Estudo Dirigido 1
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2020
foram os cientistas cujos trabalhos reforçaram a assim chamada escola dispersalista,
como Linnaeus, Buffon, Wallace e Darwin.
Essa escola, no entanto, marcada por sua visão estática da Terra, chocou-se
com as evidências apresentadas por Alfred Wegener no século XX de que, na
verdade, as coisas não apenas se movem, como há uma deriva dos continentes pelo
planeta. Chamando-a então de Teoria da Deriva Continental, Wegener abriu espaço
para o paradigma da vicariância, que consolidou-se com os trabalhos de Leon
Croizat. Este último postulou o que, segundo a autora do texto, é “uma das mais
célebres ideias de Biogeografia”: a Terra e a vida evoluem juntas.
3) Multidisciplinaridade
Conforme afirmei no tópico 1, desde o início do texto a autora deu fortes
indicações de que a Biogeografia é uma ciência multidisciplinar, afirmando
categoricamente que ela é “talvez a mais ampla, abrangente e multidisciplinar das
ciências biológicas”. Não obstante seu próprio nome, que inclui biologia e geografia,
a ciência biogeográfica é fortemente marcada por seu caráter histórico, uma vez que
seus avanços ocorreram paralelamente a outros eventos de grande importância na
história humana. De fato, a mudança de paradigma ocorrida no século XX dependeu
de diversos estudos anteriores, feitos até mesmo por cientistas tidos como
dispersalitas, como o grande Charles Darwin, cuja Teoria da Evolução foi um marco
histórico para todas as ciências biológicas. De igual modo os trabalhos do
matemático Comte de Buffon – estabelecendo causas históricas para os padrões de
distribuição – e do botânico Augustin Pyramus de Candolle – que nos deixou os
importantes conceitos de endemismo, espécies disjuntas e um dos primeiros
modelos de classificação do globo em regiões biogeográficas.
Os trabalhos em meteorologia e geologia do alemão Alfred Wegener, que
culminaram na atual Teoria da Tectônica de Placas, foram os primeiros a apresentar
evidências de que os continentes já estiveram unidos no passado, a grande Pangea,
de modo que seus resultados surgiram a partir dos avanços técnicos dos séculos
XIX e XX. Também trabalhos em entomologia, de Willi Henning, influenciaram a
consolidação da Biogeografia como se conhece hoje ao estabelecer a atual
Sistemática Filogenética.
Em suma, diversas áreas do conhecimento humano foram, e continuam
sendo, decisivas para a formação da Biogeografia.
4) Vertentes e importância
Enfim a autora busca, nesta parte final, esclarecer que atualmente há
diversas metologias possíveis para a abordagem biogeográfica, entra elas, a
biogeográfica cladística, que integra a tectônica de placas, a vicariância e
sistemática filogenética. Deixa claro também a importância da biogeografia para o
cenário atual em que se exige cada vez mais dos governos a proteção da
biodiversidade, bem como a conservação de seus habitats.
2020