Ergonomia, Higiene e Segurança Do Trabalho PDF
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Ergonomia, Higiene e
SEGURANÇA DO TRABALHO
Prof. Uanderson Rebula de Oliveira
www.uandersonrebula.blogspot.com
[email protected]
Ergonomia, Higiene e
SEGURANÇA DO TRABALHO
Campus Resende
2º Ed. 2009
NOTA DO PROFESSOR
A Segurança e Medicina do Trabalho preocupa-se com todas as ocorrências que interfiram em solução de
continuidade em qualquer processo produtivo, independente se nele tenha resultado lesão corporal, perda
material, perda de tempo ou mesmo esses três fatores conjuntos.
A primazia dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é fato que, infelizmente, vem
sendo experimentado ao longo da história da sociedade moderna. É possível conciliar economia e saúde no
trabalho.
As doenças aparentemente modernas (stress, neuroses e as lesões por esforços repetitivos), já há séculos
vêm sendo diagnosticadas. Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a partir da Revolução
Industrial. As doenças do trabalho aumentam em proporção a evolução e a potencialização dos meios de
produção, com as deploráveis condições de trabalho e da vida das cidades.
Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir de uma boa e saudável
qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-
se, gradativamente, a grande preocupação com as condições do trabalho.
Até os dias atuais diversas ações foram implementadas envolvendo a qualidade de vida do trabalho,
buscando intervir diretamente nas causas e não apenas nos efeitos a que estão expostos os trabalhadores.
Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida no trabalho vêm
ganhando importância no Governo, nas entidades empresariais, nas centrais sindicais e na sociedade como um
todo. Propostas para construir um Brasil moderno e competitivo, com menor número de acidentes e doenças de
trabalho, com progresso social na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços, devem ser apoiadas.
Para isso deve haver a conjunção de esforços de todos os setores da sociedade e a conscientização na aplicação
de programas de saúde e segurança no trabalho. Trabalhador saudável e qualificado representa produtividade no
mercado globalizado.
Elaboramos um quadro resumo das Normas Regulamentadoras, que, inclusive, tais Normas podem ser
acessadas gratuitamente, na íntegra e atualizadas, no próprio site www.mte.gov.br do Ministério do Trabalho e
Emprego.
É sabido que prevenção de acidentes não se faz simplesmente com a aplicação de normas,
porém elas indicam o caminho obrigatório e determinam limites mínimos de ação para que se
alcancem, na plenitude, os recursos existentes na legislação. É necessário que se conheçam seus
caminhos e possibilidades e, com isso, conseguir eliminar, ao máximo, os riscos nos ambientes de
trabalho.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 8
ANEXOS 174
Unidade 1
Introdução à Segurança e
Medicina do Trabalho
É importante que o estudante conheça um pouco da história do prevencionismo para uma melhor
compreensão de como surgiu a Segurança e o Direito do Trabalho, bem como a sua evolução. O ponto de
partida para se falar em prevencionismo será a Revolução Industrial, já que existem poucos relatos sobre
segurança, acidentes e doenças provenientes do trabalho antes desta Revolução, vez que, neste período,
predominava o trabalho escravo e manual (SALIBA, 2004, p 17).
Desde a Idade Média o homem transformava matérias-primas (pedras, barros, peles, lã, trigo,
etc.) em produtos úteis à sua sobrevivência. Trata-se de um antigo método de transformação a que
denominou artesanato. Nesse sistema o artesão trabalhava por conta própria, juntamente com sua
família; possuía os instrumentos (meios de produção) necessários à confecção do produto, dominando,
assim, todas as etapas da transformação da matéria-prima até chegar ao produto final desejado. O produto
era apenas para atender as necessidades do lar, e o pequeno excesso era vendido, a preço elevado, em
regiões onde estas atividades eram desenvolvidas.
“Tomando o sapateiro da Idade Média como exemplo, verificamos que era ele quem preparava
o couro, que lhe pertencia, cortava-o com sua tesoura ou faca e costurava-o com linhas e
agulhas próprias, até ter pronto o sapato (produto final), que ele venderia a algum interessado”.
Finalmente, com o crescimento da economia, a produção de artigos para o mercado passou a ser
feita em série com o uso das máquinas de fiação e tecelagem, dando origem às maquinofaturas
industriais. Entretanto, o custo relativamente elevado das máquinas não mais permitiu ao próprio artífice
(quem cria algo, ou seja, os artesãos) de possuí-las, pelo que burgueses, antevendo as possibilidades
econômicas dos altos níveis de produção, decidiram adquiri-las e empregar pessoas para fazê-las
funcionar; surgiram, assim, as primeiras indústrias de tecidos (têxteis) e, com elas, o Capital e o
Trabalho.
Ao longo dos anos surgiram outras indústrias, como a Química, com intuito de abastecer as
indústrias Têxteis com os produtos necessários para a lavagem do algodão e a tintura dos tecidos; as
Siderúrgicas para produção de aço, as Mineradoras para abastecer as Siderúrgicas com carvões; também
foram inventadas outras máquinas, como as Máquinas a Vapor para auxiliar na produção, as Locomotivas
a Vapor dentre outras. Assim, a Revolução Industrial influenciou o desenvolvimento de diversos países,
inclusive o Brasil, estimulando atividades industriais e modificando o perfil da economia mundial.
É importante salientar que na época da Revolução Industrial não havia a preocupação com a
Segurança do Trabalho, o Direito do Trabalho ou quaisquer outros direitos sociais. Assim, esta revolução
veio alterar o cenário e gerar novos e graves problemas. O incremento da produção em série deixou à
mostra a fragilidade do homem na competição desleal com a máquina, ao lado dos lucros crescentes dos
burgueses e da expansão capitalista (SALIBA, 2008, p.17). Os problemas desta época foram, dentre
outros, basicamente ligados às instalações precárias, à exploração (abuso) da mão-de-obra e às
máquinas produtivas deficientes.
a) Instalações precárias
Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de vida e as famílias com numerosos filhos, garantiam
um suprimento fácil de mão-de-obra, sendo aceitos como trabalhadores, não só homens, mas também
mulheres e crianças, sem quaisquer restrições quanto ao estado de saúde, idade, desenvolvimento físico
etc. Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas arrebanhando crianças que lhes
eram vendidas por pais miseráveis, para posteriormente serem revendidas aos empregadores. A indústria
exigia muito do operário, não existia vínculo empregatício e não havia qualquer tipo de regra de proteção
ao trabalhador. A exploração da mão de obra era exorbitante, os burgueses “reinavam” sobre os
trabalhadores.
O projeto das máquinas que eram utilizadas nos processos produtivos não previa nenhum tipo de
proteção contra acidentes, pois eram muito primitivas. Além disto, não havia nenhuma preocupação dos
projetistas com este assunto. Assim, esta deficiência proporcionou diversos problemas nas indústrias
daquela época, dentre as quais, destacam-se:
Tornaram-se expressivos os danos sofridos pelos trabalhadores devido aos riscos que estavam
expostos ao operar o maquinário. A segurança e saúde da classe operária assumiam posição secundária, já
que o mais importante para os empregadores, naquele momento, era a larga expansão da produção, que,
em contraposição à segurança no ambiente de trabalho, era irrelevante, pois não se convertia em lucro,
segundo eles. Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião pública, e
por esta razão criou-se, no Parlamento Britânico, uma comissão de inquérito que, após longa e exaustiva
luta, conseguiu que em 1802 fosse aprovada a primeira lei de proteção dos trabalhadores: a “Lei de Saúde
e Moral dos Aprendizes”, que estabelecia:
Sem dúvida, esta Lei foi um marco importante na história da humanidade, porém,
resolvia somente parte do problema, e assim foi seguida de leis complementares
surgidas em 1819, em geral pouco eficientes devido à forte oposição dos
empregadores.
No decorrer dos anos a preocupação com Segurança do Trabalho foi evoluindo. Empregadores
começavam a se preocupar com os casos de doenças ocupacionais de seus trabalhadores, fazendo com
que buscassem auxílio médico para diagnosticar e tratar tais problemas de saúde, surgindo, assim, os
serviços médicos industriais. Novas leis de proteção ao trabalhador foram criadas, além das revisões
periódicas das existentes. A Revolução Social expandiu por todo o mundo, onde cada país criava sua
própria regra de proteção ao trabalhador, uns eram mais rigorosos, outros não. Observou-se, então, a
necessidade de se criar regras internacionais de Proteção ao Trabalhador que orientassem todos os países
do mundo a seguirem igualmente um caminho.
Assim, em 1919, em Genebra (Suíça), foi criada a OIT – Organização Internacional do Trabalho,
cujo objetivo era criar Recomendações e Convenções internacionais buscando a solução de problemas
relacionados com o trabalho, tais como:
Segundo Nascimento (2006, p. 84) Convenção é um acordo internacional
- Regulamentação das horas de trabalho; votado pela conferência da OIT, uma vez aprovada, a OIT dá
- Duração máxima da jornada; conhecimento dela aos Estados-membros para fins de ratificação.
- Salário;
- Liberdade sindical;
- Proteção dos trabalhadores contra acidentes do trabalho e enfermidades;
- Etc.
Não há dúvida de que a OIT sempre teve papel relevante na humanização das condições de
trabalho, sendo certo que suas recomendações foram aceitas pela esmagadora maioria dos paises.
No Brasil, desde o início do século XX, diversos projetos buscavam instituir uma
lei específica para regulamentar as regras do trabalho. Esse esforço resultou na
aprovação do Decreto n. 3.724 de 15/01/1919, considerado a primeira lei acidentária
do país (OLIVEIRA, 2007, p. 35). O empregador foi onerado com a responsabilidade
pelo pagamento das indenizações acidentárias.
O Decreto n. 3.724 de 15/01/1919 abriu as portas para criação de novas Leis de Proteção do
Trabalhador. No quadro cronológico abaixo consta, de forma resumida, a evolução das Leis no Brasil:
Este assunto será tratado nesta apostila na Unidade I, título 1.2, subtítulo 1.2.3 “Responsabilidade legal das
empresas e dos trabalhadores”.
Institui os planos de benefícios da Previdência Social, dentre estes benefícios, o auxílio-acidente, o auxílio-
doença, o auxílio-reclusão, o salário-família, o salário-maternidade, a aposentadoria por invalidez, especial,
Lei 8.213, de 24/07/1991 por idade e por tempo de serviço, a pensão por morte, a habilitação e reabilitação profissional. Além disto,
ampliou o conceito de acidente do trabalho que, inclusive, está em vigor até os dias de hoje. Estudaremos este
conceito na unidade 2, título 2.1 “acidente do trabalho”.
Como visto, houve uma evolução que modificou radicalmente a proteção jurídica do trabalhador no
Brasil. O grande desafio da hora presente é dar efetividade aos preceitos instituídos, ou seja, tornar real o
que já é legal. E, nesse ponto, é lamentável constatar que as indenizações por acidente do trabalho tem
sido o argumento mais convincente para motivar o empregador ao cumprimento das normas de
segurança e saúde no local de trabalho.
É neste ponto que o governo deve intervir e estabelecer ações para mudar a situação atual brasileira.
Este assunto será tratado na unidade 2, título 2.1, subtítulo 2.1.5 “Estatísticas de acidentes de trabalho no
Brasil”, onde descreve detalhes de um plano nacional de segurança e saúde do trabalho que objetiva
reduzir o índice de acidentes no país.
A Segurança do Trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais decorrentes dos fatores de riscos operacionais (adaptado de SALIBA, 2004, p. 19).
Prevenir quer dizer ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as providências
para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer.
A prevenção de acidentes é uma atividade perfeitamente ao alcance do homem, visto que uma das
mais evidentes características de superioridade do ser humano sobre os demais seres vivos é a sua
capacidade de raciocínio e a previsão dos fatos e ocorrências que afetam o seu meio ambiente. Nesse
sentido, é muito importante observar que um acidente não é simples obra do acaso e pode trazer
conseqüências indesejáveis.
Sabe-se que os acidentes podem paralisar ou atrasar processos produtivos. Portanto os processos
produtivos (de fabricação, estocagem, manutenção, projetos etc) precisam ser confiáveis. É certo que,
com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam o homem e a produção.
Quando a prática de segurança do trabalho é comum em uma determinada empresa, somada a outras
áreas com uma boa gestão (Engenharia, Administração, RH, etc) ela tende a ter suas operações bem mais
seguras e controladas, o que reduz a possibilidade de interrupção do seu processo produtivo em decorrência
de acidentes.
De certa forma, segurança do trabalho garante que haja uma integridade operacional das empresas.
Na atual conjuntura, falar em investimentos é um tanto incerto, pois o empresariado está com o pé
atrás com qualquer proposta mirabolante de lucro. Não existem mais grandes negociatas, onde a empresa
ganha pela qualidade e não quantidade. Hoje, temos que raciocinar tanto em termos de aumentar
receitas, como reduzir custos. Uma das formas de cortar despesas, que pode ser bastante significativa.
Zelar pela segurança e bem estar dos empregados é obrigação prevista em vários artigos de nossa
legislação trabalhista, cível e até mesmo previdenciária. A cada dia a legislação é mais rigorosa no
sentido da prevenção de acidentes e preservação da saúde ocupacional, compelindo, desde as mais
singulares empresas, a aplicarem recursos em segurança do trabalho.
Logicamente, do ponto de vista empresarial, não podemos esquecer dos benefícios indiretos como
qualidade de vida no ambiente de trabalho, aumento do rendimento e principalmente satisfação da
necessidade básica de segurança.
• Risco empresarial;
• Direito dos trabalhadores;
• Dever das empresas;
• Dever dos trabalhadores.
Interpretando este artigo, assumir os riscos significa que a empresa responde por todos os aspectos
legais envolventes à sua atividade econômica. Isto inclui aspectos Tributários, do Trabalho, da
Segurança do Trabalho, do Consumidor, Comercial, Civil, Penal ou qualquer outro aspecto previsto em
Lei. É o mesmo caso quando compramos um automóvel: ao adquiri-lo, estamos assumindo os riscos
relacionados ao trânsito; isto inclui o cumprimento das Leis, como exemplo dirigir somente com
habilitação, em velocidade compatível com a via, respeitar os pedestres dentre outras regras
estabelecidas, sob pena de respondermos civil e penalmente pelo seu descumprimento, em caso de
acidente.
No que tange a dirigir a prestação pessoal de serviço, na relação de emprego, a subordinação é um,
e o poder de direção é o outro lado da mesma moeda, desse modo, sendo o empregado um trabalhador
subordinado, está sujeito ao poder de direção do empregador. Segundo Nascimento (2006, p. 141) o poder
de direção é definido como a “faculdade atribuída ao empregador de determinar o modo como a
atividade do empregado, em decorrência do contrato de trabalho, deve ser exercida”.
Segundo Oliveira (2004, p. 73) o Direito Civil é o ramo do Direito que estuda e regulamenta as
pessoas (físicas ou jurídicas) e os bens, bem como as relações pessoais e patrimoniais (obrigacionais)
entre particulares. A LICC – Lei de Introdução do Código Civil, em seu art.3°, preconiza:
Assim, se uma empresa deixa de cumprir normas de segurança, por exemplo, não se justifica tal
descumprimento pelo fato de desconhecê-la. Portanto, o empregador deve buscar todos os meios
possíveis para rastrear, conhecer e cumprir a legislação pertinente à sua atividade econômica, cabendo-
lhe adotar medidas que busquem neutralizar o risco assumido pela empresa, sob pena de aplicação das
penalidades cabíveis em caso de inobservância à lei.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Ditas garantias são os instrumentos da certeza da aplicação imediata dos direitos vitais, numa
evidente demonstração de supremacia e primazia desses sobre qualquer obrigação contratual, por razão
muito simples: o direito à vida e à integridade física se sobrepõe ao direito de defesa ou ao direito de
propriedade de que é titular o empresário, porque não resta dúvida de que a vida do trabalhador
prevalece sobre qualquer interesse material ou econômico da empresa.
Na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o legislador trabalhista foi taxativo ao elaborar o art.157,
quanto à responsabilidade das empresas:
Merece destaque a disposição o inciso I que atribuiu às empresas o dever, não só quanto ao cumprimento das
normas, mas também o de obrigar que seus empregados as cumpram.
A ênfase no “fazer cumprir” indica que é o empregador quem deve tomar a iniciativa de criar uma cultura
prevencionista, especialmente porque detém o poder diretivo e disciplinar para com os empregados. Desta
forma, o legislador não se satisfaz pelo simples cumprimento da norma por parte da empresa, devendo, ainda,
exigir que seus empregados as cumpram, utilizando como ferramentas as fiscalizações internas, como as
auditorias de segurança ou quaisquer outras formas que lhe for mais conveniente.
Portanto, a empresa não deve, por exemplo, simplesmente fornecer ao trabalhador um Cinto de
Segurança (equipamento que protege contra queda de alturas) e treiná-lo no uso, mas também
efetivamente inspecionar e obrigar a sua utilização.
A empresa deve instruir os empregados em suas atividades por meio da elaboração de ordens de
serviço, com o objetivo de orientá-los com relação aos cuidados a serem observados para evitar um
acidente.
Ordens de serviço são quaisquer documentos elaborados pelo empregador de forma a explicar
claramente como deve ser feita a atividade com segurança. Assim, por exemplo, se um trabalhador de
uma empresa automobilística monta chassis em sua atividade de rotina, deve-se ter uma ordem de serviço
elaborada de forma que o oriente em como executar esta montagem, observando os riscos da atividade,
bem como as medidas a serem adotadas para se evitar acidente.
) Padrões de procedimento – documento que explica passo a passo como se deve executar as atividades
rotineiras com qualidade, segurança e meio ambiente. Cada empresa elabora o padrão da forma que lhe
for mais conveniente. Padrão é uma ferramenta gerencial criada pela Administração visando orientar os
trabalhadores a executar as atividades com mais qualidade e precisão e que, no decorrer dos anos, foram
inclusas as questões de segurança, visando reduzir parada de produção por motivo de acidentes
envolvendo pessoas e equipamentos. (vide anexo D, pág 184 ).
) Análise de Riscos – Documento que também explica detalhadamente como se deve executar as
atividades com segurança. Geralmente utilizado em atividades não-rotineiras. Criada pela Segurança do
Trabalho. O que diferencia a análise de risco dos padrões é a formatação e o enfoque. O padrão tem um
enfoque na qualidade, segurança e no meio ambiente, enquanto que a análise de risco tem um enfoque
nos riscos das atividades e medidas a serem adotadas para se evitar acidente. (vide anexo F, pág 187 ).
) Reuniões relâmpago ou DDS (diálogo diário de segurança) – são reuniões realizadas diariamente com
uma equipe antes do início das atividades. Encerrada a reunião, preenche-se uma ata com os assuntos que
foram abordados, sendo assinada por todos da equipe. (vide anexo G, pág 188 ).
) Regulamentos da empresa – São quaisquer regulamentos internos que visem orientar os trabalhadores a
não se acidentarem na execução de determinada atividade, como exemplo, uma norma interna de
segurança para soldadores, visando instruí-lo quanto aos cuidados a serem adotados na sua atividade.
Uma empresa que possui muitas normas internas é a Petrobrás, face a complexidade e risco da sua
atividade econômica, somando-se com a escassez de normas legais.
) Documentos gerais – quaisquer documentos de ordem geral que visem instruir o trabalhador na
execução dos serviços. Na verdade, o que caracteriza a ordem de serviço é a relação Documento x Risco
x Segurança. (vide anexo E, pág 186 ).
Na lei 8.213/91 “Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social” também possui, em
seus artigos, assuntos relacionados à segurança do trabalho:
Art. 19 § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador.
Art. 19 § 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da
operação a executar e do produto a manipular.
Cabe ressaltar que a empresa pode ser condenada por não informar ao trabalhador dos riscos em
suas atividades. Segundo a Revista Proteção (edição 40 de Abril/95, p. 43) muitas empresas argumentam
que informaram aos trabalhadores sobre os riscos da atividade que irão executar, mas ignoram que estas
informações precisam ser devidamente comprovadas.
Ainda assim, segundo a Proteção, não basta dizer que informaram, tornando-se obrigatório a
demonstração evidente de que o trabalhador esta informado. Treinamentos, testes escritos, se
alfabetizado, testes orais, se analfabeto. Tudo registrado, estruturando-se as empresas para tal fim. Terão,
então, a partir daí, meios probatórios eficientes para, em juízo, ou fora dele, demonstrar que seus
colaboradores estão devidamente instruídos sobre os riscos e dos meios de segurança realmente eficazes
para se protegerem.
Por fim, a Norma Regulamentadora – NR 1 “Disposições gerais” esclarece o art. 157 da CLT,
detalhando-a:
Vimos que empregador é aquele que dirige a prestação pessoal dos serviços dos seus empregados,
logo ele tem poder de disciplinar. O empregado se põe em posição de subordinação, aceitando a direção
da sua atividade de trabalho pelo empregador (NASCIMENTO, 2006, p. 142). Evidentemente, a lei
também estabelece os deveres dos empregados para com seus empregadores. Ora, a responsabilidade pela
segurança do trabalho não pode ficar somente a cargo do empregador, devendo haver divisão desta
“carga” de responsabilidade.
Comentário: Havendo descumprimento que qualquer item acima, o empregador terá o poder e dever de
retirar o trabalhador do local se estiver exposto a risco de forma negligente (por exemplo, não usar cinto
de proteção contra queda de alturas sem justificativa) e ainda reincidir o contrato de trabalho por justa
causa*. No caso de cometimento de falta grave, cabe ao empregador, em decorrência das obrigações
contratuais assumidas pelo empregado e do poder e responsabilidade do empregador na direção dos
trabalhos, o direito de puni-lo, observando-se os elementos da punição:
______________
*Justa causa é todo ato faltoso do empregado que faz desaparecer a confiança e a boa-fé existentes entre as partes, tornando indesejável o
prosseguimento da relação empregatícia.
) Administrativas:
Art. 19. § 2º da Lei 8.213/91. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a
empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
Item 1.8.1 da NR 1 “Disposições gerais” - Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado
ao cumprimento do disposto no item 1.8 da NR 1.
Art. 483 da CLT O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
No artigo 483 da CLT, alínea “c” cabe uma importante análise: as atividades perigosas são legais.
Entretanto, o que precisa ser feito é um rigoroso controle e as pessoas que nela trabalham devem estar
bem protegidas pelos mais diversos meios. Pelo fato de ser atividade perigosa, de risco acentuado, o
empregador deve ter mais cautela e uma política prevencionista mais aguçada e abrangente que nas
atividades comuns.
Assim, por exemplo, se em uma plataforma de petróleo, onde o risco é acentuado, houver
equipamentos defeituosos e obsoletos, devido a falta de cuidado da empresa com a integridade de suas
instalações, caracterizando risco grave e iminente de explosão, o trabalhador pode, utilizando-se de
seus direitos, negar-se a expor a tal situação e ainda reincidir o contrato de trabalho por justa causa.
Não é pelo fato dos profissionais terem que saber antecipadamente dos riscos que correm que
devem enfrentar todo o qualquer perigo ou risco. O risco que sabem ou que devem saber é o risco
acentuado, até mesmo grave, jamais iminente.
Cabe ressaltar que o empregado não pode se valer desse direito e pretender interromper e abandonar
o local agindo de má fé ou com abuso de direito. Seu ato tem que ser legítimo, tecnicamente correto. A
legitimidade do ato é que lhe assegura o direito de não ser despedido, por exemplo, por justa causa,
tampouco sofrer qualquer tipo de sanção disciplinar por parte do empregador. Um empregado qualificado
profissionalmente terá melhores condições de definir o que seja risco grave e iminente e tomar a decisão
mais acertada possível, estribada na boa fé.
) Civil:
Este assunto será tratado com mais profundidade no capítulo 2.1 “Acidente do Trabalho”,
“Responsabilidade empresarial decorrente de acidente do trabalho”.
) Penal
Este assunto será tratado com mais profundidade no capítulo 2.1 “Acidente do
Trabalho”, “Responsabilidade empresarial decorrente de acidente do trabalho”.
) Consequências gerais:
Percebe-se, no desenrolar dos assuntos discutidos até o presente momento, que a segurança do
trabalho é um assunto extremamente complexo e relacionado totalmente com o Direito. Ressalta-se que,
havendo o descumprimento da Lei, cada caso terá um julgamento em particular, cabendo aos juízes de
direito, auditores fiscais do trabalho ou qualquer autoridade pública competente, após análise dos fatos,
tomarem a decisão correta.
DECISÃO
Eis o que escreveu o assessor do Superior
Tribunal de Justiça, Murilo Pinto, a respeito deste “Estamos diante de algumas das mais sérias violações da
caso: ordem pública, pois afloram de comportamentos que denigrem
Responsabilidade por prevenção de acidentes a pessoa humana, afetam a família, desmoralizam o moderno
de trabalho é do empregador. empresariado consciente de sua responsabilidade social e
O empregador, no papel de fiscal interno do sobrecarregam financeiramente a sociedade. E, no caso do
contrato de trabalho, é o responsável pelo Brasil, a se acreditar nas estatísticas oficiais, humilham o País
cumprimento, pelo funcionário, das exigências internacionalmente, ao nos colocarem no patamar nada honroso
relativas ao uso de equipamentos de segurança no de membro do clube mundial dos campeões de acidentes de
ambiente de trabalho. Para o ministro Herman trabalho”, afirmou o ministro Benjamin.
Benjamin, da Segunda Turma do Superior A obrigação do empregador seria de ordem pública e
Tribunal de Justiça (STJ), a cobrança do natureza complexa, composta pelas obrigações de dar o
empregador deve ser real, com a ciência do equipamento e sua manutenção; orientar quanto ao uso e à
empregado de que eventual omissão de uso dará omissão de uso ou uso incorreto; fiscalizar e controlar
causa a reprimendas, inclusive à demissão por continuamente o uso do equipamento; punir, aplicando na
justa causa. medida cabível, as sanções apropriadas; comunicar à
A falta efetiva de uso de Equipamento de autoridade competente eventuais irregularidades. Na falta de
Proteção Individual, entendeu a Turma, mesmo qualquer desses atos, o empregador torna-se infrator.
que formalmente requerida pela empresa, dá causa A penalidade prevista na CLT (Consolidação das Leis do
à aplicação de multa administrativa. “Deve-se Trabalho) ao empregado que não “observar as normas de
aqui fazer a distinção entre cumprimento Segurança e Medicina do Trabalho” não isenta o empregador
cosmético e cumprimento autêntico das normas de sua responsabilidade, já que a conduta da vítima ou co-
de Segurança do Trabalho”, afirmou o relator. obrigado não deve excluir ou diminuir a reprovabilidade social
Dados da Organização Internacional do da ação ou omissão do infrator. “Tais determinações legais ou
Trabalho (OIT) relativos a 2005 indicam que administrativas devem ser exigidas com igual, ou maior rigor,
quase 15 mil trabalhadores brasileiros morrem do que a pontualidade no serviço, a produtividade, e outros
anualmente por causas relacionadas a acidentes de deveres tradicionalmente associados à relação trabalhista”,
trabalho. O índice coloca o País como quarto no afirmou o ministro.
mundo e primeiro na América Latina nesse tipo
de incidente.
José Luiz Dias Campos - Especialista em Direito Acidentário
do Trabalho/Consultor da Revista Proteção e do escritório Dias
Campos Assessoria Jurídica S/C [email protected]
ENTENDIMENTO
Conforme o entendimento do relator, as normas de Medicina e Segurança no Trabalho estão inseridas entre os
direitos sociais de todos os trabalhadores brasileiros:
“Trata-se, evidentemente, de importante proteção do Estado Social, que
se propõe a atacar uma das mais desumanas aberrações da Revolução
Industrial, ou seja, o dano à integridade físico-psíquica do trabalhador
a pretexto do exercício da relação de trabalho”.
“Não quis, certamente, o legislador constitucional que esta tutela ficasse apenas no campo retórico, atribuindo,
pela porta da frente, deveres de segurança aos empregadores e, ao mesmo tempo, pela saída dos fundos, abrindo-
lhes a possibilidade de deles se livrarem, bastando que os cumprissem perfunctoriamente” completou o ministro.
O ministro Herman Benjamin também ressaltou os distúrbios causados por esse tipo de acidente ao bem-estar dos
trabalhadores e as conseqüências desses fatos para o Estado e para os contribuintes. Segundo o relator, além dos
impactos na esfera privada e individual, os acidentes de trabalho deixam “uma crescente dívida social, com
impactos financeiros diretos e de monta” em razão dos pagamentos dos tratamentos de saúde das vítimas. Além
disso, os acidentes “atingem frontalmente a dignidade da pessoa humana, que é atributo do cidadão, em todas as
suas condições, inclusive como trabalhador”, completou o ministro.
A causa da multa foi a constatação, pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT) em Santa Catarina, de que um
funcionário da forjaria da Mecril Metalúrgica Criciúma, que trabalhava próximo a forno com intenso calor
radiante, não utilizava os equipamentos devidos de proteção aos olhos”.
Mais não precisaria ser dito.
A norma legal é imperativa. Cumprir e fazer cumprir diz a lei. Sempre temos afirmado nos nossos cursos e
palestras que há culpa por ausência de vigilância, por ausência de fiscalização quando a empresa descumpre o
dispositivo legal em comento. Dissemos também que tal negligência é “contra a lei” posto que ela mesma fornece o
mecanismo legal para impedir que os empregados relapsos, treinados, informados, orientados, tudo por escrito,
sejam exemplarmente impedidos de trabalhar, sem segurança e punidos por sua relapsia, com advertência,
suspensão e até despedida por justa causa. É o que está escrito no parágrafo único do artigo 158 da CLT: “Constitui
ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador e b) ao
uso dos Equipamentos de Proteção Individual fornecidos pela empresa”.
Exemplar a decisão do Superior Tribunal de Justiça que servirá, certamente, de guia nas ações de
responsabilidade civil a serem ajuizadas contra os empregadores que se olvidarem da fiscalização rigorosa,
evitando a ocorrência de acidentes do trabalho previsíveis.
*Matéria extraída e adaptada da Revista Proteção, edição n. 184, de Abril/2007, págs. 115 e 116.
Segundo Juarez Correia Barros Júnior, engenheiro da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), o
descumprimento das normas só foi constatado pelas denúncias dos próprios funcionários.
Jairo justificou a continuação da obra, mesmo interditada, alegando que desconhece a legislação.
De acordo com o proprietário, esta foi a primeira vez em 21 anos que a empresa tem uma obra
embargada por falta de segurança.
* Matéria extraída e adaptada da Revista Proteção, edição n. 89, de Maio/1999, pág. 67.
Resende
A prefeitura de Resende foi autuada ontem pelo auditor fiscal Carlos Eduardo Ferreira Domingues, da
Gerência Regional de Trabalho e Emprego de Volta Redonda, por manter oito trabalhadores em uma obra
de construção de casas populares no Novo Surubi, sem o devido
registro em carteira.
O auditor fiscal disse que a fase de apresentação de documentos já passou. Segundo ele, a prefeitura foi
notificada no dia quatro deste mês para apresentar a documentação, e representantes do governo
municipal de Resende estiveram duas vezes na Gerência de Trabalho e Emprego, sem, no entanto,
levar os documentos solicitados: “Agora o auto de infração vai se transformar em multa. O valor ainda
vai ser calculado”, afirmou ele.
Além da falta de registro dos empregados, o fiscal disse que a obra fiscalizada tinha problemas de saúde
ocupacional e segurança do trabalho. Ele afirmou ter informações de que os oito trabalhadores contratados
por RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) estariam no local fazendo uma complementação dos serviços.
As casas populares do Novo Surubi são resultado de um convênio entre a prefeitura de Resende e a Caixa
Econômica Federal, e a informação recebida pelo auditor fiscal é que a Caixa teria exigido a complementação
de alguns serviços. Segundo o auditor, a prefeitura teria contratado os trabalhadores informais apenas para
fazer essa complementação.
Segundo o auditor fiscal, casos como o da obra do Novo Surubi podem ser resolvidos pelo contratante sem a
necessidade de um contrato tradicional de trabalho: “Para ocasiões em que são necessários serviços de curta
duração, o melhor é fazer um contrato por obra certa. Nesse tipo de contrato, não incide o aviso prévio, já que
o trabalhador é contratado para fazer uma determinada tarefa. Mas ficam garantidos os direitos tradicionais,
como FGTS, recolhimento de contribuição ao INSS, férias e décimo-terceiro proporcionais à duração do
contrato”, afirmou Carlos Eduardo.
http://diariodovale.uol.com.br/arquivo/5180/economia/economia-74486.htm
Unidade 2
Desta forma, acidente, em sentido amplo, é qualquer acontecimento que resulte em algum tipo de
dano.
Desta forma, somando-se o conceito de acidente mencionado por Duarte, com o conceito de
acidente do trabalho preconizado pela NBR14280, podemos concluir que:
Um acidente do trabalho pode ser medido, em sua intensidade, através da quantificação de danos e
perdas. O elemento selecionado para referenciar a intensidade do acidente varia, de acordo com o
objetivo estabelecido para a investigação. Pode ser utilizada, basicamente, como referência, qualquer dos
itens apresentados abaixo; da mesma forma, combinações entre eles:
) Número de vítimas
) Número de vítimas por gravidade da lesão, desde acidente fatal até um simples
atendimento ambulatorial.
) Área do meio ambiente atingida.
) Danos ao patrimônio da empresa.
) Prejuízo em função da paralisação da produção
) Danos ao patrimônio de terceiros.
) Danos aos bens públicos.
ACIDENTE CATASTRÓFICO
Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros,
aos bens públicos, ao meio ambiente e às pessoas.
______________________________________________________________
Vide o artigo “Bhopal: O desastre continua (1984-2002)”
http://www.greenpeace.org.br/toxicos/pdf/bhopal_desastrecont.pdf
ACIDENTE CATASTRÓFICO
Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros,
aos bens públicos, ao meio ambiente e às pessoas.
O DESATRE DA PEPCON
Discovery channel
http://www.discoverybrasil.com/sinais_desastre/episodios_dos/index.shtml
ACIDENTE CATASTRÓFICO
Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros,
aos bens públicos, ao meio ambiente e às pessoas.
O DESATRE DE CHERNOBYL
O desastre de Chernobyl gerou uma luta contra o tempo que milhares de soviéticos
jamais poderão esquecer. Durante os oito meses que se seguiram à explosão nuclear,
800.000 jovens soldados, mineiros, bombeiros e civis de todas as regiões da antiga União
Soviética trabalharam sem descanso na tentativa de diminuir os efeitos da radioatividade
e com isso tentar salvar o mundo de outra provável tragédia.
O pior acidente nuclear da História produziu uma chuva radioativa que pôde ser
detectada desde a antiga União Soviética, passando pela Europa Oriental, Escandinávia,
Inglaterra e atingindo até a costa leste dos Estados Unidos.
Texto extraído do DVD Discovery Channel “O desastre de Chernobyl”, © 2006 Discovery Communications.
________________________________________________________________________
Vide o artigo “A catástrofe de Chernobyl vinte anos depois”
http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n59/a18v2159.pdf
ACIDENTE CATASTRÓFICO
Causando danos ao patrimônio da empresa, ao patrimônio de terceiros,
aos bens públicos, ao meio ambiente e às pessoas.
É nos anos 80 que Cubatão sofre com diversos problemas. Um dos maiores foi a
tragédia da Vila Socó. Uma favela destruída pelo incêndio provocado pela
explosão de dutos da Petrobrás em 1984.
“No final de fevereiro daquele ano, 700 mil litros de gasolina encontraram uma
válvula fechada, em um dos cinco dutos da Petrobrás, que passava sob a Vila
Socó. A pressão excessiva forçou os canos corroídos pelo combustível e provocou
o estouro. Em seguida, gerou um
imenso incêndio que literalmente
devorou centenas de barracos.
Avaliações não-oficiais apontavam entre
600 e 900 mortos, principalmente, com
base no número de alunos que deixou
depois de comparecer às escolas. O
número oficial de mortos era de apenas
93”, relata Dalton Leal.
Oficialmente só se contabilizou os
corpos encontrados. Após a tragédia, a
favela foi extinta. No lugar, surgiu um bairro urbanizado. Foram construídas 1.253
casas de alvenaria. As ruas, asfaltadas. Também se construiu escola e posto de saúde.
Artigo extraído da Revista Proteção, edição 191, de Novembro de 2007, págs. 54 e 55.
“Um engenheiro aposentado da CSN, que já chefiou o alto-forno, avaliou que pode ter
havido uma falha de comando e a válvula “blider”,
instalada no topo do forno, que abre dando escape aos
gases acumulados no interior da câmara, não teria
funcionado. A pressão teria rompido a válvula,
destruindo a parte superior do alto-forno”. Uma reunião
foi iniciada ontem, por volta das 21 horas, com técnicos da
CSN para avaliar quanto tempo o alto-forno terá que ficar
parado.
O acidente com o Alto-Forno 3, que manteve o equipamento parado entre do dia 22 de Janeiro até
o dia 23 de Junho do ano passado, causou uma redução na rentabilidade da CSN durante o ano
passado, mas não chegou a provocar um resultado negativo. A CSN conseguiu fechar o ano passado
com um lucro líquido de R$ 1,168 bilhão, mais de 40% abaixo
do resultado obtido em 2006, mas o desempenho pode ser
considerado positivo, conforme a própria Companhia afirma no
release de divulgação do resultado.
Importação
A CSN já adquiriu 1 milhão de toneladas de placas de aço, em várias partes do mundo, para não deixar de
atender seus clientes, desde o acidente no AF-3, em janeiro. As compras foram feitas na Rússia, Ucrânia, México,
Venezuela e Argentina, entre outros Países. E também da Usiminas e CST, que estão tentando disponibilizar mais
placas para a CSN enfrentar os próximos meses.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está encontrando dificuldades para renovar suas Apólices de
seguros. As seguradoras estão pedindo prêmios em dobro e uma franquia maior por conta do acidente com o
alto-forno (AF-3) da CSN em janeiro deste ano, cujos prejuízos foram estimados de US$ 550 milhões.
O seguro teria que ser renovado anteontem. A empresa, porém, não conseguiu. Para aceitar uma prorrogação do
prazo para a renovação, as seguradoras estão pedindo taxas bem mais altas. Os prêmios pedidos duplicaram,
passando de US$ 7,8 milhões para US$ 17,5 milhões. Além disso, o valor da franquia, que era de US$ 10
milhões, foi aumentado em mais US$ 25 milhões. Como lembrou um corretor, estes valores são apenas para
negociar a prorrogação do prazo para renovação. Os valores definitivos devem ser conhecidos com o fim das
negociações.
A apólice que a CSN tinha previa valor segurado - ou limite de indenização, como chamado pelos corretores - de
US$ 750 milhões. O Valor apurou que, na renovação, faltariam ainda US$ 100 milhões para serem colocados no
mercado externo.
Além do aumento do prêmio e da franquia, o IRB Brasil RE, único ressegurador autorizado a atuar no País, se
responsabilizou em ficar com parcela expressiva do risco: 29%. O restante está sendo colocado no mercado externo.
A corretora Guy Carpenter é a que está cuidando da operação.
A apólice da CSN é uma das maiores do mercado brasileiro. Por meio de sua assessoria de imprensa, a CSN
informou que não vai comentar a renovação do seguro no momento. O acidente do AF-3 pode provocar também o
aumento do preço pago pelas empresas brasileiras pela cobertura de grandes riscos industriais no exterior, dizem
corretores ouvidos pelos Valor. O IRB anuncia em dezembro as novas condições para o contrato de "property", que
cobre estes riscos. O contrato é um dos maiores em capacidade do mundo, com US$ 300 milhões por risco.
Fonte: http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=321949
Quando nos debruçamos sobre o tema do acidente do trabalho, deparamo-nos com um cenário dos
mais aflitivos. As ocorrências nesse campo geram conseqüências traumáticas que acarretam, muitas
vezes, a invalidez permanente ou até mesmo a morte, com repercussões danosas
para o trabalhador, sua família, a empresa e a sociedade. O acidente mais grave
corta abruptamente a trajetória profissional, transforma sonhos em pesadelos e
lança um véu de sofrimento sobre vitimas inocentes, cujos lamentos ecoarão
distantes dos ouvidos daqueles empresários responsáveis pelo trabalhador.
Art. 19. Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
9 Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um ferimento cortante no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
Sinteticamente, pode-se afirmar que doença profissional é aquela típica de determinada profissão,
peculiar a determinada atividade.
Por exemplo, o empregado de uma mineradora que trabalha exposto ao pó de sílica e contrai a
Silicose, ou um soldador que fica exposto a partículas metálicas em suas atividades e contrai a
“febre dos fumos metálicos”, ou um marteleteiro que contrai surdez por operar diariamente um
martelete, equipamento altamente ruidoso.
Por outro lado, a doença do trabalho não está vinculada necessariamente a esta ou aquela
profissão. Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas
do ambiente de trabalho.
Por exemplo, o caso dos trabalhadores que realizam a esforços repetitivos e adquirem a
LER/DORT, já que podem ser adquiridas ou desencadeadas em qualquer atividade, sem
vinculação direta a determinada profissão. Também incluem-se neste caso a exposição ao
ruído gerados nos ambientes de trabalho, causando perda auditiva nos trabalhadores.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
É o caso do empregado ir a uma loja, por conta própria, já sabendo do seu trabalho,
comprar uma peça para reposição de estoque e se acidentar.
As obras do metrô da cidade de São Paulo nunca tinham vivenciado um acidente de tão grande
proporção. No dia 12 de janeiro de 2007, por volta das 15h, as instalações das obras da Linha 4 –
Amarela, na rua Capri, próximo a Marginal Pinheiros, desabaram. O local era usado como acesso de
funcionários e equipamentos à obra.
Do fosso partiam dois túneis. O que desmoronou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo
informações do governo do Estado. Dessa forma, o buraco passou a ter cerca de 80 metros de
diâmetro. Foi um acidente ampliado que atingiu não só trabalhadores da obra como também a
comunidade.
Entre os mortos, um funcionário do Consórcio responsável pela obra, formado pelas construtoras
Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Era um motorista que chegou
a ouvir um estalo antes do acidente e deixar o local, mas retornou ao caminhão para pegar sua CNH.
Ele foi engolido pela cratera que se abriu assim como um microônibus que passava pelo local e levava
motorista, cobrador e mais dois passageiros. Uma aposentada que caminhava pela rua rumo à estação
de trem Pinheiros também acabou morrendo. Até o fechamento dessa edição, ainda se buscava uma
possível sétima vítima, um office boy de 58 anos que trabalhava nas imediações e estava desaparecido
desde o dia do acidente.
No entanto, eles não foram as únicas vítimas: 55 pessoas tiveram seus imóveis interditados, três já
foram demolidos e outros 10 condenados, 132 pessoas tiveram que deixar suas casas e irem para
hotéis. O acidente também provocou a interdição da Marginal e fez o trânsito da capital paulista ficar
ainda mais complicado.
Diante dos conceitos estudados, podemos dividir os acidentes em dois grandes grupos:
) Acidentes pessoais
) Acidentes impessoais
Acidentes pessoais
O art. 216 da Instrução Normativa do INSS nº 20, de 11 Outubro de 2007, preconiza que os
acidentes do trabalho pessoais dividem-se em 3 grupos: Típico, Doença e Trajeto. Veja abaixo a
transcrição de cada grupo com seus respectivos conceitos:
I – acidente típico (tipo 1) é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa;
III – acidente de trajeto (tipo 3) é aquele que ocorre no percurso do local de residência para o de
trabalho, desse para aquele, ou de um para outro local de trabalho habitual, considerando a
distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto.
O acidente típico inclui todos aqueles previstos nos arts. 19 e 21 da Lei 8.213/91, exceto o previsto
no artigo 21, inciso IV alínea “d”, que, na sua ocorrência, será classificado como acidente de trajeto:
Art. 21, IV, “d” no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
Abaixo, casos que, havendo lesão, podem ser classificados como acidentes típicos.
Os acidentes pessoais devem ser comunicados ao INSS. O acidente pessoal é um “terror” para os
empresários, pois, na sua ocorrência, havendo culpa ou dolo, há obrigação legal de reparar o dano.
Acidentes impessoais
De uma forma global, são aqueles que provocam danos e/ou perda patrimonial. Não há
envolvimento de trabalhadores.
Não há obrigação legal da comunicação dos acidentes impessoais aos órgãos do governo,
entretanto, na sua ocorrência, os próprios trabalhadores costumam comunicá-lo aos Sindicatos e estes, ao
Ministério do Trabalho. Desta forma, empresas que inobservam normas de segurança e os acidentes
impessoais são constantes, tornam-se chamativas de Auditores Fiscais do Trabalho, podendo, constatado
risco grave e iminente em uma fiscalização, interditar o estabelecimento.
Os acidentes impessoais podem acarretar além da interrupção dos processos produtivos, danos ao
patrimônio e até mesmo a extinção da empresa / equipamento, dependendo do caso e da gravidade do
acidente.
Ocorrido o acidente de trabalho, isto é, aquele que envolva trabalhadores, a empresa deverá
comunicá-lo à Previdência Social, através da CAT (Comunicação de Acidentes do Trabalho), até o
primeiro dia útil ao acidente e, quando fatal, de imediato à autoridade policial. No caso da não
comunicação, o INSS poderá aplicar multas. Caso a empresa omitir o acidente, o próprio trabalhador
poderá comunicá-lo.
Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º
(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-
de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência Social.
Segundo Oliveira (2007, p. 59) as empresas, com receio de tantas repercussões onerosas, costumam
sonegar a comunicação, procurando impedir a publicidade do acidente. O legislador, no entanto, com o
objetivo de combater a subnotificação (não notificação), instituiu as regras previstas no art. 22 visando
facilitar a comunicação do acidente e ampliar a sua divulgação entre todos os interessados, para que
possam tomar as medidas que entenderem cabíveis. Assim, no caso de omissão ou resistência do
empregador, a CAT também pode ser emitida pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade
sindical competente o medico que o assistiu ou qualquer autoridade pública.
Com relação ao acidente que cause a morte do trabalhador, é importante a sua comunicação
porque é preciso que a autoridade policial investigue no inquérito próprio se há delito a ser punido na
esfera criminal, daí a importância da colheita imediata de provas no local do acidente.
A Comunicação do Acidente do Trabalho - CAT à Previdência Social deverá ser de acordo com
formulário próprio criado pelo INSS, cujo modelo pode ser obtido pela internet no endereço
http://www.previdenciasocial.gov.br sendo que atualmente a remessa também pode ser feita
eletronicamente.
1 - Emitente
1
1-Empregador 2-Sindicato 3-Médico 4-Segurado ou dependente 5-Autoridade Política
2 - Tipo de CAT 1
1-Início 2-Reabertuta 3-Comunicação de Óbito em:
3- Razão Social/Nome
4 - Tipo de CAT 1 5 - CNAE
1-CGC 2-CEI 3-CPF 4-NIT
KADE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA 45.21-7
Empregador
78.851.995/0001-90
6 - Endereço Rua/Av /nº/Comp Bairro CEP 7 - Município 8 - UF 9 - Telef one
Centro
Av. Pe. João Smedt, 1125 89830000 Abelardo Luz SC 24-3251477
10 - Nome 11 - Nome da Mãe
Servente de Obra 717020 1-Empregado 2-Trab Av uslo 7-Seguro esp. 8-Médico Res. 1-Sim 2-Não 1 -Urbana 2- Rural
30 - Data do Acidente 31 - Hora do Acidente 32 - Após quantas horas de trabalho? 33 - Houv e af astamento? 2 34 - Último dia trabalhado
1 -Sim 2- Não
35 - Local do acidente 36 - CGC 37 - Município do local do acidente 38 - UF 39 - Especif icação do local do acidente
Canteiro de obra 78.851.995/001-91 Cambé PR Serralheria OPQ - 2
40 - Parte(s) do corpo atingida(s) 41 - Agente agressor
Pé- Esquerdo Prego
42 - Descrição da situação geradora do acidente 43 - Houv e registro policial? 2
1 - Sim 2 - Não
56 - Houv e internação? 57 - Duração prov áv el do tratamento 58-Dev erá o acidentado af astar-se do trabalho durante o tratamento?
62 - Observ ações
1 - Sim 2 - Não 1-Típico 2-Doença 3-Trajeto 2 - A comunicação de acidente do trabalho dev erá ser f eita
68 - Matrícula do serv idor até i 1º dia útil após o acidente, sob pena de multa.
3 - A comunicação do acidente de trabalhoreger-se-á pelo
art. 134 do Decreto nº 2.172/97.
As estatísticas de acidentes no Brasil podem ser visualizadas no site da Previdência Social através
do endereço eletrônico www.previdenciasocial.gov.br. O interessante neste site é a existência de um
documento, disponível para download, denominado “Anuário estatístico da previdência social”. Nele
estão contidos todos os dados estatísticos da Previdência Social, inclusive os dados referentes à acidentes
do trabalho, distribuídos por região, idade, tipos, parte do corpo mais atingida dentre outros. É um
importante documento para os estudiosos no assunto.
Setor elétrico - Média anual de acidentes: 2000 nas empresas com 75 óbitos; e 315 óbitos na população*.
FONTE: FUNCOGE – Fundação Comitê de Gestão Empresarial
* Neste caso, de acordo com os conceitos da FUNCOGE, entende-se por população a pessoa
física sem vínculo empregatício ou prestação de serviço com empresa de energia elétrica
(público em geral).
Vejamos alguns dados estatísticos no que tange a segurança do trabalho nos períodos de 1970 a
2005:
33.238.617
35.000.000 Evolução da quantidade de TRABALHADORES 31.407.576
no Brasil - 1970 a 2005 28.683.913
29.544.927
27.189.614
30.000.000 26.228.629
24.491.635
23.661.579 23.830.312
23.198.656 23.667.241
22.163.827 22.272.843
25.000.000
19.476.362 19.673.915
18.686.355
20.000.000 16.638.799
14.945.489
15.000.000 11.537.024
8.148.987
7.284.022
10.000.000
5.000.000
0
1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 2005
FONTE: Revista Proteção
2.000.000 1.796.671
1.743.825 Aprovação das NR’s Involução da quantidade de ACIDENTES
1.750.000 1.551.461
no Brasil - 1970 a 2005
1.504.723 1.464.211
1.500.000
1.220.111 1.207.859
1.178.472
1.250.000
991.581
961.575
1.000.000
693.572
750.000 532.514
414.341 465.700 491.711
388.304 395.455 363.868 393.071 399.077
500.000 340.251
250.000
0
1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 2005
6.000 5.355
quantidade de ÓBITOS
4.824
4.496 4.508
4.578 4.616 no Brasil - 1970 a 2005
5.000 4.342 4.488
2.000
1.000
0
1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2001 2002 2003 2004 2005
De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social de 2006, óbito corresponde a quantidade de
segurados da previdência social que faleceram em função do acidente do trabalho.
Infelizmente, os óbitos no País mantiveram em um mesmo patamar, com poucas oscilações. Neste intervalo
de tempo o total da quantidade de óbitos chegou a 139.046. São, em média, 3.760 por ano. Aplicando a estatística,
este valor representaria 313 mortes por mês e 10 por dia, em média.
NORTE
• Acidentes: 19.117 (4% do total)
• PIB: 5% de participação
NORDESTE
• Acidentes: 49.010 (10% do total)
• PIB: 13,1% de participação
CENTRO-OESTE
• Acidentes: 31.470 (6% do total)
• PIB: 8,9% de participação
SUDESTE
• Acidentes: 279.689 (57% do total)
• PIB: 56,5% de participação
SUL
• Acidentes: 112.425 (23% do total) Espírito Santo - 11.039 acidentes
• PIB: 16,6% de participação Minas Gerais - 52.335 acidentes
Rio de Janeiro - 34.610 acidentes
São Paulo - 181.705 acidentes
comparada com às demais regiões. Entende-se por produto interno bruto (PIB) a soma, em
valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região.
67.456; 14%
30.334; 6%
Típico
Trajeto
Doenças
393.921; 80%
Observa-se em 2005 que os acidentes típicos praticamente compõem o total. Foram 393.921
acidentes típicos, o que corresponde a 80% do montante; 67.456 acidentes de trajeto, o que
corresponde a 14% do montante; e 30.334 casos de doenças ocupacionais, o que corresponde a
6% do montante, totalizando, assim, 491.711 acidentes registrados.
Fonte: Revista
Proteção
90.000
78.213
80.000
66.500
70.000
55.148
60.000
50.000
41.665
40.000
30.000 25.782
18.121
20.000 12.372
10.000 4.071
954 340 64
0
Até 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos 60 a 64 anos 65 a 69 anos acima 70 ignorada
anos
A faixa de idade mais atingida pelos acidentes são os trabalhadores entre 25 e 29 anos, seguidos
pelos trabalhadores entre 20 e 24 anos e em terceiro lugar os situados entre 30 e 34 anos.
TABELA detalhada referente ao gráfico anterior, com complementação dos sexos e tipos
de acidentes:
Fonte: Revista
Proteção
A partir da análise dos dados estatísticos podemos concluir que a política de segurança do trabalho
adotada no País está estagnada. A simples aplicação das Normas de prevenção existentes não estão
sendo suficientes para reduzir o índice de acidentes. A estatística nos mostra que não haverá mudanças
significativas se não forem feitas alterações nessa política.
Através dos dados estatísticos, os Ministérios reconheceram que a segurança do trabalho no País
está deficiente, e que carece de mecanismos que:
Face ao exposto, a PNSST propõe, dentre outras, as seguintes ações a serem desenvolvidas de
modo articulado e cooperativo pelos três Ministérios:
Área Ações
) Estabelecer política tributária que privilegie as empresas com menores índices de
acidentes e doenças do trabalho e que invistam na melhoria das condições de trabalho;
) Criar de linhas de financiamento subsidiado para a melhoria das condições e ambientes
Tributação, de trabalho, incluindo máquinas, equipamentos e processos seguros, em especial para as
financiamentos pequenas e médias empresas;
e licitações. ) Incluir requisitos de Segurança e Saúde do Trabalho - SST para concessão de
financiamentos públicos e privados;
) Incluir requisitos de SST nos processos de licitação dos órgãos públicos;
) Instituir a obrigatoriedade de publicação de balanço de SST para as empresas, a exemplo
do que já ocorre com os dados contábeis;
) Incluir conhecimentos básicos em SST no currículo do ensino fundamental e médio, em
especial nos cursos de formação profissional, assim como cursos para empreendedores;
) Incluir disciplinas em SST no currículo de ensino superior, em especial nas carreiras de
Educação e profissionais de saúde, engenharia e administração;
pesquisa ) Estimular a produção de estudos e pesquisas na área de interesse desta Política;
) Articular instituições de pesquisa e universidades para a execução de estudos e pesquisas
em SST, integrando uma rede de colaboradores para o desenvolvimento técnico - cientifico
na área;
) Desenvolver um amplo programa de capacitação dos profissionais, para o
desenvolvimento das ações em segurança e saúde do trabalhador;
Ambientes ) Eliminar as políticas de monetarização dos riscos.
nocivos ) Outras ações
Sabe-se que os acidentes causam enormes prejuízos, tanto material quanto moral, aos
trabalhadores, ao governo, às empresas e à sociedade.
Os acidentes podem provocar lesões ou doenças ocupacionais das mais variadas gravidades, desde
um pequeno corte até a morte; desde surdez até um câncer, respectivamente, podendo ser:
) Lesão sem perda de tempo - O trabalhador recebe atendimento médico e retorna no mesmo dia às suas
atividades profissionais. Por exemplo, um curativo feito em um pequeno corte.
) Incapacidade temporária – Trabalhador fica afastado do trabalho por um período até que esteja apto
para retornar sua atividade profissional. No caso de lesão, por exemplo, o afastamento do trabalhador devido
fratura na perna decorrente de uma queda de 4 metros de altura. No caso de doença, por exemplo, um soldador
adquirir febre dos fumos metálicos.
) Incapacidade permanente – O trabalhador fica incapacitado de exercer sua atividade profissional. Esta
incapacidade pode ser total ou parcial. A perda de um membro do corpo que incapacite totalmente o
trabalhador, perda das duas visões etc.
Conseqüências ao Governo
A Previdência Social, através da Lei 8.213/91, criou regras para beneficiar os trabalhadores em
diversas situações envolventes das relações do trabalho. Dentre elas, os casos de acidentes do trabalho.
Desse modo, os gastos previdenciários decorrentes do acidente do trabalho são:
b. Auxílio acidente
Se o trabalhador tiver seqüelas, decorrente de acidente de trabalho, que impliquem na redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia, tem direito ao auxílio acidente. (Art. 86 da Lei 8.213/91)
Será devido quando cessar o auxílio doença acidentário, ou seja, quando ele retornar ao trabalho.
Renda mensal de 50% do salário-de-benefício
______________________
¹ As regras para concessão do salário-de-benefício estão previstos entre os art. 28 e 40 da Lei 8.213/91.
Caso o trabalhador não tiver condições de retornar ao trabalho (incapacidade permanente) tem o direito de
aposentar por invalidez enquanto permanecer nesta condição (art. 42 da Lei 8.213/91).
Quando o trabalhador morre, seja natural ou decorrente de acidente do trabalho, a família tem o direito de
receber uma pensão por morte (art. 74 da Lei 8.213/91).
Recebe o marido, a mulher ou companheira (o), filho menor de 21 anos ou inválido de qualquer idade;
pai e mãe; irmão menor de 21 anos ou inválido de qualquer idade.
Renda mensal de 100% do salário-de-benefício (art. 75 da Lei 8.213/91).
e. Reabilitação
A reabilitação profissional deve proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho os
meios para a reeducação e de readaptação profissional para participar do mercado de trabalho e do contexto em
que vive. (art 89 da Lei 8.213/91). Compreende reabilitação profissional:
Ainda assim, havendo acidentes, principalmente aqueles catastróficos que causem danos ao meio
ambiente, incêndios, etc o governo entra com seus recursos para contê-lo. São aqueles casos de navios
que deixam vazar óleo no mar, as explosões em plataformas, como a P-36 etc.
Conseqüências às Empresas
Em relação ao patrimônio:
Obs.: Para as situações acima, vide o caso CSN – “Acidentes com danos ao patrimônio”, pág 32 desta apostila.
) A empresa paga ao INSS 6%, 9% ou 12% para financiar a aposentadoria especial (Art. 57 § 6º da Lei
8.213/91), se este ficar exposto permanentemente a agente nocivo à saúde.
) Pagamento de salário integral ao acidentado que fica até 15 dias afastado do trabalho;
“Lei 8.213/91, Art. 60, § 3o Durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade por
motivo de doença ou acidente, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral”.
) Pagamento de horas extras ao trabalhador substituto (adicional 50% s/ hora normal – art.59 CLT).
Conseqüências à sociedade
Não precisando haver muitos comentários, o caso Bhopal, Chernobyl e Vila Socó são típicos de
conseqüências causadas à sociedade.
) Como vimos os acidentes de trabalho têm um elevado ônus para toda a sociedade, sendo a sua redução
um anseio de todos: governo, empresários e trabalhadores. Além da questão social, com morte e
mutilação de operários, a importância econômica também é crescente.
) Além de causar prejuízos às forças produtivas, os acidentes geram despesas como pagamento de
benefícios previdenciários, recursos que poderiam estar sendo canalizados para outras políticas
sociais, como saúde, educação, moradia, alimentação, etc. Urge, portanto, a necessidade de reduzir o
custo econômico mediante medidas de prevenção de acidentes.
o Das máquinas e equipamentos obsoletos (que caiu em desuso, velhos, etc) e inseguros;
o Falta de manutenção periódica de equipamentos;
o Falta ou deficiência de capacitação de mão de obra (treinamentos, educação, disciplina, etc);
o Falta ou deficiência de procedimentos operacionais de trabalho;
o Inobservância de Normas dentre outros assuntos relativos à segurança do trabalho.
Art. 118 da Lei 8.213/91. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida,
pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente.
ARTIGO
Dados da Previdência Social dão conta de que, somente em 2003 o custo dos
benefícios acidentários foi de 8,2 bilhões de reais. Segundo João Donadon,
diretor do Departamento de Regime Geral da Previdência Social, deste total,
3,4 bilhões referem-se a aposentadorias, pensões por morte, auxílios doença,
acidente, enquanto que 4,8 bilhões correspondem a aposentadorias
especiais.
Mas é bom lembrar que a Previdência atua apenas junto aos trabalhadores
que têm carteira assinada, número hoje estimado em 29 milhões de
trabalhadores, contra os 79 milhões integrados por trabalhadores formais,
Texto extraído da Revista informais, rurais, funcionários públicos e outros grupos. Ou seja, os
Proteção, edição 165, de gastos da Previdência recaem sobre apenas 36% dos trabalhadores, o que
Setembro de 2005. permite dizer que para o resto dos trabalhadores existe um custo invisível
e não contabilizado pelo Brasil.
Estudo desenvolvido em 2001 pelo professor José Pastore, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo (USP), estimava em 20 bilhões de reais os gastos do país em acidentes
do trabalho. Estes gastos compreendem vários fatores. Pastore fala que os custos mais óbvios nesse campo são o
tempo perdido, as despesas com os primeiros socorros, a destruição de equipamentos e materiais, a interrupção
da produção, o re-treinamento de mão-de-obra, a substituição de trabalhadores, o pagamento de horas-extras, a
recuperação dos empregados, os salários pagos aos trabalhadores afastados, as despesas administrativas, os
gastos com Medicina e Engenharia de reparação, entre outros. Já os custos menos óbvios citados pelo professor,
passam a ser o adicional que os trabalhadores exigem para trabalhar em condições perigosas, o pagamento de altos
prêmios de seguros, a maculação da imagem da empresa e as ações por danos morais. “Ao afetar o custo de
produção, os acidentes e doenças do trabalho forçam as empresas a elevar os preços dos bens e serviços que
produzem, o que pode gerar inflação ou sabotar a sua capacidade de competir, o que compromete a sua saúde
econômica, a receita tributária e o desempenho da economia como um todo”, diz Pastore.
Várias são as causas de acidentes do trabalho, tanto pessoais quanto impessoais. Por este motivo,
visando orientar os interessados no tema, principalmente os profissionais atuantes na área de segurança e
medicina do trabalho, a NBR 14280 fixou uma linguagem uniforme para os que analisam as causas de
acidentes.
2.8.2 ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode
causar ou favorecer a ocorrência de acidente.
Vamos exemplificar, esclarecer e sugestionar medidas preventivas adequadas para cada causa.
Estratificando o conceito da NBR 14280, pode-se dizer que é o tipo de comportamento, estado de
saúde ou potencial humano que pode dar causa ao acidente.
Caso real:
“Trabalhador bem treinado também significa economia nos custos da empresa. Por outro lado, a falta de capacitação,
além de prejudicar a integridade física e moral do colaborador, representa fator decisivo para o Judiciário condenar o
empregador descuidado”.
condições de içamento do contêiner. A empresa foi condenada a pagar 1,3 milhão de reais em indenização por danos morais.
Sobre o valor incidem pensão vitalícia, custo com tratamento fisioterápico e despesas com pessoal para prestar assistência, além
de juros e correção monetária. O acidente de trabalho chama a atenção para a importância que o treinamento exerce dentro de
uma organização por sua contribuição para a melhoria contínua e desenvolvimento profissional. É um item de responsabilidade
social empresarial, uma vez que a empresa não só prepara o trabalhador para si, mas para torná-lo mais competitivo no
mercado de trabalho. Num processo em que ele tenha se acidentado, a falta de comprovação do treinamento em SST pode
representar fator decisivo para o Judiciário condenar o empregador displicente ou descuidado de suas obrigações, alerta o juiz
de Belo Horizonte, Sebastião Oliveira. “Como ninguém oferece um veículo para um condutor inabilitado, também o empresário
não pode atribuir ao empregado uma tarefa para a qual ele não foi preparado adequadamente”.
Caso extraído da Revista Proteção, edição 176, de Agosto de 2006, pág. 33.
Ato inseguro
O ato o inseguro é cometido quando o trabalhador, mesmo treinado e sabendo discernir o certo
do errado, viola regra de segurança por vontade própria, dando causa ao acidente.
Também conhecida como condição insegura. Esta condição não se trata de pessoas. Trata do
risco relativo ao ambiente de trabalho que oferece condições de insegurança ao trabalhador.
Do ponto de vista do professor, resumidamente, os acidentes são causados por um (ou por uma
combinação) dos seguintes fatores:
a. Existência de Procedimentos Operacionais deficientes - não esclarecem aos trabalhadores como devem
ser executadas as atividades, passo a passo; há omissão de riscos; resumidamente, os procedimentos não
conduzem a bons resultados.
d. Fatores relacionados ao ambiente de trabalho, tais como: Manutenção precária, arrumação, ou falha nos
sistemas e equipamentos.
PARA REFLETIR
Segundo Darcy (2002, p. 02) considerar o fato de que todo acidente tem inegáveis aspectos
aleatórios parece suficiente para dar resposta afirmativa à questão. No entanto, se realizarmos um
estudo sistemático de um grande número dessas ocorrências nos revelará que a maior parte delas é
causada por falhas humanas e de equipamentos, falhas essas que deveriam ser controladas por
diretrizes gerenciais, procedimentos e programas de manutenção. Vistos sob este aspecto, os
acidentes afiguram-se evitáveis.
Uma análise mais profunda, entretanto, evidenciará um maior conjunto de causas, apontando,
assim, os meios para que o acontecimento analisado tome-se evitável. Esta é a chave para impedir
a repetição do sinistro e a ocorrência de eventos que tenham o mesmo conjunto de causas
potenciais.
De fato, a maioria dos acidentes que podem ser considerados inevitáveis está relacionada a
fenômenos naturais catastróficos. No tocante às atividades industriais, boa parte dos acidentes
pode ser evitada.
As investigações sobre as causas do desabamento da estação Pinheiros do Metrô, que causou a morte de sete
pessoas em Janeiro, devem ser concluídas somente no final deste ano, conforme cronograma estabelecido em um
TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado nesta segunda-feira. Com o início das investigações, as
obras para a construção da estação devem ser retomadas até a próxima semana.
As causas do acidente serão investigadas em paralelo à retomada da obra. Serão realizadas escavações, que
podem chegar a 23 metros de profundidade, para que técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
desçam para realizar as investigações.
Essa escavação deve ser concluída até o dia 15 de outubro deste ano, previsto no TAC. Para cada dia de prazo
descumprido, o consórcio pagará uma multa de R$ 70 mil.
O TAC foi assinado nesta segunda-feira pelo Ministério Público, Consórcio Via Amarela --responsável pela obra-
-, Metrô, IPT e IC (Instituto de Criminalística). O laudo final das causas do acidente será elaborado pelo IC e
que deve ficar pronto entre 30 e 40 dias após a entrega do material pelo IPT.
De acordo com o diretor do instituto, Marcos Tadeu Pereira, os documentos referentes à retomada das obras e
a escavação para a investigação serão analisados a partir de terça-feira (3). "Vamos passar o feriado
analisando os documentos. Vamos nos empenhar ao máximo para não atrasar a obra", afirmou Pereira.
Escavações
De acordo com o gerente de administração contratual da Via Amarela, Wagner Marangoni, a escavação ocorrerá
em etapas --degraus de ao menos dois metros de altura. Eles serão estabilizados com paredes e tirantes.
"Cada nível de escavação deve demorar entre 21 e 25 dias, porque fazemos a proteção e a escavação juntos.
Quando terminarmos todos os níveis, chegaremos ao local do acidente", afirmou Marangoni.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u133648.shtml
Laudo mais de 400 páginas foi entregue na sexta ao promotor responsável pelo caso. Entre os motivos estão
falta de plano de emergência e deficiência na fiscalização.
O Laudo oficial do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) concluiu que uma sucessão de erros provocou o
mais grave acidente já registrado na história do Metrô de São Paulo em janeiro do ano passado.
Durante um ano e cinco meses os técnicos do IPT investigaram em detalhes a área atingida pelo
desabamento de um túnel e de um poço, na obra da Linha Amarela do Metrô de São Paulo. O acidente aconteceu
14h45 do dia 12 de janeiro. Sete pessoas morreram e outras 230 ficaram desabrigadas.
Segurança
Os técnicos confirmaram que houve uma aceleração no ritmo da obra e que uma série de análises e
sondagens do terreno deixaram de ser feitas. E mais: os dados indicavam que algo de errado estava
acontecendo e medidas de segurança não foram tomadas.
Motivos –
Promotor
O promotor Ministério Público de São Paulo responsável pelo caso, Arnaldo Hossepian, elimina qualquer
hipótese de acidente ter sido uma fatalidade, como afirmou um laudo feito pelo consultor Nick Barton, feito
sob encomenda do Consórcio Via Amarela. Hossepian já sabe quem irá responsabilizar pela tragédia.
"Técnicos e engenheiros envolvidos (...) sejam eles do Consórcio Via Amarela, sejam eles terceirizados. Técnico,
engenheiros e profissionais terceirizados que tinham a atribuição de exercer a fiscalização pelo que se executava,
funcionários do Metrô ou pessoas jurídicas terceirizadas", disse o promotor ao Jornal Nacional.
Na sexta-feira, quando recebeu o laudo do IPT, o promotor afirmou que pretende aguardar o laudo do Instituto de
Criminalística (IC) para decidir se vai oferecer ou não denúncia contra os possíveis responsáveis pelo acidente.
O Consórcio Via Amarela informou que fará uma análise detalhada do relatório antes de se manifestar.
Fonte:
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/20546/saiba-as-causas-apontadas-pelo-ipt-para-o-acidente-no-metro-de-sp
Do ponto de vista prevencionista, tanto os acidentes pessoais quanto impessoais devem ser
investigados e analisados.
________________________________________
Exemplo de uma investigação de acidente e proposta de ações para evitar sua repetição
Modelo proposto e adaptado da NBR 14.280
Causas do acidente
) Pneus em mau estado de conservação
) Falta de manutenção e inspeção periódica no veículo
O CASO CHALLENGER*
A EXPLOSÃO DO
VÔO 51-L
CHALLENGER
RESUMO
Em 28 de Janeiro de 1986, o vôo 51-L, realizado pelo Ônibus Espacial Challenger, explodiu 73 segundos após o lançamento.
PERDAS
- Morte dos sete tripulantes, entre eles dois civis.
- Perda total do veículo e seus periféricos reutilizáveis.
- Paralisação do projeto com perda de receitas.
- Impacto negativo sobre a imagem da NASA.
RESULTADO DA INVESTIGAÇÃO
) Falha no processo de tomada de decisão sobre o lançamento.
) Falta de um sistema de gerenciamento bem estruturado.
) O fabricante dos foguetes de combustível sólido alertou sobre os problemas com o o’ring 7 anos antes do acidente e nada foi
feito. Por pressão do cliente, mudou sua posição com relação ao vôo 51-L.
) Falha da NASA e de seu fornecedor em reconhecer problemas identificados em testes e vôos anteriores com a junta,
tratando o assunto como um risco aceitável para o vôo.
) Representantes da Segurança ou Engenheiros de Confiabilidade e Qualidade Assegurada não eram convidados para a
reunião de tomada de decisão sobre o lançamento.
) Redução do efetivo dos grupos de Segurança e Confiabilidade e Qualidade Assegurada.
) Estrutura organizacional desfavorável para a segurança.
) Falta de comunicação adequada entre níveis gerenciais.
) Responsabilidades não claramente compreendidas.
) Relatórios falhos e não direcionados aos níveis apropriados.
) Falta de análise de tendências dos problemas com a junta.
) Os vôos aumentaram e a estrutura de segurança reduziu.
) Pressões comerciais influenciaram nas decisões. (Vários adiamentos)
*Este trabalho foi resultado de um estudo realizado pelo Engenheiro de Segurança da CSN, Fernando de Freitas, e apresentado ao SESMT.
.
Art. 7º da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
Segundo Oliveira (2007 p. 79), em 1987, na Assembléia Constituinte, a questão dos acidentes do
trabalho foi bastante debatida em função das estatísticas absurdas de mortes, doenças ocupacionais e
invalidez no Brasil. O avanço para o Brasil não poderia ignorar a situação aflitiva das vítimas dos
acidentes do trabalho. A ampliação da responsabilidade civil para abranger qualquer acidente em que o
empregador tenha contribuído com dolo ou culpa, foi inserida no projeto da Constituição de 1988.
Todavia, a redação foi alterada limitando-se apenas prever “seguro contra acidentes do trabalho a
cargo do empregador”. Para restabelecer o texto, quando da votação do projeto em plenário, o Deputado
Constituinte Nelson de Carvalho Seixas apresentou destaque com emenda aditiva, propondo acrescentar a
seguinte expressão: “... sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa”. No encaminhamento da votação, este destaque foi defendido em vibrante discurso pelo Deputado
Constituinte Antônio Carlos Menejes Thame, que enfatizou:
“A realidade é que o Brasil registra um dos mais altos índices de acidentes do trabalho. Não
vou aqui repetir estatísticas, mostrar o número de casos fatais, ou descrever os riscos a que se
submetem os trabalhadores brasileiros, gerando milhares de leucopênicos por benzeno, ou
vítimas da contaminação por chumbo, asbesto ou sílica. Venho apenas defender a emenda que
repõe no texto, além do seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, a
Art. 186 do Código civil - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Definições:
- Ação – qualquer ato cometido pelo agente que cause o dano
- Omissão – ausência de ação; deixar de fazer o que, por lei, deveria fazer.
- Negligência – descuido, desleixo, desatenção, preguiça, demora no prevenir, falta de cuidado.
- Imprudência - Ato contrário à prudência; infração da lei; prática de um fato perigoso.
- Ato ilícito – Ato contrário à moral e/ou ao Direito.
São, portanto, elementos essenciais da responsabilidade civil, a ação ou omissão, culpa ou dolo do
agente, relação de causalidade e o dano sofrido pela vítima (acidente ou doença). Assim, o ato ilícito
exige a violação de direito e o dano. Oliveira (2007, p. 95) ratifica o comentário acima dizendo que “só
caberá a indenização se estiverem presentes o dano, o nexo da causalidade do evento com o trabalho e
a culpa do empregador”.
Art. 187 do Código Civil. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.
1. O Chefe, Gerente etc que recebe comunicação de seu funcionário de que a máquina, equipamento etc,
está com defeito há dias e não toma providências para paralisar a atividade enquanto não se dá
condições de Segurança, vindo a ocorrer acidente com o operador etc é aquele que...
2. O médico que faz exame admissional de um indivíduo desnutrido, franzino e caolho para trabalhar
numa profissão que exija compleição atlética, controle perfeito e visão binocular e, tornando-o apto
para tal atividade. Se o trabalhador despencar de alguma altura, no exercício de uma atividade que
exija boa saúde, o médico é aquele que...
3. O encarregado que solicita ao mecânico fazer manutenção precária na máquina ou fazer “gambiarra”
vindo a ocorrer acidente com o operador da máquina é aquele que...
4. O Engenheiro, Arquiteto, Projetista etc que não observa regra técnica e a ponte desaba causando lesão
e morte é aquele que...
6. O chefe que permite que o operador trabalhe em equipamento sem estar treinado e habilitado.
7. O Supervisor que dá ordens para um montador trabalhar em andaimes de 5 metros de altura sem
fornecer cinturão de segurança contra quedas, é aquele que...
8. O Chefe omisso que permite o trabalho sem condições mínimas de Segurança, é aquele que...
9. O Encarregado de setor que exige que a máquina seja limpa sem que se desligue a energia elétrica que a
alimenta é aquele que...
Art. 927 do Código Civil. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Com relação ao art. 927, temos a dizer que o acidente ou doença podem acarretar danos ao
trabalhador, passando a ser devida a respectiva indenização pelo empregador, quando violado direito de
personalidade do empregado (GARCIA, 2007, p. 79).
De pronto cabe a seguinte indagação: a atividade empresarial, via de regra, não é uma atividade de
risco? E sendo, ocorrido o acidente com dano, aplicar-se-ia, sem mais questionamentos o citado
dispositivo? Vale dizer que o risco de um acidente no meio ambiente do trabalho está ligado ao próprio
trabalho, sendo direito do trabalhador a diminuição desse risco.
Art. 932 do Código Civil. São também responsáveis pela reparação civil:
FOTO
Contando com a sorte
A sorte é o único quesito que dispõe o grupo de trabalhadores que faz manutenção numa via férrea. Sem EPIs,
realizam o conserto sobre um viaduto que não tem guardas laterais. A avenida é uma das mais movimentadas da
cidade. Se o trabalhador sobreviver à queda, terá que resistir ainda a um provável atropelamento. O flagrante foi
registrado pelo Médico do Trabalho Mario Eduardo Mueller, de Barra Mansa/RJ. Revista Proteção, Março, 2002
Segundo informa o tribunal mineiro, o engenheiro foi contratado pela empresa para realizar supervisão e
execução de trabalhos em eletricidade de máquinas. Enquanto trabalhava em um painel energizado,
houve uma explosão resultante de um curto-circuito, que provocou queimaduras no rosto, braço e mão
esquerda do engenheiro.
Foi necessário realizar uma cirurgia para amputar parte do dedo indicador do engenheiro. Além disso, o
acidente deixou como seqüela o encurtamento do segundo dedo da mão esquerda e a incapacidade de
flexionar totalmente a mão ferida.
Na ação de indenização por danos morais, o engenheiro alegou que, na época do acidente, a empresa não
fornecia luvas para execução de trabalhos em painéis de 440 Watts.
A montadora, em sua defesa, alegou que não foi comprovado que o dano foi causado por culpa da
empresa e que o acidente aconteceu por culpa do próprio funcionário, que não quis utilizar o
equipamento de segurança disponibilizado.
A juíza Sandra Eloísa Massote Neves, da 3ª Vara Cível de Betim, condenou a empresa ao pagamento de
indenização por danos morais no valor de R$ 10.400. O engenheiro recorreu, pedindo majoração da
indenização, mais pagamento de pensão mensal. A montadora também recorreu, mas os
desembargadores do TJ-MG mantiveram a sentença.
Eles entenderam que a empresa não comprovou que exige ou fiscaliza o uso de equipamentos de
segurança e nem que o acidente ocorreu por culpa do funcionário. Afirmaram ainda que a pensão vitalícia
pleiteada pelo engenheiro só é possível quando há incapacidade laboral permanente, o que não é o caso.
A relatora do caso, desembargadora Márcia de Paoli Balbino, destacou em seu voto que, de acordo com
testemunhas, a empresa disponibilizava luvas especiais para trabalhos em alta tensão elétrica, mas nos
de baixa tensão, como foi o caso, o material de segurança não era utilizado.
Fonte: http://www.protecao.com.br/novo/template/noticias.asp?setor=1&codNoticia=3629
Segundo Nunes (2007, p. 166) o Direito Penal é o ramo do ordenamento jurídico que se ocupa dos
mais graves conflitos existentes, devendo ser utilizado como a última opção do legislador para fazer valer
as regras legalmente impostas a toda comunidade, utilizando-se da pena como meio de sanção.
O fato do agente causador do dano indenizar o lesado, não quer dizer que se eximirá de sua
responsabilidade em outros ramos do Direito, como o Penal, por exemplo, quando há dolo ou culpa
grave.
A culpa grave é decorrente da imprudência ou negligência grosseira, como o motorista que dirige
sem estar habilitado, ou daquele que, em excesso de velocidade, atravessa um sinal de trânsito fechado
(ARAÚJO, 2007, p. 94 apud MONTEIRO, 1959).
Segundo Campos (1992, p. 140), na esfera penal, pode-se configurar o crime previsto no art. 132
do Código Penal brasileiro, que é crime de perigo, originariamente criado objetivando a prevenção de
acidentes do trabalho.
O chefe, gerente, coordenador, engenheiro etc que, para poupar-se de gastos com medidas técnicas
de prudência, cuidado e zelo na execução de qualquer atividade, expõe o trabalhador ao risco grave de
acidente é aquele que...
O perigo deve apresentar-se direto e iminente, isto é, como realidade concreta, efetiva, presente,
imediata, como a exposição do trabalhador a substância altamente tóxica, sílica em suspensão, benzeno,
cloro sem equipamentos adequados; existência de máquinas perigosas em proteção, operários em grandes
alturas sem o cinto contra queda de alturas, etc)
O dolo específico pode ser direto ou eventual: ou o agente pratica a ação (ou a omissão) com o
intuito positivo de criar o perigo, ou inescrupulosamente, não se abstém dela, apesar de prever a
possibilidade do dano.
Ocorrendo mortes ou lesões corporais responderão os causadores, pessoas físicas, por ação ou a
omissão, pela prática de crime de homicídio, lesões corporais, incêndio, dentre outros, na forma dolosa
ou culposa, consoante os tipos penais previstos no Código Penal brasileiro. As pessoas jurídicas, reais
causadoras dos danos à integridade física dos trabalhadores, também poderão responder pela
inobservância aos cuidados mínimos exigidos, conforme dispuser a lei.
No dia 8 de Julho de 1985, por volta das 15 horas, na Rua Moisés Cantarelli, em Restinga Seca,
quando funcionários da Usina Hidroelétrica de Nova Palma Ltda. efetuavam a troca de postes da
rede elétrica, o funcionário Gilberto Góes da Silva, tocou com o poste que segurava, nos fios da
rede de alta tensão, recebendo forte descarga elétrica e falecendo no local (certidão de óbito e
auto de necrópsia fls.).
O denunciado Carmelino era o chefe da equipe que efetuava a troca de postes e agiu, na ocasião,
com imprudência e negligência por não haver desligado a rede de alta tensão que passava um pouco
acima e entre cujos fios deveria ser introduzido o poste para que pudesse ser colocado no buraco
(“croquis” e fotografias de fls.).
Os denunciados Vilson Régis Bozzetto, presidente da Usina, Olívio Polidório Pinto, gerente, e Oni
Luiz Montagner, técnico responsável da mesma Usina Hidroelétrica Nova Palma Ltda., também agiram
com imprudência e negligência por não haverem determinado a seus subordinados que desligassem a
rede de alta tensão no momento da colocação dos postes e por não fornecerem aos funcionários da
Usina equipamentos de proteção e segurança, tais como luvas e botas especiais, além de não
ministrarem cursos que ensinassem aos funcionários como agir com segurança, no caso de troca de
postes. Todos os denunciados inobservaram regra técnica da profissão que desempenham que é a de
desligar a rede elétrica de alta tensão, quando realizam trabalhos de troca de postes e
equipamentos”.
A denuncia foi recebida em data de 16 de abril de 1986. Os réus foram interrogados e constituíram
defensor único, tendo arrolado testemunhas. Foram admitidos como assistentes à acusação, os pais
da vítima.
Durante a fase instrutória, foram inquiridas seis testemunhas arroladas pela denúncia e pela
defesa dos acusados. Encerrada a instrução, realizou-se audiência de debates, oportunidades em
que as partes aduziram suas derradeiras razões, O MP concluiu pedindo a condenação de todos os
denunciados, no que foi secundado pela assistência à acusação. A defesa dos rr., afirmando ter
sido a imprudência da vítima, a causa de sua morte, pleiteia a absolvição dos mesmos.
De importância fundamental para o julgamento da causa é o exame do “croquis” de fls. 42, que
reproduz a situação do local onde ocorreu o fato, em conjunto com a estória contada nos autos.
Sabe-se, através destes elementos, que a equipe da Usina efetuava a troca de postes na rede de
baixa tensão. No local, a rede de baixa tensão estava posicionada sob a rede de alta tensão. A
rede de alta tensão está colocada à altura de oito metros e dezenove centímetros do chão. Não
consta do “croquis” a altura da rede de baixa, sendo lícito presumir, pela altura do poste a ser
trocado e pela profundidade do buraco onde o mesmo seria colocado que esta ande em torno de sete
metros e cinqüenta centímetros, ou seja, sessenta e nove centímetros abaixo da rede de alta
tensão.
Importante observar-se, também, a altura do poste de concreto que estava sendo colocado em lugar
de outro de madeira, o qual atingia a altura de nove metros, enquanto a rede de alta tensão
apenas atinge oito metros e dezenove centímetros. Este poste, pois, suplantava em altura, a rede
de alta tensão, em quase um metro, ou oitenta e um centímetros, para ser exato.
Evidencia-se assim, ser impossível colocar o poste novo em baixo da rede de alta tensão, sem
tocar nos fios, ou pelo menos colocá-lo no meio dos cabos de alta, como de resto, os próprios
acusados afirmaram ter ocorrido (fls. 68 verso, interrogatório de Carmelino Mariotto).
Ora, se o panorama era este, por certo não seria demasiado exigir-se o desligamento da rede de
alta tensão, em face do alto risco que esta representava, no momento, para a execução da tarefa.
Evidentemente, foi imprudente a realização da tarefa sem o cuidado prévio de desligar a força na
rede de alta tensão.
Está, também, comprovado nos autos, quer pela prova testemunhal, como pela versão dos acusados,
que era insuficiente a proteção oferecida pela empresa, em termos de equipamentos. Necessário,
agora, que se busque esclarecer a quem competia, em última análise, a preocupação com a segurança
da equipe que trabalhava em tão precárias condições de segurança.
O acusado Carmelino Mariotto afirma que embora trabalhasse na empresa há mais de doze anos jamais
lhe foi ministrado qualquer curso sobre eletricidade. Tudo o que faz, aprendeu apenas com a
prática. Era, entretanto, quem recebia as ordens dos chefes e as repassava aos subordinados. Era,
pois, o chefe da equipe, no dizer de Laídes Dias dos Santos, Aldo Rapachi, Vilson Régis Bozzetto
e Oni Luiz Montagner.
O chefe imediato, pois, da turma à qual pertencia a vítima, era Carmelino Mariotto. Este,
entretanto, como afirmavam todos os demais, não tinha qualquer preparo técnico. Recebia as ordens
da Direção da Usina, com autonomia para decidir sobre a necessidade ou não, de desligamento da
rede de alta tensão.
O próprio Oni Luiz Montagner, Engenheiro Eletricista e técnico responsável pela Usina, demonstrou
ao ser interrogado, seu total desconhecimento da situação, ao afirmar que “em via de regra não é
desligada a alta tensão porque o poste (de baixa) é bem menor que o de alta tensão”.
Comprova assim, inexistir determinação expressa da empresa, para que o serviço fosse executado
com absoluta segurança, o que somente ocorreria com o total desligamento das redes de alta e
baixa tensão.
O acusado Carmelino Mariotto, embora tente absolver-se de sua responsabilidade, admite que a rede
de alta tensão não é desligada, comumente. Admite, também, que no dia do tato, nenhum dos membros
da equipe usava equipamento de proteção, assim como esclarece que a empresa não ministra cursos
para seus empregados.
Pelos elementos carreados aos autos, verifica-se que a morte de Gilberto Góes da Silva não foi
decorrente de mera fatalidade. Foi ela, assim como outras noticiadas nos autos, decorrente do
descaso e despreparo dos elementos responsáveis pela empresa Usina Hidroelétrica Nova Palma
Ltda., que imprudente, imperita e negligentemente, lançam seus empregados à execução de tarefas
extremamente perigosas, sem as mínimas noções de perigo a que estão expostos e sem as cautelas
exigíveis ao tipo de serviço.
Finalmente, Oni Luiz Montagner, engenheiro elétrico e responsável técnico da Usina, a quem
competia, em última análise, a fiscalização dos serviços e verificação da adoção das cautelas
mínimas exigíveis, no caso.
Os acusados agiram com imprudência, negligência e imperícia. Todos eles são primários e de bons
antecedentes. A conduta e a personalidade dos agentes não apresenta distorções. As circunstâncias
normais à espécie e as conseqüências graves, posto que, da culpa dos agentes, resultou a morte da
vítima. A vítima, em face de sua condição social e intelectual, bem como da relação de
dependência hierárquica, não poderia ter agido de forma a evitar o evento danoso.
Ante o exposto, acolho a pretensão punitiva contida na denúncia para condenar, como efetivamente
condeno os acusados Carmelino Mariotto ou Carmelino Mariotto, Vilson Régia Bozzetto, Olívio
Polidório Pinto e Oni Luiz Montagner, qualificados nos autos, como incursos no art. 121,
parágrafos 3 e 4, c/c. o art. 29, tudo do Código Penal.
Fixo a pena-base para todos os denunciados, no mínimo legal de um ano de Detenção, aumentando-a
de Um Terço, em face do parágrafo 4 do art. 121 do CP, resultando definitivamente concretizada a
pena em Um Ano e Quatro Meses de Detenção.
Atualmente existem 33 NR’s, cada uma com um tema específico. A metodologia adotada, de
dividir a regulamentação em normas separadas por tema, permite ao Ministério do Trabalho promover
atualizações parciais, de acordo com a maior demanda ou necessidade do momento. Em razão da
revolução tecnológica, que tem desencadeado profundas mudanças na relação trabalho-capital, as NR’s
encontram-se em contínuo processo de atualização e modernização, objetivando a melhoria das condições
ambientais do trabalho.
Considerando-se que as normas existentes têm uma inter-relação entre si, o propósito é o de indicar
efetivamente essa ocorrência, demonstrando na prática prevencionista, que muito pouco adianta atender
uma NR sem levar em consideração a outra. O intuito neste título é que se tenha uma noção de todas as
NR’s.
As NR’s foram aprovadas pela Portaria 3.214, de 8 de Junho de 1978, praticamente 6 meses após a
criação da Lei 6.514, de 22 de Dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V do Titulo II da CLT, relativo
à segurança e medicina do trabalho.
É sabido que qualquer empresa precisa possuir um corpo gerencial, administrativo, técnico e
operacional bem estruturado para que se tenha bom desempenho organizacional. Assim, as empresas
possuem em seu quadro de pessoal os profissionais necessários para o seu funcionamento, como exemplo
os contadores (controlam as atividades contábeis), os mecânicos e eletricistas (realizam manutenções), os
operadores (executam o planejado, “fazem acontecer”), os engenheiros (desenvolvem projetos) dentre
outros profissionais.
No que tange à Segurança e Medicina do Trabalho, também é preciso que as empresas tenham em
seu quadro de pessoal profissionais especialistas neste assunto, com formação acadêmica específica,
justamente para:
A NR4 restringe a composição dos SESMT somente para os seguintes profissionais: Médico do
Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do
Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho (item 4.4 da NR4). O item 4.4.1 da NR4 determina que
estes profissionais deverão satisfazer, basicamente, os seguintes requisitos:
Profissional Requisitos
Engenheiro de segurança Engenheiro (formação em qualquer área) ou arquiteto, ambos com pós-graduação em
do trabalho Engenharia de Segurança do Trabalho.
Médico do trabalho Médico, com pós-graduação em Medicina do Trabalho.
Enfermeiro do trabalho Enfermeiro, com pós-graduação em Enfermagem do Trabalho.
Auxiliar de enfermagem do Auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem, portador de certificado de conclusão de
trabalho curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho.
Técnico de segurança do Técnico, portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.
trabalho
Cabe ressaltar algumas considerações da NR4 com relação aos profissionais dos SESMT:
Para efeitos desta Norma, entende-se por Dimensionamento a quantidade mínima obrigatória dos
profissionais dos SESMT nas empresas. Para tanto esta Norma estabelece que quanto maior o risco da
atividade econômica, maior será a quantidade destes profissionais. Um outro fator considerado é o
número de empregados na empresa. A quantidade dos profissionais dos SESMT deve ser proporcional ao
número de empregados na empresa.
Assim, o item 4.2 da NR4 estabelece que o dimensionamento dos SESMT vincula-se à gradação do
risco da empresa e ao número total de empregados do estabelecimento, constantes em seus quadros I e II.
No quadro I temos o grau de risco das mais variadas atividades econômicas no Brasil, enquanto que no
quadro II temos o dimensionamento dos SESMT em função do número de empregados no
estabelecimento e a gradação de risco.
Primeiramente, analisemos o quadro I da NR4 para identificarmos o grau de risco das atividades
econômicas do Brasil. O quadro I foi adaptado da NR4, ficando parcial, visto que existem muitas
atividades econômicas, não havendo necessidade de sua colocação na íntegra neste trabalho. O objetivo
aqui é apenas correlacionar atividade econômica x grau de risco.
Exemplos:
- A atividade econômica de “extração de petróleo e gás natural”, código CNAE 11.10-0, possui o grau
de risco 4.
A gradação de risco pode ser classificada em 1, 2, 3 ou 4, sendo que o grau 1 é o de menor risco,
enquanto que o grau 4 é o de maior risco. Para classificação do grau de risco das atividades econômicas,
dois fatores são determinantes:
Agora que sabemos como identificar o grau de risco das atividades econômicas, analisemos o
Quadro II da NR4 para sabermos como dimensionar o SESMT. Para isto basta correlacionar o grau de
risco da atividade econômica versus quantidade de empregados.
Em linhas gerais, qualquer empresa que não se enquadrar no quadro II da NR4 tem o livre arbítrio
para contratar empresas de consultoria em segurança e medicina do trabalho.
O item 4.12 da NR4 preconiza quais são as atribuições dos profissionais que integram os SESMT.
Mostraremos aqui, de forma sucinta, tais atribuições:
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas
da empresa;
1. Em se tratando da alínea “c”, entre os grandes erros cometidos nas políticas e programas de prevenção de
acidentes de algumas empresas, com certeza o mais grave é a ausência de ações de segurança nas fases
anteriores ao início do funcionamento, seja de equipamentos, áreas ou fábricas inteiras. Raramente
encontramos na fase inicial dos projetos, a participação de profissionais dos SESMT, ficando, e quando,
reservada a estes, a difícil missão de “criar segurança” no pós-funcionamento. Acaba ocorrendo algo assim
como “toma que o filho é seu”. Para o SESMT resta a amarga necessidade de gerar condições de trabalho
seguro, quase sempre sem recursos.
2. É preciso que os profissionais entendam qual é a sua verdadeira posição dentro do processo prevencionista
da empresa. Deve ficar claro que a obrigação, a gestão e as práticas para a prevenção de acidentes são dos
que planejam, autorizam e coordenam a realização de atividades, cabendo ao SESMT dar suporte técnico
para que este desenvolvimento seja adequado e eficaz. Prevenir acidentes e doenças nos ambientes de
trabalho é responsabilidade de todos, desde o operador de linha, passando pelas chefias, profissionais de
segurança, gerências e diretorias. Todos devem estar cientes e comprometidos sobre o valor e os benefícios
resultantes de um ambiente seguro e sadio.
O conceito é um chavão no meio prevencionista, mas nem todos os que se encontram fora dele entendem
da mesma forma. Daí a importância da atuação multidisciplinar reunindo médicos, engenheiros e técnicos
de segurança. São eles que vão fazer o elo entre trabalhadores e empresários, executando um papel que vai
muito além das questões funcionais e burocráticas do cumprimento das leis. Para isso é preciso boa dose de
conhecimento, determinação e habilidade na gestão de pessoas.
3. Os profissionais que integram o SESMT não têm estabilidade de emprego, podendo ser dispensados a
qualquer momento sem justa causa. Logo, aqueles profissionais mais atuantes muitas vezes entram em
conflito com os interesses da empresa e não continuam seu contrato de trabalho.
Por exemplo, se um técnico de segurança do trabalho se depara com uma situação de risco grave e
iminente de acidente, legalmente, ele deve paralisar o trabalho para evitar tal ocorrência. No entanto,
muitas vezes tais paralisações afetam a produção, o que pode criar um conflito entre o empregador e o
profissional do SESMT. Isto é ruim, pois este profissional fica numa verdadeira “sinuca de bico”.
4. Com relação à subordinação do SESMT em uma estrutura organizacional, por todo o país existem
SESMT que respondem diretamente à Chefia da Produção, a Supervisões ou Superintendências sem
qualquer expressão dentro do sistema. Ora, não se pode esperar muito destes SESMT, embora alguns
deles, a custo de conflitos, consiga ainda fazer alguma coisa. A questão específica do posicionamento dos
SESMT dentro de uma estrutura é assunto que merece atenção especial. O ideal, para que os SESMT
tenham a liberdade de atuação e resolução de problemas crônicos em uma empresa, seria
subordinar-se a um superior maior, no caso uma diretoria, de forma a ter uma posição acima da
estrutura de produção. Assim, nenhuma chefia teria o poder de dar ou tirar ordens de tais profissionais.
DIREÇÃO
SESMT AUDITORIA
GERÊNCIA DE
GERÊNCIA DE GERÊNCIA GERÊNCIA DE GERÊNCIA DE
LOGÍSTICA
PRODUÇÃO FINANCEIRA USINAGEM CONTABILIDADE
E TRANSPORTE
CUSTOS,
SUPERVISÃO DE SUPERVISÃO DE SUPERVISÃO DE SUPERVISÃO SUPERVISÃO DE SUPERVISÃO DE
TRIBUTÁRIOS
ARMAZENAGEM BENEFICIAMENTO ABASTECIMENTO DE RETÍFICA MONTAGEM MANUTENÇÃO
E GERAL
6. A lista das habilidades necessárias ao SESMT é extensa. Dentre elas, destacam-se algumas:
) Ser pró-ativo,
) Antecipar-se aos problemas ao invés de esperar que eles ocorram;
) Ter uma visão sistêmica do negócio e metas da empresa;
) Ser receptivo a mudanças e ter uma visão inovadora;
) Ser participativo nas atividades em equipe;
) Estar sensível às necessidades individuais das pessoas com quem mantém relacionamento;
) Ter características de liderança e facilidade de comunicação;
) Ter facilidade de obtenção de informações científicas e técnicas da especialidade;
) Integrar-se com profissionais de outras áreas afins;
) Saber educar, treinar, informar e aconselhar pessoas de todos os níveis hierárquicos.
2.4.1 Introdução
Seu papel mais importante é o de estabelecer uma relação de diálogo e conscientização, de forma
criativa e participativa, entre empregador e empregados, em relação à forma como os trabalhos são
realizados, objetivando sempre melhorar as condições de trabalho, visando a humanização do
trabalho.
A CIPA surgiu em 1921 pela OIT – Organização Internacional do Trabalho, que, ao demonstrar crescente preocupação com o
tema “acidentes do trabalho”, recomendou às empresas constituírem um grupo de trabalhadores que, além de realizar seus
trabalhos normais, tivessem um “olhar crítico” em relação à segurança do trabalho.
Segundo Saliba (2004, p. 292), no Brasil, por meio do Decreto-lei n. 7.306, de 10 de Novembro de 1944, foi instituída a
obrigatoriedade de as empresas criarem a CIPA, consagrando, assim, a comunhão de esforços de trabalhadores e de
empregadores em busca da prevenção de acidentes do trabalho.
As CIPA’s foram criadas como órgãos únicos para promover a Segurança e a Saúde no Trabalho em uma época em que os
Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) não eram obrigatórios. As empresas, portanto, não
estavam obrigadas a contratar técnicos especializados na área.
Atualmente as atividades da CIPA são regidas pela Norma Regulamentadora - NR5 “Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes”. A NR5 estabelece as regras de constituição da CIPA, organização,
atribuição, funcionamento, treinamento, processo eleitoral, entre outras.
Segundo o item 5.2 da NR5, todas as empresas, públicas ou privadas, devem constituir CIPA.
Quando usamos o termo “constituição” significa “composição, formação” (HOUAISS, 2003, p. 128).
5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos para setores econômicos específicos.
Para que se entenda como é constituído a CIPA, transcrevemos abaixo, parcialmente, o QUADRO
I da NR5, com o seu respectivo dimensionamento:
O QUADRO I subdivide as atividades econômicas em grupos (do C-1 até C-35), com base na
similaridade dos processos produtivos (Ex.: C-1 “MINERAIS”; C-2 “ALIMENTOS”; C-3 “TÊXTEIS”
etc.). O grupo C-16, por exemplo, é o grupo dos “VEÍCULOS”.
Desta forma, o número mínimo de empregados para se constituir uma CIPA varia de acordo com
o setor econômico onde está agrupada a empresa e a quantidade de empregados.
Para identificarmos em qual grupo de similaridade a empresa pertence, basta observar o QUADRO III da
NR5. Neste quadro temos todas as atividades econômicas com seus respectivos grupos:
QUADRO III
Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE,
com correspondente agrupamento para dimensionamento de CIPA
PARCIAL E ADAPTADO PELO PROFESSOR
CNAE Descrição da Atividade Grupo
34.10-0 Fabricação de Automóveis, Camionetas e Utilitários
34.20-7 Fabricação de Caminhões e Ônibus
34.31-2 Fabricação de Cabines, Carrocerias e Reboques para Caminhão
34.32-0 Fabricação de Carrocerias para Ônibus
34.39-8 Fabricação de Cabines, Carrocerias e Reboques para Outros Veículos C-16
34.41-0 Fabricação de Peças e Acessórios para o Sistema Motor
34.42-8 Fabricação de Peças e Acessórios para os Sistemas de Marcha e Transmissão
34.43-6 Fabricação de Peças e Acessórios para o Sistema de Freios
34.44-4 Fabricação de Peças e Acessórios para o Sistema de Direção e Suspensão
CASO PRÁTICO: Se uma empresa, por exemplo, possui o CNAE 34.10-0 “Fabricação de Automóveis,
Camionetas e Utilitários”, grupo C-16, e tem em seu quadro de pessoal 3.200 trabalhadores:
N° de Acima de 10.000
Empregados no 0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1001 2501 5001 para cada
Estabelecimento a a a a a a a a a a a a a grupo
GRUPO 19 29 50 80 100 120 140 300 500 1000 2500 5000 10.000 de 2.500
N° de Membros acrescentar
da CIPA
Efetivos - 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2
C-16 Suplentes - 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2
Importante assinalar que, por falta de uma maior clareza na disposição do quadro I da NR-5, com
demasiada freqüência há uma interpretação equivocada dos números ali descritos, que dizem respeito apenas a
cada uma das representações. Assim, para se fixar a quantidade correta dos titulares e suplentes na CIPA, é
necessário que tais números sejam duplicados, tendo em vista que a Comissão é um organismo que possui duas
bancadas (dos empregados e dos empregadores).
) O suplente da CIPA goza da garantia de emprego [...]. (Súmula n. 339, item I, do TST – Tribunal
Superior do Trabalho).
) Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto, entre os
componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do empregador (item
5.13 da NR5).
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e
discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar
os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde
considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas
relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos
e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores;
m) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho – SIPAT;
o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.
Alguns comentários
) Sobre a alínea a) - mapa de riscos é uma representação gráfica, por meio de círculos e cores, dos diversos agentes
ambientais existentes nos locais de trabalho. É um instrumento didático-pedagógico que deve ser construído,
coletivamente, pela CIPA, tendo como matéria-prima o conhecimento e o saber operários.
) Sobre a alínea b) – De acordo com o Manual da CIPA do MTE, p.15 - A CIPA deverá fazer um plano de trabalho
simples o qual conterá objetivos, metas, cronograma de execução e estratégia de ação. A elaboração de plano do
trabalho foi escolhida dentro da visão de que a CIPA deve ser uma comissão proativa, que pretenda efetivamente
contribuir, dentro de suas possibilidades, para a melhoria das condições de trabalho
) Sobre a alínea g) – Item importante num mundo onde as transformações tecnológicas e administrativas estão na
pauta do dia, inserindo na realidade do trabalho novos perigos e riscos, que precisam ser conhecidos e avaliados pelo
SESMT, quando houver, com a participação da CIPA (Manual da CIPA do MTE, p. 16).
) Sobre a alínea h) –O Plano de Trabalho da CIPA deverá estar em sintonia com os programas de prevenção adotados
pela empresa, para tanto é importante que os responsáveis pela elaboração do PCMSO e PPRA contem com a
colaboração da Comissão quando do desenvolvimento e implantação desses programas. (Manual da CIPA do MTE,
p. 16).
Reuniões ordinárias
A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido, e serão
realizadas durante o expediente normal da empresa (itens 5.23 e 5.24 da NR5).
As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para
todos os membros (item 5.25 da NR5), sendo que as atas ficarão à disposição dos Agentes da
Inspeção do Trabalho – AIT (5.26 da NR5).
Reuniões extraordinárias
De acordo com o item 5.27 da NR5, as reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:
a. houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de
medidas corretivas de emergência;
b. ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
c. houver solicitação expressa de uma das representações.
Perda do mandato
O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de
quatro reuniões ordinárias sem justificativa (item 5.30 da NR5)
5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes
da posse.
5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente treinamento para
o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.
5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias
e será realizado durante o expediente normal da empresa.
5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre os temas ministrados.
2.4.6 Processo Eleitoral
No que tange ao processo eleitoral da CIPA, podemos resumi-la em um QUADRO adaptado pelo
professor. O processo eleitoral tem como referência o término do mandato da CIPA.
QUADRO DO CRONOGRAMA DO PROCESSO ELEITORAL
ADAPTADO PELO PROFESSOR
Dias Ação Item da NR5
60 A empresa deve convocar a eleição; 5.38
55 O presidente e o vice-presidente devem constituir a Comissão eleitoral 5.39
45 Publicação e divulgação do edital 5.40 "a"
15 É o prazo para inscrição dos candidatos após a publicação de edital 5.40 "b"
30 início da eleição 5.40 "e"
00 término do mandato ---
Algumas regras
) Liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento (item 5.40, alínea “c”)
) Garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição; (item 5.40, alínea “d”)
) Realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em horário que
possibilite a participação da maioria dos empregados. (item 5.40, alínea “f”)
) Voto secreto; (item 5.40, alínea “g”)
) Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante do
empregador e dos empregados (item 5.40, alínea “h”)
) Faculdade de eleição por meios eletrônicos; (item 5.40, alínea “i”).
) Guarda de todos os documentos relativos à eleição, por 5 anos. (item 5.40, alínea “j”)
) Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados (item 5.43)
) Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento (item 5.44)
) Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em ordem
decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes (item 5.45)
Assim, uma das formas que podemos proteger o trabalhador é fornecendo-lhe determinados
dispositivos que evitem ou atenuem (diminuam) a lesão ou reduza a probabilidade de se adquirir uma
doença do trabalho em função dos riscos a que estão expostos. Estes dispositivos são denominados
Equipamentos de Proteção Individual, mais conhecido como “EPI”.
O EPI é como se fosse uma barreira entre a lesão e o trabalhador. O grifo em “dispositivo de uso
individual” é para chamar a atenção para o fato de que o EPI é estritamente de uso individual, não
podendo ser compartilhado com outros trabalhadores. Assim, o fornecimento do EPI deve ser para cada
trabalhador.
No anexo 1 da NR6 há orientações sobre os EPIs a serem utilizados conforme o tipo de proteção
para o corpo do trabalhador e o tipo de risco a ser neutralizado. A seguir apresentaremos este anexo,
entretanto, é importante frizar que neste trabalho não estão descritos todos os EPIs previstos na NR6.
Buscou-se relacionar somente aqueles considerados mais utilizados.
Protetor facial para proteção da face contra impactos de Máscara de solda para proteção dos olhos e face contra
partículas, respingos de produtos químicos ou radiações. impactos de partículas e radiação
Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos metálicos.
Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores de produtos químicos (tinta, gasolina, ácido
clorídrico, thinner, etc) – muito usado nos processos das indústrias automobilísticas.
Respirador independente do ar atmosférico para proteção das vias respiratórias em locais com deficiência de oxigênio ou com
altas concentrações de gases / vapores de produtos químicos
Creme protetor para proteção dos membros superiores contra Manga de segurança para
agentes químicos proteção do braço e do
antebraço contra choques
elétricos, agentes escoriantes,
cortantes, térmicos, etc.
Usados em agentes tais como
tintas, cimentos, óleos, etc. Uso
recomendado nas indústrias em
geral, construção civil, etc.
Evita a aspereza, o ressecamento,
dermatoses, e fissuras na pele.
Paletós para proteção contra queimaduras, agentes perfurantes, cortantes, escoriantes, choque elétrico, produtos químicos.
Perneira para proteção da perna contra agentes escoriantes, cortantes, perfurantes, térmicos, produtos químicos, etc.
Acima estão os EPIs mais utilizados pelas indústrias. Ressalta-se que, além destes, existem muitos
outros disponíveis no mercado, cada um com sua particularidade de proteção, fabricado por diversas
empresas especializadas. Abaixo estão algumas empresas vendedoras de EPI’s no Brasil:
Agora que sabemos o que são EPIs e sua finalidade, veremos em qual situação deve ser fornecido
ao trabalhador, cujo texto está previsto no item 6.3 da NR 6, a saber:
a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) Para atender a situações de emergência.
a) “... gratuitamente...” – Não se pode descontar dos salários dos empregados os gastos relativos à EPIs. Ora, o risco do
negócio é do empregador, cabendo-lhe arcar com todas as despesas para proteger o trabalhador para que sua atividade
econômica obtenha sucesso. O trabalhador não pode sofrer as consequências em função da atividade econômica
oferecer risco.
b) “... adequado ao risco...” - Em relação a este ponto as empresas devem ter o cuidado de não somente fornecer o EPI,
mas também o que proteja efetivamente o trabalhador do risco a que está exposto. Alguns erros que os empregadores
não podem cometer seria, como exemplo, o fornecimento de Equipamento de Proteção Respiratória inadequados às
atividades do trabalhador, botinas não condizentes com as situações de risco, luvas impróprias para proteção aos
agentes de riscos específicos, óculos com lentes e/ou armaduras inadequadas ao serviço que será executado, roupas de
materiais não resistentes aos agentes agressores, etc.
c) “... em perfeito estado de conservação e funcionamento...” - Aqui o empregador deve observar que os EPIs devem ser
fornecidos sem que estejam em más condições, principalmente em relação ao desgaste pelo uso em operações
anteriores, ou às vezes faltando peças ou mesmo contendo adaptações.
d) “... medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção...” “...enquanto as medidas de proteção coletiva
estiverem sido implantadas...” - Sabe-se que nem todas operações oferecem completa proteção ao trabalhador, sendo o
risco de acidente inerente ao processo produtivo. Neste caso utiliza-se EPI. Entretanto, a adoção de medidas de
proteção coletiva devem ter prioridade sobre o uso de EPI.
Por exemplo: é prioritária a redução dos níveis de pressão sonora (ruído) no meio ambiente de
trabalho. Antes da obrigação do uso de protetores auditivos, devem ser adotadas todas as medidas
capazes de reduzir os níveis ruído ou eliminar esse risco. Um exemplo de proteção coletiva é o
enclausuramento de um equipamento ruidoso, visando isolá-lo. Enclausuramento é quando
colocamos um equipamento em um recinto fechado. Outra medida seria a substituição do
equipamento.
e) “... para atender as situações de emergência...” - Para situações de risco de acidente fatal, seja ele qual for, a
incêndio e/ou explosões, etc. as empresas devem dispor de quantidade suficiente de EPIs para atender todos os
trabalhadores sujeitos ao risco. Por exemplo, aparelhos de respiração autônomos, para fuga e/ou reparo de
emergência, em caso de vazamento de gás tóxico.
Qualquer eletrodoméstico comprado em uma loja deve possuir garantias quanto ao seu
funcionamento ou contra algum tipo de defeito. Isto é um dever previsto no Código do Consumidor.
Da mesma forma acontece com os EPIs, pois estes devem oferecer garantias de que, durante o seu
uso, protegerá o trabalhador. Assim, faz-se imprescindível que os EPIs estejam em conformidade e
devidamente certificados para que tenham o efeito desejado de verdadeiramente proteger os trabalhadores
de eventuais acidentes.
Para tanto, os EPIs devem ser submetidos a determinados testes e ensaios em laboratórios com
equipamentos e recursos para tal, visando verificar a sua resistência contra o risco a que foi produzido.
Após os testes, caso o EPI for aprovado, é obtido o CA – Certificado de Aprovação, expedido pelo
Ministério do Trabalho, onde se cadastra um “número do CA” do EPI. Cada EPI tem seu número do CA,
entretanto, o Certificado de Aprovação não é simplesmente um número, mas um "diploma", com
informações sobre o EPI, o uso a que se destina (adequação) e sobre o fabricante.
O CA é regido pelos itens 6.2, 6.8, 6.9 e 6.11 da NR6. A seguir será apresentada a transcrição de
alguns destes itens, considerados relevantes pelo professor:
“6.9.3 Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome
comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de
EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA”.
Evidentemente que as recomendações quanto ao uso dos EPIs adequados devem ser feitas por
profissionais que tenham formação acadêmica específica em segurança e medicina do trabalho, tenham
conhecimento das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, dos riscos envolvidos nas operações, dos
materiais e produtos manuseados e das características dos materiais em que os equipamentos de proteção
individual são fabricados.
Desta forma, ninguém melhor do que os SESMT e a CIPA para recomendarem ao empregador
quais EPIs devem ser utilizados pelo trabalhador. Pois é assim que entende o item 6.5 da NR 6, a saber:
Conforme item descrito acima, vemos que os elaboradores da NR-6 se preocuparam em designar a
tarefa de escolha dos EPIs às pessoas que supostamente deveriam conhecer o assunto.
Nota à CIPA
) Assim, quando solicitados a opinar ou determinar o uso de EPIs, devem buscar informações às
pessoas capacitadas para tal.
Quanto ao EPI, o legislador estabeleceu responsabilidades tanto para o empregador quanto para os
empregados, conforme transcrição sucinta e adaptada dos itens 6.6.1 e 6.7.1 da NR6, a saber:
) alínea “a” - já dito no comentários do item 6.3, letra “b” “... adequado ao risco...”
) alínea “b” – não se pode simplesmente fornecer o EPI e deixar à mercê do trabalhador quanto a sua utilização,
cabendo ao empregador tornar efetivamente obrigatório o seu uso, sob pena de responder por omissão ou
negligência em caso de acidente. Havendo resistência quanto ao seu uso é permitido ao empregador reincidir o
contrato de trabalho por justa causa. Relembrando a NR1:
“... cabe ao empregador cumprir e fazer cumprir normas de segurança...”.
“... quanto ao empregado constitui ato faltoso a recusa injustificada ao uso de EPI...”.
) alínea “d” – não se pode simplesmente fornecer o EPI. O empregador deve também treinar o trabalhador
quanto a sua colocação correta, instruí-lo em qual momento deve ser utilizado, bem como explicar as suas
limitações; como e o local adequado para guardá-lo, além de lhe informar os cuidados para mantê-lo
conservado.
) alínea “e” – O EPI deve ser substituído quando danificado ou extraviado. Para realizar esta reposição é
imprescindível que o empregador tenha-os em estoque. Não se justifica o trabalhador usar EPI defeituoso ou
vencido pelo fato do empregador não tê-lo em estoque.
) alínea “f” - Existem no mercado empresas especializadas em executar a higienização do EPI, mantendo-
o com as características originais no que se refere à proteção. A NR6, em seu item 6.10, permite a
higienização de EPIs, desde que seja sob responsabilidade do empregador.
) alínea “a” - Sabe-se que o trabalhador, com sua “criatividade” peculiar, muitas vezes faz uso do EPI
de forma que o mesmo possa atendê-lo em outras situações diferentes das propostas, exemplos disso
temos nos capacetes que ora servem como assento, ora como recipiente para beber água, etc.
) alínea “b” – Treinado o trabalhador, este deve guardar e conservá-lo. Ora, o EPI não é encontrado
em qualquer “mercearia”, sendo um produto consideravelmente caro. O trabalhador deve ter esta
consciência. É importante salientar que está previsto no art. 462, § 1º da CLT que “em caso de dano
causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada
ou na ocorrência de dolo do empregado”.
) alínea “c” - O trabalhador deve ser treinado para poder avaliar em qual situação o EPI torna-se
impróprio para uso. Feito isto é dever dele comunicar ao empregador qualquer anormalidade.
) alínea “d” - A recusa quanto ao uso de EPIs constitui-se em falta grave e deve ser tratada, desde
advertências até aplicação de despedida por justa causa pelo empregador, caso o trabalhador
mantenha a posição de não usar o EPI. Vide pág. 19, subtítulo 1.2.4.4 “Dever dos trabalhadores”.
Sabe-se que a empresa deve fornecer gratuitamente EPIs. Portanto deve-se pensar e executar uma
boa forma de controle para registrar a entrega destes equipamentos aos trabalhadores. Uma forma de
controlar esta entrega é através de um documento denominado “ficha de controle de EPI”. Esta ficha
deve ser mantida sem rasuras, com todos os eventos datados – dia, mês e ano, sem possibilidade de
espaços em branco e com cada entrega assinada pelo empregado.
Indispensável alertar as empresas que os EPIs devem ser fornecidos mediante anotação na ficha de
controle, pois constitui-se única prova a ser produzida em juízo da entrega de tais equipamentos; todos os
equipamentos têm de estar relacionados analiticamente na ficha de entrega de EPI's, mesmo aqueles cujo
fornecimento seja constante, a exemplo de protetores auriculares descartáveis.
Como complemento deste capítulo, disponibilizamos alguns anexos nas páginas seguintes, a saber:
Declaro, para todos os efeitos legais, que recebi os Equipamentos de Proteção Individual constantes da lista
acima, novos e em perfeitas condições de uso, e que estou ciente das obrigações descritas na NR 06,
baixada pela Portaria MTb 3214/78, sub-ítem 6.7.1, a saber:
Declaro ainda que estou ciente das disposições item 1.8 da NR 01, em especial daquela do subitem 1.8.1, de
que constitui ato faltoso à recusa injustificada de usar EPI fornecido pela empresa, incorrendo nas penas da
Lei.
NR1
1.8. Cabe ao empregado:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de
serviço expedidas pelo empregador;
b) usar o EPI fornecido pelo empregador;
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR.
1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.
Sr.
LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
A presente carta tem por finalidade adverti-lo por não estar cumprindo os itens 6.6 e 6.7 da NR-6 (equipamentos
de proteção individual), da Portaria 3.214 de 08 de julho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego que diz:
Cabe ao Empregador quanto ao EPI: Adquirir adequado ao risco de cada atividade, fornecer ao trabalhador
somente aprovado por órgão nacional competente em matéria de saúde e segurança no trabalho, orientar e treinar
o trabalhador sobre o uso adequado, substituir quando danificado e extraviado.
Cabe ao Empregado quanto ao EPI: usar apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela
guarda, conservação e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Saliento que no momento da inspeção de segurança no “Setor de Montagem” as 09h10min da presente data o Sr.
encontrava-se no setor sem o uso do protetor auricular, uma vez que no dia 20/09/08, foi feito um treinamento com
todos os funcionários do período da manhã e da tarde sobre o uso de EPI’s.
Enfatizamos ainda que no caso de reincidência aplicaremos a dispensa por justa causa nos termos da legislação
em vigor.
Atenciosamente,
_________________________ ________________________
Roberto Jefferson Fernando Collor de Mello
Supervisor de operação Coordenador de RH
Ciente: ___________________________
LUIS INÁCIO LULA DA SILVA
TESTEMUNHA
______________________
Fernando Henrique Cardoso
“JÓIAS RARAS”
Inúmeras ações de responsabilidade civil vêm sendo julgadas procedentes pelos tribunais do Brasil por não atentarem
empregador e prepostos na imperiosa necessidade de fiscalizar o uso dos EPIs, adequados e próprios, não só de seus
empregados, mas também dos terceiros que lhes prestam serviços, na qualidade de empreiteiros, prestadores de
serviços, empregados de terceirizadas, de serviços de trabalho temporário, trabalhador avulso.
Também há precedente de ação penal, julgada procedente, pelo não cumprimento de norma prevista na Consolidação
das Leis do Trabalho e em Normas Regulamentadoras, ensejando assim, concomitantemente, ato ilícito civil e penal,
com reflexos na área trabalhista.
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção adequado ao risco (art. 166
da CLT) cabendo a ela cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e de medicina do trabalho (art. 157 da CLT),
sendo considerado ato faltoso do empregado, punível pela empresa, o não uso do equipamento de proteção individual
fornecidos pela empresa (artigo 158, parágrafo único, letra b, da CLT).
Na Norma Regulamentadora NR-6, que cuida do equipamento de proteção individual, está inscrito que é obrigação do
empregador, quanto ao EPI, tornar obrigatório o seu uso (cf. subitem 6.2.1.4).
A incúria da firma empregadora ressalta-se com maior evidência quando se sabe que teria adquirido o material
indispensável e que, segundo relatam suas testemunhas, estaria à disposição da vítima em um carro cedido à mesma.
Não basta a aquisição do material e, muito menos, a intenção de colocá-lo á disposição do empregado. É necessário que
a firma empregadora, ciente do alto risco no local, exerça severa vigilância neste sentido, sob pena de incorrer em culpa
por negligência, como ocorreu in casu. (fls. 229/230). E o que se infere do Recurso Especial de nº 5.358, de Minas
Gerais, decidido pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, publicado no DJU, de 23 de abril de 1991,
figurando como relator o ministro Fontes de Alencar.
E esta vigilância é tarefa afeta também às chefias, aos encarregados, aos supervisores, aos que estão diretamente
ligados aos colaboradores empregados ou terceiros, dando-lhes ordens, exigindo produtividade com qualidade. Está
implícito que, como prepostos da empregadora ou da contratante e contratada, para atingir àqueles objetivos hão de
vigiar o uso dos equipamentos adequados de proteção individual bem como as condições de segurança. Para isto já
foram orientados pelos órgãos do SESMT (Serviço Especializado de Segurança e de Medicina do Trabalho) das
empresas, pela CIPA, através de ordem de serviço, instruções normativas emanadas do poder de comando do
empregador, treinamento, palestras, cursos.
Precedente penal - A Revista dos Tribunais, vol. 631, nas págs. 344/346 publica precedente penal de enorme valia nesta
área de atuação que servirá, certamente, de paradigma a outras hipóteses similares.
Retrata a condenação de presidente de empresa de energia elétrica, gerente, eletricista e eletrotécnico aduzindo que:
"Na hipótese dos autos, as ordens quanto ao fornecimento de adequado equipamento de proteção individual e,
notadamente, ode uso do fornecido pela empresa, era atribuição do apelante, presidente da usina e que confessa que
sabia que alguns funcionários não usavam estes equipamentos
porque não gostavam de usar (fls. 69 e v.) e, no dia do fato, a
vítima não usava luvas protetoras, mesmo porque, para
movimentar um poste usando luvas, fica um pouco descômodo e
sem agilidade (fls. 23), e nada fez para obrigar o seu uso.
Sobre a segurança no local do trabalho a decisão analisa a omissão culposa do "chefe da turma ou da equipe" por não
desligar os fios de alta tensão, ante as condições do local e da previsibilidade do risco bem como do técnico
responsável pela usina, que afirmou "contra a prova, contra os fatos e contra a técnica, a desnecessidade de desligar os
fios de alta tensão porque o poste de baixa tensão é bem menor do que o de alta tensão (fls. 71). Como técnico, deveria
orientar os empregados em tais hipóteses e, com este entendimento, ou não os orientou corretamente quanto á
necessidade de desligar os fios de alta tensão, ou, com o silêncio, admitiu como correta a prática de não se desligá-los".
Condenação - Condenados todos, à pena de um ano e quatro meses de detenção, como incursos nas penas do artigo
121, parágrafos 3º e 4º, todos do Código Penal Brasileiro, tiveram apensa privativa de liberdade substituída por
prestação de serviços à comunidade, com fundamento no artigo 44, parágrafo único do Código Penal, tendo que
prestar, nos dias de sábado, ou em outros autorizados pelo Juízo, durante o prazo da condenação, cursos de instrução e
esclarecimentos a professores e alunos, sobre os perigos e riscos da utilização inadequada da energia elétrica,
fornecendo as instruções mínimas sobre o manejo de instrumentos e equipamentos de segurança bem como dar
assistência técnica às escolas do município, assim como a órgãos de saúde, como hospitais, ambulatórios e
assemelhados.
Sempre é bom lembrar que. "Não constitui insubordinação e/ou desídia o ato do empregado que recusa operar máquina
quando não lhe é fornecido o indispensável equipamento de proteção individual. A dispensa sumária desse empregado
configura abuso de poder" (cf. Acórdão nº 3.477/92, Processo TRT/SP nº 02900 12165 0, RO da 2ª JCJ / Santo André).
Da mesma forma, se a empresa fornece, treina, orienta, tudo documentadamente, e fiscaliza o uso, a recusa imotivada,
por parte do trabalhador, gerará ato faltoso do relapso, punível com advertência, suspensão ou, conforme a situação
fática, despedida por justa causa, omitindo-se, culposamente, a chefia, o encarregado, o supervisor, demais prepostos,
se, "com o silêncio admitirem como correta a prática do não uso", chegando alguns a "dar o exemplo de sua própria
relapsia".
____________________________
*José Luiz Dias Campos é advogado, ex-promotor e procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo, professor
universitário e de cursos preparatórios da Magistratura e Ministério Público, especialista em Direito Acidentário do Trabalho e
consultor de empresas do Escritório Dias Campos Assessoria Jurídica, em São Paulo/SP.
Unidade 3
Higiene do Trabalho
“Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, e à
propriedade.” Com esses preceitos, que visam garantir a dignidade humana, o art.
5 da Constituição Federal de 1988 determina que todos têm o direito de trabalhar
em condições seguras e em um ambiente saudável, que contribua com sua
qualidade de vida.
Sabe-se que o trabalhador, em suas atividades rotineiras, se expõe a diversos riscos que decorrem
das condições inerentes ao ambiente de trabalho. Portanto, estes riscos são as condições inseguras do
trabalho, capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador.
As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença de gases
e vapores tóxicos, o ruído e o calor intensos etc, são chamados de riscos ambientais, sendo os causadores
de doenças do trabalho.
Risco ambiental: ruído Risco ambiental: poeiras minerais Risco ambiental: Radiação
Conseqüência: surdez Conseqüência: silicose (endurecimento dos Conseqüência: câncer / morte das células
pulmões), antracose (fibrose pulmonar), etc
Risco ambiental: calor Risco ambiental: frio Risco ambiental: Poeiras metálicas
Conseqüências: diversas Conseqüência: Síndrome de Raynaud (fumos metálicos)
(ex. cálculo renal) (o trabalhador pode ter sensações de frio, Conseqüência: Febre dos fumos
dormência nas mãos ou qualquer parte do metálicos, etc)
corpo e, ocasionalmente dor) etc.
Segundo a FUNDACENTRO (1981, p. 415) a “Higiene do Trabalho é uma das ciências que
atuam no campo da Saúde Ocupacional”, objetivando prevenir doenças decorrentes das condições do
ambiente de trabalho.
Esta definição é ratificada por Latance Júnior (2006, p. 24) quando diz que o “objetivo prioritário
da Higiene do Trabalho é a prevenção das enfermidades profissionais originadas por agentes
agressivos existentes no ambiente de trabalho”.
As doenças do trabalho referem-se a um conjunto de danos ou agravos que incidem sobre a saúde
dos trabalhadores, causados ou agravados por fatores de risco presentes nos locais de trabalho.
Manifestam-se de forma lenta, podendo levar anos, às vezes até mais de 20, para manifestarem o que, na
prática, tem demonstrado ser um fator dificultador no estabelecimento da relação entre uma doença sob
investigação e o trabalho.
Infelizmente, existem atividades ou processos produtivos que geram os riscos ambientais, como
exemplo as Siderúrgicas (geram poeiras, ruído, calor, etc.), as indústrias automobilísticas (geram ruído,
vapores de tintas etc.), as atividades dos soldadores (geram fumos metálicos) etc.
3.2.1 Introdução
A Constituição Federal, no Título II, Capítulo II, artigo 7.º , inciso XXII, estabelece que "São
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:... ...redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;...".
Importante salientar que o PPRA é um programa estabelecido pelo Ministério do Trabalho, através
da NR9, sendo obrigatório a sua implementação e controle, sob pena de aplicação de multas pelo seu
descumprimento (conforme previsto na NR28 “penalidades”) ou até mesmo a interdição do
estabelecimento, ou parte deste, caso detectado risco grave e iminente que possa causar acidente do
trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador (conforme previsto na
NR3, itens 3.1 e 3.1.1, “Embargo ou Interdição”).
9.1.3. O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo
da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO previsto na NR 7.
Para que se tenha uma uniformidade de entendimento do que veremos daqui para frente, é preciso
agruparmos os riscos ambientais (ruído, poeiras, frio, bactérias etc) conforme as suas características
semelhantes. Assim, os riscos ambientais são classificados em riscos Físicos, Químicos e Biológicos. Esta
classificação está prevista na NR9, conforme transcrição sucinta, a saber:
9.1.5. Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
9.1.5.1. Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes
e não ionizantes.
9.1.5.2. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, gases ou vapores, ou que, pela
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou
por ingestão.
9.1.5.3. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc.
Na verdade a elaboração do PPRA não se limita em apenas identificar os riscos ambientais nos
processos produtivos e estabelecimento de medidas para eliminá-los, reduzí-los ou controlá-los. A NR9
determina um caminho, uma metodologia para desenvolvê-lo, basicamente em 4 fases, na ordem abaixo, a
saber:
A NR9 preconiza em seu item 9.3.3 que, para reconhecer os riscos ambientais, a empresa deve
seguir os seguintes passos:
O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de
trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde
decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura
técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
vapores
e) - Caracterizar o tipo de exposição ao
risco
•Permanente, intermitente ou ocasional.
O objetivo desta fase é identificar os riscos potenciais e a adoção de medidas para eliminação ou
redução desses riscos, sempre que possível ou, pelo menos, o seu controle.
Quando não for possível a eliminação dos riscos, devem ser adotadas medidas que visem à redução
desses riscos e por último a ação no homem. Ou seja, as medidas de proteção coletiva (Equipamentos que
protegem TODOS os trabalhadores expostos, ex. Enclausuramentos, ventiladores, exaustores etc) devem
ser privilegiadas antes de se pensar em uso de EPI ou outros meios.
Deve ser analisado o layout (distribuição física de elementos num determinado espaço) de máquinas e
equipamentos, de modo que o mesmo não se constitua em risco adicional. Um "layout" inadequado pode
gerar problemas de aumento dos níveis de ruído no ambiente de trabalho, por exemplo, a instalação de
vários equipamentos ruidosos próximos uns dos outros.
Além disso, a correta identificação das fontes geradoras dos riscos ambientais, sua trajetória e
meios de propagação, podem servir, na fase de antecipação, à minimização dos riscos, algumas vezes com
a simples mudança de posição de um determinado equipamento.
Por exemplo, se determinada máquina ou processo produz uma substância química nociva
à saúde e a trajetória dessa substância, da fonte geradora até o ponto de exaustão, expõe
diversos outros postos de trabalho à ação do agente de risco, havendo possibilidade de
alterar a localização da fonte geradora pode-se diminuir o numero de trabalhadores
expostos.
Os níveis de ruído, se as fontes são corretamente identificadas, algumas vezes podem ser
reduzidos com a simples troca de peças desgastadas. Outras vezes a saída de ar
comprimidos de certos equipamentos produz ruídos que podem ser reduzidos levando essa
“saída” para fora do ambiente de trabalho. Painéis de controle instalados no próprio
equipamento podem vibrar e causar barulhos que podem ser reduzidos simplesmente
separando-se o painel do corpo do equipamento.
Os dados obtidos das avaliações quantitativas devem ser comparados com os Limites de
Tolerância (valor máximo permitido que, acredita-se, não cause danos à saúde do trabalhador) previstos
na NR15 “Operações e atividades insalubres”.
A NR15 possui diversos anexos que estabelecem os Limites de Tolerância para cada risco
ambiental, ou seja, um anexo para o ruído, calor, poeiras, gases, vapores, pressões hiperbáricas etc.
Os Limites de Tolerância previstos na NR15 serão abordados com mais profundidade no capítulo
3.4 “Operações e atividades insalubres”.
9.3.4. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na etapa de
reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
Informações adicionais:
) Deve-se tomar muito cuidado no sentido de obter resultados que realmente expressem as condições
avaliadas e representem fielmente a exposição do trabalhador, pois qualquer falha, como exemplo o uso
incorreto do instrumento, é suficiente para comprometer o resultado. Para tanto, requer-se conhecimento
sobre calibração de instrumentos, tempo de coleta para determinada avaliação, tipo de análise química a
ser feita, local da medição, entre outros fatores. Essa fase exige como requisito para proceder à
avaliação o prévio conhecimento das diversas técnicas de medição instrumental, inclusive, de
Normas específicas.
) Os dados obtidos das avaliações quantitativas subsidiam as empresas na elaboração do PPRA, PCMSO,
LTCAT e PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário.
Controlar riscos significa tomar alguma ação que vise eliminar, reduzir ou controlar os riscos
ambientais. Veja abaixo alguns exemplos:
EXEMPLOS
Eliminar Reduzir Controlar
) Substituir motor ruidoso por um ) Enclausurar motor ruidoso ) Mudanças de lay-out dos
novo. ) Instalar ventiladores e exaustores equipamentos.
) Substituição de matéria prima na em locais com emanação de poeiras ) Limitar exposição do trabalhador
operação de jateamento de areia – ) Instalar barreiras térmicas contra ao risco.
areia por granalha de ferro, pois calor. ) Isolamento da operação
areia causa a Silicose. ) Substituir produto químico por ) Fornecer EPI
) Eliminar uso de determinado outro menos tóxico. ) Exames médicos
produto químico. ) Treinamentos sobre processos de
trabalho, etc.
O princípio da obrigatoriedade da adoção das medidas de controle está previsto na NR9 item
9.3.5.1, a saber:
.
CALOR: Exaustores de teto CALOR: Ar condicionado de teto
Utilização de EPI: Utilizar EPI adequado ao risco conforme as regras da NR6 (exigir seu uso, treinar quanto
o uso, guarda e conservação, realizar trocas periódicas etc.).
É importante ressaltar que a aplicação das medidas de controle deve obedecer a uma
HIERARQUIA. Não se pode fornecer EPI e deixar de observar a aplicação de outros recursos
disponíveis.
Por exemplo:
É prioritária a redução dos níveis de ruído no setor de trabalho. Antes da obrigação do uso de
protetores auditivos, devem ser adotadas todas as medidas capazes de reduzir os níveis ruído ou
eliminar esse risco, como exemplo, o enclausuramento do equipamento.
Esta regra está explícita na NR9 em seus itens 9.3.5.2 e 9.3.5.4, onde estabelece como deve ser a
hierarquia da aplicação das medidas de controle:
Exemplo prático:
5 Utilização de EPI.
Um caso simples
3.2.4.1 Documento-base
Treinamentos
Através de um cronograma, todas as informações sobre treinamentos também devem estar inseridas
no documento-base:
Análise Global
) De acordo com o item 9.2.1.1 da NR9 deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo
menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e
prioridades.
Elaboração do documento-base
Temporalidade do documento-base
) Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 anos (item 9.3.8.2 da NR9)
Disponibilidade do documento-base
) O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus
representantes e para as autoridades competentes (item 9.3.8.3 da NR9)
DADOS DA EMPRESA
Empresa: Automóveis CFR do Brasil
Atividade econômica: Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários. Grau de risco: 3 N. de empregados: 2.000
CGC. 101.234.444 /9 Localização: Volta Redonda
Risco Valor Limite tolerância Meio de Fonte Função N. Danos à saúde Medidas de controle existentes
ambiental avaliação NR15/ACGIH propagação geradora exposta Trab
EPI:
Ruído 87 dB (A) 85 dB (A) Perda auditiva Protetor auditivo
Proteção coletiva:
9 Ventiladores industriais;
9 Exaustores;
Vapores 54 ppm 78 ppm ar Pistola de Pintor 4 Transtorno 9 Circulação de ar pelas Janelas
de tinta (Tolueno) pintura Medidas administrativas e de Organização:
cognitivo leve1
dentre outros 9 Revezamento de pessoal – semanal
9 Procedimento operacional
EPIs:
9 Respirador purificador de ar contra
vapores de tinta, Macacão, Capuz e
Luvas contra produtos químicos.
_________________________
1
O Tolueno pode causar diversos danos à saúde. Para conhecer esses danos basta consultar o livro “Doenças Relacionadas ao Trabalho”, elaborado pelo Ministério
da Saúde. Está disponível no site do Professor e também no portal www.saude.gov.br . Na verdade é uma poderosa fonte de consulta para saber sobre qualquer tipo de
doença relacionada ao trabalho. Recomendável sua leitura.
3.2.4.2 Responsabilidades
9.4.1. Do empregador:
I - estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como
atividade permanente da empresa ou instituição.
9.6.3. O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais
de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais
trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades,
comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.
Segundo o item 9.5.1 da NR9 os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas
e receber informações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos ambientais identificados na
execução do PPRA.
O item 9.6.1 da NR9 preconiza que sempre que vários empregadores realizem, simultaneamente,
atividades no mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas
previstas no PPRA visando à proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.
NOTA IMPORTANTE
De acordo com o item 9.2.1, O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no
mínimo, a seguinte estrutura:
Este assunto não é tratado com profundidade nesta apostila, visto que o objetivo é transmitir
conceitos básicos de PPRA. Neste caso recomenda-se leitura da NR9. Se o aluno desejar, poderá
adquirir o livro “Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA” no site www.ltr.com.br
3.3.1 Introdução
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde...
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Por tradição a saúde é definida como sendo o oposto da doença. Em Medicina, a saúde é
considerada como o estado de normalidade do organismo humano. A Organização Mundial da Saúde
define a saúde como sendo o “estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a
ausência de enfermidade”.
Ao se considerar a saúde como um dos direitos fundamentais do homem torna-se um dever das
empresas criarem programas que monitorem a saúde dos trabalhadores, face aos riscos a que estão
expostos que são gerados nos processos produtivos. A saúde é alterada por agentes causadores de doenças
(físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, por exemplo); por condições inerentes ao homem e por
fatores do meio em que vive.
Nas páginas seguintes podemos ver algumas doenças que podem ser adquiridas pelos trabalhadores
em função da exposição aos riscos das diversas atividades econômicas.
O PCMSO estabelece regras básicas para o seu desenvolvimento, visando orientar o empregador
em como proceder na sua elaboração. Estas regras estão explícitas na NR7, conforme transcrição abaixo:
7.2.3. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da
constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde
dos trabalhadores.
7.2.4. O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos
trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR..
Comentários
) 7.2.1 Embora o programa deva ter articulação com todas as Normas Regulamentadoras, a articulação
básica deve ser com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, previsto na Norma
Regulamentadora NR-9.
) 7.2.2 e 7.2.3 O instrumental clinico-epidemiológico citado neste item refere-se à boa prática da
Medicina do Trabalho, pois além da abordagem clinica individual do trabalhador-paciente, as
informações geradas devem ser tratadas no coletivo, ou seja, com uma abordagem dos grupos
homogêneos (grupos de pessoas expostas ao mesmo risco) em relação aos riscos detectados na análise
do ambiente de trabalho, usando os instrumentos da epidemiologia, como exemplo o cálculo de taxas
ou coeficientes para verificar se há locais de trabalho, setores, atividades, funções, horários, ou grupos
de trabalhadores, com mais agravos à saúde do que outros.
Caso algo seja detectado através deste "olhar" coletivo, deve-se proceder a investigações especificas,
procurando-se a causa do fenômeno para que se possa prevenir o agravo.
) 7.2.4 Se, por exemplo, for identificado no PPRA, na fase de reconhecimento, que um trabalhador fica
exposto ao risco ambiental “ruído”, o PCMSO deverá estabelecer um exame específico para este risco,
visando o monitoramento epidemiológico do trabalhador. Neste caso o exame seria o audiométrico.
Para diagnosticar e acompanhar a saúde dos trabalhadores deve-se realizar exames médicos. Assim, a
NR7 determina a realização de determinados exames, cada um com sua particularidade, a saber:
7.4.1. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
a) admissional – Segundo o item 7.4.3.1 o exame médico admissional deverá ser realizado antes que o
trabalhador assuma suas atividades.
) Avaliar se o empregado é capaz de desenvolver a tarefa da qual vai ser responsável, com segurança e
eficiência, isto é, procurar detectar alterações de Saúde que predisponham a acidentes de trabalho e doenças
profissionais;
) Identificar alterações de Saúde que possam ser agravadas pelo exercícios da atividade laboral proposta;
) Identificar alterações de Saúde que, embora não atuem diretamente na interação homem-trabalho, necessitem
de tratamento, correções ou trabalho de manutenção;
) Iniciar as atividades Primárias de Saúde, com orientações e recomendações quanto aos riscos da atividade
profissional a ser desenvolvida, e como promover e proteger sua Saúde.
b) Periódico – “periódico significa que ocorre em intervalos regulares; pré-determinados”. De acordo com o
item 7.4.3.2 o exame médico periódico deverá ser de acordo com os critérios abaixo:
c) Retorno ao trabalho – No exame médico de retorno ao trabalho, deverá ser realizado obrigatoriamente no
primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 dias por motivo
de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto (ITEM 7.4.3.3 da NR7).
) Avaliar se o trabalhador mantém a capacidade de desenvolver a mesma atividade laboral desenvolvida antes
do afastamento, com segurança e eficiência, isto é, procurar detectar alterações de Saúde (seqüelas e/ou
limitações físicas e/ou mentais) que predisponham a acidentes de trabalho e doenças profissionais.
) No caso de inaptidão à função anteriormente exercida, caracterizar as limitações físicas e/ou mentais que o
trabalhador é portador, visando orientar os profissionais de recursos humanos na reabilitação profissional
deste trabalhador.
d) Mudança de função – O item 7.4.3.4 preconiza que no exame médico de mudança de função, será
obrigatoriamente realizada antes da data da mudança.
7.4.3.4.1. Para fins desta NR, entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto
de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador à risco diferente daquele a que estava
exposto antes da mudança.
) Avaliar se o trabalhador é capaz de desenvolver a nova tarefa da qual vai ser responsável, com segurança e
eficiência, isto é, verificar se possui aptidão física e psicológica para a nova função.
e) Demissional – Este exame é realizado quando há rescisão de contrato de trabalho, ou seja, quando o
empregado é desligado da empresa.
7.4.3.5 o exame médico demissional será obrigatoriamente realizado até a data de homologação,
desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de:
) Verificar a saúde atual do trabalhador, correlacionando o exame médico realizado com os demais
exames, desde a época da sua admissão, analisando se houve alguma alteração de saúde. Havendo algum
tipo de dano e, constatado o nexo causal com as funções exercidas durante suas atividades laborais, poderá
haver um conflito trabalhista.
Resumidamente, o ASO é um documento emitido pelo médico dando seu parecer, após a
realização dos exames médicos, quaisquer que sejam (admissional, periódico etc), se o trabalhador está
apto ou inapto para exercer a função. A seguir apresentamos a transcrição da NR7 referente ao ASO:
7.4.4. Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1, o médico emitirá o Atestado de
Saúde Ocupacional - ASO, em 2 (duas) vias.
7.4.4.1. A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive
frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho.
7.4.4.2. A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo
na primeira via.
MODELO DE ASO
10145414-8 Montagem
24 - 3324-7654
É vedado ao médico:
O Médico está assinando um documento com valor legal, no qual atesta que aquele
trabalhador, naquela data, apresentava uma determinada condição de trabalho ou sua incapacidade
para o mesmo trabalho, assumindo a responsabilidade por esta afirmativa. Para poder atestar tal
. condição, está implícito que este médico conhece o local de trabalho e os nossos envolvidos na
atividade de quem está sendo examinado, podendo determinar com segurança a aptidão ou não do
trabalhador.
Este conhecimento passa obrigatoriamente por um PCMSO bem realizado, o qual, por sua
vez, se baseia num PPRA que determine com exatidão os riscos ocupacionais presentes nos locais
de trabalho daquela empresa. Assim sendo, não deve o médico praticar o ato médico do exame
ocupacional sem que esteja seguro dos seus conhecimentos sobre aquele trabalhador e seu local e
processo de trabalho. Torna-se aqui evidente a dificuldade, para não dizer impossibilidade, da
maioria dos médicos que não tem especialização em Medicina do Trabalho ou que não esteja
profundamente familiarizado com a patologia ocupacional, em realizar exames médicos
ocupacionais
Relatório anual
7.4.6.1. O relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza
dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de
resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano.
7.4.6.2. O relatório anual deverá ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na
empresa, de acordo com a NR 5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas daquela comissão.
7.4.5. Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares,
as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registrados em prontuário clínico individual, que
ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO.
7.4.5.1. Os registros a que se refere o item 7.4.5 deverão ser mantidos por período mínimo de
20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador.
3.3.5.2 Responsabilidades
Para fins preventivos, a NR7 preconiza, através do item 7.4.7, que a simples constatação da
exposição excessiva ao risco, deverá o trabalhador ser afastado do local de trabalho ou risco:
“se verificado, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames, apenas exposição
excessiva ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser
afastado do local de trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de
exposição e as medidas de controle nos ambientes de trabalho tenham sido adotadas”
Para efeitos de simples informação didática, existe um livro do Ministério da Saúde, com o título “Doenças
Relacionadas ao Trabalho”, Brasília, 2001, com 580 páginas, onde são relacionadas todas as doenças que
podem ser adquiridas pelos trabalhadores em função dos riscos que estão expostos. Este livro está disponível
no site do Ministério da Saúde gratuitamente para download.
É um livro excelente pela avaliação do professor, e altamente recomendável para fins de um estudo
aprofundado de uma determinada doença relacionada ao trabalho.
3.4.1 Introdução
Insalubre significa pouco saudável, doentio, nocivo, prejudicial à saúde, capaz de provocar
doenças. O seu antônimo é salubre, que significa saudável, higiênico, benéfico.
A Norma que estabelece as regras para as operações e atividades insalubres é a NR15 – “Operações
e Atividades Insalubres”.
Na verdade, as atividades insalubres são aquelas que expõem os trabalhadores aos riscos físicos (ruído,
calor, frio etc), químicos (poeiras, gases etc) e biológicos (bactérias, vírus etc), como já visto na NR9, capazes
de causar danos à saúde.
Por exemplo: o ruído gerado nos processos industriais, embora seja um som
desagradável, é permitido ouvi-lo desde que não seja ultrapassado o seu limite
estabelecido pela NR15. Caso o trabalhador ficar exposto ao ruído ACIMA DO
LIMITE PERMITIDO, ficará caracterizada atividade
insalubre, pois sua audição ficará comprometida e,
ao longo dos anos, poderá adquirir a PAIR – Perda
Auditiva Induzida por Ruído.
Este “Limite de exposição permitido” no qual chamamos, é dado o nome técnico pela NR15 de
“Limite de Tolerância”. Abaixo segue a conceituação deste termo:
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Sendo assim, pode-se dizer que as atividades desenvolvidas abaixo dos limites de tolerância são
salubres, enquanto que as desenvolvidas acima dos limites de tolerância são insalubres; e assim está
estabelecido na NR15, em seu item 15.1:
Para se ter uma idéia dos limites de tolerância fixados pela NR15, veremos abaixo, parcialmente,
os limites para os riscos ruído, calor e alguns agentes químicos.
Nível de Máxima exposição Regime de Trabalho Intermitente com Descanso TIPO DE ATIVIDADE
ruído diária no Próprio Local de Trabalho (por hora)
dB (A) PERMISSÍVEL Leve Moderada Pesada
89 4 horas e 30 minutos 15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
90 4 horas
Não é permitido o trabalho sem a adoção de acima de acima de acima de 30
91 3 horas e 30 minutos medidas adequadas de controle 32,2 31,1
92 3 horas
ANEXO 11 da NR15
93 2 horas e 40 minutos LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA AGENTES QUÍMICOS
94 2 horas e 15 minutos
AGENTES QUÍMICOS Valor Absorção Até 48 Grau de
95 2 horas teto também horas/semana insalubridade
p/pele
96 1 hora e 45 minutos ppm* mg/m3**
Amônia 20 14 médio
ITEM 10.1. do anexo 11 da NR15. Para jornadas de trabalho que excedam as 48 (quarenta e oito)
horas semanais dever-se-á cumprir o disposto no art. 60 da CLT.
Art. 60 da CLT - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no
capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do
Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários
exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de
autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Art. 7º da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
A regra para o pagamento do adicional de insalubridade está prevista no item 15.2 da NR15, a
saber:
Como alguns agentes são mais danosos que outros, a insalubridade está classificada em
graus mínimo, médio e máximo, comportamentos adicionais distintos para cada categoria. No
quadro abaixo podemos ver o percentual de cada risco ambiental preconizado pela NR15:
Graus de insalubridade
As súmulas são orientações jurisprudenciais, ou seja, entendimento unificado dos tribunais que são
divulgadas de modo a preencher lacunas nas leis, visando orientar os juízes quanto às decisões a serem
tomadas em conflitos trabalhistas. No caso da súmula 47 é previsto que, mesmo que a exposição seja em
caráter intermitente, ou seja, não contínuo, o trabalhador faz jus ao adicional de insalubridade.
Art. 7º da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
XXIV – aposentadoria.
É reconhecido pela Previdência que os trabalhadores expostos a agentes agressivos devem ter
um tratamento especial, diferenciado dos demais profissionais que laboram em ambientes salubres,
pois estes não se expõem a riscos ambientais e, sendo assim, aposentam com 35 ou 30 anos de
contribuição. Abaixo veremos a transcrição da Lei 8.213/91 preconizando quando o segurado será
enquadrado na aposentadoria especial:
Lei 8.213/91 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta
Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo
período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.
2.0.2 VIBRAÇÕES
a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos
2.0.3 RADIAÇÕES IONIZANTES
a) extração e beneficiamento de minerais radioativos; b) atividades em minerações com exposição ao radônio; c) realização de
manutenção e supervisão em unidades de extração, tratamento e beneficiamento de minerais radioativos com exposição às radiações
ionizantes; d) operações com reatores nucleares ou com fontes radioativas;e) trabalhos realizados com exposição aos raios Alfa, Beta,
Gama e X, aos nêutrons e às substâncias radioativas para fins industriais, terapêuticos e diagnósticos; f) fabricação e manipulação de
produtos radioativos; g) pesquisas e estudos com radiações ionizantes em laboratórios.
2.0.4 TEMPERATURAS ANORMAIS 25 ANOS
a) trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância estabelecidos na NR-15, da Portaria no 3.214/78.
2.0.5 PRESSÃO ATMOSFÉRICA ANORMAL
a) trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas;b) trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido;c) operações de mergulho com
o uso de escafandros ou outros equipamentos .
3.0.0 BIOLÓGICOS
Exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas
3.0.1 MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS
a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de
materiais contaminados;b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros produtos;
c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia;d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de
resíduos de animais deteriorados;e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto;f) esvaziamento de biodigestores;
g) coleta e industrialização do lixo.
4.0.0 ASSOCIAÇÃO DE AGENTES
Exposição aos agentes combinados exclusivamente nas atividades especificadas
4.0.1 FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS 20 ANOS
a) mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de produção.
4.0.2 FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS 15 ANOS
a) trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção.
Art. 57 § 6º da Lei 8.213/91 O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos
provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a
atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.
Art. 22 da Lei 8.212/91 A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do
disposto no art. 23, é de:
Hipótese – insalubridade de grau médio: 20%; aposentadoria especial: 25 anos; salário mês: R$ 1.000,00:
Quatro situações: 1, 50, 100 e 500 trabalhadores.
N. trab. Salário Mês Insalubridade Aposentadoria especial Gasto mensal Gasto anual
20% sal mín 25 anos (6%) com insalub. com insalub.
1 1.000,00 83,00 60,00 143,00 1716,00
50 50.000,00 4.150,00 3.000,00 7.150,00 85.800,00
100 100.000,00 8.300,00 6.000,00 14.300,00 171.600,00
500 500.000,00 41.500,00 30.000,00 71.500,00 858.000,00
Neutralizar significa tornar-se nulo, anular. A NR15 preconiza que há duas possibilidades de
neutralizar a insalubridade. Neste caso não será mais devido o pagamento do adicional de
insalubridade, tampouco o enquadramento de aposentadoria especial. Apresentamos abaixo a
transcrição da NR15 referente à neutralização da insalubridade:
) São quaisquer medidas que o empregador adote visando manter o ambiente abaixo dos limites de
tolerância, como exemplo, a instalação de um exaustor para a captação de poeiras geradas no processo
produtivo; o enclausuramento de um motor visando reduzir a intensidade de ruído no ambiente etc.
De um modo geral, basta seguir as recomendações previstas na NR9 “eliminação, redução e controle”
dos riscos ambientais.
Quando as empresas neutralizam a insalubridade através da utilização de EPI, ela tende a deixar de
observar os princípios prevencionistas estabelecidos nas demais NR’s, como exemplo a efetiva
eliminação ou redução da insalubridade no ambiente de trabalho. Ora, mesmo utilizando EPI, o ambiente
de trabalho continua sendo insalubre. Tecnicamente, EPI não elimina a insalubridade, apenas reduz.
) Esta forma de neutralização prevista na NR15 faz com que várias empresas “cortem” a insalubridade dos
empregados, às vezes, até mesmo sem seguir todos os critérios técnicos estabelecidos pela NR6 e NR9. A
conseqüência é a geração de conflitos trabalhistas em que o trabalhador exige indenizações por achar o
“corte” injusto.
) Cabe salientar que o simples fornecimento de EPI não exime o empregador do pagamento do
adicional. Veja o que entende o Tribunal Superior do Trabalho a respeito do assunto:
Relembrando a NR9:
A NR9 é uma Norma de prevenção dos riscos, enquanto que a NR15 é uma
Norma de monetarização dos riscos. A insalubridade remunera a vida do trabalhador
em suaves prestações.
FOTO
"Neutralização de insalubridade"
Trata-se de analisar consulta do interessado em epígrafe, sobre a eliminação ou neutralização da insalubridade por
meio da utilização de equipamentos de proteção individual. O interessado questiona se "pode o empregador
aplicar o disposto no item 5.4.1, letra b, da NR-15, havendo de sua parte o cuidado de especificar, adquirir e
disponibilizar em quantidade suficiente EPIs comprovadamente eficazes, produzindo os treinamentos sobre o
uso correto dos mesmos, promovendo manutenções periódicas inclusive com substituição de componentes,
promovendo ainda auditorias continuadas para observância do uso correto destes dispositivos".
Inicialmente, é necessário analisar a questão sob a ótica da preservação da saúde dos trabalhadores. A utilização
de equipamentos de proteção individual como única medida de proteção contra os riscos presentes no ambiente de
trabalho contraria princípios prevencionistas, tanto tecnicamente quanto legalmente.
Do ponto de vista técnico, estes dispositivos possuem uma série de limitações quanto à proteção que oferecem,
devido a fatores ligados à escolha do equipamento, à sua correta utilização, manutenção e reposição, à adaptação
às características de cada trabalhador e à própria concepção do equipamento.
Sob a ótica da legislação, está previsto no item 9.3.5.4 da NR-9, texto da Portaria 25/94, que os equipamentos de
proteção individual devem ser utilizados quando houver inviabilidade técnica de adoção de medidas de proteção
coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou
implantação, ou ainda em caráter complementar, ou emergencial, estabelecendo, para esses casos, que seja dada
prioridade a medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho.
Quanto à caracterização de atividades como insalubres, só é possível por meio de perícia realizada no local de
trabalho, por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, conforme determina o artigo 195 da
CLT.
Face ao exposto, é nosso entendimento que o equipamento de proteção individual não deve ser utilizado como
única medida de proteção contra os riscos ambientais e que a caracterização de atividades como insalubres só
pode ser feita por meio de perícia no local de trabalho, realizada por Médico do Trabalho ou Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
À consideração superior.
CIF 30461-1
É claro que o vigilante de banco, o motorista de carro forte, o socorrista das estradas, além de tantos
outros, estão sujeitos ao perigo. Entretanto, os agentes a que estão submetidos não se classificam,
pelo menos em nossa legislação, como periculosos.
Os trabalhadores que exercem atividades periculosas têm direito a uma remuneração adicional
de 30% sobre o salário que perceber.
NR 16, item 16.1. São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexos
números 1 e 2 desta Norma Regulamentadora-NR.
• Radiação ionizante (agente de risco previsto na Portaria n. 518, de 04 de Abril de 2003 do MTE)
Nota: As hipóteses que caracterizam periculosidades estão previstos no anexo desta portaria,
aprovado pelo CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.
UNIDADE 4
ERGONOMIA
4.1 ERGONOMIA
4.1.1. Introdução
Sabe-se também que, para execução das atividades, normalmente em um processo produtivo, existem:
ASSIM, TEMOS:
Fatores Humanos
Fatores de Produção
A união dos fatores humanos com os de produção FICA A CARGO DA ERGONOMIA. Portanto:
) Tendo como premissa que a conquista da qualidade dos produtos ou serviços e, o aumento produtividade,
só será possível com a qualidade de vida no trabalho, o projeto ergonômico do posto de trabalho e do
sistema de produção não é mais apenas uma necessidade de conforto e segurança, e sim, uma estratégia
para a empresa sobreviver no mundo globalizado.
) Portanto, a Ergonomia é, sem sombra de dúvida, uma ESTRATÉGIA COMPETITIVA, pois a sua
aplicação traz benefícios tanto para os trabalhadores como também para a indústria.
Observa-se que, em todo o mundo, a ergonomia tem sido objeto de demanda, com um número
crescente de empresas solicitando consultorias e criando cargos para ergonomistas em seus
organogramas. Se nos limitarmos ao Brasil, a demanda já ultrapassa bastante a capacidade de formação e
treinamento hoje disponível no mercado.
Funções
Para unir os fatores humanos com os de produção, de modo a facilitar o trabalho, reduzir o gasto de
energia e esforço do funcionário, a ergonomia deve realizar as seguintes funções no ambiente de trabalho:
) Realizar adaptações do ferramental de trabalho, de modo a torná-lo mais adequada às pessoas que nela
operam, considerando as características de cada trabalhador.
) Analisar todo o mobiliário utilizado nos postos de trabalho, de modo a trazer o máximo de conforto
possível para todos os usuários;
) Analisar as máquinas e equipamentos da produção, de modo a reduzir ao máximo possível a repetição e
os esforços que os trabalhadores utilizam para operá-la;
) Observar a questão ambiental no trabalho (iluminação, calor, ruído, etc);
) Analisar as posições mais adequadas para que os trabalhadores possam executar as tarefas no máximo
conforto possível;
) Promover cursos e treinamentos sobre o tema;
) etc
Benefícios
A ciência Ergonômica também está prevista em Lei. A Norma que regulamenta as regras para
aplicação MÍNIMA da Ergonomia no trabalho é a NR 17 “Ergonomia”. Em seu 1º item encontramos:
Item 17.1 da NR17. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Comentários:
) As características psicofisiológicas dizem respeito a todo o conhecimento referente ao funcionamento do ser humano.
Se a ergonomia se destaca pela sua característica de busca da adaptação das condições de trabalho ao homem, a
primeira pergunta a se colocar é: quem é este ou quem são as pessoas a quem vou adaptar o trabalho?
) A palavra conforto merece um destaque especial. A regulamentação em segurança e saúde no trabalho quase sempre diz
respeito a limites de tolerância que podem ser medidos objetivamente. O mesmo não ocorre aqui. Para se avaliar o
conforto, é imprescindível a expressão do trabalhador. Só ele poderá confirmar ou não a adequação das soluções que os
técnicos propuseram. Portanto, tanto para se começar a investigar as inadequações como para solucioná-las, a palavra
do trabalhador deve ser a principal diretiva.
Item 17.2.2 da NR17. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por
um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
Art. 198 da CLT - É de 60 kg o peso máximo que um empregado pode remover individualmente,
ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.
Art. 390 da CLT - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego
de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos
para o trabalho ocasional.
Comentários:
) Para diagnosticar o descumprimento da CLT, é questão apenas de compilar os dados referentes à morbidade dos
trabalhadores que comprovem o acometimento a sua saúde: lombalgias, hérnias de disco, qualquer comprometimento da
coluna vertebral causado por superesforço etc.
) O fato de a legislação ainda permitir transporte e levantamento de carga com limites muito elevados, não quer dizer que
se deve se ater aos mesmos. Quanto mais leve for a carga, menor é a possibilidade de o trabalhador comprometer sua
saúde e, portanto, de não faltar ao trabalho. As lombalgias constituem um grave problema para a seguridade social e
onera bastante toda a população.
Item 17.2.4 da NR17. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão
ser usados meios técnicos apropriados.
Transpaletes
Carros tubulares
Cábrea
Móvel
Grua hidráulica
Carrinho
Esteiras manual
transportadoras
Empilhadeira
manual
Empilhadeiras Rebocador
Talhas Fixas
Talhas Móveis
Pontes Rolantes
Item 17.3.1 da NR17. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
Item 17.3.3 da NR17. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto:
Observe as colunas acima. A cadeira à esquerda destaca como a coluna torna-se reta ao Os assentos dos carros, na sua maioria, são
acompanhar a trajetória do encosto, que é reto. A cadeira à direita constata como o retos e não possuem apoio lombar
encosto acomoda com precisão as curvaturas da coluna. adequado de modo a acertar, por completo,
Conclusão: coluna reta = fadiga muscular, pressão intradiscal aumentada, sujeita a dores as curvas da coluna.
e pinçamentos de raízes nervosas. Já no encosto que acompanha com precisão a curvatura
da coluna, houve proteção e respeito ao desenho da anatomia humana.
Item 17.3.2 da NR17. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de
boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
a. Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a
distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b. Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c. Ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos
segmentos corporais.
Assentos com regulagens e repouso para os pés são úteis para alternar as posições de pé e sentado quando se
realizam as mesmas tarefas.
Utilize ferramentas suspensas de fácil alcance dos trabalhadores, principalmente para atividades repetitivas.
Item 17.3.5.da NR17. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem
ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
Item 17.4.1 da NR17. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
Comentário:
Este item da norma é bem genérico. Todavia, em sentido amplo, podemos dizer que TODOS os equipamentos devem permitir
que o trabalho seja de fácil execução e da forma mais segura, confortável e eficiente possível, com vistas a reduzir o esforço
físico, repetitividade etc. Levar em conta a opinião dos trabalhadores antes da compra de equipamentos tem mostrado um bom
resultado em nossa prática de trabalho. Algumas empresas colocam opções para teste e decidem por aqueles que tiveram
melhor aceitação.
Equipamento mecânico para montagem de rodas Equipamento mecânico para suporte e movimentação de motores
Comentários:
Organizar, no sentido comum, é ordenar, arrumar, colocar certa ordem num conjunto de recursos. A organização do trabalho
pode ser caracterizada pelas modalidades de repartir as funções entre os operadores e as máquinas. Ela define quem faz o quê,
como e em quanto tempo. É a divisão dos homens e das tarefas.
O ser humano para executar um trabalho pode proceder de maneiras diferentes dependendo do tempo de que dispõe, dos
instrumentos de que se utiliza, das condições ambientais, de sua experiência prévia e do modo como é remunerado, dentre
outras variáveis.
A análise da organização, portanto, é algo complexo, não sendo possível fixar, de antemão, um roteiro aplicável a todas as
situações. O método de análise assim como o objeto a ser analisado vão sendo estabelecidos paulatinamente, envolvendo os
trabalhadores e dependem, e muito, da demanda que motivou a análise.
Por este motivo, visando orientar o empregador, o item 17.6.2 da NR17 estabelece os critérios mínimos que devem ser
observados na organização do trabalho.
Item 17.6.2 da NR17. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em
consideração, no mínimo:
a) As normas de produção;
b) O modo operatório;
c) A exigência de tempo;
d) A determinação do conteúdo de tempo;
e) O ritmo de trabalho;
f) O conteúdo das tarefas.
e) O ritmo de trabalho. Aqui devemos fazer uma distinção entre o ritmo e a cadência. A cadência tem um aspecto
quantitativo, o ritmo qualitativo. A cadência refere-se à velocidade dos movimentos que se repetem em uma dada unidade de
tempo. O ritmo é a maneira como as cadências são ajustadas ou arranjadas: pode ser livre (quando o indivíduo tem autonomia
para determinar sua própria cadência) ou imposto (por uma máquina, pela esteira da linha de montagem e até por incentivos à
produção). O ritmo de trabalho pode ser imposto pela máquina (no caso de uma linha de montagem, com operações que devem,
às vezes, ser executadas em menos de um minuto) ou ser gerenciado pelo trabalhador ao longo de um dia, embora mantendo
uma cota de produção diária.
Há trabalhos que devem ser necessariamente executados em tempo previamente determinado (os cheques devem ser
compensados até as 6h, por exemplo), o que por si só constitui uma pressão temporal com sobrecarga de trabalho em
determinados horários.
Se, no entanto, ele estiver operando uma máquina que exige que ele faça o movimento e,
portanto, não lhe cabe variar a cadência, pode considerar sua carga com mais
dificuldade. Acrescente-se a isso, se, a cada levantamento do braço, ele permanece com
o braço levantado, por um longo tempo, suportando uma carga. A carga já é maior
então. O mesmo vale para o caso em que essa cadência for imposta por uma fila de
clientes. Logo, medidas quantitativas sem indicações do contexto em que elas ocorrem
não contribuem para a avaliação da situação.
f) o conteúdo das tarefas designa o modo como o trabalhador percebe as condições de seu trabalho: estimulante, socialmente
importante, monótono ou aquém de suas capacidades. Pode ser estimulante se envolve uma certa criatividade,se há uma
variedade de atividades, se há questões a se resolver e se elas solicitam o interesse do trabalhador. Mas é importante lembrar
que nem sempre uma variedade muito grande de tarefas é necessariamente estimulante. Por exemplo, quando se requer grande
memorização e aprendizado e as tarefas devem ser executadas com fortes exigências de tempo. A maior ou menor riqueza do
conteúdo das tarefas passa também pela avaliação do trabalhador e depende das suas aspirações na vida, bem como, das suas
motivações para o trabalho.
Item 17.6.3 da NR17 Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do
trabalho, deve ser observado o seguinte:
alínea a) Esse subitem, com suas alíneas, tem um alcance considerável, mas a maioria das pessoas não consegue aplica-lo. Ele
é muito claro. Se já ocorreram distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) em qualquer parte do corpo
(pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores), o que indica sobrecarga muscular estática ou dinâmica, não pode
haver avaliação do desempenho individual. Se a avaliação é individual, significa sempre que o trabalhador vai ser premiado se
atingir ou ultrapassar o patamar desejado ou punido, caso não o atinja.
As avaliações são importantes no processo produtivo, pois é a partir delas que a empresa faz projeções a respeito da sua
capacidade de cumprir contratos, de sua eficiência, a necessidade de aumentar ou reduzir o efetivo etc. Mas essas avaliações
têm que ser coletivas. As avaliações individuais provocam estresse no trabalhador e são patogênicas por si mesmas, quer dizer,
mesmo que não haja premiação para quem produza mais. Aliás, se há avaliação individual, há alguma intenção oculta, nem que
seja demitir os mais lentos. Logo, uma premiação está sempre implícita, nem que seja a manutenção do emprego.
alínea b) Nos setores produtivos, tenta-se implantar sistema de pausas. Cada tarefa tem a sua particularidade. Nas linhas de
montagem, por exemplo, a queixa mais comum é que o tempo alocado à realização da tarefa é muito reduzido e quando há
incidente, o trabalhador só consegue realizá-la com grande esforço e agilidade. Isso faz com que ele esteja sempre ansioso com
a possibilidade de não conseguir realizar bem a tarefa. Nesse caso, seria muito mais útil um aumento no tempo do ciclo
destinado à tarefa que uma pausa. Assim, poder-se-ia fazer uma micropausa entre um ciclo e outro, permitindo o retorno das
articulações à posição neutra, o que está mais que provado reduzir a incidência de DORT. Na prática, isso significa diminuir a
velocidade da esteira. Ora, sabemos bem que diante de certos eventos (como o aumento da demanda), a velocidade da esteira é
logo aumentada pelas instâncias superiores. Logo, a micropausa, apesar de ser bastante benéfica do ponto de vista fisiológico,
não é devidamente apropriada pelos trabalhadores. Já a macropausa (como 10 minutos de descanso a cada 50 trabalhados) é
mais bem apropriada e torna-se um direito mais difícil de ser retirado.
Teoricamente, podemos dizer que uma análise, seja lá qual for, só é empreendida quando temos de solucionar um
problema complexo, cujo entendimento só é possível se decompusermos o todo complexo em partes menores em
que apreensão possa ser evidenciada. Compreendendo-se as partes, compreende-se o todo.
Por exemplo, e há casos de DORT em uma empresa, devemos primeiramente saber em que setor
ela incide mais. Se esse setor comportar diversas tarefas, procura-se saber em qual atividade há
maior número de casos. Finalmente, decompõe-se a atividade em suas diversas partes e verifica-
se em qual delas há um ou mais fatores que sabidamente causam DORT.
1. DEPTO/SETOR: GVT
2. POSTO DE TRABALHO: setor de montagem automobilística
3. DADOS DO MEIO AMBIENTE DE TRABALHO: ruído 67 dB(A), iluminação artificial.
4. SERVIÇO EM PROCESSO: Montagem de motores automotivos
5. FUNÇÃO ANALISADA: Mecânico montador
6. QUANTIDADE DE TRABALHADORES ENVOLVIDOS: 1
7. DADOS DO TRABALHADOR: 74 kg, 1,78 m, sexo masculino, 26 anos de idade.
8. TEMPO DE TRABALHO NA EMPRESA: 5 anos
9. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS: Montam motores com auxílio de ferramentas manuais e
mecânicas; regulam e testam motores e realizam inspeções.
15. EXIGÊNCIAS DAS POSTURAS INADEQUADAS: O mecânico utiliza flexão de tronco, mantendo uma postura estática,
para operar as ferramentas mecânicas. Movimenta principalmente as mãos e braços
16. AS PRINCIPAIS QUEIXAS DOS TRABALHADORES: Dores nos braços e mãos.
17. FOTOS DOS POSTOS DE TRABALHO: Fotos 1,2 e 3 anexo
18. AS RECOMENDAÇÕES: Deve-se substituir ferramenta x pela y para um melhor conforto e rendimento do trabalhador.
As pausas devem aumentar para, pelo menos 10 minutos. As ferramentas manuais x,t, g e h devem ser substituídas.
19. CONCLUSÃO / CONSIDERAÇÕES FINAIS: A forma de trabalho atual oferece condições de adquirir LER/DORT,
devendo-se atentar às recomendações. Ressalte-se que deve-se analisar a organização do trabalho de um modo global.
4.1.7 LER/DORT
Como acontece a LER/DORT? Segundo o Ministério da Saúde, através da publicação do livro “Saber
LER para prevenir DORT” (2001, p. 6, 7 e 8), acontece, basicamente, da seguinte forma:
1. Para ter uma idéia do nosso corpo, vamos olhar um membro superior, popularmente conhecido como braço.
2. Imagine se houvesse somente esses ossos. Como eles estariam ligados um ao outro para não despencar?
3. Há ligamentos, tendões, etc, que são algumas das chamadas partes moles e fazem as ligações entre os ossos.
O que acontece é que a pessoa normalmente não vai percebendo que começa a ter sensações
diferentes, até que um dia a dor é tão insuportável que ela não consegue continuar mais
trabalhando.
1. INTRODUÇÃO
As LER/DORT têm se constituído em grande problema da saúde pública em muitos dos países industrializados.
2. CONCEITO
Caracteriza-se pela ocorrência de vários sintomas, tais como: dor, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso,
geralmente nos membros superiores e inferiores. Resulta-se da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema
osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. A sobrecarga pode ocorrer pela utilização excessiva de determinados
grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência de esforço localizado, pela permanência de segmentos do
corpo em determinadas posições por tempo prolongado, particularmente quando essas posições exigem esforço ou resistência das
estruturas músculo-esqueléticas contra a gravidade.
Em 1991, o Ministério do Trabalho e da Previdência Social publicou as normas referentes às LER, que continham critérios de
diagnóstico e tratamento, descrevendo casos entre diversas categorias profissionais, tais como: digitador, controlador de
qualidade, embalador, montadores, operador de máquinas, de terminais de computador, pedreiro, telefonista dentre outros. Em
1998, o INSS publicou a OS Nº 606/98, objeto da presente revisão.
4. FATORES DE RISCO
Na caracterização da exposição aos fatores de risco, alguns elementos são importantes, dentre outros:
5. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de LER/DORT consiste, como em qualquer caso, nas etapas habituais de investigação clínica, com os objetivos de
se estabelecer a existência de uma ou mais entidades nosológicas, os fatores etiológicos e de agravamento:
a) história da moléstia atual - As queixas mais comuns entre os trabalhadores com LER/DORT são a dor localizada, irradiada ou
generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso. Muitos relatam formigamento, dormência, sensação de diminuição de
força, edema e enrijecimento muscular, choque, falta de firmeza nas mãos dentre outros.
b) Investigação dos diversos aparelhos - é importante que outros sintomas ou doenças sejam investigados.
c) Comportamentos e hábitos relevantes - hábitos que possam causar ou agravar sintomas devem ser objeto de investigação: uso
excessivo de computador em casa, lavagem manual de grande quantidade de roupas, ato de passar roupas, etc.
d) antecedentes pessoais - história de traumas, fraturas e outros quadros mórbidos que possam ter desencadeado e/ou agravado
processos de dor crônica, entrando como fator de confusão, devem ser investigados.
e) Antecedentes familiares - existência de familiares co-sangüíneo com história de diabetes e outros distúrbios hormonais,
“reumatismos, deve merecer especial atenção.
f) História ocupacional - Perguntar como e onde o paciente trabalha, tentando ter um retrato dinâmico de sua rotina laboral:
duração de jornada de trabalho, existência de tempo de pausas, forças exercidas, execução e freqüência de movimentos
repetitivos, exigência de produtividade, falta de flexibilidade de tempo, mudanças no ritmo de trabalho etc.
g) Exame físico
Conclusão diagnóstica: a conclusão diagnóstica deve considerar o quadro clínico, sua evolução, fatores etiológicos possíveis,
com destaque para a anamnese e fatores ocupacionais. É importante lembrar sempre que os exames complementares devem ser
interpretados à luz do raciocínio clínico. Um diagnóstico não-ocupacional não descarta LER/DORT.
6. TRATAMENTO
Medicamentos analgésicos e antiinflamatórios são úteis no combate à dor aguda e inflamação, mas, se usados isoladamente, não
são efetivos para o combate da dor crônica. Em casos de dor crônica medidas fisioterapêuticas. O agulhamento seco e a
infiltração locais de anestésicos produzem resultados satisfatórios em alguns casos;
Fisioterapia. A presença ativa do fisioterapeuta é fundamental para uma avaliação contínua da evolução do caso e para mudanças
de técnicas ao longo do tratamento;
Os procedimentos cirúrgicos não têm se mostrado úteis, mesmo nos casos em que a indicação cirúrgica parece adequada.
Freqüentemente ocorre evolução para dor crônica de difícil controle.
7. PREVENÇÃO
Um programa de prevenção das LER/DORT em uma empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco
presentes na situação de trabalho. Deve ser analisado o modo como as tarefas são realizadas, especialmente as que envolvem
movimentos repetitivos, movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por tempo prolongado. Aspectos
organizacionais do trabalho e psicossociais devem ser especialmente focalizado.
A Norma Regulamentadora (NR 17) estabelece alguns parâmetros que podem auxiliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente.
Embora não seja específica para a prevenção de LER/DORT, trata da organização do trabalho nos aspectos das normas de
produção, modo operatório, exigência de tempo, determinação do conteúdo de tempo, ritmo de trabalho e conteúdo das tarefas.
8. DA NOTIFICAÇÃO
Havendo suspeita de diagnóstico de LER/DORT, deve ser emitida a Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.
QUADRO I
RELAÇÃO EXEMPLIFICATIVA ENTRE O TRABALHO E ALGUMAS ENTIDADES NOSOLÓGICAS
ALGUNS DIAGNÓSTICOS
LESÕES CAUSAS OCUPACIONAIS EXEMPLOS
DIFERENCIAIS
Bursite do cotovelo Compressão do cotovelo contra Apoiar o cotovelo em mesas Gota, contusão e artrite reumatóide
(olecraniana) superfícies duras
Contratura de fáscia Compressão palmar associada à vibração Operar compressores pneumáticos Heredo – familiar
palmar (Contratura de Dupuytren)
Compressão palmar associada à Apertar alicates e tesouras Diabetes, artrite reumatóide, mixedema,
Dedo em Gatilho realização de força amiloidose.
Movimentos com esforços estáticos e
preensão prolongada de objetos, Apertar parafusos, desencapar fios, Doenças reumáticas e metabólicas, hanseníase,
Epicondilites do principalmente com o punho estabilizado tricotar, operar motosserra neuropatias periféricas, contusão traumas.
Cotovelo em flexão dorsal e nas prono-supinações
com utilização de força.
Síndrome do Canal Flexão extrema do cotovelo com ombro Apoiar cotovelo ou antebraço em Epicondilite medial, seqüela de fratura, bursite
Cubital abduzido. Vibrações. mesa olecraniana forma T de Hanseníase
Síndrome do Canal de Cistos sinoviais, tumores do nervo ulnar,
Guyon Compressão da borda ulnar do punho. Carimbar tromboses da artéria ulnar, trauma , artrite
reumatóide e etc
Fazer trabalho manual sobre
Síndrome do Desfiladeiro Compressão sobre o ombro, flexão veículos, trocar lâmpadas, pintar Cervicobraquialgia, síndrome da costela
Torácico lateral do pescoço, elevação do braço. paredes, lavar vidraças, apoiar cervical, síndrome da primeira costela,
telefones entre o ombro e a cabeça metabólicas, Artrite Reumatóide e Rotura do
Supra-espinhoso
Síndrome do Interósseo Compressão da metade distal do Carregar objetos pesados apoiados
Anterior antebraço. no antebraço
Síndrome do Pronador Esforço manual do antebraço em Carregar pesos, praticar musculação, Síndrome do túnel do carpo
Redondo pronação. apertar parafusos.
Síndrome do Túnel do Movimentos repetitivos de flexão, mas Menopausa, trauma,
Carpo também extensão com o punho, tendinite da gravidez (particularmente se
principalmente se acompanhados por Digitar, fazer montagens industriais, bilateral), lipomas, artrite reumatóide, diabetes,
realização de força. empacotar amiloidose, obesidade neurofibromas,
insuficiência renal, lupus eritematoso,
condrocalcinose do punho
Tendinite da Porção Manutenção do antebraço supinado e Artropatia metabólica e endócrina, artrites,
Longa do Bíceps fletido sobre o braço ou do membro Carregar pesos osteofitose da goteira bicipital, artrose
superior em abdução. acromioclavicular e radiculopatias C5-C6
Tendinite do Elevação com abdução dos ombros Bursite, traumatismo, artropatias diversas,
Supra – Espinhoso associada a elevação de força. Carregar pesos sobre o ombro, doenças metabólicas
Estabilização do polegar em pinça Doenças reumáticas, tendinite da gravidez
Tenossinovite de De seguida de rotação ou desvio ulnar do Apertar botão com o polegar (particularmente bilateral), estiloidite do rádio
Quervain carpo, principalmente se acompanhado
de força.
Tenossinovite dos Fixação antigravitacional do punho. Digitar, Artrite Reumatóide , Gonocócica, Osteoartrose
extensores dos dedos Movimentos repetitivos de flexão e operar mouse e Distrofia
extensão dos dedos. Simpático–Reflexa (síndrome Ombro - Mão)
SEÇÃO II
NORMA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE LABORATIVA
Procedimentos Administrativos e Periciais em LER/DORT
Emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT - Todos os casos com suspeita diagnóstica de LER/DORT devem
ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, com descrição da atividade e posto de trabalho para fundamentar o nexo causal.
O acidente será caracterizado pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento do nexo causal. Nenhuma CAT poderá ser
recusada, devendo ser registrada independentemente da existência de incapacidade para o trabalho.
Conduta Médico Pericial - O Médico Perito deve desempenhar suas atividades com ética, competência, boa técnica e respeito
aos dispositivos legais e administrativos. Deve levar em conta os relatórios médicos portados pelo segurado.
Auxílio-acidente - O auxílio-acidente será concedido, como indenização, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente.
Aposentadoria acidentária - Será concedida para os casos irrecuperáveis e com incapacidade total e permanente para todas as
profissões e insuscetível de reabilitação profissional, geralmente representados por casos gravíssimos e irreversíveis, com
repercussão anatômica e funcional importante que se apresenta com atrofias musculares ou neuropatia periférica e com
importante diminuição da força muscular ou perda do controle de movimentos no segmento afetado.
Programa de Reabilitação Profissional - Os segurados que apresentem quadro clínico estabilizado e necessitem de mudança de
atividade ou função serão encaminhados ao Programa de Reabilitação Profissional.
JURISPRUDÊNCIA
Trabalho pesado
Danone é condenada a indenizar por lesão na coluna
A empresa Danone foi condenada a pagar indenização de R$ 100 mil a uma ex-funcionária que era
obrigada a carregar caixas de 13 quilos durante o intervalo para descanso. A decisão é da 6ª Câmara do
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas). Cabe recurso.
O TRT de Campinas elevou o valor da indenização de R$ 30 mil fixados em primeira instância, para
R$ 100 mil por danos morais e materiais, mais juros e correção monetária. Segundo os juízes, deve-se
levar em conta a capacidade de quem paga e a situação econômica de quem sofreu a lesão.
A trabalhadora entrou com ação trabalhista na 5ª Vara do Trabalho de Campinas. Alegou que adquiriu
doença por causa do tipo de trabalho que prestava. A empresa, por sua vez, sustentou que não ficou
comprovada a relação entre os problemas de saúde e o trabalho realizado, nem o dano moral.
A primeira instância acolheu o pedido da trabalhadora. As duas partes recorreram ao Tribunal Regional
do Trabalho. A trabalhadora entendeu que o valor de R$ 30 mil arbitrado pela primeira instância era
insuficiente. A empresa pediu o cancelamento da condenação ou a redução do valor.
O relator do Recurso Ordinário, juiz Luiz Carlos de Araújo, entendeu que a perícia realizada comprovou
a relação entre a doença da trabalhadora e a atividade exercida. A ex-empregada era encarregada de
pegar e arrumar biscoitos na esteira e, no intervalo de descanso, tinha de carregar caixas de biscoitos
defeituosos, com um peso de aproximadamente 13 kg.
“Enquanto descansava, carregava pedra”, disse o perito, que comparou a caixa a um botijão de gás,
por causa do mesmo peso. O número de caixas carregadas chegava a 15 por turno. “O esforço sobre a
coluna vertebral dorsal, dorso-lombar (rotação e flexão para pegar as caixas) e os ombros, era bem
grande”, concluiu o perito.
Para o relator do recurso, ficou demonstrado o sofrimento da trabalhadora, tanto físico, como psicológico
pela perda da capacidade de trabalhar. A ex-empregada ficou impedida de realizar tarefas simples,
“motivo suficiente para o deferimento da indenização. Por longos 14 anos dedicados à empresa, a
trabalhadora não esmoreceu, apesar do seu estado de saúde”, fundamentou o juiz.
Com relação ao dano material, além do gasto com remédios, o relator considerou a perda do vigor físico
que a ex-empregada ainda poderia ter para desempenhar as atividades que desejasse.
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VIEIRA, Sebastião Ivone. Medicina Básica do Trabalho. 2° Edição. Curitiba. Ed. Gênesis, 1995.
Volume I. 444 p.
ANEXOS
PRINCÍPIOS BÁSICOS:
A segurança e saúde ocupacional deve ser considerada com o mesmo grau de importância que custos, qualidade,
produtividade, moral etc. A liderança deve mostrar isso através de suas ações diárias e rotineiras. É uma questão de
valor.
A empresa deve desenvolver e implementar um sistema abrangente de práticas gerenciais para controlar a segurança
e integrá-la às suas atividades no dia-a-dia das operações.
Uma política de segurança deliberada deve ser estabelecida e aplicada diariamente por cada membro da força de
trabalho, seja gerente, supervisor ou operário. A liderança deve estabelecer a política da companhia, traduzindo os
princípios que devem governar todas as decisões relativas à segurança. Sem tal política, a segurança tende a ser
posta de lado quando outras preocupações do negócio tornam-se urgentes.
Para atingir a excelência no gerenciamento de segurança todos os membros da linha organizacional devem aceitar a
responsabilidade por sua segurança pessoal e pela segurança das pessoas que reportem para elas. Membros da linha
de gerência devem responder pelo desempenho de segurança de suas organizações.
ELEMENTOS CHAVES:
LIDERANÇA
• Liderança e Comprometimento
Os Diretores, Gerentes e Supervisores na linha de organização devem assumir o papel de liderança dos
sistemas de segurança, como treinamento, auditoria, apuração de anormalidades e gerenciamento da
segurança de processo.
• Planejamento da Segurança e Saúde do Trabalhador
A empresa deve elaborar um plano de segurança que englobe todos os métodos e processos de trabalho.
PESSOAL
• Envolvimento e Comprometimento dos Empregados
Os empregados devem entender claramente seu papel e suas responsabilidades com relação a trabalhar de
forma segura e participar em atividades de segurança. Tais atividades rotineiramente incluem treinamentos,
auditorias e desenvolvimento de padrões.
• Saúde Ocupacional
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, Programa de Controle Médico e de Saúde
Ocupacional – PCMSO, bem como outros que visem à saúde dos trabalhadores, devem ser identificados,
desenvolvidos e implementados de modo eficaz. Os trabalhadores devem ser envolvidos na validação e
desenvolvimento dos programas, sistematização e treinamentos.
Os EPIs são importantes equipamentos na contribuição da redução de acidentes e doenças ocupacionais.
Deve haver um bom programa de fornecimento, distribuição e gerenciamento dos EPIs.
• Contratados
As empresas contratadas devem ser incluídas na política de segurança da empresa contratante.
• Atribuições e Responsabilidades
As atribuições e responsabilidades devem ser desenvolvidas, documentadas e comunicadas para todos os
níveis da empresa. Todas as pessoas devem responder por suas atribuições e responsabilidades no Sistema
de Gerenciamento de Segurança.
• Treinamento
Todos os trabalhadores devem ser treinados de modo eficiente, prático e eficaz sobre todas as formas e
métodos de trabalho, incluindo os riscos e meios de controle para prevenir acidentes e doenças
ocupacionais. Deve haver um sistema de capacitação de mão de obra, incluindo observação, percepção,
prática e avaliação da capacitação do trabalhador. Implantar sistemas de bancas técnicas coordenadas
pelos gerentes, para aprovação do trabalhador na função. Todos os empregados devem ser treinados em
todas as ferramentas aplicadas no sistema de gerenciamento de segurança.
• Prevenção do Acidente Comportamental
Todos os níveis de empregados devem ser envolvidos no processo de segurança baseado em comportamento.
A segurança do trabalho depende do comportamento das pessoas na organização. A função supervisão e
empregados devem entender que a maior parte dos acidentes são o resultado de comportamentos ou atos
inseguros e por isso estes devem ser prevenidos.
Devem ser divulgadas as proibições e obrigações de todos os trabalhadores.
RECURSOS
• Preparo Para Emergências
A empresa deve possuir um Plano de Resposta Emergencial por escrito. Treinamentos básicos em resposta a
emergência, incluindo primeiros socorros, proteção contra incêndio e resposta a vazamentos, devem ser
conduzido apropriadamente.
• Integridade Operacional e dos Equipamentos/Instalações
Disciplina operacional (operar conforme padrão), Integridade dos Equipamentos/Instalações, e processos de
manutenção preventiva devem ser desenvolvidas. Padrões de Integridade Operacional e dos
Equipamentos/Instalações também devem ser desenvolvidos. Análises de Risco de Processo devem ser feitas
para processos novos e existentes. Os empregados devem ser envolvidos em Análises de Risco de Processo, e
as não conformidades comunicadas ao pessoal afetado. Deve haver um sistema de gerenciamento de
manutenções de modo a garantir a continuidade das operações e integridade dos equipamentos. Planos de
inspeções e manutenções em equipamentos devem existir.
SISTEMAS
• Auditorias de Segurança e Saúde no Trabalho
Deve haver um sistema de auditoria para avaliar o funcionamento e eficácia de todo o sistema de
gerenciamento de segurança da empresa. Os Diretores, Gerentes, coordenadores e supervisores devem
participar das auditorias.
• Indicadores
Deve haver indicadores de índice de acidentes pessoais e impessoais, quase acidentes, relato de
anormalidades, metas atingidas, desempenho geral de segurança, treinamentos realizados, exames médicos
realizados e não realizados, distribuição de EPIs, ou seja, todo o sistema de gerenciamento de segurança
aplicado na empresa. A aplicação dos indicadores deve ser periodicamente avaliada e adaptada para
atender às necessidades da empresa. Os indicadores devem ser utilizados para guiar as decisões da empresa.
Devem ser analisados pela alta administração.
Nos dias de hoje, as empresas que não implementarem um Sistema de Gestão de SSO irá
conviver com níveis altos de vulnerabilidades, possibilitando a ocorrência de acidentes com
pessoas, com equipamentos, paralisação de processos produtivos, notificação de multas,
indenizações etc, que poderá inclusive, inviabilizar os negócios.
Os clientes estão cada vez mais tomando decisões de compra baseadas em requisitos de
Segurança e Saúde Ocupacional a dispeitos dos apelos de qualidade. Por isso, os valores de
qualidade, segurança, ocupacional e meio ambiente estão cada vez mais presentes no pensamento
estratégico das organizações que pretendem estabelecer um conceito de negócio voltado para a
sustentabilidade e responsabilidade social.
No plano internacional, a implementação de um SGSSO ganhou força nas sociedades industriais avançadas
durante as décadas de 1980 e 1990. Em alguns países, a adoção desses sistemas passou a ser uma exigência legal
ou bastante estimulada e reconhecida por órgãos governamentais. No Brasil, a implementação desses sistemas se
intensifica principalmente a partir da segunda metade da década de 1990 e nas grandes corporações. Os SGSSOs
implementados foram baseados em modelos ou diretrizes propostos por organizações não-governamentais,
nacionais ou internacionais.
A OHSAS é uma diretriz de aplicação voluntária a ser utilizada como referência pelas
organizações que desejem implementar um SGSSO passível de certificação por organismo de
certificação nacional ou internacional reconhecido pelo inmetro.
A OHSAS 18.001 foi elaborada para ser compatível com as normas dos sistemas de Gestão da
Qualidade e Ambiental, facilitando sua integração.
OHSAS 18001
(Segurança e Saúde)
O sucesso na sua implementação da OHSAS 18001 passa pela necessidade de uma profunda revisão
dos valores de segurança e saúde ocupacional na cultura organizacional e no princípio de negócios.
Para implementar um sistema de gestão vai depender do porte, natureza e risco das atividades. A
organização não deve limitar seu escopo de forma a excluir do processo de avaliação uma operação ou
atividade crítica que possa afetar o desempenho de SSO.
OHSAS 18.001
1 - Calor
Verifica-se a presença de calor em inúmeras operações industriais, como na fundição de metais, na laminação a
quente, nos altos-fornos, nos vazamentos em aciarias, em fornos de cerâmica etc.
O controle médico do trabalhador deve ser rigoroso, principalmente na fase de aclimatação, (ou adaptação), inicial,
e, também, após o retorno de férias ou após qualquer afastamento por mais de 2 semanas, depois do que o indivíduo
perde totalmente a adaptação ao calor.
2 - Ruído
O ruído, a uma intensidade maior que o permitido pela nossa legislação (NR15 – anexo 1 e 2), causa, aos operários
expostos durante longo tempo, a perda total ou parcial e irreversível da audição.
O controle médico deve ser feito por meio do exame audiométrico pré-
admissional e periódico, para diagnóstico precoce da lesão auditiva, visando,
portanto, impedir que a exposição continue por mais alguns anos e acabe por resultar numa surdez total.
A vibração também provoca uma doença na circulação arterial da mão, que atinge
principalmente os dedos do indivíduo, e que se caracteriza por bloqueio da
circulação local quando a mão e exposta ao frio.
A prevenção a nível médico e feita por meio de exames periódicos dos indivíduos
expostos, para diagnosticar precocemente as alterações e, portanto, evitar a completa
instalação da doença.
4 - Pressões hiperbáricas
A pressão hiperbárica é necessária para o trabalho em tubulações, túneis escavados por Shield ("Tatuzao") e em
trabalhos submarinos (mergulhadores)
5 - Radiações ionizantes
São basicamente os raios-X, raios-Y, e as partículas a e b , emitidas de equipamentos de radiologia ou de materiais
radiativos , hoje amplamente utilizados em grande variedade de atividades, principalmente em controle de qualidade
(gamagrafia).
A exposição durante anos a este agente provoca catarata, doença ocular do cristalino que
pode levar a cegueira. A catarata por infravermelho é, de longa data, chamada "catarata
dos vidreiros".
b) Agentes Químicos
A enorme utilização de produtos químicos acarreta grande incidência de doenças profissionais causadas por esses
produtos. Os produtos químicos são encontrados no ambiente de
trabalho sob as formas líquida, gasosa, de vapores e solida, e podem
penetrar no organismo pelas vias respiratórias, digestiva e, também,
através da pele, dependendo das características físico-químicas das
substancias.
Aerodispersóides.
São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido, que
podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos: poeiras (são
partículas sólidas, produzidas mecanicamente
por ruptura de partículas maiores), fumos (são
partículas sólidas produzidas por condensação de
vapores metálicos), fumaça (sistemas de
partículas combinadas com gases que se
originam em combustões incompletas), névoas
(partículas líquidas produzidas mecanicamente,
como por em processo “spray”) e neblinas (são
partículas líquidas produzidas por condensações de vapores).
O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho, peso específico (quanto maior o
peso específico, menor o tempo de permanência) e velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais
tempo o aerodispersóides permanece no ar, maior é a chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador.
As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10 mícrons, visíveis apenas com microscópio. Estas
constituem a chamada fração respirável, pois podem ser absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório.
As partículas maiores, normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde
são expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios.
Gases.
São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é
uma mistura de gases). Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se expandir
indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeitos à pressão fortes, não podem ser total ou parcialmente
reduzidos ao estado líquido.
Vapores.
São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem
condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e
pressão. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem
alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de saturação.
Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto.
De acordo com a definição dada pela Portaria n.º 25, que alterou a redação da NR-09,
são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que,
pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.
São os riscos gerados por agentes que modificam a composição química do meio ambiente. Por exemplo, a
utilização de tintas á base de chumbo introduz no processo de trabalho um risco do tipo aqui enfocado, já que a
simples inalação de tal substância pode vir a ocasionar doenças como o saturnismo.
Tal como os riscos físicos, os riscos químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato direto
com a fonte do risco, e em geral provocam lesões mediatas (doenças). No entanto, eles não necessariamente
demandam a existência de um meio para a propagação de sua nocividade, já que algumas substâncias são nocivas
por contato direto.
Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso, líquido, sólido, ou na forma de partículas
suspensas no ar, sejam elas sólidas (poeira e fumos) ou líquidas (neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar
são chamados de aerodispersóides.
As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-se, em:
• Aerodispersóides;
• Gases e vapores.
As principais vias de penetração destas substâncias no organismo humano são:
• O aparelho respiratório,
• A pele,
• O aparelho digestivo.
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRÃO Criado em: 24.01.1994
MATERIAL NECESSÁRIO
CHALEIRA 1 PORTA FILTRO
CAFÉ EM PÓ - CONECTOR
MEDIDOR DE CAFÉ 1 XÍCARA PADRÃ0
GARRAFA TÉRMICA 1 LUVA TÉRMICA
FILTRO DE PAPEL -
ATIVIDADES CRÍTICAS
01 - VERIFICAR QUANTAS PESSOAS TOMARÃO CAFÉ.
02 - COLOCAR ÁGUA PARA FERVER NA CHALEIRA (1 XÍCARA PADRÃO POR PESSOAL).
03 - COLOCAR PÔDE CAFÉ NO FILTRO (1 MEDIDOR DE CAFÉ POR PESSOA).
04 - LAVAR A GARRAFA TÉRMICA,
05 - ASSENTAR O FILTRO SOBRE A GARRAFA ATRAVÉS DO CONECTOR,
06 - QUANDO A ÁGUA COMEÇAR A FERVER COLOCAR UM POUCO SOBRE O PÓ DE TAL MANEIRA A
MOLHAR TODO O PÓ.
07 - APÓS 30 SEGUNDOS, COLOCAR O RESTO DA ÁGUA NO FILTRO.
08 - ASSIM QUE TODO CAFÉ ESTIVER COADO RETIRAR O FILTRO E FECHAR A GARRAFA
TÉRMICA.
MANUSEIO DO MATERIAL
01 - APÓS CADA COAÇÃO LAVAR TODO MATERIAL, SECAR E GUARDAR.
02 - O PÓ DE CAFÉ DEVE SER MANTIDO SEMPRE NA LATA FECHADA.
RESULTADOS ESPERADOS
01 - CAFÉ SEMPRE NOVO (NO MÁXIMO ATÉ 1 HORA APÓS COADO),
02- CAFÉ NA MEDIDA (NEM TÃO FRACO NEM TÃO FORTE).
AÇÓES CORRETIVAS
CASO HAIA RECLAMAÇÕES DE QUE O CAFÉ ESTÁ FRACO OU FORTE, VERIFICAR SE FOI UTILIZADA A
QUANTIDADE CERTA DE ÁGUA, A QUANTIDADE CERTA DE Ó OUSE HOUVE MUDANÇA NA QUALIDADE
DO PÓ, EM DÚVIDA CONSULTE A CHEFIA.
APROVAÇÃO:
__________ ___________ ____________ _____________ ________ ______________
EXECUTOR EXECUTOR EXECUTOR SUPERVISOR CHEFIA ENGENHARIA
2 – FREQUÊNCIA: Diariamente.
FIGURA 1
• Identificação da Empresa
• Identificação do Empregado
Nome: __________________________________________________________________
Considerando o interesse da empresa na redução de Acidentes do Trabalho, bem como cumprir o estabelecido no
Artigo 157, item II da CLT, com nova redação dada pela lei nº 6514 de 22/12/1977, fica determinado que é
obrigação de todo o empregado:
1. Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança do trabalho, inclusive as ordens de serviço.
2. Submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras.
3. Colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras – NR.
4. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.
5. Usar o crachá de identificação durante a permanência nas frentes de serviço.
6. Usar todos os Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, fornecidos pela empresa, responsabilizando-se
pela inspeção, higienização e guarda dos mesmos.
7. Use os EPI’s de forma correta, apenas para a finalidade a que se destinam. Em caso de dúvida quanto ao
uso, extravio ou danificação do equipamento informar imediatamente ao seu encarregado/líder
8. Nunca inicie uma atividade se tiver dúvida.
9. Antes de iniciar qualquer atividade, verifique as condições das ferramentas manuais e mecânicas,
inspecione e não utilize ferramentas defeituosas.
10. Não improvise extensões elétricas, e nem conserte equipamentos elétricos defeituosos.
11. Não faça a manutenção de máquinas diretamente sobre o solo, coloque uma lona plástica, para evitar o
derramamento de óleo e ou graxa diretamente no solo.
12. Não subir e/ou descer de veículos em movimento. Obedecer às placas de sinalização e áreas isoladas.
13. Não fazer brincadeiras em locais de trabalho ou desviar a atenção de colegas de trabalho.
14. Não permanecer sobre cargas suspensas.
15. É proibido realizar atividades para as quais não seja capacitado, habilitado e/ou autorizado
16. É proibido fazer manutenção em máquinas e/ou equipamentos em movimento.
17. Nos trabalhos a serem executados em altura superior a 2 metros, fazer o uso do cinto de segurança, preso
em locais resistentes, firmes utilizando trava quedas e ou cabo guia.
Outrossim, declara o integrante infra-assinado que recebeu todas as instruções necessárias para o uso dos equipamentos de
proteção individual, bem como as medidas preventivas dos riscos existentes em sua atividade, além da cópia da presente
Ordem de Serviço – OS, que ficará em seu poder, passando a fazer parte de seu Contrato de Trabalho para fins previstos em
Lei. O descumprimento do aqui estabelecido, importará em ato faltoso do integrante, com aplicação de penalidades cabíveis,
baseadas no artigo 158 da CLT e Norma Regulamentadora – NR 01, item 1.8 e 1.8.1, da Portaria do MTb 3.214/78, bem
como o estabelecido nas cláusulas contratuais.
A análise de Risco é uma técnica de Ordem de Serviço flexível, podendo ser adaptada da melhor
forma que o empregador achar conveniente ao tipo de risco gerado em sua atividade econômica. Assim,
encontramos nas literaturas diversos modelos de Análises de Riscos.
Tema:
Coordenador: Função:
Local da Reunião: Data:
_________/____________/______
Descrição da Reunião:
PARTICIPANTES
Matrícula: Assinatura dos participantes:
Segundo o Juiz de Direito, Dr. Sebastião Geraldo de Oliveira, em sua obra “Indenizações por
acidentes do trabalho ou doença ocupacional”, publicada em 2007, há 3 possibilidades do empregador
se eximir da responsabilidade civil na ocorrência de um acidente do trabalho:
Se o empregado, por exemplo, numa atitude inconseqüente, desliga o sensor de segurança automática de um
equipamento perigoso e posteriormente sofre acidente por essa conduta, não há como atribuir culpa em qualquer
grau ao empregador, pelo que não se pode falar em indenização. O “causador” do acidente foi o próprio
acidentado, dai falar-se em rompimento do nexo causal ou do nexo de imputação do fato ao empregador.
Se um empregado não habilitado e sem permissão do empregador assume a direção de um veículo na fábrica
e provoca colisão e conseqüente capotamento ao cruzar com outro automóvel, vindo a sofrer dano estético nas
pernas, não terá direito a qualquer indenização em face do empregador. O acidente ocorreu por culpa exclusiva da
vítima, não havendo liame causal direto do evento com o exercício do trabalho a serviço da empresa.
JURISPRUDÊNCIAS
“Indenização por dano moral e patrimonial — Indevida quando comprovada a culpa exclusiva do
empregado — Comprovada nos autos a entrega e fiscalização do uso de equipamentos individuais de
segurança, bem como o fato do autor estar embriagado no momento do acidente, não há que se falar
em responsabilidade do empregador. O acidente de trabalho ocorreu por exclusiva culpa do
empregado, não fazendo jus à indenização postulada”. Paraná. TRT 9 Região. 4a Turma. RO n. 99513-
2006-661-09-00, Rei.: Sérgio Murilo Rodrigues Lemos, DJ30maio 2006.
No entanto, os acidentes ocorridos por tais causas, em regra, não geram responsabilidade civil do
empregador por falta de nexo causal direto do evento com o exercício do trabalho.
São circunstâncias ou condições que escapam a qualquer controle ou diligência do empregador, daí
por que nesses acidentes não se vislumbra o nexo de causalidade nem o dever de indenizar.
Mesmo tendo ocorrido no local e horário de trabalho, não foi a prestação dos serviços ou o
empregador que causou o acidente, porquanto não é possível fazer prevenção daquilo que por definição é
imprevisível, nem de impedir o que é naturalmente inevitável.
JURISPRUDÊNCIAS
“Acidente do trabalho. Reparação de danos materiais e morais, caso fortuito. Inexistência de culpa
do empregador. E inviável cogitar-se de responsabilidade do empregador pelo falecimento do
empregado seu que, dirigindo-se ao trabalho, conduzindo uma bicicleta, envolve-se em acidente de
trânsito que resulta na sua morte, dado o caráter imprevisível do evento danoso e o fato de que
nenhuma providência poderia ter sido adotada pela empresa, que mensalmente lhe fornecia vales-
transporte para trabalhar. Fatos ou circunstâncias que escapam a qualquer controle ou diligência do
empregador não geram a responsabilidade deste, não se podendo exigir dele a adoção de medidas
preventivas daquilo que por definição é imprevisível, como ocaso fortuito ocorrido nessa situação
examinada. Minas Gerais”. TRT 3 Região. 5 Turma. RO 001 52-2006-062-03-00-6. Rei.: Emerson José
Alves Lage. DJ27 maio 2006.
FATO DE TERCEIRO
Também se inclui entre os fatos que impedem o nexo de causalidade em face da empresa o acidente
provocado por terceiros, ainda que no local e horário de trabalho, já que não há participação direta do
empregador ou do exercício da atividade laboral para a ocorrência do evento.
Será considerado “fato de terceiro”, causador do acidente do trabalho, aquele ato ilícito praticado
por alguém que não seja nem o acidentado, nem o empregador ou seus prepostos.
Apenas o fato de o acidente ter ocorrido durante a jornada de trabalho não gera o liame causal para
fins de responsabilidade civil do empregador, se a prestação dos serviços não tiver pelo menos
contribuído para o infortúnio.
Como enfatiza Caio Mário, “ocorre o dano, identifica-se o responsável aparente, mas não incorre
este em responsabilidade, porque foi a conduta do terceiro que interveio para negar a equação agente-
vítima, ou para afastar do nexo causal o indigitado autor”.
JURISPRUDÊNCIAS
“Direito civil. Responsabilidade civil. Transporte coletivo. Bala perdida. Fato de terceiro. Bala
perdida não é fato conexo aos riscos inerentes do deslocamento, mas constitui evento alheio ao
contrato de transporte, não implicando responsabilidade da transportadora”. STJ. 4 Turma. REsp. n.
6134021SP, ReI.: Ministro César Asfor Rocha, DJ4 out. 2004.
“Indenização. Acidente do trabalho. Dano material. Dano moral, Tendo sido o trabalhador, na hora
do intervalo de almoço, colhido por um caminhão de propriedade de terceiros, na proximidade do local
de treinamento, pode-se concluir que o acontecimento deu-se por fato exclusivo de terceiro. Daí, não
há nexo de causalidade entre os atos ou omissões atribuídos aos apelados e o fato danoso. Apelação
desprovida”. Rio de Janeiro. TJRJ. 18 Câm. Cível. Apelação n. 2004.001.11402, Rei.: Des. Jorge Luiz F-
iabib, julgado em 6 jul. 2004.
COMENTÁRIOS
Salienta-se que os conceitos de acidentes do trabalho previstos na lei 8.213/91 são justamente para
amparar o trabalhador nos benefícios acidentários em caso de acidentes:
O benefício acidentário será devido ao trabalhador em quaisquer das hipóteses citados nos
conceitos de acidentes do trabalho da lei 8.213/91, independente se há ou não culpa do empregador. O
seguro contra acidentes do trabalho é um direito do trabalhador previsto na CF - Constituição Federal:
Art. 7º da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
Art. 7º da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
Outra espécie de acidente do trabalho com peso estatístico considerável é o chamado acidente de trajeto ou
acidente in intinere. Só no ano de 2005 o INSS acusou a ocorrência de 67.456 acidentes dessa modalidade
o que representa, em média, 185 por dia ou 14% da totalidade dos acidentes do trabalho no Brasil.
A primeira norma acidentária a tratar do acidente de trajeto foi o Decreto n. 24.637/34, que estabelecia a
responsabilidade patronal nos acidentes ocorridos “na ida do empregado para o local de sua ocupação ou na
sua volta dali” quando houvesse condução especial fornecida pelo empregador36). Incorporando
aperfeiçoamentos adquiridos nas normas posteriores, o acidente in intinere está hoje regulamentado pela
Lei n. 8213/91,como seguinte teor:
“Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para os efeitos desta Lei: (...)
IV —o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: (...)
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que sela o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado”.
Surgem grandes controvérsias quanto ao entendimento do que seja o “percurso da residência para o
local de trabalho ou deste para aquela”. O trabalhador com freqüência desvia-se desse percurso por
algum interesse particular, para uma atividade de lazer ou compras em um supermercado ou farmácia,
por exemplo.
Como será necessário estabelecer o nexo causal do acidente com o trabalho, são aceitáveis pequenos
desvios e toleradas algumas variações quanto ao tempo de deslocamento, desde que “compatíveis com o
percurso do referido trajeto”, porquanto a Previdência Social, na esfera administrativa, não considera
acidente do trabalho quando o segurado, por interesse pessoal, interrompe ou altera o percurso habitual. Se
o tempo do deslocamento (nexo cronológico) fugir do usual ou se o trajeto habitual (nexo topográfico) for
alterado substancialmente, resta descaracterizada a relação de causalidade do acidente com o trabalho. No
entanto, se o trabalhador tiver mais de um emprego, será também considerado acidente de trajeto aquele
ocorrido no percurso de um para outro local de trabalho.
JURISPRUDÊNCIA
Evidentemente que não se impõe ao acidentado o emprego de uma ‘rota usual’, ‘mais cômoda’, ‘mais direta’ ou
‘mais curta’, constituindo-se tal lato um condicionamento indevido ao conceito de percurso’. Nem se deve levar em
conta, também, a ‘habitualidade do percurso’, como, por exemplo, do lugar que parte ou daqueles a que regressa o
trabalhador, na caracterização do instituto, já que tais exigências não se acham no âmbito da lei. Nem é demasia
lembrar que o percurso pode ser modificado por razões de segurança pessoal, falta de conduções apropriadas ou que
sejam excessivamente demoradas, por motivo de chuvas, greves de coletivos, etc., sem que isso quebre o nexo
causal na eventualidade de um acidente com incapacidade superveniente”. Cf. COSTA, Hertz J. Acidentes do
trabalho na atualidade, 2003, p. 83.
De acordo com os autos, o acidente ocorreu no dia 10 de novembro de 2004, quando o ônibus contratado
pela Vale para o transporte de funcionários bateu de frente com um caminhão que transportava gás
GLP. O funcionário, que trabalhava como cortador de cana, morreu com o choque.
A ministra relatora do recurso, Rosa Maria Weber, observou que o dano causado ao trabalhador é
considerado acidente de trabalho, atraindo a responsabilidade do empregador. “Frente à responsabilidade
objetiva da empresa, não cabe o argumento de ausência de culpa no evento, considerando-se, em especial,
o disposto no artigo 735 do Código Civil”, diz o voto. Este dispositivo estabelece que a responsabilidade
contratual do transportador não é suprimida por culpa de terceiro, o que evidencia a responsabilidade
objetiva do empregador.
A Vale do Verão havia recorrido ao TST questionando decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª
Região (GO), que também manteve sentença que obrigava o pagamento de indenização. No Tribunal
Regional, a empresa alegou que a responsabilidade objetiva decorrente do contrato de transporte somente
se daria quando o transporte fosse a título oneroso e por empresas concessionárias ou permissionárias do
serviço público. Contudo, o TRT considerou que a lei não faz distinção a respeito. O TRT-GO considerou
ainda o valor razoável, pois a indenização civil tem, também, finalidade pedagógica, além de minimizar a
dor sofrida pelo ofendido. Com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal Superior do
Trabalho.
RR-09/2006-102-18-00.7
http://www.conjur.com.br/2009-mai-11/empregador-fornece-transporte-funcionario-responde-acidente
www.ltr.com.br
www.protecao.com.br www.segurançanotrabalho.eng.br
LEGISLAÇÃO ATUALIZADA:
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452compilado.htm
Constituição Federal – CF - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao_Compilado.htm
Código Civil - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406compilada.htm
Código de Trânsito Brasileiro - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9503Compilado.htm
Código Penal - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm
Lei 6.514/77 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6514.htm
Lei 8.213/91 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213compilado.htm
Decreto 3.048/99 - http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/23/1999/3048.htm
Normas Regulamentadoras - http://www.mte.gov.br/seg_sau/leg_normas_regulamentadoras.asp
Portarias do MTE - http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/default.asp
Portaria 3.214/78 - http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/1978/p_19780608_3214.pdf
Súmulas do STF – Supremo Tribunal Federal - http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=jurisprudenciaSumula
Súmulas do TST – Tribunal Superior do Trabalho - http://www.tst.gov.br/jurisprudencia/Index_Enunciados.html
IN 98 de 05/12/2003: Norma Técnica sobre LER/Dort - http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/38/INSS-DC/2003/98.htm
Lei 7.369/85 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7369.htm
Decreto 93.412/86 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D93412.htm
Portaria 503/03 do MTE http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/2003/p_20030404_518.asp
Instrução Normativa N20/2007 INSS - http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/38/INSS-PRES/2007/20.HTM
Revista Grátis
http://www.fundacentro.gov.br/rbso/rbso_home.asp?SD=RBSO&M=97/0
https://seguro.iphotel.com.br/ltr/web/options/categoria.asp?grupo=8