O Grandioso Plano Divino Das Eras

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PREFÁCIO

M ilhões de exemplares desse clássico da literatura cristã, O Plano Divino das


Eras, foram impressos e distribuídos por todo o mundo, em mais de trinta
idiomas. Ele trouxe alegria e paz ao coração de milhões de pessoas que passaram
a compreender que nosso grande Criador é verdadeiramente um Deus de Amor
que elaborou um Plano que por fim abençoará cada homem, mulher e criança que
já viveu!
Este livreto, “O Grandioso Plano Divino das Eras”, fez empenhos para
captar os destaques do livro mais abrangente O Plano Divino das Eras. Embora
breve por natureza, este livreto apresenta uma explicação satisfatória de antigas
questões: Por que um Deus de amor permite o mal que vemos no mundo? Por
que há tsunamis e terremotos que matam milhares — e guerras que matam
milhões de pessoas? Por que temos de experimentar dor, sofrimento e, por fim,
a morte? Quando é que o Reino de Deus virá e Sua vontade será feita “assim na
terra como no céu”?
“O Grandioso Plano” também abrange os sinais das profecias sobre o “Fim dos
Tempos” do livro de Daniel. (Daniel 12:1-4) O “conhecimento” tem aumentado a
uma velocidade sem precedentes na História da humanidade, dando início à Era
Cerebral, ou do Intelecto, de computadores, telefones celulares, exploração do
espaço, etc. No entanto, embora a tecnologia seja uma bênção de muitas maneiras,
vemos o egoísmo e a ganância do homem nesta Era Atômica conduzindo-nos a
um crescente “tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação”.
Mas como é consolador saber que essa angústia inaugurará a “Era de Ouro” que a
humanidade tem almejado desde os primórdios da História! O Reino de Deus será
mais maravilhoso, mais glorioso, mais abrangente, do que até mesmo os sonhos
de filósofos, poetas e sábios.

♦ Haverá paz no mundo (Salmos 46:9)


♦ Todos os defeitos da humanidade serão curados (Isaías 35:5, 6)
♦ A integridade moral será plantada em cada coração (Jeremias 31:33, 34)
♦ Todos os mortos de eras passadas ressuscitarão (1 Coríntios 15:22)
♦ Tristeza, dor, lágrimas e mesmo a morte não existirão (Apocalipse 21:4)

“As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração
do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (1 Coríntios 2:9)
Esperamos que você receba uma bênção ao ler este livro. Também
recomendamos a leitura de O Plano Divino das Eras, de capa flexível, oferecido
no fim deste livreto. Ele é apenas o primeiro livro de uma série de seis volumes
que abrangem todas as principais doutrinas da Bíblia na forma de estudo por
tópicos com uma harmonia sem precedente na literatura cristã. Obtenha este e os
demais volumes disponíveis nos formatos impresso ou eletrônico por meio do site
www.estudantesdabibliaassociados.com.
CONTEÚDO
♦ Estudo Um
A noite do pecado... terminará com uma manhã de alegria . . . . . 1
♦ Estudo Dois
Um Criador amoroso e inteligente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
♦ Estudo Três
A revelação de Deus — a Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
♦ Estudo Quatro
Épocas, ou períodos de tempo, no Plano de Deus . . . . . . . . . . .15
♦ Estudo Cinco
Um “mistério” oculto por longo tempo é agora revelado! . . . . 20
♦ Estudo Seis
O objetivo da volta de nosso Senhor é restaurar . . . . . . . . . . . . 24
♦ Estudo Sete
Por que Deus permite o mal em seu Plano . . . . . . . . . . . . . . . . 34
♦ Estudo Oito
O Dia do Julgamento de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
♦ Estudo Nove
Resgate, restituição e ressurreição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
♦ Estudo Dez
Distinção entre as naturezas celeste e humana . . . . . . . . . . . . . 52
♦ Estudo Onze
O Caminho Largo e o Caminho Estreito agora — a Grande
Estrada no Reino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
♦ Estudo Doze
A Tabela do Plano das Eras de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
♦ Estudo Treze
Os reinos do mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
♦ Estudo Quatorze
O Reino de Deus — celestial e terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . .87
♦ Estudo Quinze
O Dia do Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
♦ Estudo Dezesseis
Recapitulação — e responsabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
♦ ESTUDO UM ♦
A NOITE DO PECADO...
TERMINARÁ COM UMA MANHÃ DE ALEGRIA

D eus tem um Plano justo e amoroso para toda a humanidade e este tem se
desenrolado através da História. Entender tal progressão de eventos ao longo
das Eras nos ajuda a apreciar a bela harmonia da Bíblia. A noite escura do pecado
na qual agora a humanidade está mergulhada jamais cairá no esquecimento! Mas
em breve, no alvorecer da Era, o Messias, qual “Sol da Justiça”, há de se levantar
para trazer saúde e bênçãos. A horrível noite de dor, enfermidades e morte acabará.
A alegria da manhã fará mais que contrabalançar as lágrimas derramadas pela
criação que tem gemido. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela
manhã.” (Salmo 30:5)

À espera de algo melhor

Toda a criação está gemendo e esperando por algo melhor, mas quais cegos
tateando a esmo, não conseguem perceber a magnitude dos graciosos propósitos
de Deus. (Romanos 8:19, 22) Em breve, o Plano que nosso Grandioso Criador
tem para o homem se mostrará maior que suas mais profundas esperanças. (1
Coríntios 2: 9) O amor de Deus suplantará em muito as maiores expectativas de
toda a humanidade. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como
os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do
que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos.” (Isaías 55: 8, 9)
“O Grandioso Plano Divino das Eras” sugere que há uma explicação
ordenada sobre o passado e o presente do homem, bem como sobre o que Deus
tem planejado para o futuro da humanidade. O leitor perspicaz achará atraente
as explicações razoáveis e baseadas nas Escrituras. A luz da aurora do “Sol da
Justiça” é o que agora torna possível tal compreensão como “presente verdade”.
(2 Pedro 1:12)
Muitos na atualidade têm dúvidas de que a Bíblia é o alicerce da religião
verdadeira. Mas cremos que as Escrituras são coerentes e harmoniosas, e, com
base nestas, explicaremos o Plano de Deus delineado na Bíblia. É um Plano que
agradará ao senso de razão e justiça do homem. O plano de Deus se harmoniza
com o caráter justo e amoroso de Deus. Pessoas honestas e que buscam a verdade
podem esperar obter esse tipo de entendimento, porque temos a promessa de que
o “espírito da verdade” nos guiará a toda a verdade. (João 16:13)

1
Duas maneiras de buscar a verdade

 Uma das abordagens é buscar a verdade nas várias seitas do cristianismo. Mas
isso costuma ser confuso, por conta de seus ensinamentos conflitantes, muitos dos
quais não parecem fazer sentido. Nem todos se baseiam nas Escrituras Sagradas.
Muitos se baseiam exclusivamente nos credos de séculos passados.

 O outro método é deixar de lado todo o preconceito e, com um coração


manso, buscar a Palavra de Deus com o auxílio de seu Autor que nos prometeu
várias ajudas para compreender Seu Plano. (Veja Efésios 4:11-16)

É importante não acreditar em algo apenas porque temos confiança em


algumas pessoas. Nossa fé deve se basear na Palavra de Deus, não na de teólogos
modernos ou mesmo na dos Pais da Igreja Primitiva. Saulo de Tarso foi um
exemplo de muitas das pessoas boas que ensinaram o erro de boa-fé. (Atos 26:
9) Os que se acham em busca da verdade devem esvaziar por completo de seus
vasos as águas turvas da tradição para enchê-los na fonte da verdade — a Palavra
de Deus. Tudo deve ser provado pelas Escrituras.

A base para o estudo apropriado da Bíblia

Fizemos o esforço de, com evidências bíblicas, apresentar o Plano de Deus de


forma ordenada e lógica. Mas é preciso entender que muitas vezes as Escrituras
são apresentadas em linguagem simbólica e dentro de um contexto. Deixar de
compreender isso faz com que muitos temas hoje em voga sobre profecia e a
vinda de nosso Senhor pareçam confusos e assustadores. Profecias devem ser
entendidas no seu cumprimento histórico, bem como futuro. Somos estudantes de
profecias — não profetas!
Infelizmente, alguns cristãos negligenciam o estudo da Palavra de Deus
e dizem: “As Bem-aventuranças sozinhas já possuem o bastante para salvar a
todos!” Mas, em contraste, até mesmo os “anjos bem desejam atentar” para o
Evangelho e a obra de Cristo (1 Pedro 1:11, 12) O estudo do Plano de Deus ajuda
o cristão a entender os propósitos de Deus e a olhar para o futuro do ponto de vista
de Deus — não como um servo, mas como um filho e herdeiro. (Hebreus 3:5, 6)
O estudo cuidadoso da Palavra de Deus fortalece nossa fé e estimula a santidade.

O propósito da presente Era

Por desconhecerem o plano de Deus para a humanidade, muitas igrejas cristãs


supõem que a Era atual é a única oportunidade para a conversão do mundo. Mas
depois de quase vinte séculos, seu objetivo não foi alcançado. Abaixo encontrará
uma tabela que mostra o percentual de religiões em relação ao total da população
mundial comparando o ano de 1900 com 2008. Observe que a porcentagem de
cristãos na verdade diminuiu.
Será que é desanimador? O cristianismo falhou? Deus está tentando converter
o mundo sem sucesso? A resposta é definitivamente “não”! O poder e a sabedoria
de Deus nos garantem de que Ele não falha. Jesus enviou seus seguidores como

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um “testemunho a todas as nações” e para encontrar um “pequeno rebanho” de
leais vencedores. (Mateus 24:14; Lucas 12:32) Esse é o propósito da presente Era
Evangélica. Quando esse trabalho estiver completo, então Deus de fato converterá
o mundo. O objetivo da próxima Era é este: o Reino de Cristo, pelo qual oramos
“venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. (Mateus
6:10)

Religiões População mundial População mundial


em 1900 em 2008
1.619.625.000 6.706.993.152
Cristãos 34,46% 33,32%
Muçulmanos 12,34% 21,01%
Hindus 12,53% 13,26%
Budistas 7,84% 5,84%
Judeus 0,75% 0,23%
Sem religião 8,42% 14,09%
Outros 23,66% 12,25%
Essa tabela realmente apresenta um quadro triste! Até mesmo os 33% contados
como “cristãos” certamente não são todos “santificados em Cristo Jesus” que ‘não
andam segundo a carne’. (1 Coríntios 1:2; Romanos 8:1) Os bebês e crianças são
automaticamente contados como cristãos salvos? Que dizer de todos os séculos
antes de Cristo? Atos 4:12 diz: “Não há salvação em ninguém mais; pois não
há outro nome debaixo do céu, que tenha sido dado entre os homens, pelo qual
devamos ser salvos.” Será que todos os milhões que viveram antes de Cristo estão
eternamente perdidos?
Os credos da maioria das igrejas hoje ensinam que se você não está salvo,
você está condenado eternamente. Alguns ainda acreditam em um literal “inferno
de fogo”, e que os incrédulos serão torturados pela eternidade! Muitos dos que
sinceramente acreditam que agora é o único dia de salvação são compelidos a
realizar uma obra missionária ao redor do mundo. Mas será que ainda assim
bilhões de seres humanos estão perdidos para sempre?

O Grandioso Plano de Salvação de Deus não é um fracasso!

Sim, o mundo de hoje é muito sombrio! E nuvens de tempestade estão se formando.


Mas no Plano das Eras divino, os primeiros raios da manhã estão brilhando. “Pois
eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o SENHOR
virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. E nações caminharão para a tua luz,
e reis para o resplendor da tua aurora.” (Isaías 60:2, 3)
Infelizmente, muitos pararam de procurar o Reino de Deus quando Sua
vontade será feita “assim na terra, como no céu”. (Mateus 6:10) Muitos se sentem
desanimados com os credos conflitantes das igrejas que causam mais confusão.
Algumas pessoas pensam: “Eu não sou bom o suficiente para ir para o céu — mas
também não sou tão ruim assim para ir para o inferno!” Por isso muitos desistem

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do Plano de Deus, achando que ele não está dando certo, ou então o rejeitam como
um mistério incompreensível!

Os justos do passado não tinham muita luz

Mesmo alguns dos justos do passado não tinham tanta “luz” como a que temos
agora no fim desta Era. Abraão não entendia completamente o que significava a
promessa: “Por meio... da tua descendência serão benditas todas as famílias da
terra.” (Gênesis 28:14) Nem os anjos, nem mesmo os profetas, compreenderam o
futuro no Plano de Deus. A lei judaica e as cerimônias de Israel apontavam para
Cristo, o grande libertador, que salvaria Israel e faria da nação sua agência, ou
meio, para a bênção de todas as famílias da Terra. Mas o povo escolhido de Deus
nos dias de Jesus esperava um rei que os livraria dos romanos. Não olharam de
perto para as Escrituras que revelavam que o Messias teria primeiro de sofrer e
morrer.
Jesus disse a seus discípulos: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o
podeis suportar agora.” (João 16:12, 13) Mas depois do Pentecostes, a mensagem
do Evangelho que Jesus ensinou começou a ser melhor compreendida. O apóstolo
Paulo explicou muitos mistérios para a Igreja. (1 Coríntios 15:51; Efésios 3:3, 4;
2 Tessalonicenses 2:7) “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em
todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos [é]... Cristo em vós,
a esperança da glória.” (Colossenses 1:26, 27) Isso ainda é um “mistério” para a
maioria. A Igreja de Jesus faz parte do “Cristo” ungido, que abençoará o mundo
depois da Era do Evangelho!
Depois que os apóstolos adormeceram (Mateus 13:25), o inimigo Satanás
semeou sementes que produziram falsos cristãos — o “joio”. Homens na Igreja
alcançaram o poder. A Palavra de Deus foi posta de lado. Em vez disso, os
ensinamentos de homens substituíram os ensinamentos da Bíblia.
A Reforma Protestante foi uma ousada tentativa de retornar à autoridade das
Escrituras. Deus usou homens como Wycliffe, Lutero e outros como corajosos
defensores da verdade de Sua Palavra. Mas os protestantes, de modo geral, fizeram
pouco progresso no caminho da luz. Cada igreja protestante parou no caminho da
verdade, não progrediram com a verdade à medida que esta continuava a brilhar,
enxergando apenas o quanto seus líderes favoritos viram. Hoje em dia, muitos até
mesmo retrocederam!

O caminho da Verdade brilha cada vez mais



É verdade que “as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos”. (Isaías
60:2) Mas não será sempre assim! Muitos agora “jazem em trevas” na “prisão”
do pecado e da morte. (Isaías 42:7) Mas temos certeza de que a aproximação do
Fim da Era só significa o começo da próxima Era. No Dia Milenar, o “Sol da
Justiça” “trará à luz as coisas ocultas das trevas”. (1 Coríntios 4:5) Ele dissipará
a mortífera escuridão do mal e trará vida, saúde, paz e alegria. Aqueles que não
querem apenas ficar ‘sentados nas trevas’, mas desejam caminhar na progressiva
luz de Deus, perceberão que seu caminho se tornará cada vez mais iluminado.

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Assim, Deus nos convida: “Venham, vamos discutir este assunto juntos!”, diz
o SENHOR.” (Isaías 1:18, Bíblia Viva) A Verdade como “a luz semeia-se para o
justo”. (Salmo 97:11) A Bíblia é como uma lâmpada para o caminho dos justos.
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Salmo
119:105) As Escrituras Sagradas, como nunca antes, estão abertas para guiar a
Igreja à verdade. Não apenas o passado é explicado, mas também cada vez mais
lança-se luz sobre o futuro.

A manhã está alvorecendo!

Mesmo que muitos hoje estejam confusos e descrentes — não precisamos


ficar ‘sentados em trevas’. Podemos seguir em frente no caminho do entendimento
com a luz das Escrituras. Elas nos mostrarão a direção. Portanto, tudo que for
explicado como “verdade” para nós deve se basear nas Escrituras! Profecias
bíblicas estão se cumprindo hoje como nunca antes. Elas provam que a Bíblia é
mesmo verdadeira!
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a
estrela da alva apareça em vossos corações.” (2 Pedro 1:19)
O apóstolo Paulo, na verdade, foi arrebatado em uma visão para ver o futuro.
Mas para ele era “ilícito falar” sobre isso. (2 Coríntios 12:4) Não era o momento
ou o “alimento no seu devido tempo” até mesmo para a Igreja primitiva (Mateus
24:45, KJA) Então, é claro, o apóstolo João viu e ouviu a Revelação de Jesus
Cristo sobre as coisas “que brevemente devem acontecer”. (Apocalipse 1:1) Em
linguagem simbólica, o apóstolo viu a inteira Era Cristã, desde seu início até seu
fim dramático. Da Besta com sete cabeças à Noiva de Cristo — de Babilônia
à Nova Jerusalém — o Apocalipse é interpretado com a ajuda de outros textos
bíblicos.
A alegria da manhã vem em primeiro lugar para os vigias fiéis de Cristo Jesus.
Mais luz tem sido revelada agora do que em qualquer outro momento da história
da Igreja. No Reino de Deus a luz da verdade brilhará sobre toda a humanidade.
Jesus e a Igreja oferecerá a vida para o restante da humanidade, acabando com a
noite do pecado.
“O Espírito e a Noiva proclamam: “Vem!” E todo aquele que ouvir responda:
“Vem!” Quem sentir sede venha, e todos quantos desejarem, venham e recebam
de graça a água da vida!” (Apocalipse 22:17, KJA)

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♦ ESTUDO DOIS ♦
UM CRIADOR AMOROSO E INTELIGENTE

C omo sabemos que existe um Deus? Será que o Universo e os habitantes da


Terra poderiam simplesmente ter surgido do nada? Que sólidas evidências
temosde que existe um Criador inteligente? Vejamos o que nos mostra a razão.
Basta olhar nosso Universo com um telescópio — ou a folha de uma planta
sob um microscópio. Quando olhamos para o alto numa noite límpida e estrelada,
quem é que não se sente extasiado com a beleza, ordem, variedade e imensidão
dos céus? Uma folha sob um microscópio revela células que são uma fábrica
completa de estruturas especializadas. E mesmo quando olhamos mais de perto
encontramos um verdadeiro universo de moléculas compostas de átomos que,
por sua vez, são constituídos de prótons, nêutrons e elétrons com partículas
subatômicas ainda menores. Cada planta, flor e estrela exprimem a sabedoria e
o poder de um Criador inteligente. As leis maravilhosas e em harmonia com a
natureza não podem ter surgido por mero acaso. Toda a natureza claramente atesta
a existência de um Legislador inteligente.

Definição do significado de “espécie” em Gênesis

Alega-se que todas as variedades de plantas e animais se formaram sem


intervenção inteligente — que se desenvolveram por uma lei de “seleção
natural” e de “sobrevivência do mais apto” — por evolução. Mas é evidente que
todo efeito resulta de uma causa determinada. Será que seria científico afirmar
que um relógio encontrado num campo passou a existir por si só, sem nenhuma
intervenção inteligente? Que evoluiu gradualmente? É verdade que existem rãs
que podem cantar e macacos que se assemelham a homens. Mas as rãs não se
tornam pássaros e os macacos não se tornam seres humanos.
O clima e a disponibilidade de alimentos podem causar adaptações. Algumas
variações de mariposas ou rãs podem resultar disso, mas ainda são mariposas e
rãs! Conforme a descrição que Gênesis faz da criação, a descendência é sempre
“conforme a sua espécie”. (Gênesis 1:25, ARC) Deus provavelmente criou
apenas o “tipo” cão, em vez de cada poodle e boxer individualmente. Só na
América do Norte, existem mais de 10.500 espécies identificadas de mariposas.
Embora variações possam surgir dentro de uma espécie, cada “tipo” criado é
inalterável, ou fixo.

A verdadeira ciência se baseia em fatos observáveis



Um século e meio depois da Teoria da Evolução de Darwin, a ciência
ainda não foi capaz de comprovar essa teoria segundo suas próprias regras de
observação! De fato, desde os anos 1980, o conceito de Design (ou Projeto)
Inteligente tem se tornado cada vez mais popular entre os cientistas. O projeto
6
que se observa no homem e na natureza é tão incrível que precisa haver um
Projetista inteligente por trás dele.
Por exemplo, há meio século a codificação biológica do homem foi
descoberta. Chama-se DNA (ou ADN). Essa complexa “fórmula” química,
que define a individualidade de cada pessoa, é reproduzida em cada uma
das aproximadamente 100 trilhões de células do corpo humano. Cada célula
tem uma “receita”, escrita numa linguagem com um “alfabeto” químico que
determina sua função particular no funcionamento do corpo. Conforme o Salmo
139:14, TB declara: “Sou assombrosa e maravilhosamente feito.”

Os fósseis dizem “não” à evolução!

A evidência fóssil mais antiga é encontrada em estratos, ou camadas, de


rochas pré-cambrianas. Ela consiste de algas unicelulares. Em seguida, na camada
logo acima, de repente aparecem 455 espécies complexas de invertebrados sem
quaisquer formas intermediárias. Da mesma forma, evidências fósseis parecem
indicar que os dinossauros foram exterminados por um cataclismo mundial.
Mas a próxima camada de rocha mostra uma forma completamente nova de
vida mamífera, como nós temos hoje. Jamais se encontraram organismos
intermediários — nem um único fóssil que pudesse demonstrar uma evolução
gradual. Há bilhões de elos perdidos.
Esqueletos de homens supostamente pré-históricos, como o Homem de Java
e o Homem de Piltdown, foram, na verdade, reconstituídos a partir de uns meros
fragmentos de ossos. Mais tarde, após um exame mais minucioso, verificou-se
que alguns dos fragmentos de cada um deles foram colhidos de diferentes eras.
Um exemplo célebre, o “Homem de Nebraska”, foi reconstituído a partir de
apenas um dente. Depois de muito estudo e investigação, admitiu-se que o dente
era de um porco selvagem! Os cientistas costumam datar um fóssil de acordo
com a camada de rocha na qual foi encontrado — e depois datam a camada de
rocha de acordo com os fósseis encontrados na mesma.
Os métodos de datação de fósseis (como o carbono-14 ou o potássio-
argônio) não são inteiramente confiáveis. Ambos se baseiam em diversas
suposições, e não há nenhuma prova de que tais métodos não poderiam ter
sido significativamente alterados por eventos catastróficos tais como um
Dilúvio global.

Nosso planeta Terra é especialmente privilegiado

Os cientistas dizem que a distância que nos encontramos do Sol é


fundamental para a vida. As quantidades equilibradas de oxigênio, nitrogênio e
dióxido de carbono no ar são exclusivas de nosso planeta. Pelo visto, a existência
de água em abundância também é uma característica única e essencial para a
vida complexa na Terra. A Lua estabiliza o ângulo do eixo da Terra, o que nos
permite ter estações amenas. Tudo isso reflete intenção, design, planejamento
e reflexão. Do nosso sistema solar ao intrincado olho humano — a sabedoria e
o poder de nosso Criador é evidente! “Desde que Deus criou o mundo, as suas
qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido
vistas claramente.” (Romanos 1:20, NTLH)
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O Criador implantou em nós o desejo de saber

A vida não poderia ter simplesmente surgido espontaneamente de uma “sopa


primordial”. O fato de que milhares de conexões cruciais teriam de acontecer
precisamente ao mesmo tempo para formar até mesmo a mais simples das células
é prova irrefutável de que a variedade maravilhosa da vida não poderia ter vindo
do nada. Somos forçados a concluir que há um Projetista inteligente, um Criador!
A sabedoria de Deus é muito superior à do homem. “Fui eu que fiz a terra e nela
criei a humanidade. Minhas próprias mãos estenderam os céus.” (Isaías 45:12,
NVI) Da beleza dos céus à beleza de uma rosa, ou no amor irresistível de uma mãe
por seu filho — vemos o amor de nosso Criador. Certamente Seu amor deve ser
vastamente superior ao nosso — bem como Sua sabedoria, justiça e poder.
Deus também implantou em nós um desejo de entender o Universo. Queremos
entender de onde viemos, para onde vamos, qual é nosso destino. Visto que esse
desejo de saber foi implantado, será que um Criador amoroso e justo não nos
revelaria a resposta a tais aspirações?
Vamos, então, procurar na Bíblia um Plano coerente com o caráter justo e
amoroso de Deus. Com base no que observamos na natureza — tanto dentro de
nós como no mundo exterior — podemos com confiança esperar encontrar um
Plano de Deus que satisfaça à razão.

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♦ ESTUDO TRÊS ♦
A REVELAÇÃO DE DEUS — A BÍBLIA

A Bíblia tem sido a tocha da civilização e da liberdade. A Bíblia judaico-


cristã não apenas moldou o pensamento religioso, mas também a política, o
direito, a educação, a literatura e a cultura. Mesmo olhando para a Bíblia através
das lentes de crenças conflitantes, nenhum outro livro na História tem causado
tamanho impacto na humanidade. A Bíblia é a base das ideias e princípios sobre os
quais a civilização ocidental se ergue. A Bíblia tem causando uma boa e constante
influência moral. Outros escritos a respeito de Deus podem nos beneficiar, mas
nenhum outro livro nos dá esperança e paz como a Bíblia.
A mensagem da Bíblia tem sido frequentemente muito mal representada,
mesmopor seus apoiadores. As pessoas às vezes erroneamente acham que a
linguagem simbólica da Bíblia é literal. Visto que a própria Bíblia interpreta a si
mesma, devemos estudá-la na sua inteireza. Muitas de suas pérolas de sabedoria e
verdade se encontram na superfície, mas seus tesouros mais ricos estão bem abaixo
dela. Aqueles que cavam profundamente o conhecimento bíblico, descobrem o
caráter de Deus e seu Plano revelados em gloriosa beleza.
O propósito das Escrituras é maravilhoso, harmonioso e justo — oferecer a
oportunidade de vida eterna para cada pessoa que já viveu! Por isso, vale a pena
investigarmos de maneira honesta e cuidadosa a afirmação de que a Bíblia é uma
revelação de nosso Deus e Criador.

O livro mais bem preservado

A Bíblia é um dos livros mais antigos em existência. Sobreviveu às intempéries


de mais de trinta séculos. Os homens usaram de todos os meios possíveis para
bani-la. Houve ocasiões que até mesmo possuir uma Bíblia era um crime passível
de morte. Durante a Reforma, a Bíblia foi arrancada das mãos dos sacerdotes e
recebida de braços abertos pelo povo comum. Essa manobra causou um impacto
fundamental no mundo. Hoje, enquanto muitos de seus inimigos dormem na
morte, a Bíblia foi introduzida em cada nação. Já foi traduzida em 438 idiomas —
e parcialmente em mais de 2.000 idiomas. O Autor da Bíblia também tem sido seu
Preservador.
Ao passo que a arqueologia não pode “provar” que a Bíblia é a Palavra de
Deus, até o momento nenhum achado arqueológico jamais contradisse a Bíblia.
Em vez disso, hoje a arqueologia continua a comprovar a história bíblica. Os
Rolos do Mar Morto contêm partes hebraicas da Bíblia com dois mil anos e
confirmam até mesmo a integridade do texto. Uma pedra que estava enterrada na
região norte de Dã contém uma inscrição que menciona expressamente “a Casa
de Davi”. Houve tempo em que se ridicularizava a referência que a Bíblia faz
aos hititas como sendo uma potência antiga, mas hoje temos plena evidência de
que esse povo realmente existiu. Atualmente, existem 3.300 manuscritos do Novo
9
Testamento e um número similar de manuscritos do Velho Testamento (mais
227 Rolos do Mar Morto). Também, existem 10.000 manuscritos em latim e
outras versões antigas. Outros documentos da antiguidade nem chegam perto
desses números!

A motivação dos escritores

Os sessenta e seis livros da Bíblia foram escritos em, pelo menos, três
continentes e abrangem mais de quatro mil anos de história. A Bíblia foi escrita
por quarenta autores das mais diversas formações: reis, agricultores, filósofos,
pescadores, poetas, estadistas e eruditos. Moisés era um líder político, formado
em universidades egípcias; Pedro era um pescador; Amós, um boiadeiro; Josué,
um general; Lucas, um médico; Daniel, um primeiro-ministro; Salomão, um rei;
Mateus, um cobrador de impostos; e Paulo, um judeu fariseu e advogado.
Qual era a motivação desses escritores inspirados? Deve ter sido pura, e,
seu objetivo, grande e sublime. A honestidade deles fica evidente no fato de que
revelaram até mesmo as próprias falhas. O Rei Davi confessou seus pecados com a
mais profunda humildade. (Salmo 51) Elias, abatido e desanimado, clamou: “Não
sou melhor do que meus pais.” (1 Reis 19:4) Jeremias admitiu que não queria
mais falar a palavra de Deus — mas não conseguiu apagar o fogo ardente de seu
zelo. (Jeremias 20:9) Paulo lamentou abertamente que havia sido um perseguidor
da Igreja. (1 Coríntios 15:9)
Qual era a motivação que serviu de inspiração para os discípulos promoverem
a causa de Jesus? Seu próprio povo o havia condenado. Ele morreu acusado de
blasfêmia e traição. Os escritores do Novo Testamento enfrentaram o desprezo e a
perseguição, arriscando suas próprias vidas — a maioria morreu como um mártir.
Apenas a integridade e uma convicção honesta explicaria tamanha dedicação.

O tema da Bíblia — Jesus de Nazaré

Os escritos do Velho Testamento — começando pelo Jardim do Éden,


passando pelas histórias dos servos de Deus, a Lei e os Profetas — tudo
apontava para o Messias do Novo Testamento. As genealogias acompanharam
o desenvolvimento da prometida “semente” de Abraão (Gênesis 22:17, 18)
destinada a abençoar “todas as famílias da terra”. (Gênesis 28:14) Membros
dessa “semente”, como Isaque, Jacó e Judá podem ser identificados na Bíblia
por meio da linhagem real de Davi, chegando até Maria. (Lucas 3:23-38) O
registro dessas histórias, para o testemunho de nosso Senhor Jesus, certamente
foi orientado por Deus, o Autor da Bíblia.
As Escrituras dão detalhes sobre o papel e a obra de Jesus, desde as tentações
no deserto até sua crucificação como criminoso, culminando com sua ressurreição
do túmulo. Elas explicam que o Messias tinha de sofrer primeiro, para depois
entrar na glória. (Isaías 53:12; Lucas 24:26) A Bíblia diz que Cristo estabelecerá
o Reino de Deus “na terra como no céu”. (Mateus 6:10) Menciona os “tempos da
restauração”, ou restituição, que Cristo trará ao retornar, falados “pela boca de
todos os seus santos profetas”. (Atos 3:21) A Bíblia até mesmo registra os sinais
do retorno de Jesus para estabelecer esse Reino. (Mateus 24:1-3)

10
Primeiro o Pacto da Lei — depois um Novo Pacto
O Pacto da Lei que Deus fez com Israel foi um grande marco histórico por
causa de suas leis de igualdade no tratamento do próximo. Os Dez Mandamentos,
que sintetizam aquela Lei, ainda são um notável código moral e de adoração.
Jesus resumiu a Lei: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração …
[e] o teu próximo como a ti mesmo.” (Marcos 12:30-31) A excelência moral da
Lei é um testemunho de sua fonte, o Pai de toda a criação.
Mesmo o mandamento para os israelitas destruírem os povos da terra de
Canaã (Deuteronômio 7:1, 2), frequentemente mal compreendido pelas pessoas,
pode ser bem explicado. Na página 259 da Emphasized Bible (Bíblia Enfatizada),
Rotherham diz:
“Ao examinar a destruição das nações de Canaã, é muito importante ter em
mente a terrível natureza dos crimes. … A adoração deles era grosseiramente
lasciva e de uma crueldade revoltante. … Seus locais sagrados eram bordéis.
… Os deuses, cheios de luxúria e crueldade, exigiam ser adorados com sangue
humano. … [eles] sacrificavam seus filhos e filhas.”
O próprio Deus havia decidido destruir Sodoma e Gomorra anteriormente,
‘como viu ser conveniente’. (Gênesis 19:20-28; Ezequiel 16:49, 50, TNM) Ao
fazê-lo, Deus interrompeu aquele círculo vicioso de iniquidade, assim como fez
com o mundo na ocasião do Dilúvio. (Gênesis 6:11-13) O mesmo se aplicou
aos cananeus. (Veja Josué 3:9, 10; 10:40-43; Gênesis 15:16) Por Deus ter
impedido que afundassem cada vez mais no pecado, aquelas pessoas, ao voltarem
na ressurreição, terão melhores condições de saírem do lamaçal em que se
encontravam, e progredirem a uma condição justa.
Todas estas nações — Sodoma, Canaã e até mesmo a apóstata Samaria e a
iníqua Judá — serão levantadas, se arrependerão e serão perdoadas. (Ezequiel 16:53)
“Contudo eu me lembrarei do meu pacto, que fiz contigo nos dias da tua
mocidade; e estabelecerei contigo um [Novo] pacto eterno. Então te lembrarás
dos teus caminhos, e ficarás envergonhada, quando receberes tuas irmãs [Sodoma
e Samaria] ... e eu tas der por filhas, mas não por causa do [Velho] pacto [da Lei]
... estabelecerei o meu pacto contigo.” (Ezequiel 16:53, 60-62, ARIB)
O Pacto da Lei do Velho Testamento apontava para um “Novo Pacto” que
Deus estabeleceria com “sacrifícios melhores” e um mediador melhor — e que
traria a redenção para todos! (Hebreus 9:23; 12:24; Jeremias 31:31-34)

O governo da Lei Mosaica


A Lei de Moisés proveu uma notável legislação para o governo e a sociedade,
algo ímpar e avançado para a época. Contudo, por causa da imperfeição humana,
aquela Lei não foi guardada. Ainda assim, seus elevados padrões exerceram uma
enobrecedora influência no povo.
O governo instituído por Moisés era diferente de todos os outros, quer
antigos, quer atuais. Isso porque ele dizia proceder do próprio Criador. As
pessoas tinham de prestar contas a Deus. Embora Israel tivesse um sacerdócio
para seu Tabernáculo e Templo, os sacerdotes não exerciam nenhum poder civil.
Sem dúvida isso não seria assim se a Lei fosse simplesmente uma invenção de
sacerdotes conspiradores.

11
Em certo sentido, o governo de Israel se fundamenta na democracia e na
república — sob as leis de Deus. Deus mandou Moisés ajuntar os Anciãos,
que representavam as tribos, para ajudá-lo a administrar os assuntos da nação.
(Números 11:16, 17; Deuteronômio 1:15-17) Essa forma de governo foi concebida
para incentivar o espírito de liberdade.
Essa forma de governo republicano continuou por mais de quatrocentos anos.
Daí, os Anciãos resolveram copiar as nações ao redor deles. Exigiram do profeta
Samuel um rei. Samuel expôs ao povo como os direitos e liberdades deles seriam
desconsiderados, mas o povo insistiu no assunto. Então, Deus disse a Samuel:
“Ouve a voz do povo.… pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm
rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” (1 Samuel 8:5-10) Conforme avisados,
a maioria dos reis de Israel e de Judá era má — e o povo realmente sofreu. Mas
Deus não os abandonou.

Leis justas para a proteção


No Pacto da Lei, havia leis para a proteção dos pobres. A responsabilidade
que tanto os ricos como os pobres tinham igualmente perante a lei civil, é ímpar até
mesmo em nosso século 21. A cada 50 anos, a lei tinha uma provisão para devolver
as terras que haviam sido confiscadas — esse era o ano do Jubileu. (Levítico 25:9,
13-23, 27-30) Isso impedia que as famílias perdessem suas propriedades de modo
permanente por causa de dívidas.
Outras provisões notáveis do Pacto da Lei eram as seguintes:
♦ Proteção contra a cobrança de juros excessivos nos empréstimos (Êxodo 22:25;
Levítico 25:36, 37)
♦ Viúvas e órfãos não podiam ser oprimidos (Êxodo 22:22)
♦ Trabalhadores contratados não podiam ser oprimidos (Levítico 19:13;
Deuteronômio 24:14)
♦ Estrangeiros tinham seus direitos garantidos (Êxodo 12:49; Levítico 19:33, 34)
♦ Animais deviam ser alimentados e receber descanso (Deuteronômio 25:4;
Êxodo 23:12)
Todas essas leis foram elaboradas por Deus — não por sacerdotes ambiciosos
para satisfazer propósitos egoístas. De fato, a tribo sacerdotal de Levi nem mesmo
recebeu uma parte da Terra da Promessa, como as demais tribos receberam. Eles
meramente residiam em algumas cidades ou vilarejos espalhados pelas demais
tribos. (Números 35:1-8) Até mesmo o dízimo que os sacerdotes recebiam do
povo eram voluntários. (Números 18:22-28)

Profecias bíblicas sobre o futuro


O termo “profeta” significa expositor público. As mensagens que Deus
enviava ao povo por meio dos Profetas eram, com frequência, uma reprovação
pelos pecados e um aviso sobre punições futuras. Essas mensagens também
continham promessas de bênçãos caso se arrependessem e se corrigissem. De
modo geral, os Profetas de Deus não eram populares e suas vidas costumavam
correr perigo, como nos casos de Elias, Isaías e Jeremias. Mas mesmo assim eles
transmitiram fielmente as mensagens impopulares de Deus e, por inspiração, elas
foram registradas na Bíblia.

12
Muitos Profetas da Bíblia não eram meramente instrutores públicos, mas
eles também prediziam o futuro. Nenhum outro livro alegadamente santo possui
profecias tão notáveis como as da Bíblia. O Alcorão dos muçulmanos, o Tripitaka
dos budistas, bem como os Vedas e os Upanixades dos hindus — nenhum deles
contém evidências significativas de qualquer profecia cumprida.

Profecias sobre Jesus e o fim da Era

Existem literalmente centenas de profecias sobre a vinda do Messias que


Jesus cumpriu durante seu primeiro advento, conectando o Velho ao Novo
Testamento. Jesus nasceria em Belém. (Miqueias 5:2; Mateus 2:1, 2) Qual
“cordeiro”, ele seria sem mácula e não teria nenhum osso quebrado. (Êxodo
12:5, 46; João19:31-36; 1 Pedro 1:19) Ele seria traído por um amigo íntimo.
(Salmo 41:9; João 13:18) Seria “contado com os transgressores”. (Isaías 53:12;
Mateus 27:38) Em contraste, o Islã não pode indicar nenhuma profecia sobre
Maomé feita séculos antes de seu nascimento.
Outras profecias sobre o retorno de Jesus e o fim da era (ou dos tempos)
estão se cumprindo bem na frente de nossos olhos. O fim da velha ordem de
coisas e o início do Reino de Cristo viriam num tempo de tribulação mundial sem
precedentes. (Daniel 12:1; Mateus 24:21, 22) Temos visto isso nas duas guerras
mundiais e no desenvolvimento de armas nucleares que poderiam acabar com
toda a vida na Terra. Profeticamente, um cataclismo final, o Armagedom, ainda
está para acontecer.
Mas o fim da Era também seria o tempo para o reajuntamento do “povo” de
Daniel, Israel, em preparação para o Reino. (Daniel 12:1) Israel seria como uma
“figueira” brotando “folhas”. (Jeremias 24:5, 6; Mateus 24:32) Assim, após 18
séculos vemos os judeus retornando à sua terra a partir de 1878, o Movimento
Sionista desde 1897, a Declaração de Balfour em 1917 e o reestabelecimento do
Estado de Israel em 1948. Contudo, as profecias indicam que o reajuntamento
seria acompanhado de “dores de parto”. (Jeremias 30:3-7, ARA)

Um tema comum em toda a Bíblia

Uma linha comum de pensamento se entrelaça com toda a Lei, os Salmos, os


Profetas e o Novo Testamento. (Lucas 24:44) Um único plano, objetivo e propósito
permeia a Bíblia inteira. Quando comparamos os primeiros três capítulos da Bíblia
com os últimos três capítulos, encontramos uma incrível harmonia entre eles.

Gênesis Apocalipse
Primeira criação (2:7) Criação é restaurada (21:3, 4, 24)
Satanás e o mal aparecem (3:1-4) Satanás é destruído (20:10)
Adão e Eva são amaldiçoados (3:16, 17) Fim da maldição (22:3)
Pena de morte (2:17) Vida para todos (22:17)

Somente a Bíblia nos dá uma explicação razoável e harmoniosa para a
existência do presente mundo mau, a única solução para isso e o maravilhoso

13
destino final da humanidade. Contudo, por causa do pecado, a reconciliação
com Deus só poderia ocorrer se houvesse sacrifício de vida. Ficou claro que a
humanidade precisava da morte de um redentor quando Deus aceitou o cordeiro
oferecido por Abel, a oferta de Isaque, e todos os sacrifícios do Tabernáculo e do
Templo. Visto que Adão era perfeito quando foi testado, a justiça de Deus exigia
um sacrifício perfeito pelo pecado, de modo que Deus ofereceu seu filho único
para ser um “resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo”. (João
3:16; 1 Timóteo 2:5, 6)
Com base nesse sacrifício, Deus abençoará o mundo inteiro. A Bíblia revela o
Plano de Deus já na declaração inicial de que a “semente” da mulher esmagaria a
serpente. (Gênesis 3:15) Paulo identifica essa “semente” como Cristo Jesus e sua
Igreja. (Gálatas 3:16, 29)
Posteriormente, Deus prometeu a Abraão que a bênção viria por meio dele:
“Em tua descendência serão benditas todas as nações da terra.” (Gênesis 22:18)
Deus disse que a semente dele seria como as “estrelas dos céus”, bem como a “areia
que está na praia do mar”. (Gênesis 22:17) As “estrelas dos céus” representam
apropriadamente a Classe Celestial que reinará com Cristo em seu Reino. Eles
serão “reis e sacerdotes” que abençoarão o mundo inteiro, representado como a
“areia que está na praia do mar”. (Apocalipse 1:6; 5:10; 20:6)
Este livro contém estudos que revelarão os impressionantes detalhes de
quando e como o Plano de Deus abençoará todas as famílias da Terra. Quando
isso acontecer, a seguinte oração, feita tantas vezes, se cumprirá: “Venha o teu
reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6:10)

Deus, o Autor da Bíblia

Ao ficar estabelecido que existe um Criador supremo e inteligente, é


razoável esperar que ele tenha revelado seus planos e propósitos à sua criação
inteligente. A Bíblia afirma ser essa revelação. Quando consideramos seu
testemunho, vemos que o alcance, a profundidade e a harmonia das Escrituras
Sagradas são provas convincentes de que seu Autor é o Deus Todo-poderoso —
não o homem. Com o progressivo desenrolar do comprimento, da largura, da
altura e da lógica do Plano de Deus, veremos que Deus é verdadeiramente um
Criador amoroso que dará a oportunidade de vida, saúde e felicidade para cada
homem, mulher e criança que já viveu!

14
♦ ESTUDO QUATRO ♦
ÉPOCAS, OU PERÍODOS DE TEMPO,
NO PLANO DE DEUS

I magine que você está caminhando pela rua de uma grande cidade e se depara
com um trecho isolado por uma cerca, com barulho estrondoso, poeira pelo ar e
pilhas de entulho. Se espiássemos por um buraco na cerca, talvez exclamássemos:
“Mas que bagunça! Quem quer que tenha elaborado esse projeto não sabia o que
estava fazendo!” Mas espere um pouco. Será que seria justo julgar um arquiteto
por uma obra inacabada? É claro que não!
Muitos, de modo similar, julgam mal a obra do maior Arquiteto de todos os
tempos. Quando olhamos para o caos do mundo atual, o que vemos são a poeira
e o entulho de um Plano bem elaborado, porém, no momento inacabado. A atual
permissão do mal foi concebida para ser uma experiência educativa que jamais
será esquecida. O plano concluído de Deus abençoará a cada homem, mulher
e criança que já viveu. “Afirmei que o meu plano seria cumprido, que eu faria
tudo o que havia resolvido fazer.” (Isaías 46:10, NTLH) Não importa o quão
misteriosos ou aleatórios os tratos de Deus com a humanidade pareçam ser — seu
plano imutável continua avançando firmemente!

Três grandes períodos de tempo

O mundo, de modo geral, está na escuridão, desesperadamente tateando por


um futuro melhor. Mas o povo de Deus possui a “lâmpada” da Bíblia para iluminar
o caminho adiante. (Salmo 119:105) Por meio da luz das Escrituras, conseguimos
enxergar o propósito do Grande Arquiteto em andamento, começando pelo passado
e atravessando o presente, até alcançar o maravilhoso futuro da humanidade. Os
apóstolos Pedro e Paulo identificam três grandes períodos de tempo, ou épocas —
cada uma chamada de “mundo”.
Na Bíblia, a primeira época que vai desde a Criação até o Dilúvio é chamada
de “O Mundo de Então” ou “O Mundo Antigo”. Aquele mundo estava sob a
administração de anjos. (2 Pedro 3:6; Hebreus 2:5)
A segunda época, que vai desde o Dilúvio até o estabelecimento do Reino de
Deus, encontra-se sob o controle limitado de Satanás, “o príncipe deste mundo”.
Ela é chamada de “O Presente Mundo Mau” ou “Este Mundo Mau”. (2 Pedro 3:7;
Gálatas 1:4, NTLH)
A terceira época será um “mundo sem fim” sob a administração divina, o
Reino de Deus. (Isaías 45:17, KJB) É chamada de “O Mundo Vindouro” — “no
qual habita a justiça”. (Hebreus 2:5; 2 Pedro 3:13, KJA)

15
REINO DE DEUS
ESTABELECIDO
CRIAÇÃO

DILÚVIO

Mundo de
Presente Mundo Mau Mundo Vindouro
Então

Existe um contraste muito grande entre o segundo e o terceiro mundo. O


segundo período de tempo não é chamado de “O Presente Mundo Mau” porque não
há nenhum bem nele, mas porque é o mal que predomina. Satanás é “o deus deste
mundo”. (2 Coríntios 4:4, NTLH ) “Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados
os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam
a Deus, e escapam.” (Malaquias 3:15) No “Mundo Vindouro no Qual Habita a
Justiça”, Jesus será o governante e o contrário será verdadeiro. Naqueles dias
“florescerá o justo” (Salmo 72:7) e “os malfeitores serão desarraigados”. (Salmo
37:9) Contudo, a eliminação do mal será um processo gradual que abrangerá os
inteiros mil anos iniciais.

Satanás, o governante do Presente Mundo Mal

Visto que Satanás é o “deus deste mundo”, ele tem cegado a mente da maioria
da humanidade. (2 Coríntios 4:4) Jesus disse claramente: “O meu reino não é
deste mundo.” (João 18:36) De fato, ele ensinou seus discípulos a orarem por um
tempo futuro: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu.” (Mateus 6:10)
Por que o Reino de Deus foi aparentemente adiado? Uma das razões é que
era preciso conceder tempo para que os seguidores de Jesus (Efésios 2:2; 6:12,
13), os coerdeiros de Cristo que serão reis e sacerdotes no Reino de Deus, se
desenvolvessem e fossem testados. (Apocalipse 5:10) Quando essa classe eleita
se completar, Satanás será amarrado por mil anos. (Apocalipse 20:1-3) A transição
do reino deste mundo para o reino de nosso Senhor será um período geral de
tribulação antes da paz. (Apocalipse 11:15-18; Marcos 3:23-27)

Três mundos — A mesma Terra

Embora as Escrituras falem de três “mundos”, ou dispensações, todos esses


ocorrem aqui em nossa Terra literal e única. “A terra para sempre permanece.”
(Eclesiastes 1:4) Então, por que será que Pedro fala sobre os “céus e a terra”
serem destruídos por “fogo” e “calor”? (2 Pedro 3:7, 10 NVI)
Pedro não está falando de um fogo literal queimando o céu físico e a Terra.
Ele está se referindo à destruição dos poderes governamentais espirituais, dos
governos humanos e da ordem social. Quando o primeiro “mundo” pereceu com o
Dilúvio, a Terra continuou existindo. (2 Pedro 3:6) A sociedade perversa é que foi
destruída. Os atuais “céus” do governo de Satanás serão substituídos pelos “novos

16
céus” do governo espiritual de Cristo. Depois que o reino de Satanás for destruído
no “dia do SENHOR” (Malaquias 4:1, 5), a velha ordem social será substituída
pelo Reino justo, amoroso e pacífico de Deus aqui na Terra.
O apóstolo Paulo recebeu uma visão — ele não sabia dizer se era mental ou
física, pois tudo parecia muito real. Ele foi “arrebatado ao terceiro céu”, onde viu
o maravilhoso Reino de Cristo. (2 Coríntios 12:2-4) De modo similar, o apóstolo
João teve uma visão simbólica do Reino de Cristo como “um novo céu, e uma
nova terra”. (Apocalipse 21:1, 2) A nova autoridade governamental é representada
como a “Nova Jerusalém”. Como será maravilhosa a renovação da sociedade
humana! “Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já
as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21:4)

Eras contidas nos mundos

Embora o primeiro mundo não contenha subdivisões, o segundo e o terceiro


mundo de eras são divididos.
Da queda de Aão ao Dilúvio, Deus permitiu que o homem andasse em
seu decadente caminho mau para que pudesse experimentar plenamente as
consequências do pecado e da desobediência. Os pensamentos do homem
eram “continuamente voltados para o mal”. (Gênesis 6:5, VC) Contudo, Deus
bondosamente interveio com o Dilúvio para impedir uma maior degradação. Deus
tem um plano de recuperação que, por fim, irá “salvar o que se havia perdido”
(Lucas 19:10), e redirecionar o coração do homem para a justiça. Depois do
Dilúvio, mais uma etapa no desenrolar do Plano de Deus foi inaugurada.

O Presente Mundo Mal — Três eras

O Presente Mundo Mal (o “Mundo Que Agora Existe”) contém três eras, ou
idades, cada qual progredindo rumo à derrocada do mal.
A Era Patriarcal é a primeira dessas três eras. Durante esse período, Deus
lidou exclusivamente com os Pais da Fé — como Noé, Abraão, Isaque e Jacó.
(Hebreus 11)
A Era Judaica é o segundo período de tempo contido no “Mundo Que Agora
Existe”. Essa era começou quando Jacó morreu e deixou descendentes que
formaram as “doze tribos de Israel”, os quais Deus separou das demais nações
para um propósito especial. (Gênesis 49:28) Após o Êxodo do Egito, Deus fez
um pacto com Israel, dando-lhes Sua lei e bênçãos especiais. Deu aos israelitas o
Tabernáculo e depois o Templo, nos quais os sacrifícios oferecidos prefiguravam
o sacrifício de Cristo.
REINO DE DEUS
ESTABELECIDO
CRIAÇÃO

DILÚVIO

Presente Mundo Mau Mundo Vindouro

Mundo de Era
Era Era do Era
Então Patriarcal Judaica Evangelho Milenar Eras

17
No fim da Era Judaica, Deus enviou seu Filho, Jesus, a Israel. “Eu não fui
enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15:24) Contudo,
apenas um restante aceitou Jesus. Israel, qual nação, o rejeitou. Cinco dias antes
de sua crucificação, a nação de Israel perdeu o favor quando Jesus disse: “Eis que
a vossa casa vai ficar-vos deserta.” (Mateus 23:38)
A Era do Evangelho, ou a Era Cristã, é a terceira era. Começou com a morte
de Jesus, a qual abriu o caminho da salvação para todas as nações, por meio do
“resgate” sacrificial de Cristo. (1 Timóteo 2:6; 2 Timóteo 1:10) A mensagem do
Evangelho já tem sido agora proclamada por quase vinte séculos — publicada
praticamente em todos os idiomas da Terra. O propósito desta Era, contudo, não
tem sido converter o mundo, mas reunir um “pequeno rebanho” para ser coerdeiros
de Cristo em seu Reino. (Lucas 12:32) Do céu, reinarão com Cristo quais “reis e
sacerdotes” sobre a Terra, para abençoar o restante do mundo durante a próxima
Era. (Apo. 5:10; 20:6)

Jesus, o Governante do Mundo Vindouro

No “Mundo Vindouro”, apenas os primeiros mil anos (a Era Milenar) são


definidos na Bíblia. As Escrituras referem-se a essa Era como os “Tempos
da Restituição” (isto é, o tempo da restauração de tudo o que foi perdido). É
inaugurada num tempo de transição que começa com o segundo advento de
Cristo. (Atos 3:21)
No amanhecer dessa Era Milenar, Satanás será amarrado. (Apocalipse
20:1-3) O mal retrocederá, e a justiça prevalecerá. Durante esse tempo TODA a
humanidade será gradualmente acordada do sono da morte. O “pequeno rebanho”
celestial dará toda a ajuda a tais para transformarem seu caráter em filhos
amorosos e obedientes de Deus. Eles serão instruídos, guiados e disciplinados
com uma mão amorosa conforme o necessário para serem reabilitados. Os que
mudarem o caráter e passarem na prova final receberão a vida eterna na Terra.
(Apocalipse 20:7-9) Será uma vida muito feliz e de infinitas bênçãos. (Isaías 25:6-
8) Que perspectiva grandiosa!
Nas “Eras Vindouras”, todas as lágrimas serão enxugadas. Então, “não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor”, para sempre. (Apocalipse 21:1-4) O Reino
de Deus na Terra será finalmente estabelecido de modo pleno! Nessa ocasião,
a oração que nosso Senhor Jesus fez ao Pai para que a vontade Dele fosse feita
“assim na terra como no céu” (Mateus 6:10) será completamente respondida!

“Dividir bem a Palavra da Verdade”

Nenhum desses períodos de tempo principais é muito longo ou curto demais!


Eles são como os elos de uma corrente, onde cada segmento é necessário e precisa
ser cumprido para o completo desenvolvimento do Plano de Deus. Se enfocarmos
apenas uma parte do Plano do Grandioso Arquiteto, esta pode parecer confusa
e fracassada. Mas o plano de Deus é progressivo e gradualmente se desdobra
através das eras. A sabedoria e o poder de Deus são infinitamente capazes de
realizar Sua vontade.
Para compreendermos bem o Plano de Deus, precisamos saber “dividir bem
a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15) ao estudarmos a Bíblia. O que é verdade
18
para uma era pode não ser verdade para outra. Por exemplo, atualmente não
podemos dizer que a Terra está cheia “conhecimento do SENHOR, como as águas
cobrem o mar”. (Isaías 11:9) Tampouco hoje podemos dizer que todos conhecem
a Deus. (Jeremias 31:34) Essas promessas pertencem à Era Milenar — e dali em
diante.
Um erro comum que tem sido cometido por séculos é a crença de que agora
é a Era do Reino de Deus na Terra. Essa ideia está muito longe da verdade! Os
governos deste mundo são apoiados por opressão, injustiça e engano. Satanás ainda
é o “príncipe deste mundo”. O povo de Deus ainda está vigiando e orando pelo
Reino de Deus, quando sua vontade será “feita … assim na terra como no céu”.

PENSE POR UM MOMENTO…

...na memória que jamais se esquece;


...no julgamento que nunca erra;
...na sabedoria que planeja para a eternidade
sem a menor possibilidade de falha, e que
cronometra tais planos com inerrante precisão
pelas eras vindouras;
...no poder e na perícia capazes de conquistar
até mesmo cada elemento em oposição, seja
animado ou inanimado, fazendo com que eles
trabalhem juntos para a realização de Seus
grandiosos desígnios;
...na incansável vigilância que jamais é
interrompida e nem busca ajuda para os
prementes cuidados de Seu domínio universal
— cujos olhos jamais adormecem e ouvidos
sempre escutam, aquele que está sempre a par
de todas as necessidades e ativo para com
todos os interesses em Seus vastos domínios.

19
♦ ESTUDO CINCO ♦
UM “MISTÉRIO” OCULTO POR LONGO TEMPO
É AGORA REVELADO!
“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações,
e que agora foi manifesto aos seus santos.” (Colossenses 1:26)

E mbora o mal tenha dominado a humanidade como resultado do pecado,


Deus também prometeu um Libertador para restituir a vida e a felicidade à
humanidade. Deus forneceu muitas pistas relacionadas com seu Plano, mas elas
permaneceram obscuras e misteriosas por milhares de anos.
Quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Deus prometeu que
a semente da mulher “feriria” (fatalmente) a cabeça da serpente. (Gênesis 3:15)
Passaram-se quase dois mil anos sem a menor evidência de qualquer cumprimento.
Daí, Deus chamou Abraão e prometeu-lhe: “Em tua semente serão benditas todas
as nações da terra.” (Gênesis 22:17, 18) Mas o herdeiro de Abraão, Isaque, morreu
— e depois, o filho de Isaque, Jacó, morreu. Contudo, após a morte de Jacó, seus
descendentes, as “doze tribos de Israel”, foram chamados para serem “santos”,
um povo “escolhido”, “de todos os povos que há sobre a face da terra”. (Gênesis
49:28; Deuteronômio 14:2; 1 Crônicas 16:16, 17)

Pistas para elucidar o mistério

Depois de terem servido como escravos no Egito, Israel foi finalmente liberto
por seu grande líder e legislador, Moisés. Daí, mais uma pista sobre o mistério
foi fornecida: Deus faria surgir de Israel um “Profeta” especial, semelhante a
Moisés. (Deuteronômio 18:15; Atos 3:22) Mas Moisés, o servo do SENHOR,
morreu. Então, Josué — cujo nome significa “Salvador” — conquistou a Terra
prometida pelo pacto. (Deuteronômio 34:4, 5) Porém, Josué morreu e a nação
não obteve nenhuma proeminência até os reinados do Rei Davi e o Rei Salomão.
Infelizmente, a nação se dividiu em duas e depois sofreram diversas invasões de
potências estrangeiras que exigiam tributos. Por fim, Babilônia destruiu Jerusalém
e o Templo. Esses foram posteriormente reconstruídos, mas a terra permaneceu
sujeita à Pérsia, à Grécia e, por fim, à Roma.
Por volta da época de Jesus, todos os homens estavam em “expectativa”
(Lucas 3:15) do Rei messiânico que os abençoaria. Israel seria finalmente a
“luz dos gentios” e seus muros seriam chamados de “Salvação”. (Isaías 42:6;
60:18) Lamentavelmente, eles desconsideraram outras profecias e detalhes da Lei
que ‘testificavam anteriormente os sofrimentos que haviam de vir a Cristo, e as
glórias que os seguiriam’. (1 Pedro 1:11, SBB) O livramento e as bênçãos só
viriam depois que o “Cordeiro de Deus” fosse morto e os sacrifícios do Dia da
20
Expiação se cumprissem. (João 1:29) Quando Jesus morreu, até seus seguidores
ficaram desorientados. “Nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel.”
(Lucas 24:21) Suas esperanças estavam corretas, mas ainda não havia chegado o
tempo para se compreender “os tempos e as épocas”. (Atos 1:6, 7)

Compreensão após o Pentecostes

Jesus havia ensinado seus discípulos em parábolas, dizendo “coisas ocultas


desde a fundação do mundo”. (Mateus 13:35) A Verdade estava parcialmente
velada, ou escondida, por essas parábolas, pois seus Discípulos ainda não podiam
suportar toda a Verdade. Mas Jesus prometeu-lhes: “O Espírito Santo... vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João 14:26; 16:12,13) Essa grande
iluminação, ou esclarecimento, ocorreu no Pentecostes.
Nos anos seguintes ao Pentecostes, parte do mistério se tornou mais
evidente — não apenas os judeus, mas também os gentios, seriam chamados
para fazer parte da Noiva de Cristo. O apóstolo Tiago falou sobre essa chamada
dentre os gentios:
“Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar
deles um povo para o seu nome [uma noiva]. E com isto concordam as palavras
dos profetas; como está escrito: Depois disto [depois de tais pessoas de entre os
gentios serem escolhidas] voltarei, E reedificarei o tabernáculo de Davi [o domínio
terrestre], que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo.”
(Atos 15:14-16)
Após o restante de Israel ter sido escolhido, Deus primeiro selecionaria um
“povo” especial, dentre os gentios, para completar sua Noiva celestial – e, após
isso, Ele restauraria Israel e estabeleceria Seu prometido Reino na Terra.

A explicação do mistério oculto

Mas foi o apóstolo Paulo que identificou claramente o “mistério”: “O


mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que
agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais
são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós,
esperança da glória.” (Colossenses 1:26, 27)
“Cristo em vós, esperança da glória.” Esse é o mistério – que Cristo primeiro
reuniria uma classe eleita para governar com ele, antes de estabelecer seu Reino.
A palavra “Cristo” significa “ungido”. Jesus foi ungido com Espírito Santo
por ocasião de seu batismo, e os cristãos devotos recebem a mesma unção. “E a
unção que vós recebestes dele, fica em vós.” (1 João 2:27; 2 Coríntios 1:21)
No Velho testamento, a unção era usada para investir reis e sacerdotes na
posse de seus cargos. (Levítico 6:20; 2 Samuel 5:3) A verdadeira Igreja também
será constituída de “reis e sacerdotes”. Eles governarão com Cristo e trarão o
mundo de volta a Deus. (Revelação 1:6; 5:10) Portanto, a Igreja é um “sacerdócio
real”. (1 Pedro 2:9) A unção que recebem para prepará-los para essa obra não é
feita com azeite literal, como no Velho Testamento, mas com o Espírito de Deus,
como no caso de nosso Senhor Jesus.
21
O Ungido inclui muitos membros

O apóstolo Paulo dá explicações adicionais para o “Mistério” — que o


ungido, Cristo, é composto de muitos membros. “Vós sois o corpo de Cristo, e
seus membros em particular.” (1 Coríntios 12:27) “Porque somos membros do seu
corpo, da sua carne, e dos seus ossos. … Grande é este mistério; digo-o, porém, a
respeito de Cristo e da igreja.” (Efésios 5:30-32)
Jesus tem a “preeminência” (Colossenses 1:18) Ele é a Cabeça do Corpo. Ele
é a prometida “semente” que abençoará todas as famílias da Terra. (Gálatas 3:16)
Mas nós estamos incluídos, se viermos a estar em Cristo. “Se sois de Cristo, então
sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.” (Gálatas 3:29)
Outra coisa que prefigura a Jesus como Cabeça da Igreja é uma pirâmide, pois
ela possui uma “principal pedra da esquina”. (Efésios 2:20) Jesus é chamado de
“pedra viva”, e nós, quais “pedras vivas” somos edificados debaixo dele. (1 Pedro
2:4-6) Nosso Construtor-Mestre, por meio de golpes que ensinam a humildade e
muito polimento, esculpe nosso caráter para que se alinhe com o de Jesus.

O Mistério — que Deus não apenas proveria um Libertador para o mundo, mas
um Libertador composto de muitos membros — estava escondido nos tipos,
parábolas e declarações enigmáticas. Mesmo muitos cristãos não compreendem
plenamente esse Mistério. O propósito de nossa “soberana vocação” é mais do
que sermos abençoados — é “abençoar a todas as famílias da terra” qual parte da
semente de Abraão.
O apóstolo Paulo explicou que Abraão tipificava a Jeová, que Sara tipificava
o pacto da promessa e que Isaque tipificava o Cristo (cabeça e corpo). Daí, ele
acrescentou: “Nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque.” (Gálatas
4:22-28) Mas apenas as “novas criaturas” — e nenhum dos “príncipes deste
mundo” — podem entender o Mistério!
“Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou
antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo
conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.”
(1 Coríntios 2:7, 8)
Na verdade, foi necessário manter o mistério oculto. Senão, Jesus — nosso
preço de redenção — jamais teria sido crucificado. Também, a provação e o

22
sofrimento dos seguidores de Jesus não seria possível caso o mundo soubesse
quem eles realmente são. (1 João 3:1) Para o mundo foi um mistério o motivo pelo
qual Jesus permitiu ser morto em vez de aceitar o reinado. Foi um mistério a razão
pela qual os apóstolos e seus associados abandonaram seus negócios e confortos
do mundo para pregar o Evangelho. De fato, é por isso que todos os que seguem
as pisadas de Cristo são chamados de “tolos por causa de Cristo”. (1 Coríntios
4:10, VFL)

O Plano de Deus não será um mistério para sempre!

Com a aurora da Era Milenar, a luz está brilhando mais. O “Sol da Justiça”,
que se levanta com “cura nas suas asas”, dissipará a escuridão. (Malaquias 4:2)
A inteira criação está esperançosa, aguardando por algo — mas não sabem
exatamente pelo que. Na verdade, estão aguardando o Mistério se completar, pois
“a ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus.”
(Romanos 8:19, TB; Colossenses 3:4)
Quando Deus terminar de derramar Seu Espírito em Seus queridos “servos
e servas”, Ele então o derramará “sobre toda a carne”. (Joel 2:28) Daí, “toda
a carne verá a salvação de Deus”. (Lucas 3:5-6) No fim da Era Cristã, durante
o toque da (simbólica) trombeta, os segredos do Plano de Deus serão tornados
conhecidos e “o mistério de Deus” — a Igreja cristã — a essência daquele Plano
— se “completará”. (Apocalipse 10:7, KJA) Então, todos os gloriosos propósitos
de Deus serão claramente vistos por todos.
Por fim, o mundo não verá mais o “pequeno rebanho” de cristãos como sendo
loucos ou tolos. Eles se alegrarão com a glória da “Noiva” e com as bênçãos
de vida que fluirão para o mundo quando o ‘Espírito e a noiva disserem: Vem’.
(Apocalipse 22:17)

23
♦ ESTUDO SEIS ♦
O OBJETIVO DA VOLTA DE NOSSO
SENHOR É RESTAURAR
“E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o
céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela
boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.” (Atos 3:20-21)

A s Escrituras ensinam claramente o propósito da volta de Jesus, bem como o


modo e o tempo de seu retorno. Jesus disse: “Eis que eu estou convosco todos
os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28:20), ou, “fim da era”, segundo
a Bíblia New American Standard. No entanto, ele também disse: “E quando eu for
... virei outra vez.” (João 14:3) Jesus tem certamente estado com a Igreja ao longo
de toda a Era, orientando, consolando e animando seus santos por meio de seu
espírito e sua Palavra. Mas ele também prometeu um retorno pessoal.
Alguns pensam que o retorno de Jesus refere-se à descida do Espírito Santo
no Pentecostes. Outros pensam que ele estava falando sobre a destruição de
Jerusalém. Mas sessenta anos depois do Pentecostes e vinte e seis anos após a
destruição de Jerusalém, Jesus prometeu que viria, indicando que o evento ainda
era futuro. “Eis que venho sem demora”, ao que o Apóstolo João respondeu: “Ora,
vem, Senhor Jesus.” (Apocalipse 22:12, 20)

Conversão do mundo no Milênio

Alguns esperam um retorno real do Senhor — mas bem mais para o futuro
— supondo que a Igreja deve primeiro converter o mundo. Outros acreditam que
cada vez que um pecador se converte, isso faz parte da vinda de Cristo. Então,
quando o mundo estiver totalmente convertido, Jesus terá chegado plenamente.
Contudo, muitas Escrituras indicam que no momento da segunda vinda
de nosso Senhor, o mundo estará longe de estar convertido a Deus. Em Lucas
21:27-35, Jesus, falando de sua volta e vindouro Reino, diz: “Olhai por vós, não
aconteça que … venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um
laço sobre todos os [que não acatam e] que habitam na face de toda a terra.” Em 2
Timóteo 3:1-4 o apóstolo Paulo nos diz: “Nos últimos dias ... os homens serão ...
mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.” Apocalipse 1:7 (KJA) afirma
que, na volta de Cristo, “todas as tribos da terra se lamentarão por causa dele”.
É evidente que o mundo não estará convertido quando Cristo voltar. Pelo
contrário, as Escrituras ensinam que Cristo vem antes da conversão do mundo,
com a finalidade de converter o mundo! A Igreja está sendo testada agora, a fim de
participar com Jesus na futura bênção do mundo em Seu prometido Reino. “Eles
viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.” (Apocalipse 20:4; 3:21, BMD)

24
O Evangelho foi enviado como um testemunho para as nações

Aqueles que esperam que o mundo deve ser primeiro convertido, citam
Mateus 24:14: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em
testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” Mas um “testemunho” para o
mundo não é garantia da conversão do mundo. A Bíblia chegou a “todas as nações”
da Terra durante os anos 1800, mas o mundo não foi convertido. O apóstolo Tiago
nos diz (Atos 15:14) que a obra da Era atual é o chamado para a classe da Igreja,
“um povo para o seu nome”. Depois, na próxima Era, virá a conversão do mundo.
Outra objeção cita o Salmo 110:1, “Assenta-te à minha mão direita, até
que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”, como se Jesus estivesse
sentado em algum trono material nos céus à espera até que todos os inimigos
sejam subjugados por ele. No entanto, os versículos 2 a 7 mostram com clareza
nosso Senhor Jesus ativamente subjugando seus inimigos. Seu lugar à mão direita
de Deus simboliza a autoridade que Deus lhe deu para “subjugar si todas as
coisas”. (Flp. 3:21) Assim como um presidente ou primeiro-ministro pode ter um
“braço-direito” agindo em seu nome, Jesus está à “mão direita” de Deus. Ele está
“assentado à direita do Poder” na sua vinda (Mateus 26:64), e permanecerá nessa
posição durante a Era Milenar — bem como para todo o sempre.

Finalidade do Primeiro e do Segundo Advento

O primeiro e o segundo advento de Jesus são partes de um único Plano. O


objetivo do primeiro advento era fornecer um “resgate” para redimir o mundo. (1
Timóteo 2:6) O objetivo do segundo advento é erguer e restaurar a raça humana
redimida por esse resgate. O longo intervalo entre os dois adventos, em que Satanás
foi autorizado a continuar a governar, tem sido usado para testar e provar a eleita
classe da “Noiva”. Quando esse trabalho estiver concluído, a influência de Satanás
será removida, e Jesus, com sua noiva, oferecerá a vida a todas as famílias da Terra.
Uma vez que o preço do resgate tivesse sido pago, a restauração do mundo
já poderia ter começado, como os apóstolos no início esperavam. (Atos 1:6) No
entanto, o reino de Cristo foi separado de seus sofrimentos por estes vinte séculos,
a fim de preparar sua Igreja para reinar com ele no seu Reino.
Se Deus não tivesse planejado esse chamado especial para os Seus santos,
o primeiro advento de Jesus não precisaria ter ocorrido na época que ocorreu.
Bastaria ele vir no momento decretado para o segundo advento. Mas Deus
planejou que haveria 6 mil anos para a permissão do mal e, no sétimo milênio,
a limpeza e restituição da humanidade. O período entre o resgate por todos e a
bênção de todos terá sido longo o suficiente para selecionar os “coerdeiros” que
reinarão com Cristo para abençoar o mundo.
Assim, quando Jesus subiu ao céu, ele deixou a Terra “até aos tempos da
restauração de tudo”. (Atos 3:21) As nações, longe de estarem convertidas
quando Jesus voltar, estarão “iradas”. (Apocalipse 11:18) Isso não significa que
Deus falhou em converter o mundo; apenas significa que Deus ainda não tentou
converter o mundo. Quando fizer isso durante o Milênio, o mundo será realmente
convertido. “Minha palavra ... não voltará para mim vazia, antes fará o que me
apraz.” (Isaías 55:11)

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Algumas igrejas supõem que Deus apenas vai escolher Sua Igreja, e nada além
disso. Mas, o chamado da Igreja é apenas o primeiro passo para a recuperação do
mundo. As Escrituras dizem que a Igreja reinará com Cristo para abençoar todas
as nações (Apocalipse 3:21; Daniel 7:27; Gênesis 22:18; Gálatas 3:8, 29)

Eleição e Graça Livre

Por séculos os cristãos ficaram divididos quanto aos temas de Eleição e Graça
Livre. Na verdade, ambos são ensinados nas Escrituras, portanto, ambos devem
ser verdadeiros, mas somente quando se “maneja (ou se divide) corretamente a
Palavra da verdade” é que podem ser reconciliados. (2 Timóteo 2:15) Por meio do
entendimento correto do Plano das Eras de Deus e sua operação através do tempo,
podemos harmonizar as duas doutrinas. A Eleição aplica-se à Era passada e à atual.
A Graça Livre, por outro lado, aplica-se ao Milênio.
A Eleição não é arbitrária ou fatalista. A eleição, ou escolha, de Deus, é baseada
na aptidão e adaptabilidade aos Seus propósitos. Abraão foi eleito, ou escolhido,
porque era um homem de fé. Deus determinou que por meio de sua linhagem,
“todas as famílias da terra” fossem abençoadas. (Gênesis 12:2, 3) Este favor foi
estendido a Isaque e a Jacó, e, depois, à nação de Israel. “De todas as famílias da
terra só a vós vos tenho conhecido.” (Amós 3:2)
A eleição de Israel lhes concedia muitos privilégios, mas também havia
responsabilidades. Israel foi libertado do Egito e protegido de seus inimigos.
Milagres foram feitos em favor do povo e receberam a Lei do céu. Mas também
eram punidos com secas e fomes e levados ao cativeiro por seus inimigos ao
desobedecerem a Deus. Quando Jesus veio, a bênção do Evangelho era no início
exclusivamente deles. (Mateus 15:24)
Por terem rejeitado as bênçãos oferecidas, perderam o favor de Deus e o
Evangelho passou a ser pregado aos gentios. Ainda assim, a mensagem não foi
enviada igualmente a todas as nações da Terra. Embora o Evangelho seja livre para
todos os que ouvem, algumas partes do mundo parecem ter sido mais favorecidas
do que outras. Agora, durante o fim desta Era, o Evangelho está alcançando pessoas
sedentas da verdade em todos os lugares.
Na próxima Era será diferente. A graça de Deus será oferecida livremente a
todos. Todo homem, mulher e criança na Terra receberá a oportunidade de viver para
sempre na Terra. Mesmo os mortos dos séculos passados ​​serão ressuscitados para
ouvir esse chamado. “Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão.”
(João 5:28, 29; Isaías 35:10) A promessa que Deus fez no Éden, que a semente
da mulher iria “ferir” (esmagar) a cabeça da serpente, será cumprida por Cristo e
sua Igreja. “O Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.”
(Romanos 16:20, Gênesis 3:15) Agora o povo geme e espera por dias melhores,
mas não percebe o que está buscando. Paulo explica: “Toda a criação espera com
expectativa que os filhos de Deus sejam revelados.” (Romanos 8:22, 19, NBV)
Quando a Igreja, a classe casta da noiva estiver totalmente desenvolvida e
completa, ela será exaltada com Cristo (2 Coríntios 11:2; Apocalipse 19:7; 21:9)
Então, como um segundo Adão e Eva, Jesus e sua Noiva, por meio do Espírito
Santo, oferecerá a vida para todo o mundo. “E quem tem sede, venha; e quem
quiser, tome de graça da água da vida.” (Apocalipse 22:17)

26
Justificação pela fé em Jesus

Segundo a estimativa do Departamento de Referências Populacionais, dos


EUA, bem mais de 100 bilhões de seres humanos já viveram nesta Terra. Apenas
cerca de um terço da população de hoje afirma ser cristã — e menos ainda nos
séculos passados. Isso significa que a vasta maioria morreu sem fé em Jesus. Será
que estão perdidos para sempre? Todo cristão reflexivo anseia por uma resposta
razoável e coerente com o caráter justo e amoroso de Deus. Há várias opiniões:
PREDESTINAÇÃO: A maioria não é eleita para a salvação; vão para um
inferno de eterna tortura.
IGNORÂNCIA: Sem crer em Jesus, uma boa pessoa pode ir para o céu
para sempre.
ATEÍSMO: Não há vida após a morte; ninguém jamais viverá novamente.
Muitos cristãos de bom coração acreditam que aqueles que morrem em
ignorância de alguma forma serão salvos. Pois, se Deus é amor, como tantos
poderiam ser perdidos? No entanto, as Escrituras vinculam claramente a salvação
à crença:

♦ “Pela graça sois salvos, mediante a fé.” (Efésios 2:8)


♦ “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo.” (Atos 16:31)
♦ “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10:13)
♦ “Não há nenhum outro nome ... pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12)
♦ “Como crerão naquele de quem não ouviram?” (Romanos 10:14)

Assim, o conhecimento e aceitação de Cristo são necessários para alcançar a


salvação eterna, e é isso que o Plano de Deus oferece. Visto que Jesus morreu por
Adão e toda a sua raça, o mundo será levantado para a vida durante o Milênio,
e depois virão ao conhecimento de Cristo. (1 Timóteo 2:4) Daí, por reforma e
obediência a Deus, poderão alcançar a vida eterna.

A consciência não é suficiente para salvar

Alguns podem argumentar que a luz da consciência pode salvar aqueles que
não conhecem a Cristo. Essa ideia é baseada no comentário de Paulo de que os
gentios “são uma lei para si mesmos”. (Romanos 2:14) O argumento de Paulo,
no entanto, é que os gentios são condenados pela consciência, e não justificados
por ela. As pessoas costumam transgredir até mesmo a luz da própria consciência.
(Romanos 3:19; 7:18, 19)
Mesmo Israel, que tinha uma Lei escrita, foi condenado por ela, em vez de
justificado. “Nenhuma carne será justificada diante dele [Deus] pelas obras da
lei.” (Romanos 3:20) Se um israelita guardasse ‘toda a lei, e tropeçasse em um só
ponto, tornaria-se culpado de todos’. (Tiago 2:10)
Paulo mostra que o único livramento possível do pecado e da morte é pelo
sacrifício de Cristo em nosso favor. A experiência tinha ‘demonstrado que tanto
judeus quanto gentios estão debaixo do pecado. Como está escrito: “Não há
nenhum justo, nem um sequer; ... Todos se desviaram.”’ (Romanos 3:9-12, NVI)
Assim, as Escrituras fecham todas as portas da esperança, exceto uma. Ninguém

27
pode obter a vida eterna por obras meritórias, e o mero desconhecimento, ou a
ignorância, também são igualmente inúteis.
Se a ignorância fosse base para a salvação, então por que gastar dinheiro e
esforços na obra missionária? Certamente seria mais caridoso deixar o povo na
ignorância, se fosse um dos caminhos aceitáveis para a salvação! Não, a ignorância
não traz salvação. Aqueles que buscam a salvação agora devem vir a Cristo.
Contudo, para a grande maioria do mundo, tanto dos vivos, quanto dos
mortos, seu tempo será no Milênio. Nessa ocasião, todos aprenderão sobre Deus
e o sacrifício que Jesus fez por eles. Por aceitarem seu Redentor e andarem no
“Caminho da Santidade” (Isaías 35:8, NBV), poderão ganhar a vida eterna.

Indivíduos não são predestinados

O calvinismo ensina que cada pessoa já está predestinada — para salvação ou


perdição. Será que isso pode ser verdade? As Escrituras dizem que o Evangelho
são “boas novas de grande alegria, que são para todo o povo.” (Lucas 2:10)
Certamente essa não é uma mensagem de más notícias e de condenação inevitável
para bilhões de pessoas. Será que os apóstolos pregaram o Evangelho em vão,
sem saber que seus esforços não poderiam mudar nada? Será que os bebês que
morreram e qualquer outra pessoa não predestinada à vida estariam perdidos para
sempre? Não, Deus tem uma solução melhor.
A Bíblia não ensina que agora existem vários caminhos de salvação — um
pela fé em Jesus, um pela ignorância, e outro por predestinação. Há apenas um
caminho de salvação: a fé na morte de Jesus por nossos pecados. “Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14:6)
O Evangelho traz boas notícias de verdade. Realmente são para “TODAS as
pessoas”. (Lucas 2:10, KJA) Cristo morreu por todos. (1 Timóteo 2:5, 6; Hebreus
2:9; Romanos 5:18) Os benefícios de sua morte são aplicados ao mundo em duas
Eras de redenção, a presente Era Evangélica, para o chamado de uma igreja, a
eleita “Noiva de Cristo”, e, em seguida, a Idade Milenar, para a restauração do
restante da humanidade. Durante essa Era, o mundo inteiro aprenderá sobre Deus
e Seu Filho, Jesus, que morreu por eles. Os que se tornarem obedientes viverão
para sempre.

Um Resgate por todos

Qualquer um com o mínimo de amor e compaixão em seu coração ficaria


preocupado com o destino eterno dos bilhões de seus semelhantes. Deus é a
exata essência do amor. (1 João 4:8) Não estaria Ele ainda mais profundamente
preocupado? Será que Ele não faria planos para o bem-estar dessas pessoas? Ele
faria, e, de fato, tem um Plano.
Deus amou o mundo ao ponto de entregar Seu próprio Filho para eles. (João
3:16) Isso nos leva à conclusão inescapável de que Deus se certificará de que cada
um aprenda sobre esse fato de maneira convincente; e assim consigam acreditar
nessa provisão, bem como aceitá-la. Isso se realizará no Reino de Cristo. Satanás
será preso, os mortos serão ressuscitados e a Verdade estará disponível no mundo
inteiro. (Habacuque 2:14)

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João 1:9 diz que Jesus era “a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem
que vem ao mundo.” Será que isso era um exagero? Paulo disse que Jesus
entregou a si mesmo “como resgate por TODOS”. (1 Timóteo 2:5, 6, NVI)
Será que ele também exagerou? O anjo disse aos pastores que trazia “boas
notícias de grande alegria, e que são para TODAS as pessoas”. (Lucas 2:10,
KJA) Seria mais um exagero?
Não, essas gloriosas promessas são todas “sim, e ... Amém”, em Cristo Jesus.
(2 Coríntios 1:20) Ele morreu “por todo o homem”, todas as mulheres e todas as
crianças. (Hebreus 2:9, SBB) Quando esta Era terminar, o mundo verá como a
manhã de alegria de Deus será maravilhosa! (Salmo 30:5)
O “resgate” (“preço correspondente”, segundo a Concordância de Young, em
inglês) é o preço que Jesus deu — a própria vida humana. Jesus aceitou a pena
de morte imposta a Adão (Romanos 5:18, 19) Como resultado, Adão e todos os
filhos de Adão podem ser libertados da penalidade. Segundo o Plano de Deus, o
mundo receberá essa libertação durante o Milênio. Será então que, por meio de
Jesus Cristo, Deus estabelecerá um governo justo, removerá a influência enganosa
de Satanás (Apocalipse 20:3), e educará o mundo na justiça.
Daí, “todos” terão a oportunidade — e a responsabilidade — de apreciar o
“resgate por todos”. Todos poderão receber a vida eterna como Deus ofereceu
a Adão e Eva no início. A obediência será novamente o teste que todos os que
alcançarem a vida no fim do Milênio deverão passar. (Apocalipse 20:7-9)

A primeira oportunidade real

Quando uma pessoa morre, “não há obra nem projeto, nem conhecimento,
nem sabedoria alguma” na sepultura. (Eclesiastes 9:10) Eclesiastes 11:3
também diz: “No lugar em que a árvore cair ali ficará.” Na ressurreição, a
pessoa voltará assim como era quando morreu. Então, Deus, por meio de
Jesus, a guiará ao conhecimento e à compreensão em justiça. Deus “deseja
que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade”. (1 Timóteo 2:4, KJA)
A Igreja ungida é os “primeiros frutos” da redenção. Quando todos os membros
da classe da Igreja tiverem sido levantados para a glória, então o Reino de Cristo
será estabelecido. O resto do mundo, depois disso, será levantado. “Porque, assim
como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Mas cada um por sua ordem: Cristo [cabeça e corpo] as primícias, depois os que
são de Cristo [pelo direito de compra por seu próprio sangue precioso], na sua
vinda [presença].” (1 Coríntios 15:22, 23)
Por causa da desobediência, o pai Adão perdeu para si e para todos os seus
filhos por nascer, a vida, a bênção e a comunhão com Deus. Desde o Éden, nenhum
deles foi capaz de escapar da experiência do mal e suas consequências. Quando os
filhos de Adão saírem das sepulturas, eles vão, pela primeira vez, experimentar a
bondade de Deus. No Reino, Satanás será preso e não haverá nenhum obstáculo
para impedir que cresçam em justiça. Cada passo do progresso será recompensado.
O caráter que tiverem desenvolvido nesta vida tornará as coisas mais fáceis para
alguns, e mais difícil para outros, mas TODOS terão sua primeira oportunidade
plena de obedecer perfeitamente e viver para sempre!

29
Todos serão salvos, mas haverá duas salvações

A salvação que Deus oferece para TODOS não entra em conflito com o
livre-arbítrio nem com a liberdade de escolha. Todos serão salvos da condenação
adâmica agora ou durante a próxima Era. “Deus ... é o Salvador de todos os
homens, especialmente dos que creem.” (1 Timóteo 4:10, TB)
Aqueles que são salvos agora da condenação adâmica pela justificação da fé
são chamados para uma salvação celestial. Eles precisam vencer o mundo, a carne
e Satanás, bem como ‘operar a salvação com temor e tremor.’ (Filipenses 2:12)
“Se sofrermos [com Cristo], também com ele reinaremos.” (2 Timóteo 2:12)
A salvação será oferecida para o resto do mundo durante o Reino de Cristo.
Serão bem-sucedidos se cumprirem as leis do reino de Cristo. A rapidez de seu
progresso dependerá de duas coisas: (1) as deficiências de caráter da vida anterior,
e (2) o grau de amor pelo Rei, suas leis e justiça. Muitos que anteriormente haviam
sido incrédulos de bom coração farão um progresso rápido.
Tanto na Era Cristã quanto na Era Milenar, qualquer iluminado que “recuar”
estará em perigo de sofrer “destruição”. (Hebreus 10:38, 39, OL) Com todos os
benefícios do Reino, aqueles que se recusarem a se corrigir terão “sua parte …
no lago que arde com fogo e enxofre; o que é [representa] a segunda morte.”
(Apocalipse 21:8) O “fogo” é um símbolo de destruição.
Assim, o “resgate por todos” aplica-se a todos os seres humanos. Todos
estão condenados no primeiro Adão (1 Coríntios 15:45, 47), mas todos os que
aceitam o segundo Adão, Jesus, recebem a vida. “Por uma só ofensa veio o
julgamento sobre todos os homens, para a condenação … por um só ato de
justiça veio o julgamento sobre todos os homens para a justificação da vida.”
(Romanos 5:18, TB)
O profeta Jeremias disse: “Naqueles dias, não dirão mais: Os pais comeram
uvas verdes (amargas), e os dentes dos filhos se embotaram, mas cada um [que
morrer] morrerá pela sua própria iniquidade”. (Jeremias 31:29, 30) Adão comeu
as “uvas verdes” do pecado e trouxe a desgraça sobre todos os seus filhos. No Dia
de Restauração do Reino, os filhos de Adão não vão mais morrer pelo pecado de
Adão. Cada pessoa será responsável pelo seu próprio destino eterno.

A “ressurreição” de Israel

“Os tempos da restauração” foram mencionados “pela boca de todos os …


santos profetas”. (Atos 3:19-21) A restauração de Israel é parte desse testemunho.
(Atos 1:6) Ezequiel 37 contém a famosa visão de “um vale de ossos secos”,
que representa as esperanças de Israel. Primeiro, os ossos foram removidos das
“sepulturas”, depois, foram recobertos de tendões e carne, e, por fim, o fôlego de
vida entrou neles. Essa visão representa a restauração de Israel como nação que
estamos vendo se cumprir em nossos dias — e nunca mais serão “arrancados” da
sua terra. (Amós 9:15)
O apóstolo Paulo disse que Israel seria lançado fora até que a Noiva eleita
estivesse completa. “A cegueira veio em parte sobre Israel, até que a plenitude
[pleno número] dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo.”
(Romanos 11:25, 26) Quando a classe da Noiva estiver completa, Deus “dará [a

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Israel] um coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor; e eles serão o
meu povo, e eu serei o seu Deus; pois se voltarão para mim de todo o coração.”
(Jeremias 24:5-7; 31:28; 32:40-42; 33:6-16)
Muitas das profecias e promessas de bênçãos futuras se aplicam apenas
a Israel, mas Israel também era um tipo [símbolo]. O sacerdócio de Israel
era uma representação típica do corpo de Cristo, o “Sacerdócio Real”, com
seus “sacrifícios melhores” e expiação verdadeira. (1 Pedro 2:9; Hebreus
9:23; Levítico 16:6, 24; 1 Coríntios 10:11; Romanos 5:11) O próprio Israel
simbolizava, algumas vezes, o mundo.

A restauração dos sodomitas

Se a Bíblia ensinar claramente que os sodomitas serão restaurados à vida


(Ezequiel 16:48-63), então podemos ter certeza de que a “restituição” se aplicará
a todos da humanidade. (Atos 3:19-21) Eles não eram um povo justo, mas
também Israel não o era, e nem mesmo nós, antes de termos sido justificados
pela fé. (Romanos 3:10; 5:1) O pecado de Sodoma foi tão grande que Deus fez
chover fogo do céu e os destruiu por causa de sua crassa maldade. (Gênesis
19:24; Lucas 17:29)
Ainda assim, Jesus disse que Sodoma não tinha tanta culpa quanto os judeus
de Cafarnaum. (Mateus 11:23) “Será mais tolerável para a terra de Sodoma, no
dia do juízo, do que para ti [Cafarnaum].” (Mateus 11:24) Nenhuma das duas
cidades tinha pleno conhecimento, mas Cafarnaum pecou contra mais luz do
que Sodoma. No entanto, ambas voltarão durante o Reino Milenar, o “dia do
juízo”. (2 Pedro 3:7, 8)

Sodoma — uma filha para Israel

O profeta Ezequiel falou do Reino como uma oportunidade tanto para Israel
quanto para Sodoma. Ezequiel lamentou as abominações de Samaria (capital do
norte de Israel), e comparou suas abominações com as de “Sodoma, tua irmã”.
(Ezequiel 16:48-63) Irmãs em pecado! Mas a profecia termina com esperança
para ambas. Elas têm estado presas em suas sepulturas, mas Deus as libertará.
“Eu, pois, farei voltar os cativos delas ... [e] tornarão ao seu primeiro estado.”
(vs. 53, 55) Surpreendentemente, Ezequiel conclui dizendo “estabelecerei
contigo [Judá] um pacto eterno ... Eu te as darei [Sodoma e Samaria] como
filhas.” (vs. 60, 61, PJFA)
O “pacto eterno” é o “novo pacto” de Deus com um mediador melhor do que
Moisés! “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a
casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jeremias 31:31, PJFA) Essa promessa é
garantida pelo Grande Jeová — “E estabelecerei o meu pacto contigo, e saberás
que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 16:62, PJFA)
“De Sião virá o libertador; ele removerá as impiedades do meio de Jacó”,
e “todo Israel será salvo”. (Romanos 11:26-29, CNBB) Por meio de Israel as
bênçãos fluirão para o mundo. (Zacarias 8:23) Em seguida, o “resgate por todos”
(1 Timóteo 2:6) será estendido a cada pessoa. Ele trará “liberdade para [todos]

31
os cativos”. (Isaías 61:1) O mundo todo — incluindo Sodoma, Samaria, Judá, e
todos os gentios — terão a oportunidade de ganhar vida eterna.

Os habitantes da Terra aprenderão a justiça

Assim, nosso privilégio como cristãos é anunciar que Cristo abrirá as


sepulturas e trará “liberdade aos cativos”. Os povos da Terra serão restaurados
ao “seu primeiro estado” — uma restituição! Então chegará a época “quando os
teus juízos estão na terra, os moradores do mundo aprendem justiça”. (Isaías 26:9,
PJFA) Assim como nós, cristãos, temos experimentado a misericórdia de Deus
ao perdoar nossos pecados, nos alegramos com a perspectiva de todo o mundo se
beneficiar do Novo Pacto selado pelo sangue de Jesus Cristo.
Sobre a Israel, a Bíblia diz que eles são “amados por causa dos patriarcas.
Porque os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis”. (Romanos 11:28, 29,
KJA) Sim, judeus, sodomitas e toda a humanidade vão se surpreender quando
descobrirem o quanto “Deus amou o MUNDO”! (João 3:16)
Muitos ficarão impressionados com a amplitude do plano de Deus. Ao longo
da história os judeus pensaram que as promessas de Deus foram feitas só para
eles. Hoje, alguns pensam que as promessas de Deus são feitas apenas para os
cristãos. Na verdade, Deus tem bênçãos para todo o mundo por meio da Igreja e
de Israel. Devemos nos alegrar com a perspectiva de TODOS serem abençoados,
quanto mais nos aproximamos do tempo para isso acontecer.

A eleição de poucos — para abençoar a muitos com graça!

Quão glorioso é o Plano de Deus! A eleição de alguns — a Igreja — trará a


infinita graça de Deus para muitos. O calvinismo ensina a predestinação usando
como base o texto que diz: “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo,
todas as suas obras.” (Atos 15:18) Assim, eles erroneamente concluem que Deus
condenou a grande maioria a uma eternidade de tortura. Deus realmente é onisciente,
mas duas qualidades essenciais da sua grandeza costumam ser desconsideradas —
Seu amor e justiça. O Deus que amamos é justo e misericordioso. “Justiça e juízo
são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.” (Salmo
89:14)
A doutrina da Graça Livre (arminianismo), apresenta Deus como um ser
cheio de amor e propósitos benévolos para suas criaturas, mas desprovido de
habilidade e conhecimento prévio. Será que Deus foi pego de surpresa quando
Satanás usou a serpente para induzir Eva a pecar com Adão? Será que Deus está
decepcionado com o fato de que tão poucos ouviram o Evangelho, e que menos
pessoas ainda seguem fielmente Seu Filho? Satanás é o vencedor? Não, Deus não
se surpreendeu, e Deus não está decepcionado. O que Deus planejou certamente
vai ter sucesso. Deus providenciou a solução para a queda do homem antes
mesmo de isso acontecer. Jesus era o “Cordeiro que foi morto desde a fundação
do mundo”. (Apocalipse 13:8)

Todos os que morreram por causa do pecado de Adão viverão de novo!


“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão
vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15:22)
32
As doutrinas da Eleição e da Graça Livre só podem ser belamente
harmonizadas se compreendermos o cronograma do Plano das Eras de Deus.
Jesus forneceu o “Resgate” no seu primeiro advento. A Igreja agora está sendo
concluída. O próximo passo será realizar o propósito de seu segundo advento — a
restauração de todas as coisas. (Atos 3:19-21)
O mundo está aguardando a Igreja de Jesus ser completada. “Pois a criação
em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus.” (Romanos 8:19, BJP)
Quais cristãos, devemos ficar entusiasmados com toda evidência da volta de
Jesus, porque essa será, de fato, “a notícia mais alegre que já se deu, e isso é para
todo o mundo!” (Lucas 2:10, BV)

Então se abrirão os olhos dos cegos e se


destaparão os ouvidos dos surdos. Então
os coxos saltarão como o cervo, e a
língua do mudo cantará de alegria. Águas
irromperão no ermo e riachos no deserto.

E os que o Senhor resgatou voltarão.


Entrarão em Sião com cantos de alegria;
duradoura alegria coroará suas cabeças.
Júbilo e alegria se apoderarão deles, e a
tristeza e o suspiro fugirão.

— Isaías 35:5, 6, 10, NIV

33
♦ ESTUDO SETE ♦
POR QUE DEUS PERMITE O MAL
EM SEU PLANO

O mal é qualquer coisa ruim ou moralmente errada que causa infelicidade,


danos, sofrimento, dor, ruína ou morte. Talvez nada seja mais desafiador e
confuso para a fé do homem em um Deus amoroso e justo do que a prevalência
do mal no mundo. Todas as aflições do homem remontam a uma causa única
— o pecado. Por que Deus não impediu a queda do homem no pecado? Adão e
Eva foram criados perfeitos. Por que Deus permitiu que Satanás, em forma de
serpente, os tentassem a comer do fruto da árvore proibida?

A lição duradoura e prática do mal

Há algumas coisas que Deus não pode fazer! “É impossível que Deus minta.”
(Hebreus 6:18) Também, “não pode negar-se a si mesmo”. (2 Timóteo 2:13)
Portanto, Deus só poderia escolher o melhor e mais sábio plano para preparar suas
criaturas para a vida eterna. Deus, sem dúvida, poderia ter impedido a tentação
de Satanás, mas Ele a permitiu para que fosse uma lição duradoura e prática do
mal para homens e anjos. De acordo com Seu sábio propósito, Deus quis que o
homem experimentasse e visse as consequências naturais do pecado. Jeová ‘não
é um Deus que tenha prazer na iniquidade’. (Salmo 5:4) Deus está permitindo o
mal por um tempo, mas o que ele planejou para o homem mais do que compensará
toda a dor e sofrimento que essa lição objetiva tem causado.
Para cada princípio correto, existe um princípio errado oposto: verdade e
mentira, amor e ódio, etc. Um princípio correto derradeiramente produzirá
harmonia, felicidade e o bem. Já um princípio errado produzirá dano, infelicidade
e o mal. Os seres humanos foram criados com a capacidade de escolherem entre o
certo e o errado — eles têm uma consciência. Contudo, o senso moral do homem
foi afetado pela queda; alguns mais, outros, menos.
Um cão possui certa medida de inteligência e pode fazer escolhas baseadas
no treinamento envolvendo recompensas e punições de seu dono. No entanto, um
cão desconhece totalmente o caráter moral de suas ações. Quando um cão resgata
ou ataca alguém, sua ação não pode ser considerada nem virtuosa, nem imoral;
é meramente o resultado de instinto, não de ética. Por outro lado, as pessoas
realmente têm, em graus diferentes, um senso de moral. Quando fazem o bem, é
uma virtude. Quando praticam o mal, é um pecado.

Deus não criou o homem como robô

Deus poderia ter feito o homem como um robô que sempre faz o que é certo,
mas assim o homem não seria uma “imagem” de Deus. (Gênesis 1:26, 27) Deus

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poderia ter protegido o homem da tentação de Satanás, mas o homem ainda estaria
sujeito às próprias ambições internas. Em resultado disso, seu futuro teria sido
sempre incerto.
Deus, em sua sabedoria, previu que o que é bom pode ser melhor compreendido
por meio de seu contraste. Quando Deus expulsou os desobedientes Adão e Eva
de sua companhia no Jardim do Éden, eles começaram a aprender a excessiva
maldade do pecado. Eles agora estavam começando a ‘conhecer o bem e o mal’
(Gênesis 3:22) — e a entender a diferença entre os dois. Durante todos os séculos
subsequentes, seus descendentes têm aprendido a lição do mal. Posteriormente,
durante o Reino de Deus, a humanidade contrastará o mal com o bem, vivenciando
este último de modo pleno e colhendo seus benefícios.
O senso moral de Adão era uma característica importante de sua imagem, ou
semelhança, com Deus. Mas após 6 mil anos de degradação, o inato senso moral
do homem se reduziu em grande medida. Hoje, muitas vezes as pessoas se sentem
mais atraídas ao pecado de que ao bem.
Se a possibilidade de pecar não fosse permitida ao homem, ele não teria tido
uma chance de resistir ao pecado. Por conseguinte, não haveria nem virtude,
nem mérito algum ao fazer o que é certo. Mas Deus quer que o obedeçamos
com inteligência e boa vontade, não por serviço mecânico. Deus já tinha muitas
criações animadas e inanimadas para sua glória. Ao criar o homem, sua vontade
era fazer o homem à sua própria imagem; um amo, ou supervisor, da Terra, cuja
conduta se basearia no valor do certo sobre o errado, do bem sobre o mal.
Os princípios de certo e errado sempre existiram, mas apenas o princípio do
que é certo continuará em atividade para sempre. A atividade do mal continuará
existindo apenas pelo tempo suficiente para atingir o propósito de Deus. Depois
disso, o mal deixará de existir para sempre. (1 Coríntios 15:25, 26)

Aprender pela experiência

Será que o conhecimento do pecado poderia ser obtido de algum outro modo?
A humanidade poderia ter evitado os terríveis males pela qual tem passado? Não
de uma maneira tão eficaz e duradoura. Há quatro modos de se aprender. Pela:
♦ Intuição
♦ Observação
♦ Experiência
♦ Informação
Somente Deus possui conhecimento intuitivo. Ele conhece o “fim desde o
princípio”. (Isaías 46:10, TB) Portanto, o conhecimento do homem sobre o bem
e o mal não poderia ser intuitivo. Adão conhecia o mal pela informação, mas
ficou claro que isso não seria o bastante para impedi-lo de tentar experimentá-
lo. O homem poderia ter aprendido pela observação, mas para que ele visse os
resultados do pecado, deveria haver uma demonstração disso em algum lugar
do Universo. Por que, então, o homem não poderia ser essa demonstração? As
Escrituras nos mostram que a experiência do homem com o pecado e o mal está
sendo, de fato, observada pelos anjos. (1 Coríntios 4:9) Contudo, o aprendizado
mais profundo é obtido pela experiência prática, e esse é o modo principal pelo
qual a humanidade está aprendendo — pela experiência pessoal com o mal.

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Adão havia experimentado o bem no Jardim do Éden, mas seu conhecimento
sobre o mal se baseava apenas na informação: “No dia em que dela comeres,
certamente morrerás.” (Gênesis 2:17) Ele não tinha nenhuma experiência com
o pecado de modo a prever a dor e o sofrimento que viriam. Consequentemente,
Adão cedeu à tentação quando essa surgiu.
A transgressão de Adão parece pequena quando comparada com a punição,
mas o que estava em jogo era o princípio fundamental da obediência. A obediência
é essencial para que a criação de Deus seja eternamente abençoada. O Deus dos
céus sabe o que é melhor para o eterno bem-estar e felicidade de suas criaturas.
Por meio de sua esposa, que não tinha o mesmo nível de comunicação de
Adão com Deus, Adão foi induzido a pecar. Eva transgrediu aquilo que sabia ser
correto. Mas foi enganada pela serpente quanto às consequências de seu ato. (2
Coríntios 11:3) Adão, contudo, não foi enganado. (1 Timóteo 2:14) Adão teve
plena participação na desobediência de Eva, aparentemente escolhendo não viver
sem ela.
Assim, tanto Adão, quanto Eva, estavam “em transgressão”, e ambos foram
amaldiçoados. Eva estava incluída na condenação que ela ajudou a ser feita contra
Adão. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado
a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram.” (Romanos 5:12)

Criados com liberdade de escolha

Deus criou o homem com liberdade de escolha, mesmo prevendo que a


natureza moral do homem seria desviada. Deus está permitindo a atual experiência
do homem com o mal para que este aprenda a excessiva malignidade do pecado.
Em resultado disso, a humanidade desenvolverá maior amor e apreço pelo Criador,
e o brilho da virtude será contrastado com o mal.
No entanto, o fato de Deus ter permitido o mal não significa que ele causou
o mal. Deus não obrigou nossos primeiros pais a pecar. Adão e Eva tinham o
poder da escolha e poderiam ter escolhido a obediência; assim como um filho
pode escolher obedecer ou não seus pais. O homem, designado para ser o senhor
da Terra, certamente tinha esse poder, e Deus permitiu que exercessem o direito
de escolha e aprendessem com a experiência. Ao mesmo tempo, em virtude
de seu grande amor pela humanidade, Deus planejou resgatar sua criação das
consequências da escolha de Adão. No Reino de Deus, debaixo de melhores
circunstâncias, uma segunda oportunidade para fazer uma escolha melhor será
oferecida às pessoas.

O “mal” pode significar “calamidade”

Deus não é responsável pelo mal no sentido moral. Há dois textos que podem
dar a entender que ele é, mas quando consideramos o significado da palavra
“mal”, o assunto fica explicado. O pecado é sempre um mal, mas um mal nem
sempre é um pecado. Calamidades são, com frequência, chamadas de “mal”.
Nesse segundo sentido, Deus pode trazer o mal — calamidades — como punição.
Nos livros de Isaías e Amós, Deus disse que protegeria Israel de desastres,

36
mas se o abandonassem, traria calamidades (“o mal”, Almeida) sobre eles. Esse é
o caso das dos dois textos abaixo:
Isaías 45:7
ACF — “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o
Senhor, faço todas estas coisas.”
TNM — “… e trago a calamidade; Eu, Jeová, faço todas essas coisas.”
Amós 3:6
ACF — “Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?”
VC — “Virá uma calamidade sobre uma cidade sem que o Senhor a tenha
disposto?”
A mesma palavra hebraica traduzida por “calamidade”, às vezes é traduzida
por “aflição”, “tribulação” e “desgraça”. Deus não é o autor do pecado ou da
imoralidade, mas em resultado de algumas escolhas erradas de Israel, eles foram
repreendidos com uma “calamidade” ou “desgraça” enviada por Deus.

A penalidade justa pelo pecado

Deus tem o poder para obrigar o homem a adorá-lo, mas essa não é sua
vontade. Deus quer que o homem o adore de pleno coração, de livre e espontânea
vontade, “em espírito e em verdade”, (João 4:24) e isso é para o próprio bem de
suas criaturas. Durante o Milênio, o mundo adorará a Deus por escolha própria,
apreciando a Deus por sua bondade.
Nesse ínterim, Deus permite que o homem aprenda por meio da experiência
prática. Permite que o homem prove (experimente) o pecado e suas consequências.
Ele também planejou a recuperação da humanidade, providenciando um Salvador
com grande custo. No tempo devido, o mundo inteiro entenderá que o “resgate por
todos” é um presente notável de Deus. (1 Timóteo 2:3-6) Portanto, Deus previu
que o homem faria mal uso do livre-arbítrio, mas controlou providencialmente a
situação para resultar no próprio bem da humanidade.
Alguns talvez concordem que a punição imposta à Adão é justa, mas acham
injusto que todos os seus descendentes tenham de sofrer os resultados. A questão é:
“Será que teríamos nos saído melhor se tivéssemos sido testados individualmente?
Não teria, pelo menos, a maioria sido tentada a desobedecer eventualmente?”
Por permitir que a condenação de Adão se estendesse a todos nós, Deus nos
dá individualmente a oportunidade de aprendermos com a morte e o pecado. Daí,
visto que todos fomos condenados por causa de um só homem, todos podemos
ser resgatados por causa de um só homem — Jesus. O padrão de justiça de Deus é
“vida por vida”. (Êxodo 21:22-24) Assim, fica evidente que esse arranjo de Deus
é uma grande benção. Se tivéssemos sido testados individualmente e condenados
individualmente, teria sido necessário um Redentor para cada pessoa que pecasse.
A morte é uma consequência razoável pelo pecado. Se alguém, depois de ter
tido uma plena experiência e conhecimento do pecado e de seu sofrimento, decide
não acatar aos sábios conselhos de Deus, ela se torna uma fonte de infelicidade
para si mesma e para outros. Não há razão para permitir que essa pessoa continue
existindo por toda a eternidade. O atual processo de envelhecimento e morte pelo
qual a humanidade tem passado é uma lição muito séria que visa nos incutir a
gravidade da desobediência.

37
Nesse meio-tempo, a vida que temos mesmo agora é um favor de Deus, e é
estimada como tal pela vasta maioria. Do berço à sepultura, a vida nos dá tantas
bênçãos que quase todo mundo gostaria de continuar vivendo. É uma pequena
amostra da vida eterna, maravilhosa e gloriosa que Deus planeja para todos os que
aceitarem as condições razoáveis que ele estipulou para isso.

A penalidade é morte — não tortura

Infelizmente, muitos têm representado mal o caráter e as intenções de


Deus ao dizer que Ele planeja punir os descrentes com uma tortura eterna. Isso
está erradíssimo! A penalidade de Deus pelo pecado é claramente informada:
“Certamente você morrerá.” (Gênesis 2:17, NVI) “O salário do pecado é a
morte.” (Romanos 6:23) “A alma [pessoa, ser humano] que pecar, essa morrerá.”
(Ezequiel 18:4) Apenas alguns versículos no livro simbólico de Apocalipse ou
nas parábolas de Jesus sugerem um tormento de fogo. Em cada um desses casos
podemos demonstrar que o fogo representa destruição. A penalidade pelo pecado
é a morte — não a tortura em vida.†
Por meio da desobediência de um só homem, a condenação à morte passou
para toda a humanidade. Um homem pecou, mas dentro dele havia uma raça
humana por nascer. Assim, ele e todos os seus descendentes foram condenados.
Essa condenação só poderia ser removida pela morte de um homem perfeito que
tomasse para si a condenação que merecemos. Esse único homem inculpe, que
tinha dentro de si a perspectiva de gerar uma raça humana perfeita, foi “Jesus
Cristo homem”, que morreu qual resgate por todos (1 Timóteo 2:5) para satisfazer
às exigências da justiça contra Adão e sua raça.

A Igreja abençoará a humanidade

A Igreja será a primeira a receber tal bênção. A condenação de seus membros


é removida pelo mérito do sacrifício de Jesus para a justificação deles. Depois que
a Igreja for completada em glória, Cristo ressuscitará o restante da humanidade
e oferecerá a eles a vida eterna na Terra. “Quando a sua alma fizer uma oferta
pelo pecado, ele verá a sua semente … e na sua mão será próspera a boa vontade
de Jeová.” (Isaías 53:10) Jesus adotará os filhos de Adão como se fossem seus
próprios filhos — com a Igreja qual sua Noiva.

† O “lago de fogo” em Apocalipse é simplesmente um símbolo de destruição,


a “segunda morte”. (Apocalipse 20:14) Comentários bíblicos ponderados
reconhecem que a história do Homem Rico e Lázaro (Lucas 16:19-31) é uma
parábola. O Homem Rico representa Judá e Benjamin e seus “cinco irmãos”
representam as outras 10 tribos de Israel, que “têm Moisés e os profetas”. A
ardente tribulação representa as aflições ardentes pelas quais Israel passou após
terem rejeitado o Messias deles (compare com Deuteronômio 32:22-26) Lázaro,
que foi para o seio de Abraão, representa os rejeitados de Israel e os gentios que
adotaram os aspectos espirituais do Pacto Abraâmico por aceitarem Jesus, a
“semente de Abraão”.

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Jesus prometeu: “Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz...
[e] sairão.” (João 5:28, 29) Paulo afirma: “Todos serão vivificados em Cristo.”
(1 Coríntios 15:22) Todos os que não tiverem “parte na primeira ressurreição”
(Apocalipse 20:6) terão depois a oportunidade de voltarem a viver no “mundo
vindouro”. Daí, “quem quiser” poderá ‘tomar de graça da água da vida’.
(Apocalipse 22:17)

A primeira oportunidade real da humanidade

Essa oportunidade de endireitar as coisas durante o Reino pode parecer, para


alguns, como se fosse uma “segunda chance” para vida. Certamente será para
Adão e Eva, mas para os demais, será a primeira oportunidade plena. Quando
Adão desobedeceu, “veio o juízo sobre todos os homens para condenação”.
(Romanos 5:18) Adão não tinha a experiência que teria desenvolvido nele uma
plena confiança nas leis e no caráter de Deus. Depois da experiência com as
consequências do pecado — com Satanás amarrado para que não possa enganar e
debaixo de um Novo Pacto com um mediador melhor — o mundo terá uma plena
e abençoada oportunidade de ganhar a vida eterna. (Hebreus 12:24)
Satanás será preso, mas isso não significa que haverá imediatamente
obediência perfeita. (Apocalipse 20:3) Ainda assim, progressos, sem dúvida,
terão de ser feitos! As pessoas sairão de seus túmulos com a mesma mente de
quando entraram neles. A perfeição física e mental será atingida gradualmente.
A perfeição moral será um requisito perto do fim do Reino Milenar. Daí, no fim
do Milênio, Satanás será solto por “um pouco de tempo”, para testar a verdadeira
condição de coração daqueles que talvez apenas tenham uma aparência externa de
obediência. (Apocalipse 20:7-9) Um teste individual para ganhar a vida quando
o Milênio estiver para terminar será mais favorável do que o teste de Adão no
Éden. Nessa ocasião futura, a humanidade terá tido uma plena experiência com o
mal, o sofrimento, a tristeza e a morte, bem como experiência com a justiça e suas
bênçãos de vida, alegria e paz. Eles saberão a diferença de primeira mão, e farão
uma melhor escolha do que a que Adão fez.
Contudo, mesmo com todas as vantagens do Reino, alguns se rebelarão. Como
o líder deles, Satanás, recusarão toda a bondade e misericórdia de Deus. Serão
destruídos na “segunda morte” (Apocalipse 21:8), para nunca mais causarem
problemas a outros ou a si mesmos.

Outro plano funcionaria?

Será que o sofrimento que o mundo tem experimentado por 6 mil anos
poderia ter sido evitado? Se Deus tivesse providenciado uma condição Edênica
favorável para todos, com testes individuais para todos, de modo que apenas os
desobedientes sofressem, será que o resultado teria sido melhor?
Imagine que um quarto da humanidade, ou mesmo a metade, tivesse ganhado
a vida em tal teste. Eles ainda poderiam por toda a eternidade à frente sentir
curiosidade por coisas proibidas. Seu serviço e adoração a Deus jamais seria tão
pleno de coração — se não tivessem provado “[tanto] do bem [quanto] do mal”.
(Gênesis 2:17)

39
Qual teria sido o destino da outra metade que pecou e morreu? Será que esse
grande número de pecadores poderia de algum modo ser resgatado? A justiça
poderia até permitir isso, mas cada pessoa individualmente condenada precisaria
de um resgatador diferente, disposto a sacrificar sua vida. Isso quer dizer, por
exemplo, que 50 bilhões de pessoas perfeitamente obedientes teriam de morrer
para resgatar 50 bilhões de pecadores. Um plano como esse não resultaria em
menos sofrimento do que o atualmente experimentado.
Em primeiro lugar, o Plano de Deus é o mais lógico e eficiente para o glorioso
futuro eterno do homem. Todos têm a oportunidade de aprender, por meio da
experiência, quais são os frutos do pecado. Visto que todos são condenados por
causa de um homem, todos podem ser resgatados por causa de um homem. Assim,
Jesus foi um “resgate por todos”. (1 Timóteo 2:6) Como recompensa pelo serviço
de Jesus, Deus o colocou “à sua direita nos céus, Acima de todo o principado, e
poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia”. (Efésios 1:20, 21)
Em segundo lugar, Deus planejou que um “pequeno rebanho” fosse
selecionado para seguir os passos de Jesus. Os membros desse rebanho, que já
estão em julgamento para a vida, são convidados a desenvolver um caráter de
amor perfeito neste atual reinado do mal. Os que fazem parte dessa verdadeira
Igreja serão “coerdeiros” de Cristo e reinarão com ele. (Romanos 8:17, Apocalipse
19:7; 3:21; 20:6)
Então, durante o Milênio, Cristo e a Igreja levantarão todos os mortos de suas
sepulturas, ensinarão a Verdade em todo o globo e recuperarão todos os dispostos
e obedientes da inteira raça humana. “A terra se encherá do conhecimento do
SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Isaías 11:9)

O grande plano de restauração

Por Deus ter permitido o mal, Seu grande Plano de redenção será gloriosamente
bem-sucedido! Toda a desgraça, dor e tragédia causadas pelo mal serão mais do
que compensadas pelas maravilhosas bênçãos do Reino.
A humanidade se beneficiará eternamente da experiência com o mal. Essa
experiência também será uma demonstração monumental do caráter glorioso de
Deus para as hostes angélicas. Todos verão a Justiça de Deus que condenou a
desobediência. Todos verão o imensurável Amor de Deus que enviou Seu próprio
Filho para satisfazer a justiça, a fim de nos redimir. Todos verão o Poder de Deus
que reunirá em Cristo, de modo perfeito, toda a Sua criação inteligente, “tanto
os que estão nos céus como os que estão na terra”. (Efésios 1:10) Todos verão a
Sabedoria de Deus, que, enxergando longe, usou até mesmo agentes contrariados
para realizar o glorioso destino planejado para Sua criação.
A lei universal de Deus para todos os seres inteligentes é resumida em uma
palavra: AMOR. Visto que “Deus é amor” (1 João 4:8), Ele sem dúvida escolheu
o melhor plano para todos nós.
Por fim, quando o propósito de Deus para a permissão temporária do mal
estiver completo, todos apreciarão o que Ele fez. Até lá, com o olhar da fé,
esperamos o tempo em que toda a humanidade será restaurada, conforme
planejado desde o início do mundo. (Atos 3:19-21)

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♦ ESTUDO OITO ♦
O DIA DO JULGAMENTO DE DEUS
“Porquanto [Deus] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo, por meio do homem que destinou” — “Jesus Cristo, o justo”.
“Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento
ao Filho.” (Atos 17:31; 1 João 2:1; João 5:22, BAM)

A maioria dos cristãos tem um conceito assustador sobre o “Dia do Julgamento”.


(2 Pedro 2:9, NTLH) Eles esperam que Jesus volte e se sente em um Grande
Trono Branco enquanto ocorrem grandes calamidades da natureza, como
montanhas caindo, terremotos, tsunamis, etc. Acham que os pecadores subirão
do inferno para ouvirem seus pecados serem mencionados e depois retornarão à
sua perdição eterna. Pensam que os santos descerão do céu para observar todo o
desespero dos condenados e então retornarão à glória. Segundo o conceito geral,
o Dia do Julgamento é um dia literal de 24 horas e espera-se que nesse dia ocorra
uma repetição do que já havia sido decidido na hora da morte!
Mas esse não é o conceito bíblico. É um conceito que resulta de uma
interpretação literal da parábola em que Jesus separa “as ovelhas dos cabritos”,
(Mateus 25:31-46, BJ) bem como da cena do Grande Trono Branco descrita no
capítulo 20 de Apocalipse. Mas o Apocalipse é um livro de símbolos, e as parábolas
são histórias com ilustrações que não devem ser entendidas literalmente. Por que
os cabritos iriam para o fogo eterno e as ovelhas para o céu?
O que as Escrituras realmente ensinam sobre o grande Dia do Julgamento?
Que cenário harmonioso todos esses símbolos e parábolas de fato nos mostram?

O Dia do Julgamento de mil anos

O termo “julgamento” (krisis, em grego) significa mais do que um veredito.


Inclui um teste com uma decisão que pode ser tomada tanto para um lado, como
para o outro — como numa “crise” (português). Embora a palavra “dia” possa
significar vinte e quatro horas, muitas vezes tem um significado mais amplo —
como “o dia da tentação no deserto”, que foi de quarenta anos. (Hebreus 3:8, 9)
O apóstolo Pedro identifica o “Dia do Julgamento” como “mil anos”. (2 Pedro
3:7, 8, JFA) É o milenar “dia de Cristo” no qual Cristo reinará e “com justiça há
de julgar o mundo”. Durante essa era de julgamento, será concedido às pessoas
um julgamento para a vida, bem como um veredito. (Filipenses 2:16; Atos 17:31)
“Pois quando os teus julgamentos se manifestam na terra, os habitantes do mundo
aprendem o que significa: justiça!” (Isaías 26:9, KJA) Quando consideramos
que todo esse trabalho envolve os bilhões de pessoas na Terra, esse sentido mais
amplo da palavra “dia” é mais lógico.

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Outros julgamentos no plano de Deus

Embora a humanidade, como um todo, ainda tenha um Dia do julgamento


de Mil Anos para receber um veredito final, houve outros dias de julgamento
no passado. Quando Adão pecou no Jardim do Éden, toda a raça humana foi
condenada à morte como resultado: “Certamente morrerás.” (Gênesis 2:17)
“Assim como todos morrem em Adão.” (1 Coríntios 15:22) Toda dor, sofrimento
ou morte é evidência dessa sentença universal, mas visto que a humanidade será
recuperada do castigo de Adão, a morte é realmente como um “sono” temporário.
(João 11:11-14)
Somente a Igreja dos crentes consagrados em Cristo, agora, por fé,
“escaparam” dessa condenação original. (2 Pedro 2:20) Depois de lhes terem sido
feitas “grandíssimas e preciosas promessas”, se “abundarem” em piedade e amor,
“será amplamente concedida [a eles] a entrada no reino eterno de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo”. (2 Pedro 1:4-11) Somente eles estão em julgamento para
a vida ou a morte agora, antes do tempo de ser julgado o mundo. A Igreja, como
“primícias” da redenção, herdará a imortalidade — a natureza divina. (Tiago 1:18,
Romanos 2:7; 1 Coríntios 15:53) O resto da humanidade terá, no futuro, uma
oportunidade para ganhar a vida eterna quais filhos terrenos de Deus.
Será que Deus mudou de ideia por que a primeira sentença foi muito severa?
Não, de modo algum. “Eu, o SENHOR, não mudo.” (Malaquias 3:6) Deus
providenciou o plano de redenção e restauração desde o início! Antes de Adão
pecar, Deus planejou que nosso Redentor “provasse a morte por todos”. (Hebreus
2:9, Apocalipse 13:8)

O Juiz designado

Deus “ao Filho confiou todo julgamento”. (João 5:22) Com Jesus como
Juiz, não há nada a temer. É ele quem nos amou tanto que morreu por nós. (2
Coríntios 5:14,15) Na verdade, o Dia do Julgamento é algo para se desejar, pois
será um momento de recuperação para o mundo. Embora o próprio Jesus tenha
sido sempre perfeito, ele pôde “compadecer-se das nossas fraquezas”. (Hebreus
4:15) Ele demonstrou empatia e “teve grande compaixão”. (Mateus 9:36) Jesus
sentirá compaixão pelas enfermidades e fraquezas da humanidade e levará todos
os dispostos de volta à perfeição original perdida no Éden.
Um juiz dos tempos antigos era alguém que aplicava a justiça e defendia os
oprimidos. Por exemplo, quando Israel estava sob opressão, clamaram a Deus
e Ele levantou juízes para libertá-los. (Juízes 3:9-11) Hoje o mundo ainda está
clamando por ajuda. No devido tempo de Deus, Jesus, como juiz, dará essa ajuda
a todos. Jesus forneceu redenção a todos. Ele, sem dúvida, abençoará o mundo.
“Ele governará os povos do mundo com justiça e de acordo com o que é direito.”
(Salmo 98:9, NTLH)

Testes do Dia do Julgamento

Este segundo julgamento será mais favorável do que o primeiro. Tudo será feito
para ajudar o mundo a sair do pecado. Satanás será preso para que “não mais

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engane as nações”. (Apocalipse 20:1-3) Se alguém não alcançar a perfeição será
por voluntariamente resistir às bênçãos disponíveis. O julgamento para a vida
levará todo o período do Dia do Julgamento, atingindo seu clímax no final.
Os que se recusarem a obedecer, morrerão. No entanto, não será por causa do
pecado de Adão, mas do seu próprio pecado. “Quando isso acontecer, ninguém
mais vai citar o provérbio ‘Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos
se tornaram ásperos.’ Ao contrário, cada um morrerá pelos seus próprios pecados.
Quem comer uvas verdes é que vai ter os dentes ásperos.” “A alma que pecar, essa
morrerá.” (Jeremias 31:29, 30, Viva; Ezequiel 18:2-4, 20)
O castigo pelo pecado intencional, contra a luz e o conhecimento plenos,
será a “segunda morte”. (Apocalipse 20:14, 15; 21:8) Todos terão recebido tempo
suficiente e a mais plena oportunidade de progresso, antes que tal julgamento seja
imposto. “Será ainda jovem o que morrer aos cem anos: não atingir cem anos será
uma maldição.” (Isaías 65:20, BAM)
A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos nos diz que o mundo se dividirá em
duas classes — os que se corrigem e fazem o bem, e os que não o fazem. (Mateus
25:31-46) O julgamento dos indivíduos será baseado no desenvolvimento de
um amor perfeito a Deus, evidenciado pelo modo como amam e cuidam do
próximo. No fim do Dia do Julgamento, Satanás será solto por “um pouco de
tempo”. (Apocalipse 20:3) Aqueles sem amor perfeito no coração se manifestarão
rebelando-se contra o governo do Reino. (Apocalipse 20:8, 9) Eles serão então
destruídos na Segunda Morte — da qual não há ressurreição.

Prestação de contas atual

Assim, o mundo terá uma oportunidade maravilhosa no futuro Dia do


Julgamento para ganhar a vida eterna! Então, será que importa o que as pessoas
fazem agora, sejam coisas boas ou más? Sim, importa muito. “Os olhos do
Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” (Provérbios
15:3, Eclesiastes 12:14) As boas e más ações do tempo presente receberão uma
recompensa, quer agora, quer mais tarde. “Existem homens cujos pecados são
evidentes, antes mesmo do julgamento; ao passo que os de outros só o são após.”
(1 Timóteo 5:24, BJ)
Tudo o que uma pessoa faz agora afeta o caráter com o qual ela retornará
na ressurreição. (Gálatas 6:7) Assim, alguns terão mais facilidade para andar
no “caminho santo”. (Isaías 35:1-10) Já outros terão dificuldade, e, alguns, nem
mesmo conseguirão.

Juízes terrestres e celestiais

Durante os seis mil anos entre o primeiro julgamento no Éden e o Dia do


Julgamento no Reino, Deus tem disciplinado e treinado juízes para ajudar a Cristo
Jesus.
Mesmo antes que Jesus inaugurasse “um caminho vivo e novo”, (Hebreus 10:20)
fiéis servos de Deus — como Abraão, Moisés, Davi e Jeremias — estavam sendo
escolhidos por Deus. Por causa de sua fé, esses “antigos dignitários”, ou “dignos da
antiguidade”, receberão uma “melhor ressurreição” (Hebreus 11:1-40) e tornar-se-ão

43
“juízes”, ou líderes, na Terra. (Isaías 1:26) Eles receberão uma recompensa na Terra
como líderes do mundo durante o Milênio.
Os que são chamados durante a atual “Era do Evangelho” têm um chamado mais
elevado. Eles governarão com Cristo no céu. (Apocalipse 20:6) “Não sabeis vós que os
santos hão de julgar o mundo?” (1 Coríntios 6:2)
Os fiéis do Antigo Testamento eram servos e amigos de Deus, mas a Igreja
tem o privilégio maior de ser filhos de Deus. “Moisés foi fiel em toda a sua casa,
como servo... Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos
nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao
fim.” (Hebreus 3:5-6) Ambas as “casas” serão usadas por Deus para a bênção do
mundo. O julgamento e teste de ambas as classes têm sido muito mais rigoroso do
que será para o mundo no Dia do Julgamento. Eles tiveram de resistir às ciladas
de Satanás, (1 Pedro 5:8; Efésios 6:11) como o “deus deste mundo”. (2 Coríntios
4:4, BAM) Portanto, terão provado ser mais do que capazes de dar à humanidade
a instrução e o treinamento necessários para seu teste final e julgamento. Satanás
será “preso” durante os Mil Anos (Apocalipse 20:1-3) para que não possa afligir
o mundo enquanto aprendem a justiça.
Durante o Dia do Julgamento, a justiça será recompensada, ao passo que, nas
eras anteriores, a justiça muitas vezes era barrada por sofrimento ou perseguição.
Portanto, embora o julgamento dessas duas classes especiais tenha sido muito
mais severo do que o julgamento futuro do mundo, suas recompensas e privilégios
também serão maiores.

Alegrem-se! Ele vem para julgar!

Satanás, por meio dos seus enganos, roubou das pessoas do mundo e de muitos
nas igrejas, as abençoadas garantias da justiça do vindouro “Dia do Julgamento”.
Em resultado, muitos têm medo e querem que ele não chegue logo. Já outros usam
o medo como um instrumento para induzir as pessoas a “aceitarem Jesus e serem
salvas”. Quão diferente os profetas e apóstolos consideravam o prometido Dia do
Julgamento de Jeová por meio de Seu representante escolhido!
“Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra;
Que digam entre as nações: Jeová reina.
Brama o mar e a sua plenitude,
Exulte o campo e tudo quanto há nele;
Então as árvores do bosque cantarão de regozijo diante de Jeová,
PORQUE ELE VEM JULGAR A TERRA
Dai graças a Jeová, porque é bom;
Pois a sua misericórdia dura para sempre.”
— 1 Crônicas 16:31-34
Enquanto isso, toda a criação “geme”, aguardando ansiosamente a “revelação
dos filhos de Deus”. (Romanos 8:19-22, BJ) Embora ainda não o saibam, estão
aguardando o grande Juiz livrar e abençoar o mundo, bem como exaltar e glorificar
a Igreja! Então, todos sairão de seus túmulos para receberem um julgamento
favorável por meio da instrução e disciplina necessárias para a recompensa da
vida eterna.

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♦ ESTUDO NOVE ♦
RESGATE, RESTITUIÇÃO E RESSURREIÇÃO

“Que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário
que o céu receba até aos tempos da restauração (restituição) de todas as coisas,
de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.”
Atos 3:20, 21, JFA-RA

O tema da “restituição de todas as coisas”, quando Jesus Cristo retorna em


seu segundo advento, interliga várias partes da Bíblia. Essa oportunidade de
“restituição” é garantida a todos porque Jesus se deu a si mesmo como “um preço
de redenção por todos” no seu primeiro advento. (1 Timóteo 2:6) Jesus morreu
por todos, para que todos se beneficiem. Toda a criação, agora no “cativeiro da
corrupção” (Romanos 8:21, ARA), será libertada da pena de morte original de
Adão. Em seu primeiro advento, Jesus nos garantiu a redenção. Em seu segundo
advento, Jesus trará a libertação a todos os de boa vontade.

Um julgamento individual para a vida

O apóstolo Paulo é muito claro e enfático sobre esse assunto. Ele diz: “Foi
para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor [regente, governador]
tanto dos mortos como dos vivos.” (Romanos 14:9) Ou seja, o objetivo da morte
de Jesus não era meramente abençoar e governar alguns seguidores vivos na Terra,
mas toda a humanidade — os “vivos e os mortos” (2 Timóteo 4:1) — incluindo,
até mesmo, os anjos. (1 Coríntios 6:3)
Até agora, comparativamente poucos dos bilhões de seres humanos
receberam as bênçãos de Cristo, obtidas ao se aceitar o “resgate por todos” que
Jesus morreu para prover. Por quê? Será que Deus não está disposto ou não pode
resgatar o mundo da condenação de Adão? De modo algum! O amor, o poder de
Deus e seu propósito são imutáveis. (Malaquias 3:6) O “tempo devido” em Seu
Plano para libertar a humanidade da condenação acontece durante os “Tempos de
Restituição” do segundo advento de Cristo.
A Bíblia foi traduzida para línguas do mundo inteiro. Mas isso não significa
que todos tiveram uma oportunidade plena de salvação. A queda sofrida pela
desobediência no Éden não afetou todos os filhos de Adão do mesmo modo. Alguns
vêm ao mundo mais depravados do que outros. Alguns vivem num ambiente mais
negativo do que outros. Assim, alguns são mais sujeitos do que outros à influência
de Satanás, o “deus deste mundo”. (2 Coríntios 4:4, BJ) Durante o Milênio, todos
terão uma plena e perfeita oportunidade de recuperação.

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O sacrifício resgatador de Jesus não dá vida eterna, nem bênção, a homem
algum, nem tampouco desculpa pecados e automaticamente transforma pecadores
em santos que vão para o céu! O resgate fornece uma liberação da primeira
condenação e dá a oportunidade de um segundo julgamento para a vida — um
julgamento individual para cada pessoa. O primeiro julgamento para a vida da
humanidade foi no Éden. O segundo julgamento para a vida será durante o Reino
estabelecido por Jesus Cristo durante seu segundo advento. Naquela ocasião, de
acordo com a obediência ou desobediência, justiça ou pecado, a vida eterna será
concedida ou perdida. Toda pessoa que já viveu poderá ganhar a vida eterna se
usar essa oportunidade corretamente.
Esse segundo julgamento será completo e abrangente. Ele determinará quem
será “justo” em mil provações — ou quem será “imundo” sob mil provações.
(Apocalipse 22:11, RVP) Por 6 mil anos, o mundo tem adquirido conhecimento
sobre o mal e suas consequências amargas por meio da experiência. Quando
receberem a oportunidade de um julgamento para a vida durante o Milênio, esse
conhecimento será muito vantajoso. Serão capazes de prontamente apreciar as
bênçãos superiores da justiça.
Quando Cristo estiver no controle, os indivíduos serão recompensados
a cada passo de obediência, e, desse modo, caminharão rumo à perfeição.
Nenhum outro tipo de julgamento ou condições mais favoráveis poderiam ser
imaginados! Naquele tempo, toda a ajuda será dada para se aprender a justiça e
andar no “Caminho da Santidade”. (Isaías 35:8, 9, KJA) Todos os que estiverem
dispostos melhorarão gradualmente até se tornarem filhos puros, perfeitos e
obedientes de Deus.
Os que voluntariamente persistirem em pecar, que deliberadamente
preferirem o pecado e o mal, serão removidos e experimentarão uma “segunda
morte”. (Apocalipse 21:8) “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:20) —
e não haverá recuperação da segunda morte.

A Igreja está agora em julgamento

Apenas um pequeno número na presente Era do Evangelho escolheu negar


a si mesmo, tomar a sua cruz e sacrificar-se com Jesus. (Mateus 16:24; Romanos
12:1) Esses são justificados pela fé e por meio do sangue de Jesus. (Romanos
5:1) Deus os considera dignos de todas as bênçãos de restituição que serão dadas
ao mundo durante a Era vindoura. Suas imperfeições e inevitáveis ​​fraquezas
são cobertas pelo “manto de justiça” de Cristo. (Isaías 61:10; Apocalipse 3:5)
São membros da classe da Igreja de Cristo, e são julgados antes do mundo para
um propósito especial. Eles trabalharão ao lado de Cristo na obra de abençoar o
mundo durante o Reino Milenar.
Há uma grande diferença entre a “primeira ressurreição” da Igreja
(Apocalipse 20:6) e a ressurreição posterior da humanidade. A ressurreição
da Igreja será instantânea para “glória, honra e imortalidade”. (Romanos 2:7,
KJA) O julgamento da classe da Igreja tem sido feito nas condições difíceis do
“presente mundo mau” (Gálatas 1:4, BJ) em que eles tiveram de sofrer “por causa
da justiça”. (Mateus 5:10) No caso do mundo na segunda ressurreição, em vez
de sofrerem por causa da justiça, prosperarão a cada passo dado rumo à justiça.

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Os dispostos e obedientes terão gradualmente suas fraquezas mentais e físicas
removidas à medida que se tornarem cada vez mais perfeitos durante o Reino. A
recompensa deles será a vida eterna na Terra.

O brilho da esperança

A penalidade originalmente imposta à humanidade era a morte. “Mas da árvore


do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:17, ARM 1967) Consequentemente,
toda a descendência de Adão experimenta sofrimento em diferentes graus — e
todos morrem. A penalidade do pecado era morrer sem qualquer privilégio de
retornar à vida. Mas assim que Adão e Eva pecaram e o castigo foi pronunciado,
uma pista da graça gratuita de Deus foi dada.
Esse lampejo de esperança veio do que Deus disse à serpente que foi usada
por Satanás para tentar Eva. Deus disse à serpente que, embora seus agentes
machucariam a descendência da mãe Eva, a “semente” dela feriria fatalmente
a Satanás. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3:15)
O brilho da esperança continuou quando, muito mais tarde, Deus prometeu
a Abraão que por meio de sua “semente” todas as famílias da Terra seriam
abençoadas. (Gênesis 12:3) Essa promessa deixou implícito que haveria uma
ressurreição — uma restituição — pois milhões já haviam morrido, e, para que
fossem abençoados, teriam de ser ressuscitados.
Mas como essas bênçãos poderiam vir? Será que Deus mudaria de ideia e se
arrependeria da condenação? Ou Deus providenciaria um modo para que a dívida
fosse paga pela humanidade? Obviamente a segunda opção, e Jesus foi quem
pagou a dívida.
Deus efetivamente demonstrou a Abraão, em uma lição muito realista, como
o pagamento pelo pecado seria feito — com uma vida. Ele pediu a Abraão para
sacrificar o herdeiro da promessa, seu querido filho Isaque, “a quem amas”. Foi
um duro teste para a fé de Abraão, mas ele obedeceu. No último momento, quando
estava prestes a matar Isaque, um anjo de Jeová interveio e forneceu um carneiro
para o sacrifício. (Gênesis 22:1-18, TB) Dessa forma, por causa de sua fé, Abraão
recebeu seu filho de volta dos mortos “simbolicamente”. (Hebreus 11:19, KJA)
Assim, Deus assegurou a Abraão e a todos nós não apenas Sua inabalável justiça,
mas também Seu insuperável amor. Deus “não poupou o seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou [à morte]”. (Romanos 8:32, BJ)

Substituto de Adão

Toda a descendência de Adão foi condenada quando ele pecou. Jesus, que
tinha o potencial para gerar sua própria raça perfeita, morreu no lugar de Adão
como um preço correspondente. Jesus foi “cortado” na morte antes de produzir
quaisquer descendentes. (Isaías 53:8) Assim, Jesus comprou toda a raça humana
com plena autoridade para restaurá-la.
O equilíbrio da balança da justiça é evidente: Jesus morreu, “o justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus”. (1 Pedro 3:18) No entanto, cada pessoa deve

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aceitar individualmente o favor divino de Deus — seja agora, durante a Era do
Evangelho, ou mais tarde, durante o Reino. Ninguém é automaticamente “justo”
por causa do sacrifício de Jesus. Todos devem, por fim, voltar seus corações
para Deus e escolher a obediência. No Reino, a grande maioria da humanidade
aproveitará a oportunidade para tornarem-se justos.
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos
serão feitos justos.” (Romanos 5:18, 19)
A mesma justiça inabalável que uma vez condenou o homem à morte está
agora comprometida com o resgate de todos. Na era atual, podemos confessar
nossos pecados e aceitar o dom da redenção agora. “É Deus quem os justifica.
Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
(Romanos 8:33, 34) Durante esta Era do Evangelho, apenas alguns aceitaram o
Redentor. Durante a Era Milenar, sob o “Novo Pacto”, o restante terá seus olhos
abertos e receberá a oportunidade de aceitar a Cristo. (Jeremias 31:31-34, ARM)
O fato de ainda não termos nos recuperado da condenação adâmica, embora
quase 2 mil anos tenham se passado desde a morte de Jesus, não é um argumento
contra a restauração da humanidade durante o Reino Milenar. Antes de Adão
pecar, Deus havia feito planos para o “Cordeiro morto desde a fundação do
mundo” (Apocalipse 13:8), mas Jesus só morreu cerca de quatro mil anos mais
tarde, como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29)
Como disse o apóstolo João a respeito de Jesus: “Ele é a propiciação
[compensação] pelos nossos pecados [da Igreja], e não somente pelos nossos,
mas também pelos de todo o mundo.” (1 João 2:2) Logo o mundo inteiro terá
sua oportunidade.
Os seguidores de Cristo, justificados pela fé, devem, passo a passo, desenvolver
o fruto do espírito. Só então terão uma “entrada” abundante no “Reino eterno”. (2
Pedro 1:4-11, ARC) Os cristãos precisam ser “fiéis até a morte” para receberem “a
coroa da vida”. (Apocalipse 2:10)
Outros, ainda mais ou menos cegos pelo “deus deste mundo”, (2 Coríntios
4:4) terão uma completa chance de provar durante o Reino se são dignos de
receberem a vida eterna. Todos os mortos do passado terão a mesma oportunidade.

Morte — a penalidade pelo pecado

Infelizmente, alguns cristãos se apegam à crença da tortura eterna. Que


propósito seria alcançado por nosso Deus amoroso e justo ao perpetuar uma vida
em tormento? A morte — a aniquilação, o oposto da vida — não o tormento, era
a penalidade pelo pecado. “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.” (Romanos 6:23) “Jeová fez
cair sobre ele a iniquidade de todos nós.” (Isaías 53:6, TB) Os que morrem não
vivem em tormento após a morte, como pensam alguns. Os mortos não sentem nada
— eles simplesmente aguardam, no sono pacífico da morte, serem ressuscitados. As
Escrituras nos dizem que “os mortos não sabem coisa nenhuma”. (Eclesiastes 9:5)

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Jesus pagou a penalidade pelo pecado, uma “vida por vida”, (Deuteronômio
19:21) morrendo — não sofrendo “tormento” em algum abismo de fogo depois de
sua morte. Cristo “morreu por nossos pecados” porque a morte era a penalidade.
A morte de Jesus como preço de resgate pela humanidade é o próprio fundamento
do Plano de Deus.
A serpente no jardim mentiu para Eva quando disse: “Não morrerás.”
(Gênesis 3:4) Infelizmente, a mentira de Satanás prosperou ao longo dos
séculos, tendo sido incorporada à maioria das religiões do mundo, até mesmo
ao cristianismo. Quando uma pessoa morre, ela não sente, não respira, não
pensa, não come, não fala e não vê, ou seja, está morta! (Salmo 146:4) Estar
“vivo” para sentir tortura eterna ou qualquer outra coisa anularia a palavra de
Deus: “Certamente morrerás.” Antes da ressurreição dos mortos, as pessoas não
sentem nada enquanto estão mortas.
Jesus é o nosso redentor da morte adâmica. A punição final para o pecado
intencional será a “segunda morte” — e como não haverá segundo redentor,
não haverá libertação da segunda morte. (Hebreus 10:26) Mas a segunda
morte pode aplicar-se apenas aos que foram libertados da morte adâmica
— quer sejam os santos desta era que foram redimidos, quer seja o mundo
resgatado durante o Milênio.
A Restituição é prática?

Pergunta justa! Quando os bilhões de mortos forem ressuscitados, será que


a Terra terá espaço para todos eles? Seria a Terra um vasto cemitério incapaz de
sustentar a todos na ressurreição? Não, isso não seria um problema. Deus disse a
Adão e Eva para ‘serem férteis, multiplicarem-se e encherem a terra’ — e Deus é
sábio o suficiente para levar isso em consideração em seu plano. (Gênesis 1:28, NVI)
O Population Reference Bureau (uma fonte americana de dados
demográficos) estima que a população mundial total de seres humanos é de cerca
de 107 bilhões, o que, segundo essa fonte, remonta a 10 mil anos. O período de
tempo desde o primeiro advento de Cristo até nossos dias, somado à cronologia
do Velho Testamento Hebraico, abrange cerca de 6 mil anos de história humana.
As Escrituras também registram um Dilúvio universal que reduziu a população a
oito pessoas. Mas sejamos bem liberais e mais do que dobremos os sugeridos 107
bilhões para cerca de 250 bilhões.
Nos Estados Unidos, apenas no estado do Texas, 250 bilhões de pessoas
teriam, cada uma de pé, um espaço de cerca de 3 metros quadrados! Na África do
Sul, cada um teria uma área aproximada de 5 metros quadrados, e, na França, cada
pessoa ressuscitada teria um pouco mais de 2 metros quadrados. O resto do mundo
estaria então disponível para expansão. Não, espaço não será um problema!
Poderia o planeta Terra suportar tal população? Sim. Mesmo hoje a tecnologia
agrícola seria capaz de alimentar esse número. Além disso, durante o Milênio
a “maldição” lançada sobre a Terra (Gênesis 3:17, 19) será removida. “A terra
dará a sua safra.” (Ezequiel 34:27, KJA; Apocalipse 22:2) “O ermo exultará e
florescerá como a rosa… águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo.”
(Isaías 35:1, 6) O céu será sempre o trono de Deus, mas sobre nosso planeta, ele
disse: “A terra é o escabelo (apoio) dos meus pés.” (Isaías 66:1) E, também: “Vou
encher de glória o lugar onde apoio meus pés.” (Isaías 60:13, PAST)
49
Restituição versus evolução

Alguns poderiam perguntar: “De que benefício seria a restituição do homem


a uma condição anterior se ele estivesse sendo aperfeiçoado gradualmente por um
processo de evolução?” As conquistas brilhantes da tecnologia moderna parecem
indicar que o homem está ficando mais inteligente. Um tempo de restituição não
seria o oposto de uma bênção para a humanidade?
De maneira alguma! A evolução, embora tenha ampla aceitação, é apenas
uma teoria que nunca foi comprovada. Há um movimento crescente dentro
da própria comunidade científica que está desafiando a teoria da evolução e
promovendo, em vez disso, a ideia do “Design (ou Projeto) Inteligente” como
uma alternativa. A evolução não pode ser demonstrada por meios científicos, nem
pode ser harmonizada com a explicação bíblica da origem, queda e destino do
homem. As Escrituras afirmam claramente que o homem foi criado à imagem de
Deus, caiu no pecado e na morte, e será restaurado à sua perfeição original por
meio do Resgate. (Gênesis 1:27; Romanos 5:10-21; Apocalipse 21:3, 4)
A tecnologia atual não é o resultado da evolução ou de um aumento na
inteligência, mas a consequência natural da acumulação de conhecimento.
A invenção da impressão possibilitou a difusão da informação. O avanço da
educação pública gratuita ampliou a alfabetização das massas, e agora, o rápido
intercâmbio de conhecimento por meio dos computadores, da internet e de outros
meios eletrônicos têm acelerado o ritmo de crescimento tecnológico.

Conhecimento Aumentado — Problema

Com a acumulação de conhecimento, a ciência tem feito grandes avanços.


Comunicação, saúde, agricultura, transporte e exploração melhoraram
notavelmente. Mas esses avanços também foram acompanhados de problemas.
A poluição, os resíduos nucleares, as toxinas químicas, as armas de destruição
em massa, as duas guerras mundiais, o Holocausto, o terrorismo e o genocídio
também são frutos do aumento de conhecimento. Todos os esforços para resolver
esses problemas mundiais têm tido pouco sucesso.
A profecia bíblica indica que nos últimos dias desta Era o conhecimento
aumentaria, mas o efeito disso seria tribulação. “E naquele tempo se levantará
Miguel... e haverá um tempo de angústia [tribulação], qual nunca houve, desde
que houve nação até àquele tempo... até ao fim do tempo; muitos correrão de uma
parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” (Daniel 12:1, 4) “Pois naquele
tempo haverá uma grande tribulação, tal como não houve desde o princípio do
mundo até agora, nem tornará a haver jamais.” (Mateus 24:21, BJ)

Guerras — depois a paz

Uma estátua no Jardim das Nações Unidas mostrando um homem convertendo


uma espada em uma relha de arado exemplifica apropriadamente a profecia
de Isaías 2:2-4 sobre o fim das guerras e o estabelecimento da paz na Terra. A
Tradução Brasileira o verte assim:

50
“Sucederá nos dias vindouros [ou, últimos dias] que o monte da casa de
Jeová será estabelecido no cume dos montes, e será exaltado sobre os outeiros; e
concorrerão a ele todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao
monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e
andaremos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra
de Jeová. Ele julgará entre as nações, e servirá de árbitro a muitos povos; das suas
espadas forjarão relhas de arado, e das suas lanças podadeiras: uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.”
Somente Deus pode trazer paz duradoura. Quando Seu filho, Jesus, o
“Príncipe da Paz”, estabelecer seu reino, fará “cessar as guerras até ao fim da
terra… Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei
exaltado sobre a terra”. (Salmo 46:9, 10)

Primeiro o homem precisa de um “coração novo”

Os conflitos no fim desta era baseiam-se no egoísmo. Deus permite ao homem


experimentar as inovações tecnológicas e, com isso, mostra ao mundo que o
coração humano egoísta não pode lidar com o aumento do poder obtido a partir
do conhecimento. A tecnologia será útil no Reino, mas a primeira providência é
limpar e reconstruir o coração humano. “E vos darei um coração novo e porei
dentro de vós um espírito novo, e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e
vos darei um coração de carne.” (Ezequiel 36:26-27, ARC) O amor substituirá o
egoísmo no coração do homem.
O aumento do conhecimento também não indica que o homem está evoluindo
para algo melhor. Deus criou o homem perfeito, à Sua imagem, mas o homem
seguiu o seu próprio caminho. “Deus fez os homens justos, mas eles foram em
busca de muitas intrigas.” (Eclesiastes 7:29, NVI) O homem tem aprendido por
experiência durante a presente permissão do mal, e sua última experiência parece
ser com o aumento de conhecimento. Os brilhantes lampejos de entendimento
vêm acompanhados de trovejantes calamidades.
“Os seus relâmpagos alumiaram o mundo; a terra viu e tremeu. Os montes,
como cera, se derreteram na presença de Jeová, na presença do Senhor de toda
a terra. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos veem a sua glória.”
(Salmo 97:4-6, TB)
O efeito final será para a bênção do homem. O povo será restaurado à perfeição
original, e viverá pacificamente, cooperativamente, cada um adicionando à riqueza
comum e ao prazer do todo. “Não farão dano nem destruirão em todo o meu santo
monte, porque a terra será cheia do conhecimento de Jeová, assim como as águas
cobrem o mar.” (Isaías 11:9, KJA)
As bênçãos maravilhosas intencionadas por Deus estão asseguradas a todos
os que já viveram, porque Jesus morreu por todos. A Ressurreição durante os
“Tempos de Restituição” trará ao homem a perfeição original e todas as bênçãos
que ele possuía no Éden. A misericórdia e o amor de Deus irão surpreender e
encantar um mundo com apreço.

51
♦ ESTUDO DEZ ♦
DISTINÇÃO ENTRE AS NATUREZAS
CELESTE E HUMANA

O maravilhoso Plano de Deus para a humanidade é restaurá-la à perfeição


humana original que Adão perdeu por causa da desobediência. Uma exceção
será a Igreja Cristã, a quem Deus mudará da natureza humana para a natureza
espiritual. Alguns supõem que todos os “salvos” vão para o céu, mas isso está
longe de ser verdade. Os que serão salvos durante o Milênio — e isso inclui a
maior parte do mundo — serão abençoados com um lar perfeito aqui na Terra. A
natureza espiritual só oferecida à Igreja.
Deus salvará o mundo e a Igreja da condenação Adâmica por meio de Jesus
Cristo, (1 Timóteo 2:4-6) mas somente a Igreja, tendo aceitado a “alta vocação”
(chamado celestial), desta Era Evangélica, se tornará ‘participante da natureza
divina’. (2 Pedro 1:4)

A imagem de Deus no homem perfeito

Há muito mal-entendido sobre o que é um homem perfeito. O homem foi


criado perfeito, à imagem de Deus, possuindo justiça, amor e raciocínio. Deus
pode dizer até mesmo ao homem caído: “Venham, vamos refletir juntos.” (Isaías
1:18, NVI) É claro que a amplitude dessas qualidades no homem, em comparação
com Deus, é vastamente inferior. No entanto, Adão foi criado perfeito. Jesus
também era um ser humano perfeito. (1 Timóteo 2:5) Nunca houve outro homem
perfeito além de Adão e Jesus. (Romanos 3:10, 23)
Visto que Jeová é o soberano de todos, assim também foi dado ao homem um
domínio sobre todos os animais e a Terra. (Gênesis 1:26) O domínio do homem é
descrito no Salmo 8:5-8, “Tu o fizeste um pouco menor que os anjos, e o coroaste
de glória e honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos... todas as
ovelhas e bois, sim, os animais do campo; as aves do ar e os peixes do mar.” (Veja
também Hebreus 2:7.) Ao completar a criação do homem, Deus considerou tudo
“muito bom”. (Gênesis 1:31)
Ao dizer que o homem é “um pouco menor do que os anjos”, as Escrituras
querem dizer que a humanidade foi criada em um plano de existência inferior ao
dos anjos. (Algumas traduções de Hebreus 2:7 dizem “um pouco mais baixo que
os anjos”, mas essa é uma tradução incorreta.)
Em Hebreus 2:7-9, quando o apóstolo Paulo se refere ao Salmo 8, ele mostra
que Deus não se esqueceu do homem, que originalmente foi criado com glória e
domínio, e que Ele pretende restaurar o mundo a essa glória. O homem perdeu seu
domínio por causa do pecado, mas Deus elaborou um programa para a restauração
deste, e esse programa já começou. Jesus, por sua morte, forneceu ao mundo o

52
preço da redenção. Jesus foi feito “um pouco menor do que os anjos”, a fim de
‘provar a morte por todo homem’ como resgate substituto. (Hebreus 2:9)

Categorias distintas na natureza

Ser menor em grau ou categoria não significa ser menos perfeito. Uma criatura
pode estar em um plano inferior de existência e também ser perfeita. Observe o
gráfico a seguir, que ilustra as diferentes categorias existentes na criação:

Seres Seres Reino Reino


celestiais terrestres vegetal mineral

Divinos Humanos Árvores Ouro


—— Animais Arbustos Prata
——
—— Aves Gramíneas Cobre
Angélicos Peixes Musgos Ferro
O cobre mais puro ainda seria inferior ao ouro puro, e a grama mais bonita
e perfeita, ainda seria menos complexa que as árvores. Mesmo o grau mais alto
de mineral é inferior a uma planta, pois as plantas têm vida. Além disso, a árvore
mais grandiosa é inferior a qualquer animal, pois os animais têm algum nível
de inteligência. E o animal mais avançado é inferior ao ser humano. A natureza
humana perfeita é “um pouco menor do que os anjos” — distinta da natureza
espiritual e inferior a ela. Da mesma forma, a natureza divina é a mais elevada
e superior de todas as outras naturezas espirituais, tais como a dos serafins,
querubins, etc.
Restaurado ao que foi “perdido”

Originalmente o homem foi criado perfeito à imagem de Deus. Depois que


pecou, o caráter do homem e sua força física se deterioraram. Antes do Dilúvio,
a expectativa média de vida do homem era de várias centenas de anos. Após o
Dilúvio e ao longo dos séculos seguintes, esta declinou drasticamente. No início
do século 20, os altos níveis de mortalidade infantil reduziram essa média para
cerca de 30 anos. Hoje, mesmo com os avanços médicos, a expectativa de vida
média em todo o mundo é de apenas 66 anos de idade.
No entanto, a humanidade degradada será restaurada à perfeição de mente
e corpo durante o Reino Milenar de Cristo. Visto que Jesus morreu para “salvar
o que se havia perdido [pelo homem]” (Lucas 19:10), a humanidade recuperará
a perfeição. Eles não se tornarão seres espirituais num lar celestial, pois nunca
perderam tal condição. O que eles perderam por meio de Adão foi a perfeição
terrena. O que eles recuperarão por meio de Cristo é o que perderam em Adão — a
vida humana perfeita e um paraíso perfeito na Terra.

53
Veja a explicação da Tabela
no capítulo 12, página 70. TABELA D
Do Paraíso perdido ao

PRESENTE MUNDO MAU

MUNDO DE Era Judaica Era Evangélica


ENTÃO Era Patriarcal Colheita

Humanidade caída
e condenada

“Escreva claramente
“Escreva claramente a visão em tábuas,
a visão para quepa
em tábuas, s
Pirâmides
a Adão é criado perfeito l Jesus, durante a Era Evangélica
b Adão e seus descendentes caem no pecado n Cristãos gerados pelo espírito (Noiva)
c Abrão e outros são justificados pela fé m Cristãos gerados pelo espírito
d Humanidade caída — do Dilúvio à Era (Grande Multidão)
Messiânica p Cristãos nominais
e Nação judaica debaixo do Pacto da Lei q Descrentes hipócritas que frequentam
g Jesus, um homem perfeito igrejas
h Jesus, gerado pelo espírito em seu batismo r Jesus, retornando à Terra
i Jesus, após sua ressurreição s Cristãos gerados pelo espírito indo ao
k Jesus, após sua ascensão encontro do retornado Senhor
DAS ERAS
o Paraíso restaurado

MUNDO VINDOURO

Era Messiânica Eras


O TABERNÁCULO
Colheita Vindouras NO DESERTO

Grande
Multidão SANTÍSSIMO

Israel
Restaurado

SANTO
Mundo da humanidade
restaurado à perfeição e à vida
ÁTRIO
SEGUNDA MORTE

U Altar de Cobre
V Pia
X Candelabro
Y Mesa dos Pães da Proposição
Z Altar de Ouro

se
araleiaque
facilmente.” Habacuque 2:2 Habacuque
se leia facilmente.” 2:2
Áreas sombreadas
t Grande Multidão durante a tribulação f Destruição da nação judaica
u Cristãos nominais durante a tribulação S Destruição do Presente Mundo Mau
v Hipócritas durante a tribulação
w Jesus e a noiva juntos em glória Planos (Linhas horizontais)
x Jesus e a noiva no Reino estabelecido, K Glória da Natureza Divina
governando a Terra L Natureza ou Nascimento Espiritual
y Grande Multidão, nascidos do espírito M Engendramento do Espírito
z Nação de Israel debaixo do Novo Pacto N Perfeição Humana ou Justificação
W Inteira raça humana restaurada à perfeição P Justificação Típica da Nação Judaica
humana na Terra perfeita R Condição de Pecado e Morte
Visto que nosso Senhor era um ser espiritual, a fim de se tornar um substituto,
um preço de resgate pelo pecador, ele tinha que se “tornar carne”. (João 1:14) Ele
“esvaziou-se a si mesmo... tornando-se semelhante aos homens”. (Filipenses 2:7,
8) O propósito de Jesus em vir à Terra não era resgatar os anjos, mas resgatar o
mundo da humanidade. Assim ele deixou de lado a natureza espiritual, e tornou-
se humano, como a “descendência de Abraão”. (Hebreus 2:16) Por causa da
sua obediência ao tornar-se um resgate voluntário do homem, “Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome”. (Filipenses 2:9)
Cristo, na sua ressurreição, assentou-se “à destra da Majestade, nas alturas”, tendo
sido feito por Deus “tanto mais excelente do que os anjos”. (Hebreus 1:3-5)

A perfeição de Jesus como homem

Assim, as naturezas divinas, angélicas e humanas são separadas e distintas.


Jesus não assumiu a natureza dos anjos, mas a natureza do homem; não decaído e
imperfeito, mas com todo o vigor da perfeição humana. Ele era “santo, inocente,
imaculado, separado dos pecadores”. (Hebreus 7:26) Somente como um homem
perfeito poderia Jesus ser um preço correspondente (um resgate) para a vida que o
homem perfeito Adão perdeu. (1 Timóteo 2:6) A Lei dada por Deus a Moisés era
a medida da capacidade de um homem perfeito. Ao cumprir a Lei perfeitamente,
Jesus demonstrou que ele não estava sob condenação e tinha o direito à vida.
Jesus não era de modo algum uma mistura de duas naturezas — humana e
espiritual. Jesus deixou sua vida espiritual para ser “feito carne” no ventre de
Maria. Aos trinta anos de idade, ofereceu sua vida humana ao se consagrar em seu
batismo quando já era considerado um homem. “Se lhe abriram os céus” (Mateus
3:16), e Jesus recebeu um penhor, ou garantia, da natureza divina — na forma
de uma pomba descendo sobre ele — se fielmente levasse a cabo o sacrifício de
sua vida humana. Depois de sacrificar sua natureza humana, Jesus, ‘tornou-se
obediente até a morte, e morte de cruz’. Então, em sua ressurreição, Jesus foi
exaltado à natureza divina e recebeu “o nome que é sobre todo nome”. (Filipenses
2:8, 9, ARM) Jesus experimentou duas vezes uma mudança de natureza, mas em
momento algum ele mesclou as duas naturezas.

Homem perfeito por toda a eternidade

Jesus sacrificou o equivalente ao “que se havia perdido” — a natureza humana


perfeita. (Lucas 19:10) O sacrifício de Resgate de Jesus comprou a raça humana
da condenação que estava contra ela, assim o homem receberá novamente uma
natureza humana gloriosa e perfeita. No Reino, as faculdades e poderes perfeitos
de um ser humano serão exercidos brilhantemente ao lidar com novos e variados
objetos de interesse. O conhecimento e a habilidade do homem serão amplamente
aumentados, mas esse aumento de conhecimento e poder não trará uma mudança
de natureza. Ele alcançará o potencial de habilidade humana perfeita, esse será
o abençoado privilégio do homem por toda a eternidade, mas, ainda assim, ele
continuará sendo um homem.
Quando Jesus era um homem, ele era um modelo, ou exemplo, da natureza
humana perfeita restaurada, mas desde a sua ressurreição, Jesus tem sido um

56
exemplo da natureza divina gloriosa que a Igreja vencedora compartilhará com
ele na ressurreição.
Visto que o principal trabalho desta era é o desenvolvimento da Igreja,
as epístolas dos Apóstolos são dedicadas à preparação do “pequeno rebanho”.
Contudo, não se deve concluir que o Plano de Deus termina com a Igreja.
Por outro lado, não devemos assumir que todas as especiais “grandíssimas e
preciosas promessas” (2 Pedro 1:4) para a Igreja vencedora são destinadas a
todas as pessoas boas. Quando ‘manejamos corretamente a Palavra da verdade’
(2 Timóteo 2:15, KJA), vemos que há uma distinta diferença entre a oferta da
natureza divina à Igreja e a oferta de perfeita natureza humana ao mundo durante
o Reino.

As glórias celestiais e terrestres são separadas e distintas

Por não entenderem como é ser um espírito, alguns acreditam que isso
deve ser um mito supersticioso. Mas Paulo diz que o homem natural não pode
entender coisas espirituais porque são “loucura” para ele. (1 Coríntios 2:14) O
Apóstolo continua explicando: “Mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne
dos animais... E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos
celestes, e outra, a dos terrestres.” (1 Coríntios 15:39, 40)
Podemos até imaginar como deve ser um homem perfeito, mas a glória
celestial só pode ser compreendida pelo olho da fé. “O que é nascido da carne é
carne, e o que é nascido do Espírito é espírito... O vento assopra onde quer, e ouves
a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que
é nascido do Espírito.” (João 3:6-8) Um ser espiritual é como o vento: invisível.
Como disse João, não podemos descrever “o que vamos ser”, mas sabemos que
“seremos iguais a Ele”. (1 João 3:2, VFL)
A natureza do Filho de Deus foi mudada duas vezes, mas isso foi uma
exceção que serviu a um propósito muito específico no Plano de Deus. Os anjos
foram criados como seres espirituais e, sem dúvida, sempre permanecerão
seres espirituais. O mesmo se dá com o mundo: eles nasceram seres humanos e
permanecerão seres humanos quando ganharem a vida eterna durante o Milênio.
O chamado da Igreja à natureza divina, assim como as experiências de Jesus, é
uma exceção.
A atual criação terrena de Deus tem beleza e variedade quase infinitas.
Quando restaurada à perfeição, será ainda mais gloriosa. No entanto, a glória da
Natureza Celestial será indescritível e superará em muito qualquer coisa que o
homem possa imaginar.

Anjos invisivelmente presentes

Os anjos podem estar, e frequentemente estão, presentes, mas invisíveis. “O


anjo de Jeová acampa-se ao redor dos que o temem.” (Salmo 34:7, TB) “Não
são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:14) Os anjos também
protegiam o povo de Deus de antigamente. Quando Eliseu foi cercado por uma
multidão de assírios, seu servo estava com medo. Eliseu orou a Deus, e os olhos

57
do jovem foram abertos, e ele viu os montes ao redor deles cheios de cavaleiros
em carros de fogo! (2 Reis 6:11-17)
Os anjos são espíritos, e não humanos, contudo, têm a habilidade de
materializar corpos humanos e aparecerem como homens. Um anjo apareceu
a Gideão como um homem, mas depois se deu a conhecer. Um anjo também
apareceu aos pais de Sansão: eles pensaram que ele era um homem até que ele
subiu ao céu em uma chama. (Juízes 6:11-22; 13:20)

Ocasiões de manifestações

Em certas ocasiões, os anjos se manifestaram em uma condição gloriosa e


brilhante. O anjo que rolou a pedra da porta do sepulcro de Jesus, era “como um
relâmpago”. (Mateus 28:2, 3) Daniel vislumbrou um anjo e “os seus olhos, [eram]
como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido”.
(Daniel 10:6, ARA) Saulo vislumbrou o ressuscitado Jesus “mais brilhante que o
sol”. (Atos 26:13, BJ)
Os homens que viajavam com Saulo realmente não viram Jesus ressuscitado,
mas apenas ouviram sua voz. (Atos 9:7) Os homens com Daniel não se
comunicaram com o ser glorioso descrito por ele, mas, com grande medo, correram
e se esconderam. (Daniel 10:7-19) Durante os quarenta dias que antecederam
a ascensão de Jesus, ele só se manifestou na carne algumas vezes, muitas das
quais não foi reconhecido inicialmente por seus discípulos. Os seres espirituais
são verdadeiramente gloriosos em sua natureza e invisíveis aos homens. Assim,
só são vistos nos casos especiais em que se materializam, ou quando os humanos
têm os olhos especialmente abertos para vê-los.
Vemos, portanto, que a natureza espiritual e a humana são distintamente
separadas. As Escrituras não oferecem nenhuma evidência de que os seres humanos
se desenvolvam naturalmente em seres espirituais. As exceções são Jesus e seu
“pequeno rebanho” de fiéis seguidores. Eles são glorificados com o propósito de
abençoar o mundo durante o Milênio. (Filipenses 2:8-11; Romanos 2:7)

Mortalidade e imortalidade

“Mortalidade” significa um estado ou condição em que a morte é possível.


“Imortalidade” significa um estado ou condição em que a morte não é possível.
Esses significados são coerentes com as diferentes esperanças para seres humanos
e seres espirituais, promessas terrenas e promessas celestiais.
Quando Adão foi criado, ele não era imortal. Se tivesse sido, então Deus
não lhe teria dito: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Adão foi
criado perfeito, mas estava em uma condição em que a morte era possível. A vida
de Adão era sustentada por “toda árvore” do jardim (Gênesis 1:29, 30), e estava
condicionada à obediência ao seu Criador.
Os anjos também são mortais. A vida deles depende da fidelidade a Deus.
Aqueles que se rebelaram contra Deus e não se corrigiram serão destruídos. A
prova de que os anjos são mortais é encontrada na declaração bíblica de que, no
devido tempo, o Diabo, um dos principais anjos, será destruído. (Hebreus 2:14)
A segurança dos humanos e dos anjos sempre dependerá da obediência ao nosso

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Deus Todo-sábio e amoroso. Em parte alguma as Escrituras ensinam que os anjos
ou a humanidade restaurada são imortais.
Apenas quem possui a natureza divina tem imortalidade. Originalmente,
somente Jeová era imortal. Posteriormente, nosso Senhor Jesus recebeu a
imortalidade quando foi exaltado à natureza divina. Por último, a Igreja de Cristo,
quando glorificada com ele, receberá também a imortalidade. (João 5:26; 2 Pedro
1:4; 1 Coríntios 15:53, 54)
Os pecadores incorrigíveis — humanos ou espirituais — serão destruídos.
Todos os outros, mortais ou imortais, viverão eternamente em felicidade e amor.
Os imortais, os santos em glória, terão vida em si mesmos. (João 5:26) Os mortais,
tendo experimentado o conhecimento do mal e chegando à perfeição, receberá
vida eterna com “direito à árvore da vida”. (Apocalipse 22:14)
Compreender o significado bíblico de mortalidade e imortalidade demole o
próprio fundamento da doutrina do tormento eterno. Deus não criou o homem
imortal, para que não pudesse ser destruído. Essa foi a mentira de Satanás:
“Certamente não morrereis.” (Gênesis 3:4) Os pecadores deliberados não serão
mantidos vivos para sempre em algum lugar de sofrimento. Simplesmente
morrerão, sem nunca mais acordar. De qualquer modo, não seriam felizes em
uma sociedade justa, e, por isso, são misericordiosamente destruídos na “segunda
morte”. (Apocalipse 21:8)

Justiça e favorecimento de Deus

A justiça não exige que Deus favoreça toda a sua criação do mesmo modo.
Deus tinha o direito de exaltar seu Filho à natureza divina — bem como os fiéis
seguidores de Jesus — e, ainda assim, não precisava estender esse convite a
outros, como os anjos no céu.
A justiça não exige a exaltação de todos os níveis de vida de modo igualitário,
pois, se fosse o caso, Deus precisaria conceder a imortalidade a animais irracionais
e insetos, o que seria um absurdo. Deus é soberano, e pode estender Seus favores
quando e onde Sua sabedoria indicar. “Mas quem é você, ó homem, para questionar
a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me
fizeste assim?’ “O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para
fins nobres e outro para uso desonroso?” (Romanos 9:20, 21, NVI)
Toda a natureza, animada e inanimada, exibe a glória e a diversidade do poder
e sabedoria divinos. Com maravilhosa variedade e beleza, “os céus declaram a
glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. (Salmo 19:1)
Um favor nunca deve ser visto como uma recompensa justamente merecida.
Deus tem exibido Seu grande amor a Suas criaturas em um fluxo infinito de
favores imerecidos. Cada dia da vida é um presente! É pelo favor de Deus que
somos humanos e não animais, para que possamos adorá-lo inteligentemente.
Quão maior, então, é o favor da restauração da vida eterna, outrora perdida por
causa do pecado. Ficamos cheios de gratidão quando consideramos o convite para
nos tornarmos parte da Noiva de Cristo e compartilhar a natureza divina com
Jesus, nosso Senhor e Rei. (Apocalipse 21:9, Salmo 45:10-17)
Assim como um homem não tem o direito de querer ser um anjo, um anjo não
tem o direito de querer obter a natureza divina. Isso nunca foi oferecido a eles.

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Mas Lúcifer realmente tinha o desejo de ser como Deus. “Como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filho da alva!... Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e,
acima das estrelas de Deus.” (Isaías 14:12-15) No entanto, Satanás será destruído
no devido tempo de Deus. Embora Deus determine o tipo de degradação e o grau
de exaltação, o princípio é verdadeiro: “Porquanto qualquer que a si mesmo se
exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
(Lucas 14:11)

Eleição — incondicional ou condicional?

O assunto de “eleição” conforme ensinado nas Escrituras tem sido a causa de


muita disputa e mal-entendidos. Alguns alegam que a eleição é algo incondicional
e arbitrário, e outros a definem como sendo condicional. Há certa medida de
verdade em ambos os pontos de vista. As eleições de Deus expressam Sua escolha
para certos propósitos — quer Sua criatura seja um anjo, um ser humano, um
pássaro ou um inseto. A vida em qualquer plano é puramente um favor de Deus.
Deus decidiu ter uma Igreja escolhida dentre a humanidade, e Ele estabeleceu
as condições para que alguém atinja a natureza divina. “Dessa forma, a escolha
não depende daquele que quer, nem daquele que corre, mas da misericórdia de
Deus.” (Romanos 9:16) Ele é o “Oleiro” e nós somos o “barro”. (Romanos 9:20,
21) Ele pode fazer um vaso para mais honra — como a natureza divina — e
alguns para menos honra ou para uma natureza inferior.
“Assim, pois, declara Yahweh, o SENHOR, o Santíssimo de Israel, o teu
Criador: Vós me perguntais sobre os eventos futuros? Quereis saber sobre meus
filhos e sobre a obra das minhas mãos? Eu é que fiz a terra e nela criei o ser
humano. As minhas mãos estenderam os céus e a todo o seu exército dei ordens.
Porquanto assim declara Yahweh, que criou os céus, o Deus que formou a terra,
que a fez e a estabeleceu; ele não a criou para permanecer vazia, mas para estar
habitada: Eu Sou Yahweh, o SENHOR, e não outro.” (Isaías 45:11, 12, 18, KJA)
Não seria presunçoso alguém dizer a Deus — que formou a terra para ser
habitada — que seria injusto Ele não mudar a natureza do homem para divina?
Em vez disso, devemos humildemente olhar para a Palavra de Deus, entender seu
plano e apreciar seus favores imerecidos.

A raça humana é obra das mãos de Deus

A raça humana é obra das mãos de Deus. Davi explica que o homem foi feito
e coroado de “glória e de honra” e que recebeu “domínio sobre as obras das tuas
mãos”. (Salmo 8:4-8) O apóstolo Paulo explica ainda que o homem experimentará
uma ressurreição na Terra — para a “glória dos [corpos] terrestres”. Em contraste,
os membros da Igreja receberão um “corpo espiritual”. (1 Coríntios 15:38-44) O
apóstolo Pedro resumiu o testemunho de todos os profetas ao dizer que durante
os “tempos de restituição” (Atos 3:19-21) a raça humana será restabelecida à
gloriosa perfeição que Adão possuía originalmente.
Não só a sociedade será harmoniosamente bela, mas a própria Terra será um
paraíso edênico. O homem não trabalhará mais “no suor do teu rosto” (Gênesis
3:19), mas o solo naturalmente “produzirá a sua safra”. (Ezequiel 34:27, NVI)

60
Depois de se tornarem perfeitas, as pessoas continuarão se desenvolvendo e
se aprimorando até atingirem o pleno potencial delas. Não desejarão ter outra
natureza ou morada. Estarão totalmente satisfeitas e contentes.

A predestinação da Igreja Cristã


A Igreja Cristã — o Corpo de Cristo — é uma exceção ao Plano geral
de Deus para a humanidade. Mesmo antes da “fundação do mundo”, Deus
“predestinou” a justificação, santificação e glorificação da Igreja. (Efésios 1:4, 5)
Deus determinou que os da Igreja seriam “semelhantes à imagem de Seu Filho”,
e seriam coerdeiros com Jesus no Reino Milenar para estabelecer a justiça e a paz
universais. (Romanos 8:28-31, KJA)
Deus predestinou a eleição da Igreja, mas Ele não predestinou a eleição dos
membros individuais da Igreja. Deus determinou que a Era do Evangelho seria o
tempo específico para a preparação da Igreja. Ele também predestinou que, para
qualificar-se para as bênçãos prometidas, essa classe precisa desenvolver o caráter
alcançando os “frutos da justiça”. (Filipenses 1:11) A preparação dos que vencem
o mundo (1 João 5:4, 5) teria que ser alcançada por meio de provas de fé e do
sacrifício de privilégios terrenos — “até a morte”. (Apocalipse 2:10, 11, 17)
“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses
também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou [honrou].”
(Romanos 8:30) Aqui Paulo menciona o processo na ordem inversa. Deus primeiro
nos honra ao nos deixar ouvir a mensagem do Evangelho, então nos justifica, e
nos faz a chamada celestial para estar com Cristo. (A palavra “glorificou” é do
grego doxazo, “honrou”, como em Hebreus 5:5, OL.)

Muitos chamados, poucos escolhidos


Ao selecionar seguidores para a Igreja durante o ministério de Jesus, o
chamado primeiro foi feito para Israel, depois para os gentios. A rejeição de
Israel ao chamado e o então chamado dos gentios está descrito na parábola de
Lucas 14:16-24. O relato conta que muitos estavam atarefados com outras coisas
e não aceitaram o convite para ir à “grande ceia” que representa a oportunidade
de ingressar em Cristo. Por fim, os servos foram instruídos a saírem e “forçar”
(verso 23) os que se encontravam pelas “estradas” [os gentios] a entrar e encher a
casa. Na Parábola da Veste de Casamento (Mateus 22:2-14), entre os convidados
estava alguém que havia trajado a “veste” da justiça imputada de Jesus, mas
depois a tirou. A lição é que os que foram uma vez justificados, e depois rejeitaram
sua justiça em Cristo, são “lançados nas trevas exteriores”. “Porque muitos são
chamados, mas poucos são escolhidos.” Os vencedores do Cordeiro e Rei dos reis
são os “chamados, e eleitos, e fiéis”. (Apocalipse 17:14)
O propósito predestinado de Deus para selecionar e exaltar a Igreja é
certamente imutável, mas os escolhidos para essa honra devem cumprir os termos
do chamado. “Embora a promessa de Deus ainda esteja de pé — sua promessa de
que todos podem entrar no seu lugar de descanso — devemos tremer de medo,
porque alguns de vocês podem estar à beira de, no fim de tudo, não conseguir
chegar lá.” (Hebreus 4:1, BV) O propósito predestinado de Deus para a Igreja — e
isso é verdade para todos os Seus favores — será para o bem geral de todos.

61
Mudança de uma natureza para outra

De acordo com as Escrituras, é claro que as naturezas humanas e espirituais


são separadas e distintas — nunca misturadas — e a mudança de uma natureza
para outra é a exceção e não a regra. Somente Cristo e sua Igreja são mudados de
humanos para divinos.
As condições em que a Igreja pode ser exaltada à natureza divina são por
seguir os passos sacrificiais de Jesus. (1 Pedro 2:21; Mateus 16:24) O convite é
que “apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”
(Romanos 12:1) — assim como Jesus sacrificou a si mesmo até a morte. Nosso
Senhor sacrificou todos os seus interesses e esperanças humanas. Seus seguidores
fazem isso também. Se sofremos com ele, ‘também com ele seremos glorificados’
(Romanos 8:17, 18) e, com ele nos tornaremos “participantes da natureza divina”.
(2 Pedro 1:4)

Primeiro gerado, depois, “nascido do Espírito”

O início e o desenvolvimento de uma “nova criatura” divina é comparado ao


início e ao desenvolvimento de uma vida humana. O primeiro impulso de vida
divina vem por meio da inspirada Palavra de Deus. “Segundo a sua vontade, ele
nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas
criaturas.” (Tiago 1:18; 1 Pedro 1:3) Então, uma nova vida espiritual começa
a crescer à medida que nossa mente é “transformada”. (Romanos 12:1, 2)
Nesse ponto, ainda não somos realmente seres espirituais, mas simplesmente
considerados como tais por Deus. No entanto, a pessoa começa a pensar e agir
espiritualmente como uma “nova criatura”, e, durante esse tempo, crucifica os
desejos e interesses humanos.
Esses dois processos se desenvolvem juntos desde o tempo de nossa
completa consagração para fazer a vontade de Deus até a morte como humanos e
nascimento como criatura espiritual. Desejos humanos, planos, etc., desvanecem-
se em importância. Alimentada pela Palavra de Deus, a nova criatura cresce
em força. Como filhos de Deus, Seu Espírito “também vivificará o vosso corpo
mortal” (Romanos 8:11) — fará que nossos corpos mortais sejam servos da
“nova criatura” até nossa ressurreição, quando nos tornarmos seres espirituais na
“primeira [melhor] ressurreição”. (Apocalipse 20:6) “O que é nascido do Espírito
é espírito”. (João 3:6) “E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim
traremos [a Igreja] também a imagem do celestial” (1 Coríntios 15:49), a menos
que caiamos, e nosso embrião como Nova Criatura seja abortado. (Hebreus 6:6)

“Irmãos” — não o mundo — são chamados para a glória

O convite para consagrar nossas vidas não é dirigido ao mundo incrédulo. A


oferta é dirigida àqueles que já estão se aproximando de Deus como amigos, crendo
em Jesus como o caminho da justificação. “Rogo-vos, pois, irmãos... que apresenteis
o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.” (Romanos 12:1, 2)
Esses já se afastaram do pecado. Agora são convidados a sacrificar suas
vontades humanas e tornarem-se filhos de Deus, desenvolvendo uma nova vida,

62
uma nova criatura. A vontade divina torna-se sua vontade e eles começam a
pensar, raciocinar e julgar do ponto de vista divino. O plano de Deus se torna seu
plano, e os caminhos de Deus se tornam seus caminhos. Eles procuram subjugar
o pecado em si mesmos e sacrificar as atuais coisas boas da vida para dedicar suas
energias ao serviço de Deus. Eles começam a transformar suas mentes.
Essa transformação da mente é um trabalho gradual — uma inclinação gradual
para o céu daquilo que naturalmente se curva para a Terra. “E não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:2) Já não esperamos viver na Terra, mas somos considerados
“novas criaturas” com uma esperança celestial. Assim como Jesus possui agora a
“expressa imagem” de seu Pai (Hebreus 1:1-3), nós, os vencedores consagrados e
fiéis, “seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. (1 João 3:2)
Os vencedores não só herdarão a natureza divina como Jesus, mas se sentarão
com ele em seu trono! “Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo
no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.”
(Apocalipse 3:21)
Embora essa transformação da mente humana para a espiritual seja um
trabalho gradual, a mudança de um corpo humano para um corpo espiritual será
instantânea — “num momento, num abrir e fechar de olhos”. (1 Coríntios 15:52)
A natureza humana é, de certo modo, semelhante à natureza espiritual em termos
de raciocínio e memória, mas a natureza espiritual tem poderes grandemente
superiores à natureza humana.
O pensamento humano está confinado à esfera terrestre. As habilidades e
disposições humanas são adequadas para o benefício e felicidade do homem na
Terra. No entanto, mesmo a glória da humanidade perfeita é difícil de compreender
agora. Somente pelo Espírito Santo somos capazes de vislumbrar a glória terrestre
da humanidade no futuro e a natureza divina da Igreja.
Antes de sermos mudados da natureza humana para a espiritual, nossa atitude
mental deve ser transformada para se adequar ao nosso esperado e glorioso corpo
espiritual. Essa não é uma mudança do cérebro humano, mas uma elevação da
vontade e do foco de nossa mente para as coisas espirituais. Quando somos
gerados, recebemos o Espírito Santo como um “adiantamento”, ou penhor, da
obra consumada. (Efésios 1:13, 14) Quais “peregrinos e forasteiros” na Terra,
nos abstemos dos desejos da carne. (1 Pedro 2:11) Pela fé, ‘nos assentamos nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus’. (Efésios 2:5, 6)

Nossa identidade após a ressurreição



Alguns se perguntam: “Como reconheceremos a nós mesmo quando
estivermos ‘mudados’ na ressurreição celestial? Seremos os mesmos seres
conscientes?” Certamente que sim! De fato, nossos corpos humanos estão agora
mesmo mudando continuamente, lançando fora células antigas e substituindo-as
por novas. A ciência nos diz que a cada sete a dez anos os átomos de nossos corpos
são renovados e mudados, mas nossa identidade permanece inalterada. Embora
nem sempre possamos nos lembrar de todos os detalhes de nosso passado, nossas
memórias ainda estão gravadas e podem ser revividas a qualquer momento. Com

63
a mudança para a natureza divina, poderemos nos lembrar de todas as nossas
experiências passadas desde nossos primeiros dias, e apreciar, em contraste, a
recompensa gloriosa do nosso sacrifício.
A natureza do Espírito e a natureza humana são distintamente diferentes, mas
uma existe à semelhança da outra. As faculdades mentais, a razão e a memória
são comuns a ambas, embora de âmbitos e capacidades diferentes. Assim, Jesus,
como homem, estava ciente de sua antiga glória com Deus, e orou: “E, agora,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes
que o mundo existisse.” (João 17:5) Essa oração foi abundantemente respondida
quando ele foi exaltado à forma mais elevada da natureza espiritual — a divina.
Em Romanos 12:2, Paulo disse: “Não vos conformeis... mas transformai-vos.”
Não nos conformamos ou transformamos a nós mesmos, mas nos submetemos a
influências mundanas ou nos submetemos à vontade de Deus. A que influências
estamos nos submetendo? Se estamos nos sacrificando com Cristo, se fomos
“unidos a ele na semelhança da sua morte”, então compartilharemos a semelhança
da sua gloriosa ressurreição. (Romanos 6:5)
A Palavra de Deus tem promessas terrenas e celestiais. As promessas celestiais
são dadas para os que têm aceito uma vida de sacrifício servindo ao Senhor. Nosso
tesouro está no céu — que nossos corações também estejam lá. Nossa esperança
é maravilhosa. Nosso chamado não é apenas para a natureza espiritual, mas para
a ordem mais alta do domínio espiritual — “muitíssimo maior do que os anjos”.
(Hebreus 1:4, BV)
O chamado celestial de Deus é limitado a esta Era do Evangelho. A oferta
nunca foi feita antes, e cessará quando esta era se fechar. Tanto a natureza humana
como a espiritual serão gloriosas em sua perfeição, mas distintas e separadas. A
glória da obra acabada de Deus terá uma bela variedade, e, ainda assim, haverá
uma maravilhosa harmonia entre todas as coisas animadas e inanimadas —
harmonia entre si e harmonia com Deus.

64
♦ ESTUDO ONZE ♦
O CAMINHO LARGO E O CAMINHO ESTREITO
AGORA —A GRANDE ESTRADA NO REINO

A s Escrituras nos ensinam sobre três Caminhos! Um é Largo e conduz à


destruição, contrastado com um Caminho Estreito que conduz à vida. No
futuro, durante a Era Milenar, uma Estrada de Santidade será aberta, na qual será
mais fácil andar.
“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que
leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Como é estreita a porta, e
apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram.” (Mateus
7:13, 14, NVI)
“E ali haverá uma grande estrada, um caminho que será chamado Caminho
de Santidade. Os impuros não passarão por ele; servirá apenas aos que são do
Caminho; os simples não se desviarão dele. Ali não haverá leão algum, e nenhum
animal feroz passará por ele; nenhum deles se verá por ali. Só os redimidos
andarão por ele.” (Isaías 35:8, 9, NVI)

O Caminho Largo conduz à destruição

O Caminho Largo que conduz à destruição surgiu como resultado do pecado


de Adão. Ele e toda a sua descendência começaram a andar nesse caminho quando
ele desobedeceu a Deus e foi afastado das árvores sustentadoras da vida no Éden.
(Gênesis 3:23, 24) A maior parte da humanidade está nesse caminho. Um bebê já
nasce com o pecado herdado. (Salmo 51:5) Depois de milhares de anos de história
humana, esse Caminho Largo e decadente tem ficado cada vez mais escorregadio
com o pecado, e a humanidade tem progressivamente perdido seu poder de
resistência. Apesar dos recentes avanços médicos, poucos sobrevivem até os 100
anos de idade.
O problema é que pertencemos a uma raça humana moribunda e “cegada”
por Satanás, “o deus deste mundo”. (2 Coríntios 4:4) Muitos têm tentado viver
suas vidas para o benefício da humanidade. Seus esforços são louváveis, mas
os resultados de todo esse empenho são limitados e temporários. Às vezes, os
melhores esforços humanos na área da ciência e tecnologia foram até prejudiciais.
O pesticida DDT ajudou a controlar a malária e o tifo, mas envenenou o meio
ambiente. O transporte com automóveis é uma bênção para muitos, mas também
é a causa mais comum de morte acidental na América, com uma média de mais de
43 mil óbitos por ano. A energia atômica tem sido útil na medicina e na produção
de energia, mas a mesma tecnologia produziu bombas atômicas. O século 20
trouxe avanços notáveis, mas também produziu cerca de 200 milhões de mortes
por meio da guerra e do genocídio.

65
Poucos estão no Caminho Estreito para a vida imortal

A Era do Evangelho trouxe à luz uma maneira de escapar do Caminho Largo


que leva à destruição. Nosso Salvador Jesus, por meio de sua morte, abriu um
“novo e vivo caminho” (Hebreus 10:20) e trouxe “a vida e a imortalidade por
meio do evangelho”. (2 Timóteo 1:10, NVI)
Como resultado do sacrifício de resgate de Jesus, todos os que estiverem no
“Caminho Largo” serão novamente elevados à “vida” humana no Reino de Deus.
“Tu reduzes o homem ao pó; e dizes: Voltai, filhos de homens!” (Salmo 90:3,
ARM)
O “caminho vivo” para a vida espiritual imortal é, no entanto, um Caminho
Estreito e poucos o percorrem. A estreiteza desse “Caminho” faz com que muitos
prefiram permanecer no Caminho Largo. “Porque estreita [difícil] é a porta, e
apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7:14)
O atual Caminho Estreito conduz à forma mais elevada de vida — a vida
espiritual imortal da natureza Divina. A imortalidade é a vida ilimitada e que não
depende de nenhum sustento externo para sua existência. Isso significa que a
morte é uma impossibilidade durante toda a eternidade.
Assim, é necessário mais do que se arrepender de pecados e viver em retidão
para alcançar essa vida. Andar no Caminho Estreito requer mais do que crer que
Jesus morreu por nossos pecados e ser justificado pelo seu sangue. (Romanos 5:9)
Uma vez que aceitamos a “salvação” da condenação em Adão, somos convidados
a ‘apresentar nossos corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável a Deus’.
(Romanos 12:1) Jesus nos pede que ‘renunciemos’ a nós mesmos, ‘tomemos
nossa cruz’ e o sigamos. (Mateus 16:24)
Somos convidados a abrir mão de nossas posses e esperanças terrenas para
seguir nosso Senhor com abnegação. Todos os nossos bens terrenos tornam-se,
então, do Senhor, que faz deles um teste de “mordomia” para demonstrar nossa
‘fidelidade’. (Lucas 16:1-13) Todos os que desejam percorrer o Caminho Estreito
com sucesso devem obedecer à ordem: “Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1 João 2:15)
Esse Caminho Estreito que leva à vida, além disso, é difícil porque temos
inimigos ao longo da estrada: o mundo (1 João 2:15; Tiago 1:27), a carne (Gálatas
2:20; Romanos 7:18) e o Diabo. (1 Pedro 5:8) Por meio das dificuldades desse
caminho, no entanto, Deus está separando e refinando um “povo peculiar” para
serem “herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo”. (1 Pedro 2:9; Romanos 8:17)
Portanto, Jesus, conhecendo as nossas fraquezas, nos encorajou: “Tenham ânimo!
Eu venci o mundo.” (João 16:33, NVI)

O caminho para a glória

Que esperança! Ousamos ter aspirações de tamanha glória? Certamente não


poderíamos esperar obter a natureza divina se não houvesse um definitivo e claro
convite para isso.
Originalmente, apenas Deus tinha imortalidade. Então, na ressurreição de
Jesus, o Pai exaltou Seu Filho à imortalidade, à natureza divina, à “expressa
imagem da Sua pessoa”. (Hebreus 1:2-4, ARC) “Porque, como o Pai tem a vida
em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo.” (João 5:26)
66
Os do pequeno rebanho de vencedores são os únicos a receberem a promessa de
tornarem-se “participantes da natureza divina”. (2 Pedro 1:4)
Embora não saibamos como é um ser divino, sabemos que “seremos
semelhantes a ele [Jesus]; porque assim como é o veremos”. (1 João 3:2) Jesus,
em oração a seu Pai, expressou seu desejo de que seus seguidores fiéis também
tivessem a “glória” que ele receberia. (João 17:22-24) Essa “esperança da glória”
é um “mistério” para as pessoas do mundo (Colossenses 1:27), mas os crentes são
chamados para compartilharem de “sua eterna glória” (1 Pedro 5:10), ou seja, a
“glória de nosso Senhor Jesus Cristo”. (2 Tessalonicenses 2:14) Todas as aflições
atuais serão vistas como leves em comparação com o “peso eterno de glória” (2
Coríntios 4:17) que os fiéis experimentarão.
A “esperança da glória” é, na verdade, a única oferta de vida durante esta
Era do Evangelho, mas esse Caminho Estreito para a vida pode ser chamado de
caminho da morte, pois seu prêmio só é obtido por meio do sacrifício da natureza
humana. Visto que a vida atual está sob condenação em Adão, ela não pode ser
sacrificada. O que é sacrificado é a vida humana perfeita que teriam recebido
com a humanidade no Reino. Embora o sacrifício de Jesus seja suficiente para a
humanidade, alguns são convidados a se tornarem co-sacrificadores com ele, para
que também possam ser “coerdeiros com Cristo”. (Romanos 8:17)
Assim, embora o mundo morra com Adão, o “pequeno rebanho” morre
com Cristo e herda a natureza divina. “Se morrermos com ele, também com ele
viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos.” (2 Timóteo 2:11, 12)
“Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida.” (Apocalipse 2:10, NVI)
Então, todo o propósito da morte e do sofrimento do “pequeno rebanho” com
Jesus será realizado. Vestida de glória e poder, a Igreja estará preparada para
ajudar a restaurar e abençoar o resto do mundo durante a Era Milenar.

No trono — ou “diante do trono”

Será que todos os cristãos receberão o trono de glória? Uma pessoa só começa
a trilhar o caminho para a glória se tiver a mente transformada, qual semente,
ou embrião, da nova criatura. É uma luta. “Pois se vocês viverem de acordo
com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo,
viverão.” (Romanos 8:13, 14, NVI) Entregar-se a atividades e prazeres humanos
em detrimento da nova natureza espiritual é como pegar de volta nosso sacrifício,
o qual, para todos os efeitos, é considerado morto.
Alguns tentam andar entre os dois caminhos. Tentam manter o favor de
Deus enquanto permitem que sejam parcialmente vencidos pela “amizade com
o mundo” (Tiago 4:4; 1 João 2:15) e pelas seduções de sua própria carne e do
Diabo. Nosso Pai entrega a tais a Satanás “para a destruição da carne, para que
o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”. (1 Coríntios 5:5) Se responderem
adequadamente às provações ardentes e decidirem positivamente seguir a Cristo,
serão “salvos” para uma vida espiritual como a dos anjos. No entanto, em vez
de se sentarem no trono com Jesus, terão palmas de vitória “diante do trono”.
(Apocalipse 3:21; 7:9-17)
Sim, o caminho estreito é acidentado e íngreme, mas temos a promessa: “A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios
12:9) Portanto, “aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança”
67
(Hebreus 4:16, NVI) para obtermos ajuda e força. As provações desse Caminho,
se corretamente usadas, servirão para nos santificar, refinar e preparar para
recebermos a natureza divina com a “coroa da glória”. (1 Pedro 5:4)

A grande Estrada de Santidade


Ao passo que é difícil andar no Caminho Estreito desta era, e se oferece uma
gloriosa recompensa aos vencedores, a Estrada aberta no Reino será relativamente
fácil de ser percorrida. “E ali haverá uma grande estrada, um caminho que será
chamado Caminho de Santidade.” (Isaías 35:8, NVI) Os que andam no Caminho
Estreito precisam sacrificar voluntariamente seus legítimos e apropriados anseios
humanos, mas a humanidade que caminhará na grande Estrada será obrigada a
obedecer e a se afastar do pecado. O objetivo da grande Estrada de Santidade será
a restauração da humanidade à perfeição humana — à imagem de Deus que Adão
originalmente usufruía.
Essa grande Estrada de saída do pecado e da imperfeição será para todos os
que estiverem dispostos a progredirem rumo à santidade. Isso é bem descrito na
versão hebraica TANACH (Stone Edition, em inglês) de Isaías 35:8.
“Haverá um caminho e uma estrada lá; será chamada de ‘A Estrada de
Santidade’ e nenhuma pessoa impura irá atravessá-la. Será para eles; os viajantes,
mesmo os ignorantes, não perderão o rumo nela.”
No fim da Estrada, o impuro se tornará puro. Tanto o povo como a Terra serão
curados. “Os aleijados saltarão como cervo, e a língua do mudo cantará, porque
jorrarão águas no deserto e rios na terra seca” (Isaías 35:6, PAST), “porque todos
me conhecerão desde o menor até o maior deles, diz Jeová” (Jeremias 31:34,
TB), “porque a terra será cheia do conhecimento de Jeová, assim como as águas
cobrem o mar”. (Isaías 11:9, TB)
Os plenos benefícios de um “resgate por todos” estarão disponíveis a todas
as pessoas naquela Estrada. Haverá também um “sacerdócio real” cuidadoso e
compreensivo (1 Pedro 2:9) para guiar o mundo. Alguns cristãos confundem essa
grande Estrada do Reino com o Caminho Estreito da Era do Evangelho, mas são
duas coisas bem diferentes. Os fiéis que estão no Caminho Estreito ajudarão mais
tarde todas as nações que estarão na Estrada de justiça, aberta durante o Reino.
Em linguagem simbólica, Isaías descreve essa Estrada, ou Caminho de
Santidade. “Ali não haverá leão algum, e nenhum animal feroz passará por ele; não
se acharão ali. Só os redimidos andarão por ele.” (Isaías 35:9, NVI) Atualmente,
o Diabo, como um “leão rugindo” (1 Pedro 5:8), procura armar uma cilada e
devorar os fiéis. No Reino, ele não estará mais influenciando a opinião pública,
os meios de comunicação, o entretenimento, os acordos comerciais, etc. Satanás
estará preso. (Apocalipse 20:1-3)
A UNICEF atua em favor das crianças em todo o mundo. A organização
Habitat for Humanity (Habitação para a Humanidade) constrói casas para
famílias em necessidade. O Greenpeace trabalha em defesa de nosso ambiente.
A Organização Mundial da Saúde cuida das crises de saúde no mundo. Esses
esforços são nobres, mas seu sucesso é atualmente limitado. Durante o Milênio,
todos os males do mundo serão resolvidos. Pessoas nobres que agora tentam
ajudar seus semelhantes apoiando essas boas causas finalmente verão suas
esperanças concretizadas e cada erro corrigido. Essas pessoas, por sua vez, farão

68
um rápido progresso no Caminho de Santidade no Reino e ficarão extasiadas com
os resultados.
“Nenhum animal feroz passará por ele.” (Isaías 35:9, KJA) Não serão mais
tolerados os governos animalescos, nem as megainstituições organizadas para
promover os interesses egoístas de indivíduos, em prejuízo do bem geral. “Não
se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte [reino].” (Isaías 11:9)
Todos os hábitos e traços de caráter maus terão de ser mudados, mas na Estrada
de Santidade as pedras de tropeço serão removidas e cada passo de progresso será
recompensado. “Preparai o caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada, limpai-a
das pedras; arvorai bandeira aos povos.” (Isaías 62:10)

Para a glória de Deus

À medida que o Caminho Estreito se aproxima de seu término, oremos com


mais fervor pela abertura da Estrada de Santidade e para que a vontade de Deus
seja feita “assim na terra como no céu”. (Mateus 6:10)
“Os resgatados por Jeová voltarão [da destruição]... com cânticos de júbilo,
e sobre as suas cabeças haverá alegria sempiterna; obterão alegria e gozo, e deles
fugirá a tristeza e o gemido.” (Isaías 35:10, TB)
Como é maravilhoso que o sacrifício de Jesus tenha proporcionado um
“resgate por todos”. Embora o atual Caminho Estreito possa ser difícil, ele
testa e prepara o “pequeno rebanho” para restaurar o mundo inteiro à perfeição.
Aqueles de nós que têm essa esperança — não apenas esperança para nós
mesmos, mas também esperança para o mundo inteiro — podem considerar todas
as outras esperanças como sendo, comparativamente, uma perda insignificante.
(Filipenses 3:8-15)

69
Veja a Tabela na página 54.

♦ ESTUDO DOZE ♦
A TABELA DO PLANO DAS ERAS DE DEUS

A bra a tabela que se encontra na contracapa, e acompanhe conosco o progresso


do Plano de salvação de Deus. Essa tabela ilustra as várias eras, ou períodos
de tempo, desde Adão até o final do Milênio, seguida pelas “Eras Vindouras”. Ela
mostra o desdobramento do Plano de Deus e os passos tomados, da condenação
do homem até sua restauração, bem como os passos que levam à exaltação da
Igreja eleita.
As três principais divisões de tempo são chamadas de “Dispensações”:
A, B, C. Cada uma é identificada nas Escrituras como um “mundo” distinto,
administrados por governos diferentes:

A Da Criação ao Dilúvio: “O Mundo Antigo” (2 Pedro 3:6, NTLH)


A
Dilúvio até o início do reinado de Cristo no segundo advento: “O
B Do
B Presente Mundo Mau” (Gálatas 1:4, BJ) “Este Mundo” João 12:31;
18:36

C Do começo do Reino de Cristo até as “Eras Vindouras” e daí em diante


C (Efésios 1:10; 2:7): “O Mundo Vindouro Em Que Habita a Justiça”
(2 Pedro 3:13)

O Primeiro Mundo estava sob a administração de anjos

“O Mundo de Então” (ou antigo) que deixou de existir no Dilúvio foi


colocado sob a administração de anjos. No entanto, esses anjos “não conservaram
suas posições de autoridade”. (Judas 6, NVI; Hebreus 2:5) Ao verem que as filhas
dos homens eram lindas, eles materializaram corpos carnais e tiveram filhos com
elas, com resultados desastrosos. (Gênesis 6:1-5) Aquele mundo caiu então numa
maldade tão grande que Deus, com justa ira, o destruiu no Dilúvio — salvando
apenas Noé e sete outros membros de sua família. (Gênesis 7:13)

As três Eras do Presente Mundo são controladas por Satanás

Este “Presente Mundo Mau” tem estado sob o poder de Satanás, “o príncipe
deste mundo”. (João 12:31) Durante esse tempo, a humanidade foi autorizada
a tentar governar a si mesma. Mas no final, ficará claro que a tentativa vã do
homem se autogovernar sob a influência corrosiva de Satanás foi totalmente
inútil. O “Presente Mundo Mau” terminará no maior tempo de aflição que a
História já conheceu.
70
A segunda grande Dispensação é composta de três eras distintas, cada uma
desenvolvendo uma parte do Plano de Deus. A primeira, a Era D, a “Era Patriarcal”,
é o tempo em que Deus lidou com os pais da fé — Abraão, Isaque e Jacó.
Em seguida temos a “Era Judaica” (E), que começou com a morte de Jacó.
Deus então reconheceu os descendentes dos doze filhos de Jacó, as doze tribos
de Israel, como “Meu povo”. Eles se tornaram o povo de Deus de uma maneira
única, recebendo tanto favores quanto responsabilidades especiais. (Salmo 14:7)
“Escolhi apenas vocês de todas as famílias da terra.” (Amós 3:2, NVI)
Como nação, Israel era também representava a Igreja Cristã, “uma nação
santa”, cujas promessas serviam de tipo, ou símbolo, das “melhores promessas”
feitas à Igreja. (1 Pedro 2:9; 1 Coríntios 10:1-4) A jornada de Israel através do
deserto representa a jornada do cristão através do deserto do pecado rumo à
Canaã celestial. Embora os sacrifícios de Israel com o “sangue dos touros e dos
bodes” nunca pudessem remover o pecado (Hebreus 10:4), eles apontavam para
os “melhores sacrifícios” do “sacerdócio real” da Era Evangélica. (Hebreus 9:23)
Por meio de Jesus, o “Sumo Sacerdote da nossa confissão”, somos convidados a
‘apresentar os nossos corpos em sacrifício vivo’. (Hebreus 3:1; Romanos 12:1)
Portanto, os serviços e ordenanças da Era Judaica eram uma “sombra” das maiores
realidades vindouras. (Hebreus 10:1)
Durante a “Era Evangélica” (F), o Corpo de Cristo é chamado para sair do
mundo e andar num caminho estreito de sacrifício. Se forem “fiéis até a morte”,
eles se tornam “participantes da natureza divina” e recebem uma “coroa da vida”.
(Apocalipse 2:10) Enquanto o mal ainda reina, eles são testados por Deus para
ver se sacrificarão sua natureza humana com seus privilégios e bênçãos. Se
seguirem fielmente a Jesus, ficarão “satisfeitos” quando forem ressuscitados na
“semelhança” divina. (Salmo 17:15)
Durante as três Eras do “Presente Mundo Mal”, o mal governa e os justos
sofrem. (Malaquias 3:15) Mas no “Mundo Vindouro” a justiça governará e o mal
será destruído.

A Dispensação do Terceiro Mundo — Eras Vindouras

A terceira grande Dispensação é composta da Era Messiânica (Milenar)


seguida pelas “Eras Vindouras”. A “Era Messiânica” (G) é descrita nas
Escrituras como o tempo para a bênção de “todas as famílias da terra” durante
os “tempos de restituição [ou restauração]... dos quais Deus falou pela boca de
todos os seus santos profetas”. (Atos 3:19-21) Durante essa Era de restauração, a
Igreja vencedora se sentará no “trono” com Jesus (Apocalipse 3:21) abençoando
o mundo da humanidade. O “último inimigo” então destruído será a “morte”
adâmica. (1 Coríntios 15:25, 26)
As Escrituras mencionam as “Eras Vindouras” (H), mas ficam em silêncio
sobre os detalhes. Por enquanto, basta saber que serão eras de bênção quando
Deus mostrará “as abundantes riquezas da sua graça”.

As colheitas das Eras Judaica e Evangélica

A Era Judaica e a Era Evangélica tiveram um começo distinto, e cada uma teve
um longo tempo para o desenvolvimento de sua obra. Cada uma termina com um
71
tempo de colheita durante o qual os frutos do propósito da era são recolhidos. As
Colheitas são também um tempo em que a obra de duas eras se sobrepõem. Por
exemplo, antes da Era Judaica ter terminado com a destruição de Jerusalém em 70
d.C., a obra da Era Evangélica já havia começado com a unção de nosso Senhor
no Jordão, em 29 d.C. (Atos 10:37, 38) Essa sobreposição das obras também está
representada na Tabela. Observe as várias linhas de início e fim da Colheita da Era
Judaica e da Colheita da Era Evangélica.
Daniel profetizou sobre as 70 “semanas” (de anos) de favor de Deus concedido
a Israel que terminariam em estágios. (Daniel 9:24-27) Durante a última semana
de anos, Jesus veio começar a obra da Era Evangélica. No “meio” da última
semana de sete anos, pouco antes de Jesus ser “cortado” na morte, ele disse ao
povo: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta.” (Mateus 23:38) Os sacrifícios
típicos de animais já não eram aceitáveis e, dentro de uma geração, o templo onde
essas oferendas eram feitas foi destruído.
Ao fim dessas setenta “semanas”, o Evangelho foi estendido aos gentios.
Essa mudança foi marcada com o derramamento do Espírito Santo sobre o gentio
Cornélio. (Atos 10:45) Mais tarde, a existência nacional do povo judeu terminou
quando os romanos destruíram Jerusalém e seu Templo.
Assim, durante a Colheita da Era Judaica, deu-se início à Era Evangélica
para o julgamento e desenvolvimento de o Cristo ungido — Cabeça e Corpo.
(Colossenses 1:18) Semelhante ao fim da Era Judaica, a Era Evangélica termina
em etapas, visto que a Era Milenar de Restituição começa durante a sua Colheita.
Embora agora vejamos algumas bênçãos de liberdade e tecnologia, também
há tribulação! Depois que todo o trabalho de colheita do “trigo” (verdadeiros
cristãos) for feito no fim da Era, o mundo passará pelo “fogo” da tribulação, ou
angústia, “como nunca houve desde o princípio”. (Mateus 13:24-30, 37-42; 24:21,
22; Daniel 12:1) Essa tribulação, felizmente, preparará o mundo para a introdução
do reinado de Cristo de justiça e restauração.

As linhas e pirâmides da Tabela

As linhas verticais da Tabela marcam o avanço do tempo. As linhas horizontais


K, L, M, N, P e R mostram os planos de vida e o estado, ou condição, perante
Deus, durante as Eras. A pirâmide com formato completo ilustra bem a perfeição,
ao passo que uma pirâmide incompleta representa a imperfeição.
A raça humana começou com Adão sendo criado perfeito (Pirâmide a
completa) no Plano N, representando a natureza humana perfeita. Quando pecou,
caiu no plano do pecado e da morte (Plano R), no qual toda a sua descendência
nasceu, representada agora pela Pirâmide b incompleta.
A Pirâmide c completa, no Plano N, representa os Antigos Dignos [ou
Dignos da Antiguidade], indivíduos fiéis do passado, que, como Abraão, foram
considerados “amigos de Deus”. (Hebreus 11; Tiago 2:23) O termo Antigos
Dignos se refere a todos os homens e mulheres de fé, devotados a Deus, que
viveram até o tempo de Jesus.
Israel é representado pela Pirâmide e incompleta, no Plano P — o plano
de justificação típica. Seus sacrifícios sob a Lei não removeram realmente o

72
pecado, mas representavam o sacrifício de Cristo que realmente remove o pecado.
(Hebreus 10:1; 9:14) Mas Israel era um povo favorecido, separado do mundo e, de
certo modo, elevado um pouco acima dele.

O caminho da Era Evangélica para a glória

O caminho da Era Evangélica para a glória realmente começou dentro da


Colheita da Era Judaica. Jesus, representado como a Pirâmide g, no Plano N,
apresentou-se no Rio Jordão como um homem perfeito para redimir o mundo.
(João 1:14) A partir daí ele começou seu ministério público, proclamando o
Evangelho do Reino. O ministério de Jesus peneirou a nação, separando o “trigo”
— “os verdadeiros israelitas” — da palha — a escória, ou resto, do antigo sistema.
Por aceitarem Jesus, e se afastarem da liderança que o rejeitou, o “trigo” foi
separado da “palha”.
A “palha” foi queimada mais tarde (figurativamente), quando o fogo do
juízo de Deus fez com que os exércitos romanos invadissem Israel e destruíssem
Jerusalém. (Lucas 3:17; 21:20; 1 Tessalonicenses 2:15, 16) Aquela tribulação,
encerrando a era judaica, é a Área Sombreada f da Tabela.
Depois que Jesus simbolizou sua consagração pelo batismo em água,
o Espírito Santo veio sobre ele mostrando que Deus o havia aceito e ungido.
Quando Jesus ficou cheio de Espírito, ele foi gerado para uma nova natureza — a
divina — mostrada pela Pirâmide h no plano M, o plano do engendramento, ou
geração, do espírito. Durante o ministério de Jesus — embora ele fosse “santo,
inofensivo, sem mácula e separado dos pecadores” — ele tomou para si as dores
e sofrimentos do povo (Isaías 53:4) e deu a eles sua vitalidade e saúde. “Saía dele
virtude [vida, força, energia] e [ele] curava a todos.” (Mateus 8:16, 17; Lucas
6:19) Depois de 3 anos e meio, durante os quais “derramou a sua alma na morte”
(Isaías 53:12), a vida humana de Jesus terminou na cruz.
Quando Jesus foi ressuscitado no terceiro dia, ele foi levantado como um ser
espiritual glorioso da mais alta ordem (Pirâmide i no Plano L), o “primogênito
dentre os mortos”. (Colossenses 1:18) Embora não fosse mais humano, depois de
sua ressurreição Jesus tinha a capacidade de aparecer em várias formas humanas.
Seu objetivo era convencer seus seguidores de que ele tinha sido verdadeiramente
ressuscitado, mas não como o homem que eles conheciam. Portanto, ele apareceu
como um jardineiro no túmulo; como um estranho prestativo na beira da praia;
como um companheiro de viagem na estrada para Emaús. Embora fosse visto
como um homem, ele podia se locomover “como o vento”, mesmo quando as
“portas estavam fechadas”, porque havia “nascido do espírito”. (João 20:19, 26)
Quarenta dias após sua ressurreição, Jesus “subiu” para seu Pai — ao plano
da glória divina representado pela Pirâmide k no Plano K. (João 20:17) Daí
ele ‘se assentou com seu Pai em Seu trono’. (Apocalipse 3:21; Hebreus 10:12)
Jesus, como a Cabeça da Igreja durante a Era Evangélica (Pirâmide l no Plano
K) fornece disciplina e orientação para seu desenvolvimento. Se participarmos de
seus sofrimentos, então, como “coerdeiros com Cristo”, temos a certeza de que
também participaremos da sua glória. (Romanos 8:17)

73
A Igreja segue os passos de Jesus

Assim, os passos da Igreja para a glória são os mesmos que os de seu Senhor
e Noivo — exceto que a Igreja começa a partir do Plano R inferior. Na Era
Evangélica, todos os que têm apreço por Jesus ter morrido por seus pecados — e
estão se aproximando de Deus como amigos — são considerados como estando
no caminho da justificação no Plano N. Então, alguns desses crentes se sentem
induzidos a perguntar: “Senhor, o que queres que eu faça?” (Atos 9:6)
A resposta é dada pelo apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1) Um “sacrifício
vivo” significa consagrar ao serviço de Deus toda força e talento que possuímos
e não vivermos para nós mesmos, mas para nosso Pai Celestial. Nosso sacrifício
é contado como “santo e agradável a Deus” porque, pela fé, somos plenamente
justificados pelo sangue de Jesus. (Romanos 3:25; 5:9)
O próximo passo no caminho para a “glória que em nós há de ser revelada”
é o Plano M. Esse plano representa ser gerado para uma nova vida espiritual.
Deus nos “gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus
Cristo dentre os mortos”. (1 Pedro 1:3) Como humanos, nossa vontade está morta,
mas temos uma nova vida escondida crescendo. “Porque já estais mortos, e a
vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3:3) A Palavra
de Deus atua em nosso coração transformando nossa mente em embrionárias
“novas criaturas”, preparando-nos para um nascimento espiritual. (2 Coríntios
5:17) “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que
fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tiago 1:18)
Aqueles que fielmente sacrificam suas vidas até a morte recebem a ressurreição
celestial retratada pelo Plano L. “Feliz é o homem que persevera na provação,
porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que
o amam.” (Tiago 1:12, NVI) Cada um no Plano L que é “nascido do Espírito é
espírito” como o “vento”, poderoso e invisível à visão natural. (João 3:6-9)
O Plano K representa a exaltação superior à da glória pessoal dos santos na
ressurreição — à glória do cargo ocupado por Jesus e sua Noiva. “A sua noiva
já se aprontou” e “chegou a hora do casamento do Cordeiro”. (Revelação 19:7)
Como um grupo, os santos serão exaltados com Cristo e reinarão sobre a Terra
como “reis e sacerdotes”. (Apocalipse 1:6; 5:10; 20:6; 1 Pedro 5:10)

A condição mista da Igreja Cristã

Durante toda a Era Evangélica, muitos têm alegado ser cristãos, e esses são
representados pela pirâmide incompleta e segmentada em quatro classes distintas
— n, m, p e q. No Plano M, tanto n como m são “novas criaturas” geradas pelo
espírito. Aqueles representados pelo segmento n estão cumprindo fielmente seu
pacto de total sacrifício — ao passo que os no segmento m não estão vivendo à
altura de sua consagração. Os que são fiéis constroem seu caráter no único “firme
fundamento” de Cristo com verdade e justiça, e são representados por “ouro, prata
e pedras preciosas”. (Isaías 28:16, ARM; 1 Coríntios 3:11-15)
Outros, representados por m, construíram com “madeira, feno e palha” —
uma mistura de valores terrenos resultando em um caráter instável. Mas Deus
74
ainda os ama! Sua obra é queimada, mas eles são “salvos, mas como pelo fogo”
de adversidade especial. Eles perdem o grande prêmio da Classe da Noiva. Eles
perdem a oportunidade de reinarem com Cristo em seu trono com a glória do
Plano K, mas receberão a vida celestial no Plano L. As Escrituras falam de tais
como uma “grande multidão”, como “companheiras” da Noiva servindo “diante
do trono”. (Apocalipse 7:9, 14, 15; 19:6, 7; Salmo 45:10-14, ARM)
A maioria dos que afirmam ser cristãos é representada pelo segmento p. Eles
geralmente apreciam que Jesus morreu por seus pecados, mas não progridem ao
ponto de fazerem uma consagração completa e serem gerados para uma nova
vida espiritual. (2 Coríntios 6:1) Eles não são membros do “corpo” de Cristo
— embora sejam chamados de “irmãos” pelo apóstolo Paulo. (Romanos 12:1)
Eles começaram na direção certa e isso lhes dará uma vantagem nos Tempos de
Restituição, quando se tornarem parte da família de Deus no plano terrestre.
Uma outra classe relacionada com o cristianismo é representada pelo
segmento q abaixo do Plano N. Esses nunca acreditaram em Jesus como um
sacrifício para seus pecados, mas uniram-se à igreja por razões mundanas. Esses
são “lobos” disfarçados, “vestidos como ovelhas”. (Mateus 7:15) Eles realmente
pertencem ao mundo, ao Plano R, e têm causado muito dano ao povo do Senhor
ao longo da Era.

A Colheita — um tempo de separação

O cristianismo tem existido nessa condição mista por toda a Era Evangélica.
O Senhor prefigurou isso na parábola do trigo e do joio. (Mateus 13:24-30, 36-43)
Na parábola, um “inimigo” semeia “joio” entre o “trigo”. É dito aos ceifeiros:
“Deixai-os crescer juntos até à colheita.” E, então, “no tempo da colheita, direi
aos ceifeiros [os anjos — mensageiros]: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes
para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro”. Nessa parábola, a
“boa semente” são os “filhos do céu”, n e m. O “joio” ou impostores (todos de q
e muitos de p) são “queimados” no sentido de reconhecerem que seu cristianismo
é meramente nominal, não verdadeiro, quando as instituições de Babilônia caem
durante o tempo de aflição.
Existe um paralelo entre a colheita da Era Evangélica e a colheita no fim da
Era Judaica. Ambas, a princípio, possuem um tempo de provação e peneiramento
e, em seguida, um tempo de julgamento e da ira de Deus.
Na Colheita Judaica, a verdade da mensagem do Evangelho separava o “trigo
da palha”, isto é, o “verdadeiro israelita” (João 1:47) do israelita nominal.
Na Colheita da Era Evangélica, a verdade que “vai brilhando mais e mais até
ser dia perfeito” separa o “trigo” do “joio”. (Provérbios 4:18; Apocalipse 14:14)
Deus chama Seu povo para “sair de” Babilônia, a mistura confusa de alguma
verdade com muito erro (Apocalipse 18:1-4), que é a cristandade hoje. “Sai
dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não
incorras nas suas pragas.” (Apocalipse 18:4)
Durante a colheita, alguns dos cristãos gerados por espírito (Figura t), por
falta de zelo, são lentos para se separarem de Babilônia. Esses são chamados de
uma “grande multidão”, em Apocalipse 7:9. Eles são influenciados pelo espírito
do mundo ou ficam sobrecarregados com as ansiedades desta vida. Somente por
meio de castigos, ou correções, especiais é que “lavam suas vestes” no “sangue
75
do Cordeiro” e, assim, se purificam. Sua recompensa é servir diante do “trono
de Deus”. (Apocalipse 7:14, 15) Mesmo tendo perdido a recompensa maior,
quando forem “convidados para o banquete do casamento do Cordeiro”, gritarão:
“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do
casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.” (Apocalipse 19:6, 7, 9, NVI)
Aos verdadeiros cristãos que são “fiéis até a morte” foi prometido a coroa
da vida. (Apocalipse 2:10) A pequena Pirâmide s representa os santos fiéis,
levados à glória durante a época da Colheita. A Pirâmide r representa nosso
Senhor retornado, a quem eles encontram na ressurreição. “Os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:15-17, NVI), isto é, os santos fiéis do
passado que dormiram na morte e estavam esperando o retorno de nosso Senhor
antes de serem transformados na ressurreição. Depois disso, os que morrem
durante a Colheita não precisam dormir, mas são transformados “num instante,
num piscar de olhos”. (1 Coríntios 15:51, 52, BV) Eles são reunidos — não todos
ao mesmo tempo — mas no mesmo lugar — à medida que cada um deles termina
sua carreira na morte. (Veja “juntamente”, ou “unidos”, usado no contexto de 1
Tessalonicenses 5:10, 11.)
As figuras t, u e v representam Babilônia — a Igreja nominal — sendo
julgada durante o “tempo de aflição” no qual esta Era termina. Durante séculos,
Babilônia tem deturpado o caráter de Deus por meio de muitas de suas doutrinas
e práticas. Em ambos os adventos de Jesus, ele é “uma pedra de tropeço” para as
“duas casas de Israel” — natural e espiritual. (Isaías 8:14) Como nação, o Israel
natural não reconheceu a presença e o propósito de Jesus qual Messias. O Israel
espiritual nominal (cristianismo) também interpreta mal a maneira e o propósito
do segundo advento de Jesus.
A igreja nominal, como um sistema, chega ao seu fim pelas “sete últimas
pragas”. (Apocalipse 16:1-21) A destruição do sistema da igreja falsa ocorre no
fim da Colheita da Era Evangélica, mostrada na Área Sombreada S.

O Milênio Messiânico de bênçãos

A restauração da raça humana será um trabalho gradual — levará toda a


Era Milenar para sua completa realização. As consequências da morte adâmica
serão ‘tragadas na vitória’. (1 Coríntios 15:25, 26, 54, BV) Sob o maravilhoso
reinado de Cristo, os efeitos da doença, dor e morte serão subjugados pelo poder
do Grande Restaurador.
Cristo, com sua Igreja fiel, será a cabeça de todas as coisas (Pirâmide, parte
x) na Pirâmide maior. Na categoria logo abaixo estará a Grande Multidão (e todos
os anjos obedientes) no plano espiritual. (Pirâmide, parte y) Nos níveis seguintes
(z e w) estarão o Reino Terrestre restaurado com Israel (Pirâmide, parte z) —
liderados pelos Antigos Dignos — abençoando e instruindo o resto do mundo da
humanidade. (Zacarias 8:13, 23; Isaías 60:18; 27:6; Jeremias 3:17, etc.)
Durante esses “tempos de restituição”, o mundo da humanidade (Pirâmide,
parte w) será erguido e restaurado ao que Adão perdeu para si e para sua
descendência. Cada pessoa terá todo o tempo necessário para avançar rumo à
justiça e à perfeição. (Isaías 65:20) Apenas relativamente poucos dos bilhões da
Terra praticarão “obediência fingida” (Salmo 66:3, NAS, em inglês), mas eles
serão abertamente expostos durante o “curto espaço de tempo” após o Milênio.
76
Nessa ocasião, Satanás será solto (Apocalipse 20:9) e estes se juntarão à sua
rebelião. Eles morrerão na “segunda morte”, da qual não há ressurreição. Em
contraste, Cristo “não morre mais”. (Romanos 6:9, TB)
O Grande Plano do Pai para abençoar “todas as famílias da terra” é,
certamente, “boas novas de grande alegria, que são para todo o povo”. (Lucas
2:10) Por fim, todos verão que Deus eliminou providencialmente o mal para o
nosso bem.

A unificação da criação sob Cristo

A figura de uma pirâmide ilustra bem a unificação de toda a criação de Deus


sob a liderança de Cristo. “De fazer convergir nele, na dispensação da plenitude
dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra.” (Efésios 1:10,
ARA)
Cristo Jesus, “o princípio da criação de Deus” (Apocalipse 3:14), é belamente
representado pela pedra do topo de uma pirâmide, perfeita e completa em si
mesma. Todo o edifício embaixo deve estar em conformidade com as linhas
de sua perfeição. “Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e
preciosa; e quem nela crer não será confundido.” (1 Pedro 2:6, JFA-RC)
Uma peculiaridade de nossa pedra principal, é que Jesus é uma “fundação”
que é colocada primeiro! Daí, a Igreja debaixo de Cristo é “edificada nele”
(Colossenses 2:7) como “pedras vivas”. (1 Pedro 2:5) O trabalho progredirá
durante a Era Milenar até que cada criatura esteja individualmente em harmonia
com o caráter perfeito de Jesus. Aqueles poucos que não alinharem obedientemente
o coração com os princípios de justiça de Cristo ‘serão exterminados do meio do
povo’ na segunda morte. (Atos 3:22, 23) “E ouvi toda a criatura que está no céu, e
na terra... dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas
ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” (Apocalipse 5:13)

O Tabernáculo no deserto

Conforme ilustrado na Tabela, o Tabernáculo dos Israelitas prefigura os


passos para a glória na Era Evangélica. Depois que se sai do Acampamento,
representando o mundo em pecado (Plano R), entra-se por um Portão no Átrio,
ou Pátio (Plano N). Aqui vemos o sacrifício no Altar de Bronze, que representa
o apreço pelo sacrifício de Cristo — e a bacia (ou pia), representando nossa
oportunidade para purificação.
Se avançarmos mais, chegamos à Porta do Santo. Lá temos uma escolha
a fazer. Será que devo consagrar minha vida a Deus? Se seguimos adiante em
consagração, passamos pela Porta e entramos no Santo, e nos tornamos gerados
por espírito (Plano M). Fortalecidos pelo “Pão da Presença” (ou da proposição),
e iluminados pelo “Castiçal”, podemos oferecer incenso aceitável a Deus por
meio de Jesus no “Altar de Ouro”. Por fim, se terminarmos nossa vida fielmente,
entraremos no Santíssimo, que representa o próprio Céu (Plano L). Finalmente
estaremos ressuscitados — e prontos para tomar parte com Jesus na gloriosa obra
do Reino das Eras Vindouras (Plano K).
Deus seja louvado! Nossa representação gráfica do maravilhoso Plano de
Deus é realmente “legível e clara” (Habacuque 2:2, OL) com a Tabela das Eras.
77
♦ ESTUDO TREZE ♦
OS REINOS DO MUNDO

N o primeiro livro de Revelação Divina, Deus declara Seu propósito para Sua
criação terrena e seu governo.
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:26-28)

O domínio original do homem sobre a Terra

O domínio sobre a Terra foi colocado nas mãos do pai Adão. Ele era perfeito
e plenamente qualificado para ser governante e rei da Terra. Mas o domínio não
era para ser só dele; ele representava toda a sua descendência. “Tenham domínio
sobre a terra.” (Bíblia Viva) Se a raça humana tivesse permanecido sem pecado,
jamais teriam perdido esse domínio.
Essa ordem não autorizava a ninguém dominar o seu próximo. A humanidade
recebeu o domínio sobre a Terra para o cultivo de seus frutos para o benefício
de todos. As riquezas vegetais e minerais, assim como todas as variedades de
animais, foram entregues ao domínio do homem para sua serventia. À medida que
a população aumentasse, seria necessário que as pessoas organizassem formas
de distribuição justa das bênçãos comuns. Eventualmente, representantes seriam
eleitos para administrar assuntos de interesse comum. Se a humanidade tivesse
permanecido sem pecado, amando a Deus e ao próximo como a si mesmos, a
sociedade seguiria um caminho pacífico.
Assim, o projeto original do Criador era que o governo do homem fosse uma
República. Todo homem seria soberano e, ao mesmo tempo, trabalharia pelo bem
comum. Tal domínio sobre a Terra teria apenas uma lei: o amor. (Romanos 13:10)
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo
o teu pensamento” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22:37-40)
Quando o homem recebeu o domínio sobre a obra das mãos de Deus (Salmo
8:5, 6), tornou-se o representante do Criador no primeiro estabelecimento do Reino
de Deus na Terra. Mas quando Adão se rebelou e pecou, o Reino de Deus cessou
imediatamente. Desde aquele tempo, o Reino de Deus não foi restabelecido,
exceto por um modo breve e típico (simbólico) com o antigo Israel. No entanto,
embora a humanidade tenha perdido o domínio dado por Deus, foi concedido a
ela que exercesse o poder de acordo com suas próprias ideias e escolhas “até que
venha aquele a quem pertence de direito”. (Ezequiel 21:25-27)

78
Quando Jesus morreu, além de providenciar a redenção do homem,
providenciou que o homem recuperasse sua herança original da Terra. O propósito
do governo do Messias sobre a Terra durante o Milênio será acabar com todo
o pecado e a rebelião e preparar a humanidade para novamente representar o
governo de Deus na Terra. (1 Coríntios 15:25; Apocalipse 19:15; 22:5)

O modelo típico do reino de Deus

Durante a Era Judaica, Deus organizou Israel como seu reino “típico” sob
a autoridade de Moisés e dos Juízes. Israel foi chamado de “o reino de Jeová”
(2 Crônicas 13:8, TB), e “Salomão assentou-se no trono de Jeová”. (1 Crônicas
29:23, TB) Israel tinha uma espécie de República que, mais tarde, sob os reis,
tornou-se, de modo geral, mais repressiva. No entanto, os reinados de Davi e
Salomão foram usados ​​por Deus para representar, em certa medida, o futuro
Reino do Messias. Quando o povo transgrediu contra o SENHOR, ele os castigou
repetidamente até que, por fim, nos dias de Zedequias, o último rei da linhagem
de Davi, o poder real foi removido. O reino típico de Deus foi derrubado.
Deus, por meio de Ezequiel, profetizou a respeito de Zedequias: “Tira o
diadema e remove a coroa... Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será,
até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei.” (Ezequiel
21:25-27, ARA) A remoção da coroa se cumpriu quando o rei de Babilônia
removeu o rei de Judá e fez o povo cativo. A profecia determinou que deveria
permanecer em ruínas até que Cristo viesse para reivindicá-la. Mais tarde, Ciro, o
persa, restaurou sua existência nacional, mas, a partir daí, eles precisaram pagar
tributos para a Medo-Pérsia, a Grécia e a Roma, sucessivamente. Então, em 70
d.C., Israel, como nação, foi destruída e o povo espalhado entre outras nações.

O Príncipe deste mundo

O Reino de Deus não foi estabelecido no Primeiro Advento de Cristo, mas


Jesus prometeu que o Reino seria estabelecido em seu retorno. (Lucas 19:12)
Satanás continua a ser o “Príncipe deste Mundo”. (João 12:31) O fato de Israel
estar atualmente regressando à sua terra — embora com muitos conflitos e
problemas — é uma evidência de que está próximo o tempo em que o “reino deste
mundo” de Satanás, cairá. O tempo para o Reino de Deus sob o Messias está
definitivamente marcado nas Escrituras e permanecerá “para todo o sempre” em
poder e glória. (Apocalipse 11:15)
O intervalo desde a remoção do cetro de Deus de Israel até ele ser recebido
por Cristo é chamado nas Escrituras de “Os Tempos dos Gentios”. Deus
reconheceu indiretamente os governos gentios até que Seus propósitos sejam
concluídos. “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios
se completem.” (Lucas 21:24) Deus “ordenou”, ou permitiu, que esses governos
provisórios seguissem seu próprio caminho, para um propósito sábio. (Romanos
13:1) O domínio imperfeito deles prova que o homem imperfeito é incapaz de
governar a si mesmo. Tudo isso tem sido uma parte do Plano de Deus e, por
fim, tudo cooperará para o bem e até mesmo a “ira do homem redundará em teu
louvor”, isto é, de Deus. (Salmo 76:10, KJA)

79
Satanás não é o “Príncipe deste Mundo” por direito, mas por usurpação. Por
meio de fraude e engano, ele controla invisivelmente os homens caídos como “o
Príncipe do poder do ar”. (Efésios 2:2, BJ ) Satanás deturpa o Plano de Deus e
cega os homens para não compreenderem a Verdade. Satanás até procurou tentar
Jesus no deserto, oferecendo-lhe “todos os reinos do mundo”, se tão somente
Jesus o adorasse. (Mateus 4:8, 9)
Enquanto isso, o mundo geme e espera. Filósofos sonham com uma era
de ouro, os políticos tentam, sem sucesso, resolver os problemas deste mundo.
Toda a criação está desejando algo melhor. Eles não percebem isso, mas o que
estão esperando é “a manifestação dos filhos de Deus” com o poder do Reino.
(Romanos 8:22, 19)

Visão profética geral dos reinos deste mundo

Deus nos forneceu várias visões panorâmicas a respeito dos governos deste
mundo e suas quedas, bem como da criação do Reino eterno sob o Messias, o
Príncipe da Paz.
Antes de Jerusalém ter sido destruída pela primeira vez, Daniel — já
em cativeiro — interpretou um sonho perturbador para o rei de Babilônia.
Nabucodonosor sonhou com uma poderosa estátua composta de ouro, prata,
bronze, ferro e barro, que foi atingida por uma pedra e destruída. Daniel explicou
que a estátua representava quatro grandes impérios que receberiam a permissão
de Deus para governarem após a queda de Israel, que era o típico Reino de Deus
(Daniel 2:31-45, NVI):
“Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua
enorme, impressionante, e sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era feita
de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de
bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de
barro. Enquanto estavas observando, uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos,
atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmigalhou.
“Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram despedaçados,
viraram pó, como o pó da debulha do trigo na eira durante o verão. O vento
os levou sem deixar vestígio. Mas a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma
montanha e encheu a terra toda.
“Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei. Tu, ó rei, és rei de reis.
O Deus dos céus te tem dado [“concedido”] domínio, poder, força e glória; nas
tuas mãos ele colocou a humanidade, os animais selvagens e as aves do céu. Onde
quer que vivam, ele fez de ti o governante deles todos. Tu és a cabeça de ouro.
“Depois de ti surgirá um outro reino, inferior ao teu [prata]. Em seguida surgirá
um terceiro reino, reino de bronze, que governará sobre toda a terra. Finalmente,
haverá um quarto reino, forte como o ferro, pois o ferro quebra e destrói tudo; e
assim como o ferro a tudo despedaça, também ele destruirá e quebrará todos os
outros. Como viste, os pés e os dedos eram em parte de barro e em parte de ferro.
Isso quer dizer que esse será um reino dividido, mas ainda assim terá um pouco
da força do ferro, embora tenhas visto ferro misturado com barro. Assim como os
dedos eram em parte de ferro e em parte de barro, também esse reino será em parte
forte e em parte frágil [quebradiço].”

80
O último império universal do homem

Apesar de a História revelar a existência prévia de outros impérios mundiais,


apenas quatro domínios universais governaram a Terra Santa. O Império
Babilônico, ou a “cabeça de ouro”, foi conquistado pelo “peito de prata” Medo-
Persa. Em seguida, um terceiro Império Grego de “bronze” o conquistou e, por
sua vez, este foi conquistado pelo Império Romano de “ferro”, o quarto domínio.
Esse último império universal ainda existia nos dias de Jesus. “Saiu um decreto da
parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse.” (Lucas 2:1) Roma
era a potência mais forte e a mais duradoura, apesar de seus pés se dividirem em
dez dedos que “eram em parte de ferro e em parte de barro”.
Esses “dedos do pé” representam as nações da Europa que se originaram do
antigo Império Romano. Por que eram parte de barro? O barro é como uma imitação
de pedra. Esses países eram uma mistura da igreja com o estado (barro e ferro), e
alegavam ser o Reino de Cristo — a cristandade. A Roma pagã converteu-se na
Roma papal, a qual se estabeleceu como um falso “Reino de Deus” e reinou com
mão de ferro ao longo dos séculos. Mesmo países protestantes como a Inglaterra
e a Alemanha seguiram esse modelo de igrejas casadas com governos. Na visão,
quando a imagem foi atingida nos pés por uma “pedra”, ela foi esmigalhada e
virou pó, o qual foi espalhado pelo vento. (Daniel 2:34, 35) Depois disso, a pedra
se tornou um grande monte. Essa pedra representa o verdadeiro Reino de Deus
que um dia “encherá toda a terra”.
A Primeira Guerra Mundial causou a queda das dinastias que afirmavam
governar “pela graça de Deus”. Embora ainda existissem como governos depois
de 1914, a concessão dada por Deus aos gentios para dominarem havia terminado.
Deus começou a fazer preparativos para que Seu Reino na Terra fosse estabelecido.
Providencialmente cronometrado, logo após a Grande Guerra, a Grã-Bretanha
emitiu a Declaração de Balfour em 1917, que defendia a criação de um Estado
judeu. “O governo de Sua Majestade vê favoravelmente o estabelecimento na
Palestina de um lar nacional para o povo judeu.” Em 1948 Israel tornou-se uma
nação novamente. No devido tempo, Israel será revitalizado pela fé (Ezequiel
37:1-14, Zacarias 12:6-10) para então tornar-se o núcleo do Reino de Deus na
Terra. (Zacarias 8:21)
Daniel profetizou: “Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um
reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro
povo. Destruirá todos esses reinos e os exterminará, mas esse reino durará para
sempre.” (Daniel 2:44, NVI) Observe que os governos são destruídos, mas não as
pessoas. Nosso Senhor Jesus não veio para destruir a vida dos homens, mas para
salvá-los. (João 3:17)
Vários métodos foram usados na tentativa de governar o mundo — socialismo,
capitalismo, comunismo, democracia — mas a única solução duradoura será o
Reino de Deus. Os reinos deste mundo serão “destroçados” (Apocalipse 2:26, 27),
mas depois disso, o próprio povo será abençoado. (Isaías 19:22; Jeremias 3:22,
23; Oseias 6:1, 14:4; Isaías 2:3; Apocalipse 22:2)
A “pedra” que atinge a estátua é a classe da Igreja. “Do monte foi cortada
uma pedra, sem mãos” — representando que os santos que governam com Cristo
em glória são tirados dos reinos deste mundo, “cortados” pelo poder do Espírito

81
Santo de Deus. (Daniel 2:45; Apocalipse 3:21) Quando a Igreja estiver completa
em glória, então o Reino de Deus começará a operar na Terra. Inicialmente,
trabalhará de modo gradual por meio de Israel, e depois se expandirá para encher
a Terra. “Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o
principal; será elevado acima das colinas.” (Isaías 2:2, 3, NVI ) Então, pessoas de
todas as nações subirão “ao templo do Deus de Jacó” para serem ensinadas. “A lei
sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra do Senhor.”

A visão de Daniel dos governos terrestres

No sonho de Nabucodonosor, os reinos deste mundo foram retratados como


os homens os veem — de acordo com sua relativa força e grandeza. O sonho de
Daniel retratou os mesmos governos do ponto de vista de Deus — animalescos. Os
governos da Terra certamente têm ajudado a manter certo grau de ordem, mas por
causa de sua sede de grandeza e poder, esses governos têm mobilizado inúmeros
exércitos e feito milhões de viúvas e órfãos. “É fácil notar que os orgulhosos são
felizes, e a gente vê que tudo dá certo para os maus.” (Malaquias 3:15, NTLH)

O sonho de Daniel é registrado em Daniel 7:1-11

“No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho... Ele
escreveu o resumo do seu sonho. Daniel disse: “Na minha visão à noite, eu vi os
quatro ventos do céu agitando o grande mar. Quatro grandes animais, cada um
diferente dos outros, subiram do mar.
“O primeiro parecia um leão, e tinha as asas de águia… A seguir vi um
segundo animal, que tinha a aparência de um urso… Depois disso, vi um outro
animal, que se parecia com um leopardo… e recebeu autoridade para governar.
“Na minha visão à noite, vi ainda um quarto animal, aterrorizante, assustador
e muito poderoso. Tinha grandes dentes de ferro, com as quais despedaçava e
devorava suas vítimas, e pisoteava tudo o que sobrava. Era diferente de todos os
animais anteriores, e tinha dez chifres. “Enquanto eu estava refletindo nos chifres,
vi um outro chifre, pequeno, que surgiu entre eles; e três dos primeiros chifres
foram arrancados para dar lugar a ele. Esse chifre possuía olhos como os olhos de
um homem e uma boca que falava com arrogância.
“Enquanto eu olhava, “tronos foram postos no lugar, e um ancião se assentou.
Sua veste era branca como a neve; o cabelo era branco como a lã. Seu trono ardia
em fogo, e as rodas do trono estavam todas incandescentes. E saía um rio de fogo,
de diante dele. Milhares de milhares o serviam; milhões e milhões estavam diante
dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos.
“Continuei a observar por causa das palavras arrogantes que o chifre falava.
Fiquei olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e atirado no
fogo.” (Nova Versão Internacional)

O quarto animal — Roma

Nesse sonho, o leão representa Babilônia, o urso representa a Medo-Pérsia,


o leopardo, a Grécia, e, o quarto animal, “aterrorizante, assustador e muito
82
poderoso”, simboliza Roma. O último animal nos interessa de modo especial
porque alcança a história moderna. Tinha dez chifres e, como os dez dedos do
sonho de Nabucodonosor, esses representam as divisões de poder resultantes do
império outrora governado por Roma.
Um “chifre pequeno” surgiu após os dez chifres. Substituiu três deles e
governou entre eles. Esse “chifre pequeno” representa a ascensão gradual da
Igreja de Roma ao poder, o papado. Ele efetivamente substituiu três divisões
do Império Romano na Itália (os hérulos, o exarcado oriental e os ostrogodos).
O papado tornou-se um poder civil. Os “olhos de um homem” representam a
inteligência desse sistema, e sua “boca” e palavras representam as alegações e os
decretos bombásticos do papado.
Esse quarto animal também é descrito no Apocalipse como um “dragão”,
representando “o Diabo” e sua influência. (Apocalipse 12:9) Esse dragão, a
Roma pagã, perseguiu a Igreja primitiva e produziu muitos mártires, mas então
Satanás mudou seus métodos. Visto que ele muitas vezes se transforma em um
“anjo de luz” (2 Coríntios 11:14), a Roma pagã foi transformada do paganismo
ao catolicismo e afirmou ser o Reino de Cristo. Sob a Roma papal, além do Plano
de Deus e seu caráter serem mal representados, grandes perseguições sangrentas,
mais severas e prolongadas do que as da Roma pagã, foram movidas contra a
verdadeira Igreja.
Depois de dar alguns detalhes do chifre papal, o profeta afirma que ele
perderia seu domínio por um processo gradual até ser completamente destruído.
O ponto que marca o fim do poder de perseguição do papado foi em 1799,
quando o Papa morreu na França como um prisioneiro de Napoleão. As orações
e as maldições do papa não tiveram efeito. O poder temporal, ou secular, do
Vaticano diminuiu rapidamente até 1870, quando perdeu o último vestígio desse
poder nas mãos de Vítor Emanuel. Ironicamente, naquele mesmo ano, com as
grandes palavras que o chifre estava falando (Daniel 7:11), o papado declarou a
infalibilidade dos papas!
Aos animais anteriores, “foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada
prolongação de vida até certo espaço de tempo”. (Daniel 7:12) À medida que
cada um perdia seu império, seu domínio passava para o próximo. As vidas de
Babilônia, da Medo-Pérsia e da Grécia foram prolongadas enquanto os impérios
sucessores progressivamente absorviam, em seus próprios governos, os costumes,
as culturas e as práticas dos impérios conquistados. Por exemplo, quando a Pérsia
conquistou os caldeus em Babilônia, Daniel foi mantido como administrador.
Alexandre, o Grande, da Grécia, adotou vários costumes persas, e durante o
Império Romano, a cultura e a língua gregas foram amplamente difundidas.
No entanto, a vida do último animal, Roma, não seria prolongada. “Estive
olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue para ser
queimado pelo fogo.” (Daniel 7:11) Nenhum império sucessor se ergue dele, ou o
incorpora. É sucedido pelo Reino de Cristo, que é um governo novo e puro dado
por Deus.

O quinto domínio universal é eterno

Independentemente dos meios usados, a causa da queda dos reinos deste mundo
será o estabelecimento do Quinto Império Universal, o Reino de Deus, sob Cristo.
83
“Eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao
ancião de dias [Deus]... E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que
todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno,
que não passará... e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao
povo dos santos do Altíssimo.” (Daniel 7:13, 14, 27)
Jeová colocará o domínio da Terra nas mãos de Cristo. “Pois ele [Deus] tudo
colocou debaixo dos pés dele [Jesus].” (1 Coríntios 15:27) No entanto, os “reinos
do mundo” (Apocalipse 11:15; João 16:11), não se renderão pacificamente, então
será necessário primeiro “prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres
com grilhões de ferro, para fazerem neles o juízo escrito; esta será a honra de
todos os seus santos”. (Salmo 149:8, 9) Nem Satanás, o “príncipe deste mundo”,
cederá pacificamente a autoridade que usurpou. Ele precisa ser “amarrado” e
preso à força. (Apocalipse 20:1, 2)
Entronizados com seu cabeça, os vencedores da era atual governarão,
abençoarão e restaurarão a criação que está gemendo e que sofreu sob os
governos egoístas e animalescos da Terra. Enquanto isso, à medida que as partes
“despedaçadas” são espalhadas e o quarto animal aguarda o fogo consumidor,
oramos fervorosamente: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu.”

Tentativas do homem se autogovernar

Não estamos tentamos desculpar a raça humana rebelde, mas compreendemos


seus esforços vãos para governarem a si mesmos. Mesmo esses governos
“animalescos” têm sido melhores do que a ausência de governo — melhor do
que a desordem e a anarquia. Mesmo quando são bem-intencionados, o homem
geralmente não consegue realizar o bem que deseja. Mas Deus permitiu que os
esforços do homem de governar a si mesmo fossem um experimento, para mostrar
que, sem instrução de Deus, e quando sujeitos à influência de Satanás, o homem
não pode alcançar seus objetivos.
O objetivo dos governos mais nobres do homem tem sido promover a justiça
e o bem-estar para o povo — com resultados positivos e negativos ao longo dos
séculos. Certamente, foram feitos esforços nobres para uma liderança justa. Boas
leis e tribunais de apelações foram criados para proteger interesses domésticos
e comerciais. Mas, sob a influência de Satanás, esses foram infectados pelos
elementos mais baixos da sociedade. Quando a justiça é ignorada, e o egoísmo e
a corrupção dos tiranos prevalecem, o resultado inevitável são as revoluções e as
guerras.

Aumento do conhecimento — Insatisfação

Reconhecemos os governos do homem como sendo os esforços da humanidade


pobre e decaída para governar a si mesma. Mas depois de séculos de tentativas,
tem havido um nível de insatisfação geral nunca antes visto.
Nos tempos modernos tem havido uma explosão de mudança na opinião
pública. O espírito de independência está por todo lugar. Embora a invenção da
impressão por volta de 1440 d.C. tenha ampliado o conhecimento, foi só a partir
da década de 1800 que a educação se tornou disponível para as massas. Invenções
84
e descobertas inundam o mercado. A comunicação pela internet e por celulares
é instantânea e mundial. O conhecimento e o esclarecimento estão limitando a
influência de Satanás em alguns aspectos — em preparação para o Reino de Deus
na Terra. A luz da verdade sobre cada assunto está desafiando o nosso mundo e
ampliando a aflição. “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou
oculto que não venha a ser conhecido.” (Lucas 12:2)
Esse aumento do conhecimento desperta um sentimento de respeito próprio
e anseio entre os homens pelos seus direitos naturais, contribuindo assim para um
sentimento de insatisfação generalizada. Por causa da natureza humana caída,
isso por fim se expressará por meio de revolução e anarquia mundial. No meio da
confusão do homem, Deus estabelecerá Seu Reino e “as coisas preciosas de todas
as nações virão”. (Ageu 2:7) O extremismo do homem se tornará a oportunidade
de Deus, e o Reino de Deus será estabelecido com poder e glória. “Não farão
dano nem destruirão em todo o meu santo monte, porque a terra será cheia do
conhecimento de Jeová, assim como as águas cobrem o mar.” (Isaías 11:9, TB)

A Igreja não deve se envolver nos reinos do mundo

Por saberem que o Reino de Deus viria no futuro, nem Jesus nem os Apóstolos
interferiram nos governos terrenos. Pelo contrário, eles instruíram a Igreja a se
submeter a tais autoridades humanas, embora muitas vezes sofressem com seus
abusos. Os seguidores de Jesus são ensinados a obedecerem às leis locais, desde
que elas não entrem em conflito com as leis de Deus. (Atos 4:19; 5:29) Eles pagam
seus impostos e são cumpridores da lei. (Mateus 22:21)
Embora Deus permita a existência dos governos humanos, a Igreja não deve
se envolver com a política. Os santos de Deus devem deixar sua luz brilhar, mas
nossa missão atual não é ajudar o mundo a melhorar seu governo. O próprio
Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
lutariam os meus servos.” (João 18:36) Somos herdeiros de um Reino celestial
(Lucas 12:32), e abençoaremos o mundo desde os céus durante o Milênio.
Devemos apontar para o prometido Reino de Deus e suas bênçãos. Naquele tempo
será nosso privilégio trabalhar pela bênção e soerguimento do mundo.

Igreja falsa unida com os reis da Terra

A Igreja Cristã primitiva foi tentada a se envolver na política dos governos


existentes. Pregar que o futuro Reino de Deus substituirá os reinos terrestres era
impopular e isso trouxe-lhes perseguição. Então, muitos cristãos aceitaram se
juntar com autoridades humanas em busca de fortalecimento e benefícios mútuos.
Foi assim que tudo mudou! Em vez de humildade, havia o orgulho; em vez
da verdade, havia o erro; em vez de ser perseguida, uma igreja falsa tornou-se
perseguidora daqueles que a condenavam. Para controlar o povo, a doutrina
do tormento eterno foi desenvolvida e se mostrou útil. Essa igreja mundana
‘embebedou todas as nações da terra’ com seus erros. (Apocalipse 17:2) Logo
ela coroava ou depunha os reis da Europa, tornando-se a “rainha” das nações.
(Apocalipse 17:3-5; 18:7) Em vez de esperar que Jesus voltasse com um Reino,
o papado estabeleceu o seu próprio, com os reis da Terra. Os reformadores
abandonaram muitas das reivindicações do papado, mas buscaram a honra de
85
se unirem aos reis da Terra. Com essa atitude, as igrejas reformadas se tornaram
filhas de sua “mãe”.
Durante séculos, os reinos da Europa reivindicaram ser reinos cristãos,
reinando “pela graça de Deus”. Jesus ensinou que ‘não somos do mundo’, e
Paulo exortou a ‘não nos amoldarmos ao padrão deste mundo’. (João 17:16;
Romanos 12:2, NVI ) Deus nunca aprovou chamar esses reinos pelo nome de
Cristo! Conforme mostram os dois sonhos interpretados de Nabucodonosor, por
um tempo limitado Deus concedeu aos gentios que tivessem poderes, mas Ele
não endossa esses reinos como Seus. Suas leis imperfeitas e governantes muitas
vezes egoístas e cruéis tem grosseiramente deturpado o Reino justo de Cristo.
(Isaías 32:1)

“Peregrinos e forasteiros” na Terra

Por pensarem nos reinos deste mundo como sendo o Reino de Cristo,
muitos do povo de Deus tiveram sua atenção desviada do prometido Reino
celestial. Em vez de se dedicarem à pregação do Evangelho do Reino vindouro,
os cristãos se envolveram na política. Embora os cristãos devam submeter-se às
leis locais, eles devem sempre permanecer como “peregrinos e forasteiros” na
Terra. (1 Pedro 2:11-14)
Hoje há uma agitação global das nações. Devemos esperar que elas
perdurem? Devemos antes olhar para o que há de vir em seguida — o Reino de
Cristo. O Quinto Império Universal está sendo estabelecido entre os escombros
desses reinos pelo “Rei dos reis” (Apocalipse 17:14) e, em breve, o vento os
levará a todos.

Jesus com os santos reinarão e abençoarão

O mundo vê que as chamadas “nações cristãs” não são realmente semelhantes


a Cristo. Alguns concluem que o próprio cristianismo — por estar aliado aos
poderes civis — procura principalmente o seu próprio bem-estar. Enquanto isso,
os governos da Terra procuram manter seu domínio, totalmente ignorantes das
coisas melhores a seguir.
“Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Os reis da terra
tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu
ungido, e dizem: “Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas
algemas!” Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles. Em sua ira
os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo: “Eu mesmo estabeleci o meu
rei em Sião, no meu santo monte.”
“Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra.
Adorem ao Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem [façam amizade com]
o filho [o Ungido de Deus], para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos
de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que
nele se refugiam!” (Salmo 2:1-12, NVI)
A ira de Deus será em breve plenamente acesa. Nosso refúgio é saber que
depois do reino de Satanás, “os santos do Altíssimo [com Cristo] receberão o
reino e o possuirão para sempre; sim, para todo o sempre”. (Daniel 7:18, NVI)

86
♦ ESTUDO CATORZE ♦
O REINO DE DEUS —
CELESTIAL E TERRESTRE

O proeminente tema que interliga o Antigo ao Novo Testamento é o Reino de


Deus e seu governante, o Messias. Visto que todas as promessas e profecias
apontam para a exaltação de sua nação sob o Messias, o Reino era a esperança e a
“expectativa” de todos os israelitas. (Lucas 3:15)
João Batista, o precursor de nosso Senhor Jesus, anunciou a Israel:
“Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 3:2) O próprio
Jesus “andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando
o evangelho do reino de Deus.” (Lucas 8:1) Todas as suas parábolas ensinaram o
tema do Reino de vários pontos de vista. Suas lições incluíram a necessidade de
uma consagração total a Deus para participarmos com Jesus na administração do
Reino. (Mateus 19:27, 28; Lucas 14:27-35; Mateus 22:37) Os apóstolos foram
então enviados para pregar a mesma mensagem. (Mateus 10:7; Lucas 9:2)

Um resgate fornecido antes do Reino

Jesus encorajou seus seguidores: “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a


vosso Pai agradou dar-vos o reino.” (Lucas 12:32) Ele prometeu especificamente
a seus discípulos: “Eu lhes designo um Reino, assim como meu Pai o designou
a mim, para que vocês possam... sentar-se em tronos, julgando [governando]
as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:29, 30, NVI) Quão tristes e decepcionados
ficaram quando, em vez de ser entronizado como rei, Jesus foi crucificado! Tanto
é que os dois discípulos andando pela estrada para Emaús disseram a Jesus, a
quem pensavam ser um estranho: “Esperávamos que fosse ele o que remisse
Israel.” (Lucas 24:21, 25-27) Então, Jesus abriu os olhos deles por explicar-lhes
pelas Escrituras que seu sacrifício era necessário antes que seu Reino pudesse ser
estabelecido.
Deus poderia ter dado a Jesus o domínio da Terra sem redimir o homem. “O
Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer” (Daniel 4:32),
mas nesse caso, quaisquer bênçãos para o mundo seriam temporárias. Para que o
homem receba a vida eterna, ele deve ser primeiro redimido legalmente da pena
de morte.
Quando Jesus estava prestes a ascender ao céu, com as esperanças renovadas,
os apóstolos perguntaram: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a
Israel?” O Senhor não respondeu: “Israel? Eles acabaram de me crucificar!” Em
vez disso, a resposta de Jesus não tirou a esperança deles, mas simplesmente
disse: “Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela
sua própria autoridade.” (Atos 1:6, 7, NVI) Sua resposta indicou claramente que o
tempo de bênçãos do Reino seria futuro.

87
Terrestre e celestial

Em primeiro lugar, os discípulos, assim como toda a nação judaica, tinham um


conceito errôneo sobre o Reino. Eles achavam que se tratava de um Reino apenas
terrestre, assim como muitos hoje erram no sentido oposto, pensando ser apenas
celestial. Mas Jesus ensinou sobre ambos. Seus discípulos fiéis governariam com
ele no céu, e esse governo seria exercido sobre toda a Terra. (João 14:3; Lucas
19:17) Por isso, Jesus ensinou aos discípulos a orar: “Venha o teu reino, seja feita
a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6:10)

O Reino celestial é invisível

Os sábios do mundo achavam que Jesus era um impostor, um fanático, e que


seus seguidores não passavam de pessoas ingênuas. Eles não sabiam explicar suas
palavras ou milagres surpreendentes, mas parecia absurdo para eles que Jesus
pudesse herdar, governar e abençoar o mundo. Seus seguidores – pescadores e
pessoas comuns – não pareciam ser páreo para o Império Romano.
Os fariseus, na esperança de expor as alegações de Jesus e desenganar seus
seguidores, exigiram saber quando esse Reino apareceria. Eles perguntaram:
“Quando seus soldados chegarão?” “Jesus respondeu: “O Reino de Deus não
vem de modo visível, nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Lá está’; porque o Reino
de Deus está entre vocês.” (Lucas 17:20, 21, NVI) Jesus aqui descreve a fase
espiritual do Reino. Foi isso que ele introduziu, e chamou pessoas para tal. Os
fariseus, a quem Jesus chamou de “hipócritas”, não conseguiram entender isso.
(Efésios 4:4; Lucas 16:16; 1 Coríntios 2:4)
Havia alguma verdade na expectativa judaica de um Reino terrestre, e isso será
realizado no devido tempo, mas primeiro o Reino Celestial precisa ser instituído.
Sua presença será invisível, e por um tempo não será reconhecido, mas quando
estiver totalmente estabelecido, estará presente em todos os lugares, governando de
modo poderoso. Seus efeitos serão claramente vistos no Reino da Terra.

As perguntas de Nicodemos

Contudo, um fariseu chamado Nicodemos procurou Jesus reservadamente


à noite, ansioso para entender o mistério do Reino que perturbava sua mente.
A conversa entre o Senhor e Nicodemos (João 3), registrada em parte, fornece
uma visão mais aprofundada do Reino de Deus e pode ser parafraseada da
seguinte maneira:
Nicodemos — “Rabi, nós sabemos que o senhor é um mestre que Deus
enviou, pois ninguém pode fazer esses milagres se Deus não estiver com ele.” No
entanto, você e seus discípulos afirmam: “O Reino dos céus está próximo”, mas
vocês não têm exército ou poder! Quando e como esse Reino será estabelecido?
Jesus — Eu posso responder a sua pergunta sobre o Reino, mas ainda assim
você não entenderia. “Em verdade, em verdade, te digo: quem não nascer† do alto
não pode ver‡ [conhecer ou estar familiarizado com] o Reino de Deus.”

† A palavra grega é gennao, de número 1080 na Concordância de Strong. Pode ser traduzida por “gerar” ou “nascer”,
de acordo com o contexto. Ambos os conceitos estão incluídos, pois um nascimento indica uma geração prévia, e

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Nicodemos, mesmo os meus discípulos têm muito a aprender sobre o Reino
que estão proclamando! Não posso dizer-lhes mais pelo mesmo motivo que não
posso dizer a você. Nosso Pai requer obediência à iluminação que alguém já
possui antes que a pessoa receba mais luz.
Aqueles dignos de compartilhar esse Reino precisam caminhar pela fé — às
vezes vendo apenas com clareza o próximo passo adiante.
Nicodemos — Mas o que você quer dizer? “Como alguém pode ser gerado,
sendo velho? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra
vez?” Percebo que seus discípulos, como João Batista, pregam e batizam em
água regularmente. Será que esse batismo é um nascimento simbólico, de alguma
forma necessário para ver ou entrar no seu Reino?
Jesus — Nossa nação é uma nação consagrada, batizada em Moisés, “no
mar” e “na nuvem” quando eles deixaram o Egito. (1 Coríntios 10:1, 2) Deus
aceitou nossa nação em Moisés como mediador do nosso pacto no Sinai. Mas
esse pacto foi esquecido. Muitos são abertamente pecadores, outros são hipócritas
autojustos. É por isso que João e meus discípulos pregam o arrependimento!
Mas é preciso mais do que isso. Você também precisa ser gerado e nascer do
espírito, para ver meu Reino. O arrependimento o levará de volta a uma condição
justificada — então você poderá me reconhecer como o Messias, o Moisés maior.
Quando alguém me recebe, e consagra sua vida para fazer a vontade de Deus, este
é gerado para uma nova vida por nosso Pai. Depois de se desenvolver como uma
nova criatura, ele “nascerá” na primeira ressurreição. Então será capaz de ver o
Reino, bem como de fazer parte dele.
A mudança para esse novo nascimento do Espírito é realmente grandiosa,
Nicodemos. O que nasceu do Espírito é espírito. Deixe-me ilustrar: “O vento
assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde
vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (João 3:8) Na ressurreição,
eles “entrarão” ou se tornarão parte da administração do Reino. Eles serão como
o vento — poderosos, mas invisíveis.
Nicodemos — Como isso pode ser? Seres invisíveis?
Jesus — Veja bem, Nicodemos, certamente como um fariseu bem instruído,
você sabe que seres espirituais podem estar presentes, mas invisíveis. Lembre-se
de Eliseu e seu servo, bem como da jumenta de Balaão. Os seres espirituais estavam
presentes, mas de modo invisível. Os anjos são seres espirituais invisíveis. Como
eu disse, a menos que um homem seja gerado de cima, ele não pode entender o
Reino de Deus.
Para se tornar um coerdeiro comigo nesse Reino, você deve seguir a luz passo
a passo. Você reconhece que sou um mestre enviado por Deus, mas com todas as
minhas pregações e milagres, você não agiu de acordo com sua fé por se tornar
abertamente um dos meus seguidores. Se o que eu lhe ensinei com ilustrações
terrenas, como o vento, não lhe trouxe compreensão ou convicção, então “como
uma geração leva a um nascimento. Quando a palavra gennao está associada a um agente masculino, geralmente
significa “gerar” — mas quando está associada a um agente feminino, geralmente é traduzida por “nascer”. (Assim,
em 1 João 2:29; 3:9; 4:7; 5:1, 18 deve ser traduzida por “gerar”, pois Deus, masculino, é o agente ativo.) No entanto,
às vezes a tradução depende, em vez disso, da natureza da ação. Assim, quando é usada com ek, que significa de ou
fora de, deve ser traduzida por “nascer”. (Como em João 3:5, 6, “da água”, “da carne”, “do Espírito”.)

‡ A palavra grega para “ver” aqui é eido, palavra de número 1482 na Concordância de Strong. “Ver” (literalmente ou
figurativamente), no sentido de “saber”, “adquirir conhecimento de”. Note, por exemplo, “considerar”, em Atos 15:6.

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você acreditará se eu lhe disser coisas celestiais?” (versículos 12, 13) Eu sei do
que falo, pois eu desci do céu e ninguém subiu ao céu. O conhecimento das coisas
celestiais só pode ser recebido com o engendramento do Espírito. E as coisas
celestiais propriamente ditas só podem ser vivenciadas quando se “nasce” como
um ser espiritual. (versículos 3, 6)

O Reino é agora um “Pequeno Rebanho”

Jesus como o Messias primeiro ofereceu a participação em seu Reino para


“os seus”, isto é, a nação judaica (João 1:11, 12), mas apenas um “remanescente”
de Israel aceitou o convite. (Romanos 11:5) Mais tarde, após sua ressurreição, a
chamada foi estendida aos gentios por ocasião da conversão de Cornélio. Ainda
assim, mesmo depois de incluir os gentios, é apenas um “Pequeno Rebanho” que
apreciará o privilégio de serem coerdeiros no Reino de Deus. (Lucas 12:32)
Hoje, mais de um terço do mundo é chamado de cristão. Mas a maioria desses
é “joio”, não o verdadeiro “trigo” do rebanho do Senhor. O Reino de Deus não
é composto de joio. No entanto, existe uma obra que a graça realiza agora no
coração dos crentes, dentro da verdadeira Igreja. E, em certo sentido, a verdadeira
Igreja é agora o Reino de Deus.
Mas, por fim, o Reino se tornará mundial. Cristo governará “de mar a mar,
e desde o rio até às extremidades da terra” (Salmo 72:8), “todos os domínios o
servirão, e lhe obedecerão” (Daniel 7:27), pois, ‘ao nome de Jesus se dobrará todo
o joelho’. (Filipenses 2:10)
Agora, o “príncipe deste mundo” governa um reino de “trevas”. (João
16:11; Colossenses 1:13) Mas, quando o Reino de Deus for estabelecido,
Satanás estará completamente amarrado “para que não mais engane as
nações”. (Apocalipse 20:3) Então o Reino ficará estabelecido “com poder e
grande glória”. (Mateus 24:30) O conhecimento da verdade se tornará mundial
(1 Timóteo 2:4; Jeremias 31:34), e todos reconhecerão a justa autoridade de
nosso Senhor Jesus. (Isaías 25:9)

O Reino é estabelecido no retorno de Jesus

As parábolas de nosso Senhor Jesus ensinam claramente que o Reino é


estabelecido após o retorno de Cristo. No início, os discípulos “pensavam que
o Reino de Deus ia se manifestar imediatamente”, então Jesus lhes contou uma
parábola para explicar que haveria uma longa espera. “Certo nobre partiu para uma
terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois.” (Lucas 19:11, 12)
Para nós, que esperamos reinar com Cristo, a promessa é: “Sê fiel até a morte,
e darte-ei a coroa de vida” — não nesta vida, mas na próxima. (Apocalipse 2:10;
5:10) Somente “se sofrermos” com Jesus é que “também com ele reinaremos”. (2
Timóteo 2:12)
Em contraste, a igreja nominal muitas vezes busca a amizade com o mundo.
Consideram a prosperidade temporal como sendo evidência do favor de Deus.
Jesus advertiu: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!”
(Marcos 10:23) Tiago disse: “Deus escolheu os pobres deste mundo para serem
ricos na fé e para possuírem [herdarem] o Reino que ele prometeu aos que o
amam.” (Tiago 2:5, NTLH)
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O reino embrionário está agora em preparação

Atualmente, a verdadeira Igreja ainda não é o Reino de Deus estabelecido em


poder e glória, mas é apenas em sua condição embrionária, desenvolvendo a fé,
o conhecimento, a paciência e o amor. Se nós nos ‘empenharmos ainda mais para
consolidarmos o [nosso] chamado e a eleição’, então receberemos uma entrada
abundante “no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. (2 Pedro
1:10, 11, NVI)
Jesus é nosso rei agora, e aceitamos seu senhorio agora. Nesse sentido, já
fomos transportados “para o reino do Filho do seu amor”. (Colossenses 1:13)
Paulo se refere ao reino de maneira semelhante: “O reino de Deus é... justiça, e paz
e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17) Esses textos referem-se às bênçãos
que desfrutamos agora. Mas com o tempo, quando a Igreja estiver completa em
glória, o Reino de Deus se estenderá ao mundo inteiro, sob o reinado de Cristo e
sua Igreja.
As promessas de honra no Reino e a herança com Cristo são fortes incentivos
para mantermos a fidelidade debaixo das atuais tribulações e perseguições.
Como as cartas para as igrejas em Apocalipse afirmam repetidamente, apenas os
vencedores na vida atual ganharão as honras do Reino na próxima vida. “E ao que
vencer... eu lhe darei poder sobre as nações.” (Apocalipse 2:26; 20:6) “Ao que
vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci,
e me assentei com meu Pai no seu trono.” (Apocalipse 3:21)

O reino mundano e prematuro

A natureza humana busca evitar o sofrimento e está sempre pronta para agarrar
a honra e o poder. Mesmo nos dias dos apóstolos, alguns começaram a reivindicar
para a vida presente, as honras que receberiam no futuro. “Vocês já têm tudo o que
querem! Já se tornaram ricos! Chegaram a ser reis — e sem nós! Como eu gostaria
que vocês realmente fossem reis, para que nós também reinássemos com vocês!”
(1 Coríntios 4:8, NVI) Em resultado, ficavam mais próximos do orgulho e longe
do sacrifício
Enquanto isso, Paulo e outros fiéis ainda eram ‘loucos por causa de Cristo...
desprezíveis... temos chegado a ser considerados lixo do mundo’. (1 Coríntios
4:10-17, ARA) Se o reinado prometido tivesse começado, Paulo argumentou, por
que ele não estava reinando também? Os santos não reinarão nesta vida. Eles
recebem a autoridade real quando são ressuscitados. “Desde agora, a coroa da
justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:8)
A Igreja primitiva sofreu muita perseguição sob a Roma pagã, mas depois
de terem fielmente sofrido muita tribulação, teorias começaram a ser difundidas
afirmando que a missão da Igreja era conquistar o mundo, estabelecer o Reino e
governar as nações antes do retorno do Senhor. Concessões ao paganismo foram
feitas para facilitar a vida do cristão. Isso os levou a realizarem grandes e pomposas
cerimônias para impressionar o mundo. O campo de trigo plantado por Jesus e seus
apóstolos ficou coberto pelo falso trigo: o “joio”. (Mateus 13:24-30, 36-42)
Aos poucos, a Igreja ia aumentando sua autoridade secular. Durante o quarto
século, começou a unir-se aos reis da terra, em vez de esperar o retorno de Cristo.
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Por séculos, o próprio papado coroou e destronou reis da Europa, e suas várias
“filhas” protestantes procuraram imitar sua influência política. Esses sistemas
também têm mais ou menos alegado que o reinado da Igreja está em progresso.
Infelizmente, quando Cristo retorna para ‘estar à porta’ [figurativamente], ele
encontra a igreja nominal pensando que é “rica”, embora esteja espiritualmente
‘pobre, cega e nua’. (Apocalipse 3:17-20)
Qualquer observador ponderado pode notar a grande diferença entre o
conceito da cristandade, que busca riquezas e autoridade terrenas, e os ensinos de
Jesus e dos apóstolos, de que o Reino e suas honras são alcançados após o retorno
de Cristo e nossa ressurreição para a glória.

As duas fases do Reino de Deus

O Reino de Deus não vem primeiro com demonstração externa ou “de


modo visível”. (Lucas 17:20, NVI) A parte espiritual sempre será invisível para
o homem. Quando estiver totalmente estabelecido, no entanto, o Reino também
incluirá uma fase visível terrestre. A presença e o poder da fase espiritual serão
então conhecidos principalmente por meio da sua representação humana.
Os que pertencem à fase espiritual do Reino são os santos vencedores da
Era Evangélica — o Cristo, Cabeça e Corpo — glorificados. Sua ressurreição é a
“primeira ressurreição” porque precede à de todos os demais e também porque,
por meio deles, todos os demais serão abençoados.
“Eles ressuscitaram e reinaram com Cristo durante mil anos. (O restante dos
mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos.) Esta é a primeira
ressurreição. Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A
segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e
reinarão com ele durante mil anos.” (Apocalipse 20:4-6, NVI)
A frase em itálico, “o restante dos mortos não voltou a viver até se
completarem os mil anos”, foi acrescentada em algum momento durante o século
5º. (A frase não é encontrada nos manuscritos gregos mais antigos e confiáveis
— o Sinaítico, Vaticano #1209 e #1160, nem o Siríaco.) Pelo visto, foi copiada de
uma nota marginal e acidentalmente inserida no texto, e não é uma parte autêntica
das Escrituras, pois nenhum manuscrito datado como anterior ao século 5º a
contém. Além disso, essa frase contradiz o claro testemunho das Escrituras de
que o propósito da Era Milenar é dar a todos uma oportunidade plena para a vida
novamente, incluindo os mortos das eras passadas, que precisam ser levantados
durante o Milênio para terem essa oportunidade.
Aqueles que voltam “a viver” para reinar alcançam a “primeira ressurreição”.
Todo o restante da humanidade será ressuscitado durante — não após — o Reino
Milenar, com a finalidade de sua restauração. Sua ressurreição (Strong #386
anastasis, “levantar-se novamente”) será um levantamento gradual para recuperar
a plenitude de vida perdida pelo pai Adão, no Reino Terrestre.

Os Antigos Dignitários serão ressuscitados como líderes

Os “Antigos Dignitários”, ou “Dignos da Antiguidade”, são aqueles homens


e mulheres de fé que viveram antes de Cristo abrir um “novo e vivo caminho”

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para a “glória, honra e imortalidade”. (Hebreus 10:20; Romanos 2:7, NVI)
Pessoas como Abel, Noé, Abraão, Sara, Moisés, Sansão, Davi, Samuel, Raabe
e os profetas estão incluídas nesse grupo. “E todos estes, tendo tido testemunho
pela fé, não alcançaram a promessa.” (Hebreus 11:39) Quais homens e mulheres
de fé comprovada, eles não serão levados a julgamento novamente, mas serão
levantados como seres humanos perfeitos no início do Reino.
Sua liderança e exemplo inspirarão o mundo. Serão modelos de perfeição
para o mundo observar. À medida que a humanidade for levantada de seus túmulos
com suas deficiências e desafios, verão o potencial da vida perfeita exibida nos
Antigos Dignitários. Esses serão os representantes humanos do reino celestial de
Deus na Terra.
Não temos informações explícitas sobre a maneira exata em que essas duas
fases do reino celestial operarão, mas sabemos que, após a remoção final dos
reinos deste mundo e a prisão de Satanás, esses agentes divinamente honrados de
Deus conduzirão o mundo a um futuro melhor. O mundo aprenderá rapidamente
a cooperar com eles, seguir sua liderança e progredir no “caminho da santidade”.
(Isaías 35:8, NVI )
Os Antigos Dignitários, por serem homens perfeitos, estabelecerão um
governo perfeito. Trabalhos educacionais e beneficentes bem planejados
promoverão todos os aspectos do bem-estar humano. A riqueza do mundo se
multiplicará e será distribuída de forma equitativa entre todos os que cooperarem.
Os Antigos Dignitários se basearão na sabedoria de cima, e a raça humana será
elevada, passo a passo, de volta à vida, à saúde, à bênção e, por fim, à perfeição.
Visto que as pessoas terão a lei de Deus escrita “no seu interior... no seu
coração” (Jeremias 31:33), todos os desejos e ambições nobres serão gratificados.
Tudo será glorioso e satisfatório. Quando o trabalho de restituição estiver
terminado, ao fim dos mil anos, toda a raça humana será aprovada, sem mácula
nem ruga, na presença de Deus — exceto os poucos incorrigíveis, que serão
removidos. (Mateus 25:46; Apocalipse 21:8)
A obra e os esforços dos Antigos Dignitários nunca serão esquecidos pela
humanidade que será eternamente grata. Eles brilharão como “as estrelas, para
todo o sempre” e serão mantidos em memória eterna. (Daniel 12:3, NVI; Salmo
112:6) Os santos em glória “resplandecerão como o sol”. (Mateus 13:43) As honras
do céu e da Terra serão colocadas aos pés de Cristo e sua classe celestial da “noiva”,
e eras de eternas bênçãos virão a seguir. (Romanos 8:18; Efésios 2:7-14)

Primeiro as “estrelas”, depois a “areia”

Desde que Abraão recebeu a promessa, ficou subentendido que Deus pretendia
estabelecer uma fase celestial e outra terrena do Reino. “Multiplicarei a tua
descendência como as estrelas dos céus [promessa espiritual], e como a areia que
está na praia do mar [promessa terrena]... e por meio dela [a descendência] serão
benditas todas as nações da terra.” (Gênesis 22:17; 26:4) Abraão provavelmente
entendeu apenas as promessas terrenas, mas Deus também tinha em mente as
superiores promessas celestiais — era um favor duplo.
O Pacto Abraâmico foi a raiz dessa promessa. A partir dessa raiz cresceu o
Israel carnal, mas depois os crentes gentios também foram enxertados, quando os

93
ramos naturais foram cortados por causa da incredulidade. (Romanos 11:17-21,
25-32) Os ramos espirituais são desenvolvidos durante a atual Era Evangélica,
mas também haverá ramos terrestres que se desenvolverão durante a Era Milenar.
Ao passo que o Israel natural, ou seja, os ramos que cresceram durante a Era
Judaica, apareceram primeiro, os ramos espirituais da Era Evangélica recebem a
maior honra e glória no Reino. Assim, “os primeiros serão últimos, e os últimos
serão primeiros”. (Mateus 19:30)
As promessas terrenas feitas aos Antigos Dignitários não podem se cumprir
até que as promessas mais elevadas feitas à semente celestial estejam concluídas.
“Todos estes [Antigos Dignitários] morreram na fé, sem terem recebido as
promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as... Provendo
Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem
aperfeiçoados.” (Hebreus 11:13, 39, 40)
Após Jesus ter sacrificado sua vida na cruz do Calvário, ele foi altamente
exaltado em glória celestial. A Igreja vencedora junta-se a ele primeiramente
nos sofrimentos e sacrifícios, e depois, na glória. Como “herdeiros conforme a
promessa” de Abraão, eles recebem a principal benção. (Gálatas 3:29) Então,
quando a classe celestial estiver completa, as bênçãos de Deus fluirão por meio
deles para todos os outros.

Israel — uma “luz para as nações”

As bênçãos do Reino fluirão por meio de Israel, o canal terrestre. Muitas


profecias que se relacionam com a proeminência dessa nação no plano de Deus
giram em torno desse fato.
♦ “E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas,
e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e
lhes comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados
da sua terra que lhes dei, diz o SENHOR teu Deus.” (Amós 9:14, 15)
♦ “Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares
a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres
a minha salvação até à extremidade da terra.” (Isaías 49:6)
♦ “E há de acontecer, ó casa de Judá e ó casa de Israel, que, assim como fostes
uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção.”
(Zacarias 8:13, ARC)
♦ “Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão
de fruto a face do mundo.” (Isaías 27:6)
♦ “Muitos povos e poderosas nações virão a buscar em Jerusalém a Jeová dos
exércitos... pegarão dez homens de todas as línguas das nações, sim, pegarão da
orla do vestido daquele que é judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos
ouvido que Deus é convosco.” (Zacarias 8:22, 23, TB)

Os filhos de Israel serão os primeiros no Reino a reconhecerem e cooperarem


com os pais da fé — Abraão, Moisés, Davi e outros — que serão “príncipes sobre
toda a terra”. (Salmo 45:16) “E te restituirei os teus juízes, como foram dantes; e
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os teus conselheiros, como antigamente; e então te chamarão [Jerusalém] cidade
de justiça, cidade fiel.” (Isaías 1:26)
Israel, por ter sido treinado sob a Lei, com uma herança de respeito pelos
Antigos Dignitários do Velho Testamento, estará preparado para uma rápida
aceitação do Reino, com suas novas leis e governantes. Por serem filhos dos
patriarcas, a quem os pactos de Deus foram dados, terão o privilégio especial de
representar o Reino de Deus perante o mundo.

Jerusalém — a “Cidade da Paz”

Jerusalém, “a cidade do grande Rei”, foi a sede do império no reino típico


de Deus, e será novamente quando o Reino de Deus for estabelecido durante o
Milênio. (Salmo 48:2; Mateus 5:35)
A Igreja completa, pronta para governar com Cristo para abençoar o mundo,
é retratada em Apocalipse 21:2 como “a cidade santa, a nova Jerusalém, que
descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu
marido”. (Nova Versão Internacional)
Assim, a “Jerusalém” de cima e a Jerusalém de baixo, constituem as duas
fases de um mesmo Reino Celestial para governar o mundo. Será o governo que
Abraão buscou, “a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador
é Deus”. (Hebreus 11:10, ARM) Esse governo é fundado sobre a “rocha” da justiça
de Cristo, o valor do resgate que ele pagou pelo homem e a firmeza da justiça
divina que, assim como anteriormente não poderia desculpar os culpados, agora
não pode mais condenar os redimidos. (Romanos 8:31-34; 1 Coríntios 3:11)
Como é gloriosa a Cidade da Paz, cujos “muros” significam “Salvação” (Isaías
60:18) e que oferece proteção e benção a todos os que nela entram, e cuja fundação
se baseia na justiça que nunca será abalada! À medida que as pessoas andarem
pelo elevado “Caminho da Santidade” rumo à perfeição no Reino, elas se tornarão
“reis”, soberanos da Terra como Adão era. “As nações andarão em sua luz, e os
reis da terra lhe trarão a sua glória.” (Apocalipse 21:24-26, NVI) João, em sua
visão, observou o povo caminhando à luz da Nova Jerusalém, mas ninguém que a
pudesse macular por meio de engano ou injustiça poderia entrar. Não importa quão
bons ou quão maus tenham sido na vida presente, todos terão a oportunidade de
herdar o Reino. Mas cada um deles será primeiro completamente testado e provado
antes de receber o convite: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo.” (Mateus 25:34)
À medida que as pessoas se voltarem para a justiça e forem preenchendo o
Reino, ele se expandirá para ocupar o mundo. A “Nova Jerusalém” que vem do
céu permite que o mundo redimido entre por seus portões, e, portanto, se expande
para incluir também todo o Reino da Terra. Assim, a “Jerusalém” mencionada
pelos profetas tem uma aplicação ampla.
Muitas profecias do Antigo Testamento usam a cidade de Jerusalém para
simbolizar as futuras glórias e o esplendor do reino de Deus estabelecido na Terra.
♦ “Clamai cantando, exultai juntamente, desertos de Jerusalém; porque o
SENHOR consolou o seu povo, remiu a Jerusalém.” (Isaías 52:9)
♦ “Pois vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e seu povo ao júbilo.”
(Isaías 65:18, BAM)
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♦ “Regozijai-vos com Jerusalém, e alegrai-vos por ela... para que... vos deleiteis
com a abundância da sua glória... Eis que estenderei sobre ela a paz como um
rio, e a glória dos gentios como um ribeiro que transborda.” (Isaías 66:10-12)
♦ “Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do SENHOR, e todas as
nações se ajuntarão a ela.” (Jeremias 3:17)
♦ “E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte [Reino] do SENHOR,
à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas
suas veredas; porque de Sião [espiritual] sairá a lei, e de Jerusalém [terrestre] a
palavra do SENHOR.” (Isaías 2:3)

Deus terá misericórdia de todos!

Ao considerar essas belas promessas proféticas para Israel, tenha em mente


que Israel, às vezes, representa o mundo inteiro da humanidade. Seu Pacto da
Lei, que prometeu a vida pela obediência, apontou para um “Novo Pacto” para
o mundo durante a Era Milenar e além. O sangue da expiação oferecido pelo
sacerdócio de Israel representava os “sacrifícios melhores” (Hebreus 9:23) e as
bênçãos trazidas pelo Sacerdócio Real — Cristo e sua Igreja.
A Lei foi dada a Israel para ser um tutor que os prepararia para aceitar a
Cristo. (Gálatas 3:24) Apesar de ter conduzido apenas um remanescente deles no
primeiro advento, no segundo advento conduzirá Israel como um povo ao Senhor.
Israel será um primeiro fruto entre as nações no Reino. Sob esse governo, Deus
“recompensará cada um segundo as suas obras... glória, porém, honra e paz a
qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; porque,
para com Deus, não há acepção de pessoas”. (Romanos 2:6, 10, 11)
Quando Jesus veio, Israel não conseguiu o que buscava — proeminência no
favor e serviço divinos. “O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos
o alcançaram, e os outros foram endurecidos.” (Romanos 11:7) Israel, como
um todo, não conseguiu entender o chamado para a glória celestial e a herança
com Jesus, portanto, Deus ampliou o chamado e “visitou os gentios, para tomar
deles um povo para o seu nome.” (Atos 15:14) Mas mesmo entre os gentios são
poucos os que têm respondido. Alguns poucos, por meio da obediência e do auto-
sacrifício, estão “confirmando o chamado e a eleição” deles. (2 Pedro 1:10, KJA)
Apenas alguns realmente se tornam parte do Pequeno Rebanho.
Muitos dos ramos naturais foram quebrados por causa de incredulidade, e nós
também devemos ficar alertas. “Não te vanglories... mas teme, porque se Deus
não poupou os ramos naturais, nem a ti poupará” (Romanos11:18-21, BJ) Quanto
ao povo judeu, apesar dos muitos ramos quebrados, a eleição de Deus continua
valendo. Israel ainda terá um papel especial no Reino. “Quanto ao evangelho, são
inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque
os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.” (Romanos 11:28, 29)
Deus é capaz de “enxertá-los novamente”. (Romanos 11:23, 24) Israel perdeu
a bênção principal das promessas celestiais, que estavam escondidas entre as
promessas terrenas. Mas aquelas grandes promessas terrenas ainda são válidas.
Israel ainda prestará um serviço maravilhoso ao mundo durante o Milênio.
A “cegueira” de Israel — a “dureza de coração” (Romanos 2:5) — é apenas
temporária. Quando o pleno número da Igreja dos gentios estiver completo,
96
então Israel será salvo pelo Cristo — Cabeça e Corpo — que “desviará a
impiedade de Jacó”. Deus terá misericórdia de todos, abençoando o mundo dos
gentios por meio da Igreja glorificada de cima, e por meio de Israel, liderado
pelos Antigos Dignitários.
“O endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios
haja entrado; e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades; e este será o meu pacto com eles,
quando eu tirar os seus pecados... [Eles são] amados por causa dos pais. Porque
os dons e a vocação de Deus são irretratáveis... estes agora foram desobedientes,
para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada... Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão
insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Romanos
11:25-33, ARM)

Jerusalém em dois montes

“Quem subirá ao monte de Jeová? E quem estará no seu santo lugar? Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração.” (Salmo 24:3, 4, TB)
Jerusalém foi construída em uma região com duas elevações, com o vale do
Tiropeom no meio. Era uma cidade com um muro e pontes conectando as duas
partes. Em um dos montes estava o Templo, simbolizando o serviço sacerdotal da
Igreja glorificada. O outro monte pode ser entendido como representando a fase
terrestre do Reino.
Era uma honra estar na cidade, e uma honra ainda maior subir ao monte
com o Templo sagrado, onde os sacerdotes desempenhavam suas funções. “Mãos
limpas e um coração puro” são necessários para alcançar qualquer uma das honras
— seja o chamado celestial agora, ou o chamado terrestre durante o Milênio.
Aqueles que aspiram fazer parte do Sacerdócio Real, do Reino Celestial,
“não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Romanos 8:1) Os Antigos
Dignitários, que servirão no Reino Terrestre, também amavam a justiça, odiavam
a iniquidade e se entristeciam quando eram vencidos pela fraqueza. Durante o
Milênio, quando o espírito de Deus, o espírito da verdade, for derramado sobre
“toda a carne” (Atos 2:17), a humanidade também precisará buscar diligentemente
a pureza de coração para terem o direito de entrar na cidade — o reino preparado
para eles desde a fundação do mundo (Mateus 25:34) — o domínio original da
Terra restaurado.

Uma regência de ferro

Nem todos, no entanto, ficarão satisfeitos ao verem o Reino com suas leis
restritivas. “E com vara de ferro as regerá.” (Salmo 2:6-9; Apocalipse 2:27) A
liberdade para defraudar, abusar, deturpar, enganar ou machucar o próximo será
interrompida. Mesmo a liberdade de auto-indulgência para cometer abusos contra
si mesmo será removida. “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo
monte.” (Isaías 11:9) Todas as instituições atuais fundadas em princípios errados
serão destruídas. A corrupção de todo tipo será exposta e eliminada. “Farei juízo a
regra, e justiça o prumo. A saraiva [julgamento justo] varrerá o refúgio de mentiras
e as águas [verdade] inundarão o esconderijo.” (Isaías 28:17, TB; Mateus 10:26)
97
Muitos se rebelarão contra o governo perfeito e equitativo, porque estão acostumados
a dominar ao próximo. “Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo
em vista a miséria que lhes sobrevirá.” (Tiago 5:1-6, NVI) Muitas e severas serão
as “chicotadas” (Salmo 89:32, BV), que os que levam atualmente uma vida de
auto-indulgência e gratificação precisarão receber sob esse reinado antes que as
lições da justiça sejam aprendidas. Mas a liberdade para fazer o bem, qualquer
que seja sua forma, será imediatamente recompensada. Sob o reinado de Cristo,
a grande maioria aprenderá a amar a justiça e a viver para sempre. Ainda assim,
alguns poderão se recusar a agir de acordo com a equidade, a justiça e a retidão do
Reino. Esses serão ‘exterminados dentre o povo’. (Atos 3:23)

O Reino eterno

“E o SENHOR [Jeová] será rei sobre toda a terra naquele dia.” (Zacarias
14:9) O Reino pertence a Jeová.
No entanto, durante o Milênio, o reino estará sob o controle direto de Cristo.
Após a Segunda Guerra Mundial, as nações agressoras foram temporariamente
ocupadas até que governos democráticos responsáveis fossem estabelecidos.
Será semelhante com o mundo durante a Era Milenar. O reinado de Cristo
sobre os assuntos da Terra será por um tempo limitado e para um propósito
específico, e terminará assim que esse propósito for alcançado.
O homem abriu mão de seus direitos por meio da rebelião. Deus redime esses
direitos por meio de Cristo, e os restaura ao homem — mas Ele exige que o homem
trabalhe em prol de sua própria recuperação. Para administrar este processo, é
preciso um governo forte e perfeito, e Cristo recebeu o privilégio de liderar esse
governo. “Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam
postos debaixo de seus pés.” Daí, Jesus o entregará de volta a Deus, “a fim de
que Deus seja tudo em todos”. (1 Coríntios 15:25-28, NVI) A humanidade então
tratará diretamente com Jeová, assim como era no princípio. A mediação de Cristo
e sua Igreja terá concluído completamente o grande trabalho de reconciliação.
Deus nos aceita hoje exclusivamente pelos méritos do sacrifício resgatador de
Cristo. Mas quando o Reino for entregue a Deus, todas as pessoas serão capazes
de praticar a obediência perfeitamente, tanto na letra quanto no espírito da Lei.
Todos poderão permanecer irrepreensíveis diante de Deus, e receberão o resultado
abençoado: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que
lhes foi preparado desde a criação do mundo.” (Mateus 25:34, NVI)
Naquele tempo, a intervenção especial e o reinado de Cristo e a Igreja sobre
a Terra estarão concluídos. Mas o Reino mais elevado e a honra dada à Noiva, os
coerdeiros de Cristo — “que o próprio Deus, antes mesmo da criação do mundo,
já havia escolhido para a nossa glória” – jamais findarão. (1 Coríntios 2:7; Efésios
1:4) Jesus com sua Noiva sempre compartilharão de crescente glória. Que obras
maravilhosas em outros mundos de nosso infinito Universo aguardam o poder
desse agente altamente exaltado de Jeová!
Até lá, enquanto os problemas do mundo aumentam, toda a criação geme
e aguarda. Esperam por esse Reino, pela “manifestação dos Filhos de Deus”.
(Romanos 8:19, 22) Somente o Reino de Deus aniquilará o mal, curará e abençoará
a todos. “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
98
♦ ESTUDO QUINZE ♦
O DIA DO SENHOR

O “Dia do Senhor” [Jeová] é o período de tempo em que o Reino de Deus é


gradualmente estabelecido sob Cristo, e os reinos deste mundo desaparecem.
Durante esse tempo, o poder e a influência de Satanás diminuem e os lampejos
de todo tipo de verdade, como “relâmpagos”, levam a revoluções e guerras como
nunca antes. (Salmo 97:1-4) O resultado é “uma grande tribulação, tal como não
houve desde o princípio do mundo até agora”. (Mateus 24:21, BJ; Daniel 12:1)
É chamado de “Dia de Jeová” porque, embora Cristo esteja presente com título
régio e poder, a obra que ele realiza nessa ocasião é mais na função de General de
Jeová, subjugando todas as coisas, do que na função de Príncipe da Paz, abençoando
o mundo. Mas por fim, todos reconhecerão a Cristo como o Rei dos Reis.
Os profetas representam esse período de transição como a obra de Jeová para
estabelecer o domínio de Cristo. “Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá
um reino.” (Daniel 2:44, NVI) “O Ancião de Dias se assentou... e fizeram chegar até
ele... um como um filho do homem, e foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino,
para que todos os povos, nações e línguas o servissem.” (Daniel 7:9, 13, 14, 27) “Eu
te darei os gentios por herança.” (Salmo 2:8) Quando Jesus alcançar plenamente o
objetivo de seu reinado, “então também o mesmo Filho se sujeitará àquele [o Pai]
que TODAS AS COISAS LHE SUJEITOU”. (1 Coríntios 15:28)
Esse tempo também é chamado de “Dia da Vingança do nosso Deus” e um
“Dia da Ira”. (Isaías 61:2; 63:1-4; Salmo 110:5) A ira de Deus não é causada
por maldade divina, mas é resultado da violação das Suas justas leis de justiça
para o bem de todos. Israel — os descendentes de Abraão — violaram a Lei
escrita de Deus e sofreram as consequências. Os gentios também violaram a lei
da “consciência”. Assim, tanto os judeus quanto os gentios têm armazenado para
si mesmos a ira em conexão com a “revelação do juízo justo de Deus”. (Romanos
1:28, 29; 2:1-16) No entanto, esse ato corretivo de Deus para introduzir o Reino
Milenar de Cristo mostrará ser uma bênção notável para todo o mundo.

Tribulação — um resultado natural do pecado

Em certo sentido, a ira de Deus é resultado do desrespeito do homem às


instruções justas de Jesus, que reprova “o mundo do pecado”. (João 16:8) Mas por
outro lado, a vindoura tribulação é apenas uma consequência natural e legítima
do pecado. A humanidade geralmente negligencia o conselho das Escrituras e a
influência do Espírito Santo que opera por meio do povo de Deus. O tempo de
tribulação é uma repreensão por causa dessa negligência.
O convite de Deus à Igreja é que ela se sacrifique com Cristo (Romanos 12:1)
— mas sua mensagem para o mundo foi mais simples. “Guarda a tua língua do
mal, e os teus lábios de falarem o engano. Aparta-te do mal, e faze o bem; procura
a paz, e segue-a.” (Salmo 34:13, 14) Mas poucos prestam atenção a qualquer
99
uma dessas mensagens. Os santos que se sacrificam com Cristo são relativamente
poucos. As pessoas do mundo muitas vezes buscam riquezas, honra e poder, não
importando o que tenham de fazer para alcançar essas coisas.
A tribulação do Dia de Jeová poderia ter sido evitada por se observar os
princípios da Lei de Deus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração...
e o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37-39) Mas a mente depravada
ou carnal se opõe a essa lei de Deus e, como consequência natural, a humanidade
colherá aquilo que foi semeado: tribulação.
Ao longo dos séculos da História da humanidade, muitas vezes o egoísmo e o
poder têm governado. Somente sob o domínio poderoso do Messias com “cetro de
ferro” (Apocalipse 19:15) é que a humanidade aprenderá os benefícios superiores
de serem governados pela justiça e o amor. Então haverá uma mudança interna no
homem. “Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.”
(Ezequiel 36:26, 27, NVI)

História da ganância e da opressão

A mudança do amor divino para o egoísmo se originou com a expulsão


de Adão e Eva de seu lar no Éden. Então, em vez de ter tudo abundantemente
fornecido, Adão foi condenado a trabalhar — “No suor do seu rosto comerás o
teu pão.” (Gênesis 3:19) A sobrevivência tornou-se a força motriz da humanidade,
diminuindo, de modo geral, seu exercício das mais nobres qualidades mentais.
Além da necessidade, o homem tornou-se ganancioso, apossando-se do “Mamom”
(deus) da riqueza e do luxo. (Mateus 6:24) E Satanás tem se aproveitado muito
dessa inclinação!
Durante milhares de anos, a ignorância, o preconceito racial e o orgulho
nacional concentraram a riqueza nas mãos de poucas pessoas. Estranhamente,
as massas muitas vezes se orgulhavam da obediência temerosa a esses poucos.
No entanto, ao se aproximar o tempo para Jeová abençoar o mundo por meio da
“restauração de todas as coisas” (Atos 3:21), as pessoas têm sido acordadas para
seus direitos. A luz da educação tem dissipado a ignorância e a superstição e, com
isso, o poder dos déspotas e dos governantes tem sido desafiado.
Desde o fim dos anos 1800, tem havido uma crescente rixa entre os que
controlam os meios de produção e as massas assalariadas. A economia global,
agora abalada com o colapso financeiro mundial, enfrentam falências. Como
resultado, os ricos se aproximam dos governos, ao passo que o desemprego
empurra as classes mais pobres para o socialismo e até a anarquia, por meio dos
quais eles esperam ter uma vida melhor.
Deve-se dar mérito aos ricos de bom coração que, para o bem geral da
população, fazem doações a escolas, hospitais e bibliotecas. No entanto, a tensão
e a amargura continuam a crescer entre as classes ricas e as trabalhadoras. Mas
todas essas coisas ocorrem em preparação para o fim dos sistemas atuais, para que
o Reino de Cristo possa ser estabelecido.

Profecias sobre Babilônia, os ricos e os pobres

Muitas profecias do Antigo Testamento preveem como os sistemas civis,


sociais e religiosos atuais vão deixar de existir. As profecias sobre o Egito,
100
Babilônia e Israel tiveram cumprimentos literais — mas também terão um
cumprimento posterior e maior no Tempo do Fim. Por exemplo, as profecias
sobre Babilônia em Isaías e Jeremias são mencionadas em Apocalipse, muito
depois da Babilônia literal ter sido destruída. (Compare Isaias 47:7-9 com
Apocalipse 18:7-9, e Jeremias 51:63-64 com Apocalipse 18:21.)
Em Apocalipse, “Babilônia” representa claramente a igreja nominal,
chamada de cristandade. (Apocalipse 17:5, 9, 18) O Egito, num quadro maior,
representa o mundo de onde Deus chama Seu povo para que saia dele. O
antigo Israel geralmente representa a humanidade no Reino, beneficiando-se
da expiação por meio de seu Sacerdócio Real. Assim, Deus promete bênçãos
a Israel, pragas ao “Egito” e completa destruição à cristandade nominal que,
‘como uma grande pedra de moinho, é lançada ao mar’. (Apocalipse 16:8;
18:21, NVI)
O apóstolo Tiago descreve esse dia de tribulação como o resultado do
conflito entre o capital e o trabalho, os ricos e os pobres:
“Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo em vista
a miséria que lhes sobrevirá. A riqueza de vocês apodreceu, e as traças
corroeram as suas roupas. O ouro e a prata de vocês enferrujaram, e a ferrugem
deles testemunhará contra vocês e como fogo lhes devorará a carne. Vocês
acumularam bens nestes últimos dias. Vejam, o salário dos trabalhadores
que ceifaram os seus campos, e que por vocês foi retido com fraude, está
clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do
Senhor dos Exércitos. Vocês viveram luxuosamente na terra, desfrutando
prazeres, e fartaram-se de comida em dia de abate. Vocês têm condenado e
matado o justo, sem que ele ofereça resistência.” (Tiago 5:1-6, NVI)
Embora muitas reformas tenham sido feitas para ajudar as pessoas comuns
— organizações de caridade, sindicatos, leis de salário mínimo, etc. — elas
não ajudarão em uma crise financeira global. Visto que o mundo inteiro está
interconectado, o que acontece em um país afeta os outros. Os negócios são
em grande parte feitos à base de crédito, e, por causa disso, eventualmente a
sociedade acabará se desmoronando. À medida que o desemprego aumenta,
as pessoas vão ficando mais desesperadas. Por não ser feita uma reforma
verdadeira, as massas se revoltarão. Aproxima-se rapidamente o tempo em
que, “na terra, as nações se verão em angústia e perplexidade... Os homens
desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo.”
(Lucas 21:25, 26, NVI) A “perplexidade” indica que estão “sem saída”.
Como o profeta Ezequiel (7:10-19, NVI) profetizou: “Chegou a hora,
o dia chegou... pois a [minha] ira está sobre toda a sua multidão. Fora está
a espada, dentro estão a peste e a fome... Atirarão sua prata nas ruas, e seu
ouro será tratado como coisa impura. Sua prata e seu ouro serão incapazes de
livrá-los no dia da ira do SENHOR.”
Embora Jeová use os pobres e sua ira como instrumentos dispostos a
destruir o atual sistema, eles também serão punidos por seu comportamento
injusto. “No dia do sacrifício do SENHOR castigarei os príncipes, e os filhos
do rei... Castigarei naquele dia todo aquele que... enche de violência e engano
a casa dos seus senhores.” (Sofonias 1:8, 9) A vindoura tribulação envolverá
todas as classes da humanidade.
101
O fogo (simbólico) da destruição

Essa destruição eliminará muitos dos ricos no sentido de deixarem de ser


ricos. Sem dúvida, haverá também uma perda de vidas, embora a destruição das
pessoas não seja o objetivo principal.
“O grande dia do SENHOR está próximo... até os guerreiros gritarão
[de amargura]. Aquele dia será um dia de ira, dia de aflição e angústia, dia de
sofrimento e ruína, dia de trevas e escuridão [incertezas e presságios], dia de
nuvens [tribulação] e negridão, dia de toques de trombeta [a simbólica ‘sétima
trombeta’] e gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres
elevadas [clamores conflitantes contra os governos]. Trarei aflição aos homens;
andarão como se fossem cegos [apalpando em incerteza], porque pecaram contra
o SENHOR... Nem a sua prata nem o seu ouro poderão livrá-los no dia da ira
do SENHOR [como anteriormente]. No fogo do seu zelo o mundo inteiro será
consumido.” (Sofonias 1:14-18; Apocalipse 11:15-18)
Sofonias fala posteriormente desse “fogo” da anarquia, e mostra que será
seguido por uma benção de Deus para todos os povos. Assim, as pessoas não
são destruídas. Elas passam pela terrível provação para serem abençoadas
com a verdade “pura” da Palavra de Deus e aprenderem a servir a Deus
“ombro a ombro”.
“Portanto esperai-me, diz o SENHOR, no dia em que eu me levantar para
o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para
sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque
toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. Porque então [depois da
tribulação] darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome
do SENHOR, para que o sirvam com um mesmo consenso [‘ombro a ombro’].”
(Sofonias 3:8, 9)
Essa tribulação já pode ser vista. A Primeira e a Segunda Guerra Mundial
fizeram parte do processo. Quando finalmente todos os santos estiverem reunidos
com Cristo em glória, então ocorrerá o Armagedom. Depois que a tribulação tiver
atingido seu clímax, quando ‘a espada de cada um se voltar contra seu irmão’
(Ezequiel 38:21), Deus acabará com os conflitos e o mundo será ensinado a
obedecê-Lo de forma aceitável.

Linguagem simbólica das Escrituras

Ao estudar as profecias sobre o Dia da Ira, tal como descritas pelo apóstolo
Pedro, é importante compreender a linguagem bíblica dos símbolos:
♦ “Terra” representa a sociedade;
♦ “Montanhas” representam reinos, governos;
♦ “Céus” representam poderes de controle espiritual;
♦ “Fogo” representa a destruição;
♦ “Enxofre” intensifica o significado da destruição pela fumaça mortal que
este emite;
♦ “Mundo” representa uma dispensação de tempo.
Referindo-se aos “velhos céus e terra”, Pedro diz que “pela água o mundo
daquele tempo foi submerso e destruído” no Dilúvio. (2 Pedro 3:6, NVI) É claro
102
que a Terra e os céus literais não foram destruídos — aquela sociedade, sob a
influência dos anjos caídos, é que foi destruída. (2 Pedro 2:4; Judas 6; Hebreus
2:5) “Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.”
(Eclesiastes 1:4) Pedro prossegue dizendo:
“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite [não observado]; no qual
os céus [os atuais poderes do ar sob Satanás] passarão com grande estrondo, e
os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra [sociedade], e as obras que nela há
[riquezas, poder], se queimarão. (...) Os céus, em fogo se desfarão, e os elementos,
ardendo, se fundirão. Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus
[um novo poder espiritual, o Reino de Cristo] e nova terra [uma nova sociedade
baseada na justiça e no amor], em que habita a justiça.” (2 Pedro 3:10-13)
Assim, Pedro (bem como Paulo e João) eram apóstolos e também profetas.
Eles foram movidos a profetizar sobre eventos futuros. Como os profetas do Antigo
Testamento, eles foram guiados em suas palavras e usaram linguagem simbólica.
Deus, em seu próprio tempo, suscitou servos adequados para esclarecer essas
profecias, como Jesus sugeriu que ocorreria. (Mateus 24:45-51, NVI) Agora, o
entendimento dessas profecias é o “alimento no tempo devido” para a família da fé.

O orgulho dos soberbos será queimado

O profeta Malaquias (4:1) fala desse Dia de Jeová usando o mesmo símbolo
do fogo. “Aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos
os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os
abrasará.” Os orgulhosos e os opressores serão grandemente humilhados. Por
fim, durante o Reino Milenar, aqueles que recusarem a disciplina e os benefícios
perecerão com seu orgulho. (Apocalipse 20:7-9)
Enquanto isso, o povo do Senhor é purificado e abençoado. A escória do
erro e do caráter são queimadas e eles são refinados como “ouro e prata”. Mesmo
os cristãos transigentes e orgulhosos que forem capazes de abandonar o orgulho
poderão ser ‘arrebatados do fogo’ (Judas 23), sendo purificados e salvos.
“O mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o
SENHOR dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem
subsistirá [suportar o teste], quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo
do ourives... E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os
filhos de Levi [simbolizando o povo do Senhor], e os refinará como ouro e como
prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça.” (Malaquias 3:1-3)
Claramente, o “fogo” representa uma influência expiatória para um grande
benefício. O apóstolo Paulo também usa o “fogo” referindo-se simbolicamente à
purificação da fé e do caráter do cristão:
“Se alguém constrói [caráter] sobre esse alicerce [sacrifício resgatador de
Cristo], usando ouro, prata, pedras preciosas [verdades divinas e um caráter
igualmente piedoso], [ou usando] madeira, feno ou palha [erros da tradição e um
caráter igualmente instável], sua obra será mostrada, porque o dia a trará à luz;
pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um [2 Pedro
1:5-11]. Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa.” (1
Coríntios 3:12-14, NVI)
Todos aqueles que constroem sobre o “fundamento” do resgate de Cristo, mas
depois se tornam descuidados em sua construção — Deus pode recuperar a tais
103
com misericórdia. “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal
será salvo, todavia como pelo fogo.” (1 Coríntios 3:15) No entanto, aqueles que
persistem em deliberadamente rejeitar a Cristo “uma vez que foram iluminados”
pelo Espírito Santo, “é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento;
pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus”. (Hebreus 6:4-8;
10:26-31, NVI) Eles ficam sujeitos à “segunda morte”. (Apocalipse 20:6)

A tribulação que introduz o Reino

A entrada em vigor do Pacto da Lei no Sinai foi uma representação dramática


da inauguração do Novo Pacto para o mundo, no início do Reino de Cristo.
(Hebreus 12:18-29) Em vez de Moisés recebendo a Lei no Monte Sinai com fogo
ardente, alto som de trombetas e tremores, temos ido com Jesus, o “mediador do
novo pacto” (versículo 24) ao “Monte de Sião”. (versículo 22) A tribulação do Dia
de Jeová é descrita simbolicamente.
“Aquele cuja voz outrora abalou a terra, agora promete: “Ainda uma vez
abalarei não apenas a terra, mas também o céu”. As palavras “ainda uma vez”
indicam a remoção do que pode ser abalado, isto é, coisas criadas, de forma que
permaneça o que não pode ser abalado. Portanto... estamos recebendo um Reino
inabalável.”
Assim, as tempestades, o fogo e a agitação representam a eliminação das
falsas ideias do homem sobre Deus, bem como o conceito da sociedade sobre
o que é bom. Quando a agitação tiver terminado seu trabalho, a noite escura da
tribulação dará lugar ao glorioso brilho do Reino da Justiça que jamais poderá ser
abalado. (Mateus 13:43)
No Livro dos Salmos, o profeta Davi também faz uma descrição vívida e
simbólica do Dia de Tribulação que introduz o reinado glorioso de Jesus.
♦ Salmo 50:3 “Virá o nosso Deus... um fogo se irá consumindo diante dele, e
haverá grande tormenta ao redor dele.”
♦ Salmo 97:2-5 “Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a
base do seu trono. Um fogo vai adiante dele... Os seus relâmpagos iluminam
o mundo; a terra viu e tremeu. Os montes derretem como cera na presença do
SENHOR.”
A tempestade e o fogo também são usados na última profecia da Bíblia, no
livro de Apocalipse, para mostrar que o Dia de Jeová trará tribulação e destruição a
toda forma de maldade. Em um símbolo, aquele Dia é uma “batalha” (Apocalipse
16:14-16); em outro, uma colheita da “videira da terra”, após a qual o Rei dos
Reis pisa o “imenso lagar da ira de Deus”. (14:14, 18-20, KJA) Jesus é retratado
em um “cavalo branco” vencendo. (19:11-16) As três “rãs” coaxantes (16:13), a
“besta” (19:19), “o lago de fogo” (19:20; 20:10, 15†), o “lagar de vinho” (14:19,
20; 19:15) — tudo isso é simbólico.
Em Apocalipse 11:17, 18, o Dia de Jeová é descrito como o tempo em que o
Senhor toma o seu grande poder de reinar: “E iraram-se as nações e veio a tua ira”.

† O símbolo “lago de fogo” é interpretado diretamente para nós, “o lago do fogo... é a segunda morte”. (Apocalipse 20:14)

104
Em Apocalipse 19:15: “Ferirá as nações. “Ele as governará com cetro de
ferro”— não é um cetro literal, mas com rigorosa e exigente justiça. “Castigarei
o mundo por causa da sua maldade, os ímpios pela sua iniquidade. Darei fim à
arrogância dos altivos e humilharei o orgulho dos cruéis.” (Isaías 13:1-11)
A variedade de símbolos utilizados nesses diversos textos nos ajuda a apreciar
melhor todos os aspectos desse grande e notável Dia de Jeová.

O aumento da crise atual

Aquilo que as profecias sobre o fim dos tempos previram está acontecendo
diante de nossos olhos. É verdade que sempre houve problemas no mundo, mas
agora é um tempo de extraordinária tribulação. Ao mesmo tempo em que as
nações estão clamando pela paz, a agitação em todo o mundo tem aumentado em
número e intensidade. De um lado estão as riquezas, a arrogância e o orgulho. Do
outro, a pobreza generalizada e um forte sentimento de injustiça.
Os ricos se sentem justificados porque fornecem emprego para milhares e
assumem riscos comerciais. As pessoas comuns, frustradas com o desemprego e
o aumento do custo de vida, ficam cada vez mais desesperadas. Ambos os lados,
porém, são inspirados por motivos egoístas. As “ondas” do “mar” — as massas
trabalhadoras — estão rugindo e atacando as riquezas da Terra. Felizmente, por
conhecermos o Plano de Deus, as Escrituras nos dão uma sólida esperança:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na
adversidade. Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem
no coração do mar, embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes
sejam sacudidos pela sua fúria. Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a
voz, e a terra se derrete. Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco
e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo. “Parem de lutar! Saibam que eu
sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra.” (Salmo 46:1-3,
6, 9, 10, NVI)
O século passado trouxe uma onda de conhecimento, descobertas e invenções,
e mesmo as pessoas comuns se beneficiaram, embora não de forma igualitária. Os
sindicatos têm beneficiado os trabalhadores. Mas a automação, o avanço da alta
tecnologia e a terceirização para mercados de trabalho mais baratos desafiam o
trabalhador local. Ciclos de superprodução e desemprego trazem tensão quando o
suprimento excede à demanda. Daí, com a diminuição dos lucros, os ricos ficam
angustiados. Por sua vez, os assalariados fazem pressão para que leis de proteção
sejam criadas e, em alguns casos, as demandas trabalhistas acabam em violência.
Corporações gigantes e os cartéis continuam crescendo com o grande
aumento da tecnologia. Em um ambiente de crédito fácil, muitos trabalhadores se
afogam num mar de dívidas. Inicialmente, as bênçãos que eram compartilhadas
por todos chegaram a adiar os conflitos, mas o crescimento e o estouro das
“bolhas” financeiras têm causado uma enorme instabilidade econômica. Não é
difícil imaginar uma crise da qual a economia mundial não possa se recuperar.

Muitas soluções propostas

Muitas são as soluções propostas para o século 21, tanto para os que detêm os
meios de produção quanto para os trabalhadores, mudando do modelo de expansão
105
excessiva e consumismo exacerbado para o downsizing (redimensionamento com
cortes) e a diminuição do consumo.
Os trabalhadores ficam entre a cruz e a espada. A redução da força de
trabalho ou os deixam sem emprego ou sobrecarregados por assumirem a carga
de trabalho dos que perderam o emprego. Os sindicatos têm se esforçado muito, e
com sucesso, para melhorar as condições de trabalho, mas o século terminou com
os sindicatos bastante enfraquecidos, e muitos executivos de companhias com
altíssimos salários e sem impedimentos legais.
Uma solução proposta é que certas indústrias devem se tornar propriedade
das pessoas — operadas por funcionários do governo. No século vinte,
ferrovias ineficientes tornaram-se propriedade do governo, a fim de assegurar
a sobrevivência delas. Mais recentemente, as instituições financeiras dos EUA
estão sendo resgatadas com trilhões de dólares dos contribuintes — com ônus
para o governo.
A população deveria realmente participar mais uniformemente dos lucros e
dos benefícios do avanço tecnológico. No entanto, a manipulação de mercados
financeiros — ações supervalorizadas, hipotecas de alto risco, crédito e seguro com
limites mais amplos que o usual — contribuíram para uma das crises financeiras
mais abrangentes que o mundo já viu. Por que tão extensa? A globalização
interligou os mercados financeiros e os meios de produção em todo o mundo. O
colapso de mercados financeiros de um lado do mundo gera problemas e crise
do outro lado do mundo. A indústria siderúrgica na China, na Rússia e nos EUA
sentiu o peso da desaceleração econômica mundial. Gigantescas corporações
multinacionais que não devem lealdade a país algum, operam praticamente fora
da lei. Reivindicam a proteção de certas jurisdições enquanto abusam das leis de
outras. Trabalhadores que são empregados por multinacionais ou conglomerados
têm pouca defesa contra tais gigantes.
Se a “Regra de Ouro” fosse implementada, logo haveria alívio. “Em tudo,
façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam.” Se os ricos cooperassem
para beneficiar as massas, as pessoas poderiam fazer demandas razoáveis. Mas o
medo da concorrência com outras corporações pode limitar a generosidade de seus
administradores. Se os ricos que têm empatia pelos trabalhadores reduzissem as
horas e aumentassem os salários, seus concorrentes usariam isso para desvalorizá-
los. O desastre financeiro seguiria, primeiro para eles e logo depois para seus
funcionários. A lei de ferro da oferta e da procura trabalham juntas com o egoísmo
fundamental do homem para ditarem as regras.
Com a globalização, alguns mercados de trabalho estão dispostos a trabalhar
mais horas por salários menores. O estilo de vida no Ocidente é sustentado pela
mão de obra barata do Oriente que fornece produtos menos custosos, mesmo que
as opções de emprego no Ocidente sejam, por causa disso, reduzidas. Por sorte,
e notavelmente, essas tensões têm sido absorvidas pela sociedade por muitas
décadas, mas esse estado de coisas não pode continuar indefinidamente.

Os resultados das causas naturais

Assim, vemos as causas naturais da tribulação neste “Dia de Jeová”. O


egoísmo controlará a maioria das pessoas de ambos os lados e os arrogantes
ganharão o controle. Milhares que perderam o emprego ficarão desesperados,
106
haverá resistência às demandas, e o público em geral não confiará no capital.
Por fim, a lei e a ordem serão varridas quando as “montanhas” forem engolidas
nesse “mar” tempestuoso. Tanto a “terra” simbólica (sociedade) como os “céus”
(domínio eclesiástico) serão destruídos. (2 Pedro 3:7) A união da igreja nominal
com os governos da Terra também será destruída simbolicamente pelo “fogo” no
clímax do “Dia de Jeová”. (Apocalipse 18:9)
O grande objetivo dessa tribulação é ensinar à humanidade que, enquanto o
egoísmo estiver no controle, os planos do homem serão inúteis. Quando o homem
cair, ele finalmente olhará para cima. O Reino Milenar de Cristo será um forte e
justo ‘governo com cetro de ferro’. (Salmo 2:7-9; Apocalipse 19:15) Em vez de
colocar um remendo na velha ordem, a humanidade se beneficiará de um “Novo
Pacto” que ‘porá a lei de Deus no seu interior, e a escreverá no seu coração’.
Quando isso for feito, “não ensinarão novamente, cada um seu próximo e cada um
seu irmão, dizendo: “Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde
o menor até ao maior deles, diz o SENHOR; porque lhes perdoarei a sua maldade,
e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” (Jeremias 31:33, 34)
Ninguém escapará completamente da tribulação. Mas os “mansos” que
humildemente buscam a justiça sofrerão menos que os outros — especialmente
com relação ao medo petrificante e a sensação de calamidade iminente. “Buscai
ao SENHOR, vós todos os mansos da terra, que tendes posto por obra o seu juízo;
buscai a justiça, buscai a mansidão; pode ser que sejais escondidos no dia da ira
do SENHOR.” (Sofonias 2:3)
Quando a humanidade estiver desmaiando ‘de terror, apreensivos com o
que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes estiverem sendo abalados
— levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês.’
(Lucas 21:26-28, NVI) Aqueles que entendem o que a Bíblia diz sobre o resultado
posterior da tribulação, se alegrarão.

Repentinas “dores de parto” — mas não 24 horas

O Dia de Jeová não é um dia de 24 horas. É um período de anos na fase final


da atual Era Evangélica. É um período de transição dos reinos deste mundo para
o Reino de Cristo. A tribulação é comparada às dores de parto de uma mulher
prestes a dar à luz e é caracterizada por espasmos de tribulação com intervalos de
paz. Então, os intervalos se tornam mais curtos e a dor mais intensa. A Primeira
Guerra Mundial foi a primeira dessas dores, seguida da Segunda Guerra Mundial,
da Guerra Fria, das crises no Oriente Médio e de crescente agitação, e o clímax
será atingido na batalha do Armagedom. (Apocalipse 16:16-21)
Chegou como “um ladrão de noite” no sentido de que sua aproximação não
foi reconhecida pelo mundo em geral. “Porque vós mesmos sabeis muito bem que
o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz
e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.” (1 Tessalonicenses 5:2, 3)
Com as massas sofrendo de dor, o tecido social da civilização por fim se
rasgará. A lei e a ordem falharão, resultando em anarquia. Essa “grande tribulação,
como nunca houve desde o princípio do mundo”, é difícil, mas Jesus nos assegura
que nunca mais se repetirá. (Mateus 24:21) A velha ordem morrerá, mas nascerá
um lindo “bebê” — o Reino para toda a humanidade! Os “novos céus e nova terra
107
em que habita a justiça” serão eternamente governados pela retidão e pelo amor.
(2 Pedro 3:13)
A libertação de Israel do Egito por meio de pragas ilustra bem o livramento
do mundo por Jesus, o grande líder prefigurado por Moisés. A remoção temporária
das pragas no Egito endureceu o coração de Faraó e aumentou sua resistência.
Do mesmo modo, os períodos intermitentes de paz entre os espasmos das “dores
de parto” atuais (Êxodo 5:4-23; 12:30-33) tendem a aumentar a resistência de
muitos, tornando o próximo golpe mais duro e difícil.
A igreja nominal também recebe “pragas” e é julgada. (Apocalipse 18:7-9)
Na última praga, um “grande terremoto” — uma revolução — irrompe. Nesse
momento, “Babilônia, a Grande” (a cristandade) cai: “E toda ilha [repúblicas] fugiu,
e as montanhas [monarquias] não foram encontradas.” (Apocalipse 16:18-20)

O devido tempo de Deus

Pelo testemunho da Lei e dos profetas — assim como o de Jesus e o dos


apóstolos — vemos que a tribulação do Dia de Jeová já está sobre nós, com o
clímax ainda por acontecer.
Por 6 mil anos, a humanidade tem labutado sob o pecado e a morte, condenada
ao trabalho. “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra.”
(Gênesis 3:19) Essa maldição era para o bem derradeiro da humanidade. Ela
tem protegido os homens de suas próprias tendências pervertidas. Por causa do
pecado, a ociosidade teria levado as pessoas a mais problemas, e de modo mais
rápido. Agora, máquinas que poupam mão de obra têm eliminado os fardos físicos
de muitos.
Com o aumento das invenções e do conhecimento, à medida que nos
aproximamos do tempo do glorioso Reinado Milenar do Messias, o homem
tem visto o potencial de como as coisas poderão ser. O intenso desejo por isso
fomenta ainda mais os interesses e ânsias dos homens. Esse é um dos fatores que
precipitam o “tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até
aquele tempo”. (Daniel 12:4, 1, ARM)
Assim, na aurora do Milênio, os primeiros efeitos da educação avançada,
tecnologia e ciência trazem vantagens, mas também lições sobre a incapacidade
do homem governar a si mesmo na atual condição pecaminosa. O aumento da
tecnologia será útil na gestão dos assuntos da humanidade durante o Reino, à
medida que, geração após geração, os mortos das eras passadas aumentarem a
população atual da Terra. Mas primeiro ela arrasta o mundo para uma crise.
O “cetro de ferro” quebrará as instituições presentes naquela hora de crise
e abrirá o caminho para que o Reino de Cristo se estabeleça na Terra. Então o
mundo será restaurado à sua perfeição original e vida eterna. Esse Reino dará
certo, pois lidará com o homem de dentro para fora — mudando seu coração.

O privilégio e a responsabilidade dos Santos

O povo de Deus não sentirá a mesma ansiedade e grande terror que tomarão
conta do mundo. Eles entendem que a tribulação vem antes da bênção do mundo.
Eles podem ser afetados por ela, mas, pela fé, se alegram com os resultados
gloriosos que virão em seguida.
108
O descontentamento aumentará entre as pessoas do mundo. Mas o povo do Senhor
deve ser um exemplo de contentamento para seus vizinhos, colegas de trabalho e
familiares. “Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” (1 Timóteo 6:6)
Muitos desfrutam de mais bênçãos e conveniências, ainda assim, o mundo pobre
geme sob os seus erros reais e imaginários. (Romanos 8:19, 22)
As pessoas se agarram às riquezas. E aqueles que possuem riquezas são
descontentes e desejam mais. Mas os santos não devem participar nessa luta de
ambições. Seu voto de consagração foi para participarem da corrida com ambições
celestiais e seguirem o exemplo de Jesus e dos apóstolos. Ao passo que proveem
o que é decente e “honesto” para suas famílias e se esforçam para viver em “paz
com todos os homens” (Romanos 12:17, 18) — eles armazenam “tesouros no céu”.
(Mateus 6:19, 20)
Infelizmente, nem todos os filhos de Deus têm essa paz e contentamento.
Alguns abandonam os passos de Jesus e buscam coisas terrenas. Em vez disso,
devemos buscar a paz que o mundo não pode nem dar, nem tirar. O povo do Senhor
deve abandonar o descontentamento e se esforçar para alcançar as riquezas mais
elevadas e a paz de Deus.
“De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada
trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer
e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem
em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que
levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é
raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da
fé... Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a
fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse
da vida eterna, para a qual você foi chamado.” (1 Timóteo 6:6-12, NVI)
Os santos devem ser exemplos vivos da alegria que sentem por saberem que
o Reino de Deus se aproxima com suas bênçãos satisfatórias. Ao passo que não
tomamos partido das questões debatidas, nossa missão é pregar as boas novas do
resgate por TODOS. Devemos aproveitar todas as oportunidades e circunstâncias
para darmos testemunho das boas novas desse Reino entrante. “Quão formosos são,
sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que
anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!”
(Isaías 52:7)
A tribulação deste “Dia de Jeová” nos dará maravilhosas oportunidades para
pregar o Reino vindouro. Mas não devemos nos posicionar politicamente sobre
questões sociais ou recursos para remediar a catástrofe iminente. Nossa missão é
simplesmente proclamar com calma e confiança o Reino que se aproxima como
sendo a única solução possível — e a única esperança de toda a humanidade. O povo
do Senhor sente muita compaixão por toda a pobre criação que geme, e podemos
consolar os que estão preocupados e assustados, pois sabemos que toda a tribulação
é apenas um breve prelúdio de algo melhor. “Havendo os teus juízos na terra, os
moradores do mundo aprendem justiça.” (Isaías 26:9)
“Neste monte [Reino] o SENHOR dos Exércitos... destruirá a morte para
sempre. O Soberano SENHOR enxugará as lágrimas de todo o rosto. Naquele
dia dirão: “Esse é o nosso Deus; nós confiamos nele, e ele nos salvou. Esse é o
SENHOR, nós confiamos nele; exultemos e alegremo-nos, pois ele nos salvou.”
(Isaías 25:6-9, NVI; Apocalipse 21:4)
109
♦ ESTUDO DEZESSEIS ♦
RECAPITULAÇÃO E RESPONSABILIDADE

C onforme vimos em nossos estudos sobre a natureza e a revelação, temos um


Criador sábio, inteligente, todo-poderoso e justo. A Bíblia é a revelação de
Seu caráter e plano para o homem. Por meio dela, aprendemos que, embora o
mal tenha sido permitido, é para um propósito muito benéfico e por um tempo
limitado. A escuridão e o sofrimento nesta Terra logo serão substituídos pela
glória e bênçãos transbordantes de Deus.
Ao longo das Eras, o grande Plano de Deus progrediu de modo silencioso
e formidavelmente em frente. Os 6 mil anos de experiência da humanidade com o
pecado e o sofrimento serão uma grande vantagem quando, como indivíduos, estarão
em julgamento para a vida. No Dia do Julgamento de mil anos, o Juiz da humanidade
será o mesmo que morreu por todos nós. (Hebreus 2:9) Os fiéis seguidores de Jesus,
exaltados à glória com Cristo, administrarão o Reino com ele. (1 Coríntios 6:2) Na
Terra, os “Antigos Dignitários” serão seus representantes humanos. (Isaías 1:26;
Salmos 45:16) Por isso, “todas as nações da terra” serão abençoadas, conforme Deus
prometeu a Abraão. (Gênesis 22:18; Gálatas 3:29; Zacarias 8:13)

A humanidade retorna a Deus em uma “Grande Estrada”

Em vez de um Caminho Estreito, uma grande “Estrada da Santidade” estará


aberta para todo o mundo. Todas as pedras de tropeço e armadilhas desaparecerão.
“Ali não haverá leão [Satanás] algum, e nenhum animal feroz [influência
destrutiva] passará por ele.” (Isaías 11:9, NVI; 35:8, 9; 62:1-3) Alguns farão um
progresso rápido, outros avançarão lentamente — dependendo do tipo de caráter
que haviam anteriormente desenvolvido. “E os resgatados do SENHOR voltarão;
e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e
alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” (Isaías 35:10)
O Dia do Juízo só começa com o retorno do governante do mundo. Um
julgamento não pode prosseguir até que o juiz (Jesus) esteja em seu assento e o
tribunal (a classe da Noiva) entre em sessão. Durante esse Dia, “a terra se encherá
do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar”. (Isaías 11:9) Então
“os livros” da Bíblia serão “abertos” e o mundo será julgado de acordo com os
princípios e padrões neles contidos. (Apocalipse 20:11-12) Todo mundo que
agora está “morto” em Adão terá a oportunidade de terem seus nomes escritos no
“livro da vida”. Aqueles que então viverem com justiça, serão julgados dignos da
vida eterna em uma sociedade perfeita — por todas as vindouras eras de alegria.

O conhecimento do Plano de Deus nos consola

Enquanto isso, quando os filhos consagrados de Deus hoje veem o que está
acontecendo no mundo, são consolados pelo conhecimento do caráter, das
110
promessas e do plano de Deus. Podemos “olhar para cima” e nos alegrar
porque sabemos que nossa libertação está próxima — o que significa que então
haverá libertação para o mundo. (Lucas 21:28) Também desviamos o olhar das
preocupações terrestres e das fraquezas pessoais e reivindicamos o mérito do valor
do resgate de Jesus para cobrir nossas imperfeições. Conhecendo as promessas de
Deus, nós as reivindicamos e, ao mesmo tempo, procuramos desenvolver o caráter
cristão e nos esforçar pelo prêmio da natureza divina. Como Pedro expressou:
“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de
Jesus nosso Senhor; Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito
à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e
virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para
que por elas fiqueis participantes da natureza divina.” (2 Pedro 1:2-4)
Quando buscamos o conhecimento de Deus e de Seu Plano, nossa sinceridade
é testada. Encontraremos tempo para pesquisar as Escrituras para provar para nós
mesmos o maravilhoso Plano de Deus? Estamos dispostos a desistir de nossas
próprias teorias e ideias e estudar a Bíblia sem preconceitos? Em nossa busca
da verdade, estamos comprometidos a dar tudo ao nosso Pai Celestial? Estamos
dispostos, se necessário, a sacrificar amizades e outros laços? (Lucas 18:28-30)
Durante o período atual de “Colheita” da Era do Evangelho, chegamos à “hora da
tentação” — de testes. (Mateus 13:39; Apocalipse 3:10) Como reagiremos?
Nosso amor pelo Plano de Deus deve nos dar determinação e energia para
compartilhar essa preciosa verdade com aqueles de fé que talvez a recebam.
Não esperamos que o mundo a aprecie. (1 João 3:1) Eles nos acharão “tolos”. (1
Coríntios 4:10; 3:18) Mas como os nobres “bereanos” dos dias de Paulo, receba
a verdade “de bom grado” e depois examine “cada dia nas Escrituras”, para
entender o seu testemunho. (Atos 17:11) Se apreciarmos o valor da verdade, o
Plano amoroso de Deus será o tema principal de nossa vida.

O Plano Divino é harmonioso e completo


O Plano Divino de nosso Criador é completo e todas as suas partes são
harmoniosas! Superior a qualquer invenção humana, ele revela a sabedoria,
a justiça, o amor e o poder do nosso Deus maravilhoso. Nenhuma pergunta
razoável sobre esse plano fica sem resposta. Outros podem achar que seus credos
ou tradições sejam um “mistério” inexplicável — mas isso não acontece com a
verdade revelada aos santos pelas Escrituras.
Alguns ministros que reconhecem vários erros nos credos dos homens ignoram
esses problemas e recorrem à pregação de um “Evangelho Social”. Infelizmente,
outros descartam partes da própria Bíblia. As falsas doutrinas escondem a verdade
e até obscurecem o caráter de Deus. Os erros também impedem a santificação
do coração. (João 17:17) Portanto, é cada vez mais importante apreciarmos
cuidadosamente o Plano das Eras de Deus em toda a sua beleza e clareza, e
deixarmos de lado as falsas doutrinas tão comuns.
A verdade, ao ser revelada, torna-se “alimento no tempo devido” para todo
o povo do Senhor. (Mateus 24:45, NVI) “A vereda dos justos é como a luz da
aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios 4:18)
Outros estudos elaboram com mais detalhes as várias facetas desse mesmo Plano
de Deus. A incomparável harmonia da Bíblia é impressionante!
111
No entanto, a compreensão traz responsabilidades. Quando recebemos a luz
da verdade, ou agimos em harmonia com ela — ou a rejeitamos. Além disso,
somos impelidos a “iluminar aos que estão assentados em trevas” (Lucas 1:79)
— especialmente a toda a “Família da Fé”. (Gálatas 6:1) Como mordomos fiéis,
devemos “erguer um estandarte” apontando para o maravilhoso resultado do
Grandioso Plano Divino das Eras.

F eche os olhos por um momento para as cenas


de miséria, dor, degradação e tristeza que
ainda prevalecem por causa do pecado, e imagine
a glória da Terra perfeita. Nenhuma mancha do
pecado obscurece a harmonia e a paz da sociedade
perfeita. Nenhum pensamento amargo, nenhuma
palavra ou olhar áspero. O amor transborda
em todo coração e encontra eco no coração dos
demais. A benevolência marca todas as ações.
Ali não haverá mais enfermidades, nem dores, e
tampouco haverá evidências de decadência — nem
mesmo sequer o temor de tais coisas. Pense nos
mais belos exemplos de comparativa saúde, beleza
de formas e feições humanas que já possa ter visto,
e saiba que a humanidade perfeita sobrepujará a
tudo isto em formosura. A pureza interior, com a
perfeição moral e mental, brilhará e encherá de
glória todo rosto radiante. Esta será a sociedade
aqui na Terra; e os enlutados, cujos olhos a dor
umedecia, terão suas lágrimas enxugadas ao se
aperceberem de que a obra da ressurreição está
completa. (Apocalipse 21:4)

112
Publicações
Como Estudar a Bíblia Para Que Tenha Sentido
Contém princípios úteis para o estudo da Bíblia, bem como
explicações sobre como usar a Concordância Bíblica
de Strong e outras ferramentas e técnicas de estudo.
Apresenta uma visão geral do propósito de Deus ao criar
a humanidade, bem como seu derradeiro propósito de
aperfeiçoar todos os dispostos e obedientes. Solicite um
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Sombras do Tabernáculo dos “Melhores Sacrifícios”


O plano de Deus era que o arranjo do Tabernáculo
ensinasse muitas lições maravilhosas e importantes. O
apóstolo Paulo afirma que o Tabernáculo e os sacerdotes
que serviam nele eram apenas um exemplo, ou sombra,
de coisas celestiais (espirituais). Esse livro examina mais
de 700 textos do Antigo e do Novo Testamentos, incluindo
diagramas, que nos ajudam a entender algumas das lições
que o Tabernáculo simbolicamente nos ensina. Solicite
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O Plano Divino das Eras


Esse livro é um clássico da literatura cristã que passou no
teste do tempo. Uma obra magistral que mostra a harmonia
interna das Escrituras, de Gênesis a Apocalipse. Inclui
capítulos sobre muitos temas vitais, como: Por que Deus
permite o mal? Por que oramos, “venha o teu reino, seja
feita a tua vontade na terra”, mas daí esperamos ir para
o céu? Qual é o propósito da Vinda do Senhor e do Dia
de Julgamento? Esses e muitos outros tópicos bíblicos
importantes são analisados com profundidade. Solicite um
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Quando o Pastor Russell Morreu


A morte de Charles Taze Russell trouxe grande transtorno
ao Movimento dos Estudantes da Bíblia. Muita informação
errada tem sido oferecida sobre o que aconteceu após
sua morte e a nova direção que o Movimento tomou. Esse
folheto explica de modo honesto o que realmente ocorreu
e como as doutrinas e práticas foram radicalmente
alteradas após a morte do Pastor Russell. Solicite um
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