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COMANDO DA AERONÁUTICA

DIRETORIA DE ENGENHARIA DA AERONÁUTICA


MÉTODOS DE ENSAIO PARA
OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA
ME 01 – ÍNDICE DE SUPORTE CALIFÓRNIA DE SOLOS
UTILIZANDO AMOSTRAS NÃO TRABALHADAS

1 – OBJETIVO
Este método tem por objetivo determinar o valor relativo do suporte de solos,
utilizando-se amostras deformadas não trabalhadas de material que passa na peneira
de 19mm, correspondente à umidade ótima, obtida no ensaio de compactação com a
energia do AASHTO modificado, e à massa específica aparente seca que o Método
estabelece.

2 – APARELHAGEM
A aparelhagem necessária é a seguinte:
a) Conjunto de bronze ou latão, constituído de molde cilíndrico com 15,20cm
de diâmetro interno e 17,80cm de altura, com entalhe superior externo em
meia espessura; cilindro complementar com 5,00cm de altura, com entalhe
inferior interno em meia espessura, e prato de base perfurado com 24,00cm
de diâmetro, com dispositivo para fixação do molde cilíndrico antes referido
(Fig. 1).
b) Disco espaçador maciço, de aço, com 15,00cm de diâmetro e 6,40cm de
altura (Fig. 2).
c) Soquete cilíndrico de bronze ou latão, para compactação, de face inferior
plana, de altura de queda de 45,70cm, com 4,50kg de peso e 5,00cm de
diâmetro de face inferior (Fig. 2).
d) Prato perfurado de bronze ou latão, com 14,90cm de diâmetro e 0,50cm de
espessura, com haste central de bronze ou latão, ajustável, constituída de
uma parte fixa rosqueada e de uma camisa rosqueada internamente e
recartilhada externamente, com a face superior plana para contato com o
extensômetro (Fig. 3).
e) Tripé porta-estensômetro, de bronze ou latão, com dispositivo para fixação
do extensômetro (Fig. 4).
f) Disco anelar de aço para sobrecarga, dividido diametralmente em suas
partes, com 2,27kg de peso total, com diâmetro externo de 14,90cm e
diâmetro interno de 5,40cm (Fig. 5).
g) Extensômetro com curso mínimo de 10mm, graduado em 0,01mm.
h) Prensa para determinação do Índice de Suporte Califórnia, (Fig. 5),
composta de:
- um conjunto dinamométrico com capacidade para 4.000kg sensível a
2,5kg, constituído por: anel de aço com dimensões compatíveis com a
carga acima apresentada, com dispositivo para se fixar ao entalhe da
travessa; extensômetro graduado em 0,001mm, fixo ao centro do anel
para medir encurtamentos diametrais; pistão de penetração de aço (Fig.
5), com 4,96cm de diâmetro e com uma altura de cerca de 19cm,
variável conforme as condições de ensaio, fixo à parte inferior do anel; e
extensômetro graduado em 0,01mm, com curso maior que 12,70mm,

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 1/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

fixo lateralmente ao pistão, de maneira que seu pino se apoie no bordo


superior do molde.
- quadro formado por base e travessa de ferro fundido e 4 tirantes de aço,
apresentando a travessa um entalhe inferior para suspensão de um
conjunto dinamométrico.
- macaco de engrenagem de operação manual por movimento giratório
de uma manivela, com duas velocidades, acompanhado de um prato
reforçado ajustáveis ao macaco, com 24cm de diâmetro, para suportar o
molde.
i) Extrator de amostras do molde cilíndrico, para funcionamento por meio de
macaco hidráulico, com movimento alternativo de uma alavanca.
j) Balde de chapa de ferro galvanizado com capacidade de cerca de 20 litros,
com fundo de diâmetro mínimo de 25cm.
k) Papel de filtro circular de cerca de 15cm de diâmetro.
l) Balança com capacidade de 20kg, sensível a 5g.
m) Peneiras de 3/4" (19,05mm) e no 04 (4,76mm).
n) Almofariz e Mão de Gral.
o) Estufa, com regulagem de temperatura de 0ºC a 110ºC.
p) Quarteador (Repartidor de amostra).
q) Régua biselada.
r) Cronômetro.

3 – AMOSTRA
a) A amostra recebida será seca ao ar, destorroada no almofariz pela mão de
gral, homogeneizada e reduzida com o auxílio do repartidor de amostras ou
por quarteamento, até se obter uma amostra representativa de 6.000g, para
solos siltosos ou argiloso, e 7.000g para solos arenosos ou pedregulhosos.

b) Passa-se esta amostra representativa na peneira de 19mm (3/4"); havendo


material retido nessa peneira, procede-se à substituição do mesmo por
igual quantidade em peso do material passando na de 19mm e retido na de
4,8mm (peneira no 4), obtido de outra amostra representativa conforme
alínea a.
c) Repetem-se as operações referidas nas alíneas a e b tantas vezes quantos
corpos de prova tiverem de ser moldados, geralmente três.

4 – ENSAIO
4.1 – Moldagem dos corpos de prova
As moldagens dos corpos de prova são feitas na umidade ótima obtida do
ensaio de compactação AASHTO T-180 com 55 golpes por camada.
a) Fixa-se o molde à sua base metálica, ajusta-se o cilindro complementar e
apoia-se o conjunto em base plana e firme. Compacta-se no molde o
material referido no item 3, com o disco espaçador especificado no item 2b
como fundo falso, em cinco camadas iguais, de forma a se ter uma altura
total de solo de cerca de 12,5cm após a compactação. Cada camada

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 2/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

receberá 12 golpes do soquete de 4,5kg caindo de uma altura de 45,7cm,


distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada.
b) Remove-se o cilindro complementar, tendo-se antes, o cuidado de destacar
com o auxílio de uma faca, o material a ele aderente. Com uma régua
rígida biselada rasa-se o material na altura exata do molde e determina-se,
com aproximação de 5g, o peso do material úmido compactado, Ph.
c) Retira-se do material excedente da moldagem uma amostra representativa
de cerca de 100g para a determinação da umidade. Pesa-se esta amostra
e seca-se em estufa a 105oC - 110oC, até constância de peso, e fazem-se
pesagens com aproximação de 0,1g. A umidade obtida para o corpo de
prova moldado deverá variar até ± 0,5% da obtida no ensaio de
compactação AASHTO modificado.
d) Procede-se ao cálculo da massa específica aparente do solo conforme
descrito no item 5.
e) Repetem-se as operações a, b, c e d aplicando-se 26 e 55 golpes por
camada, ao invés de 12, obtendo-se assim 3 corpos de prova que serão
utilizados nos ensaios de expansão e de penetração.

4.2 – Expansão
Terminadas as moldagens, o disco espaçador de cada corpo de prova será
retirado, e os moldes invertidos e fixados nos respectivos pratos-base perfurados.
Em cada corpo de prova, no espaço deixado pelo disco espaçador, será
colocada a haste de expansão com os pesos anelares que eqüivalem ao peso do
pavimento. Esta sobrecarga não poderá ser menor que 4,536kg.
Adapta-se ainda na haste de expansão, um extensômetro fixo ao tripé porta-
estensômetro, colocado no bordo superior do cilindro, destinado a medir as expansões
ocorridas, que deverão ser anotadas de 24 em 24 horas, em porcentagens da altura
inicial do corpo de prova. Os corpos de prova deverão permanecer imersos em água
durante 04 (quatro) dias.
Terminado o período de embebição, cada molde com o corpo de prova será
retirado da imersão e deixada escoar a água durante 15 minutos, pesando-se a seguir
o conjunto. Findo esse tempo, o corpo de prova estará preparado para a penetração.
Procede-se ao cálculo da expansão e da água absorvida durante a embebição,
conforme descrito no item 5.

4.3 – Penetração
O ensaio de penetração é realizado em uma prensa, conforme especificado no
item 2h.
Para esse ensaio deverão ser colocadas no topo de cada corpo de prova,
dentro do molde cilíndrico, as mesmas sobrecargas (pesos anelares) utilizadas no
ensaio de expansão (item 4.2).
Leva-se esse conjunto ao prato da prensa e faz-se o assentamento do pistão
de penetração no solo, através da aplicação de uma carga de aproximadamente 4,5kg
controlada pelo deslocamento do ponteiro do extensômetro do anel dinamométrico;
zeram se, a seguir, o extensômetro do anel dinamométrico e o que mede a penetração
do pistão no solo. Aciona-se a manivela da prensa, com a velocidade de 1,27mm/min
(0,05pol/min). Cada leitura, considerada no extensômetro do anel, é função de uma
penetração do pistão no solo e de um tempo especificado para o ensaio.

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 3/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

assim, têm-se:

Penetração Leitura no
Tempo
Extensômetro do
(min)
(pol.) (mm) Anel (mm)
0,5 0,025 0,63
1,0 0,050 1,27
1,5 0,075 1,90
2,0 0,100 2,54
3,0 0,150 3,81
4,0 0,200 5,08
6,0 0,300 7,62
8,0 0,400 10,16
10,0 0,500 12,70

As leituras efetuadas nos extensômetros do anel medem encurtamentos


diametrais provenientes da atuação das cargas.
No gráfico de aferição do anel tem-se a correspondência entre as leituras lidas
no extensômetro do anel e as cargas atuantes.
O cálculo do Índice de Suporte Califórnia (ISC) correspondente a cada corpo
de prova, será calculado conforme descrito no item 5.

5 – CÁLCULOS
O cálculo da massa específica aparente do solo seco compactado de cada
corpo de prova moldado como descrito no item 4.1 na umidade h, é feito como segue:
Determina-se primeiramente a massa específica aparente úmida γh de cada
corpo de prova, pela fórmula:

Ph
γh = em g/cm³;
V
em que:
Ph = peso do solo úmido compactado, obtido como indicado em 4.1.b, em
g;
V = volume do solo úmido compactado, em cm³.
A seguir se obtém a massa específica aparente do solo seco compactado (γs)
pela fórmula:

100
γs =γh × em g/cm³
100 + h

h= teor de umidade do solo compactado como indicado no item 4, em


porcentagem.

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 4/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Ph − Ps
h= × 100 onde:
Ps
Ph = peso do material úmido;
Ps = peso do material seco.

O cálculo de expansão e da água absorvida (item 4.2) durante a embebição


para cada corpo de prova será feito obedecendo o quadro a seguir:

MOLDE N°
Tempo Diferença de
Data Hora Leituras no
Decorrido leituras no Expansão
extensômetro
extensômetro (%)
(mm)
(mm)
1 2 3 4 5 6

Peso do molde e solo úmido após


embebição (g)

Peso da água absorvida (g)

As colunas apresentadas no QUADRO indicam:


Coluna 1 - data do início do ensaio;
Coluna 2 - hora das leituras efetuadas no extensômetro;
Coluna 3 - tempo decorrido entre as leituras do extensômetro, que deverão
ser de 24 em 24 horas;
Coluna 4 - leituras no extensômetro;
Coluna 5 - diferença das leituras efetuadas de 24 em 24 horas;
Coluna 6 - porcentagem de expansão relativa à altura inicial do corpo de
prova:

∆L
exp ansão (% ) = × 100 ;
H
sendo:
∆L= Lf - Li
Lf - leitura final do extensômetro
Li - leitura inicial do extensômetro
H - altura da amostra

O cálculo do Índice de Suporte Califórnia (item 4.3) correspondente a cada


corpo de prova será feito obedecendo o QUADRO a seguir:

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 5/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Pressão Leitura no MOLDE N°


Tempo Penetração
Padrão Extensômetro do Pressão ISC
(min)
(kgf/cm³) Anel (mm)
(pol.) (mm) Calculada Corrigida (%)
1 2 3 4 5 6 7
0,5 0,025 0,63
1,0 0,050 1,27
1,5 0,075 1,90
2,0 0,100 2,54
3,0 0,150 3,81
4,0 0,200 5,08
6,0 0,300 7,62
8,0 0,400 10,16
10,0 0,500 12,70

As colunas apresentadas no QUADRO indicam:


Coluna 1 - tempo;
Coluna 2 - penetração ocorrida no tempo especificado;
Coluna 3 - pressão padrão, que é a correspondente a um determinado tipo de
pedra britada que apresenta Índice de Suporte Califórnia de 100%;
Coluna 4 - leitura no extensômetro do anel;
Coluna 5 - pressão correspondente às leituras do anel no gráfico de aferição
do mesmo;
Coluna 6 - pressão corrigida;
Coluna 7 - o Índice de Suporte Califórnia.
A pressão corrigida (coluna 6) pode ser obtida pela correção da curva pressão-
penetração. Consiste em ajustar o ponto zero da curva a fim de corrigir os efeitos
provenientes da irregularidade da superfície do corpo de prova.
Apresentando a curva pressão-penetração um ponto de inflexão, traça-se uma
tangente à curva nesse ponto até que a mesma intercepte o eixo das abscissas; a
curva corrigida será então esta tangente mais a porção convexa da curva original,
considerada a origem mudada para o ponto em que a tangente corta o eixo das
abscissas, seja c a distância deste ponto à origem dos eixos. Soma-se às abscissas
dos pontos correspondentes às penetrações de 0,1 polegada e 0,2 polegadas a
distância c, com o que se determina, na curva obtida, os valores correspondentes das
novas ordenadas, as quais representam os valores das pressões corrigidas para as
penetrações antes referidas.
A correção pode ser obtida graficamente.
O Índice de Suporte Califórnia (ISC), em percentagem, para cada corpo de
prova é obtido pela fórmula:
PC
ISC = × 100 onde:
PP
PC - Pressão calculada ou pressão corrigida e
PP - Pressão padrão

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 6/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

adotando-se o maior dos valores obtidos nas penetrações de 0,1 e 0,2


polegadas.

6 – RESULTADO
As operações descritas são idênticas para os corpos de prova moldados com
55, 26 e 12 golpes por camada. Portanto, serão obtidos 03 (três) Índices de Suporte
Califórnia.
Assim, tem-se que calcular o Índice de Suporte Califórnia (ISC) final.
O procedimento é o seguinte: traça-se um gráfico de coordenadas
retangulares, cujos eixos representam os Índices de Suporte Califórnia e as massas
específicas dos corpos de prova moldados com 55, 26 e 12 golpes. Se, por
interpolação, determinar-se nessa curva o Índice de Suporte Califórnia (ISC)
correspondente a 95% da massa específica aparente máxima seca, obtida no ensaio
de compactação AASHTO modificado, ter-se-á o chamado Índice de Suporte
Califórnia (ISC) final (Fig. 6).
A figura 7 esquematiza os procedimentos do ensaio desde a recepção da
amostra até a obtenção do Índice de Suporte Califórnia (ISC) final.

*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 7/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 1

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 8/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 2

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 9/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 3

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 10/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 4

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 11/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 5

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 12/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 6

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 13/14
Método de Ensaio ME 01 – Índice de Suporte Califórnia

Figura 7

o
Aprovada pela Portaria n 08/DIR de 28 de novembro de 2002 14/14

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