Moçambique Lidera Índice de Mortes Por Acidentes de Viação Na CPLP
Moçambique Lidera Índice de Mortes Por Acidentes de Viação Na CPLP
Moçambique Lidera Índice de Mortes Por Acidentes de Viação Na CPLP
Hospital Central de Nampula, onde são tratadas algumas das vítimas de acidentes
Mau comportamento na origem do problema
Calado Lopes é presidente da Associação Moçambicana Sem Acidentes de Viação (AMOSAVI). Ele
aponta o comportamento humano como a principal razão dos sinistros.
Entretanto, Nampula é uma província com problemas sérios de transportes públicos. Desde 2013, a
região começou a registar entradas não autrizadas nas vias públicas de operadores de serviço de táxi-
motorizado. Grande parte destes operadores não possui carta de condução.
Calado Lopes diz que “os condutores de veículos com e sem motores são os principais protagonistas,
pela falta de formação sobre código de estrada". Lopes critica ainda o comportamento dos condutores
na via pública: "Eles conduzem mediante a esperteza e sem observância da lei de estrada. Às vezes
fazem ultrapassagens à esquerda e excedem a velocidade numa curva, nos entroncamentos,
cruzamentos e lombas.”
Segundo um Relatório Mundial sobre Segurança Rodoviária, apresentado em Genebra (Suíça) e
Londres (Inglaterra) em outubro do ano passado, Moçambique lidera o índice de mortes por
acidentes de viação nos países de língua portuguesa, com cerca de 31,6 mortes por 100 mil habitantes
por ano.
Formação e Sensibilização
Sérgio Mourinho, porta-voz do comando provincial da polícia da República de Moçambique em
Nampula, garantiu que a sua corporação vai apertar o cerco para evitar o derramamento de sangue
nestes dois últimos meses do ano: “Continuaremos a promover campanhas de sensibilização para os
automobilistas e aos demais utentes das vias públicas. Vamos também punir os que violam as regras
de trânsito”.
De referir que a Associação Moçambicana Sem Acidente de Viação, com sede na cidade de
Nampula, criou, em 2014, uma escola de condução para os motociclistas e ciclistas. O objetivo era
evitar os acidentes, muitas vezes protagonizados pelos condutores de bicicletas e motorizadas. Mas
não há muitos interessados.
Calado Lopes garante que “a AMOSAVI tem vindo a estabelecer contactos permanentes com
instituições de direito, com vista a criarem mecanismos para forçar os condutores de veículos com e
sem motor a frequentarem as escolas de condução", uma vez que estes não tomam a iniciativa de
remediar a situação e assim "continuam a matar pessoas.”
Recorde-se que, em 2014, de acordo com a Associação Moçambicana para vítimas de acidentes
rodoviários (AMVIRO), mais de 2.000 pessoas morreram como resultado de acidentes nas estradas
do pais.