Sistema Prisional E A Ressocialização Do Preso: Gilzia Dias Payão Guido
Sistema Prisional E A Ressocialização Do Preso: Gilzia Dias Payão Guido
Sistema Prisional E A Ressocialização Do Preso: Gilzia Dias Payão Guido
ASSIS
2015
GILZIA DIAS PAYÃO GUIDO
ASSIS
2015
FICHA CATALOGRÁFICA
Pg. 54
CDD: 340
Biblioteca da FEMA
SISTEMA PRISIONAL E A RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO
Assis
2015
DEDICATÓRIA
Nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao
meu lado e percorreram este caminho como verdadeiros soldados, estimulando que eu
buscasse a minha vitória e conquistasse meu sonho.
Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que fizeram parte dessa
importante fase de minha vida. Portanto, desde já peço desculpas àquelas que não estão
presentes entre essas palavras, mas elas podem estar certas que fazem parte do meu
pensamento e de minha gratidão.
Como não poderia ser diferente, agradeço primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso
acontecesse, ао longo da minha vida, е não somente nestes anos como aluna, mas que em
todos os momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
Agradeço a minha filha Bianca, que mesmo com tão pouca idade soube me incentivar, me
alegrando com palavras simples, porém palavras que tocaram minha alma. Filha se hoje
estou aqui fazendo esse agradecimento e cheguei aonde cheguei tudo isso foi única e
exclusivamente por você.
Agradeço ао mеυ esposo, Renato, qυе dе forma especial е carinhosa mе dеυ força е
coragem, mе apoiando e incentivando nas horas difíceis, de desânimo e cansaço, que
aguentou minhas crises de choro, fazendo massagem, ficando em silêncio, estudando
comigo nas provas e deixando de fazer muitos passeios para me apoiar.
Agradeço também aos meus pais, que não só neste momento, mas em toda a minha vida
estiveram comigo, ao meu lado, fornecendo o apoio, compreensão e estímulo em todos os
momentos. Mãe você que me ensinou a ser uma mulher de força e um ser humano íntegro,
com caráter, coragem e dignidade para enfrentar a vida. Uma mãe que me deixou livre para
seguir minhas escolhas, porém, sempre indicando o caminho correto. Pai, meu herói que me
deu apoio, incentivo e apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu е qυе pаrа mіm foi
muito importante.
Meus agradecimentos аоs amigos Rubio, Sônia Kill e Sandra Mara, companheiros dе
trabalhos е irmãos na amizade qυе fizeram parte da minha formação е qυе vão continuar
presentes еm minha vida cоm certeza.
Agradeço também a minha Sogra Fátima e minha cunhada Regiane Guido que de uma
forma especial me apoiaram e me ajudaram nessa caminhada.
Obrigada! Irmão, tios e tias, primos e primas, cunhados e cunhadas, sobrinhos e sobrinhas
pеlа contribuição valiosa.
Agradeço “in memoriam” aos meus avós paternos Vô Joaquim e Vô Maria Madalena que
chegaram a ver o início dessa batalha, porém não puderam ver essa vitória, mas que as
orações foram tão importantes e me fortaleceram até aqui.
Agradeço a esta faculdade, sеυ corpo docente, direção е administração pelo ambiente
criativo е amigável qυе proporcionam e pela oportunidade dе fazer о curso.
This term paper aims to show the origin and evolution of the prison sentence. We did
a brief study on the prison system in the country which shows the evolution of the
prison system in São Paulo. The most important projects and actions developed by
the State which seek the rehabilitation of the prisoners are shown. This paper also
presents the legislator’s intent when he drafted the text of Law 7,210 / 84 which is
based on the rehabilitation of the prisoner. Therefore, we can see the objective of
laws is to rehabilitate. However, the rehabilitation is not only the duty of the State.
The interaction between the State, society, family and prisoners is required.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 14
CONCLUSÃO ....................................................................................... 49
REFERÊNCIAS .................................................................................... 52
14
1. INTRODUÇÃO
Inicialmente será apresentada a evolução histórica das penas, tratando sobre seu
conceito e origem. Abordaremos também sobre a evolução da pena de prisão no
Brasil, logo falaremos da origem do sistema penitenciário.
Por fim concluímos nos perguntando o que tem acontecido com nosso sistema
prisional como um todo, visto que existe a real intenção de ressocializar o
sentenciado, porém vemos que não depende apenas do Estado tal missão, é um
trabalho que precisa ser levado junto com a sociedade, os familiares dos presos e
acima de tudo é necessário o interesse da parte do sentenciado em ser
ressocializado.
1
Lei nº 7.210, de 11 de Julho de 1984.
15
Não temos como definir com precisão quando surge a pena, porém podemos
acreditar que surge através da vingança.
A palavra Pena vem do latim poema que, por sua vez, deriva do grego poiné, que
quer dizer: castigo, punição, sofrimento, padecimento, aflição; “Punição imposta pelo
Estado ao delinquente ou contraventor, em processo judicial de instrução
contraditória, por causa de crime ou contravenção que tenham cometido, com o fim
de exemplá-los e evitar a prática de novas infrações”. (Novo Dicionário Eletrônico
Aurélio versão 5.11ª)
Privação ou castigo previsto por uma lei positiva para quem se torne
culpado de uma infração.
Na ordem da justiça pontua-se que seria o mais antigo conceito de pena onde
“atribui a função de restabelecer a ordem da justiça”. Já na Salvação do réu
entende-se que "quem cumpre a Pena sofre um bem", no sentido de que "se for
punido com justiça, ficará melhor" e "libertar-se-á do mal" (Ibid., Alia); assim, a Pena
16
Desde que Adão e Eva erraram e foram expulsos do paraíso, temos a visão de que
o homem é um ser imperfeito que está sujeito a erros, alguns destes erros são
punidos de diversas formas; “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua
mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita
é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” (Gênesis
Cap. 3 v. 17 – Bíblia, Ed. 1995).
O condenado na maioria das vezes era morto, durante muitos séculos a pena foi
tratada de uma forma cruel e desumana, as punições eram diretamente físicas o que
se pretendia era o sofrimento do réu, tudo era feito em público buscando a total
humilhação do condenado, eram feitas decapitações, mutilações, amputações,
marcas por todo corpo e face, tudo isso era dado como um espetáculo e ainda os
corpos eram expostos vivos ou mortos, muitos eram deixados em praças públicas
para morrerem de fome.
No fim do século XVIII e começo do XIX tais práticas começam a ser extintas, com
algumas exceções, as punições passam a ser menos diretamente físicas a pena que
antes atingia o corpo não é mais a principal forma de punição onde a pena restritiva
de liberdade passa a ocupar lugar de destaque.
17
A punição pouco a pouco deixou de ser uma cena. E tudo o que pudesse
implicar de espetáculo desde então terá um cunho negativo; e como as
funções da cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser
compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao
crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo
ultrapassando-o em selvageria, acostumando os espectadores a uma
ferocidade de que todos queriam vê-los afastados, mostrando-lhes a
frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os
juízes aos assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do
supliciado um objeto de piedade e de admiração.
Foucault (1999, p.20 pdf) aponta que se busca então uma punição que vai além do
corpo;
Pois não é mais o corpo, é a alma. À expiação que tripudia sobre o corpo
deve suceder um castigo que atue, profundamente, sobre o coração, o
intelecto, à vontade, as disposições.
Foucault citando Mably nos diz: “Que o castigo, se assim posso exprimir, fira mais a
alma do que o corpo”.
18
Com o passar dos anos ocorreram diversas mudanças tanto na forma de punir como
na forma de considerar o que era crime, muitas das praticas que antes eram
entendidas como crimes passaram a não serem considerados como tal,
principalmente atos relacionados à religião.
Com a criação de leis os crimes e delitos passam a serem julgados de acordo com o
descrito no Código, porém, o julgamento vai além, como nos mostra Foucault (1999,
p.21 pdf).
Por fim entende-se que a pena trata-se de uma punição por um crime e deve ser
proporcional a gravidade do delito, ou seja, deve-se levar em conta o dano causado
à vítima e qual a intenção do criminoso na execução do crime. Cesare Beccaria
(2001, p.71 pdf) mostra que “para não ser um ato de violência contra o cidadão, a
pena deve ser essencialmente pública, pronta, necessária, a menor das penas
aplicáveis nas circunstâncias dadas, proporcionada ao delito e determinada pela lei”.
3. A PENA NO BRASIL
geral do Brasil. Carvalho Filho (2002, p.36), citando Russell Wood, pondera que
naquela época via-se uma “cadeia muito boa e bem acabada, com casa de
audiência e câmara em cima [...] tudo de pedra e barro, rebocadas de cal e telhadas
com telha”.
Citando Holloway, afirma que “em 1829, uma comissão de inspeção nomeada pela
Câmara Municipal afirmaria: "O aspecto dos presos nos faz tremer de horror"; eram
390 detentos, e cada um dispunha de uma área aproximada de 0,60 por 1,20
metros...”.
Citando Salla, nos informa sobre “um decreto de 1821, ano anterior à
Independência, firmado pelo príncipe regente d. Pedro, marca o início da
preocupação das autoridades com o estado das prisões do país: ninguém será
"lançado" em "masmorra estreita, escura ou infecta "porque" a prisão deve só servir
para guardar as pessoas e nunca para adoecê-las e flagelar".
E por fim citando Campanhole fala que “a Constituição de 1824”, além de ter abolido
o açoite (mantido para escravos), a tortura, a marca de ferro quente e outras penas
cruéis e costumes punitivos antigos, disciplinados pelas Ordenações do Reino de
Portugal, determinava que as cadeias fossem "seguras, limpas e bem arejadas,
havendo diversas casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias e
natureza dos seus crimes".
Séculos depois pouca coisa ou quase nada mudou em se tratando das prisões do
país, mesmo tendo preocupação com o ser humano, os presos continuam em
situações precárias, principalmente nas Cadeias Públicas.
Carvalho Filho (2002, p. 10) afirma que “as prisões brasileiras são insalubres,
corrompidas, superlotadas, esquecidas. A maioria de seus habitantes não exerce o
direito de defesa. Milhares de condenados cumprem pena em locais impróprios”.
20
Carvalho Filho (2002, p13) comenta também sobre a imagem do Brasil no exterior
que vem se deteriorando devido às condições de vida nos presídios;
Nota-se que, o que a Constituição de 1824 determinava, não é cumprido até hoje,
pois as condições físicas da maioria das prisões do país são precárias e quando se
fala da separação dos réus pela natureza dos seus crimes, seria excelente se isso
acontecesse, mas a realidade é bem diferente, vemos presos condenados junto com
réus aguardando julgamento.
Carvalho Filho (2002, p. 43), citando Fragoso nos afirma, “a ordem de separação
nunca foi obedecida pelas autoridades brasileiras, e as diferenças práticas entre
reclusão e detenção desapareceriam com o tempo, permanecendo válidas apenas
as de caráter processual”.
Até o século XVIII a intenção da prisão era apenas de prevenir a fuga do acusado,
pois a punição iria além da privação da liberdade, os acusados eram torturados
marcados por penas cruéis e desumanas, conforme nos mostra Carvalho Filho
(2002, p.21).
Diversas visitas entre 1829 e 1841 foram realizadas na cadeia da cidade de São
Paulo por comissões formadas de "cidadãos probos", e a percepção foi sempre a
pior possível. Segundo o relatório de 1831, era "imunda", "pestilenta", "estreita", com
o "ar infectado"; os presos eram "tratados com a última desumanidade" (SALLA, p.
50).
81 - Penitenciárias
22 - Centro de Ressocialização
03 - Hospitais
3
A Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel", instituída há mais de 30 anos, é vinculada à Secretaria de Estado da
Administração Penitenciária e tem por missão contribuir para a inclusão social de presos e egressos, desenvolvendo seus
potenciais como indivíduos, cidadãos e profissionais. Para isso, planeja, desenvolve e avalia, no âmbito estadual, programas
sociais nas áreas da assistência jurídica, da educação, da cultura, da capacitação profissional e do trabalho para as pessoas
que se encontrem privadas de liberdade, contribuindo para a inclusão social dos mesmos.
24
Diretrizes Estratégicas
Luiz Antônio Bogo Chies em seu texto “A questão penitenciária” publicado na revista
de sociologia da USP cita um trecho do livro “A Questão Penitenciária”, de Augusto
Thompson (1991, p. 110).
É certo que existem muitos pontos que podem ser revistos, mas é necessário se ter
uma melhor avaliação, o governo já se tem colocado a pensar no problema da
superlotação dentro das penitenciárias uma vez que o programa de penas
28
alternativas tem sido muito divulgado e acreditamos ser uma excelente ideia uma
vez que muitos cidadãos, principalmente os primários são colocados em celas
juntamente com criminosos de diversos tipos de crimes, daí se tem o ditado popular
que diz que as penitenciárias são “FACULDADES DO CRIME”, temos relato de um
fato concreto, porém por questão de segurança não divulgaremos nomes nem o
local do fato, onde um Senhor que levava sua vida de uma forma simples e humilde,
fazendo frete com sua carroça por um momento de nervoso por conta de algo que
fizeram com seu animal, e devido à discussão assassinou um rapaz, o réu foi
julgado e condenado, levado para uma penitenciária para cumprir a pena que lhe foi
imposta ele passou a conviver com diversas pessoas em uma cela minúscula, por
conta da superlotação, autores de diversos tipos de crimes se encontravam na
mesma cela, quando este cumpriu sua pena e retorna a sociedade, o que
imaginamos é que ele voltaria para sua vida simples e humilde, mas sua cabeça já
estava mudada, os “amigos” de cela o ensinaram a seguir outro caminho, este
homem que nunca fora um bandido acabara de sair da cadeia e passa a ser um
traficante, isso mesmo um traficante, e voltara para a cadeia diversas vezes depois
da primeira, leva uma vida confortável, anda com carros do ano, tem uma residência
boa comparada a que tivera antes do crime contra a vida que o levou preso6.
Quando presenciamos este tipo de relato, vemos que a LEP (Lei de Execuções
Penais) trata de ressocialização apenas para acrescentar artigos em seu corpo de
lei, pois, todos os dias centenas senão milhares de homens e mulheres são presos,
pela primeira vez ou pela décima vez e quando saem da prisão, continuam a praticar
os mesmos crimes ou a praticar crimes que aprenderam dentro dos
estabelecimentos penais.
Uma medida urgente precisa ser tomada por parte dos governantes, é necessário
que se busque alternativas para que essa reincidência causada pela falta de
ressocialização tenha seus índices diminuídos.
6
Informação Pessoal
29
mais de 1600 presos, o que da uma média de mais de 25 presos por cela, sabendo
que a capacidade da Unidade é de 768 presos e cada cela é preparada para receber
12 presos (informação pessoal)7.
7
Informação pessoal adquirida no local de trabalho
30
Nesse relatório eles citam o que foi constatado em cada Estabelecimento visitado, o
que chama mais atenção é que a Cadeia Pública foi o estabelecimento mais
insatisfatório de todos os outros visitados. (2011, p.2)
Todas as tentativas realizadas para tentar diminuir o problema não têm surtido
efeito, o Estado tem buscado atualmente a chamada pena alternativa, ou seja,
penas alternativas à prisão, que são concedidas para aqueles crimes considerados
de menor potencial ofensivo tais como a utilização de tornozeleiras eletrônicas,
prisão domiciliar, prestação de serviços à comunidade, o Estado busca também
fazer mutirão para reavaliação processual, pois existem muitos presos com pena
cumprida, porém ainda permanecem presos, devido também à superlotação de
processo nos Fóruns. A Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São
Paulo, por meio da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania, promove a
expansão quantitativa e qualitativa da aplicação das penas de prestação de serviços
à comunidade, Programa PSC 8 , oferecendo ao Poder Judiciário programas de
acompanhamento, fiscalização do cumprimento das medidas impostas,
implementação de atividades operacionais visando reduzir o índice de reincidência
criminal e fomentar a participação da sociedade neste processo.
8
As Centrais de Penas e Medidas Alternativas (CPMA) do Departamento de Penas e Medidas Alternativas são responsáveis
pela execução e acompanhamento do Programa de Prestação de Serviço à Comunidade. As CPMAs recebem pessoas que
cometeram crimes de baixo potencial ofensivo e foram condenadas pelo judiciário ao cumprimento desta pena alternativa à de
privação da liberdade: a Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). Ao chegar a uma Central o apenado passa por uma
avaliação psicossocial e de levantamento de demandas que avalia também suas potencialidades (profissão, graduação,
conhecimentos e habilidades), bem como suas limitações e restrições. Posteriormente, é encaminhado a uma instituição
(governamental ou não) sem fins lucrativos para preencherem postos de trabalho de acordo com o perfil levantado na
entrevista. Tais instituições são rigorosamente analisadas antes de serem efetivamente cadastradas pelas CPMAs. Durante o
período do cumprimento da pena, elas monitoram a frequência, fazem visitas aos postos de trabalho (com ou sem
agendamento), reuniões periódicas com as instituições e com os responsáveis diretos pelas atividades do prestador de serviço.
Qualquer intercorrência é imediatamente comunicada ao Judiciário que toma as providências legais necessárias.
A PSC é reconhecidamente um meio eficaz de tratar pessoas que cometem crimes de baixo potencial ofensivo sem afastá-las
da sociedade, do convívio familiar e sem expô-las ao sistema penitenciário, tornando-se uma via de mão dupla onde infrator e
sociedade são beneficiados, havendo assim o reconhecimento de reparação pelo ato cometido.
Desta forma, a Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania fornece suporte técnico e administrativo para que o Poder
Judiciário possa aplicar esta pena alternativa com maior confiança na estrutura de monitoramento e fiscalização para o
cumprimento eficaz da sentença. Fonte: SAP – Secretaria de Administração Penitenciária através da Coordenadoria de
Reintegração Social e Cidadania
32
Estado de São Paulo, aqui vemos um dos princípios fundamentais sendo violado, o
princípio da dignidade humana, no portal eletrônico do Ministério da Justiça temos
dados disponíveis de relatórios de inspeção de todos os Estados do país, em alguns
a situação é pior que em outros.
6. RESSOCIALIZAÇÃO DO PRESO
9
Objetivo Geral: Inserir a família no processo de reintegração social durante todas as fases de cumprimento de pena, de forma
que esta reflita sobre o seu papel, e para que esteja preparada para receber e apoiar o reeducando no seu retorno ao convívio
familiar.
10
Objetivo Geral: Promover contato e reflexão das causas e consequências ocasionadas pela atividade, tráfico de droga
tipificada no art. 33, desenvolvida anteriormente pelos reeducandos.
11
Objetivo Geral: Orientar e informar aos reeducandos sobre a filosofia do Centro de Ressocialização, suas regras e normas
internas de funcionamento;
12
Objetivo Geral Divulgar as metas e ações da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, instituído
pelo Decreto n. 55.839 de 18 de maio de 2010 e instruir sobre a Lei n. 10.948 de 05 de novembro de 2001. Desenvolver debate
sobre a resolução 04/2011 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
13
Objetivo Geral: O projeto teve como foco a efetiva aplicação das Penas e Medidas Alternativas com recorte de gênero e
visou o desenvolvimento de uma metodologia modelo de monitoramento de penas e medidas alternativas para o segmento de
mulheres sentenciadas. O mesmo beneficia diretamente as mulheres em cumprimento de penas ou medidas alternativas e
indiretamente operadores de direito, profissionais das equipes multidisciplinares de monitoramento e organizações e empresas
integrantes da rede social do projeto.
14
Objetivo Geral: A Terapia Comunitária é um instrumento que nos permite construir redes sociais solidárias de promoção da
vida e mobilizar os recursos e as competências dos indivíduos, das famílias e das comunidades. Procura suscitar a dimensão
terapêutica do próprio grupo valorizando a herança cultural dos nossos antepassados indígenas, africanos, europeus e
orientais, bem como o saber produzido pela experiência de orientais, bem como o saber produzido pela experiência de vida de
cada um.
15
Objetivo Geral: Desmistificar a cultura da correção através da violência física como forma ideal de disciplinar a criança e o
adolescente, possibilitando a essas famílias vislumbrar alternativas que viabilizem as mudanças que desejariam fazer e o que
precisam para concretizar estas transformações.
16
Objetivo Geral: Promover processos educativos informais aos prestadores e prestadoras de serviço à comunidade que estão
em cumprimento de pena e são acompanhados pela Central de Penas e Medidas Alternativas de Votorantim.
17
Objetivo Geral: O evento teve como objetivo levar aos reeducandos reclusos no CPP de Pacaembu, através de um trabalho
em parceria da Unidade com as Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), Prefeitura Municipal de Pacaembu e CAEF de
Presidente Prudente, orientações e informações sobre diversas áreas e assuntos objetivando a inclusão social.
35
Penitenciária Dr. Antônio de Souza Neto - Projeto "A Sociedade vai ao Cárcere"23
18
Objetivo Geral: Orientar os reeducandos sobre a finalidade do benefício de saída temporária, ressaltando aspectos
importantes em relação a direitos e deveres a serem cumpridos, finalidade do benefício e valorização das conquistas
individuais.
19
Objetivo Geral: Apresentar o trabalho como possibilidade de conhecimento e crescimento pessoal.
20
Objetivos: Os objetivos desse 1º Ciclo de Oficinas foram: Desenvolver ações que visem à promoção da cidadania;
Promover o resgate da autoestima e da confiança das mulheres em conflito com a justiça, desenvolvendo a capacidade de
reflexão sobre suas vivências, dificuldades e ação no mundo; Realizar atividades de grupo com egressas, reeducandas e
apenadas com penas alternativas, bem como aconselhamento sobre situações cotidianas conflitantes no ambiente social e
familiar; Sistematizar em grupo, as principais demandas, no âmbito das políticas específicas.
21
Objetivo Geral: Proporcionar aos sentenciados um despertar crítico de sua realidade através de um trabalho socioeducativo
que o faça compreender sua história e protagonizar um novo caminho, englobando familiares e a rede social do Município de
origem, desenvolvendo suas potencialidades, resgatando sua cidadania perdida, valores morais e sociais e autoestima para
que possam romper de fato com a vivência criminal, recuperando sua dignidade como ser humano.
22
Objetivo Geral: Orientar e promover reflexões na população carcerária da unidade prisional com vistas à mudança nos
hábitos cotidianos como medidas preventivas como o intuito de promover a saúde, prevenir riscos e agravos, focando na
melhoria da qualidade de vida e na relação entre os sujeitos que compartilham de um ambiente coletivo.
23
Objetivo Geral: - Integração da sociedade e o cárcere.
24
Objetivo Geral Oferecer assistência psicológica ao sentenciado que está prestes a obter saída temporária, conseguir sua
liberdade (Livramento Condicional, PAD ou afins);
25
Objetivo Geral: Que todos os reeducandos possuam informações sobre o funcionamento do Sistema Prisional, assim como a
atuação do serviço social na unidade, podendo ter acesso a orientações que contribuam na melhoria da qualidade de vida dos
mesmos, e do grupo familiar.
26
Objetivo Geral: Inserir os reeducandos em atividades laborterápicas, tendo como atividade prática a melhoria estética visual
do ambiente no qual se encontram; - Transformar o ambiente melhorando seu aspecto físico e promover atividades
laborterápicas dos sentenciados;
27
Objetivo Geral: Oferecer ao reeducando o espaço de acesso a informações referentes a direitos sociais, possíveis em uma
unidade prisional, estimulando os sujeitos participantes a serem agentes multiplicadores dentro da unidade.
28
Objetivo Geral: Proporcionar aos reeducandos o acolhimento e orientação diante da situação de recém incluído dentro da
Unidade Prisional;
29
Objetivo Geral: Construir o projeto de vida individual de cada reeducanda da Penitenciária Feminina I de Tremembé, visando
o autoconhecimento e a melhoria na qualidade de vida, bem como prepará-las para o retorno junto à família e convívio em
sociedade.
36
Na reportagem são destacados alguns projetos que são o Carpe Diem e a Inclusão
Social e também fala sobre o lançamento do Projeto Pró-Egresso que tem se
mostrado muito eficiente na ajuda aos ex-detentos.
30
Centro de Detenção Provisória
38
(Figura 1)31
31
Quadro com Estatística do Programa Carpe Diem do 2º Semestre de 2009
40
Outro Gráfico nos mostra a taxa de Reincidência antes e após o Programa (Figura
2).
(Figura 2)32
32
Taxa de Reincidência antes e após o Programa Carpe Diem.
41
Se tornar uma tarefa mais difícil ainda se não tiver qualificação profissional, cursos,
experiência, por esse motivo é tão importante o trabalho do Estado na qualificação
profissional do sentenciado.
Cada CAEF conta com um responsável técnico (assistente social ou psicólogo) que
conduz os trabalhos junto a estagiários dos cursos de Serviço Social, Psicologia e
Direito, com o compromisso ético-político de articular a rede social de apoio, serviços
e políticas buscando o fortalecimento da cidadania, da autonomia e da identidade
dos usuários, contribuindo assim para diminuição dos índices de violência e
reincidência criminal.
As CAEFs contam com valiosos parceiros para proporcionar este serviço nos
municípios onde atuam e assim viabilizar projetos e parcerias que reintegrem este
cidadão à comunidade a qual pertence. As Centrais também fazem o acolhimento e
oferecem suporte aos familiares dos egressos e de presos que residem no
município.
33
Grupo de Capacitação, Aperfeiçoamento e Empregabilidade - O Grupo busca junto a entidades públicas, empresas privadas
e organizações da sociedade civil, a formalização de parcerias com a finalidade de propiciar ao público-alvo, qualificação
profissional e/ou inserção no mercado de trabalho. Ainda neste sentido, presta suporte técnico às Coordenadorias de Unidades
43
É certo que a educação ao preso sendo como instrução escolar aos analfabetos e
ou formação profissional é importante na reeducação do sentenciado tanto para
voltar ao convívio familiar quanto social. A educação é tão importante que a nossa
Constituição em seu artigo 205 nos mostra que é um direito de todos sendo um
dever do Estado.
Prisionais, objetivando contribuir para a elevação dos níveis de empregabilidade e para a geração de trabalho e renda para a
população carcerária.
44
Consideramos que uma boa parcela dos presos atualmente em nosso pais é reflexo
da falta de educação ou de uma educação de má qualidade, falta de incentivo dos
próprios familiares.
Em se falando do estudo do preso somos levados à outra questão que envolve esse
tema que se trata da remissão de pena através do estudo, tema tratado na Lei de
Execução Penal em seu artigo 126 § 1º inciso I.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a
partir da data da infração disciplinar.
O condenado punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando
o novo período a partir da data da infração disciplinar.
45
A nossa Lei de Execução Penal, nos traz em seu artigo 28 os seguintes dizeres;
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não
podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo.
O trabalho será remunerado para trazer esperança ao sentenciado, uma vez que se
sentirá valorizado evitando que se tenha entendimento errado, onde possam se
sentir como escravo.
Como foi visto quando falamos do estudo do sentenciado e que o preso que estuda
tem direito garantido pela Lei de Execução Penal de remição da pena, o trabalho
também oferece o direito a detração na pena, onde a pena do sentenciado é remida
46
[...]
A Lei de Execução Penal traz em seus artigos 10 § Ú e 11 inciso VI, nos fala sobre a
religião.
[...]
VI – religiosa.
Como visto o artigo 10 e 11 da LEP garante vários direitos aos presos, inclusive o de
assistência religiosa.
47
Até o momento passei quatro anos estudando diversas matérias de direito e em uma
das diversas aulas que tive, uma fala de um professor me fez refletir muito em
relação à ressocialização do preso, tema que me chama a atenção como visto
anteriormente por conta da minha ocupação de funcionária pública Estadual lotada
na Penitenciária de Paraguaçu Paulista.
O professor falou sobre a ressocialização do preso, onde para ele “a única forma
eficaz de ressocialização é a RELIGIÃO”, (informação verbal)34.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos
presos e aos internados, permitindo-se lhes a participação nos serviços
organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
instrução religiosa.
34
Informação Verbal fornecida pelo Professor de Direito Penal do Curso de Direito da FEMA-Assis – Cláudio Sanches.
48
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
Desta forma concluímos está parte a cerca da religião com os seguintes comentários
de presos tirados do trabalho de Iarani Augusta Soares Gálucio (p. 18 e 19):
não oraram a deus e aqui não, nós temos”,’ faz nós refletir bem sobre
a situação que estamos passando”,” “porque sem o apoio religioso
muitos provavelmente não cocegaríamos voltar nem se quer para
nossa família”, “ porque só o poder de deus muda qualquer ser
humano”, “com fé vamos mudar a nossa vida e vencer”, “ porque traz
arrependimento”, ‘ a palavra serve como um instrumento para mudar
qualquer tipo de pensamento”, “ ... através da palavra de deus nos
sentimos mais encorajados a não voltar a fazer o que fazíamos”, “
muda mais o pensamento da pessoa pra melhor”,” traz paz no nosso
coração.
CONCLUSÃO
O Estado com esse sistema penitenciário precário que como visto é difícil
ressocializar alguém.
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Os presos que não querem mudar, que preferem esse caminho desonesto, ao tentar
buscar outro rumo a sua história. GALÚCIO (p. 11)
Desta forma, Iarani Augusta Soares GALÚCIO (p. 13), nos faz refletir.
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