Métodos Geofísicos Aplicados À Engenharia e Geotecnia: Comunicação Técnica

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COMUNICAÇÃO TÉCNICA

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________

Nº 171299

Métodos geofísicos aplicados à engenharia e geotecnia

Otávio Coaracy Brasil Gandolfo

Palestra apresentada
na UNICAMP,
Faculdade de
Engenharia Civil,
Arquitetura e
Urbanismo, maio, 2012
A série “Comunicação Técnica” compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em
eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública.
___________________________________________________________________________________________________

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo


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MÉTODOS GEOFÍSICOS
APLICADOS À ENGENHARIA E
GEOTECNIA
Otávio Coaracy Brasil Gandolfo (IPT)
MÉTODOS GEOFÍSICOS APLICADOS
À ENGENHARIA E GEOTECNIA

1) INTRODUÇÃO - O QUE É GEOFÍSICA APLICADA ?

2) MÉTODOS SÍSMICOS (REFRAÇÃO, REFLEXÃO, ONDAS


SUPERFICIAIS, TÉCNICAS EM FUROS DE SONDAGENS)

3) ELETRORRESISTIVIDADE

4) GPR (RADAR)

5) POTENCIAL ESPONTÂNEO (SP)

6) MÉTODOS GEOFÍSICOS EM ÁREAS SUBMERSAS


1) INTRODUÇÃO

O QUE É GEOFÍSICA APLICADA ?


O que é Geofísica ?
“... a Geofísica é uma ciência que se ocupa do estudo das estruturas do
interior da Terra e da localização nesta, de corpos delimitados pelos
contrastes de algumas de suas propriedades físicas com as do meio
circundante, por meio de medidas realizadas na superfície da Terra...”
(modificada de Orellana, 1972)

Geologia

Informática Física

1 ∂ 2ψ
∇ ψ= 2
2 Química
v ∂t 2
Matemática Instrumentação
Geofísica da Terra Sólida Ù Geofísica Aplicada

Estudos no planeta Terra em


uma escala global

Aplicação restrita a
pequenas profundidades e
com objetivos voltados para
questões de ordem
econômica, social e
tecnológica
Geofísica Aplicada
9 Investigação de subsuperfície através de medidas indiretas realizadas na
superfície Ö forma de prospecção não invasiva (método não destrutivo)

9 As medições efetuadas respondem a uma determinada propriedade


física do meio e a viabilidade de uma aplicação está condicionada à
existência de contrastes nos valores da grandeza física mensurada

9Atua nas etapas preliminares de um projeto (reconhecimento,


diagnóstico) que envolva estudos relacionados ao subsolo

9 São especificamente as anomalias, mais do que os valores


absolutos medidos, que interessam à investigação geofísica
Ç
DISTÂNCIA
-3480 -3440 -3400 -3360 -3320 -3280 -3240 -3200 -3160 -3120 -3080 -3040 -3000 -2960 -2920 -2880 -2840
PROFUNDIDADE

PROFUNDIDADE
163 573 688 92 195 383 424 47 21 104 197 124 243 198
TEÓRICA (m)

TEÓRICA (m)
-40 -40
114 369 2821 498 376 272 72 16 16 277 493 180 327
-60 -60
116 285 1267 737 211 46 39 18 39 322 387 277
-80 -80
196 1068 1536 350 45 19 35 55 43 345 527
-100 -100
396 1060 660 86 38 24 98 70 46 401
-120 -120
Geofísica Aplicada
9 Furos de sondagens são pontuais e não podem ser representativas de
toda a área estudada

9 A geofísica, apesar de muitas vezes qualitativa, permite a investigação


in situ de grande volume do material e em seu estado natural
Geofísica Aplicada

Problema da ambigüidade e da não unicidade da solução !


OBS. Anomalias da gravidade refletem a distribuição de massa no
interior da Terra, onde o parâmetro medido é a densidade

ANOMALIA
DE GRAVIDADE

SUPERFÍCIE

CORPO 1

CORPO 2

CORPO 3

A solução de um determinado problema, em muitos casos, não é única !


Divergência nos Resultados: Geofísica x Poço Tubular

Modelo Modelo Modelo Modelo


Geofísico do Poço Geofísico do Poço

Neste
caso:
ambos
corretos
? Falha
geológica Bloco de rocha
(matacão)
Fonte : Modificado de R. Thomsen, 2004 - Hydrogeology Journal

• Interpretação geofísica incorreta • Sondagem: topo da rocha sã?


e/ou metodologia inadequada? • Interpretação geofísica incorreta?
• Furo não confiável? • Furo não confiável?
ver a ver a
Clique 1 resposta Clique 1 resposta
nos nos
botões:
botões:
2 voltar botões:
botões:
2 voltar
Por estes motivos é sempre recomendável:

⇒ Utilização de ao menos dois


métodos de investigação

⇒ Aferição dos resultados com


sondagens diretas

⇒ posicionamento dos pontos e


perfis executados
POSICIONAMENTO
*“An important aspect of survey design is
establishment of survey grid and a
coordinate system. The best data in the
world are useless if no one knows where
they come from.”
(Annan, 1992 “Uses and techniques of ground penetrating radar in near-surface
geophysics. Workshop Notes”)

⇒G P S
GPS
GPS –– Global
Global Positioning
Positioning System
System
A precisão no posicionamento das medidas geofísicas é fundamental

GPS: sistema de
posicionamento baseado em
satélites distribuídos ao
redor da Terra

Diferencial : “profissional”
(erros milimétricos a decimétricos)

Autônomo: “navegação” (erros métricos)


GPS X DGPS

GPS
X
DGPS
GPS X DGPS
Métodos Geofísicos

Propriedades físicas x método

Condutividade (ou resistividade) elétrica: Métodos Eletromagnéticos e


Elétricos (Métodos Geoelétricos)

Módulos elásticos: Métodos Sísmicos (Sísmica)

Potencial elétrico natural: Método do Potencial Espontâneo

Densidade: Método Gravimétrico (Gravimetria)

Susceptibilidade magnética: Método Magnético (Magnetometria)


Métodos Geofísicos
Porcentagem média dos gastos com métodos geofísicos
(período 1986-1990)

1% 2% 1% 1%

Sísmica
Eletromagnéticos
Magnetometria
Gravimetria
Outros

95%

Sísmica: o método mais utilizado


Ö PETRÓLEO !
Métodos Geofísicos
Aplicações :

I) Prospecção de Petróleo

II) Prospecção Mineral

III) Prospecção de Água


Subterrânea

IV) Meio Ambiente

V) Engenharia

VI) Mapeamento Geológico


REFLEXÃO

REFRAÇÃO
SÍSMICA
ENSAIO EM FURO(S)
DE SONDAGEM

GRAVIMETRIA ENSAIO COM ONDAS


SUPERFICIAIS (MASW)
MÉTODOS MAGNETOMETRIA
POTENCIAIS

RADIOMETRIA

MÉTODOS ELETRORRESISTIVIDADE
GEOFÍSICOS
ELÉTRICOS POLARIZAÇÃO INDUZIDA
APLICADOS
POTENCIAL ESPONTÂNEO

MÉTODOS
GEOELÉTRICOS
GPR

CONDUTIVIDADE
DO TERRENO
ELETROMAGNÉTICOS
EM DOMÍNIO DO TEMPO

PERFILAGEM VLF
DE POÇOS

MAGNETOTELÚRICO (MT)
2) M É T O D O S S Í S M I C O S
Quando um esforço é aplicado em um meio elástico
(causado pelo impacto de uma marreta no solo, pequenas cargas explosivas
enterradas a pouca profundidade, etc),
a deformação correspondente se propaga sob a forma de ondas elásticas

Ondas P → São as que se propagam mais rapidamente nos


materiais (são as primeiras que chegam)

Ondas S → Não se propagam nos líquidos. Propagam-se


mais lentamente do que a onda P (chegam após a onda P).
Apresentam polaridade

Ondas superficiais → Formam-se e propagam-se nas camadas superficiais da terra.


Amplitude diminui fortemente com a profundidade. São dispersivas, V=Δ(f ) e possuem
grande energia
Velocidade de propagação das ondas sísmicas
em meios elásticos
Onda P Onda S
E ⋅ (1 − ν) E
VP = VS =
ρ ⋅ (1 − 2ν) ⋅ (1 + ν) 2 ⋅ ρ ⋅ (1 + ν)
ou ou
K + 4 ⋅G G
VP = 3 VS =
ρ ρ
OBS. Onda S → inverte a polaridade quando se inverte a posição do impacto em 180°

E = módulo de Young
G = módulo de rigidez ou cisalhamento
K = módulo de compressibilidade
ρ = densidade do material
v = coeficiente de Poisson

VS 1/ 2 − ν VP > VS
=
VP 1− ν 0 (líquido) < VS < ≅ 0,7VP (sólido, v=0)
Fonte: www.eas.purdue.edu/~braile/edumod/waves/WaveDemo.htm

Onda S ⇒ Maior amplitude e menor freqüência


(maior período) do que a onda P
PROPAGAÇÃO DE ONDAS EM UM MEIO

FRENTE DE ONDA
9 Lugar geométrico dos pontos alcançados
por uma onda em um determinado instante

fonte superfície

λ
MEIO
HOMOGÊNEO
E ISOTRÓPICO
V
frentes de onda
raios

v = λ⋅ƒ
RAIO

9 Abstração física, representada por uma linha reta perpendicular


à frente de onda, utilizado para mostrar graficamente o percurso da onda
REPRESENTAÇÃO DO PERCURSO DA ONDA

FRENTE
DE ONDAS

RAIOS
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO
DAS ONDAS SÍSMICAS NO MEIO

) DEPENDEM DE DIVERSOS PARÂMETROS E FATORES


• DENSIDADE

• POROSIDADE
• CONSTANTES ELÁSTICAS
• GRAU DE FRATURAMENTO
• CONTEÚDO EM ÁGUA
• GRAU DE CONSOLIDAÇÃO
• GRAU DE CIMENTAÇÃO
• ALTERAÇÃO
• COMPACTAÇÃO
• TIPO LITOLÓGICO
Fonte: Souza et al., 1998)

Típicos valores de Vp para gnaisses


(Sjogren, 1984 apud Barton, 2007)
Vp (gnaisse) Material
500 m/s solo (acima do nível d´água)
1700 m/s gnaisse biotítico altamente intemperizado
2800 m/s gnaisse biotítico intemperizado
3500 m/s gnaisse granítico biotítico fraturado
4900-5400 m/s gnaisse são
E Q U I P A M E N T O S

ƒ FONTES SÍSMICAS

ƒ GEOFONES

ƒ SISMÓGRAFOS
EXPLOSIVO → fonte de alta energia
1. PREPARANDO A CARGA 2. CARREGANDO O FURO 3. DETONANDO
(ESPOLETA + DINAMITE)

0
MARRETA

BATENDO CONTRA UMA PLACA


METÁLICA NO SOLO ⇒ ONDA P
MARRETA FONTE REVERSÍVEL DIRECIONAL
(EX. IMPACTO DA MARRETA EM DUAS FACES OPOSTAS
DE UM SARRAFO DE MADEIRA) ⇒ ONDA S

Inversão de polaridade
RIFLE SÍSMICO

Fonte: Pullan & MacAulay, 1987


QUEDA DE PESO
COMPACTADOR DE SOLO
(TÉCNICA DO MINI-SOISE)
FONTES QUE OPERAM EM FUROS

MARTELO
(ONDA S)

AIR GUN
(ONDA P)
Soma de vários impactos de marreta (1, 5, 10 e 20 vezes)
e a queda de um peso

+ + + +

+ + + +

+ + + +

+ + + +

(Fonte: Mooney, 1981)


GEOFONES
Æ Transdutores que convertem o movimento das partículas
do terreno em um sinal elétrico

COMPONENTE
VERTICAL
(ONDA P)

O sinal elétrico é gerado a partir do deslocamento relativo entre um


condutor em forma de bobina e um ímã permanente
GEOFONES

geofones acoplamento
GEOFONE ruim
DE FURO GEOFONE DE COMPONENTE
HORIZONTAL (ONDA S) ACOPLAMENTO
COM O SOLO camada de
solo fofo

solo duro

acoplamento
bom
SISMÓGRAFOS

RS-4
(12 canais)

ANALÓGICOS
Sismograma em papel foto-sensível

RS-44
(24 canais)
SISMÓGRAFOS

DIGITAIS

BISON 1575B
(1 canal)

BISON 1580-2 (6 canais)


SISMÓGRAFOS

BISON GEOPRO 8024


(24 canais)

DIGITAIS

OYO DAS-1 (24 canais)


SISMÓGRAFOS

Geometrics

Módulo GEODE
(24 canais)

24 + 24 + 24 + 24....
CABOS SISMOGRÁFICOS (“FLAUTA”)

Conector 27 pinos
Cannon NK-27-21C
RUÍDO NO SINAL SÍSMICO
CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS SÍSMICOS E
TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO (segundo Lankston, 1990)

I) QUANTO À GEOMETRIA DOS RAIOS


• Refração
• Reflexão

II) QUANTO AO TIPO DE ENERGIA • Utilizam onda P


GERADA E REGISTRADA
• Utilizam onda S
• Utilizam ondas superficiais

• Superfície
III) QUANTO AO “LOCAL” DOS ENSAIOS
• Furos de sondagem

) REFRAÇÃO (ONDA P E/OU ONDA S),


REFLEXÃO (ONDA P E/OU ONDA S), CROSSHOLE,
UPHOLE, DOWNHOLE, ONDAS SUPERFCIAIS
REFLEXÃO

REFRAÇÃO
SÍSMICA
ENSAIO EM FURO(S)
DE SONDAGEM

GRAVIMETRIA ENSAIO COM ONDAS


SUPERFICIAIS (MASW)
MÉTODOS MAGNETOMETRIA
POTENCIAIS

RADIOMETRIA

MÉTODOS ELETRORRESISTIVIDADE
GEOFÍSICOS
ELÉTRICOS POLARIZAÇÃO INDUZIDA
APLICADOS
POTENCIAL ESPONTÂNEO

MÉTODOS
GEOELÉTRICOS
GPR

CONDUTIVIDADE
DO TERRENO
ELETROMAGNÉTICOS
EM DOMÍNIO DO TEMPO

PERFILAGEM VLF
DE POÇOS

MAGNETOTELÚRICO (MT)
2.1. SÍSMICA DE REFRAÇÃO
Ondas sísmicas são geradas por uma
fonte artificial (marreta, queda de
peso, rifle, explosivos)

Geofones são utilizados para


detecção do sinal sísmico, refratado
em uma interface entre camadas com
diferentes velocidades de onda

Tempo de chegada da onda em cada


geofone é medido pelo sismógrafo

Construção do gráfico tempo x


distância (dromocrônicas)

Interpretação das velocidades de


onda em cada meio e das
profundidades dos refratores.
Baseia-se no fenômeno da refração que as ondas sofrem ao se propagarem em
um meio que apresente distintas velocidades.
⇒ Fenômeno da refração total (ângulo crítico ic), princípio de Huygens

⇒ Ao sofrer refração total a onda vai se propagar na interface


entre os meios 1 e 2, com velocidade do meio 2 (V2)

⇒As partículas desta interface vão gerar novas frentes de ondas (princípio de
Huygens), cujos raios vão retornar à superfície formando ângulo crítico ic

* PRESSUPÕE MODELO DE VELOCIDADE


CRESCENTE COM A PROFUNDIDADE
MÉTODOS SÍSMICOS
sismógrafo
Sísmica de Refração

OBS: V1 < V2

Determinação da t1
profundidade da t2
rocha (z)
G e o f o n e s t3
Fonte t4 .
sísmica
x1
x2 Solo=V1
x3
z x4

Rocha=V2
Sísmica de Refração
Modelo de 2 camadas (solo/rocha)
0.020
xc V2 − V1
z=
2 V2 + V1
Tempo (segundos)

0.015

V2 = 4880 m/s
0.010

xc = 15.0 m
0.005 Profundidade do
topo rochoso:
V1 = 1350 m/s z = 5.65 m
0.000
0 10 20 30 40 50
t (s)

Distância da fonte (metros)


x (m)
Modelo de 4 camadas

Modelo de n camadas
Modelo de 3 camadas

+ Camadas com mergulho (interfaces inclinadas)...


* Na interpretação ⇒ Em geral: 2, 3 ou no máximo 4 camadas
BASE SÍSMICA = ARRANJO DE GEOFONES E PONTOS DE TIRO

Base com 12 geofones e 5 pontos de tiros

Profundidade de investigação ⇔ comprimento do arranjo


(fortemente dependente do tipo de fonte escolhida)
Regra prática:
⇒ comprimento do arranjo = 3x a 5x profundidade a investigar

Ex. Marreta (profundidade < 30m)


ƒ Aquisição de dados em campo
ƒ Processamento
ƒ Interpretação
RS-4
12 canais

→10←
ms

Sismograma em papel foto-sensível





Plotagem e cálculo dos


dados de refração de
forma manual
LEITURA DAS PRIMEIRAS QUEBRAS (“PICAGEM”)
CURVAS TEMPO X DISTÂNCIA
(DROMOCRÔNICAS)

PROCESSAMENTO
&
INTERPRETAÇÃO

SEÇÃO SÍSMICA
INTERPRETADA
APLICAÇÕES
• Profundidade do topo rochoso
• Espessura de cobertura de solo sobre o
embasamento rochoso
• Avaliação do grau de escarificabilidade de
maciços terrosos e rochosos

SOLO

ROCHA

* O método da refração supõe um modelo de


velocidades crescentes com a profundidade
Fonte: BISON INSTRUMENTS, INC. Instrumetation catalog, 1976
PERFIL DE
SONDAGEM

SOLO

SOLO +
SAPROLITO

ROCHA SÃ

SEÇÃO SÍSMICA INTERPRETADA


Avaliação da qualidade de maciços rochosos

VP ⇔ RQD (Rock Quality Designation) & C (“jointing factor”)


DESLIZAMENTOS
2.2. SÍSMICA DE REFLEXÃO
9 É o método geofísico mais utilizada no mundo (petróleo) e o
que fornece melhor resolução.

9A reflexão, ao contrário da refração, está interessada na


forma da onda completa, e não apenas nas primeiras chegadas
ρ2⋅ v 2 − ρ1⋅ v1
fonte símica
(marreta) geofone

R=
(sensor)

ρ2⋅ v 2 + ρ1⋅ v1
ρn ⋅ v n = Impedância acústica

v1 , ρ 1

v2 , ρ 2
& VANTAGENS:
9 Utiliza arranjos mais curtos e pequenas fontes de energia;
mesmo assim é capaz de mapear feições mais profundas

9 Não pressupõe aumento de velocidade com a profundidade,


ie, camadas intermediárias com baixos valores de velocidade
podem ser mapeadas

' DESVANTAGENS:
9 Requer uma aquisição de dados/instrumentação mais
aprimorada e processamento de dados mais elaborado

9 Maior dificuldade na determinação dos valores de


velocidades dos estratos
ENGENHARIA E GEOTECNIA (OBJETIVOS “RASOS”)

Sísmica de reflexão rasa (de alta resolução)


9 Resolução
9 Freqüencias altas

⇒ Utiliza os mesmos princípios e conceitos da sísmica do


petróleo, porém adaptada (em termos de metodologia de
campo e equipamentos) para alcançar tais objetivos
Aquisição dos dados em campo
Técnica CDP (Commo Depth Point )

* Geometria de aquisição que permite


amostragem múltipla em subsuperfície
1 12
SP-1 SP-5 1 4

SP-2 1 10 1 2
SP-6

SP-3 1 8
SP-7 1

SP-4 1 6

n*d
C% =
SP 5 1 4
2*D
9 Permite registrar o mesmo ponto N n = número de canais
vezes, com ≠ posições de tiros e geofones D = distância entre pontos de tiros (SP)
d = distância entre os geofones

9 Os registros obtidos são organizados


em grupos que amostraram o mesmo ponto
em subsuperfície, contendo a mesma
informação geológica
Seção sísmica – Rua Waldomiro
Fleury – São Paulo-SP
(Fonte:Dourado et at., 1997)

Fonte:
Diagon &
Diogo, 1999

Fonte:
Souza, et al.,
2007
2.3. MÉTODO DAS ONDAS SUPERFICIAIS
Método que têm como base a aquisição de ondas superficiais

As ondas estudadas são normalmente as de Rayleigh

Praticamente, 2/3 da energia das ondas observadas em


um sismograma está contida nas ondas superficiais
9 Aquisição simples, bastando apenas um
impacto vertical para a geração destas ondas

* Estão sempre presentes num registo sísmico !

São normalmente assim denominados:

SASW (Spectral Analysis of Surface Waves) → 2 estações


MASW (Multichannel Acquisition of Surface Waves) → N estações
Processamento de dados → inversão da curva de dispersão

Objetivo → determinar a distribuição em profundidade de VS


9 Tem por objetivo a determinação de perfis de
velocidade da onda cisalhante (VS)

(Fonte: http://www.baygeo.com/html/sasw.html)
2.4. ENSAIOS SÍSMICOS EM FUROS DE
SONDAGENS
( CROSSHOLE, UPHOLE, DOWNHOLE )
2.4.1. ENSAIO CROSSHOLE
Ensaio “Crosshole”
“Transmissão direta entre furos” ou “ensaio sísmico entre furos”

9 A onda sísmica é gerada em um furo, efetuando-se


o seu registro em um ou mais furos adjacentes

2 furos
Ensaio “Crosshole”

3 furos

9 3 furos coplanares, alinhados e igualmente espaçados (≅ 3m)

9A fonte (gerador de ondas) e o receptor (geofone)


são posicionados na mesma cota
9 O ensaio é concebido para captar as ondas diretas
(trajetória direta entre fonte e geofone), isto é, aquelas que
não sofreram reflexão ou refração, obtendo-se os valores
reais das velocidades de propagação das ondas P e S

&
'
Por este motivo o espaçamento entre furos deve ser pequeno (≅ 3m)
Sismógrafo Ensaio “Crosshole”
NORMA ASTM D 4428

Bomba
de ar

Δt
Velocidade da onda S:
Vs = Δx/Δt
Fonte sísmica
(martelo)
Geofone
Cota de Triaxial
investigação
borracha
pneumática Δx
Inclinômetro
Furo revestido Inclinômetro
Furo revestido
com PVC com PVC
Fonte: http://www.ce.gatech.edu/~geosys/Faculty/Mayne/Research/
(Fonte: Dourado, 1984)

cota de
investigação

Objetivo

) Determinação precisa dos valores de VP e VS “in situ”


para obtenção dos parâmetros dinâmicos do maciço
Relações entre os módulos dinâmicos com VP e VS
2
⎛ VP ⎞
⎜⎜ ⎟⎟ − 2
ν= ⎝ S⎠ 2
V V
= P 2
2
(
− 2 ⋅ V 2
)
( )
S (coeficiente de Poisson dinâmico)
⎛ VP ⎞ 2 ⋅ V P − VS
2

2 ⋅ ⎜⎜ ⎟⎟ − 2
⎝ VS ⎠

(1 − 2ν) ⋅ (1 + ν)
E = VP ⋅ ρ ⋅ = 2 ⋅ VS2 ⋅ ρ ⋅ (1 + ν) (módulo de Young dinâmico)
2

(1 − ν)

G = ρ ⋅ VS (módulo de cisalhamento dinâmico)


2

VP e Vs → Medidos pelo ensaio crosshole


ρ (massa específica) → Em geral adota-se um valor
Exemplo: 2.060 kg/m3 (solo)
Parâmetros dinâmicos
→ Utilizados em obras civis sujeitas a algum tipo de solicitação dinâmica
(tráfego, instalação de máquinas vibratórias, sismos, etc.)

Parâmetros “dinâmicos”
⇒ definidos pela sísmica

Parâmetros “estáticos”
⇒ obtidos por meio de ensaios estáticos
(prensa hidráulica, prova de carga, etc)

módulos dinâmicos > módulos estáticos


(Fonte: Prado, 1994)
2.4.2. ENSAIOS UPHOLE E DOWNHOLE
ENSAIOS DOWNHOLE e UPHOLE

→ Ensaios sísmicos que utilizam um furo de sondagem

& VANTAGENS
9 Fornecem informações mais precisas em profundidade
9 Conseguem identificar inversão de velocidade (camada de baixa
velocidade situada abaixo de camada de velocidade mais alta)

' DESVANTAGENS
9 Mais caros (se comparados aos ensaios em superfície)
pois necessitam a execução de um furo de sondagem
ENSAIO DOWNHOLE

V1

V2

Fonte: Dourado, 1984)


Sismógrafo Ensaio Downhole
Bomba de ar
Barra horizontal
firmada contra o solo

x
Δt Marreta
z1
z2 borracha
pneumática

Geofones de
Intervalo de componentes
profundidade horizontais

R12 = z12 + x2
Velocidade da onda cisalhante:
Vs = ΔR/Δt R22 = z22 + x2 Furo
revestido
ENSAIO UPHOLE

Š Interpretação dos dados → não trivial


Aplicações:
ƒ Identificação de inversões de velocidade
ƒ Detecção de cavidades
ESTUDO DE CASO
(UHE ITÁ-SC)

SOLO RESIDUAL

SOLO SAPROLÍTICO

ROCHA ALTERADA

ROCHA SÃ

Arranjo de 24 geofones
espaçados de 5m.
Fonte: espoleta elétrica
detonada a cada 1m

GEOLOGIA DA ÁREA: Sucessivos pacotes de derrames de basaltos da fm. Serra Geral

Fonte: Cordeiro et al. 1984. A técnica de “up-hole” como auxílio na definição de estratos geotécnicos.
Anais do 4º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia. V.3
3) E L E T R O R R E S I S T I V I D A D E
REFLEXÃO

REFRAÇÃO
SÍSMICA
ENSAIO EM FURO(S)
DE SONDAGEM

GRAVIMETRIA ENSAIO COM ONDAS


SUPERFICIAIS (MASW)
MÉTODOS MAGNETOMETRIA
POTENCIAIS

RADIOMETRIA

MÉTODOS ELETRORRESISTIVIDADE
GEOFÍSICOS
ELÉTRICOS POLARIZAÇÃO INDUZIDA
APLICADOS
POTENCIAL ESPONTÂNEO

MÉTODOS
GEOELÉTRICOS
GPR

CONDUTIVIDADE
DO TERRENO
ELETROMAGNÉTICOS
EM DOMÍNIO DO TEMPO

PERFILAGEM VLF
DE POÇOS

MAGNETOTELÚRICO (MT)
Parâmetro investigado → resistividade elétrica (ρ)
9 Representa a dificuldade encontrada pela corrente
elétrica para se propagar em um meio

1
ρ=
σ
O inverso da resistividade é a
condutividade elétrica (σ)

É O MESMO PARÂMETRO !
Propriedades elétricas dos materiais geológicos
Nas rochas, os mecanismos de propagação
de corrente elétrica podem ser

9 Eletrônica (através da matriz da rocha)


9 Eletrolítica (através de íons existentes na água
contida nos poros interconectados, fissuras e
fraturas do maciço rochoso)

Como a matriz das rochas em geral são isolantes

⇒ A condução da corrente elétrica se dá


predominantemente pela condutividade iônica
Nos solos e rochas a resistividade elétrica
depende de diversos fatores

ƒ Porosidade
ƒ Composição mineralógica
ƒ Grau de saturação
ƒ Resistividade do fluido que preenche os vazios*
ƒ Tamanho e forma das partículas sólidas
ƒ Grau de cimentação

* ρ do fluido é função da concentração de sais dissolvidos


Material Resistividade (ohm.m)
Resistividade elétrica (ρ) ar ∞
águas doces superficiais 10 - 103
águas marinhas 0,2

* argilas
areias
10 - 102
102 - 104
É o parâmetro geofísico areia saturada com água mineral 10-1 - 10
que apresenta o maior
aluvião 10 - 103
intervalo de variações
conglomerados 10 - 104
(supera 7 ordens de
10 - 108
magnitude !) arenitos
margas arenosas 10 - 102
calcários 102 -104
basaltos 102 - 105
granitos 102 - 105
xistos 10 - 103
gnaisses 102 - 104
PRINCÍPIO DO MÉTODO
Uma corrente elétrica (I) é injetada no solo através de dois eletrodos
(A e B), e a diferença de potencial gerado (ΔV ) devido à passagem
desta corrente é medida através de outros dois eletrodos (M e N)

∆V R = resistência elétrica
=R
I Lei de Ohm
A resistividade elétrica é calculada medindo-se ΔV e I,
conhecendo-se também a geometria referente à distribuição
dos eletrodos em superfície (dada pelo parâmetro K)

ΔV K=

ρa = K ⋅ sendo 1 1 1 1
I − − +
r1 r2 r3 r4

+ _
I
V

superfície A M N B

r1 r4
r3
r2

OBS. A resistividade elétrica medida é um valor aparente (ρa )


O Conceito da resistividade aparente (ρa )

Terra ⇒ Não é homogênea e nem isotrópica


ρ varia de ponto para ponto, tanto lateralmente como em profundidade

ΔV
ρa = K ⋅
I

≠ ρ1, ρ2, ρ3, ρ4

modificada de GALLAS, 2000

ρa resulta de influência das diversas resistividades


existentes no volume investigado
Terrameter EQUIPAMENTOS DE ELETRORRESISTIVIDADE
ABEM ⇒ RESISTIVÍMETROS

SAS-300

SAS-1000 (1 CANAL) SAS-4000 (4 CANAIS)

SUPERSTING R1 (AGI)

TECTROL

SYSCAL JR

BISON 2390
9 Os eletrodos A, B, M e N podem assumir qualquer disposição
geométrica sobre a superfície do terreno
9 Diferentes disposições são denominadas “ARRANJOS” e recebem
nomes especiais: dipolo-dipolo, Schlumberger, Wenner, etc

Técnicas de investigação em superfície:

1) Sondagem Elétrica Vertical (SEV) ⇒ variações verticais de ρ


2) Caminhamento elétrico (CE) ⇒ variações predominantemente laterais
(horizontais) e também verticais de ρ

SEV

CE
3.1 SEV (SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL)
SEV (SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL)
I

V
A superfície do terreno
M N B

ρ1

ρ2

AB = eletrodos de corrente linhas do fluxo de corrente


ρ = resistividade verdadeira das
MN = eletrodos de potencial linhas de equipotencial camadas

9 Estuda a distribuição vertical do parâmetro ρa, abaixo de um ponto


de interesse na superfície, tal qual uma sondagem convencional

9 Aumentando-se a distância entre os eletrodos de corrente (AB),


o volume total da subsuperfície, incluída na medida, também
aumenta, permitindo alcançar camadas cada vez mais profundas
SEV (SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL)

) Um melhor resultado da aplicação da SEV sempre


ocorrerá em terrenos lateralmente homogêneos
compostos de camadas estratificadas plano-paralelas

GEOMETRIA 1D
ΔV
ρa = K ⋅
I

SEV
ZONA NÃO SATURADA N.A.

ZONA SATURADA

ROCHA SÃ
PROFUNDIDADE DE INVESTIGAÇÃO
⇒ Está relacionada à separação entre eletrodos de corrente

ESPAÇAMENTO
ENTRE ELETRODOS:
AB=10.000m

Topo do
embasamento cristalino
(Bacia do Paraná):
2.082m

→ Teoricamente, não há limite de penetração


Fonte: Braga, A.C.O (pode-se alcançar centenas de metros ou mais)
ΔV
ρa = K ⋅
SEV I - Desenvolvimento

ZONA NÃO SATURADA N.A.

ZONA SATURADA

ROCHA SÃ
3.2 CAMINHAMENTO ELÉTRICO
CAMINHAMENTO ELÉTRICO (CE)

O CE analisa as variações laterais de ρa do subsolo permitindo a


identificação de contatos geológicos verticais ou inclinados, diques,
fraturamentos, falhamentos, plumas de contaminação ou quaisquer
outras características que se apresentem com heterogeneidades laterais
CAMINHAMENTO ELÉTRICO ARRANJO (DIPOLO-DIPOLO)
CE
CE – Dipolo-Dipolo
LEVANTAMENTO DE CAMPO (SEV & CAMINHAMENTO)
LEVANTAMENTO DE CAMPO (SEV & CAMINHAMENTO)
Os dados de um CE são apresentados na forma de pseudo-seções de ρa
sentido do
R caminhamento
dipolos
receptores
x nx x

I V V V V V
A B M1 N1 M2 N2 M3 N3 M4 N4 M5 N5
superfície
45 o 45 o topográfica
dipolo
transmissor ΔV
ρa = K ⋅
n=1 I
n=2
K = 2⋅π⋅G⋅ x
níveis teóricos n=3
de investigação
1
G=
⎛1 1 ⎞
n=4
1
n=5
⎜ − + ⎟
⎝ n n +1 n + 2⎠ ⇒ Interpretação
qualitativa
PSEUDO-SEÇÃO DE RESISTIVIDADE ELÉTRICA APARENTE

E3 D I S T Â N C I A (m) E4
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
PROFUNDIDADE
TEÓRICA (m)

196 198 92 133 447 1676 1371 2047 1885 1257 1131 785
-10 -10
357 190 91 121 555 1178 1125 1649 1210 1400 2845
-15 -15
321 149 86 225 481 996 953 975 1131 3307
-20 -20
218 169 168 306 535 873 519 796 2900
-25 -25
195 236 214 396 600 478 475 2924
-30 -30

ESCALA CRO MÁTICA DE RESISTI VIDADE (ohms.m)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000


PROCESSAMENTO DOS DADOS DE CAMINHAMENTO ELÉTRICO

9 Atualmente existem softwares de inversão de dados que


permitem a obtenção de modelos 2D de resistividade

⇒ Interpretação quantitativa
⇒ Melhor correlação com as feições geológicas em subsuperfície
(geometria, profundidade)
d i s t â n c i a (m)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
profundidade

profundidade
teórica (m)

teórica (m)
83 73 29 32 26 25 31 23 22 26 28 31 129
-5.0 -5.0
-7.5
78 113 42 40 39 50 33 30 33 47 48 182
-7.5 Pseudo-seção
105 140 49 52 69 44 42 42 54 81 258
-10.0 -10.0
137 186 58 81 53 50 50 63 87 414
-12.5 -12.5
296 238 92 57 52 72 98 410
-15.0 -15.0

Seção modelada
ELETRORRESISTVIDADE

(APLICAÇÕES)

• Determinação da posição e geometria do topo rochoso


• Espessura dos estratos sedimentares
• Identificação de zonas de fraturas e/ou falhas no maciço rochoso
• Identificação
• de zonas alteradas e/ou fraturadas
• de contatos litológicos,
• de cavidades
• Caracterização de materiais impermeáveis e permeáveis.
• Identificação do N.A.
PROBLEMA: MATACÕES !!!
MATACÕES

Fonte:GASENE. 2009. RELATÓRIO GEOTÉCNICO DA REGIÃO DA TRAVESSIA DO RIO JUCURUÇU BRAÇO NORTE (RL-4450.74-6521-275-MVI-009)

Resposta do modelo

( dado de campo
que seria obtido )

Simulação:
⇒ Presença de
20 Ωm
diversos blocos e 200 Ωm
matacões
Problema: Ocorrência de matacões (gnaisses) em área onde seria realizado uma
obra subterrânea (4 níveis de estacionamento abaixo do solo) em Barueri-SP
⇒ Objetivo: Identificação da presença dos matacões
para estimativa do custo de remoção dos mesmos

Fonte: Taioli et al. 2009. Boulders mapping by using resistivity imaging survey.
In: 11th International Congress of the Brazilian Geophysical Society. Expanded Abstracts, CD-ROM.
Detecção de vazios e cavidades
BURACO DE CAJAMAR (1986)

Cratera (31m de diâmetro


por 13m de profundidade)

GEOLOGIA: Rochas calcáreas (grupo São Roque) com feições de dissolução e


recobertas por materiais não consolidados, com sistema de canais e cavidades
intercomunicantes no subsolo (carst coberto)
1 2 3

Causa: Superexploração 4 5 6
de água subterrânea
para abastecimento
público no aqüífero
inferior (cavidades no
maciço carstificado)

Modelo interpretativo dos fenômenos e Cajamar, SP (Prandini, 1990)


Local: UHE Picada (Juiz de Fora-MG)

Fonte: IPT
Local: UHE Sobragi-MG

Fonte: IPT
Local: Rodovia dos Imigrantes, SP

Fonte: IPT
Local: AHE PEIXE ANGICAL - Rio Tocantins

Barragem de terra
“cut-off” → estrutura de controle de permeabilidade da fundação
(trincheira de vedação preenchida por solo compactado)
-125
-110
-95
-80
-65
-50
-35
-20
-5
E155

E156

E157

E158

E159

E160

E161

E162

E163

E164

E165

E166

E167

E168

E169

E170

E171

E172

40
E173

80 E174

120 E175
160
E176
200
E177
240
E178
280

320 E179

360 E180

400
E181
440
E182
480
Escala cromática de resistividade em ohm.m

E183

E184

E185

E186

E187

E188

E189

E190
Local: AHE PEIXE ANGICAL - Rio Tocantins

E191

E192

E193

E194

E195

E196

E197
8 niveis de investigação

E198

E199
ARRANJO D-D (AB=MN=20m)

E200

E201
-5

-95
-80
-65
-50
-35
-20

-125
-110
Local: AHE PEIXE ANGICAL - Rio Tocantins
4. GPR

( GROUND PENETRATING RADAR ,


RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO,
GEO-RADAR)
REFLEXÃO

REFRAÇÃO
SÍSMICA
ENSAIO EM FURO(S)
DE SONDAGEM

GRAVIMETRIA ENSAIO COM ONDAS


SUPERFICIAIS (MASW)
MÉTODOS MAGNETOMETRIA
POTENCIAIS

RADIOMETRIA

MÉTODOS ELETRORRESISTIVIDADE
GEOFÍSICOS
ELÉTRICOS POLARIZAÇÃO INDUZIDA
APLICADOS
POTENCIAL ESPONTÂNEO

MÉTODOS
GEOELÉTRICOS
GPR

CONDUTIVIDADE
DO TERRENO
ELETROMAGNÉTICOS
EM DOMÍNIO DO TEMPO

PERFILAGEM VLF
DE POÇOS

MAGNETOTELÚRICO (MT)
É um método de investigação geofísica por meio de ondas
eletromagnéticas de alta freqüência (10-2000 MHz)
OBS. Faixa de f das ondas de rádio

Sob altas freqüências de excitação (MHz)

⇒ campo eletromagnético propaga-se sob a forma de onda


Um pulso de energia de alta freqüência é irradiado para o subsolo
por intermédio de uma antena transmissora (Tx),
sofrendo reflexões, refrações e difrações,
sendo então captado por uma antena receptora (Rx)
Os dados são apresentados na forma de seções onde cada posição de medida em
superfície corresponde a um traço que representa o tempo duplo de percurso do
sinal refletido/difratado. Grande número de traços ⇒ seção de alta resolução
Depth [m]
Time [ns]

Length [m]
As reflexões da onda eletromagnética em subsuperfície ocorrem nas
interfaces de materiais com diferentes propriedades dielétricas

Propriedade física ⇒ permissividade dielétrica (ε) ε


K=
ou constante dielétrica (K) ε0

COEFICIENTE
DE REFLEXÃO

K1 − K 2
R=
K1 + K 2

K1 e K2 = constantes dielétricas dos meios 1 e 2, respectivamente

A amplitude do sinal refletido será mais intensa quanto maior for


o contraste existente as constantes dielétricas dos meios
K1 − K 2
R=
K1 + K 2

Nível d’água

Matacão ?
A freqüência de operação é escolhida de modo a fornecer
a relação mais vantajosa entre a penetração e a resolução
para um determinado objetivo
Altas freqüências (200, 400, 1000 MHz)
Î alta resolução / baixa profundidade de penetração
Baixas freqüências (25 e 50 MHz)
Î baixa resolução / maiores profundidades de penetração

TERRA É UM FILTRO “CORTA ALTAS”


Escolha da freqüência da antena e demais parâmetrosutilizados em um levantamento

Freqüência Tamanho Profundidade de


da Antena do alvo penetração
25 MHz ≥ 1.0 m 5 - 30 m

50 MHz ≥ 0.5 m 5 - 20 m

100 MHz 0.1 - 1.0 m 2 - 15 m

200 MHz 0.05 - 0.5 m 1 - 10 m

400 MHz ≈ 0.05 1 - 5 m

1000 MHz cm 0.05 – 2 m

Fonte: MALÅ GeoScience. 1995a. RAMAC/GPR Operating Manual, v.2


A penetração do pulso de radar é limitada pela
condutividade elétrica do terreno (σ)
σ σ = condutividade (mS/m)
α(dB / m) = 1,69 K = constante dielétrica
K α = atenuação

Em locais eletricamente condutivos ⇒ onda EM é fortemente atenuada

Solos argilosos ⇒ σ em geral elevado ⇒ forte atenuação (α) do sinal GPR


profundidade ⇔ freqüência ⇔ resistividade elétrica (1/σ)
de investigação
100 5.000 ohm.m

2.000 ohm.m

1.000 ohm.m Ä O que realmente


Profundidade de penetração (m)

10 500 ohm.m condiciona a


200 ohm.m
penetração do sinal
100 ohm.m
é a condutividade
1 50 ohm.m
(ou resistividade)
elétrica !
20 ohm.m

10 ohm.m

0,1

10 100 1.000
Freqüência (MHz)

Modificado de PARANIS (1997)


EQUIPAMENTOS

&

MODOS DE AQUISIÇÃO
DE DADOS

CARACTERÍSTICAS:
9 Grande aplicabilidade em estudos de áreas urbanas
9 Facilidades operacionais (portabilidade dos equipamentos)
receptor unidade de controle

transmissor
notebook

P.C.
(NOTEBOOK)

COMANDOS DADOS

antenas
UNIDADE
DE
CONTROLE
disparadores de sinal

"TRIGGER" "TRIGGER"

TRANSMISSOR RECEPTOR
ELETRÔNICO ELETRÔNICO
UNIDADE UNIDADE
TRANSMISSORA RECEPTORA

25 MHz
(Tx) (Rx)
ANTENA ANTENA

100 MHz
PULSO PULSO
TRANSMITIDO REFLETIDO

50 MHz

200 MHz
400 MHz

ANTENAS DE DIVERSAS FREQÜÊNCIAS


200 MHz
100 MHz
25 MHz

5O MHz
100 MHz
(rebocada)
RUÍDOS ELETROMAGNÉTICOS (INTERFERÊNCIAS) ⇒ ANTENAS BLINDADAS

200 MHz
(blindada) 400 MHz
(blindada)

v = 0.3 m/ns (ar)

100 MHz (blindada)


O raio da esfera de influência é da ordem de λ
f = 10 MHz λ = 30 m
v
λ= f = 100 MHz λ= 3m
250 MHz ƒ
f = 1 GHz λ = 3O cm
(blindada)
HandyScan 1.0 GHZ
StructureScan 1.6 GHz
500 MHz (blindada)

1.0 GHz
(blindada)
Interragator I
(200 e 400MHz)
80 MHz

Interragator II
100 MHz
(300 MHz)

300 MHz

500 MHz

900 MHz

200 MHz

Multi-freqüência
(2 antenas medindo
simultaneamente)
Inspeções (sem contato com o solo)
em asfalto, leito de rodovias e ferrovias
EXEMPLOS DE APLICAÇÕES
(ENGENHARIA)

ƒ Detecção e mapeamento de dutos, galerias e tubulações enterradas

ƒ Detecção da profundidade do nível freático

ƒ Inspeções de estruturas de concreto (presença de vazios, localização


de armaduras em vigas)

ƒ Caracterização de rochas ornamentais (mapeamento detalhado dos


fraturamentos de blocos)
LOCALIZAÇÃO DE DUTOS

hipérbole de difração ⇒ a análise de sua geometria permite estimar


a velocidade da onda no meio de propagação
LOCALIZAÇÃO DE DUTOS

Fonte: Brito et al. PERSPECTIVAS DE USO DO GPR PARA IDENTIFICAR


CARACTERÍSTICAS DE ALUVIÕES NO SEMI-ÁRIDO.
In IX Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste. 2008
LOCALIZAÇÃO DAS TUBULAÇÕES EM FAIXA DE DUTOS

SOLO
TUBULAÇÃO

DUTOS ? ROCHA

DISTÂNCIA
PROFUNDIDADE (m)

4 6
3
1
2 5
LOCALIZAÇÃO DE DUTOS

PIPE LOCATORS
(RADIODETECTION)

⇒ ALIAR AO GPR UMA TÉCNICA ADICIONAL DE INVESTIGAÇÃO


450 MHz

900 MHz
IDENTIFICAÇÃO DO NA

Fonte: Botelho RBGf


IDENTIFICAÇÃO DO NA

NA
Planejamento para extração de blocos comerciais
extraíveis dos maciços rochosos

Um levantamento estrutural aliado ao mapeamento de fraturas


por meio de GPR pode auxiliar no processo de determinação
de blocos comerciais extraíveis dos maciços rochosos,
determinando zonas menos afetadas pelos processos de ruptura
Fonte: Ground Penetrating Radar.
Workshop Notes. 2001.A.P.Annan
MAPEAMENTO DE FRATURAS EM MACIÇOS ROCHOSOS
MAPEAMENTO DE FRATURAS EM MACIÇOS ROCHOSOS
Localização de armaduras em vigas de concreto

distância (m)
profundidade(m)
Localização de armaduras em vigas de concreto
5. POTENCIAL ESPONTÂNEO (SP)
SP = “Self Potential” (Potencial Natural)
REFLEXÃO

REFRAÇÃO
SÍSMICA
ENSAIO EM FURO(S)
DE SONDAGEM

GRAVIMETRIA ENSAIO COM ONDAS


SUPERFICIAIS (MASW)
MÉTODOS MAGNETOMETRIA
POTENCIAIS

RADIOMETRIA

MÉTODOS ELETRORRESISTIVIDADE
GEOFÍSICOS
ELÉTRICOS POLARIZAÇÃO INDUZIDA
APLICADOS
POTENCIAL ESPONTÂNEO

MÉTODOS
GEOELÉTRICOS
GPR

CONDUTIVIDADE
DO TERRENO
ELETROMAGNÉTICOS
EM DOMÍNIO DO TEMPO

PERFILAGEM VLF
DE POÇOS

MAGNETOTELÚRICO (MT)
É um método de campo natural
⇒ Mesmo na ausência de qualquer campo elétrico criado artificialmente,
é possível medir uma ΔV (da ordem de dezenas a poucas centenas de mV)
entre dois eletrodos introduzidos no terreno

9 MÉTODO SIMPLES

9 AQUISIÇÃO DOS DADOS:


⇒ MUITO RÁPIDA E FÁCIL

9 INTERPRETAÇÃO (NEM TANTO)

É causado por atividades eletroquimicas ou mecânicas

A água é o agente mais importante no mecanismo de geração do SP


Os potenciais podem estar associados a:
ƒ Presença de corpos metálicos
ƒ Contato entre rochas com diferentes condutividades elétricas
ƒ Corrosão
ƒ Gradientes térmicos e de pressão nos fluidos de subsuperfície

ρ1 ρ2

Em estudos ambientais e de Engenharia:


⇒ aplicação no estudo dos movimentos da H2O subterrânea
Anomalias SP Æ geradas pelo fluxo de fluidos, calor ou de íons no subsolo
TIPOS DE POTENCIAL
(MECANISMOS DE GERAÇÃO DO SP)

I) Potenciais de difusão

II) Potenciais de fluxo (eletrofiltração ou eletrocinese)


Æ devido ao movimento de fluidos através dos poros e descontinuidades das rochas
Tem sido utilizado para:
• Detecção de caminhos preferenciais da H2O subterrânea
• Determinação das direções de fluxo
• Mapeamento de divisores de H2O

) O mais importante destes potenciais é o chamado “per descensum”


O potencial de fluxo “per descensum”
⇒ Os cátions são removidos pelo movimento das águas e,
nos locais topograficamente mais elevados, como conseqüência,
há o surgimento de núcleos eletricamente negativos

+U
SP (mV)

-U

SUPERFÍCIE TOPOGRÁFICA
MEIO POROSO PERMEÁVEL
LINHAS DE FLUXO D´ÁGUA
LINHAS DE CORRENTE ----

++++ ++++
EQUIPAMENTOS
Milivoltímetro
ƒ Milivoltímetro (SP em milivolts)

ƒ Par de eletrodos Eletrodos não


ΔV
(não polarizáveis) polarizáveis

ƒ Fios de conexão
Solo

Milivoltímetro
Eletrodos
Milivoltímetro
(SP em milivolts)

Eletrodos não
polarizáveis ΔV

Solo

⇒ Eletrodos do tipo “não polarizável’ (metal


em uma solução saturada de um sal do
próprio metal) em um recipiente com fundo
poroso e permeável (“potes”)

Ex: Cu-CuSO4 , Ag-AgCl, Pb-PbCl2


Barragens

In: 9th International Congress of the Brazilian Geophysical Society, 2005, Salvador - BA
Segurança e manutenção de Barragens (inspeção, diagnóstico)
- -

+ +

9 O sentido de
-
deslocamento do
fluxo é de um
potencial elétrico
menor para um maior
+
Barragem Reguladora Billings-Pedras (SP)

Fonte:Gallas, JF – IGc/USP
MONTANTE
0 0 14 21 9 12 6 0 4

6 4 23 21 12 9 6 4 5

19 27 39 33 24 19 17 9 7

27 40 47 44 42 -8 26 29 32
-
43 49 61 49 43 48 34 34 35

37 49 62 46 52 40 27 20 35

53 62 71 46 52 42 36 30 41
+
61 60 68 56 68 53 37 15 50

61 69 84 67 61 58 53 53 58

78 78 83 82 65 65 55 60 65

ESCALA CROMÁTICA DE SP (mV)

JUSANTE
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Fonte:Gallas, JF – IGc/USP
CATAGUASES-MG
Em março de 2003, a barragem de
um reservatório se rompeu,
liberando no córrego do Cágado e
rio Pomba um enorme volume
de lixívia (licor negro), sobra
industrial da produção de celulose

O ACIDENTE AFETOU 3 ESTADOS, DEIXANDO 600 MIL PESSOAS SEM ÁGUA


Como o SP pode contribuir ?

Na investigação dos processos de


percolação em barragem por meio de:

ƒ Monitoramento contínuo de
fluxos em barragens de terra

ƒ Identificação de fluxos anômalos pelo corpo do barramento


(ainda numa fase bastante inicial) possibilitando que reparos
sejam feitos antes que danos ambientais se estabeleçam
6. M É T OD O S G E O F Í S I C O S
E M Á R E A S S U B M E R S A S :

BATIMETRIA

SONOGRAFIA

PERFILAGEM SÍSMICA CONTÍNUA


6.1. BATIMETRIA
B A T I M E T R I A

Lago Cabuçu, Guarulhos, SP


CONCEIÇÃO DO
ARAGUAIA
B A T I M E T R I A : perfis contínuos
PRODUTOS

38
kHz

200
kHz
B A T I M E T R I A : perfis contínuos
PRODUTOS
Outra possibilidade de levantamento: multifeixes

Souza, 2006 (modificado de


USACE, 2004)
Souza, 2006 (modificado de Hussong & Fryer, 1983
Fonte: Marinha do Brasil
– DHN/CHM
6.2. SONOGRAFIA
Souza, 2006
SONOGRAFIA
IMAGEAMENTO
Souza, 2006

> 100 kHz


Klein 3000 100/500 kHz do IPT
textura

fonte: MARINE SONIC


SONAR DE VARREDURA LATERAL

Rio Tietê – São Paulo


30 m

Reservatório Capivara – SP/PR


Cortesia de Garry Kozak
DUTO Cortesia de Garry Kozak
Reservatório Lajeado / TO
Reservatório de Lajeado – Palmas - TO
OUTROS EXEMPLOS

• Operações de busca
Cortesia de Garry Kozak
Fonte: Marine Sonic
Cortesia de Garry Kozak
Cortesia de Garry Kozak
Cortesia de Garry Kozak

Cortesia de Garry Kozak


6.3. PERFILAGEM SÍSMICA CONTÍNUA
PERFILAGEM SÍSMICA
PERFILAGEM SÍSMICA CONTÍNUA
FONTES SÍSMICAS < 2 kHz
SÍSMICA – Perfilagem Sísmica Contínua
CANAL DE SÃO
SEBASTIÃO, SP
Lago Guaraciaba - Santo André
< 2 kHz
COLUNA D´ÁGUA

SEDIMENTOS
SEDIMENTOS

EMBASAMENTO

< 2 kHz

Lago Guaraciaba – Sto André / SP


PERFILAGEM

BOOMER 0.1 – 1.5 kHz


Baia de Paranaguá, PR

<2 kHz

Microars - RJ
fonte: Microars / RJ
BOOMER 0.1 – 1.5 kHz
PINGER
PINGER 24
24 KHz
kHz

CHIRP 2 – 8 kHz

BOOMER 0.1 – 1.5 kHz


PINGER 24
PINGER 24 kHz
KHz
IO-USP

Litoral Norte de São Paulo

CHIRP 2 – 8 kHz

IO-
USP

BOOMER 0.1 – 1.5 kHz

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