PARAFUSOS

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CAPÍTULO 08 - PROJETO DE PARAFUSOS

8.1 - INTRODUÇÃO
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças,
isto é, as peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar
os parafusos que as mantêm unidas.Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da
cabeça, da haste e do tipo de acionamento.

Figura 1 - parafuso sextavado


O tipo de acionamento está relacionado com o tipo de cabeça do parafuso. Por exemplo,
um parafuso de cabeça sextavada é acionado por chave de boca ou de estria.Em geral, o
parafuso é composto de duas partes: cabeça e corpo.
O corpo do parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, totalmente roscado ou parcialmente
roscado. A cabeça pode apresentar vários formatos; porém, há parafusos sem cabeça.
Há uma enorme variedade de parafusos que podem ser diferenciados pelo formato da
cabeça, do corpo e da ponta. Essa diferença, determinadas pela função dos parafusos, permite
classificá-los em quatro grandes grupos: para - fusos passantes, parafusos não-passantes,
parafusos de pressão, parafusos prisioneiros.

PARAFUSOS PASSANTES
Esses parafusos atravessam, de lado a lado, as peças a serem unidas, passando
livremente nos furos.Dependendo do serviço, esses parafusos, além das porcas, utilizam
arruelas e contra-porcas como acessórios.Os parafusos passantes apresentam-se com cabeça
ou sem cabeça.

250
Figura 2 - Parafusos passantes

PARAFUSOS NÃO-PASSANTES
São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo
roscado, feito numa das peças a ser unida.

Figura 3 - Parafusos não-passantes

PARAFUSOS DE PRESSÃO
Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas
dos parafusos contra a peça a ser fixada.Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça
ou não.

Figura 4 - Parafusos de pressão

251
PARAFUSOS PRISIONEIROS
São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo
recomendados nas situações que exigem montagens e desmontagens freqüentes. Em tais
situações, o uso de outros tipos de parafusos acaba danificando a rosca dos furos.
As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é,
um horário e o outro anti-horário.Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos uma
ferramenta especial.Caso não haja esta ferramenta, improvisa-se um apoio com duas porcas
travadas numa das extremidades do prisioneiro.Após a fixação do prisioneiro pela outra
extremidade, retiram-se as porcas.A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela,
aplicadas à extremidade livre do prisioneiro.
O parafuso prisioneiro permanece no lugar quando as peças são desmontadas.

Figura 5 - Parafusos prisioneiros


Vimos uma classificação de parafusos quanto à função que eles exercem.
Veremos, a seguir, alguns tipos de parafusos. Segue um quadro síntese com
características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivos de
atarraxamento.

252
Tabela 1 - Características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivo de atarraxamento.

253
Tabela2 - Tipos de parafusos

254
ROSCAS
Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica.

Figura 6 - Filetes gerados em uma superfície cilíndrica


As roscas podem ser internas ou externas. As roscas internas encontram-se no interior
das porcas. As roscas externas se localizam no corpo dos parafusos.

Figura 7 - Conjunto porca e parafusos


As roscas permitem a união e desmontagem de peças.

Tipos de Rocas (Perfis) Perfil de Filete Aplicação


Parafusos e porcas de fixação na união de
peças
Ex: Fixação da roda do carro.
Parafusos que transmitem movimento suave
e uniforme.
Ex: Fusos de máquinas

Parafusos de grandes diâmetros sujeitos a


grandes esforços.
Ex: Equipamentos ferroviários.

Parafusos que sofrem grandes esforços e


choques.
Ex: Prensas e morsas.

Parafusos que exercem grandes esforços


num só sentido.
Ex: Macacos de catraca.
Figura 8 - Tipos e roscas e aplicação

255
Permitem, também, movimento de peças. O parafuso que movimenta a mandíbula
móvel da morsa é um exemplo de movimento de peças.Os filetes das roscas apresentam vários
perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação.

NOMENCLATURA DA ROSCA
Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando
apenas os formatos e dimensões.

.
Figura 9 - Nomenclatura e tipo da roscas
P = passo (em mm)
i = ângulo da hélice
d = diâmetro externo
c = crista
d1 = diâmetro interno
D = diâmetro do fundo da porca
d2 = diâmetro do flanco
D1 = diâmetro do furo da porca

256
a = ângulo do filete
h1 = altura do filete da porca
f = fundo do filete
h = altura do filete do parafuso

ROSCAS DE PERFIL TRIANGULAR


As roscas triangulares classificam-se, segundo o seu perfil, em três tipos:
· rosca métrica
· rosca whitworth
· rosca americana
Para nosso estudo, vamos detalhar apenas dois tipos: a métrica e a whitworth. Rosca
métrica ISO normal e rosca métrica ISO fina NBR 9527.

Ângulo do perfil da rosca: a=60º


Diâmetro menor do parafuso (φ
do núcleo): d1=d-1,2268P.
d2=D2=d-0,6498P.
Folga entre a raiz do filete da
porca e a crista do filete da porca
e a crista do filete do parafuso:
F=0,045P.

Figura 10 - Rosca de perfil triangular


Diâmetro maior da porca:
D = d + 2f:
Diâmetro menor da porca (furo):
D1 = d - 1,0825P;
Diâmetro efetivo da porca (Æ médio):
D2 = d2.
Altura do filete do parafuso:
he = 0,61343P.
Raio de arredondamento da raiz do filete do parafuso:
re = 0,14434P.
Raio de arredondamento da raiz do filete da porca:

257
ri = 0,063P.
A rosca métrica fina, num determinado comprimento, possui maior número de filetes do
que a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do parafuso, em
caso de vibração de máquinas. Exemplo: em veículos.

Rosca Whitworth normal - BSW e rosca Whitworth fina – BSF

Figura 11 - Nomenclatura da roscas Whitworth


A fórmula para confecção das roscas Whitworth normal e fina é a mesma. Apenas
variam os números de filetes por polegada. Utilizando as fórmulas anteriores, você obterá os
valores para cada elemento da rosca. Para facilitar a obtenção desses valores, apresentamos a
seguir as tabelas das roscas métricas de perfil triangular normal e fina e Whitworth normal -
BSW e Whitworth fina - BSF.

258
Tabela 3 - Tabela de roscas no sistema inglês

259
Tabela 4 - Tabela de roscas no sistema métrico - série normal

260
Tabela 5 - Tabela de roscas no sistema métrico - série fina

261
Duas tabelas a seguir mostram os valores dos diâmetros nominais dos parafusos, suas
áreas resistentes em função do tipo de rosca grossa ou fina. Na tabela 3.6é apresentado o
sistema métrico e na tabela 3.7 é apresentado o sistema inglês.

Séries rosca grossa Séries rosca fina


Diâmetro Área de Área de
nominal d Área Área
Passo p menor Pitch p menor
resistente At resistente At
diâmetro Ar diâmetro Ar
1,6 0,35 1,27 1,07
2 0,4 2,07 1,79
2,5 0,45 3,39 2,98
3 0,5 5,03 4,47
3,5 0,6 6,78 6
4 0,7 8,78 7,75
5 0,8 14,2 12,7
6 1 20,1 17,9
8 1,25 36,6 32,8 1 39,2 36
10 1,5 58 52,3 1,25 61,2 56,3
12 1,75 84,3 76,3 1,25 92,1 86
14 2 115 104 1,5 125 116
16 2 157 144 1,5 167 157
20 2,5 245 225 1,5 272 259
24 3 353 324 2 384 365
30 3,5 561 519 2 621 596
36 4 817 759 2 915 884
42 4,5 1120 1050 2 1260 1230
48 5 1470 1380 2 1670 1630
56 5,5 2030 1910 2 2300 2250
64 6 2680 2520 2 3030 2980
72 6 3460 3280 1,5 3860 3800
80 6 4340 4140 2 4850 4800
90 6 5590 5360 2 6100 6020
100 6 6990 6740 2 7560 7470
110 2 9180 9080
Tabela 6 - Tabela de parafusos no sistema métrico- rosca grossa e fina

262
Diâmetro
UNC - Séries rosca grossa UNF - Séries rosca fina
Tamanho Número de Área de Área de
maior - Área Roscas em Ária
designação Roscas por menor menor
polegadas polegada N resistente At
polegadas N resistente At diâmetro Ar diâmetro Ar
0 0,06 80 0,0018 0,00151
1 0,073 64 0,00263 0,00218 72 0,00278 0,00237
2 0,086 56 0,0037 0,0031 64 0,00394 0,00339
3 0,099 48 0,00487 0,00406 56 0,00523 0,00451
4 0,112 40 0,00604 0,00496 48 0,00661 0,00566
5 0,125 40 0,00796 0,00672 44 0,0088 0,00716
6 0,138 32 0,00909 0,00745 40 0,01015 0,00874
8 0,164 32 0,014 0,01196 36 0,01474 0,01285
10 0,19 24 0,0175 0,0145 32 0,02 0,0175
12 0,216 24 0,0242 0,0206 28 0,0258 0,0226
¼ 0,25 20 0,0318 0,0269 28 0,0364 0,0326
5
16 0,3125 18 0,0524 0,0454 24 0,058 0,0524
3
8 0,375 16 0,0775 0,0678 24 0,0878 0,0809
7
16 0,4375 14 0,1063 0,0933 20 0,1187 0,109
½ 0,5 13 0,1419 0,1257 20 0,1599 0,1486
9
16 0,5625 12 0,182 0,162 18 0,203 0,189
5
8 0,625 11 0,226 0,202 18 0,256 0,24
¾ 0,75 10 0,334 0,302 16 0,373 0,351
7
8 0,875 9 0,462 0,419 14 0,509 0,48
1 1 8 0,606 0,551 12 0,663 0,625
1. ¼ 1,25 7 0,969 0,89 12 1,073 1,024
1. ½ 1,5 6 1,405 1,294 12 1,581 1,521
Tabela 7 - Tabela de parafusos no sistema inglês - rosca grossa e fina

8.2 - PARAFUSOS DE POTÊNCIA


Um parafuso de força ou potência é utilizado em projetos de máquinas quando necessita
mudar o movimento angular para linear na transmissão de carga.
Na Figura 12, um parafuso de potência com rosca quadrada,possui um diâmetro médio
dm, ,passo p, um ângulo de avanço Ȝ, um ângulo de inclinação de hélice ȥ. É submetido a uma
carga de compressão axial. Deseja-se encontrar uma expressão para o torque necessário para
elevar e abaixar a carga atuante.
A figura 12 mostra à direita a rosca do parafuso estendida em uma volta completa. Seja
F a soma de todas as cargas axiais. Para elevar a carga, a força P atua para a direita, e para
abaixar a carga, a força P atua para a esquerda. A força de atrito é o produto do coeficiente de
fricção ȝ pela a força normal N, e atua no sentido de opor-se ao movimento. O sistema está em
equilíbrio sobre ação de uma destas forças, e portanto para elevar a carga F, tem-se:

263
¦F H = P − Nsenλ − μ N cos λ = 0
(1)
¦F V = F + μ Nsenλ − N cos λ = 0
De maneira análoga para abaixar a carga, teremos:

¦F H = − P − Nsenλ + μ N cos λ = 0
(2)
¦F V = F − μ Nsenλ − N cos λ = 0
Desde que não estamos interessados na força normal N, eliminando-a nos conjuntos de
equações acima e encontramos P. Para elevação da carga temos:
senλ + μ cos λ
P=F
cos λ − μ senλ
e para abaixar a carga teremos:
senλ − μ cos λ
P=F
cos λ + μ senλ

Figura 12 - Parafuso de potência, com detalhe da rosca e cargas atuantes


Finalmente, notando que o torque é o produto da força P pelo do raio médio dm / 2, para
elevação da carga, tem-se:

Fd m § l + πμ d m ·
T= ¨ ¸
2 © π dm − μl ¹
Onde T é necessário para dois objetivos, vencer o atrito e para elevar a caga.
Analogamente, o torque T necessário para abaixar a carga , é:

Fd m § πμ d m − l ·
T= ¨ ¸
2 © π dm + μl ¹

264
Em alguns casos, o torque da equação (2) poderá ser negativo ou zero. Quando se
obtém um torque positivo partir desta equação, o parafuso é definido como auto-frenante.. A
condição para auto-frenamento é:
ʌȝdm > 1
Agora, se divide ambos os lados dessa desigualdade por ʌdm lembrando que tg Ȝ = 1 /
ʌdm, tem-se:
ȝ > tg Ȝ
Esta relação indica que o auto-frenamento é obtido quando o coeficiente de atrito é igual
ou maior que tangente do ângulo de avanço.
Uma expressão para a eficiência é também muito útil na avaliação dos parafusos de
força. Consideram-se ȝ = 0 , tem-se:
Fl
TO =

A eficiência nos parafusos de potência será:
TO Fl
e= =
T 2π T
As equações precedentes foram desenvolvidas para as roscas quadradas onde a carga
atuante nas roscas é paralela ao eixo axial do parafuso. No caso da rosca Acme,perfil triangular
ou outras roscas, a carga atuante é inclinada em relação ao eixo por causa do ângulo da rosca
2Į e o ângulo de avanço Ȝ. Desde que ângulos de avanço são pequenos, a inclinação pode ser
desconsiderada e somente ser considerado nos cálculos, o angulo de rosca. O efeito do ângulo
Į é aumentar a força de atrito por ação da cunha. Com isso, tem-se:

Fd m § l + πμ d m sec α ·
T= ¨ ¸
2 © π d m − μl sec α ¹

Figura 13 – Ângulos de avanço

265
Para parafusos de potência, a rosca Acme, não é tão eficiente como a rosca quadrada,
mas, ainda é usado com mais freqüência devido a facilidade de fabricação e o uso de porca
divisora ajustável.
Usualmente, um terceiro componente de torque precisa ser adicionado nas aplicações
dos parafusos de potência. Quando um parafuso é carregado axialmente, há necessidade de
um colar, empregado entre os membros rotacionais e estacionários para suportar a componente
axial. A Figura mostra um mancal típico onde utiliza-se dc como diâmetro principal e ȝc como o
coeficiente do colar de atrito. O torque necessário será:
F μc d c
Tc =
2

Figura 14 - Mecânica dos parafusos de potência

8.3 - PARAFUSOS DE UNIÃO - COMPRIMENTO DA PARTE ROSCADA


O comprimento da parte roscada, LT de parafusos no sistema inglês (polegadas) é:
­2 D = 1 4 in L < 6 in ou L = 6 in
Lr = ®
¯2 D = 1 2 in L > 6 in
e no sistema internacional é :

­2 D + 6 L ≤ 125 mm ou D ≤ 48 mm
°
Lr = ® 2 D + 12 125<L ≤ 200 mm
°2 D + 25 L > 200 mm
¯
O objetivo de um parafuso é manter duas ou mais partes juntas. O torque de aperto
acarretará tração ou alongamento no parafuso; o carregamento é obtido por torção da porca até

266
que o parafuso tenha sido tracionado próximo ao seu limite elástico. Se a porca não se afrouxar
a tensão do parafuso se manterá como pré-carga ou força de união (aperto).
A cabeça de um parafuso de cabeça hexagonal é suavemente mais fina do que a de um
pino de cabeça hexagonal. O material de uma porca deve ser cuidadosamente selecionado
para encaixar com o parafuso.

8.3.1 - CONSTANTE DE RIGIDEZ DOS PARAFUSOS


Quando uma conexão é projetada para poder ser periodicamente desmontada sem
métodos destrutivos e seja suficientemente forte para resistir a tensões externas, momentos, ou
força de corte então uma junção parafusada simples usando arruelas de aço endurecido é uma
boa solução.
Como visto previamente,a função de um parafuso é fixar duas ou mais partes juntas. Girando a
porca, o parafuso provocará uma força de união (aperto). Esta força de união é chamada de
pré-tensão ou pré-carga no parafuso. Ela existe na junção depois da porca ter sido
devidamente apertada não importando se a carga externa P tenha sido exercida ou não.
É claro, que desde que as peças (membros) são usados para ser unidas, a força de
união que produz uma tração no parafuso induzirá idêntica compressão nas peças.
A constante de rigidez, de um membro elástico, como um parafuso, é a razão entre a
força aplicada pela deformação produzida. A pega de uma conexão é a espessura do material
unido,incluindo as arruelas se houver.
A rigidez do parafuso ou pino consistirá de duas partes, a parte roscada e a parte não
roscada dentro da pega.Portanto a constante de rigidez do parafuso será equivalente à rigidez
de duas partes de maneira semelhante à rigidez de duas molas em série.
1 1 1 k1k2
= + ou k=
k k1 k2 k1 + k2
para duas partes em série:
At E
Kr =
lt
Ad E
Kd =
ld
onde: At = Área resistente do parafuso (Tabelas)
lT = comprimento da parte roscada na pega
Ad = área da parte lisa de parafuso
ld = comprimento da parte não roscada na pega,

267
Substituindo esses valores, tem-se:
Ad At E
K pa =
Ad lt + At l d
Onde kpa é uma estimativa da constante de rigidez efetiva no parafuso da zona da união
(pega).

8.3.2 - RIGIDEZ DAS PEÇAS OU MEMBROS EM COMPRESSÃO


Numa seção anterior, determinou-se a rigidez do parafuso região de pega. Nesta seção,
estudar-se-á a rigidez de uma peça ou membro na região de união. Ambas as constantes
devem ser conhecidos. Poder-se ter mais do que duas peças ou membros na pega de união por
parafuso. Todos eles agem como forças compressivas em série, e portanto a constante de
rigidez das peças km pode ser obtida pela equação abaixo:
1 1 1 1 1 1
= + + + + ... +
K pe K 1 K 2 K 3 K 4 Ki
Utilizando a metade do ângulo vértice Į =30º, o alongamento de um cone com
espessura dx sujeito a uma força de tensão P é:
P
dδ = dx (3)
EA

Figura 15 - Rigidez das peças comprimidas


A área de elemento é:

268
(
A = π ( ro2 + ri 2 ) = 𠪫 x tan α + D ) ( ) º=
2 2
− D »¼
¬ 2 2
§ D + d ·§ D−d ·
= π ¨ x tan α + ¸ ¨ x tan α + ¸
© 2 ¹© 2 ¹
Substituindo na equação a, integrando, o alongamento será:
P t dx
π E ³0 ª
δ=
(D + d ) ºª (D − d ) º
« x tan α + 2 » « x tan α + 2 »¼
¬ ¼¬

δ=
P
ln
( 2t tan α + D − d )( D + d )
π Ed tan α ( 2t tan α + D + d )( D − d )
Com isso, e com α =30º, a rigidez será:
P 0,577πEd
K pe = =
δ (1,15t + D − d )( D + d )
ln
(1,15t + D + d )( D − d )

Figura 16 - Cone para determinação da rigidez das peças a unir


O diâmetro da arruela da face é por volta de 50% maior do que o diâmetro do parafuso
de cabeça sextavada. Para este caso o valor de km (rigidez das peças) será dado pela
equação:
0,577πEd
K pe =
(1,15l + 0,5d )
2 ln 5
(0,577l + 2,5d )

8.3.3 - RESISTÊNCIA DO PARAFUSO


A tensão do parafuso é um fator chave na análise e seleção de conexões parafusadas.
As normas para parafuso oferecem a resistência à tração (Srup) e resistência de prova (Sp) e a

269
resistência à fadiga,em função do diâmetro nominal do parafuso e do tipo. Assim é que existem
as normas SAE, ASTM,,etc.
A carga de prova é a força máxima que um parafuso pode suportar sem se deformar
permanentemente. A resistência de prova é a relação entre a carga de prova e a área de
resistência do parafuso. A resistência de prova corresponde aproximadamente à resistência ao
escoamento.

TENSÕES ATUANTES NO PARAFUSO SUBMETIDO A CARGA EXTERNA ESTÁTICA


Considerando que apenas uma carga P seja aplicada a uma conexão parafusada.
Assumindo também que a força de união, chamada de pré-carga Fi, tenha sido corretamente
aplicada pelo aperto da porca antes da força P ser aplicada. A nomenclatura usada será:
Fi = Pré-carga
P = carga externa
Ppa = porção de P suportada pelo parafuso
Ppe = porção de P suportada pelas peças (membros)
Fpa = Ppa + Fi = carga total resultante no parafuso
Fpe = Ppe + Fi = carga total resultante nas peças (membros)
A carga externa P, ao ser aplicada na conexão aparafusada provoca uma deformação į. Uma
vez que a constante de rigidez das peças,k, é a relação entre a carga pela deflexão ou
deformação,tem-se:
Ppa Ppe
δ= =
K pa K pe
Como P = Ppa + Ppe, tem-se:
K pa
Ppa = Ppe
K pe
Portanto, a carga resultante no parafuso será:
K pa
Fpa = Ppa + Fi = P + Fi Fpe < 0
K pa + K pe
A carga resultante nas peças ou membros será:
K pa
Fpe = Ppa − Fi = P + Fi Fpe < 0
K pa + K pe

270
É claro, que estes resultados são validos somente enquanto a carga de união se
mantém nas peças.

8.3.4 - EXIGÊNCIAS DO TORQUE


Apesar do coeficiente de atrito poder virar muito, pode-se obter uma ótima estimativa do
torque necessário para produzir uma determinada pré-carga combinada, através da equação
seguinte:
ª d § tan λ + μ sec α · º
T =« m¨ ¸ + 0, 625μc » Fi d
¬ 2d © l − μ tan λ sec α ¹ ¼
Define-se o coeficiente de torque K como sendo termo entre parênteses, e então:
d m § tan λ + μ sec α ·
K= ¨ ¸ + 0, 625μ c
2d © l − μ tan λ sec α ¹
A equação pode agora ser escrita:
T = KFid
O coeficiente de atrito depende da rugosidade da superfície, precisão e grau de lubrificação. Em
média, tanto ȝ quando ȝc são aproximadamente 0,15. O valor de K § 0,20 para ȝ = ȝc = 0,15
independente do tamanho do parafuso empregado é independente da rosca ser bem acabada
ou não.

8.3.5 - PRÉ-CARGA DO PARAFUSO - CARREGAMENTO ESTÁTICO


A partir da equação abaixo
K pa P
F pa = + Fi = CP + Fi (4)
K pa + K pe
Onde C é chamado constante de junta e é definida na equação (4) como sendo
K pa
C=
K pa + K pe
Então,
Fpe = (l – C)P – Fi
A tensão de tração no parafuso pode ser encontrada dividindo-se ambos os termos da
equação (a) pela área resistente At. Isto leva a:
CP Fi
σ pa = + (5)
At At

271
Porém o valor limite de ıb é a resistência de prova Sprova. Esta com introdução do fator
da carga n, a equação (b) passará a ser,
CnP Fi
S prova = + (6)
At At
ou
S prova At − Fi
n=
CP

Figura 17 - Vaso de pressão com parafusos de união


Chama-se n, de fator carga ao invés de fator de segurança, já que duas idéias são de
alguma forma relacionadas. Qualquer valor de n > 1 garante que a tensão no parafuso será
menor que a tensão de prova.
Outra maneira de garantir uma junta segura é exigir que o carregamento externo seja
menor que o necessário para causar a separação da junta. Se a separação ocorrer assim
mesmo, então toda o carregamento externo recairá sobre o parafuso. Fazendo Po ser o valor
de carregamento externo que causaria a separação da junta. Na separação, Fpe = 0, então:
(l – C) P0 – Fi = 0 (7)
o fator de segurança contra a separação da junta é
Po
n= (8)
P
Substituindo P0 = nP na equação (8), encontra-se:
Fi
n=
P (1 − C )
como sendo fator de segurança contra separação da junta .

272
No diagrama da tensão x deformação de um parafuso de material de boa qualidade, não
existe um ponto claro de escoamento e o diagrama percorre suavemente até a fratura, que
corresponde ao limite de resistência a tração. Isto mostra que independentemente da pré-carga
aplicada no parafuso, este irá manter a sua capacidade de carregamento. Isto é que mantém o
parafuso firme e determina a resistência da junta. A pré-carga é o “músculo” da junta, e sua
magnitude é determinada pela resistência do parafuso. Se a resistência total do parafuso não é
usada na aplicação da pré-carga, então, o dinheiro estará sendo desperdiçado e a junta ficando
mais fraca.
Parafusos de boa qualidade podem ser pré-carregados no regime plástico para
desenvolver mais resistência. Alguns dos parafusos de torque utilizados para aperto produzem
torções, que aumentam a tensão principal de tração. Entretanto, esta torção é mantida apenas
pela fricção da cabeça do parafuso e da rosca; em tempo de relaxar e diminuir levemente a
tensão do parafuso. Como uma regra, o parafuso rompe durante o aperto ou nunca se rompe.
O alongamento real do parafuso deve sempre ser usado quando possível especialmente
em carregamentos alternados. De fato, se há necessidade de alta confiança na junta, então, a
pré-carga deve ser sempre determinada pelo alongamento do parafuso.
As recomendações da RB&W para pré-carga são de 60 kpsi para parafusos SAE grau 5
para conexões não permanentes, e os parafusos A 325 (equivalentes aos acima) usando em
aplicações de estrutura devem ser apertados até a carga de prova ou acima (85 kpsi para um
diâmetro de no mínimo 1 pol). Bowman recomenda uma pré-carga de 75% da carga de prova,
que é aproximadamente o mesmo da RB&W para parafusos reutilizados.
Em vista destas, é recomendado tanto para carregamento estático com alternado que o
seguinte critério seja utilizado para a pré-carga:

­°0,75 F prova ½°
Fi = ® ¾
°̄0,90 F prova °¿
onde FProva é a carga de prova, obtida da equação
Fprova = AtSprova
Aqui Sprova é a resistência de prova. Para outros materiais, um valor aproximado será
Sprova = 0,85 Se. Porém, deve-se ter muito cuidado ao utilizar um material fraco em conexões
que utilizam as arruelas.

273
8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDO
1. Calcular o coeficiente da junta abaixo. Na figura abaixo sejam: A = 150 mm;B = 200 mm;
C = 300 mm; D = 20 mm e E = 25 mm. O cilindro é feito de ferro fundido com E = 113 GPa
e a tampa de aço com E = 207 GPa. Foram selecionados dez parafusos M12 ISO 8.8 com
pré-carga de aperto de 75% da carga de prova. Para uma pressão constante de 6 MPa,
qual o valor do fator de carga n neste projeto?

Figura 18 – Exercício resolvido


Resolução:
1-Cálculo da carga externa por parafuso:

pA 6 × 10−3 π 1502
P= = = 10, 6 kN
N 10 4
2-Comprimento de pega:
Lpega = D + E = 20 + 25 = 45 mm
3-Comprimento da parte roscada do parafuso:
LT = 2D + 6 L ≤ 125mm
LT = 24 + 6 =30 mm
4-Comprimento do parafuso:
D + E + H = 45 + 10,8 = 55,8 mm
L = 60 mm
5-Comprimento da parte lisa do parafuso:
llisa = L – LT = 60 – 30 = 30 mm
6-Comprimento da parte roscada da pega:
lrp = Lpega – llisa = 45 – 30 = 15 mm
7-Cálculo da área na parte lisa:

274
πd 2 π 12 2
Alisa = = = 113,04 mm2
4 4
8-Obtenção da área resistente:
At = 84,3 mm2
9-Cálculo da rigidez das peças:
Alisa At E
K pa = MN/m
l liso At + Lrp Alisa
Cálculo de k1, t1 = 20 mm, E = 207 GPa.
0,577 Edπ
k1 = = 4470 MN/m
(1,15t1 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t1 + D + d )( D − d )
Cálculo de k2, t2 = 2,5 mm, E = 113 GPa.
0,577 Edπ
k2 = = 59040 MN/m
(1,15t2 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t2 + D + d )( D − d )
Cálculo de k3, t3 = 22,5 mm, E = 113 GPa.
0,577 Edπ
k3 = = 2343 MN/m
(1,15t3 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t3 + D + d )( D − d )
1 1 1 1
= + + = 1498 MN/m
K pe K 1 K 2 K 3
10-Cálculo do coeficiente de junta:
K pa
C= = 0,238
K pa + K pe
11-Resistência de prova:
Sprova = 600 Mpa
12-Cálculo da pré-carga:
Fprova = SprovaAt = 50,58 kN

­ Fi = 0,75F prova conexão reutilizável


°
®
° Fi = 0,90 F prova conexão permanente
¯
Fi = 0,75 Fprova = 37,94 kN
13-Cálculo do fator de carga:

275
S prova At Fi
n= = 5,03
C.P

2. Uma peça foi parafusada a uma estrutura de aço para suportar uma carga de tração
flutuante. Os parafusos são de ½ pol. rosca grossa, SAE grau 5, apertados com a pré-
carga recomendada. A rigidez recomendada é de kb = 4,94 Mlb/pol e km = 15,97 Mlb/pol.
a) Determine a carga repetida que pode ser imposta a esta montagem, usando o
critério de Goodman para um fator de segurança 2,0.
b) Calcule o fator de carga baseado na carga obtida em (a).
1-Área resistente:
At = 0,1419 pol2
2-Resistência de prova:
Sprova = 85 kpsi
3-Limite de resistência a tração:
Srup = 120 kpsi
4-Limite de resistencia a fadiga:
Sf = 18,6 kpsi
5-Pré-carga:
Fi = 0,75Fprova = 0,75 Sprova At = 9,046 kip
6-Coeficiente de junta:
K pa
C= = 0,236
K pa + K pe
7-Tensão alternada:
σ max − σ min CPa
σa = = = 0, 832 Pa kpsi
2 2 At
8-Tensão média:
σ max + σ min Fi
σm = = σa + = 0,832 Pa + 63, 75 kpsi
2 At
9-Resistência alternada:
Fi
S rup −
At
Sa = kpsi
S rup
1+
Sf
10-Cálculo da carga alternada:

276
Sa Sa 7,55
n= Ÿσa = Ÿ 0,832 Pa =
σa n 2
Pa = 4,532 klbf
11-Tensão alternada:
σa = 3,77 kpsi
12-Tensão média:
σm = 67,52 kpsi
13-Fator de carga:
S prova At − Fi
n= = 2,82
C.P

Figura 19 - Exercício resolvido 2 - cálculo do coeficiente de junta C

8.3.7 - CARGA DE FADIGA


Valores médios de fatores de redução da resistência à fadiga, para sessões logo abaixo
da cabeça do parafuso e também para o início da rosca na haste do parafuso. Esses valores já
estão corrigidos e tabelados para a sensibilidade da arruela e acabamentos da superfície.
Projetistas devem perceber que podem aparecer situações onde esses valores devem ser mais
cuidadosamente tratados, já que estes são apenas valores médios. De fato, Peterson observa
que a distribuição das falhas típicas dos parafusos se aproxima de 15% abaixo da cabeça do
parafuso, 20% no final da rosca e 60% na rosca da porca.

277
Na maioria das vezes, o tipo de carregamento de fadiga encontrado na análise da junta
do parafuso é uma carga aplicada externamente, que flutua entre zero e uma força máxima P.
Essa seria uma situação de um cilindro de pressão, onde por exemplo, a pressão existe ou
varia de zero a um valor máximo P. A fim de determinar a tensão alternada e a tensão média
para essa situação, emprega-se a notação: Fmax = Fb e Fmim = Fi. Portanto, a tensão alternada
do parafuso é:
Fpa − Fi K pa P C .P
σa = = =
2 At K pa + K pe 2 At 2 At
Então desde que a tensão média é igual à tensão alternada mais a tensão mínima, tem-
se:
Fi CP Fi
σm =σa + = +
At 2 At At
Sabe-se da importância de ter uma pré-carga alta nas juntas aparafusadas. Isso é
especialmente importante em carregamento submetido à fadiga porque faz o primeiro termo da
equação (24), ser relativamente pequeno quando comparado ao segundo termo, que é a tensão
devido a pré-carga. A observação da equação acima mostra que ela é construída por uma
constante Fi / At no eixo da tensão média (Figura 20). À distância AC representada área de
falha e AB área de segurança; então AC / AB é o fator de segurança de acordo com o critério
de Goodman. Então:
Sa
n=
σa
Observamos que a distância AD é igual à Sa, tem-se:
Fi
Sa = Sm − (10)
At
A linha modificada de Goodman pode ser dada por:

§ S ·
S m = S rup ¨1 − a ¸ (11)
¨ S ¸
© f ¹

278
Sf

Srup

Figura 20 - Diagrama de Goodman para parafusos de união


Resolvendo as equações (10) e (11) simultaneamente, temos:
Fi
S rup −
At (12)
S a=
S rup
1+
S f

8.4 - CISALHAMENTO DE PARAFUSOS E REBITES A CARGA EXCÊNTRICA


A figura abaixo mostra uma junta parafusada submetida a cisalhamento. A figura 21a a
falha por tração nas peças unidas. A tensão de tração é a carga P dividida pela área líquida da
chapa, isto é a área reduzida de uma quantidade igual à área de todos os furos dos parafusos
ou rebites. Para materiais quebradiços e cargas estáticas devem-se incluir os efeitos da
concentração de tensão.

Figura 21 - Tipos de falha por cisalhamento

279
Os efeitos de concentração de tensão não são considerados em projetos estruturais,
porque as cargas são estáticas e os materiais dúcteis. Na figura 21b ilustra uma falha por
quebra do parafuso ou da chapa. O cálculo para essa tensão, chamada de tensão de mancal é
complicado, devido à distribuição de cargas sobre a superfície cilíndrica do parafuso. Os valores
exatos das forças que agem sobre o parafuso são desconhecidos; por isso, costuma-se
considerar que os componentes das forças distribuem-se uniformemente sobre a projeção da
área de contato do parafuso, tendo então a tensão o seguinte valor: carga P dividida pela área
A, onde A é a área projetada igual a t x d, onde t é a espessura da chapa mais fina e d o
diâmetro do parafuso ou rebite. A figura 21c mostra a falha do parafuso por cisalhamento puro,
onde a tensão é a carga P dividida pela área A,sendo neste caso a área A da seção reta do
parafuso.

CARGA EXCÊNTRICA NO PARAFUSO


Um exemplo de carga excêntrica nos parafusos é mostrado na Figura 22. Isso é uma
parte de estrutura de uma máquina (viga A), sujeita à ação de flexão. Nesse caso, a viga é
unida a membros verticais em suas extremidades através dos parafusos. Reconhecer-se-á a
representação esquemática da Figura 22, com uma viga, com ambas as extremidades fixas,
com um momento de reação M e com reações a força cisalhante V em suas extremidades.
Para conveniência os parafusos de uma ponta de viga, foram desenhados em maior
escala na Figura 22c. O ponto O representa o centróide do grupo de todos os parafusos desse
exemplo, todos os parafusos possuem o mesmo diâmetro. A carga total em todos os parafusos
será calculada em três passos. No primeiro passo a força cisalhante é dividida igualmente entre
os parafusos, de maneira que em cada parafuso F1= V / n, onde n é o número total de
parafusos no grupo e F1 é chamada força de cisalhamento primária.
Nota-se que em uma distribuição igual da força direita para os parafusos, assume um
membro absolutamente rígido. O arranjo do parafuso ou o tamanho e forma dos membros,
justificam o uso de outras possibilidades, como a divisão da carga.
A carga do momento ou cisalhamento secundário é a carga adicional em cada parafuso
devido ao momento M. Se rA, rB, rC,... são as distâncias radiais da centróide ao centro de cada
parafuso o momento e carga de momento são mostradas como se segue:
M = F2ArA + F2BrB + F2CrC + ... (13)
Onde F2 é chamada carga de momento ou cisalhamento secundário.

280
Figura 22 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado

Figura 23 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado


A força suportada por cada parafuso depende da distância radial ou centróide; quer
dizer, no parafuso mais distante do centróide se aplica maior carga, e no parafuso mais próximo
menor carga podemos então escreve:
F2 B F2C
F2 A = = (14)
rB rC
Resolvendo as equações (13) e (14) simultaneamente obtemos:
Mrm
F2 A = (15)
r + rB2 + rC2 + ...
2
A

Onde m refere-se a um parafuso particular, onde se deseja determinar a carga.

281
No terceiro passo as forças de cisalhamento primária e secundária são somadas
vetorialmente, para obter a carga resultante em cada parafuso. Desde que todos os parafusos
ou rebites são geralmente de igual tamanho, somente o parafuso com carga máxima deve ser
considerado. Quando a carga máxima for encontrada, a resistência deve ser determinada
usando os métodos já descritos.

8.5 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS


1. Um parafuso de potencia de 30mm de diâmetro e rosca simples, passo de 6 mm possui
um apoio axial de diâmetro médio de 40 mm . Os coeficientes de atrito cinético na rosca
e no apoio são 0,15 e 0,1 respectivamente.
a) Calcule o torque necessário para elevar a carga de 100 kN. [501 Nm]
b) Se o parafuso gira a 1 Hz determine a potência necessária ao parafuso e a
eficiência do parafuso e a eficiência do parafuso e apoio combinados Resposta
[3,15 kW 19%]
c) Se o atrito de apoio é eliminado por um rolamento axial, mostre que o parafuso é
auto-frenante e determine o torque necessário para abaixar a carga . Resposta
[106 Nm]
d) O parafuso é lubrificado completamente de tal forma que o coeficiente de atrito
diminua 50%. Qual o efeito da lubrificação na performance aqui?

2. A tampa de um cilindro pressurizado é fixada por meio de 10 parafusos cuja constante


de rigidez é 1/4 da rigidez total da junta. Cada um dos parafusos é submetido a uma
carga inicial de aperto de 5 kN. Após isto, uma carga externa de 20 kN é aplicada à
tampa pela pressão contida no cilindro. Plotar a variação da carga do parafuso e da
junta em função da carga externa, avaliar a máxima carga atuante em cada parafuso, a
mínima carga total na junta e a carga de separação. Resposta [5,4; 34; 62,5
kN]

Figura 24 – Exercício proposto 2

282
3. Um braçelete de aço é aparafusado a uma peça de aço no teto por meio de dois
parafusos de classe 8.8 e pega de 48 mm de comprimento. Qual o torque de aperto
necessário a ser utilizado e qual a carga correspondente em cada parafuso quando uma
carga externa de 48 kN é aplicada ?Resposta [480 Nm; 125 kN]

Figura 25 – Exercício proposto 3


4. Uma tampa de vaso de pressão é fixada por meio de idênticos parafusos de união. A
pressão atuante do fluido é de 6 MPa. Selecione parafusos de classe 8.8, utilizando um
fator de segurança 3.

Figura 26 – Exercício proposto 4


5. A extremidade de uma biela de aço é fixada por meio de dois parafusos de aço,classe
8.8 M12 x 1,25 (rosca fina). Uma carga reversa de 20 kN é transmitida entre a biela e o
mancal do eixo virabrequim. A parte da biela que envolve cada parafusos,elasticamente
comprimida é suposta como tendo uma área anular de 300 mm2.

Figura 27 – Exercício proposto 4


Determine o fator de segurança para a carga reversa, com
a) Carga inicial zero no parafuso . Resposta [2,0]
b) Carga inicial no parafuso necessária para evitar a separação. Resposta [6,8]
c) Parafusos submetidos a um aperto inicial de 70% da carga de prova. Resposta [3,6]
d) Estime o torque necessário para o aperto para (a). Resposta [91 Nm]

283
6. Os componentes de um atuador hidráulico são de aço - o cilindro possui um diâmetro D
= 100 mm, espessura da parede t = 10 e comprimento L = 300 mm. A espessura dos
braceletes é w = 20 mm, e são conectados juntos com 5 parafusos M12x1,75, grau 5,8,
apertados com 75% da carga de prova. Em operação o cilindro é pressurizado entre 0 e
4 MPa.

Figura 28 – Exercício proposto 6


a) Determine a rigidez dos parafusos e da junta supondo que o cilindro é comprimido
uniformemente e que as extremidades dos braceletes são rígidas. Resposta [ 344,
2240 kN/mm]
b) Calcule as tensões média e alternada nos parafusos. Resposta [ 289, 4.7 MPa]
c) Calcule o limite de resistência a fadiga dos parafusos supondo uma confiabilidade
de 50%. Resposta [ 115 MPa]
d) Quais os fatores de segurança contra falha por fadiga e falha estática? Resposta [
8.3, 9.8]

7. Uma junta parafusada consiste de flanges de aço de largura w = 12 mm com uma junta
de diâmetro interno Di = 150mm, diâmetro externo Do= 250mm e espessura t = 2 mm.
O material da junta tem uma constante de rigidez de 100 MPa/mm com coeficiente de
junta = 1.5 e Sy = 2 MPa. Desprezando a rotação, avalie a conveniência da junta em
resistir pressão fluida flutuando entre 0 e 1 MPa, se seis parafusos de aço M10x1.5
classe 5.8 forem utilizados.

Figura 29 – Exercício proposto 7

284

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