Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Centro de Estudos E Pesquisas em Agronegócios Programa de Pós-Graduação em Agronegócios
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Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul Centro de Estudos E Pesquisas em Agronegócios Programa de Pós-Graduação em Agronegócios
Porto Alegre
2019
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Porto Alegre
2019
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BANCA EXAMINADORA
____________________________
Prof. Dr. Edson Talamini – UFRGS – PPG Agronegócios
____________________________
Prof. Dr. Álvaro Vigo – UFRGS – Instituto de Matemática e Estatística
____________________________
Prof. Dr. Omar Inacio Benedetti – Instituto Brasileiro de Bioeconomia - INBBIO
____________________________
Orientador Profa. Dra. Letícia de Oliveira – UFRGS – PPG Agronegócios
4
5
AGRADECIMENTOS
Deus por me alcançar todos os dias com sua misericórdia e graça, por me iluminar
com sua presença, dando-me abrigo e conforto. Por não me deixar esquecer que habita em
mim e que sustenta todos os dias.
Aos meus pais, Éder e Ivani, pela compreensão e apoio ininterrupto durante toda a
minha vida.
As minhas irmãs, Damiana e Leonara, pelo companheirismo e incentivo na minha
trajetória acadêmica, também ao meu padrinho Luciano e sua esposa Carol que se fizeram
presente nesta recente trajetória com uma acolhida especial na capital.
A minha orientadora, Professora Dra. Letícia de Oliveria, pelos ensinamentos,
compreensão, análise e sugestões para a realização deste trabalho. Quero expressar minha
gratidão pela forma que conduziu minha orientação.
Aos pesquisadores Dr. Álvaro Vigo, Dr. Edson Talamini e Dr. Omar Benedetti por
aceitarem contribuir com a avalição do trabalho.
A todos os meus colegas do PPG-Agronegócio, que fizeram parte desta caminhada,
em especial os membros do grupo NEB-AGRO pessoas inspiradoras, agradeço pelos
conselhos e amizade.
A todos os meus amigos, que de forma direta ou indireta participam da minha vida.
De maneira distinta agradeço a amizade fortalecida e ao suporte aqui em Porto Alegre dos
colegas de engenharia e apartamento Gabriel, James, Matheus e Régis.
7
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ABREVIATURAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 19
1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................... 19
1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ...................................................... 21
2.1. Bioeconomics ............................................................................................................. 22
2.2 Bioeconomy ................................................................................................................ 40
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 51
3.1 Estratégia de seleção ................................................................................................... 51
3.2 Critérios de exclusão ................................................................................................... 52
3.3 Análise de elegibilidade .............................................................................................. 53
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 54
4.1 Seleção de periódicos .................................................................................................. 54
4.2 Análise quantitativa..................................................................................................... 55
4.3 Análise qualitativa....................................................................................................... 66
4.3.1 Bioeconomics........................................................................................................... 66
4.3.2 Bioeconomy ............................................................................................................. 78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 97
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 100
APÊNDICE .............................................................................................................. 116
12
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 19
1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................... 19
1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL ...................................................... 21
2.1. Bioeconomics ............................................................................................................. 22
2.2 Bioeconomy ................................................................................................................ 40
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 51
3.1 Estratégia de seleção ................................................................................................... 51
3.2 Critérios de exclusão ................................................................................................... 52
3.3 Análise de elegibilidade .............................................................................................. 53
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 54
4.1 Seleção de periódicos .................................................................................................. 54
4.2 Análise quantitativa..................................................................................................... 55
4.3 Análise qualitativa....................................................................................................... 66
4.3.1 Bioeconomics........................................................................................................... 66
4.3.2 Bioeconomy ............................................................................................................. 78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 97
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 100
APÊNDICE .............................................................................................................. 116
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16
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
Especificamente, busca-se:
a) Conceituar os termos bioeconomics e bioeconomy.
b) Identificar as aplicações da bioeconomia na agropecuária.
c) Mapear as principais áreas de destaques e temáticas presentes nos diferentes
segmentos da agropecuária.
d) Apontar as semelhanças e divergências entre as abordagens encontradas.
20
1.3 JUSTIFICATIVA
Assim, um nicho de rápido crescimento para vários bens de consumo com base
biológica (bioplásticos, biopolímeros, entre outros), deve substituir cada vez mais produtos
dependentes do petróleo, ampliando a bioeconomia. Contudo, muitas vezes não é perceptível
que esse desenvolvimento significa obter uma grande quantidade de matérias-primas
provenientes do setor agrícola (BASTOS, 2018). Essa transição, não estará isenta de
implicações ambientais e políticas, as quais a bioeconomics com suas proposições poderá
auxiliar mensurando os impactos produtivos frente ao uso dos recursos naturais.
21
2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL
A ciência interdisciplinar não tem um ponto de partida claro podendo ter sido
originada de reflexões passadas sobre as desvantagens da especialização das disciplinas. O
paradigma mecanicista desenvolvido por René Descartes em meados do século XVII deu
origem ao tratamento dos conteúdos de forma fragmentada sobre a complexa realidade em
que se encontravam, e consequentemente, ao formato disciplinar das pesquisas (NOVIKOFF
& CAVALCANTI., 2017). Embora existisse hierarquias entre as diversas áreas do
conhecimento com suas claras distinções, a investigação de uma mesma adversidade
abordada interdisciplinarmente pelo estabelecimento de métodos científicos permite que
problemas complexos possam ser solucionados a partir de uma visão holística (LEIS, 2005).
A história da ciência mostrou que a especialização em torno de um único objeto não causou
desinteresses recíprocos entre partes dominantes de uma área específica. Desta forma, o
diálogo científico corporativo e colaborativo, existente há muito tempo, vem a desvendar
problemáticas, tornando-se uma importante ferramenta de elucidação (NICKELSEN &
KRÄMER., 2016).
A interdisciplinaridade na pesquisa foi sintetizada pelo cientista Sir Karl Raimund
Popper, inspirado em entender como as atividades indutivistas clássicas, baseadas em
métodos científicos, favoreciam-se do empirismo para o crescimento de novos
conhecimentos. Segundo Popper (2014, p.88): “Nós não somos estudantes de algum assunto,
mas estudantes de problemas. E os problemas podem atravessar as fronteiras de qualquer
assunto ou disciplina”.
Neste sentido interações entre os impactos no meio ambiente causados pelos seres
vivos despertaram novas abordagens. No âmbito da ciência econômica e biológica, estes
reflexos traçam um percurso histórico com origem na economia tradicional até a moderna.
Os recentes insights entre a biociência e economia política no campo de pesquisa foram
denominados de bioeconomia (MOHAMMADIAN, 1999; MENDOZA et al., 2018).
Com o objetivo de esclarecer conceitos envolvidos no emprego da expressão,
primeiramente é necessário distinguir sua grafia. Na língua portuguesa o vocábulo
bioeconomia possui um único formato, composto do radical grego “bios” encontrado em uma
série de palavras híbridas como biologia. Literalmente podemos compreende-la como
“estudo da vida”, porém, quando o radical é combinado com “economia” ele pode representar
um neologismo polissêmico, mesmo que tenhamos um entendimento conceitual estabelecido
22
sobre essas palavras. Na língua inglesa, as palavras que fazem referência ao campo são
“bioeconomic” e “bioeconomy”. O significado de “economic” (econômico) e “economy”
(economia) presentes na união terminológica implicam em discussões e aplicabilidade
distintas, e nem sempre perceptíveis nas publicações acadêmicas.
Para estudar essas particularidades, o tópico será dividido em duas seções. A primeira
seção apresenta os conceitos de “bioeconomics”. Na segunda seção os conceitos encontrados
na “bioeconomy”.
2.1. Bioeconomics
Para entender como o termo Bioeconomic foi estabelecido que é necessário observar
as raízes históricas da economia e sua preocupação ambiental. Essa ciência foi, ao longo do
tempo, equacionando os problemas de escassez dos recursos para atender os desejos do
homem moderno (ROMAN, 1996). Desta forma, do ponto de vista material, a solução para
muitas economias vem sendo transformar bens naturais em produtos e serviços (CECHIN,
2008).
Na década de 1750, os princípios da riqueza natural foram reconhecidos pelos
fisiocratas, fundadores da primeira escola científica de economia (NEILL, 1949). Para eles,
a agricultura era uma fonte de enriquecimento real da sociedade desde que permanecesse em
sintonia com a dinâmica natural dos ecossistemas. Manifestam-se como os percursores a
favor da melhor utilização dos recursos naturais (ROCHA, 2004).
A relevância do meio ambiente no crescimento econômico compõe uma trajetória
desde os chamados economistas clássicos. Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill
postulavam, no final do século XVIII, em seus modelos a inevitabilidade de um “estado
estacionário” em virtude da finitude dos recursos naturais e do impedimento de uma
produtividade gradativa. Esses economistas ainda alertavam que a expansão do sistema
econômico poderia tonar-se uma barreira técnica (CAIXETA ANDRADE, 2012).
Em meados do século XIX, com o nascimento da escola neoclássica e o auge da
revolução industrial, a entrada e saída de insumos eram constantes e contornáveis pelo
homem implicando em um profundo uso dos bens na intenção de obter ganhos de escala e
crescimento econômico (BARROS & AMIM, 2006). O aumento não tinha uma limitação
23
= ( , ) Eq.(2)
identificando o manejo apropriado dos recursos renováveis e qual a taxa ótima de depleção
dos recursos não renováveis (ANDRADE, 2010).
De modo particular, os recursos renováveis são regidos pelos fenômenos biológicos
e possuem como característica principal a dinamicidade como, por exemplo: o crescimento
de árvores, multiplicação dos animais e plantas. Porém, os mesmos podem chegar a um
esgotamento, principalmente, quando localizados em espaços de uso e acesso comum devido
a incompatibilidade entre as dinâmicas biológicas (indicador de sua evolução) e econômica
(indicador do ritmo de exploração) (ENRÍQUEZ, 2010).
Estas dinâmicas diferem-se entre si, pois na biológica o estoque de recursos não é fixo
e cresce proporcionalmente conforme as condições naturais específicas. Ao expandirem-se
estão submetidas a um limite máximo definido pela capacidade de suporte do seu
ecossistema. Na perspectiva econômica poderá haver uma pressão sobre determinado recurso
se o seu nível de extração exceder o crescimento. Em síntese, o principal estímulo da
Economia de Recursos Naturais é identificar qual a trajetória de exploração de uma
população animal ou vegetal submetida a uma dada taxa de extração (ENRÍQUEZ, 2010).
Esta exploração possui um modelo geral derivado do pensamento neoclássico, com a
meta de reconhecer as situações impostas aos sistemas para alcançar o “ótimo econômico” e
proporcionar ao produtor o melhor benefício – o lucro máximo. Na forma analítica descrita
por Enríquez (2010), o estoque " " de um recurso " " em qualquer tempo " " é resultante
das diferenças entre as taxas naturais de recomposição e exploração, ambas em função do
tempo, tal como indicado na expressão matemática da (Eq. 3):
= ( ) − ℎ( ) Eq.(3)
′ = = Eq.(5)
Na situação apresentada pela Figura 1, nada entra ou sai do sistema, e também não há
absorção e liberação de resíduos. As empresas produzem bens e usam insumos através dos
três fatores neoclássicos da produção: a terra, o trabalho e o capital. Os agentes econômicos
exploram, compram, produzem e consomem em um processo internamente fluído. Na área
externa do diagrama estão apenas os fluxos monetários. O consumo ininterrupto da mesma
energia e matéria chama a atenção pelo fato de contradizer a mais básica das ciências da
natureza - a física (CECHIN & VEIGA, 2010).
A diferença dos dois “mundos” de DALY tem uma conotação histórica entre a
passagem da baixa densidade populacional até chegar aos padrões de consumo atuais,
conflitantes com a integridade ecossistêmica. Na Figura 3 está representado a visão do mundo
cheio, onde possuímos alto custo de oportunidade no uso dos recursos naturais. Em outros
tempos, desconsiderar o meio ambiente era compreensível porque o “mundo vazio” tinha
uma pequena escala de produção e o elemento de escassez era o capital de manufatura
(DALY, 2005).
Figura 3 - Visão de mundo cheio
Assimetrias Questões
1ª A parte terrestre é um “estoque”, enquanto a parte solar pode ser considerada como um
fluxo. Podemos extrapolar a exploração dos recursos da Terra, mas em nenhum momento
poderemos recuperar as radiações solares recebidas por nossos descendentes para formar
esses estoques.
2ª Diante da 1ª assimetria e da impossibilidade de transformar energia em matéria, o ponto
crítico da humanidade, em vista da premissa de “bioeconomics”, é a disponibilidade e a
exploração das matérias primas encontradas na crosta terrestre, seja ela qual for (carvão,
ferro, petróleo entre outros). O fluxo de energia do sol continuará a aquecer a terra e as
florestas continuarão dispostas a uso fruto das gerações vindouras.
3ª A quantidade de energia recebida da radiação solar é infinitamente superior aos estoques de
energia livre disponíveis na Terra. As reservas totais de combustíveis fósseis representam
apenas cerca de duas semanas da radiação solar recebida pelo planeta.
4ª A energia solar recebida pela Terra é altamente dispersa, e sua exploração industrial
apresenta imensas desvantagens em comparação com as energias extremamente
concentradas já disponíveis no planeta. Usar energia solar direta equivaleria a utilização da
energia cinética liberada por cada gota de chuva antes de atingir o solo. Infelizmente, a luz
solar não produz rios ou lagos, o que facilitaria significativamente sua exploração,
coletando-a como energia hidráulica.
5ª A exploração da energia solar está isenta de poluição: a radiação, usada ou não por humanos,
terminará sem dúvida sua jornada sob a forma de calor, contribuindo para o equilíbrio
termodinâmico do planeta. A exploração de todas as outras formas de energia irá
inevitavelmente produzir poluição de forma prejudicial e implacável.
6ª Todos os seres vivos do planeta dependerão, em última instância, da energia solar para sua
sobrevivência. A competição por essa energia é muito mais feroz na natureza pelos seres
humano. O homem não é uma exceção e sabe como explorar impiedosamente grandes
quantidades de energia graças a seus utensílios exossomáticos. Ele procurou abertamente
exterminar todas as espécies que lhe subtraem o alimento ou que se alimentam às suas
custas. Essa luta contra outras espécies pelo alimento (em última análise pela energia solar)
traz a crença comum e uma orientação positiva perante toda inovação tecnológica, como o
caso de introduzir técnicas agrícolas modernas ao sistema econômico.
Fonte: Adaptado por CARTON & SINAÏ de Georgescu-Roegen (2013)
31
Nota-se que o setor agrícola de certa maneira se transformou desde então, inovações
atuais estão contribuindo para eficiência no uso dos recursos naturais, como por exemplo a
agricultura de precisão, práticas agrícolas de baixo carbono, avanço da produção de orgânicos
e também o surgimento da utilização de energias alternativas renováveis (CASSMAN, 1999;
NORSE, 2012; SMITH, 2016; JEBLI & YOUSSEF, 2017). Contudo, a palavra
“bioeconomic” de interesse do estudo, em uma configuração que não necessariamente
alicerça-se com as teorias do cientista Georgescu-Roegen, já possuem enfoques diferentes e
estão sendo integradas para formular avaliações holísticas neste sentido.
Este contraponto, segundo Janssen & Van Ittersum (2007), ocorre no campo de
pesquisa denominado “Bioeconomics and Models Agricultural”, onde as perspectivas
econômicas e biológicas compõem uma avaliação integrada para sistemas de produção
agrícola. Assim, possuem a característica de mensurar os impactos produtivos da agricultura
sob diversos fatores econômicos, tendo em vista às restrições agroecológicas. Na essência
destas abordagens está a formulação de modelos matemáticos, como no caso dos primeiros
estudos bioeconômicos empíricos para sistemas extrativistas.
De modo geral, Kruseman (2000) descreve que a estrutura destas aplicações deixa
visível dois componentes principais: o primeiro possui questões socioeconômicas pertinentes
ao comportamento do produtor, a estrutura de mercado, os arranjos institucionais e os
incentivos políticos; o segundo contempla a degradação dos recursos em termos dos
processos biofísicos: ciclagem da água e dos nutrientes, crescimento de plantas e animais,
emissões de gases e a lixiviação de poluentes no solo.
Combinar e processar as informações de ambos componentes não implica
necessariamente em abordagens integradas, resultando em uma análise que não se encaixa
33
de forma inequívoca a outra. Logo, uma difícil comunicação científica de muitos domínios
devido a linguagem específica de diversos cientistas para tratar os fenômenos naturais é
observada (KRUSEMAN, 2000). A viabilidade de sobrepor essas barreiras é expressar os
problemas de forma quantitativa, formato que unificou as interpretações permitindo uma
comunicação satisfatória entre os agentes.
Os modelos bioeconômicos no contexto do agronegócio podem permitir o ajuste de
tecnologias aos incentivos políticos e interesses mercadológicos, buscando eficiência
econômica e ambiental na combinação de informações das ciências biofísicas e sociais. Nos
últimos anos, vários esforços nesse sentido surgiram com o tema abordando especificamente
unidades rurais (ROBERT et al., 2016). Neste estudo, a temática é utilizada para enfatizar a
interdisciplinaridade encontrada nos problemas avaliados. King et al., (1993, p.389) definiu
essas aplicabilidades como:
Um modelo bioeconômico é uma representação matemática de um sistema
biológico gerenciado. Modelos bioeconômicos descrevem processos biológicos e
preveêm os efeitos das decisões de gestão sobre esses processos. Eles também
avaliam as consequências das estratégias de manejo em termos de alguma medida
de desempenho econômico.
destes atributos e, portanto, será sinalizado um escopo geral das ferramentas com a finalidade
de entender a sua usabilidade nos setores do agronegócio, verificando seus principais
objetivos e resultados. Um básico esboço dos aspectos fundamentais das funções integrativas
é absorvido da revisão criteriosa realizada por Castro et al, (2018), compondo o Quadro 2
com os itens principais.
Em uma grande parcela das aplicações com modelagem bioeconômica está presente
a otimização. A partir dela as programações matemáticas poderão ter rotinas de otimização
diferentes, sendo adaptadas conforme a formulação do problema observado e do tipo de
função adequada. Considerando os aspectos fundamentais do Quadro 2 e devido o potencial
de importância da otimização, Castro et al., (2018) elencaram as seguintes opções em termos
de programações para tais abordagens, conforme ilustra a Figura 6.
39
2.2 Bioeconomy
a eficiência no uso dos recursos renováveis (COMISSÃO EUROPEIA, 2005; PFAU et al.,
2014).
Esses fatores impulsionaram estratégias específicas, a primeira e mais relevante foi a
responsabilidade em difundir o campo, seguida em conceituá-lo de maneira que desse sentido
a uma série de ações governamentais. Desta forma, quando se é mencionado a palavra
corriqueiramente a mesma está vinculado a um conceito institucional (DE BESI &
MCCORMICK, 2015). No entanto, as estratégias poderão sofrer variações conforme as
percepções do ambiente a onde estão sendo desenvolvidas. Considerando que a partir das
estratégias particulares de cada país, surgem e modificam-se os conceitos necessário para
identificar os principais elementos transitórios deste fenômeno. Conforme o sistema ilustrado
na Figura 7, a sinergia entre tais elementos: conhecimento, P&D, viabilidade de utilização
dos insumos (recursos renováveis), processos compatíveis de transformação e a aceitação do
mercado podem reconfigurar a dinâmica das estratégias e dos novos conceitos
(MACIEJCZAK, 2015).
primas diferentes, e, portanto, impulsionaram novas tecnologias para extrair energia útil
(HOMBACH et al., 2016). Diferentemente da primeira geração de biocombustíveis que
carecem dos açúcares e óleos vegetais também encontrados em culturas alimentícias, as
matérias primais da segunda geração incluem biomassa lignocelulósica, culturas lenhosas e
resíduos agrícolas (ULHOA, 2014; GUPTA & TUOHY, 2013). Novas cultivares resistentes
as intempéries ambientais foram tidas como uma opção produtiva para terras marginais,
aquelas inapropriadas para a produção de alimentos (VAN DER WEIJDE, 2017).
primário, mas que sejam inclusos aspectos ao consumidor final, com aumento de valores
nutricionais (maior teor proteico; maior produção de ácidos graxos benéficos, como o ácido
oleico e o ômega-3), maior capacidade de conversão em biocombustíveis (milho) e maior
qualidade da fibra (algodão).
As inovações em Bioeconomy a serem contextualizados aos agronegócios
concentram-se sob vários aspectos, como na descoberta de técnicas de obtenção de
variedades geneticamente modificadas, tanto para o manejo ambiental quanto para o
consumidor final desses produtos. Entretanto, o uso da biotecnologia pode ser aplicado não
apenas na produção de organismos geneticamente modificados como também no controle
através de insumos produtivos, favorecendo o produtor de forma indireta.
Nessa visão, entende-se que as principais metas da biotecnologia agrícola pretendem
atingir os seguintes quesitos: sustentabilidade (o desenvolvimento laboratorial técnico
atendendo os cuidados ao ambiente); segurança alimentar (produzir alimentos com qualidade
e quantidade necessárias para alimentar a crescente população, com substâncias essenciais
como vitaminas, lipídios, carboidratos, e outros); e na produção de novos biomateriais (como:
biofármacos, biocombustíveis e bioplásticos produzidos a partir de plantas) (DIAS &
CARNEIRO, 2015).
51
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
de 2019 a atualização foi necessária para incluir na análise os últimos artigos publicados no
ano de 2018.
O protocolo para esta pesquisa foi configurado a partir da estruturação composta no
Quadro 5 e demonstra seus principais parâmetros de estratégia de busca.
Quadro 5 - Protocolo de pesquisa
Protocolo de pesquisa
“bioeconomy” OR “bioeconomic” OR “bio-economic”
Variações de palavras OR “bio-economy” OR “biobased economy” (Tille)
AND agri* (Topic).
Período de busca 2008 a 2018
Base de dados SciELO; Scopus; Science Direct; Web of Science.
Fonte: dados da pesquisa