Biografia Krichbaum
Biografia Krichbaum
Biografia Krichbaum
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Em 1890, um ano após a queda do Império, a família Krichbaum
transferiu sua residência para São Paulo, onde se ofereciam melhores
perspectivas profissionais. Instalaram-se em uma confortável casa, no
meio de um grande parque, na rua Monte Alegre, 81, onde hoje é o bairro
de Perdizes, com viveiros de pássaros exóticos e outros animais, que Dr.
Jorge (como passou a ser chamado) trazia de suas viagens ao interior.
O parque era aberto à visitação pública. Em São Paulo nasceram suas
filhas Käthe, Paula, Felicitas e Lúcia. Dr. Jorge também criou um
menino negro, que mais tarde formou-se advogado, e um índio da etnia
bororo.
Dr. Jorge Krichbaum naturalizou-se brasileiro, provavelmente nesse
ano, quando a Lei da Grande Naturalização de 1890 declarava cidadãos
brasileiros todos os estrangeiros que em seis meses não manifestassem
expresso desejo de manter sua cidadania original.
Em 1892 Dr. Jorge Krichbaum foi nomeado Engenheiro da Repar-
tição de Terras e Colonização. Em 1893 prestou serviços à causa do
Governo Legal, por ocasião da Revolta da Armada de 6 de setembro (a
Marinha rebelou-se contra o presidente Mal. Floriano Peixoto).
Em 9 de dezembro de 1895 foi contratado pela Escola Politécnica de
São Paulo, criada em 1893, para ministrar aulas de desenho no primeiro
ano do Curso de Mecânicos e Maquinistas. Em 1896 assumiu também
as aulas do segundo ano de Mecânicos e Maquinistas, bem como as aulas
do primeiro ano de Desenho de Elementos de Máquinas e do segundo
ano de Desenho de Máquinas.
Em 20 de julho de 1898 foi aceito como membro do “Instituto His-
torico e Geographico de S. Paulo”, como sócio correspondente2 . Foi
também sócio efetivo da “Sociedade Scientifica de São Paulo”3 .
Em 1901 acompanhou o botânico austríaco Richard von Wettstein
em excursão ao interior do estado de São Paulo, parte da expedição da
2
Revista do Instituto Historico e Geographico de São Paulo, vol. III, p. 552, 1898;
http://www.archive.org/details/revistadoinstitu03instuoft.
3
Revista da Sociedade Scientifica de São Paulo, 1: p. 231, 1905; http://www.
archive.org/details/revista16paulgoog; seu nome aparece errado: “José
Krichbaum. Engenheiro-Civil, Lente da Escola Polytechnica”.
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Academia Vienense de Ciências ao Brasil.
Foi também funcionário da Secretaria de Agricultura. Nessa condição,
foi responsável por um estudo sobre a lavoura canavieira em São Paulo,
publicado em 19024 .
Dr. Jorge Krichbaum era engajado e benquisto em todos os setores
da sociedade paulistana. Em seu necrológio de 3 de março de 1921 no
Jornal Alemão lemos:
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por instantes que fôsse, amuado ou de cara amarrada e, pelo
que tenho ouvido, nunca se deu entre ele e os seus alunos o
mais ligeiro atrito. A todos, o Krichbaum ensinava e a todos
ajudava, sem distinção de cara ou de caretas. Corrigia os
nossos erros sempre alegre, rindo, mas sem menosprezo e
sem deboche, fazendo pilhérias ligeiras para disfarçar o nosso
desapontamento, quanto ele passava a borracha, como uma
vassoura, sobre a nossa “obra prima”. . . . Foi depois da “gripe
espanhola” que o velho professor teve ocasião de nos mostrar
a plenitude das suas qualidades de coração, ao tempo em que
punha todo o vigor da sua inteligência privilegiada ao serviço
dos seus alunos. Esses, em grande maioria, alquebrados
pelo surto insidioso da moléstia traiçoeira, tinham ainda por
acabar os seus trabalhos escolares e tudo no curto prazo que
a Escola lhes marcara, na repulsa que mantivera pelo célebre
decreto de promoção sem exame. Quase todos os professores
tiveram, então, o seu coeficiente de humanidade, pelo qual se
multiplicariam as notas futuras. Mas, Krichbaum se excedeu:
deu aulas extraordinárias, ajudou a todos, cujas dificuldades
removia com palavras de animação e até na sua própria casa
recebeu alguém que, pela premência do tempo, não pudera
terminar na Escola a tarefa que lhe competia!. . . ”
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à ordem e à retidão. Não foi, portanto, milagre, que o cortejo
fúnebre de ontem se transformou em uma verdadeira Marcha
triunfal. O Dr. Jorge, que em vida nunca procurou pompa ou
honraria, foi acompanhado ao cemitério por toda a colônia
alemã, pelos funcionários do Ministério da Agricultura e por
muitos membros da alta sociedade brasileira.”