PARAFUSOS
PARAFUSOS
PARAFUSOS
8.1 - INTRODUÇÃO
Parafusos são elementos de fixação, empregados na união não permanente de peças,
isto é, as peças podem ser montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar
os parafusos que as mantêm unidas.Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da
cabeça, da haste e do tipo de acionamento.
PARAFUSOS PASSANTES
Esses parafusos atravessam, de lado a lado, as peças a serem unidas, passando
livremente nos furos.Dependendo do serviço, esses parafusos, além das porcas, utilizam
arruelas e contra-porcas como acessórios.Os parafusos passantes apresentam-se com cabeça
ou sem cabeça.
250
Figura 2 - Parafusos passantes
PARAFUSOS NÃO-PASSANTES
São parafusos que não utilizam porcas. O papel de porca é desempenhado pelo furo
roscado, feito numa das peças a ser unida.
PARAFUSOS DE PRESSÃO
Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida pelas pontas
dos parafusos contra a peça a ser fixada.Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça
ou não.
251
PARAFUSOS PRISIONEIROS
São parafusos sem cabeça com rosca em ambas as extremidades, sendo
recomendados nas situações que exigem montagens e desmontagens freqüentes. Em tais
situações, o uso de outros tipos de parafusos acaba danificando a rosca dos furos.
As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter passos diferentes ou sentidos opostos, isto é,
um horário e o outro anti-horário.Para fixarmos o prisioneiro no furo da máquina, utilizamos uma
ferramenta especial.Caso não haja esta ferramenta, improvisa-se um apoio com duas porcas
travadas numa das extremidades do prisioneiro.Após a fixação do prisioneiro pela outra
extremidade, retiram-se as porcas.A segunda peça é apertada mediante uma porca e arruela,
aplicadas à extremidade livre do prisioneiro.
O parafuso prisioneiro permanece no lugar quando as peças são desmontadas.
252
Tabela 1 - Características da cabeça, do corpo, das pontas e com indicação dos dispositivo de atarraxamento.
253
Tabela2 - Tipos de parafusos
254
ROSCAS
Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica.
255
Permitem, também, movimento de peças. O parafuso que movimenta a mandíbula
móvel da morsa é um exemplo de movimento de peças.Os filetes das roscas apresentam vários
perfis. Esses perfis, sempre uniformes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação.
NOMENCLATURA DA ROSCA
Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos elementos, variando
apenas os formatos e dimensões.
.
Figura 9 - Nomenclatura e tipo da roscas
P = passo (em mm)
i = ângulo da hélice
d = diâmetro externo
c = crista
d1 = diâmetro interno
D = diâmetro do fundo da porca
d2 = diâmetro do flanco
D1 = diâmetro do furo da porca
256
a = ângulo do filete
h1 = altura do filete da porca
f = fundo do filete
h = altura do filete do parafuso
257
ri = 0,063P.
A rosca métrica fina, num determinado comprimento, possui maior número de filetes do
que a rosca normal. Permite melhor fixação da rosca, evitando afrouxamento do parafuso, em
caso de vibração de máquinas. Exemplo: em veículos.
258
Tabela 3 - Tabela de roscas no sistema inglês
259
Tabela 4 - Tabela de roscas no sistema métrico - série normal
260
Tabela 5 - Tabela de roscas no sistema métrico - série fina
261
Duas tabelas a seguir mostram os valores dos diâmetros nominais dos parafusos, suas
áreas resistentes em função do tipo de rosca grossa ou fina. Na tabela 3.6é apresentado o
sistema métrico e na tabela 3.7 é apresentado o sistema inglês.
262
Diâmetro
UNC - Séries rosca grossa UNF - Séries rosca fina
Tamanho Número de Área de Área de
maior - Área Roscas em Ária
designação Roscas por menor menor
polegadas polegada N resistente At
polegadas N resistente At diâmetro Ar diâmetro Ar
0 0,06 80 0,0018 0,00151
1 0,073 64 0,00263 0,00218 72 0,00278 0,00237
2 0,086 56 0,0037 0,0031 64 0,00394 0,00339
3 0,099 48 0,00487 0,00406 56 0,00523 0,00451
4 0,112 40 0,00604 0,00496 48 0,00661 0,00566
5 0,125 40 0,00796 0,00672 44 0,0088 0,00716
6 0,138 32 0,00909 0,00745 40 0,01015 0,00874
8 0,164 32 0,014 0,01196 36 0,01474 0,01285
10 0,19 24 0,0175 0,0145 32 0,02 0,0175
12 0,216 24 0,0242 0,0206 28 0,0258 0,0226
¼ 0,25 20 0,0318 0,0269 28 0,0364 0,0326
5
16 0,3125 18 0,0524 0,0454 24 0,058 0,0524
3
8 0,375 16 0,0775 0,0678 24 0,0878 0,0809
7
16 0,4375 14 0,1063 0,0933 20 0,1187 0,109
½ 0,5 13 0,1419 0,1257 20 0,1599 0,1486
9
16 0,5625 12 0,182 0,162 18 0,203 0,189
5
8 0,625 11 0,226 0,202 18 0,256 0,24
¾ 0,75 10 0,334 0,302 16 0,373 0,351
7
8 0,875 9 0,462 0,419 14 0,509 0,48
1 1 8 0,606 0,551 12 0,663 0,625
1. ¼ 1,25 7 0,969 0,89 12 1,073 1,024
1. ½ 1,5 6 1,405 1,294 12 1,581 1,521
Tabela 7 - Tabela de parafusos no sistema inglês - rosca grossa e fina
263
¦F H = P − Nsenλ − μ N cos λ = 0
(1)
¦F V = F + μ Nsenλ − N cos λ = 0
De maneira análoga para abaixar a carga, teremos:
¦F H = − P − Nsenλ + μ N cos λ = 0
(2)
¦F V = F − μ Nsenλ − N cos λ = 0
Desde que não estamos interessados na força normal N, eliminando-a nos conjuntos de
equações acima e encontramos P. Para elevação da carga temos:
senλ + μ cos λ
P=F
cos λ − μ senλ
e para abaixar a carga teremos:
senλ − μ cos λ
P=F
cos λ + μ senλ
Fd m § l + πμ d m ·
T= ¨ ¸
2 © π dm − μl ¹
Onde T é necessário para dois objetivos, vencer o atrito e para elevar a caga.
Analogamente, o torque T necessário para abaixar a carga , é:
Fd m § πμ d m − l ·
T= ¨ ¸
2 © π dm + μl ¹
264
Em alguns casos, o torque da equação (2) poderá ser negativo ou zero. Quando se
obtém um torque positivo partir desta equação, o parafuso é definido como auto-frenante.. A
condição para auto-frenamento é:
ʌȝdm > 1
Agora, se divide ambos os lados dessa desigualdade por ʌdm lembrando que tg Ȝ = 1 /
ʌdm, tem-se:
ȝ > tg Ȝ
Esta relação indica que o auto-frenamento é obtido quando o coeficiente de atrito é igual
ou maior que tangente do ângulo de avanço.
Uma expressão para a eficiência é também muito útil na avaliação dos parafusos de
força. Consideram-se ȝ = 0 , tem-se:
Fl
TO =
2π
A eficiência nos parafusos de potência será:
TO Fl
e= =
T 2π T
As equações precedentes foram desenvolvidas para as roscas quadradas onde a carga
atuante nas roscas é paralela ao eixo axial do parafuso. No caso da rosca Acme,perfil triangular
ou outras roscas, a carga atuante é inclinada em relação ao eixo por causa do ângulo da rosca
2Į e o ângulo de avanço Ȝ. Desde que ângulos de avanço são pequenos, a inclinação pode ser
desconsiderada e somente ser considerado nos cálculos, o angulo de rosca. O efeito do ângulo
Į é aumentar a força de atrito por ação da cunha. Com isso, tem-se:
Fd m § l + πμ d m sec α ·
T= ¨ ¸
2 © π d m − μl sec α ¹
265
Para parafusos de potência, a rosca Acme, não é tão eficiente como a rosca quadrada,
mas, ainda é usado com mais freqüência devido a facilidade de fabricação e o uso de porca
divisora ajustável.
Usualmente, um terceiro componente de torque precisa ser adicionado nas aplicações
dos parafusos de potência. Quando um parafuso é carregado axialmente, há necessidade de
um colar, empregado entre os membros rotacionais e estacionários para suportar a componente
axial. A Figura mostra um mancal típico onde utiliza-se dc como diâmetro principal e ȝc como o
coeficiente do colar de atrito. O torque necessário será:
F μc d c
Tc =
2
2 D + 6 L ≤ 125 mm ou D ≤ 48 mm
°
Lr = ® 2 D + 12 125<L ≤ 200 mm
°2 D + 25 L > 200 mm
¯
O objetivo de um parafuso é manter duas ou mais partes juntas. O torque de aperto
acarretará tração ou alongamento no parafuso; o carregamento é obtido por torção da porca até
266
que o parafuso tenha sido tracionado próximo ao seu limite elástico. Se a porca não se afrouxar
a tensão do parafuso se manterá como pré-carga ou força de união (aperto).
A cabeça de um parafuso de cabeça hexagonal é suavemente mais fina do que a de um
pino de cabeça hexagonal. O material de uma porca deve ser cuidadosamente selecionado
para encaixar com o parafuso.
267
Substituindo esses valores, tem-se:
Ad At E
K pa =
Ad lt + At l d
Onde kpa é uma estimativa da constante de rigidez efetiva no parafuso da zona da união
(pega).
268
(
A = π ( ro2 + ri 2 ) = 𠪫 x tan α + D ) ( ) º=
2 2
− D »¼
¬ 2 2
§ D + d ·§ D−d ·
= π ¨ x tan α + ¸ ¨ x tan α + ¸
© 2 ¹© 2 ¹
Substituindo na equação a, integrando, o alongamento será:
P t dx
π E ³0 ª
δ=
(D + d ) ºª (D − d ) º
« x tan α + 2 » « x tan α + 2 »¼
¬ ¼¬
δ=
P
ln
( 2t tan α + D − d )( D + d )
π Ed tan α ( 2t tan α + D + d )( D − d )
Com isso, e com α =30º, a rigidez será:
P 0,577πEd
K pe = =
δ (1,15t + D − d )( D + d )
ln
(1,15t + D + d )( D − d )
269
resistência à fadiga,em função do diâmetro nominal do parafuso e do tipo. Assim é que existem
as normas SAE, ASTM,,etc.
A carga de prova é a força máxima que um parafuso pode suportar sem se deformar
permanentemente. A resistência de prova é a relação entre a carga de prova e a área de
resistência do parafuso. A resistência de prova corresponde aproximadamente à resistência ao
escoamento.
270
É claro, que estes resultados são validos somente enquanto a carga de união se
mantém nas peças.
271
Porém o valor limite de ıb é a resistência de prova Sprova. Esta com introdução do fator
da carga n, a equação (b) passará a ser,
CnP Fi
S prova = + (6)
At At
ou
S prova At − Fi
n=
CP
272
No diagrama da tensão x deformação de um parafuso de material de boa qualidade, não
existe um ponto claro de escoamento e o diagrama percorre suavemente até a fratura, que
corresponde ao limite de resistência a tração. Isto mostra que independentemente da pré-carga
aplicada no parafuso, este irá manter a sua capacidade de carregamento. Isto é que mantém o
parafuso firme e determina a resistência da junta. A pré-carga é o “músculo” da junta, e sua
magnitude é determinada pela resistência do parafuso. Se a resistência total do parafuso não é
usada na aplicação da pré-carga, então, o dinheiro estará sendo desperdiçado e a junta ficando
mais fraca.
Parafusos de boa qualidade podem ser pré-carregados no regime plástico para
desenvolver mais resistência. Alguns dos parafusos de torque utilizados para aperto produzem
torções, que aumentam a tensão principal de tração. Entretanto, esta torção é mantida apenas
pela fricção da cabeça do parafuso e da rosca; em tempo de relaxar e diminuir levemente a
tensão do parafuso. Como uma regra, o parafuso rompe durante o aperto ou nunca se rompe.
O alongamento real do parafuso deve sempre ser usado quando possível especialmente
em carregamentos alternados. De fato, se há necessidade de alta confiança na junta, então, a
pré-carga deve ser sempre determinada pelo alongamento do parafuso.
As recomendações da RB&W para pré-carga são de 60 kpsi para parafusos SAE grau 5
para conexões não permanentes, e os parafusos A 325 (equivalentes aos acima) usando em
aplicações de estrutura devem ser apertados até a carga de prova ou acima (85 kpsi para um
diâmetro de no mínimo 1 pol). Bowman recomenda uma pré-carga de 75% da carga de prova,
que é aproximadamente o mesmo da RB&W para parafusos reutilizados.
Em vista destas, é recomendado tanto para carregamento estático com alternado que o
seguinte critério seja utilizado para a pré-carga:
°0,75 F prova ½°
Fi = ® ¾
°̄0,90 F prova °¿
onde FProva é a carga de prova, obtida da equação
Fprova = AtSprova
Aqui Sprova é a resistência de prova. Para outros materiais, um valor aproximado será
Sprova = 0,85 Se. Porém, deve-se ter muito cuidado ao utilizar um material fraco em conexões
que utilizam as arruelas.
273
8.3.6 – EXERCÍCIOS RESOLVIDO
1. Calcular o coeficiente da junta abaixo. Na figura abaixo sejam: A = 150 mm;B = 200 mm;
C = 300 mm; D = 20 mm e E = 25 mm. O cilindro é feito de ferro fundido com E = 113 GPa
e a tampa de aço com E = 207 GPa. Foram selecionados dez parafusos M12 ISO 8.8 com
pré-carga de aperto de 75% da carga de prova. Para uma pressão constante de 6 MPa,
qual o valor do fator de carga n neste projeto?
pA 6 × 10−3 π 1502
P= = = 10, 6 kN
N 10 4
2-Comprimento de pega:
Lpega = D + E = 20 + 25 = 45 mm
3-Comprimento da parte roscada do parafuso:
LT = 2D + 6 L ≤ 125mm
LT = 24 + 6 =30 mm
4-Comprimento do parafuso:
D + E + H = 45 + 10,8 = 55,8 mm
L = 60 mm
5-Comprimento da parte lisa do parafuso:
llisa = L – LT = 60 – 30 = 30 mm
6-Comprimento da parte roscada da pega:
lrp = Lpega – llisa = 45 – 30 = 15 mm
7-Cálculo da área na parte lisa:
274
πd 2 π 12 2
Alisa = = = 113,04 mm2
4 4
8-Obtenção da área resistente:
At = 84,3 mm2
9-Cálculo da rigidez das peças:
Alisa At E
K pa = MN/m
l liso At + Lrp Alisa
Cálculo de k1, t1 = 20 mm, E = 207 GPa.
0,577 Edπ
k1 = = 4470 MN/m
(1,15t1 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t1 + D + d )( D − d )
Cálculo de k2, t2 = 2,5 mm, E = 113 GPa.
0,577 Edπ
k2 = = 59040 MN/m
(1,15t2 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t2 + D + d )( D − d )
Cálculo de k3, t3 = 22,5 mm, E = 113 GPa.
0,577 Edπ
k3 = = 2343 MN/m
(1,15t3 + D − d )( D + d )
ln
(1,15t3 + D + d )( D − d )
1 1 1 1
= + + = 1498 MN/m
K pe K 1 K 2 K 3
10-Cálculo do coeficiente de junta:
K pa
C= = 0,238
K pa + K pe
11-Resistência de prova:
Sprova = 600 Mpa
12-Cálculo da pré-carga:
Fprova = SprovaAt = 50,58 kN
275
S prova At Fi
n= = 5,03
C.P
2. Uma peça foi parafusada a uma estrutura de aço para suportar uma carga de tração
flutuante. Os parafusos são de ½ pol. rosca grossa, SAE grau 5, apertados com a pré-
carga recomendada. A rigidez recomendada é de kb = 4,94 Mlb/pol e km = 15,97 Mlb/pol.
a) Determine a carga repetida que pode ser imposta a esta montagem, usando o
critério de Goodman para um fator de segurança 2,0.
b) Calcule o fator de carga baseado na carga obtida em (a).
1-Área resistente:
At = 0,1419 pol2
2-Resistência de prova:
Sprova = 85 kpsi
3-Limite de resistência a tração:
Srup = 120 kpsi
4-Limite de resistencia a fadiga:
Sf = 18,6 kpsi
5-Pré-carga:
Fi = 0,75Fprova = 0,75 Sprova At = 9,046 kip
6-Coeficiente de junta:
K pa
C= = 0,236
K pa + K pe
7-Tensão alternada:
σ max − σ min CPa
σa = = = 0, 832 Pa kpsi
2 2 At
8-Tensão média:
σ max + σ min Fi
σm = = σa + = 0,832 Pa + 63, 75 kpsi
2 At
9-Resistência alternada:
Fi
S rup −
At
Sa = kpsi
S rup
1+
Sf
10-Cálculo da carga alternada:
276
Sa Sa 7,55
n= σa = 0,832 Pa =
σa n 2
Pa = 4,532 klbf
11-Tensão alternada:
σa = 3,77 kpsi
12-Tensão média:
σm = 67,52 kpsi
13-Fator de carga:
S prova At − Fi
n= = 2,82
C.P
277
Na maioria das vezes, o tipo de carregamento de fadiga encontrado na análise da junta
do parafuso é uma carga aplicada externamente, que flutua entre zero e uma força máxima P.
Essa seria uma situação de um cilindro de pressão, onde por exemplo, a pressão existe ou
varia de zero a um valor máximo P. A fim de determinar a tensão alternada e a tensão média
para essa situação, emprega-se a notação: Fmax = Fb e Fmim = Fi. Portanto, a tensão alternada
do parafuso é:
Fpa − Fi K pa P C .P
σa = = =
2 At K pa + K pe 2 At 2 At
Então desde que a tensão média é igual à tensão alternada mais a tensão mínima, tem-
se:
Fi CP Fi
σm =σa + = +
At 2 At At
Sabe-se da importância de ter uma pré-carga alta nas juntas aparafusadas. Isso é
especialmente importante em carregamento submetido à fadiga porque faz o primeiro termo da
equação (24), ser relativamente pequeno quando comparado ao segundo termo, que é a tensão
devido a pré-carga. A observação da equação acima mostra que ela é construída por uma
constante Fi / At no eixo da tensão média (Figura 20). À distância AC representada área de
falha e AB área de segurança; então AC / AB é o fator de segurança de acordo com o critério
de Goodman. Então:
Sa
n=
σa
Observamos que a distância AD é igual à Sa, tem-se:
Fi
Sa = Sm − (10)
At
A linha modificada de Goodman pode ser dada por:
§ S ·
S m = S rup ¨1 − a ¸ (11)
¨ S ¸
© f ¹
278
Sf
Srup
279
Os efeitos de concentração de tensão não são considerados em projetos estruturais,
porque as cargas são estáticas e os materiais dúcteis. Na figura 21b ilustra uma falha por
quebra do parafuso ou da chapa. O cálculo para essa tensão, chamada de tensão de mancal é
complicado, devido à distribuição de cargas sobre a superfície cilíndrica do parafuso. Os valores
exatos das forças que agem sobre o parafuso são desconhecidos; por isso, costuma-se
considerar que os componentes das forças distribuem-se uniformemente sobre a projeção da
área de contato do parafuso, tendo então a tensão o seguinte valor: carga P dividida pela área
A, onde A é a área projetada igual a t x d, onde t é a espessura da chapa mais fina e d o
diâmetro do parafuso ou rebite. A figura 21c mostra a falha do parafuso por cisalhamento puro,
onde a tensão é a carga P dividida pela área A,sendo neste caso a área A da seção reta do
parafuso.
280
Figura 22 - Parafusos e rebites submetidos a cisalhamento combinado
281
No terceiro passo as forças de cisalhamento primária e secundária são somadas
vetorialmente, para obter a carga resultante em cada parafuso. Desde que todos os parafusos
ou rebites são geralmente de igual tamanho, somente o parafuso com carga máxima deve ser
considerado. Quando a carga máxima for encontrada, a resistência deve ser determinada
usando os métodos já descritos.
282
3. Um braçelete de aço é aparafusado a uma peça de aço no teto por meio de dois
parafusos de classe 8.8 e pega de 48 mm de comprimento. Qual o torque de aperto
necessário a ser utilizado e qual a carga correspondente em cada parafuso quando uma
carga externa de 48 kN é aplicada ?Resposta [480 Nm; 125 kN]
283
6. Os componentes de um atuador hidráulico são de aço - o cilindro possui um diâmetro D
= 100 mm, espessura da parede t = 10 e comprimento L = 300 mm. A espessura dos
braceletes é w = 20 mm, e são conectados juntos com 5 parafusos M12x1,75, grau 5,8,
apertados com 75% da carga de prova. Em operação o cilindro é pressurizado entre 0 e
4 MPa.
7. Uma junta parafusada consiste de flanges de aço de largura w = 12 mm com uma junta
de diâmetro interno Di = 150mm, diâmetro externo Do= 250mm e espessura t = 2 mm.
O material da junta tem uma constante de rigidez de 100 MPa/mm com coeficiente de
junta = 1.5 e Sy = 2 MPa. Desprezando a rotação, avalie a conveniência da junta em
resistir pressão fluida flutuando entre 0 e 1 MPa, se seis parafusos de aço M10x1.5
classe 5.8 forem utilizados.
284