SB Ii Aula 02
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Básico II
Prof° Evandro Silva
Sumário
1.1. Origem e destino;
1.2. Contribuição indevidas para as redes de esgotos;
1.3. Características física do esgoto;
1.4. Escoamento Livre.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.1. Canais e Condutos
Em contraposição ao escoamento forçado, que se processa a seção plena, em condutos
fechados e sob pressão geralmente maior que a atmosférica, o escoamento livre se processa
em seções parciais de condutos fechados, ou em canais abertos e sob pressão atmosférica,
apresentando portanto, uma superfície livre do contato com as paredes dos condutos.
Exemplos de canais abertos são os cursos de água naturais, as calhas dos telhados e as
sarjetas das ruas, onde escoam as águas pluviais.
Condutos fechados com escoamento livre são, por exemplo, os coletores de esgoto, os
condutores e as galerias de águas pluviais.
No caso de escoamento do esgoto sanitário, são utilizados quase que exclusivamente
condutos fechados de seção circular. Outras seções transversais são raras (túneis) e os
canais abertos estão presentes apenas em estações elevatórias e estações de tratamento.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
O escoamento livre se processa sob diversas condições de vazão e de velocidade, podendo
ser assim classificado:
• Permanente: Quando a vazão é constante ao longo do fluxo, isto é, no sentido longitudinal
do conduto. Para isso, basta que a forma geométrica do conduto e sua rugosidade sejam
únicas. Pode haver variação da velocidade decorrente da variação da declividade, com a
consequente alteração da profundidade e da seção de escoamento do líquido, mas numa
determinada seção a velocidade é constante;
• Não permanente: Quando ocorre variação da vazão;
• Variado: Quando há variação da velocidade, podendo ser acelerado ou retardado;
• Uniforme: Quando, além da forma geométrica e da rugosidade, também a declividade é única
e a velocidade é constante ao longo do conduto. Nesse caso, a seção de escoamento e a
profundidade do líquido não se alteram. Resulta daí que a linha de água longitudinal na
superfície é paralela ao fundo do conduto.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
No caso de escoamento permanente e uniforme admite-se que, numa seção
transversal qualquer, a distribuição das pressões é hidrostática, isto é, obedece a lei
de Stevin. Portanto, a linha de água transversal na superfície do líquido é horizontal.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
A figura mostra um acréscimo de energia (𝒗2 /𝟐𝒈) animando o escoamento, além da (𝒛 + 𝒚)
oriunda da força de gravidade (carga potencial); esse acréscimo é resultante da própria
velocidade do movimento (carga cinética) que, por efeito da inércia do sistema em movimento,
contribui para a manutenção; daí que a carga total 𝑯𝑻 relativa a um plano de referência é:
𝒗²
𝑯𝑻 = 𝒁 + 𝒚 +
𝟐𝒈
Se a referência for o próprio fundo
do conduto, a carga passa a se
chamar carga específica 𝑯𝒆 e é
expressa por:
𝒗²
𝑯𝒆 = 𝒚 +
𝟐𝒈
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1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
No caso de escoamento permanente e uniforme, a carga específica 𝑯𝒆 é constante e a
diferença da carga total ∆𝑯𝑻 , entre duas seções 1 e 2, é dada pela diferença relativa à parcela
𝒁 da carga potencial.
𝒗²
𝑯𝑻 = 𝒁 + 𝒚 +
𝟐𝒈
∆𝑯𝑻 = 𝒁𝟐 − 𝒁𝟏
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.2. Escoamento permanente e uniforme
Considerando a distância L entre essas secções tem-se:
∆𝑯𝑻 𝒁𝟐 − 𝒁𝟏
=
𝑳 𝑳
Onde:
∆𝑯𝑻 𝒁𝟐 − 𝒁𝟏
=𝑱 Perda de carga unitária =𝑰 declividade
𝑳 𝑳
Então: 𝑱=𝑰
Ou seja, a perda de carga unitária no escoamento livre (permanente e uniforme) é igual à
declividade do conduto.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.3. Elementos geométricos da seção circular
𝐷 = diâmetro interno do tubo
𝑌 = altura da lâmina líquida
𝐴𝑚 = área molhada
𝑃𝑚 = perímetro molhado
𝐴𝑚
𝑅𝐻 = raio hidráulico =
𝑃𝑚
𝐼 = declividade longitudinal
𝐷𝐻 = diâmetro hidráulico = 4. 𝑅𝐻
𝜋𝐷² 𝐷
𝐴𝑚 = 𝑃𝑚 = 𝜋𝐷 𝑅𝐻 = 𝐷𝐻 = 𝐷
4 4
𝑄 = 𝐴𝑚 . 𝑣
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
1.4.4. Equações do regime de escoamento livre
• Equação da continuidade: 𝑄 = 𝐴𝑚 . 𝑣
1 2/3
• Equação de Manning: 𝑣= . 𝑅𝐻 . 𝐼1/2
𝑛
𝐴𝑚 2/3 . 𝐼1/2
• Associação das equações: 𝑄= . 𝑅𝐻
𝑛
Onde 𝒏 é o coeficiente de rugosidade, pesquisado e proposto por Kutter, foi adotado por
Manning, da a sua aplicabilidade a diversos materiais de construção dos canais.
1. O Esgoto Sanitário
2/3
𝑣 𝜃 − 𝑠𝑒𝑛 𝜃 Para valores atribuídos à relação y/D,
= calculou-se 𝜽 em radianos e com as variações
𝑣𝑝 𝜃
da tabela 2.12, construiu-se a tabela 2.18.
Tabela para dimensionamento e verificação de tubulações – escoamento livre
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
Exemplo 4.6: Calcular a velocidade 𝒗, a vazão 𝐐 e o raio
hidráulico 𝑹𝑯 , para esgoto sanitário escoando num
conduto cerâmico, cujo diâmetro é 𝑫 = 𝟎, 𝟏𝟓𝒎, declividade
𝑰𝟎 = 𝟎, 𝟎𝟏 𝒎/𝒎 e altura da lâmina de água 𝒚 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟓𝒎.
1. O Esgoto Sanitário
1.4. Escoamento Livre
Exemplo 4.7: Calcular o raio hidráulico 𝑹𝑯 , a área molhada 𝑨𝒎 , a
velocidade 𝒗 e a vazão 𝐐 de esgoto sanitário escoando num conduto
cerâmico, cujo diâmetro é 𝑫 = 𝟎, 𝟏𝟓𝒎, declividade 𝑰𝟎 = 𝟎, 𝟎𝟏 𝒎/𝒎 e
altura da lâmina de água 𝒚 = 𝟎, 𝟎𝟒𝟓𝒎.
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1.4. Escoamento Livre
1.4.7. Vazão máxima e velocidade máxima
Na tabela 2.18 (livro de NUVOLARI) pode-se observar que as alturas de
lâmina correspondente à máxima vazão ( 𝑸/𝑸𝒑 máximo) e máxima
velocidade (𝒗/𝒗𝒑 máximo) são, respectivamente:
𝒚 𝒚
𝑸𝒎á𝒙 → = 𝟎, 𝟗𝟒 𝒆 𝒗𝒎á𝒙 → = 𝟎, 𝟖𝟏 𝒆
𝑫 𝑫
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1.4. Escoamento Livre
1.4.8. Representação gráfica
Todas essas relações entre os elementos hidráulicos da seção circular podem ser
visualizadas de forma mais evidente no diagrama representado a seguir:
Referências Bibliográfica