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Bianca Bernardo Dias

Aporias da Educação em Moçambique

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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Bianca Bernardo Dias

Aporias da Educação em Moçambique

Relatório a ser submetido ao


departamento de Administração e
Gestão Escolar como parte das
avaliações da cadeira de Estudos
Contemporâneos em Educação

Leccionado por dr. Manuel Rapieque

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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Índice

Introdução ................................................................................................................... 4

A aporia da Educação em Moçambique ..................................................................... 5

A globalização............................................................................................................. 5

A própria escola ......................................................................................................... 5

As aporias axiológicas da educação moçambicana face á modernidade .................... 6

Educação colonial missionária.................................................................................... 7

A educação nacionalista.............................................................................................. 7

A educação Liberal ..................................................................................................... 8

Segunda aporia ........................................................................................................... 8

A Missão Suíça e o seu Estatuto da Educação ........................................................... 8

A educação baseada nas Línguas Nativas .................................................................. 10

A Educação para a responsabilidade........................................................................... 10

Educação e sistema Político-Administrativo .............................................................. 11

Conclusão ................................................................................................................... 12

Bibliografia................................................................................................................... 13
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Introdução

Este trabalho debruça-se sobre as aporias da educacao Moçambicana. Elucida o processo de ensino e
aprendizagem, em cada estágio da evolução da sociedade, desafiado fortemente pelas
mudanças tecnológicas e ambientais, quer nas escolas das cidades quer nas das zonas
rurais. Nas primeiras décadas deste século XXI far-se-ão sentir com maior acutilância seis
desafios: i) a globalização; ii) o combate à pobreza e a criação da riqueza nacional versus o
bem-estar social; iii) a paz e estabilidade social; iv) a democracia; v) a criação da
consciência ecológica e vi) a própria escola. Estes desafios obrigam a educação a passar do
modelo de escola monológica para uma escola performativa e a correspondente passagem
do ensino e aprendizagem monológicos ou bancários para um ensino e aprendizagem
performativos, mais dialógicos e abertos ao desenvolvimento das comunidades locais e da
sociedade em geral. Ousaria dizer que se o país quiser uma educação determinante no
desenvolvimento há que optar por uma educação performativa nos seus três níveis.
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1. A aporia da Educação em Moçambique

Os últimos 50 anos do século passado mostraram-nos quão veloz ocorrem as mudanças


tecnológicas que, por sua vez, induzem a mudanças políticas, sociais e até mentais. São
aqui apontados apenas seis desafios considerados nucleares:

i) A globalização

A globalização diz-nos que, ao mesmo tempo que somos singulares como indivíduos e
colectivamente soberanos como Nação, estamos “num mundo marcado por relações de
interdependência” e “Moçambique faz parte desse mundo globalizado” (CCA, 2003, p. 99-
100). Com os seus defeitos e ameaças, a globalização está aí, atinge a toda gente onde quer
que esteja, na cidade ou no campo, mesmo contra a vontade. Por causa das suas ameaças e
dos seus riscos, Giddens refere-se ao “mundo virado do avesso” pela globalização. A arma
forte da globalização são as novas tecnologias de informação e comunicação,
abreviadamente conhecidas por TICs. As TICs erigiram-se como poder que comanda
poderes, condiciona, reorienta as vontades, as consciências e até mesmo os sentimentos.
No seu termo, essa reorientação acaba confundindo as mentes, na medida em que o homem
está habituado a guiar-se por um líder humano (seja ele pai, tio, religioso ou governante
político). Nos movimentos e convulsões sociais que estamos assistindo no mundo, hoje,
incluindo na África, não se consegue identificar líderes físicos (pode-se suspeitar),
descobre-se apenas liderança virtual que não se responsabiliza pelos efeitos. As novelas e o
facebook são, por assim dizer, essas novas lideranças mentais.

i) A própria escola

A questão maior é: em que medida a educação, no seu processo de ensino e aprendizagem,


faz uso das novas tecnologias de informação e comunicação para acelerar o
desenvolvimento do País e tendo em conta as características das zonas rurais. Importa criar
situações de igualdade entre as escolas das cidades e as das zonas rurais, num “equilíbrio
reflexivo” amplo (RAWLS, 2000, p. 51), uma vez que os seus alunos são avaliados pelos
mesmos programas nacionais. Professores das escolas de Malica, em Lichinga, e de
Marracuene, em Maputo, disseram que algumas perguntas dos exames nacionais
pressupõem que todos os alunos têm acesso à internet, quando não. Nesse aspecto as Vilas
do Milénio, que começam a espalhar-se pelo país, poderiam jogar um papel importante nas
zonas rurais, na medida em que facilitariam o acesso dos alunos daquelas escolas ao
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conhecimento pela internet. Elas podem ser, ao mesmo tempo, instrumento presencial e
virtual de aprendizagem. As Vilas do Milénio estão em melhores condições de se
transformar em bancos de conhecimento, com impacto no processo de ensino de
aprendizagem. Facilitariam, desta maneira, tanto ao aluno como ao professor das zonas
rurais.

Tradicionalmente, a escola apareceu sempre como espaço e tempo institucionalizados para


o ensino e aprendizagem do cidadão. A história da educação diz-nos que deve-se a Sólon
(séc. VII. A. C.), mestre e jurista da Grécia Antiga, a distribuição dos conteúdos de ensino
em tempos lectivos, a serem dados num espaço próprio, concebendo a sala de aula. Através
desse conceito de escola mais desenvolvido na época moderna, “[elas] apareceram, como
parte do aparelho administrativo do Estado moderno”. Mais do que garantir o acesso dos
cidadãos ao ensino, o Estado moderno mantinha assim, através do “currículo oculto”, o
“controlo e a disciplina das crianças” (GUIDDENS, 2000a, p. 514). Daí, as grandes
obrigações do Estado para com a escola, garantindo-lhe livros, manuais, carteiras e todo o
material didáctico necessário para que esta desenvolva melhor as capacidades de literacia,
de numeracia e, mais recentemente, de computação.

1.1. As aporias axiológicas da educação moçambicana face á modernidade

Ngoenha começa por nos lembrar que os diferentes grupos moçambicanos sempre tiveram
os seus sistemas de transmissão de valores, veiculados geralmente pelos sistemas de ritos
de iniciação. A educação tradicional corresponde sempre aos valores dos grupos e às
condições socioculturais (cultura material e espiritual), às quais os grupos deveriam dar
resposta. Para além dos valores e das suas garantias meta-sociais, os grupos ensinavam os
jovens a conhecer a cultura material sobre a qual deveriam agir, os relacionamentos
hierárquicos no interior dos grupos, uma ética social, mas também actividades integradoras
como as danças, a música, etc. (Ibid:45). O autor escreveu muito apaixonadamente esta
parte das aporias axiológicas da educação africana face à modernidade, talvez pelo facto de
Ngoenha, para a descrição daquilo que chama de aporias da educação africana no processo
do seu combate contra a modernidade, apoiar-se no não menos eloquente romance de
Cheik Hamidou Kane, que leva o título de Aventura Ambígua.
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1.2. Educação colonial missionária

Nesta parte sobre a educação colonial-missionaria, Ngoenha nos trás uma tese “inovadora”
relativamente a algumas afirmações de especialistas moçambicanos em educação. Neste
período, a educação estava subordinada as instituições religiosas, o ensino dos indígenas
estava totalmente confiado ao pessoal missionário e aos seus auxiliares. Este ensino
deveria, contudo, obedecer à orientação doutrinaria estabelecida pela constituição política,
a sua característica principal é a sua feição nacionalista, (2000:73).
Assim, o ensino em língua portuguesa torna-se obrigatório. Só a religião pode ser ensinada
em línguas indígenas. Este sistema como aponta Ngoenha, favorecia pura e simplesmente
as crianças portuguesas, uma vez que elas recebiam a escolarização na sua língua materna.
As crianças nativas, obrigada a aprender a ler e a escrever numa língua que não era a sua,
estavam numa condição inferior, (Ibid:74). Quanto aos valores, a educação tendia a afastar
as crianças do seu habitat natural e a aproximá- las de valores portugueses.
Enquanto muitos especialistas afirmavam que o governo português teria procurado
implantar um sistema de assimilação, que teria consistido num esforço de europeizar os
povos dominados, nacionalizando-os através da escola, Ngoenha contraria esta posição
escrevendo o seguinte:

“Em nenhum momento Portugal quis fazer de Moçambique e dos Moçambicanos


e pô-los ao serviço dos portugueses. Os portugueses nunca quiseram “assimilar”
os moçambicanos, mais do que assimilação deve-se falar de domesticação e de
subordinação dos moçambicanos aos portugueses”, (2000:76).

Nota se que o sistema educativo, mesmo ao nível inferior, era diversificado e a desfavor
dos nativos não havia nenhuma possibilidade dada aos nativos para se compararem aos
portugueses.

1.3. A educação nacionalista

A partir de 1975, o governo de Moçambique nacionaliza o ensino num momento em que


não tinha meios para garantir o nível de escolarização administrada no país até então. O
governo não tinha recursos humanos nem infrastruturas para assegurar uma educação a
toda a massa de crianças que doravante, tinha acesso à escola. Sobre os valores a ser
transmitidos, Ngoenha afirma que, com a independência, a educação deveria participar da
criação da nação moçambicana. Por isso, o termo ensino nacionalista pode ser tomado em
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dois sentidos; no sentido em que a finalidade da educação era o nacionalismo


moçambicano, a nação moçambicana, o sentido de pertença à nação moçambicana,
(Ibid:78)
É exactamente neste período que começa a luta por uma educação moçambicana, toma-se a
moçambicanidade como um valor a ser enaltecido. Os desafios a que a moçambicanidade
devia fazer frente não tinham nada a ver com o conteúdo educativo veiculado pelos
organigramas do ensino português. Tratava-se, antes de mais, estender a rede escolar a um
número maior de alunos. Segundo tratava-se de veicular uma mensagem de pertença à
nação moçambicana. Terceiro, a educação deveria preparar os moçambicanos para a
tarefas inerentes aos problemas reais e concretos com que o homem de Moçambique seria
confrontado, (Idem:78).
Sobre a tarefa da educação, o autor diz que nos ombros da educação estava a árdua tarefa
de cimentar os pressupostos axiológicos de pertença à nação moçambicana, de combate ao
tribalismo, de enraizar cada homem e mulher na terra moçambicana. A educação tinha
também a missão de dar aos homens e mulheres os instrumentos que permitiriam
responder ao que a liberdade implicava em termos de responsabilidade. A educação tinha
que preparar médicos, engenheiros, técnicos, comerciantes, construtores, professores, etc.,
(Idem).

1.4. A educação Liberal

Com a entrada do Banco Mundial em 1984, no panorama educativo moçambicano, começa


a quarta fase. Trata-se de uma fase centrada na educação dos moçambicanos nos valores da
democracia e do liberalismo, que supõem participação, mas também iniciativa, (Ibid:84).
Nesta fase liberal, com a entrada de uma nova estrutura educativa, procura-se a prospectar
uma educação mais prática, mais realista e, sobretudo, uma educação que se propõe utilizar
o substrato linguístico das populações. Enquanto as línguas autóctones, no processo de
educação, foram combatidas pelo sistema nacionalizador português, a Missão Suíça,
durante este período que teve as escolas sob sua responsabilidade, utilizou a língua tsonga
como substrato de educação, com resultado muito positivos.

2. Segunda aporia
2.1. A Missão Suíça e o seu Estatuto da Educação.

Aqui neste capítulo, a figura de Alexandre Vinet, um apologista da separação entre a Igreja
e o Estado, toma o lugar central na exposição do substrato filosófico da educação
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missionaria suíça. Este capítulo está repleto de uma serie de novas informações de discurso
sobre a História moçambicana, não só sobre Vinet, mas em particular sobre os
fundamentos filosóficos que estiveram por detrás da acção educativa dos missionários
suíços. Interessa me neste capítulo perceber qual foi o impacto do pensamento de Vinet na
actividade educativa da Missão Suíça? É percebendo as influências pedagógicas de Vinet
que nos remete a compressão do Substrato filosófico do Saber missionário.

Ngoenha afirma que Vinet exerceu uma importante actividade pedagógica, sua pedagogia
era Humanista. Sua pedagogia seria a arte de levar os estudantes a aprender por eles
mesmos, a inventarem a ciência, como queria Rousseau, (2000:106). Segundo Vinet
Citado por Ngoenha, celebra a língua como fundamento da cultura, para Vinet a língua é
importante porque permite classificar, definir, nominar. A língua é pensamento, é imagem
de Deus, incarnação de Deus, palavra eterna, (Ibid:107). Para Vinet, a escola deve ser um
lugar de cultura e não de aprendizagem. A escola deve ensinar aos alunos a aprender; a
escola deve pôr em sintonia o espírito e o coração; deve formar o homem para que este
possa restituir tudo o que ele deve a Deus e à sociedade, (Idem).

Entretanto, Vinet estava convencido de que a natureza do idioma determinava a civilização


de um povo. Sobre este assunto Vinet vai mais longe com o seu pensamento ao afirmar que
a língua é sempre o reflexo dos costumes de uma época e de uma dada sociedade. Na
língua, manifesta-se a moralidade da pessoa que fala ou que escreve. Escrever e falar bem
é uma acto de grande valência ética, dai a necessidade de dominar bem a sua língua,
(Ibid:109).
Nota-se que o discurso de Vinet da mais primazia a Língua, ou melhor, a educação tem
esta tarefa de fazer com que o Povo aprenda a sua língua, valorize a sua cultura, pois a
língua é o reflexo dos costumes de uma dada sociedade. Podemos inferir que a partir do
domínio da língua, da valorização da sua cultura, nasce aqui a moçambicanidade como um
valor, criamos assim o sentido de pertença, da nação moçambicana.

Em termos axiológicos, o valor a que a educação se propõe responder é a melhoria das


condições de vida, o que exige uma modernização das infrastuturas. Repensar a educação
Moçambicana, é sistematizar todas experiencias do passado e aproveita-las para a
configuração actual.
Segundo Ngoenha, os conteúdos educacionais em Moçambique têm fortes componentes
universais. A componente da (s) cultura (s) local (ais) moçambicana (s) ou é residual ou
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existem nós de estrangulamento para a sua inclusão, (Ibid:208). Moçambique é um


mosaico de culturas: que papel jogam as culturas na concepção do projecto educativo, nos
curriculas, na formação de professores? Que papel joga a escola no meio em que se
encontra? Questiona o autor. E ele acrescenta, que umas das componentes fundamentais da
cultura são as línguas.

i) A educação baseada nas Línguas Nativas

A educação baseada nas línguas é um debate que já vem tomando vários contornos no sistema
educativo moçambicano. Se olharmos a situação geográfica do próprio Moçambique,
identificamos em cada região, uma cultura específica e uma língua predominante, e a maior
parte das crianças moçambicanas não tem o português como língua materna, é de facto
necessário explorar e alargar a experimentação a outras áreas de Moçambique. Como sustenta
Ngoenha que, se a língua é a janela através da qual se olha para o mundo, as crianças falantes
de duas línguas, teriam culturalmente, para além das vantagens de aprendizagem, uma maior
abertura para o mundo; ao mesmo tempo, um maior respeito, amor e acatamento pelos próprios
valores e pelos valores dos próprios pais, (Ibid:212). O autor afirma ainda, que um dos
problemas maiores de Moçambique de hoje é a separação entre a massa enorme de pessoas que
não tiveram acesso à escolarização das pequenas elites educadas que, muitas vezes, tendem a
olhar para os valores dos pais com desprezo, arrogância e superioridade. A face a isto, damo-
nos a importância da educação baseada na língua, que é em si mesma portadora de valores.

ii) A Educação para a responsabilidade

Era uma pedagogia que, partindo da própria língua, do próprio meio cultural, da própria
história, levava os indivíduos a sentirem-se indivíduos e socialmente responsabilizados. A
educação missionaria, foi aquela que não se limitou a uma formação que é simplesmente
Bildung, mas de uma educação como aquisição de meios para fazer frente às situações
concretas em que se encontram, nas suas vertentes espiritual (Bildung) e material (pratica).

Sobre este pensamento, o autor acrescendo dizendo que, os diferentes grupos culturais
moçambicanos poderiam transmitir, no âmbito escolar, o seu conhecimento das artes; os
makondes, escultura; os chopes, a timpila; os velhos ensinariam a ecologia dos lugares, da
terra, das plantas, dos animais; ensinariam uma ética do grupo, um amor a pertença que
não é essencialmente contraposição a outros grupos, (Idem). Na sua tenra idade, as
crianças têm que ser integradas numa cultura de responsabilidade, de moçambicanidade, de
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participação, de trabalho, de diálogo e de tolerância. As técnicas de aprendizagem como os


mintlawa seriam de grande utilidade para o tipo de educação.

iii) Educação e sistema Político-Administrativo

Tanto a inclusão das culturas, como a formação virada para o emprego local assim como a
construção da moçambicanidade não terão condições favoráveis, se o quadro político-
administrativo da educação e o sistema político, em geral, continuarem a ser nó de
estrangulamento No ramo da educação centralização na concepção de programas de
ensino, de avaliação, de inspecção, de formação de professores, impede muitas vezes as
iniciativas e o desenvolvimento das instituições locais. Para isso, é necessário a
descentralização na administração estatal, e neste processo de descentralização, as
comunidades têm que aprender a ser responsáveis pelas próprias escolas. Elas podem com
poucos meios, construir uma escola, se para isso forem sensibilizadas; podem manter a
escola limpa; podem ainda participar em actividades de interesse comum, (Ibid:215).
Pouco a pouco, as comunidades tem que participar no financiamento dos custos sociais da
educação, cabia ao Ministério de Educação, simplesmente fornecer pessoal qualificado.
Ademais, um dos ensinamentos da educação missionária é o realismo. Isto é, a boa
utilização dos poucos méis que se têm à disposição, um ensino orientado para responder
aos desafios sociais, colocando as escolas nos lugares prioritários. Os nossos projectos de
educação têm que ter a atenção de não criar infrastruturas nos lugares já privilegiados, em
detrimento de zonas com mais necessidades. Por outro lado, uma acumulação de
infrastruturas educativas, na capital do país e nas capitais províncias, aglomera
necessariamente pessoas nas cidades com todas as consequências que isso acarreta, em
termos de aglomeração da população em certas zonas, fuga de cérebros em direcção as
cidades e, sobretudo em direcção à capital, (Ngoenha, 216-217).
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Conclusão

Finda a pesquisa importa concordar que só através de um pensamento e de uma escola


democrática poderemos paulatinamente conquistar a qualidade de educação em
Moçambique. Todavia, esta democracia deverá acompanhar as demandas da sociedade
contemporânea, tendo em conta sobre tudo que esta se encontra em constante reprojeção e
desfasamento. Precisamos igualmente de uma escola moçambicana que prepare o homem
para se inserir ao mundo em constantes mudanças e que ao mesmo tempo seja o autor das
mesmas mudanças para a melhoria crescente da humanidade, respeitando e atendendo a
flexibilidade da sociedade contemporânea. Nessa perspectiva a escola deve ser organizada
com vista a atender a essa flexibilização, estabilizando os currículos, estes, devem ser
concebidos e preparados para formar rumo ao imprevisível, no entanto devem formar o
homem e não o trabalhador especializado.
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Bibliografia

CASTIANO, José e NGUENHA, Severino. A longa duma educação para todos em


Moçambique, editora publifix, Maputo, 2013.

LEMME, Paschoal. Educação supletiva/educação de Adultos. In: Lemme, Paschoal.


Memórias de um educador, volume 5. Brasília: Ministério da Educação, 2004.

SENET, Richard. A corrosão do caráter. Consequências pessoais do trabalho no novo


capitalismo. Rio de janeiro. Record, 2006.

TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio. 5ª ed, Rio de Janeiro: ed. UFRJ, 1957.

TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução á filosofia da educação: a escola progressiva ou


transformação da escola. 6ª ed, Rio de Janeiro: PP & A, 2000.

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