Eu não sinto. A amo como a uma irmã, só estou
confuso porque demorei a perceber que ela não é mais uma
menina, acho que fiquei em choque ao me dar conta da linda
mulher que ela é. Acredite doutora, eu não sou apto a esse
tipo de sentimento. Só estou agindo como ajo sempre que
vejo uma mulher bonita. Quero levá-la para a cama.
Ela se levanta e serve-se de uma dose de whisky, mas não
a divide comigo, nem mesmo diante do meu olhar de súplica
por um pouco de álcool.
— Você não é uma má pessoa, Colin. Pincipalmente
quando se trata da Caitlin. Estou me perguntando se em
nenhum momento você parou para pensar no que estará
causando a ela. Você não pensou que suas atitudes podem ter
consequências?
Do que ela está falando? Filhos? Porque eu sei usar
camisinha.
— Não estou dizendo que estou agindo de maneira
correta, por isso quero que a senhora me interne, que me
afaste dela de algum jeito. Mas se eu não precisasse seduzi-la,
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nada, mas sei que alguma coisa que eu falei atingiu algo nela.
Só não consigo imaginar o quê.
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final da noite tudo aquilo foi para ele? Por que será que de
certa forma ele sempre me vence? Não que eu ache que ela
vai dar esse passo com ele esta noite, ela não estava nervosa e
nem mesmo ansiosa antes de sair com ele, e ela estaria se
estivesse pretendendo perder a virgindade, não estaria?
“Colin, meu querido, você vai perceber que minha filha
cresceu quando for tarde demais! ”
As palavras que Lorna disse uma vez me voltam à mente.
Acho que ela me jogou uma praga.
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chorando comigo.
— Não foi culpa sua, Colin. Você não fez nada demais,
era só um menino fazendo justiça, a culpa não foi sua.
— O- obr- obriga... — tento agradecer, mas nada sai em
meio às lagrimas que me tomam.
— Eu sei quem você é de verdade, eu conheço a pessoa
maravilhosa que você realmente é. E eu sempre vou estar aqui
com você, sempre. Eu amo você, Colin, você nunca vai estar
sozinho.
Suas palavras me confortam, e deixo que ela divida
comigo essa dor para que passe mais rápido. Acabamos
dormindo embolados no sofá, acabados como sempre ficamos
quando esses malditos fantasmas aparecem e dão uma
tremenda surra em nós dois.
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CAPÍTULO OITO
O cheiro de bacon me desperta aos poucos e o barulho do
meu estômago me diz que estou faminto. Avisto Caitlin
rebolando pela cozinha com fones no ouvido enquanto
cozinha algo que definitivamente está dando errado, pelo mais
novo cheiro que toma o apartamento: queimado.
Desligo a frigideira com o bacon e ela faz uma careta
engraçada ao ver que queimou.
— Justo os bacons?
— Eu já te disse, Cait, queime a cozinha se for preciso,
mas nunca queime o bacon — repreendo-a.
— Eu só queria deixar daquele jeito torrado nas bordas e
macio no meio, como você faz. — Ela faz um biquinho
tentador e desvio meu olhar de sua boca para salvar nosso
almoço, ou jantar, não sei que horas são se ela está em casa.
— Não foi trabalhar hoje?
— Fui e voltei. Eu tinha hora na casa e o movimento
estava fraco, então o Adam me liberou. Aí resolvi fazer nosso
almoço já que você parecia que não ia acordar nunca.
— Não deu muito certo — brinco jogando o bacon
queimado na lixeira.
— Querido, a cozinha é toda sua!
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BÔNUS CAITLIN
Há dois dias parece que estou desligada do mundo, mais
desligada do que o meu normal. Não presto atenção no que
me dizem, não durmo direito, e a fome... essa eu sinto em
triplo. Acho que estou em um estado constante de ansiedade e
confusão que só melhora quando como.
Há dois dias não falo direito com o Colin, sinto falta de
falar com ele, mas não sei o que dizer. O que poderia dizer?
Ei, Colin, poxa eu sempre amei você e agora que você
parece ter me enxergado queria saber se vamos mesmo ficar
juntos.
Talvez eu pudesse tentar algo mais incerto, como tudo na
vida dele.
Ei, Colin, já que você não quer que eu dê esse passo com
ele, o que acha de fazer isso comigo? Afinal de contas, eu
tenho guardado esse momento para você a vida toda.
Não existe uma saída que me permita não sair machucada
disso. Esse risco por si só não me impediria de aproveitar
cada novo toque e o jeito como ele tem me olhado, é algo
inacreditável para mim. Mas, o fato de que eu o perderia
depois é o que me impede. Porque para ele será mais uma
transa e para mim, uma recaída.
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Violenta.
Sem volta.
E depois eu teria que me rebaixar a vê-lo com outras e
fingir que não me importo como tenho feito desde sempre,
mas aí eu teria lembranças, eu teria sensações com ele e tudo
se tornaria mil vezes pior.
— Eu não posso fazer isso — admito para mim mesma.
O conheço a vida toda e sei que isso é um desejo, ele
normalmente tem o que quer de qualquer mulher e comigo
não agiria de forma diferente, mas mesmo que não queira me
magoar depois, ele vai, porque este é ele, o cara que deseja
intensamente, não o cara que se apaixona. Seu ciúme bobo e o
jeito malicioso como olha para mim agora não significam
nem de longe um sentimento maior, um compromisso. Ele
não acredita nisso, e uma virgindade não vai mudar isso.
Vou me contentar com o fato de que ao menos uma vez
desde que nos conhecemos, ele me desejou. Eu fui o objeto de
seus desejos. E vou guardar isso para sempre.
Stephen sorri para mim ao me ver sentada em nossa
cafeteria preferida e aproxima-se com uma rosa. Também não
posso fazer isso. Ele é legal, é sincero, atencioso e quase
perfeito demais para ser real. E alguém que aprecie isso mais
do que eu, precisa descobrir esse seu lado, alguém que não vá
fazê-lo perder tempo. Eu tinha certeza que havia encontrado a
pessoa certa para perder minha virgindade, uma vez que
aceitei que isso jamais vai acontecer com o Colin. Ele me faz
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COLIN
Há dias ela mal fala comigo. Há dias ela passa mais tempo
na rua, ou em seu quarto do que aqui. E quando está na rua,
não tenho como saber se está com ele, ou com as amigas da
faculdade. Às vezes penso em segui-la, mas que espécie de
desesperado eu seria, não é mesmo?
Amanhã é a minha primeira luta do campeonato, por pura
merda do destino também é a primeira do Stephen, mas pelo
menos, sei que ela será minha Sorte. Quer dizer, espero que
ainda seja. Ela chega e como tem feito a semana toda, me dá
boa noite, pega uma fruta e entra para seu quarto. Mas sei que
ela ainda vai tomar um banho antes de dormir, então vou ficar
de plantão para falar com ela. Quero minha amiga de volta.
Vou exigir isso.
Resolvo tomar banho antes dela e quando a escuto bater a
porta de seu guarda-roupa tenho a ideia. Apago a luz do
banheiro e deixo a porta entreaberta. Acendo apenas a luz
fraca do box e começo meu banho como se tudo fosse a maior
das coincidências.
Ela vem distraída e abre a porta do banheiro, acende a luz
e me vê ali. Nu, tomando banho tranquilamente, ensaboando
meu pau. Foco meus olhos nos dela e continuo o movimento,
como se não fosse nada demais ela estar ali parada, olhando
para mim como se eu fosse comestível.
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— Co-colin o que...
Seus olhos estão fixos em mim, passeiam por todo meu
corpo. Penso em uma explicação ao menos razoável para dar,
algo como relaxar sem tanta luz na minha cara, mas antes que
possa convidá-la a se juntar a mim, ela sai correndo.
— Nem pense nisso, Caitlin!
Passo uma toalha rapidamente pela cintura e corro atrás
dela antes que ela tranque a porta de seu quarto, senão terei
que arrombá-la. Ela me deseja, acabei de ter a prova e essa
noite, ela vai ser minha. Foda-se minha promessa, foda-se a
aposta, eu faço um diário se for preciso para a doutora
casamenteira, mas essa noite, preciso estar dentro dela de uma
vez por todas.
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CAPÍTULO NOVE
— Caitlin!
Consigo segurá-la antes que entre em seu quarto e a viro
para mim, prendendo-a em meus braços, colada ao meu corpo
molhado. Há tanto desejo em seus olhos que quase me
desmancho neles. Ela abre a boca em desespero para me pedir
que pare, vai me pedir que a deixe ir, mas eu não posso.
Preciso que ela peça que eu tire sua roupa.
Ainda a mantendo presa a mim, a guio até encostar suas
costas à parede ao lado da porta do seu quarto, sua boca tão
perto da minha que posso ouvir sua respiração acelerada. Ela
mexe as pernas desconfortável e tiro uma mão de seus braços,
afrouxando a prisão em que a prendi apenas para segurar seu
rosto. Passeio meus dedos por ele, seus olhos não se desviam
dos meus, toco seu cabelo e o puxo de leve, levantando ainda
mais sua boca para mim, para que eu possa ir ainda mais
fundo com a língua. Para que possa mostrar a ela o que queria
fazer dentro dela com meu pau.
Mordo seu lábio inferior tão devagar que chega a ser
doloroso o efeito que causa em mim, ela geme, mas ainda está
tensa em meus braços.
— Relaxe, apenas sinta — sussurro em sua boca e a beijo.
Mas o beijo dura dois segundos, pois no momento em que
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resposta.
— Acho que o tio Colin precisa sair mais, com mais
pessoas, para superar isso.
Deixo Carter fora do jogo e olho diretamente para ela, que
me olha de volta contendo um sorriso.
— Acho que eu preciso refrescar sua memória bem de
onde paramos ontem à noite.
Seu rosto cora violentamente e ela pigarreia, apontando
para ele diz sem voz, mas posso ler seus lábios algo como
“criança esperta ouvindo”.
Após uma tarde agradabilíssima com as crianças vamos
nos despedir de Carter. Enquanto esperamos que ele saia do
banho, resolvo puxar assunto, aproveitar que ela está falante e
feliz, cantarolando de novo. Tento chegar nela de maneira
sutil, apenas como um amigo preocupado para não irritá-la,
mas o que sai da minha boca, assim que a puxo pelo braço de
forma brusca, é:
— Por que caralho está cantarolando assim? Ele a fez
gozar? Você gozou, Caitlin, por isso está feliz assim? Com
esse brilho diferente nos olhos.
Ela olha para todos os lados alarmada e parece prestes a
me matar.
— Colin! Alguma criança pode te ouvir, seu babaca!
Se solta do meu aperto e toda aquela felicidade sumiu.
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beijada.
O locutor inicia a noite arrancando gritos ensandecidos da
plateia, olho por todos os lados, mas não a vejo. Ela está
atrasada. Não presto atenção no que ele diz, e apenas quando
a luz me ilumina me dou conta de que já fui chamado. O
exterminador, essa merda vai acabar pegando. Subo no ringue
e meu adversário já se encontra lá, sequer ouvi o nome dele.
Olho de novo a multidão procurando a Caitlin. Talvez eu não
precise derrotá-lo tão depressa, para dar tempo a ela de
chegar. Enrolo o máximo que posso e só quando me dou
conta de que ela não vem, decido acabar de vez com isso.
Derroto o adversário em poucos minutos e quando o locutor
levanta meu braço, vejo a plateia gritando e o dinheiro
rolando pelas mãos, ele me pergunta pela minha Sorte.
Apenas nego com a cabeça e desço do ringue com o lenço da
vitória. Passo pela multidão feminina que tenta chegar até
mim, hoje não estou com paciência para conversar com
ninguém.
Estou indo em direção ao vestiário, mas ouço o locutor
anunciar o Stephen e volto para ter certeza de que ela não está
ali, mas ela está. A vejo procurando por mim na multidão, o
rosto vermelho e a respiração acelerada. Seu olhar encontra o
meu, mas saio dali, vou direito para o vestiário. Então ela me
castigou por conta do que fiz no banheiro. Ótimo! Eu não
precisei dela para vencer. Não preciso dela para nada!
Tomo um banho demorado e consigo não pensar em nada.
E fácil desligar minha mente quando realmente me empenho
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CAPÍTULO DEZ
Quero subir no ringue e quebrar a cara dele, mas alguém
entra em minha frente, quase sendo atropelada por mim. É
Serena, a irmã dele. Ela pega minha mão e pede que eu a siga,
vamos para fora do clube, e estou prestes a gritar com ela por
ter me tirado dali quando ela diz:
— Está assim por amor, Colin?
Respiro fundo, contenho a ira que sinto e aceito que o
mínimo que devo a ela depois de tudo o que lhe fiz, é uma
conversa educada.
— Não. Não é por amor, está mais para ódio.
— Achei que fosse pela Caitlin, a namorada do meu
irmão. Ela conheceu meus pais na semana passada.
Eu não sabia que as coisas entre eles estavam tão sérias,
eu não fazia ideia. Mas, depois do que ela fez agora à noite,
não é de se estranhar. Não quero parar pra pensar nisso agora,
não quero pensar em nada agora.
— Que bom para eles, mas não tenho nada com isso,
Serena. Desde que seu irmão não a machuque, não tenho nada
a ver com eles.
— Desde que ele não seja com ela como você foi comigo,
você quer dizer?
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Olho seus olhos negros e não sei o que posso dizer. Sinto
muito? Foi mal? Sim eu posso ter sido um babaca, pois é, esse
sou eu, mas ela me conhecia bem o bastante para saber que
seria assim. Não tenho culpa se às vezes as pessoas querem se
iludir e fazem coisas que sabem que vai dar errado esperando
que dessa vez dê certo. Ela não foi minha exceção à regra.
Então apenas dou de ombros. E ela continua, a voz calma,
mais constatando algo do que desejando que aconteça.
— Um dia você vai se apaixonar assim, não pense que
está tão acima de nós mortais, que vai se livrar de sentir. E
quando você se apaixonar, será tão inseguro, tão medroso por
se lembrar de tudo o que fez, que vai ficar se perguntando o
tempo todo se ela sente o mesmo, se ela te ama apesar do que
você é, ou se ela está usando você, como você fez com quem
te amou. E você nunca vai ter certeza de que é digno do amor
dela.
De repente me lembro da Caitlin, de como me sinto tão
desesperado e confuso sobre ela, de como me fere os
sentimentos dela por outro. Tirando a parte de estar
apaixonado, tudo se encaixa tão perfeitamente no que a
Serena acabou de dizer, e percebo que não é preciso estar
apaixonado para se perder por alguém.
— Neste caso, — digo a ela, deixando-a surpresa por eu
responder, quando nem eu mesmo achei que responderia a
algo assim. — Acho que vai gostar de saber que estou
passando por tudo isso. Não que eu esteja apaixonado. Mas eu
sei que não mereço ser o escolhido dela, sei que nunca vou ser
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melhor para ela do que o cara que está ao seu lado agora, mas
nem essa certeza e nem esse medo ridículo de perdê-la são
fortes o bastante para me impedir de tentar.
Ela arregala os olhos em surpresa e parece sentir pena de
mim. Mas não posso me irritar por isso esta noite, eu também
estou sentindo pena de mim nesse momento.
— Talvez a gente precise ir contra quem somos às vezes,
para podermos ser alguém melhor — concluo fazendo-a abrir
um sorriso acolhedor.
— Para onde está indo, Colin?
— Beber alguma coisa, não pensar em nada, algo assim.
— Você deveria ir para a casa. A noite é uma armadilha
perigosa para alguém que não quer pensar em nada.
— Não tenho medo do perigo.
Afago seu cabelo em sinal de agradecimento, e subo na
moto, decidido a beber até que nem me lembre mais dessa
noite. Talvez acabe a noite com uma mulher que me faça
esquecer a visão da Caitlin nua. Mas, quando me dou conta,
estou na porta do meu prédio. Vim mesmo para a casa.
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a ajuda dela para entender porque essa merda doeu tanto, mas
não quero entender isso, eu apenas não quero mais sentir isso.
Então pela primeira vez em anos, escolho mentir para minha
melhor amiga.
— Foram os fantasmas.
Solto minha mão da sua e vou para meu quarto, tranco a
porta para deixar claro que não quero suas visitas noturnas de
desculpas. Quero deixar claro para mim mesmo que não
preciso de mais nada dela.
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Ela se senta, não coloca seu jaleco, nem pega seu caderno
e gravador como geralmente faria, é uma mulher mais velha
ouvindo um jovem perdido.
— O que houve?
— Eu tive um daqueles ataques ontem.
— Defina “um daqueles ataques”.
— De raiva.
Ela tenta esconder seu nervosismo, mas falha, eu percebo
mesmo com ela falando comigo tão calmamente em seguida.
— Achei que tivesse controlado isso com a luta.
— Não tem sido o suficiente.
Ela me encara e não diz nada. Fico esperando que me
repreenda, que diga que terá que suspender as sessões ou que
me receite um calmante tarja preta, mas ela apenas me
observa. Esse silêncio me incomoda e começo a falar.
— Foi só uma vez, mas foi a mesma raiva que senti nas
vezes em que me meti em encrenca. E eu quase não consegui
controlar dessa vez, eu quebrei um monte de coisas.
— Ufa! — Ela faz um gesto exagerado com a mão, me
interrompendo. — Achei que você terminaria a frase como eu
quebrei um monte de caras. Meu Deus, Colin, não me assuste
assim.
Sorrio, sentindo-me um pouco mais leve.
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BÔNUS CAITLIN
Nunca fui uma pessoa que faz barraco em público, eu
sequer falo alto em público, quando comecei a estudar, no
primário, as professoras achavam que eu era muda, de tão
baixo que falava. Sempre fui tão calma e reservada, e é
mesmo difícil algo me irritar ao ponto de eu perder o controle,
como acontece no segundo que ponho meus pés para fora da
faculdade, e avisto Stephen Ryan encostado ao seu carro, me
esperando.
Se fumaça pudesse sair da cabeça das pessoas quando elas
estão com raiva, a minha seria uma chaminé agora. Chego até
ele tão rápido, que ele dá um passo para trás ao invés de seu
habitual abraço apertado.
— Boa noite? — pergunta ao invés de desejar.
— Como você foi capaz, Stephen?
A altura da minha voz o alarma, e ele pega minha mão
praticamente me enfiando dentro do carro. Depois dá a volta
correndo e o tira dali.
— Não precisava ter feito isso, eu não ligo de gritar para
você me escutar por cima de todo barulho do mundo!
— Estou vendo, mas estamos sozinhos aqui e vou parar
onde quase não há barulho, não vai precisar gritar.
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por conta de seu tamanho. Ele não é tão forte quanto o Colin,
mas é bastante musculoso e alto. De forma que fica
desconfortável e espremido na posição em que está dentro do
carro.
— E estamos. A minha opinião a respeito disso não
mudou, Caitlin. Em uma noite você parecia estar se
apaixonando por mim, e na noite seguinte, você desmarcou
um encontro, aí apareceu mais perdida do que já te vi com
esse papo de que não podia fazer isso comigo. E eu te entendi.
Eu entendo que você não possa mudar o que sente por ele,
mas a minha posição não mudou.
— Isso não te dá o direito de me fazer perder a luta dele
de propósito.
— E não fiz! Eu juro que não fazia ideia que você seria a
Sorte dele, achei que seria a minha. Achei que você não
estivesse caindo no papo furado dele à essa altura.
— Não se trata de nada disso, ele é meu melhor amigo e
eu lhe fiz uma promessa, que você me fez quebrar!
— Sinto muito.
— Você não sente, não.
— Quer saber? Não sinto mesmo! Você deveria me
agradecer por não ter sido a ring girl dele, por não ter que
ficar beijando-o a cada luta porque isso te machuca!
Olho bem em seus olhos e sei que está mentindo, eu sinto
isso.
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CAPÍTULO ONZE
— Eu vou convencê-la, Caitlin. Você será minha.
Ouço o imbecil falar para ela quando está se despedindo.
Isso significa duas coisas, uma: ela ainda não perdeu a
virgindade com ele. E duas: ainda tenho tempo de impedir.
Ela se assusta ao dar de cara comigo perto da porta, leva a
mão ao coração e sorri para mim. Então tenta defendê-lo, mas
o faz sem convicção:
— Ele não sabia que eu seria a sua Sorte.
— É, ele preferiu não correr o risco — respondo e vou
para a cozinha.
— Você ainda está bravo comigo?
Nem me dou ao trabalho de responder. Culpada ou não
por não ter sido a minha Sorte, eu tentei alertá-la sobre ele e
ela não quis me ouvir.
— Você já se convenceu de que ele não serve para você?
— Colin, você só faz o que sabe que é o certo a se fazer?
Olho para seu rosto risonho e contenho a vontade de rir
também.
— Você está querendo me zombar? — pergunto para
entrar em seu jogo, sei bem onde ela quis chegar.
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não olhem para cima. Ele fala sem parar e ela faz sua perfeita
cara de paisagem. Será que ele não a conhece o suficiente
para saber que a está entediando? Ela mexe na pulseira em
seu pulso várias vezes seguidas, sinal claro de que quer ir
embora, ele sai tanto com ela e ainda não percebeu isso?
Caitlin é como um livro aberto e ele é tão babaca que não
consegue lê-lo.
— Estou salvando você, meu bem — digo baixinho.
— Falando sozinho? — Uma mulher na casa dos quarenta
anos, usando uma blusa bem decotada e um short curto
demais por cima de uma meia calça suspeita senta-se à mesa
comigo.
— Não. Estou aqui apenas como espião.
— Trabalha para o governo? — pergunta esperançosa.
— Ah não, não mesmo! Neste caso em particular, é um
trabalho em benefício do meu pau. Está vendo aquele casal
ali? — Aponto os dois e ela observa por um momento antes
de constatar.
— O homem lindo e a garota entediada?
— Desnecessário colocar adjetivos nele, mas sim, ela está
entediada. Ela é minha melhor amiga e quer perder a
virgindade com esse babaca, dá para acreditar?
— Na verdade, dá. Ele é maravilhoso!
Mulheres. Por que tão focadas em aparências?
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também.
— Ei, pague a cerveja por favor, obrigado e boa sorte —
digo já saindo correndo escada abaixo.
Pego a moto, que por algum motivo deixei longe demais
da entrada e até que consiga ligá-la, eles já sumiram. Dou
uma volta pelas proximidades, mas não os vejo mais. Bom, de
qualquer forma, eles não iriam a um motel, ele acabou com
todo meu trabalho de mais cedo molhando a calcinha dela,
entediando-a.
— Valeu, Stephen. Está aí uma frase que nunca pensei
que iria dizer.
Volto para o apartamento, mas assim que desço do
elevador escuto a voz da Caitlin. Mais uma vez, por algum
motivo, ela não o deixou entrar. Acho que isso tem a ver
comigo e o quanto fiquei mal por ele ter sabotado minha
operação Sorte. Escondo-me atrás de um vaso de plantas, ele
não esconde quase nada, mas Caitlin e Stephen não podem me
ver de onde estão, porque estou pouco antes da virada no
corredor que dá na nossa porta.
— Caitlin, você pensou no que te pedi? Princesa, eu sou
louco por você, se me der essa chance, se for a minha
namorada, prometo que vou fazê-la feliz. Eu nunca quebro
uma promessa, Caitlin. E nunca perco uma luta. Eu juro que
você vai ser feliz comigo, só preciso que diga sim.
Há o silêncio como resposta e temo não estar escutando a
voz baixa dela, inclino a cabeça um pouco e uma mão toca
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mim.
— Como foi o beijo? — pergunto olhando em seus olhos.
— Que beijo?
— Que ele deu em você. Passou no teste? Fez você se
sentir como eu fiz?
Ela cora e tenta se livrar do meu aperto.
— Colin, eu não acredito que você...
— Você nem deu um beijo nele, não é? Está com medo
porque sabe que nunca será a mesma coisa. Mas sabe, você
deveria testar, deveria beijá-lo, e comparar. A porta do meu
quarto estará aberta quando você voltar correndo para casa, e
meu rosto estará limpo desses machucados, pra eu poder
beijar você. Do jeito que você gosta.
Solto seu braço e entro em casa, vamos ver como o
Stephen se sai ao conhecer a irreverente sogrinha dele.
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CAPÍTULO DOZE
Os dias passaram sem maiores novidades e minha terceira
luta é hoje. Logo após a do imbecil Ryan. O que quer dizer
que terei que vê-la no ringue ao lado dele, quando deveria
estar comigo. Tenho feito de tudo para que ela perceba que
deseja a mim e não a ele. Eu ando seminu pela casa, toco nela
mais do que o normal e nossas conversas estão sempre
cobertas de segundas intenções da minha parte. Tirando
agarrá-la e fazê-la gozar com minha mão, não sei mais como
fazê-la entender que seu prazer pertence a mim. Estou ficando
sem ideias.
Avisto Luke logo quando chego, conversamos sobre
várias coisas, menos sobre o que eu deveria realmente falar
com ele. Não sei se meu amigo vai entender e não quero
correr o risco de perdê-lo. A vida podia colaborar comigo só
um pouquinho e fazê-lo se interessar de maneira especial por
outra mulher, para perceber que não ama a Caitlin como acha
que ama, ele apenas a deseja. Coisa que poderia acontecer
com qualquer homem que olha para ela.
Mais uma vez, fico esperando uma mãozinha da vida e
deixo essa conversa para depois, pois Stephen vai começar a
lutar. O locutor anuncia os lutadores da noite, dando início ao
barulho ensurdecedor da plateia.
— Boa noite, senhoras e senhores. Nessa noite o chão
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a última palavra essa noite, mas respondo mais para ela, para
que ela entenda, do que para ele.
— Você está errado, eu a via como uma irmã, sim. A
amava como se fosse sangue do meu sangue. Eu percebi tarde
demais que ela não é minha irmã, e não é mais uma menina,
eu admito isso. Estive de olhos fechados por tempo demais.
Mas eu acredito, eu realmente espero, que não exista tarde
demais para alguém aprender a fazer a pessoa mais
importante da sua vida feliz.
Os olhos dela enchem, ainda focados em mim. Stephen
pega sua mão e a chama para ir embora, mas pego a outra,
impedindo-a de ir com ele.
— Você não vai assistir minha luta?
— Não, nós já estamos de saída — Stephen responde, mas
ela olha para ele e aperta sua mão, tranquilizando-o.
— Claro que vou. Eu prometi que não perderia uma luta
sua, não prometi?
— Obrigado — digo quase sem voz e ela solta a mão de
Stephen e me abraça.
— Boa sorte, Colin. O grito mais descoordenado e fora do
tom, será o meu.
Sorrio e ela vai com ele. Não importa se estará de mãos
dadas com ele, é para mim que estará torcendo.
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ouvido.
Esse imbecil! Se ela não o deixava beijá-la antes, por que
o faria agora?
Porque mais uma vez, você a deixou molhada, excitada e
frustrada. E eu estou aqui justamente para saber como ela tem
agido com ele depois disso. E se ela resolveu dar logo a
virgindade para ele para se livrar de mim?
Levanto-me um pouco para tentar ouvi-lo, mas não
consigo, e saio da mesa só um pouquinho, para ouvi-lo. Ainda
não dá para entender então dou um passo bem devagar
parando bem atrás dele, mas ainda não o escuto. Então coloco
a cabeça por cima da dele e vejo suas mãos indo em direção
aos seios dela. Eu não sei se ela ia ou não deixá-lo tocá-la ali,
porque não dou tempo de ele descobrir. Quase pulo sobre a
mesa, segurando seu braço ainda no ar.
— Algum problema aqui?
— Colin!? — Caitlin fica muito surpresa, confusa, mas
Stephen saca de cara o que está acontecendo.
— Você nos seguiu?
Ele se levanta e Caitlin rapidamente se levanta com ele.
— Colin isso é verdade? Você nos seguiu?
— É claro que seguiu, esse idiota, o que pensa que está
fazendo?
Ele parte para cima de mim e Caitlin grita, então
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parecido com isso, que não sei bem explicar que me toma
nesse momento. Estou confuso, com raiva e magoado, aquela
dor idiota me venceu de novo e não consigo entender porque
não posso ser o que ela precisa.
— Por que não? Eu sei que não tenho nada para te
oferecer, eu não tenho um futuro certo para te dar, mas
Caitlin, você acha mesmo que vai se sentir à vontade com
qualquer outro homem como se sentiria comigo? Me diz! —
Estou quase suplicando e sei que pareço ridículo e fraco, eu
nunca fiz isso, mas estou desesperado.
— Não se trata disso, não se trata de nada do que você
disse. É só que Colin, você já parou para pensar em como
seria depois? Eu vou transar com você, vou te entregar minha
virgindade e na noite seguinte terei que vê-lo com outra. Por
mais que eu não espere um compromisso de você, você acha
que eu vou suportar isso? Eu sei que não vou. Por mais que
você não me prometa nada, você terá sido meu primeiro, você
terá sido o dono do meu prazer, como você diz. E não quero
ficar no meu quarto imaginando você fazendo com outra tudo
o que fez comigo. Eu não posso.
— Caitlin...
— Colin, não! Eu admito que você seria o cara certo, acha
que não sei disso? Mas isso custaria nossa amizade, e me
perguntei nesses últimos dias em que você tem tentado me
enlouquecer mais de mil vezes se valia a pena, mas não vale.
Não posso perder você. E isso seria o fim de tudo porque
nunca mais nos veremos como amigos de novo.
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CAPÍTULO TREZE
Hoje é minha quarta luta, e a tensão sexual no
apartamento está tão forte, que não conseguia me concentrar
para treinar lá. Então estou desde bem cedo aqui no clube.
Não falei com ninguém, usei o método de me desligar do
mundo da Caitlin, fones no ouvido e música muito alta. Então
treinei sem parar por horas a fio. Quando paro para comer
algo percebo que ainda é cedo, eu teria tempo de ir para a
casa e descansar um pouco, mas não vou fazer isso. Ainda me
sinto pilhado e tenso, mas sei que isso nada tem a ver com a
luta da noite, e sim com a minha luta interna que não consigo
saber se vou vencer.
Tomo um banho demorado e assim que saio, encontro
uma mulher nua em frente ao meu armário. Paro onde estou, a
loira nua diante de mim é uma das mulheres mais lindas que
já vi na vida, e com certeza não é daqui, ou eu me lembraria
dela. Deve ser de algum dos clubes competidores que estão na
cidade e essa seria minha chance de fazer um “intercâmbio” e
relaxar antes da luta.
Mas claro, não posso fazer isso porque prometi a Caitlin
que não faria, e por mais que exista a chance de ela estar com
o imbecil, nesse momento, eu não vou quebrar minha
promessa.
— Maldita promessa! — reclamo baixinho para mim
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mesmo.
Aproximo-me da loira imaginando o quanto será difícil
dar o fora nela e dispensar tudo isso tão disponível para mim.
Mas aí penso na Caitlin, nos lábios dela, na maneira como
geme quando a toco e como se derrete quando a beijo e de
repente, parece fácil demais dispensar a loira boasuda. O faço
sem nenhum pesar, como se fizesse isso todos os dias.
Que merda está acontecendo comigo?
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Saio pela porta, mas ela diz algo que me faz congelar e
voltar para trás para estrangulá-la:
— Foi um acidente a morte da sua mãe, não era esse o
acordo, eles só tinham que levar o dinheiro, mas ela tentou
bancar a heroína, achando que o filhinho precioso estava em
casa, acabou levando um tiro.
Não enxergo mais nada na minha frente quando vou em
sua direção com toda a minha raiva, pronto para matá-la se
for preciso, quando uma pequena criatura toca meu peito, e
sua voz me alcança, tirando-me dos meus mais profundos
desejos.
— Colin, não faça isso, não vale a pena! Colin, me escute!
Sou eu, Colin!
Consigo ver Caitlin pouco antes de quase acertá-la,
porque ela entrou na minha frente.
— Caitlin?! Você ficou louca? Por que entrou na minha
frente?
— Você não pode encostar nela, vai voltar para a cadeia e
dar tudo o que ela quer, controle-se. Venha comigo.
Ouço a risada de Hannah, em contraste com a voz doce e
desesperada da Caitlin.
— Colin, olhe para mim, me ouça. Vamos sair daqui
agora, você vem comigo, deixa ela para lá, não vale a pena.
Ei! Olhe para mim! — Ela está na ponta dos pés e suas mãos
estão em volta do meu rosto, ela parece tão desesperada
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porque se ela me pedir para não lutar, eu não vou lutar, e não
quero desistir sem tentar. Mas não ouço quando o juiz inicia a
luta e sou atingido de surpresa. Meu adversário, seja ele quem
for, tem uma excelente técnica, quase pau a pau com a minha,
quando estou em um dia bom. Porque no dia de hoje,
qualquer um dessa plateia poderia me vencer. Eu tento acertá-
lo, mas mal o vejo. Estou sendo pisoteado sem nem me dar
conta de que caí no chão. Chega um momento em que fecho
os olhos, deitado ali, e decido deixá-lo vencer, não há mais
nada que eu possa fazer para impedir. Mas, sinto um toque
quente em minha mão que está para fora do ringue e abro os
olhos para encontrar Caitlin, com lágrimas nos olhos e
apertando minha mão com suas duas mãos pequenas.
— Levante-se, eu apostei todo meu salário! Você tem que
vencer! — Ela grita e sorrio para ela, que parece se desesperar
mais ainda. — Púbis! Colin, você está dando outra vitória a
Hannah e aos fantasmas dela, não deixe que isso aconteça.
Levante-se agora mesmo e vença essa luta!
Eu tento me levantar, mas não tenho força, logo, sou
atingido em cheio com um chute na orelha e caio de novo.
— Colin Hanson, deixa de ser bundão! Você vai mesmo
me decepcionar assim?
Eu disse que todas as minhas vitórias seriam para ela. A
minha derrota não pode ser. Ela está aqui, apostando em mim
e me pedindo que vença.
— Ah Caitlin, você sempre me faz fazer o impossível, não
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é?
Consigo desviar do próximo chute e agarro os pés dele,
derrubando-o. Sinto-me dolorido em todo o corpo, nem sei
que golpes levei hoje, mas preciso reagir. Levanto-me com
dificuldade e aplico um Elbow drop[4], levando a plateia aos
gritos. Eu não vou conseguir bater nele, não tenho forças e
algo parece doer demais na minha costela, deve estar
quebrada. Eu só preciso de técnica, penas fazê-lo desmaiar
sem mais esforços. Com dificuldade, subo nas cordas a tempo
de impedir seu próximo ataque e então pulo sobre ele, não sei
como consigo ter forças para subir nas cordas e aplicar um
Springboard clothesline[5], mas ele bate com tudo a cabeça
no chão e sei que não vai levantar mais. O juiz levanta meu
braço anunciando o vencedor, eu me levanto, pego o lenço da
vitória nas mãos e entrego a Serena, que parece em pânico ao
ver minha cara. Procuro Caitlin na multidão, e a encontro
onde estava na última vez que a vi, ao lado do ringue,
sorrindo para mim com toda sua admiração.
— Foi por você, baby — digo apontando para ela pouco
antes de tudo escurecer e eu não vejo mais nada.
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passar mais do que uma noite com ela, mas há algo em mim
que não permite. Eu não sabia que era tão egoísta até ver
minha melhor amiga apaixonada por outro. E por mais que ela
responda aos meus toques e beijos, de nada adianta eu
conseguir seduzi-la, se é ele quem a faz sorrir desse jeito
tímido e corar com facilidade.
Será que eu seria capaz de fazê-la feliz fora da cama? Será
que eu saberia ser romântico como ele? Eu seria um
namorado melhor do que sou um amigo? Ela se senta ao meu
lado e a observo fazer as unhas dos pés. Fica numa posição
engraçada no sofá e tenho vontade de pegá-la no colo só para
irritá-la e atrasar seu serviço. Não seria nada sexual, pelo
menos não no começo. Talvez seja esse tipo de coisa que eu
poderia fazer como namorado, tocá-la sempre, beijá-la mais
ainda, mimá-la com tudo o que ela gosta todos os dias, tatuá-
la ainda mais em meu corpo. Se são essas as coisas que um
namorado tem que fazer, então eu poderia ser um namorado
bom para ela, porque eu faria isso por ela sem qualquer
dificuldade.
— Caitlin, o que você espera de um namorado?
Ela fica tão chocada com a minha pergunta que vira o
vidrinho de esmalte no tapete, e grita um púbis desesperado,
tenta se levantar para ir pegar um pano, mas está com um
separador de dedos nos pés e quase cai. Levanto-me em um
pulo do sofá e a seguro, o que a faz gargalhar.
— Ah, meu Deus, isso sou eu sendo sua enfermeira? Você
está bem?
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meu...
— Eu entendi! — ela me corta, seu rosto atingindo uma
cor adorável.
— E mesmo assim não mereço um voto de confiança?
— Pelo seu enorme sacrifício?
— Não foi nenhum sacrifício. Não tenho problema algum
em dispensar uma mulher que não seja você. Mas, deixar
você em paz para ficar com outro, está aí uma coisa que eu
não consigo fazer. E eu te juro que tentei.
Seus olhos se fixam nos meus e quero beijá-la, abraçá-la.
Quero tocá-la de algum jeito para que ela entenda o que quero
dizer, mas assim que me levanto em sua direção, ela se
levanta também, afastando-se de mim como se eu a estivesse
machucando.
— Você pode fazer o que quiser, Colin, eu tenho certeza
da minha posição. Não precisa vir com essa fala melosa, isso
aí não é você. E eu não vou fazer isso, se está tudo bem para
você jogar nossa amizade fora, eu sinto muito, não está para
mim.
— Não vamos jogar nada fora. Estou tentando te dizer de
um jeito que você entenda que eu quero você.
— É você que precisa entender que isso não vai
acontecer. Nós somos amigos, melhores amigos. Nunca
seremos mais do que isso, eu já aceitei isso Colin, está na sua
vez de aceitar.
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Não entendo o que ela quis dizer sobre já ter aceitado isso,
como se tivesse sido algo difícil, sendo que ela parece ter
aceitado isso fácil demais.
— Eu não vou desistir, Caitlin.
— Então nós vamos ter sérios problemas.
— Ótimo! Eu adoro problemas!
Ela bufa irritada e vai para seu quarto e eu começo a
planejar o que poderei fazer depois da nossa primeira noite
para mostrar a ela que posso ser um bom namorado, se for
mesmo isso o que ela vai esperar de mim. Não tem problema,
posso ser qualquer coisa que ela precise.
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— Colin, não acho uma boa ideia você lutar agora. Você
mal se recuperou de um ferimento grave, você fez tudo o que
pôde, filho, fez mais do que podia, não precisa mais lutar.
— E abrir mão do campeonato? De jeito nenhum! Eu sei
o que você vai dizer, mas eu sei os meus limites e estou
disposto a ultrapassá-los, acredite Thor, vai me fazer menos
mal lutar assim, todo quebrado, do que não lutar.
Posso ver a admiração em seus olhos, mas, por algum
motivo que desconheço, ele continua tentando me convencer
a mudar de ideia.
— Não seria prudente você lutar agora, Colin, pense bem.
Graças a Deus não foi nada que deixasse uma sequela dessa
última vez, mas abusar da sorte para quê? Você não está cem
por cento, melhor não arriscarmos que algo mais grave
aconteça.
— Eu estava muito mais ferido quando me levantei
naquele ringue e o derrubei. Você sabe que posso lutar assim
e que posso vencer. Por que não quer que eu lute?
Ele não responde, derrotado, aponta para o quadro com os
cronogramas das lutas.
— Só restaram dois clubes na semifinal, dois lutadores de
cada clube. Então, por decisão unânime dos patrocinadores, a
final não pode ser entre dois lutadores de um mesmo clube, de
forma que nessa semifinal...
Ele para de falar, mas não é necessário que continue,
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CAPÍTULO QUATORZE
Quando chego em casa, Caitlin está jantando, sentada à
mesa com cara de poucos amigos. Abre um sorriso curto
quando me vê e volta sua atenção ao prato diante dela.
— Seu prato está no forno — diz.
Sento-me diante dela e a observo.
— Você não estava dormindo. Se não tivesse escutado o
que eu disse, não estaria aqui falando comigo e conseguindo
olhar para minha cara, mesmo que por poucos segundos.
— Eu ouvi o que você disse — é tudo o que diz, e sem
olhar para mim. — Eu não odeio você, se é o que quer saber.
— E a outra parte?
— Não força, Colin.
— Tudo bem.
Pego o prato de macarronada que ela deixou no forno e
sento-me de frente para ela. Noto que seu olhar pousa em
mim algumas vezes, mas logo ela desvia. Até que por fim, ela
decide parar de me evitar.
— Está tudo bem? Você parece tenso.
— Por que acha isso?
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mais.
— Caitlin, não vá. Eu juro que nunca mais vou machucá-
la, eu não vou mais tentar tocá-la, eu... não, eu não posso jurar
isso porque sei que não vou cumprir, mas eu prometo que se
você disser pare eu paro e não tento de novo por horas, eu só
preciso que você esteja aqui todos os dias. Caitlin, eu sou
louco, é você que me mantém um pouco são, se eu perder
você não vai sobrar nada.
— Não é verdade. Você é esquentado e inconsequente,
mas tem um coração de ouro e é tão inteligente, Colin! Você
não precisa de ninguém para ficar bem.
— Preciso de você. Não vou ficar bem sem você.
Ela tira minha mão da mala e a arrasta até a porta, mas a
seguro. Não posso deixar que ela saia, não posso!
— Caitlin, vamos fazer um acordo. Venha aqui comigo,
me deixe apenas beijar você e se eu a fizer gozar sem tocá-la
com as mãos, então você fica. Mas se eu não for capaz de
entender o seu corpo e suas necessidades então a deixarei ir.
Não é sedução! Não vou tocá-la, eu só preciso beijar você.
Você vai entender!
Não sei como dizer que não sei dizer o que sinto e talvez
se eu beijá-la sem que isso envolva meu toque descontrolado
sobre ela, ela sinta também, talvez ela entenda e fique, porque
vai saber que não a quero por uma noite apenas.
— Eu sei que você é capaz. Colin, eu te conheço tão bem!
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Stephen vai primeiro, eu ainda procuro por ela mais uma vez,
então memorizo seu rosto ao gozar para ter forças de vencer
essa luta. O locutor faz uma piada sobre meu estado de saúde
que leva a plateia aos risos, mas não consegui ouvir direito o
que disse. Há um zumbido em meus ouvidos, não é nada
parecido com os malditos fantasmas, é apenas algo que me
deixa fora do ar. E não posso sair do ar agora. Aperto a mão
de Stephen, uma cordialidade apenas, já que somos da mesma
equipe.
— Quero deixar claro uma coisa, não estamos lutando
pela Caitlin aqui. Essa batalha não é por ela — ele diz, como
se eu estivesse pensando algo assim.
Sorrio em resposta e respondo seu aperto de mão com a
mesma força que ele está colocando na minha.
— Você deve estar se doendo, não é? Porque mesmo eu
sendo um grande babaca ela ainda assim não quis ficar com
você. E eu sei o quanto você tentou!
— Também não a estou vendo ao seu lado.
— Ela está aqui onde mais importa. — Bato a mão no
peito para que ele entenda.
— Aproveite enquanto pode, porque eu vou arrancá-la
daí! — ele ameaça e eu preciso mesmo quebrar a cara desse
idiota!
O juiz dá início à luta. Ataco primeiro, acertando-o com
um chute, seguido de um soco que o pega em cheio. Mas,
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mente. Percebi que não tenho que seduzir a Caitlin para que
ela queira ficar comigo, eu preciso conquistá-la. Preciso
mostrar a ela que a quero para muito mais do que fazer amor.
Encontro Carolina na porta do meu prédio e subimos
juntos, eu sei cozinhar muito bem, mas não sei decorar o
ambiente para o que tenho em mente e ela vai me ajudar. Me
concentro na comida e o resto deixo por conta dela, que
resmunga, me mandando fazer várias coisas ao mesmo tempo.
— Ei, paciência, eu estou todo machucado.
— Ah, por favor! Não venha bancar o bebê chorão
comigo! Eu vi você lutar ontem, poderia levantar essa mesa
no estado em que está, pare de moleza e carregue isso agora
mesmo! Eu não vou pegar peso para você.
— Agora entendo como você domou o Dustin, você é
mandona, hein!
— Estou ouvindo você reclamar? Porque se estiver eu vou
embora!
— Meu Deus! O Dustin vai direto para o céu — brinco e
ela responde com olhos apaixonados.
— Você diz isso porque não faz ideia do que passei até
conseguir domá-lo. Ele merece a Carol mandona e você, se
não andar logo com essa mesa, vai conhecê-la também!
— Está me dizendo que isso aí ainda não é ela?
Ela me arremessa uma almofada e trato de carregar logo a
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— É o Luke.
— Está tudo bem?
— Não sei.
Ela dá play em algum áudio que ele mandou para ela e
sinto meu mundo ruir conforme escuto a minha voz
conversando com ele:
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CAPÍTULO QUINZE
Não sei há quanto tempo estamos rodando, mas já olhei
em todos os lugares que sei que a Caitlin costuma ir quando
está triste, e ela não estava em nenhum deles. Estou ficando
sem ideias de onde procurá-la, e esse medo de perdê-la de vez
parece que vai me sufocar a qualquer momento.
— Não sei mais onde procurar. Olhamos em todos os
lugares onde ela costuma ir — admito desesperado.
— Ela deve estar em um lugar onde você não pode
encontrá-la, Colin — Carol diz com a mão em meu ombro,
tentando me consolar. — Mas ela vai aparecer, assim que essa
raiva passar.
— E se não passar?
— Cara, vocês são amigos desde que me lembro, aquela
garota realmente te adora, ela vai te dar uma chance de contar
sua versão da história.
Estou sentindo que não.
Quero liberar Dustin e Carol para que possam ir dormir,
enquanto eu continuo rodando à procura dela, mas eles não
aceitam ir para a casa. Perdi a conta de quantas vezes liguei
para seu celular e o de Lorna, mas Lorna não sabe dela e ela
não me atende. Até que meu celular toca, e é Caitlin.
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sóbria, mas sinto sua raiva pelo jeito como grita enquanto me
soca lentamente, se esforçando para me acertar.
— Eu te odeio! — diz e começa a chorar.
— Caitlin, não. Não chora, quando você dormir e acordar,
vamos conversar e vou te explicar tudo. Só me deixa cuidar
de você agora, tudo bem?
Ela continua chorando e deita a cabeça em meu peito,
parecendo fraca e perdida. Questionando por que eu fiz isso.
A abraço apertado, e a embalo, movendo-a levemente
embaixo da água quente, tentando niná-la. Acalmá-la.
Porque eu sou um babaca que te ama demais e não faz
nada certo.
Porque eu não queria mesmo amar alguém desse jeito e
correr o risco de perder tudo, perdendo essa pessoa.
Porque agora eu sei que aquela dorzinha que vem me
acompanhando, que cessa quando estou com você e quase me
mata quando você está longe, nada mais é do que amor.
— Eu não fazia ideia que amar podia doer tanto — falo
baixinho.
— Pode. É o que mais pode doer — ela responde com a
voz sonolenta e desligo a água. A seco, tendo que ampará-la
porque ela não parece capaz de ficar de pé sozinha e a levo
para minha cama. Visto-a com um blusão meu e me seco
rapidamente, entrando debaixo da coberta com ela. Ela se
aconchega a mim, passando o braço à minha volta e deitando
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amigos e de como será depois. Mas não vou dizer nada, não
vou fazer qualquer promessa. Eu vou mostrá-la. Amanhã,
quando ela acordar nua na minha cama, presa nos meus
braços e eu fizer amor com ela de novo, ela vai saber que não
a quero só por uma noite, vai saber que é minha, e que nunca
mais irei deixá-la.
— Já passa da meia-noite, tecnicamente é manhã agora.
Então você pode encontrar mais um pouco da sua coragem e
vir comigo. Prometo que faço valer a pena — repito as
palavras que disse em nosso primeiro encontro e ela sorri.
Deposita suas mãos em meus braços e me beija.
É toda resposta que preciso. A pego no colo e a levo para
meu quarto. Minha boca já tomando a sua antes mesmo de
depositá-la em minha cama. Deito sobre ela beijando-a com
fome, desesperado para tê-la. Minhas mãos passeiam por todo
seu corpo, acariciando, memorizando sua pele. Desço meus
beijos para seu pescoço enquanto toco seu clitóris, de leve,
para deixá-la molhada de novo. Quando ela começa a se
contorcer, enfio um dedo nela, que grita. O giro dentro dela,
até que consigo enfiar o segundo dedo e ela parece prestes a
explodir de novo. Então sugo seu seio, em perfeita sintonia
com os movimentos dos meus dedos dentro dela e ela grita,
chegando ao orgasmo e cravando as unhas nas minhas costas.
Mais linda impossível.
— Agora sim, está bem molhadinha.
Ela apenas me encara, parecendo perdida em outro
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PROMOÇÃO!!!
Você que chegou até aqui com esse livro, e gostou da
primeira parte da história de Caitlin e Colin, quer ganhar
bottons e marcadores para se lembrar do nosso intenso lutador
e sua amiga atrapalhada?
É muito simples!
Avalie o livro na Amazon, opine sobre o que achou dele,
(isso me ajuda muito a ter o seu feedback e reconhecimento),
depois, é só enviar o print da sua avaliação e o seu endereço
para o e-mail: [email protected]
Prontinho! Você receberá em sua casa um lindo kit
contendo bottons e marcadores do livro!
Espero que goste e um grande beijo!
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Uma espiada em
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Dedicatória
Este livro é dedicado à uma pessoinha especial, que com
sua alegria e jeitinho únicos, conseguiu transformar cada
gesto de carinho, em um imenso presente.
A Edilãine Cardoso (Ellah), obrigada por tudo!
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Agradecimentos
Terminar este livro, até pouco tempo, estava acima de
qualquer possibilidade disponível para mim. No entanto,
graças a pessoas que estiveram ao meu lado
incondicionalmente, que me alegraram e empurraram para a
frente, e que não desistiram de mim após um grande
afastamento do mundo literário, aqui está ele!
Então eu quero agradecer primeiramente a Deus. Por cada
segundo. Por cada dia, mesmo àqueles em que achei que não
conseguiria, pois foi através deles, que me tornei mais forte.
Obrigada por mais um sonho realizado. Obrigada por mais
uma vez, ser o Senhor a guiar meus passos, e fazê-lo na
direção dos meus sonhos. Obrigada por seu amor e
misericórdia sempre! Sem Ti, eu não seria nada, meu Pai.
Obrigada a minha família, vocês são o maior presente que
eu poderia ter recebido. Minha maior dádiva.
E obrigada, de todo coração e alma, a você.
Você que me mandou um e-mail me dando forças, uma
mensagem, um comentário, uma avaliação. Você que
continuou me acompanhando, esperando, acreditando que eu
voltaria. Você que betou este livro e me fez acreditar que eu
podia terminá-lo. Você que me cobrou coisas novas, e disse
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estar feliz com a minha volta. Você que orou por mim, e com
suas energias positivas, me fez ficar de pé. Obrigada a cada
leitora, a cada gesto, a todo carinho que jamais agradecerei o
suficiente.
Hoje, não vou citar nomes aqui, mas você sabe que estou
falando de você, de cada um de vocês, que se tornaram minha
segunda família.
Amo vocês!
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Confira outras obras da autora na Amazon:
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