O Grandioso Plano Divino Das Eras
O Grandioso Plano Divino Das Eras
O Grandioso Plano Divino Das Eras
“As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração
do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (1 Coríntios 2:9)
Esperamos que você receba uma bênção ao ler este livro. Também
recomendamos a leitura de O Plano Divino das Eras, de capa flexível, oferecido
no fim deste livreto. Ele é apenas o primeiro livro de uma série de seis volumes
que abrangem todas as principais doutrinas da Bíblia na forma de estudo por
tópicos com uma harmonia sem precedente na literatura cristã. Obtenha este e os
demais volumes disponíveis nos formatos impresso ou eletrônico por meio do site
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CONTEÚDO
♦ Estudo Um
A noite do pecado... terminará com uma manhã de alegria . . . . . 1
♦ Estudo Dois
Um Criador amoroso e inteligente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
♦ Estudo Três
A revelação de Deus — a Bíblia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
♦ Estudo Quatro
Épocas, ou períodos de tempo, no Plano de Deus . . . . . . . . . . .15
♦ Estudo Cinco
Um “mistério” oculto por longo tempo é agora revelado! . . . . 20
♦ Estudo Seis
O objetivo da volta de nosso Senhor é restaurar . . . . . . . . . . . . 24
♦ Estudo Sete
Por que Deus permite o mal em seu Plano . . . . . . . . . . . . . . . . 34
♦ Estudo Oito
O Dia do Julgamento de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
♦ Estudo Nove
Resgate, restituição e ressurreição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
♦ Estudo Dez
Distinção entre as naturezas celeste e humana . . . . . . . . . . . . . 52
♦ Estudo Onze
O Caminho Largo e o Caminho Estreito agora — a Grande
Estrada no Reino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
♦ Estudo Doze
A Tabela do Plano das Eras de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
♦ Estudo Treze
Os reinos do mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
♦ Estudo Quatorze
O Reino de Deus — celestial e terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . .87
♦ Estudo Quinze
O Dia do Senhor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
♦ Estudo Dezesseis
Recapitulação — e responsabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
♦ ESTUDO UM ♦
A NOITE DO PECADO...
TERMINARÁ COM UMA MANHÃ DE ALEGRIA
D eus tem um Plano justo e amoroso para toda a humanidade e este tem se
desenrolado através da História. Entender tal progressão de eventos ao longo
das Eras nos ajuda a apreciar a bela harmonia da Bíblia. A noite escura do pecado
na qual agora a humanidade está mergulhada jamais cairá no esquecimento! Mas
em breve, no alvorecer da Era, o Messias, qual “Sol da Justiça”, há de se levantar
para trazer saúde e bênçãos. A horrível noite de dor, enfermidades e morte acabará.
A alegria da manhã fará mais que contrabalançar as lágrimas derramadas pela
criação que tem gemido. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela
manhã.” (Salmo 30:5)
Toda a criação está gemendo e esperando por algo melhor, mas quais cegos
tateando a esmo, não conseguem perceber a magnitude dos graciosos propósitos
de Deus. (Romanos 8:19, 22) Em breve, o Plano que nosso Grandioso Criador
tem para o homem se mostrará maior que suas mais profundas esperanças. (1
Coríntios 2: 9) O amor de Deus suplantará em muito as maiores expectativas de
toda a humanidade. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como
os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do
que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos
pensamentos.” (Isaías 55: 8, 9)
“O Grandioso Plano Divino das Eras” sugere que há uma explicação
ordenada sobre o passado e o presente do homem, bem como sobre o que Deus
tem planejado para o futuro da humanidade. O leitor perspicaz achará atraente
as explicações razoáveis e baseadas nas Escrituras. A luz da aurora do “Sol da
Justiça” é o que agora torna possível tal compreensão como “presente verdade”.
(2 Pedro 1:12)
Muitos na atualidade têm dúvidas de que a Bíblia é o alicerce da religião
verdadeira. Mas cremos que as Escrituras são coerentes e harmoniosas, e, com
base nestas, explicaremos o Plano de Deus delineado na Bíblia. É um Plano que
agradará ao senso de razão e justiça do homem. O plano de Deus se harmoniza
com o caráter justo e amoroso de Deus. Pessoas honestas e que buscam a verdade
podem esperar obter esse tipo de entendimento, porque temos a promessa de que
o “espírito da verdade” nos guiará a toda a verdade. (João 16:13)
1
Duas maneiras de buscar a verdade
Uma das abordagens é buscar a verdade nas várias seitas do cristianismo. Mas
isso costuma ser confuso, por conta de seus ensinamentos conflitantes, muitos dos
quais não parecem fazer sentido. Nem todos se baseiam nas Escrituras Sagradas.
Muitos se baseiam exclusivamente nos credos de séculos passados.
2
um “testemunho a todas as nações” e para encontrar um “pequeno rebanho” de
leais vencedores. (Mateus 24:14; Lucas 12:32) Esse é o propósito da presente Era
Evangélica. Quando esse trabalho estiver completo, então Deus de fato converterá
o mundo. O objetivo da próxima Era é este: o Reino de Cristo, pelo qual oramos
“venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. (Mateus
6:10)
3
do Plano de Deus, achando que ele não está dando certo, ou então o rejeitam como
um mistério incompreensível!
Mesmo alguns dos justos do passado não tinham tanta “luz” como a que temos
agora no fim desta Era. Abraão não entendia completamente o que significava a
promessa: “Por meio... da tua descendência serão benditas todas as famílias da
terra.” (Gênesis 28:14) Nem os anjos, nem mesmo os profetas, compreenderam o
futuro no Plano de Deus. A lei judaica e as cerimônias de Israel apontavam para
Cristo, o grande libertador, que salvaria Israel e faria da nação sua agência, ou
meio, para a bênção de todas as famílias da Terra. Mas o povo escolhido de Deus
nos dias de Jesus esperava um rei que os livraria dos romanos. Não olharam de
perto para as Escrituras que revelavam que o Messias teria primeiro de sofrer e
morrer.
Jesus disse a seus discípulos: “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o
podeis suportar agora.” (João 16:12, 13) Mas depois do Pentecostes, a mensagem
do Evangelho que Jesus ensinou começou a ser melhor compreendida. O apóstolo
Paulo explicou muitos mistérios para a Igreja. (1 Coríntios 15:51; Efésios 3:3, 4;
2 Tessalonicenses 2:7) “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em
todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos [é]... Cristo em vós,
a esperança da glória.” (Colossenses 1:26, 27) Isso ainda é um “mistério” para a
maioria. A Igreja de Jesus faz parte do “Cristo” ungido, que abençoará o mundo
depois da Era do Evangelho!
Depois que os apóstolos adormeceram (Mateus 13:25), o inimigo Satanás
semeou sementes que produziram falsos cristãos — o “joio”. Homens na Igreja
alcançaram o poder. A Palavra de Deus foi posta de lado. Em vez disso, os
ensinamentos de homens substituíram os ensinamentos da Bíblia.
A Reforma Protestante foi uma ousada tentativa de retornar à autoridade das
Escrituras. Deus usou homens como Wycliffe, Lutero e outros como corajosos
defensores da verdade de Sua Palavra. Mas os protestantes, de modo geral, fizeram
pouco progresso no caminho da luz. Cada igreja protestante parou no caminho da
verdade, não progrediram com a verdade à medida que esta continuava a brilhar,
enxergando apenas o quanto seus líderes favoritos viram. Hoje em dia, muitos até
mesmo retrocederam!
4
Assim, Deus nos convida: “Venham, vamos discutir este assunto juntos!”, diz
o SENHOR.” (Isaías 1:18, Bíblia Viva) A Verdade como “a luz semeia-se para o
justo”. (Salmo 97:11) A Bíblia é como uma lâmpada para o caminho dos justos.
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho.” (Salmo
119:105) As Escrituras Sagradas, como nunca antes, estão abertas para guiar a
Igreja à verdade. Não apenas o passado é explicado, mas também cada vez mais
lança-se luz sobre o futuro.
5
♦ ESTUDO DOIS ♦
UM CRIADOR AMOROSO E INTELIGENTE
8
♦ ESTUDO TRÊS ♦
A REVELAÇÃO DE DEUS — A BÍBLIA
Os sessenta e seis livros da Bíblia foram escritos em, pelo menos, três
continentes e abrangem mais de quatro mil anos de história. A Bíblia foi escrita
por quarenta autores das mais diversas formações: reis, agricultores, filósofos,
pescadores, poetas, estadistas e eruditos. Moisés era um líder político, formado
em universidades egípcias; Pedro era um pescador; Amós, um boiadeiro; Josué,
um general; Lucas, um médico; Daniel, um primeiro-ministro; Salomão, um rei;
Mateus, um cobrador de impostos; e Paulo, um judeu fariseu e advogado.
Qual era a motivação desses escritores inspirados? Deve ter sido pura, e,
seu objetivo, grande e sublime. A honestidade deles fica evidente no fato de que
revelaram até mesmo as próprias falhas. O Rei Davi confessou seus pecados com a
mais profunda humildade. (Salmo 51) Elias, abatido e desanimado, clamou: “Não
sou melhor do que meus pais.” (1 Reis 19:4) Jeremias admitiu que não queria
mais falar a palavra de Deus — mas não conseguiu apagar o fogo ardente de seu
zelo. (Jeremias 20:9) Paulo lamentou abertamente que havia sido um perseguidor
da Igreja. (1 Coríntios 15:9)
Qual era a motivação que serviu de inspiração para os discípulos promoverem
a causa de Jesus? Seu próprio povo o havia condenado. Ele morreu acusado de
blasfêmia e traição. Os escritores do Novo Testamento enfrentaram o desprezo e a
perseguição, arriscando suas próprias vidas — a maioria morreu como um mártir.
Apenas a integridade e uma convicção honesta explicaria tamanha dedicação.
10
Primeiro o Pacto da Lei — depois um Novo Pacto
O Pacto da Lei que Deus fez com Israel foi um grande marco histórico por
causa de suas leis de igualdade no tratamento do próximo. Os Dez Mandamentos,
que sintetizam aquela Lei, ainda são um notável código moral e de adoração.
Jesus resumiu a Lei: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração …
[e] o teu próximo como a ti mesmo.” (Marcos 12:30-31) A excelência moral da
Lei é um testemunho de sua fonte, o Pai de toda a criação.
Mesmo o mandamento para os israelitas destruírem os povos da terra de
Canaã (Deuteronômio 7:1, 2), frequentemente mal compreendido pelas pessoas,
pode ser bem explicado. Na página 259 da Emphasized Bible (Bíblia Enfatizada),
Rotherham diz:
“Ao examinar a destruição das nações de Canaã, é muito importante ter em
mente a terrível natureza dos crimes. … A adoração deles era grosseiramente
lasciva e de uma crueldade revoltante. … Seus locais sagrados eram bordéis.
… Os deuses, cheios de luxúria e crueldade, exigiam ser adorados com sangue
humano. … [eles] sacrificavam seus filhos e filhas.”
O próprio Deus havia decidido destruir Sodoma e Gomorra anteriormente,
‘como viu ser conveniente’. (Gênesis 19:20-28; Ezequiel 16:49, 50, TNM) Ao
fazê-lo, Deus interrompeu aquele círculo vicioso de iniquidade, assim como fez
com o mundo na ocasião do Dilúvio. (Gênesis 6:11-13) O mesmo se aplicou
aos cananeus. (Veja Josué 3:9, 10; 10:40-43; Gênesis 15:16) Por Deus ter
impedido que afundassem cada vez mais no pecado, aquelas pessoas, ao voltarem
na ressurreição, terão melhores condições de saírem do lamaçal em que se
encontravam, e progredirem a uma condição justa.
Todas estas nações — Sodoma, Canaã e até mesmo a apóstata Samaria e a
iníqua Judá — serão levantadas, se arrependerão e serão perdoadas. (Ezequiel 16:53)
“Contudo eu me lembrarei do meu pacto, que fiz contigo nos dias da tua
mocidade; e estabelecerei contigo um [Novo] pacto eterno. Então te lembrarás
dos teus caminhos, e ficarás envergonhada, quando receberes tuas irmãs [Sodoma
e Samaria] ... e eu tas der por filhas, mas não por causa do [Velho] pacto [da Lei]
... estabelecerei o meu pacto contigo.” (Ezequiel 16:53, 60-62, ARIB)
O Pacto da Lei do Velho Testamento apontava para um “Novo Pacto” que
Deus estabeleceria com “sacrifícios melhores” e um mediador melhor — e que
traria a redenção para todos! (Hebreus 9:23; 12:24; Jeremias 31:31-34)
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Em certo sentido, o governo de Israel se fundamenta na democracia e na
república — sob as leis de Deus. Deus mandou Moisés ajuntar os Anciãos,
que representavam as tribos, para ajudá-lo a administrar os assuntos da nação.
(Números 11:16, 17; Deuteronômio 1:15-17) Essa forma de governo foi concebida
para incentivar o espírito de liberdade.
Essa forma de governo republicano continuou por mais de quatrocentos anos.
Daí, os Anciãos resolveram copiar as nações ao redor deles. Exigiram do profeta
Samuel um rei. Samuel expôs ao povo como os direitos e liberdades deles seriam
desconsiderados, mas o povo insistiu no assunto. Então, Deus disse a Samuel:
“Ouve a voz do povo.… pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm
rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” (1 Samuel 8:5-10) Conforme avisados,
a maioria dos reis de Israel e de Judá era má — e o povo realmente sofreu. Mas
Deus não os abandonou.
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Muitos Profetas da Bíblia não eram meramente instrutores públicos, mas
eles também prediziam o futuro. Nenhum outro livro alegadamente santo possui
profecias tão notáveis como as da Bíblia. O Alcorão dos muçulmanos, o Tripitaka
dos budistas, bem como os Vedas e os Upanixades dos hindus — nenhum deles
contém evidências significativas de qualquer profecia cumprida.
Gênesis Apocalipse
Primeira criação (2:7) Criação é restaurada (21:3, 4, 24)
Satanás e o mal aparecem (3:1-4) Satanás é destruído (20:10)
Adão e Eva são amaldiçoados (3:16, 17) Fim da maldição (22:3)
Pena de morte (2:17) Vida para todos (22:17)
Somente a Bíblia nos dá uma explicação razoável e harmoniosa para a
existência do presente mundo mau, a única solução para isso e o maravilhoso
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destino final da humanidade. Contudo, por causa do pecado, a reconciliação
com Deus só poderia ocorrer se houvesse sacrifício de vida. Ficou claro que a
humanidade precisava da morte de um redentor quando Deus aceitou o cordeiro
oferecido por Abel, a oferta de Isaque, e todos os sacrifícios do Tabernáculo e do
Templo. Visto que Adão era perfeito quando foi testado, a justiça de Deus exigia
um sacrifício perfeito pelo pecado, de modo que Deus ofereceu seu filho único
para ser um “resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo”. (João
3:16; 1 Timóteo 2:5, 6)
Com base nesse sacrifício, Deus abençoará o mundo inteiro. A Bíblia revela o
Plano de Deus já na declaração inicial de que a “semente” da mulher esmagaria a
serpente. (Gênesis 3:15) Paulo identifica essa “semente” como Cristo Jesus e sua
Igreja. (Gálatas 3:16, 29)
Posteriormente, Deus prometeu a Abraão que a bênção viria por meio dele:
“Em tua descendência serão benditas todas as nações da terra.” (Gênesis 22:18)
Deus disse que a semente dele seria como as “estrelas dos céus”, bem como a “areia
que está na praia do mar”. (Gênesis 22:17) As “estrelas dos céus” representam
apropriadamente a Classe Celestial que reinará com Cristo em seu Reino. Eles
serão “reis e sacerdotes” que abençoarão o mundo inteiro, representado como a
“areia que está na praia do mar”. (Apocalipse 1:6; 5:10; 20:6)
Este livro contém estudos que revelarão os impressionantes detalhes de
quando e como o Plano de Deus abençoará todas as famílias da Terra. Quando
isso acontecer, a seguinte oração, feita tantas vezes, se cumprirá: “Venha o teu
reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6:10)
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♦ ESTUDO QUATRO ♦
ÉPOCAS, OU PERÍODOS DE TEMPO,
NO PLANO DE DEUS
I magine que você está caminhando pela rua de uma grande cidade e se depara
com um trecho isolado por uma cerca, com barulho estrondoso, poeira pelo ar e
pilhas de entulho. Se espiássemos por um buraco na cerca, talvez exclamássemos:
“Mas que bagunça! Quem quer que tenha elaborado esse projeto não sabia o que
estava fazendo!” Mas espere um pouco. Será que seria justo julgar um arquiteto
por uma obra inacabada? É claro que não!
Muitos, de modo similar, julgam mal a obra do maior Arquiteto de todos os
tempos. Quando olhamos para o caos do mundo atual, o que vemos são a poeira
e o entulho de um Plano bem elaborado, porém, no momento inacabado. A atual
permissão do mal foi concebida para ser uma experiência educativa que jamais
será esquecida. O plano concluído de Deus abençoará a cada homem, mulher
e criança que já viveu. “Afirmei que o meu plano seria cumprido, que eu faria
tudo o que havia resolvido fazer.” (Isaías 46:10, NTLH) Não importa o quão
misteriosos ou aleatórios os tratos de Deus com a humanidade pareçam ser — seu
plano imutável continua avançando firmemente!
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REINO DE DEUS
ESTABELECIDO
CRIAÇÃO
DILÚVIO
Mundo de
Presente Mundo Mau Mundo Vindouro
Então
Visto que Satanás é o “deus deste mundo”, ele tem cegado a mente da maioria
da humanidade. (2 Coríntios 4:4) Jesus disse claramente: “O meu reino não é
deste mundo.” (João 18:36) De fato, ele ensinou seus discípulos a orarem por um
tempo futuro: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu.” (Mateus 6:10)
Por que o Reino de Deus foi aparentemente adiado? Uma das razões é que
era preciso conceder tempo para que os seguidores de Jesus (Efésios 2:2; 6:12,
13), os coerdeiros de Cristo que serão reis e sacerdotes no Reino de Deus, se
desenvolvessem e fossem testados. (Apocalipse 5:10) Quando essa classe eleita
se completar, Satanás será amarrado por mil anos. (Apocalipse 20:1-3) A transição
do reino deste mundo para o reino de nosso Senhor será um período geral de
tribulação antes da paz. (Apocalipse 11:15-18; Marcos 3:23-27)
16
céus” do governo espiritual de Cristo. Depois que o reino de Satanás for destruído
no “dia do SENHOR” (Malaquias 4:1, 5), a velha ordem social será substituída
pelo Reino justo, amoroso e pacífico de Deus aqui na Terra.
O apóstolo Paulo recebeu uma visão — ele não sabia dizer se era mental ou
física, pois tudo parecia muito real. Ele foi “arrebatado ao terceiro céu”, onde viu
o maravilhoso Reino de Cristo. (2 Coríntios 12:2-4) De modo similar, o apóstolo
João teve uma visão simbólica do Reino de Cristo como “um novo céu, e uma
nova terra”. (Apocalipse 21:1, 2) A nova autoridade governamental é representada
como a “Nova Jerusalém”. Como será maravilhosa a renovação da sociedade
humana! “Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já
as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21:4)
O Presente Mundo Mal (o “Mundo Que Agora Existe”) contém três eras, ou
idades, cada qual progredindo rumo à derrocada do mal.
A Era Patriarcal é a primeira dessas três eras. Durante esse período, Deus
lidou exclusivamente com os Pais da Fé — como Noé, Abraão, Isaque e Jacó.
(Hebreus 11)
A Era Judaica é o segundo período de tempo contido no “Mundo Que Agora
Existe”. Essa era começou quando Jacó morreu e deixou descendentes que
formaram as “doze tribos de Israel”, os quais Deus separou das demais nações
para um propósito especial. (Gênesis 49:28) Após o Êxodo do Egito, Deus fez
um pacto com Israel, dando-lhes Sua lei e bênçãos especiais. Deu aos israelitas o
Tabernáculo e depois o Templo, nos quais os sacrifícios oferecidos prefiguravam
o sacrifício de Cristo.
REINO DE DEUS
ESTABELECIDO
CRIAÇÃO
DILÚVIO
Mundo de Era
Era Era do Era
Então Patriarcal Judaica Evangelho Milenar Eras
17
No fim da Era Judaica, Deus enviou seu Filho, Jesus, a Israel. “Eu não fui
enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15:24) Contudo,
apenas um restante aceitou Jesus. Israel, qual nação, o rejeitou. Cinco dias antes
de sua crucificação, a nação de Israel perdeu o favor quando Jesus disse: “Eis que
a vossa casa vai ficar-vos deserta.” (Mateus 23:38)
A Era do Evangelho, ou a Era Cristã, é a terceira era. Começou com a morte
de Jesus, a qual abriu o caminho da salvação para todas as nações, por meio do
“resgate” sacrificial de Cristo. (1 Timóteo 2:6; 2 Timóteo 1:10) A mensagem do
Evangelho já tem sido agora proclamada por quase vinte séculos — publicada
praticamente em todos os idiomas da Terra. O propósito desta Era, contudo, não
tem sido converter o mundo, mas reunir um “pequeno rebanho” para ser coerdeiros
de Cristo em seu Reino. (Lucas 12:32) Do céu, reinarão com Cristo quais “reis e
sacerdotes” sobre a Terra, para abençoar o restante do mundo durante a próxima
Era. (Apo. 5:10; 20:6)
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♦ ESTUDO CINCO ♦
UM “MISTÉRIO” OCULTO POR LONGO TEMPO
É AGORA REVELADO!
“O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações,
e que agora foi manifesto aos seus santos.” (Colossenses 1:26)
Depois de terem servido como escravos no Egito, Israel foi finalmente liberto
por seu grande líder e legislador, Moisés. Daí, mais uma pista sobre o mistério
foi fornecida: Deus faria surgir de Israel um “Profeta” especial, semelhante a
Moisés. (Deuteronômio 18:15; Atos 3:22) Mas Moisés, o servo do SENHOR,
morreu. Então, Josué — cujo nome significa “Salvador” — conquistou a Terra
prometida pelo pacto. (Deuteronômio 34:4, 5) Porém, Josué morreu e a nação
não obteve nenhuma proeminência até os reinados do Rei Davi e o Rei Salomão.
Infelizmente, a nação se dividiu em duas e depois sofreram diversas invasões de
potências estrangeiras que exigiam tributos. Por fim, Babilônia destruiu Jerusalém
e o Templo. Esses foram posteriormente reconstruídos, mas a terra permaneceu
sujeita à Pérsia, à Grécia e, por fim, à Roma.
Por volta da época de Jesus, todos os homens estavam em “expectativa”
(Lucas 3:15) do Rei messiânico que os abençoaria. Israel seria finalmente a
“luz dos gentios” e seus muros seriam chamados de “Salvação”. (Isaías 42:6;
60:18) Lamentavelmente, eles desconsideraram outras profecias e detalhes da Lei
que ‘testificavam anteriormente os sofrimentos que haviam de vir a Cristo, e as
glórias que os seguiriam’. (1 Pedro 1:11, SBB) O livramento e as bênçãos só
viriam depois que o “Cordeiro de Deus” fosse morto e os sacrifícios do Dia da
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Expiação se cumprissem. (João 1:29) Quando Jesus morreu, até seus seguidores
ficaram desorientados. “Nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel.”
(Lucas 24:21) Suas esperanças estavam corretas, mas ainda não havia chegado o
tempo para se compreender “os tempos e as épocas”. (Atos 1:6, 7)
O Mistério — que Deus não apenas proveria um Libertador para o mundo, mas
um Libertador composto de muitos membros — estava escondido nos tipos,
parábolas e declarações enigmáticas. Mesmo muitos cristãos não compreendem
plenamente esse Mistério. O propósito de nossa “soberana vocação” é mais do
que sermos abençoados — é “abençoar a todas as famílias da terra” qual parte da
semente de Abraão.
O apóstolo Paulo explicou que Abraão tipificava a Jeová, que Sara tipificava
o pacto da promessa e que Isaque tipificava o Cristo (cabeça e corpo). Daí, ele
acrescentou: “Nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque.” (Gálatas
4:22-28) Mas apenas as “novas criaturas” — e nenhum dos “príncipes deste
mundo” — podem entender o Mistério!
“Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou
antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo
conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.”
(1 Coríntios 2:7, 8)
Na verdade, foi necessário manter o mistério oculto. Senão, Jesus — nosso
preço de redenção — jamais teria sido crucificado. Também, a provação e o
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sofrimento dos seguidores de Jesus não seria possível caso o mundo soubesse
quem eles realmente são. (1 João 3:1) Para o mundo foi um mistério o motivo pelo
qual Jesus permitiu ser morto em vez de aceitar o reinado. Foi um mistério a razão
pela qual os apóstolos e seus associados abandonaram seus negócios e confortos
do mundo para pregar o Evangelho. De fato, é por isso que todos os que seguem
as pisadas de Cristo são chamados de “tolos por causa de Cristo”. (1 Coríntios
4:10, VFL)
Com a aurora da Era Milenar, a luz está brilhando mais. O “Sol da Justiça”,
que se levanta com “cura nas suas asas”, dissipará a escuridão. (Malaquias 4:2)
A inteira criação está esperançosa, aguardando por algo — mas não sabem
exatamente pelo que. Na verdade, estão aguardando o Mistério se completar, pois
“a ardente expectativa da criação aguarda a manifestação dos filhos de Deus.”
(Romanos 8:19, TB; Colossenses 3:4)
Quando Deus terminar de derramar Seu Espírito em Seus queridos “servos
e servas”, Ele então o derramará “sobre toda a carne”. (Joel 2:28) Daí, “toda
a carne verá a salvação de Deus”. (Lucas 3:5-6) No fim da Era Cristã, durante
o toque da (simbólica) trombeta, os segredos do Plano de Deus serão tornados
conhecidos e “o mistério de Deus” — a Igreja cristã — a essência daquele Plano
— se “completará”. (Apocalipse 10:7, KJA) Então, todos os gloriosos propósitos
de Deus serão claramente vistos por todos.
Por fim, o mundo não verá mais o “pequeno rebanho” de cristãos como sendo
loucos ou tolos. Eles se alegrarão com a glória da “Noiva” e com as bênçãos
de vida que fluirão para o mundo quando o ‘Espírito e a noiva disserem: Vem’.
(Apocalipse 22:17)
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♦ ESTUDO SEIS ♦
O OBJETIVO DA VOLTA DE NOSSO
SENHOR É RESTAURAR
“E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o
céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela
boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.” (Atos 3:20-21)
Alguns esperam um retorno real do Senhor — mas bem mais para o futuro
— supondo que a Igreja deve primeiro converter o mundo. Outros acreditam que
cada vez que um pecador se converte, isso faz parte da vinda de Cristo. Então,
quando o mundo estiver totalmente convertido, Jesus terá chegado plenamente.
Contudo, muitas Escrituras indicam que no momento da segunda vinda
de nosso Senhor, o mundo estará longe de estar convertido a Deus. Em Lucas
21:27-35, Jesus, falando de sua volta e vindouro Reino, diz: “Olhai por vós, não
aconteça que … venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um
laço sobre todos os [que não acatam e] que habitam na face de toda a terra.” Em 2
Timóteo 3:1-4 o apóstolo Paulo nos diz: “Nos últimos dias ... os homens serão ...
mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.” Apocalipse 1:7 (KJA) afirma
que, na volta de Cristo, “todas as tribos da terra se lamentarão por causa dele”.
É evidente que o mundo não estará convertido quando Cristo voltar. Pelo
contrário, as Escrituras ensinam que Cristo vem antes da conversão do mundo,
com a finalidade de converter o mundo! A Igreja está sendo testada agora, a fim de
participar com Jesus na futura bênção do mundo em Seu prometido Reino. “Eles
viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.” (Apocalipse 20:4; 3:21, BMD)
24
O Evangelho foi enviado como um testemunho para as nações
Aqueles que esperam que o mundo deve ser primeiro convertido, citam
Mateus 24:14: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em
testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” Mas um “testemunho” para o
mundo não é garantia da conversão do mundo. A Bíblia chegou a “todas as nações”
da Terra durante os anos 1800, mas o mundo não foi convertido. O apóstolo Tiago
nos diz (Atos 15:14) que a obra da Era atual é o chamado para a classe da Igreja,
“um povo para o seu nome”. Depois, na próxima Era, virá a conversão do mundo.
Outra objeção cita o Salmo 110:1, “Assenta-te à minha mão direita, até
que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”, como se Jesus estivesse
sentado em algum trono material nos céus à espera até que todos os inimigos
sejam subjugados por ele. No entanto, os versículos 2 a 7 mostram com clareza
nosso Senhor Jesus ativamente subjugando seus inimigos. Seu lugar à mão direita
de Deus simboliza a autoridade que Deus lhe deu para “subjugar si todas as
coisas”. (Flp. 3:21) Assim como um presidente ou primeiro-ministro pode ter um
“braço-direito” agindo em seu nome, Jesus está à “mão direita” de Deus. Ele está
“assentado à direita do Poder” na sua vinda (Mateus 26:64), e permanecerá nessa
posição durante a Era Milenar — bem como para todo o sempre.
25
Algumas igrejas supõem que Deus apenas vai escolher Sua Igreja, e nada além
disso. Mas, o chamado da Igreja é apenas o primeiro passo para a recuperação do
mundo. As Escrituras dizem que a Igreja reinará com Cristo para abençoar todas
as nações (Apocalipse 3:21; Daniel 7:27; Gênesis 22:18; Gálatas 3:8, 29)
Por séculos os cristãos ficaram divididos quanto aos temas de Eleição e Graça
Livre. Na verdade, ambos são ensinados nas Escrituras, portanto, ambos devem
ser verdadeiros, mas somente quando se “maneja (ou se divide) corretamente a
Palavra da verdade” é que podem ser reconciliados. (2 Timóteo 2:15) Por meio do
entendimento correto do Plano das Eras de Deus e sua operação através do tempo,
podemos harmonizar as duas doutrinas. A Eleição aplica-se à Era passada e à atual.
A Graça Livre, por outro lado, aplica-se ao Milênio.
A Eleição não é arbitrária ou fatalista. A eleição, ou escolha, de Deus, é baseada
na aptidão e adaptabilidade aos Seus propósitos. Abraão foi eleito, ou escolhido,
porque era um homem de fé. Deus determinou que por meio de sua linhagem,
“todas as famílias da terra” fossem abençoadas. (Gênesis 12:2, 3) Este favor foi
estendido a Isaque e a Jacó, e, depois, à nação de Israel. “De todas as famílias da
terra só a vós vos tenho conhecido.” (Amós 3:2)
A eleição de Israel lhes concedia muitos privilégios, mas também havia
responsabilidades. Israel foi libertado do Egito e protegido de seus inimigos.
Milagres foram feitos em favor do povo e receberam a Lei do céu. Mas também
eram punidos com secas e fomes e levados ao cativeiro por seus inimigos ao
desobedecerem a Deus. Quando Jesus veio, a bênção do Evangelho era no início
exclusivamente deles. (Mateus 15:24)
Por terem rejeitado as bênçãos oferecidas, perderam o favor de Deus e o
Evangelho passou a ser pregado aos gentios. Ainda assim, a mensagem não foi
enviada igualmente a todas as nações da Terra. Embora o Evangelho seja livre para
todos os que ouvem, algumas partes do mundo parecem ter sido mais favorecidas
do que outras. Agora, durante o fim desta Era, o Evangelho está alcançando pessoas
sedentas da verdade em todos os lugares.
Na próxima Era será diferente. A graça de Deus será oferecida livremente a
todos. Todo homem, mulher e criança na Terra receberá a oportunidade de viver para
sempre na Terra. Mesmo os mortos dos séculos passados serão ressuscitados para
ouvir esse chamado. “Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão.”
(João 5:28, 29; Isaías 35:10) A promessa que Deus fez no Éden, que a semente
da mulher iria “ferir” (esmagar) a cabeça da serpente, será cumprida por Cristo e
sua Igreja. “O Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés.”
(Romanos 16:20, Gênesis 3:15) Agora o povo geme e espera por dias melhores,
mas não percebe o que está buscando. Paulo explica: “Toda a criação espera com
expectativa que os filhos de Deus sejam revelados.” (Romanos 8:22, 19, NBV)
Quando a Igreja, a classe casta da noiva estiver totalmente desenvolvida e
completa, ela será exaltada com Cristo (2 Coríntios 11:2; Apocalipse 19:7; 21:9)
Então, como um segundo Adão e Eva, Jesus e sua Noiva, por meio do Espírito
Santo, oferecerá a vida para todo o mundo. “E quem tem sede, venha; e quem
quiser, tome de graça da água da vida.” (Apocalipse 22:17)
26
Justificação pela fé em Jesus
Alguns podem argumentar que a luz da consciência pode salvar aqueles que
não conhecem a Cristo. Essa ideia é baseada no comentário de Paulo de que os
gentios “são uma lei para si mesmos”. (Romanos 2:14) O argumento de Paulo,
no entanto, é que os gentios são condenados pela consciência, e não justificados
por ela. As pessoas costumam transgredir até mesmo a luz da própria consciência.
(Romanos 3:19; 7:18, 19)
Mesmo Israel, que tinha uma Lei escrita, foi condenado por ela, em vez de
justificado. “Nenhuma carne será justificada diante dele [Deus] pelas obras da
lei.” (Romanos 3:20) Se um israelita guardasse ‘toda a lei, e tropeçasse em um só
ponto, tornaria-se culpado de todos’. (Tiago 2:10)
Paulo mostra que o único livramento possível do pecado e da morte é pelo
sacrifício de Cristo em nosso favor. A experiência tinha ‘demonstrado que tanto
judeus quanto gentios estão debaixo do pecado. Como está escrito: “Não há
nenhum justo, nem um sequer; ... Todos se desviaram.”’ (Romanos 3:9-12, NVI)
Assim, as Escrituras fecham todas as portas da esperança, exceto uma. Ninguém
27
pode obter a vida eterna por obras meritórias, e o mero desconhecimento, ou a
ignorância, também são igualmente inúteis.
Se a ignorância fosse base para a salvação, então por que gastar dinheiro e
esforços na obra missionária? Certamente seria mais caridoso deixar o povo na
ignorância, se fosse um dos caminhos aceitáveis para a salvação! Não, a ignorância
não traz salvação. Aqueles que buscam a salvação agora devem vir a Cristo.
Contudo, para a grande maioria do mundo, tanto dos vivos, quanto dos
mortos, seu tempo será no Milênio. Nessa ocasião, todos aprenderão sobre Deus
e o sacrifício que Jesus fez por eles. Por aceitarem seu Redentor e andarem no
“Caminho da Santidade” (Isaías 35:8, NBV), poderão ganhar a vida eterna.
28
João 1:9 diz que Jesus era “a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem
que vem ao mundo.” Será que isso era um exagero? Paulo disse que Jesus
entregou a si mesmo “como resgate por TODOS”. (1 Timóteo 2:5, 6, NVI)
Será que ele também exagerou? O anjo disse aos pastores que trazia “boas
notícias de grande alegria, e que são para TODAS as pessoas”. (Lucas 2:10,
KJA) Seria mais um exagero?
Não, essas gloriosas promessas são todas “sim, e ... Amém”, em Cristo Jesus.
(2 Coríntios 1:20) Ele morreu “por todo o homem”, todas as mulheres e todas as
crianças. (Hebreus 2:9, SBB) Quando esta Era terminar, o mundo verá como a
manhã de alegria de Deus será maravilhosa! (Salmo 30:5)
O “resgate” (“preço correspondente”, segundo a Concordância de Young, em
inglês) é o preço que Jesus deu — a própria vida humana. Jesus aceitou a pena
de morte imposta a Adão (Romanos 5:18, 19) Como resultado, Adão e todos os
filhos de Adão podem ser libertados da penalidade. Segundo o Plano de Deus, o
mundo receberá essa libertação durante o Milênio. Será então que, por meio de
Jesus Cristo, Deus estabelecerá um governo justo, removerá a influência enganosa
de Satanás (Apocalipse 20:3), e educará o mundo na justiça.
Daí, “todos” terão a oportunidade — e a responsabilidade — de apreciar o
“resgate por todos”. Todos poderão receber a vida eterna como Deus ofereceu
a Adão e Eva no início. A obediência será novamente o teste que todos os que
alcançarem a vida no fim do Milênio deverão passar. (Apocalipse 20:7-9)
Quando uma pessoa morre, “não há obra nem projeto, nem conhecimento,
nem sabedoria alguma” na sepultura. (Eclesiastes 9:10) Eclesiastes 11:3
também diz: “No lugar em que a árvore cair ali ficará.” Na ressurreição, a
pessoa voltará assim como era quando morreu. Então, Deus, por meio de
Jesus, a guiará ao conhecimento e à compreensão em justiça. Deus “deseja
que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao pleno conhecimento da
verdade”. (1 Timóteo 2:4, KJA)
A Igreja ungida é os “primeiros frutos” da redenção. Quando todos os membros
da classe da Igreja tiverem sido levantados para a glória, então o Reino de Cristo
será estabelecido. O resto do mundo, depois disso, será levantado. “Porque, assim
como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.
Mas cada um por sua ordem: Cristo [cabeça e corpo] as primícias, depois os que
são de Cristo [pelo direito de compra por seu próprio sangue precioso], na sua
vinda [presença].” (1 Coríntios 15:22, 23)
Por causa da desobediência, o pai Adão perdeu para si e para todos os seus
filhos por nascer, a vida, a bênção e a comunhão com Deus. Desde o Éden, nenhum
deles foi capaz de escapar da experiência do mal e suas consequências. Quando os
filhos de Adão saírem das sepulturas, eles vão, pela primeira vez, experimentar a
bondade de Deus. No Reino, Satanás será preso e não haverá nenhum obstáculo
para impedir que cresçam em justiça. Cada passo do progresso será recompensado.
O caráter que tiverem desenvolvido nesta vida tornará as coisas mais fáceis para
alguns, e mais difícil para outros, mas TODOS terão sua primeira oportunidade
plena de obedecer perfeitamente e viver para sempre!
29
Todos serão salvos, mas haverá duas salvações
A salvação que Deus oferece para TODOS não entra em conflito com o
livre-arbítrio nem com a liberdade de escolha. Todos serão salvos da condenação
adâmica agora ou durante a próxima Era. “Deus ... é o Salvador de todos os
homens, especialmente dos que creem.” (1 Timóteo 4:10, TB)
Aqueles que são salvos agora da condenação adâmica pela justificação da fé
são chamados para uma salvação celestial. Eles precisam vencer o mundo, a carne
e Satanás, bem como ‘operar a salvação com temor e tremor.’ (Filipenses 2:12)
“Se sofrermos [com Cristo], também com ele reinaremos.” (2 Timóteo 2:12)
A salvação será oferecida para o resto do mundo durante o Reino de Cristo.
Serão bem-sucedidos se cumprirem as leis do reino de Cristo. A rapidez de seu
progresso dependerá de duas coisas: (1) as deficiências de caráter da vida anterior,
e (2) o grau de amor pelo Rei, suas leis e justiça. Muitos que anteriormente haviam
sido incrédulos de bom coração farão um progresso rápido.
Tanto na Era Cristã quanto na Era Milenar, qualquer iluminado que “recuar”
estará em perigo de sofrer “destruição”. (Hebreus 10:38, 39, OL) Com todos os
benefícios do Reino, aqueles que se recusarem a se corrigir terão “sua parte …
no lago que arde com fogo e enxofre; o que é [representa] a segunda morte.”
(Apocalipse 21:8) O “fogo” é um símbolo de destruição.
Assim, o “resgate por todos” aplica-se a todos os seres humanos. Todos
estão condenados no primeiro Adão (1 Coríntios 15:45, 47), mas todos os que
aceitam o segundo Adão, Jesus, recebem a vida. “Por uma só ofensa veio o
julgamento sobre todos os homens, para a condenação … por um só ato de
justiça veio o julgamento sobre todos os homens para a justificação da vida.”
(Romanos 5:18, TB)
O profeta Jeremias disse: “Naqueles dias, não dirão mais: Os pais comeram
uvas verdes (amargas), e os dentes dos filhos se embotaram, mas cada um [que
morrer] morrerá pela sua própria iniquidade”. (Jeremias 31:29, 30) Adão comeu
as “uvas verdes” do pecado e trouxe a desgraça sobre todos os seus filhos. No Dia
de Restauração do Reino, os filhos de Adão não vão mais morrer pelo pecado de
Adão. Cada pessoa será responsável pelo seu próprio destino eterno.
A “ressurreição” de Israel
30
Israel] um coração para que me conheçam, que eu sou o Senhor; e eles serão o
meu povo, e eu serei o seu Deus; pois se voltarão para mim de todo o coração.”
(Jeremias 24:5-7; 31:28; 32:40-42; 33:6-16)
Muitas das profecias e promessas de bênçãos futuras se aplicam apenas
a Israel, mas Israel também era um tipo [símbolo]. O sacerdócio de Israel
era uma representação típica do corpo de Cristo, o “Sacerdócio Real”, com
seus “sacrifícios melhores” e expiação verdadeira. (1 Pedro 2:9; Hebreus
9:23; Levítico 16:6, 24; 1 Coríntios 10:11; Romanos 5:11) O próprio Israel
simbolizava, algumas vezes, o mundo.
O profeta Ezequiel falou do Reino como uma oportunidade tanto para Israel
quanto para Sodoma. Ezequiel lamentou as abominações de Samaria (capital do
norte de Israel), e comparou suas abominações com as de “Sodoma, tua irmã”.
(Ezequiel 16:48-63) Irmãs em pecado! Mas a profecia termina com esperança
para ambas. Elas têm estado presas em suas sepulturas, mas Deus as libertará.
“Eu, pois, farei voltar os cativos delas ... [e] tornarão ao seu primeiro estado.”
(vs. 53, 55) Surpreendentemente, Ezequiel conclui dizendo “estabelecerei
contigo [Judá] um pacto eterno ... Eu te as darei [Sodoma e Samaria] como
filhas.” (vs. 60, 61, PJFA)
O “pacto eterno” é o “novo pacto” de Deus com um mediador melhor do que
Moisés! “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a
casa de Israel e com a casa de Judá.” (Jeremias 31:31, PJFA) Essa promessa é
garantida pelo Grande Jeová — “E estabelecerei o meu pacto contigo, e saberás
que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 16:62, PJFA)
“De Sião virá o libertador; ele removerá as impiedades do meio de Jacó”,
e “todo Israel será salvo”. (Romanos 11:26-29, CNBB) Por meio de Israel as
bênçãos fluirão para o mundo. (Zacarias 8:23) Em seguida, o “resgate por todos”
(1 Timóteo 2:6) será estendido a cada pessoa. Ele trará “liberdade para [todos]
31
os cativos”. (Isaías 61:1) O mundo todo — incluindo Sodoma, Samaria, Judá, e
todos os gentios — terão a oportunidade de ganhar vida eterna.
33
♦ ESTUDO SETE ♦
POR QUE DEUS PERMITE O MAL
EM SEU PLANO
Há algumas coisas que Deus não pode fazer! “É impossível que Deus minta.”
(Hebreus 6:18) Também, “não pode negar-se a si mesmo”. (2 Timóteo 2:13)
Portanto, Deus só poderia escolher o melhor e mais sábio plano para preparar suas
criaturas para a vida eterna. Deus, sem dúvida, poderia ter impedido a tentação
de Satanás, mas Ele a permitiu para que fosse uma lição duradoura e prática do
mal para homens e anjos. De acordo com Seu sábio propósito, Deus quis que o
homem experimentasse e visse as consequências naturais do pecado. Jeová ‘não
é um Deus que tenha prazer na iniquidade’. (Salmo 5:4) Deus está permitindo o
mal por um tempo, mas o que ele planejou para o homem mais do que compensará
toda a dor e sofrimento que essa lição objetiva tem causado.
Para cada princípio correto, existe um princípio errado oposto: verdade e
mentira, amor e ódio, etc. Um princípio correto derradeiramente produzirá
harmonia, felicidade e o bem. Já um princípio errado produzirá dano, infelicidade
e o mal. Os seres humanos foram criados com a capacidade de escolherem entre o
certo e o errado — eles têm uma consciência. Contudo, o senso moral do homem
foi afetado pela queda; alguns mais, outros, menos.
Um cão possui certa medida de inteligência e pode fazer escolhas baseadas
no treinamento envolvendo recompensas e punições de seu dono. No entanto, um
cão desconhece totalmente o caráter moral de suas ações. Quando um cão resgata
ou ataca alguém, sua ação não pode ser considerada nem virtuosa, nem imoral;
é meramente o resultado de instinto, não de ética. Por outro lado, as pessoas
realmente têm, em graus diferentes, um senso de moral. Quando fazem o bem, é
uma virtude. Quando praticam o mal, é um pecado.
Deus poderia ter feito o homem como um robô que sempre faz o que é certo,
mas assim o homem não seria uma “imagem” de Deus. (Gênesis 1:26, 27) Deus
34
poderia ter protegido o homem da tentação de Satanás, mas o homem ainda estaria
sujeito às próprias ambições internas. Em resultado disso, seu futuro teria sido
sempre incerto.
Deus, em sua sabedoria, previu que o que é bom pode ser melhor compreendido
por meio de seu contraste. Quando Deus expulsou os desobedientes Adão e Eva
de sua companhia no Jardim do Éden, eles começaram a aprender a excessiva
maldade do pecado. Eles agora estavam começando a ‘conhecer o bem e o mal’
(Gênesis 3:22) — e a entender a diferença entre os dois. Durante todos os séculos
subsequentes, seus descendentes têm aprendido a lição do mal. Posteriormente,
durante o Reino de Deus, a humanidade contrastará o mal com o bem, vivenciando
este último de modo pleno e colhendo seus benefícios.
O senso moral de Adão era uma característica importante de sua imagem, ou
semelhança, com Deus. Mas após 6 mil anos de degradação, o inato senso moral
do homem se reduziu em grande medida. Hoje, muitas vezes as pessoas se sentem
mais atraídas ao pecado de que ao bem.
Se a possibilidade de pecar não fosse permitida ao homem, ele não teria tido
uma chance de resistir ao pecado. Por conseguinte, não haveria nem virtude,
nem mérito algum ao fazer o que é certo. Mas Deus quer que o obedeçamos
com inteligência e boa vontade, não por serviço mecânico. Deus já tinha muitas
criações animadas e inanimadas para sua glória. Ao criar o homem, sua vontade
era fazer o homem à sua própria imagem; um amo, ou supervisor, da Terra, cuja
conduta se basearia no valor do certo sobre o errado, do bem sobre o mal.
Os princípios de certo e errado sempre existiram, mas apenas o princípio do
que é certo continuará em atividade para sempre. A atividade do mal continuará
existindo apenas pelo tempo suficiente para atingir o propósito de Deus. Depois
disso, o mal deixará de existir para sempre. (1 Coríntios 15:25, 26)
Será que o conhecimento do pecado poderia ser obtido de algum outro modo?
A humanidade poderia ter evitado os terríveis males pela qual tem passado? Não
de uma maneira tão eficaz e duradoura. Há quatro modos de se aprender. Pela:
♦ Intuição
♦ Observação
♦ Experiência
♦ Informação
Somente Deus possui conhecimento intuitivo. Ele conhece o “fim desde o
princípio”. (Isaías 46:10, TB) Portanto, o conhecimento do homem sobre o bem
e o mal não poderia ser intuitivo. Adão conhecia o mal pela informação, mas
ficou claro que isso não seria o bastante para impedi-lo de tentar experimentá-
lo. O homem poderia ter aprendido pela observação, mas para que ele visse os
resultados do pecado, deveria haver uma demonstração disso em algum lugar
do Universo. Por que, então, o homem não poderia ser essa demonstração? As
Escrituras nos mostram que a experiência do homem com o pecado e o mal está
sendo, de fato, observada pelos anjos. (1 Coríntios 4:9) Contudo, o aprendizado
mais profundo é obtido pela experiência prática, e esse é o modo principal pelo
qual a humanidade está aprendendo — pela experiência pessoal com o mal.
35
Adão havia experimentado o bem no Jardim do Éden, mas seu conhecimento
sobre o mal se baseava apenas na informação: “No dia em que dela comeres,
certamente morrerás.” (Gênesis 2:17) Ele não tinha nenhuma experiência com
o pecado de modo a prever a dor e o sofrimento que viriam. Consequentemente,
Adão cedeu à tentação quando essa surgiu.
A transgressão de Adão parece pequena quando comparada com a punição,
mas o que estava em jogo era o princípio fundamental da obediência. A obediência
é essencial para que a criação de Deus seja eternamente abençoada. O Deus dos
céus sabe o que é melhor para o eterno bem-estar e felicidade de suas criaturas.
Por meio de sua esposa, que não tinha o mesmo nível de comunicação de
Adão com Deus, Adão foi induzido a pecar. Eva transgrediu aquilo que sabia ser
correto. Mas foi enganada pela serpente quanto às consequências de seu ato. (2
Coríntios 11:3) Adão, contudo, não foi enganado. (1 Timóteo 2:14) Adão teve
plena participação na desobediência de Eva, aparentemente escolhendo não viver
sem ela.
Assim, tanto Adão, quanto Eva, estavam “em transgressão”, e ambos foram
amaldiçoados. Eva estava incluída na condenação que ela ajudou a ser feita contra
Adão. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado
a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram.” (Romanos 5:12)
Deus não é responsável pelo mal no sentido moral. Há dois textos que podem
dar a entender que ele é, mas quando consideramos o significado da palavra
“mal”, o assunto fica explicado. O pecado é sempre um mal, mas um mal nem
sempre é um pecado. Calamidades são, com frequência, chamadas de “mal”.
Nesse segundo sentido, Deus pode trazer o mal — calamidades — como punição.
Nos livros de Isaías e Amós, Deus disse que protegeria Israel de desastres,
36
mas se o abandonassem, traria calamidades (“o mal”, Almeida) sobre eles. Esse é
o caso das dos dois textos abaixo:
Isaías 45:7
ACF — “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o
Senhor, faço todas estas coisas.”
TNM — “… e trago a calamidade; Eu, Jeová, faço todas essas coisas.”
Amós 3:6
ACF — “Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?”
VC — “Virá uma calamidade sobre uma cidade sem que o Senhor a tenha
disposto?”
A mesma palavra hebraica traduzida por “calamidade”, às vezes é traduzida
por “aflição”, “tribulação” e “desgraça”. Deus não é o autor do pecado ou da
imoralidade, mas em resultado de algumas escolhas erradas de Israel, eles foram
repreendidos com uma “calamidade” ou “desgraça” enviada por Deus.
Deus tem o poder para obrigar o homem a adorá-lo, mas essa não é sua
vontade. Deus quer que o homem o adore de pleno coração, de livre e espontânea
vontade, “em espírito e em verdade”, (João 4:24) e isso é para o próprio bem de
suas criaturas. Durante o Milênio, o mundo adorará a Deus por escolha própria,
apreciando a Deus por sua bondade.
Nesse ínterim, Deus permite que o homem aprenda por meio da experiência
prática. Permite que o homem prove (experimente) o pecado e suas consequências.
Ele também planejou a recuperação da humanidade, providenciando um Salvador
com grande custo. No tempo devido, o mundo inteiro entenderá que o “resgate por
todos” é um presente notável de Deus. (1 Timóteo 2:3-6) Portanto, Deus previu
que o homem faria mal uso do livre-arbítrio, mas controlou providencialmente a
situação para resultar no próprio bem da humanidade.
Alguns talvez concordem que a punição imposta à Adão é justa, mas acham
injusto que todos os seus descendentes tenham de sofrer os resultados. A questão é:
“Será que teríamos nos saído melhor se tivéssemos sido testados individualmente?
Não teria, pelo menos, a maioria sido tentada a desobedecer eventualmente?”
Por permitir que a condenação de Adão se estendesse a todos nós, Deus nos
dá individualmente a oportunidade de aprendermos com a morte e o pecado. Daí,
visto que todos fomos condenados por causa de um só homem, todos podemos
ser resgatados por causa de um só homem — Jesus. O padrão de justiça de Deus é
“vida por vida”. (Êxodo 21:22-24) Assim, fica evidente que esse arranjo de Deus
é uma grande benção. Se tivéssemos sido testados individualmente e condenados
individualmente, teria sido necessário um Redentor para cada pessoa que pecasse.
A morte é uma consequência razoável pelo pecado. Se alguém, depois de ter
tido uma plena experiência e conhecimento do pecado e de seu sofrimento, decide
não acatar aos sábios conselhos de Deus, ela se torna uma fonte de infelicidade
para si mesma e para outros. Não há razão para permitir que essa pessoa continue
existindo por toda a eternidade. O atual processo de envelhecimento e morte pelo
qual a humanidade tem passado é uma lição muito séria que visa nos incutir a
gravidade da desobediência.
37
Nesse meio-tempo, a vida que temos mesmo agora é um favor de Deus, e é
estimada como tal pela vasta maioria. Do berço à sepultura, a vida nos dá tantas
bênçãos que quase todo mundo gostaria de continuar vivendo. É uma pequena
amostra da vida eterna, maravilhosa e gloriosa que Deus planeja para todos os que
aceitarem as condições razoáveis que ele estipulou para isso.
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Jesus prometeu: “Todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz...
[e] sairão.” (João 5:28, 29) Paulo afirma: “Todos serão vivificados em Cristo.”
(1 Coríntios 15:22) Todos os que não tiverem “parte na primeira ressurreição”
(Apocalipse 20:6) terão depois a oportunidade de voltarem a viver no “mundo
vindouro”. Daí, “quem quiser” poderá ‘tomar de graça da água da vida’.
(Apocalipse 22:17)
Será que o sofrimento que o mundo tem experimentado por 6 mil anos
poderia ter sido evitado? Se Deus tivesse providenciado uma condição Edênica
favorável para todos, com testes individuais para todos, de modo que apenas os
desobedientes sofressem, será que o resultado teria sido melhor?
Imagine que um quarto da humanidade, ou mesmo a metade, tivesse ganhado
a vida em tal teste. Eles ainda poderiam por toda a eternidade à frente sentir
curiosidade por coisas proibidas. Seu serviço e adoração a Deus jamais seria tão
pleno de coração — se não tivessem provado “[tanto] do bem [quanto] do mal”.
(Gênesis 2:17)
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Qual teria sido o destino da outra metade que pecou e morreu? Será que esse
grande número de pecadores poderia de algum modo ser resgatado? A justiça
poderia até permitir isso, mas cada pessoa individualmente condenada precisaria
de um resgatador diferente, disposto a sacrificar sua vida. Isso quer dizer, por
exemplo, que 50 bilhões de pessoas perfeitamente obedientes teriam de morrer
para resgatar 50 bilhões de pecadores. Um plano como esse não resultaria em
menos sofrimento do que o atualmente experimentado.
Em primeiro lugar, o Plano de Deus é o mais lógico e eficiente para o glorioso
futuro eterno do homem. Todos têm a oportunidade de aprender, por meio da
experiência, quais são os frutos do pecado. Visto que todos são condenados por
causa de um homem, todos podem ser resgatados por causa de um homem. Assim,
Jesus foi um “resgate por todos”. (1 Timóteo 2:6) Como recompensa pelo serviço
de Jesus, Deus o colocou “à sua direita nos céus, Acima de todo o principado, e
poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia”. (Efésios 1:20, 21)
Em segundo lugar, Deus planejou que um “pequeno rebanho” fosse
selecionado para seguir os passos de Jesus. Os membros desse rebanho, que já
estão em julgamento para a vida, são convidados a desenvolver um caráter de
amor perfeito neste atual reinado do mal. Os que fazem parte dessa verdadeira
Igreja serão “coerdeiros” de Cristo e reinarão com ele. (Romanos 8:17, Apocalipse
19:7; 3:21; 20:6)
Então, durante o Milênio, Cristo e a Igreja levantarão todos os mortos de suas
sepulturas, ensinarão a Verdade em todo o globo e recuperarão todos os dispostos
e obedientes da inteira raça humana. “A terra se encherá do conhecimento do
SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Isaías 11:9)
Por Deus ter permitido o mal, Seu grande Plano de redenção será gloriosamente
bem-sucedido! Toda a desgraça, dor e tragédia causadas pelo mal serão mais do
que compensadas pelas maravilhosas bênçãos do Reino.
A humanidade se beneficiará eternamente da experiência com o mal. Essa
experiência também será uma demonstração monumental do caráter glorioso de
Deus para as hostes angélicas. Todos verão a Justiça de Deus que condenou a
desobediência. Todos verão o imensurável Amor de Deus que enviou Seu próprio
Filho para satisfazer a justiça, a fim de nos redimir. Todos verão o Poder de Deus
que reunirá em Cristo, de modo perfeito, toda a Sua criação inteligente, “tanto
os que estão nos céus como os que estão na terra”. (Efésios 1:10) Todos verão a
Sabedoria de Deus, que, enxergando longe, usou até mesmo agentes contrariados
para realizar o glorioso destino planejado para Sua criação.
A lei universal de Deus para todos os seres inteligentes é resumida em uma
palavra: AMOR. Visto que “Deus é amor” (1 João 4:8), Ele sem dúvida escolheu
o melhor plano para todos nós.
Por fim, quando o propósito de Deus para a permissão temporária do mal
estiver completo, todos apreciarão o que Ele fez. Até lá, com o olhar da fé,
esperamos o tempo em que toda a humanidade será restaurada, conforme
planejado desde o início do mundo. (Atos 3:19-21)
40
♦ ESTUDO OITO ♦
O DIA DO JULGAMENTO DE DEUS
“Porquanto [Deus] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo, por meio do homem que destinou” — “Jesus Cristo, o justo”.
“Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento
ao Filho.” (Atos 17:31; 1 João 2:1; João 5:22, BAM)
41
Outros julgamentos no plano de Deus
O Juiz designado
Deus “ao Filho confiou todo julgamento”. (João 5:22) Com Jesus como
Juiz, não há nada a temer. É ele quem nos amou tanto que morreu por nós. (2
Coríntios 5:14,15) Na verdade, o Dia do Julgamento é algo para se desejar, pois
será um momento de recuperação para o mundo. Embora o próprio Jesus tenha
sido sempre perfeito, ele pôde “compadecer-se das nossas fraquezas”. (Hebreus
4:15) Ele demonstrou empatia e “teve grande compaixão”. (Mateus 9:36) Jesus
sentirá compaixão pelas enfermidades e fraquezas da humanidade e levará todos
os dispostos de volta à perfeição original perdida no Éden.
Um juiz dos tempos antigos era alguém que aplicava a justiça e defendia os
oprimidos. Por exemplo, quando Israel estava sob opressão, clamaram a Deus
e Ele levantou juízes para libertá-los. (Juízes 3:9-11) Hoje o mundo ainda está
clamando por ajuda. No devido tempo de Deus, Jesus, como juiz, dará essa ajuda
a todos. Jesus forneceu redenção a todos. Ele, sem dúvida, abençoará o mundo.
“Ele governará os povos do mundo com justiça e de acordo com o que é direito.”
(Salmo 98:9, NTLH)
Este segundo julgamento será mais favorável do que o primeiro. Tudo será feito
para ajudar o mundo a sair do pecado. Satanás será preso para que “não mais
42
engane as nações”. (Apocalipse 20:1-3) Se alguém não alcançar a perfeição será
por voluntariamente resistir às bênçãos disponíveis. O julgamento para a vida
levará todo o período do Dia do Julgamento, atingindo seu clímax no final.
Os que se recusarem a obedecer, morrerão. No entanto, não será por causa do
pecado de Adão, mas do seu próprio pecado. “Quando isso acontecer, ninguém
mais vai citar o provérbio ‘Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos
se tornaram ásperos.’ Ao contrário, cada um morrerá pelos seus próprios pecados.
Quem comer uvas verdes é que vai ter os dentes ásperos.” “A alma que pecar, essa
morrerá.” (Jeremias 31:29, 30, Viva; Ezequiel 18:2-4, 20)
O castigo pelo pecado intencional, contra a luz e o conhecimento plenos,
será a “segunda morte”. (Apocalipse 20:14, 15; 21:8) Todos terão recebido tempo
suficiente e a mais plena oportunidade de progresso, antes que tal julgamento seja
imposto. “Será ainda jovem o que morrer aos cem anos: não atingir cem anos será
uma maldição.” (Isaías 65:20, BAM)
A Parábola das Ovelhas e dos Cabritos nos diz que o mundo se dividirá em
duas classes — os que se corrigem e fazem o bem, e os que não o fazem. (Mateus
25:31-46) O julgamento dos indivíduos será baseado no desenvolvimento de
um amor perfeito a Deus, evidenciado pelo modo como amam e cuidam do
próximo. No fim do Dia do Julgamento, Satanás será solto por “um pouco de
tempo”. (Apocalipse 20:3) Aqueles sem amor perfeito no coração se manifestarão
rebelando-se contra o governo do Reino. (Apocalipse 20:8, 9) Eles serão então
destruídos na Segunda Morte — da qual não há ressurreição.
43
“juízes”, ou líderes, na Terra. (Isaías 1:26) Eles receberão uma recompensa na Terra
como líderes do mundo durante o Milênio.
Os que são chamados durante a atual “Era do Evangelho” têm um chamado mais
elevado. Eles governarão com Cristo no céu. (Apocalipse 20:6) “Não sabeis vós que os
santos hão de julgar o mundo?” (1 Coríntios 6:2)
Os fiéis do Antigo Testamento eram servos e amigos de Deus, mas a Igreja
tem o privilégio maior de ser filhos de Deus. “Moisés foi fiel em toda a sua casa,
como servo... Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos
nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao
fim.” (Hebreus 3:5-6) Ambas as “casas” serão usadas por Deus para a bênção do
mundo. O julgamento e teste de ambas as classes têm sido muito mais rigoroso do
que será para o mundo no Dia do Julgamento. Eles tiveram de resistir às ciladas
de Satanás, (1 Pedro 5:8; Efésios 6:11) como o “deus deste mundo”. (2 Coríntios
4:4, BAM) Portanto, terão provado ser mais do que capazes de dar à humanidade
a instrução e o treinamento necessários para seu teste final e julgamento. Satanás
será “preso” durante os Mil Anos (Apocalipse 20:1-3) para que não possa afligir
o mundo enquanto aprendem a justiça.
Durante o Dia do Julgamento, a justiça será recompensada, ao passo que, nas
eras anteriores, a justiça muitas vezes era barrada por sofrimento ou perseguição.
Portanto, embora o julgamento dessas duas classes especiais tenha sido muito
mais severo do que o julgamento futuro do mundo, suas recompensas e privilégios
também serão maiores.
Satanás, por meio dos seus enganos, roubou das pessoas do mundo e de muitos
nas igrejas, as abençoadas garantias da justiça do vindouro “Dia do Julgamento”.
Em resultado, muitos têm medo e querem que ele não chegue logo. Já outros usam
o medo como um instrumento para induzir as pessoas a “aceitarem Jesus e serem
salvas”. Quão diferente os profetas e apóstolos consideravam o prometido Dia do
Julgamento de Jeová por meio de Seu representante escolhido!
“Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra;
Que digam entre as nações: Jeová reina.
Brama o mar e a sua plenitude,
Exulte o campo e tudo quanto há nele;
Então as árvores do bosque cantarão de regozijo diante de Jeová,
PORQUE ELE VEM JULGAR A TERRA
Dai graças a Jeová, porque é bom;
Pois a sua misericórdia dura para sempre.”
— 1 Crônicas 16:31-34
Enquanto isso, toda a criação “geme”, aguardando ansiosamente a “revelação
dos filhos de Deus”. (Romanos 8:19-22, BJ) Embora ainda não o saibam, estão
aguardando o grande Juiz livrar e abençoar o mundo, bem como exaltar e glorificar
a Igreja! Então, todos sairão de seus túmulos para receberem um julgamento
favorável por meio da instrução e disciplina necessárias para a recompensa da
vida eterna.
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♦ ESTUDO NOVE ♦
RESGATE, RESTITUIÇÃO E RESSURREIÇÃO
“Que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário
que o céu receba até aos tempos da restauração (restituição) de todas as coisas,
de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.”
Atos 3:20, 21, JFA-RA
O apóstolo Paulo é muito claro e enfático sobre esse assunto. Ele diz: “Foi
para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor [regente, governador]
tanto dos mortos como dos vivos.” (Romanos 14:9) Ou seja, o objetivo da morte
de Jesus não era meramente abençoar e governar alguns seguidores vivos na Terra,
mas toda a humanidade — os “vivos e os mortos” (2 Timóteo 4:1) — incluindo,
até mesmo, os anjos. (1 Coríntios 6:3)
Até agora, comparativamente poucos dos bilhões de seres humanos
receberam as bênçãos de Cristo, obtidas ao se aceitar o “resgate por todos” que
Jesus morreu para prover. Por quê? Será que Deus não está disposto ou não pode
resgatar o mundo da condenação de Adão? De modo algum! O amor, o poder de
Deus e seu propósito são imutáveis. (Malaquias 3:6) O “tempo devido” em Seu
Plano para libertar a humanidade da condenação acontece durante os “Tempos de
Restituição” do segundo advento de Cristo.
A Bíblia foi traduzida para línguas do mundo inteiro. Mas isso não significa
que todos tiveram uma oportunidade plena de salvação. A queda sofrida pela
desobediência no Éden não afetou todos os filhos de Adão do mesmo modo. Alguns
vêm ao mundo mais depravados do que outros. Alguns vivem num ambiente mais
negativo do que outros. Assim, alguns são mais sujeitos do que outros à influência
de Satanás, o “deus deste mundo”. (2 Coríntios 4:4, BJ) Durante o Milênio, todos
terão uma plena e perfeita oportunidade de recuperação.
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O sacrifício resgatador de Jesus não dá vida eterna, nem bênção, a homem
algum, nem tampouco desculpa pecados e automaticamente transforma pecadores
em santos que vão para o céu! O resgate fornece uma liberação da primeira
condenação e dá a oportunidade de um segundo julgamento para a vida — um
julgamento individual para cada pessoa. O primeiro julgamento para a vida da
humanidade foi no Éden. O segundo julgamento para a vida será durante o Reino
estabelecido por Jesus Cristo durante seu segundo advento. Naquela ocasião, de
acordo com a obediência ou desobediência, justiça ou pecado, a vida eterna será
concedida ou perdida. Toda pessoa que já viveu poderá ganhar a vida eterna se
usar essa oportunidade corretamente.
Esse segundo julgamento será completo e abrangente. Ele determinará quem
será “justo” em mil provações — ou quem será “imundo” sob mil provações.
(Apocalipse 22:11, RVP) Por 6 mil anos, o mundo tem adquirido conhecimento
sobre o mal e suas consequências amargas por meio da experiência. Quando
receberem a oportunidade de um julgamento para a vida durante o Milênio, esse
conhecimento será muito vantajoso. Serão capazes de prontamente apreciar as
bênçãos superiores da justiça.
Quando Cristo estiver no controle, os indivíduos serão recompensados
a cada passo de obediência, e, desse modo, caminharão rumo à perfeição.
Nenhum outro tipo de julgamento ou condições mais favoráveis poderiam ser
imaginados! Naquele tempo, toda a ajuda será dada para se aprender a justiça e
andar no “Caminho da Santidade”. (Isaías 35:8, 9, KJA) Todos os que estiverem
dispostos melhorarão gradualmente até se tornarem filhos puros, perfeitos e
obedientes de Deus.
Os que voluntariamente persistirem em pecar, que deliberadamente
preferirem o pecado e o mal, serão removidos e experimentarão uma “segunda
morte”. (Apocalipse 21:8) “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:20) —
e não haverá recuperação da segunda morte.
46
Os dispostos e obedientes terão gradualmente suas fraquezas mentais e físicas
removidas à medida que se tornarem cada vez mais perfeitos durante o Reino. A
recompensa deles será a vida eterna na Terra.
O brilho da esperança
Substituto de Adão
Toda a descendência de Adão foi condenada quando ele pecou. Jesus, que
tinha o potencial para gerar sua própria raça perfeita, morreu no lugar de Adão
como um preço correspondente. Jesus foi “cortado” na morte antes de produzir
quaisquer descendentes. (Isaías 53:8) Assim, Jesus comprou toda a raça humana
com plena autoridade para restaurá-la.
O equilíbrio da balança da justiça é evidente: Jesus morreu, “o justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus”. (1 Pedro 3:18) No entanto, cada pessoa deve
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aceitar individualmente o favor divino de Deus — seja agora, durante a Era do
Evangelho, ou mais tarde, durante o Reino. Ninguém é automaticamente “justo”
por causa do sacrifício de Jesus. Todos devem, por fim, voltar seus corações
para Deus e escolher a obediência. No Reino, a grande maioria da humanidade
aproveitará a oportunidade para tornarem-se justos.
“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos
serão feitos justos.” (Romanos 5:18, 19)
A mesma justiça inabalável que uma vez condenou o homem à morte está
agora comprometida com o resgate de todos. Na era atual, podemos confessar
nossos pecados e aceitar o dom da redenção agora. “É Deus quem os justifica.
Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
(Romanos 8:33, 34) Durante esta Era do Evangelho, apenas alguns aceitaram o
Redentor. Durante a Era Milenar, sob o “Novo Pacto”, o restante terá seus olhos
abertos e receberá a oportunidade de aceitar a Cristo. (Jeremias 31:31-34, ARM)
O fato de ainda não termos nos recuperado da condenação adâmica, embora
quase 2 mil anos tenham se passado desde a morte de Jesus, não é um argumento
contra a restauração da humanidade durante o Reino Milenar. Antes de Adão
pecar, Deus havia feito planos para o “Cordeiro morto desde a fundação do
mundo” (Apocalipse 13:8), mas Jesus só morreu cerca de quatro mil anos mais
tarde, como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29)
Como disse o apóstolo João a respeito de Jesus: “Ele é a propiciação
[compensação] pelos nossos pecados [da Igreja], e não somente pelos nossos,
mas também pelos de todo o mundo.” (1 João 2:2) Logo o mundo inteiro terá
sua oportunidade.
Os seguidores de Cristo, justificados pela fé, devem, passo a passo, desenvolver
o fruto do espírito. Só então terão uma “entrada” abundante no “Reino eterno”. (2
Pedro 1:4-11, ARC) Os cristãos precisam ser “fiéis até a morte” para receberem “a
coroa da vida”. (Apocalipse 2:10)
Outros, ainda mais ou menos cegos pelo “deus deste mundo”, (2 Coríntios
4:4) terão uma completa chance de provar durante o Reino se são dignos de
receberem a vida eterna. Todos os mortos do passado terão a mesma oportunidade.
48
Jesus pagou a penalidade pelo pecado, uma “vida por vida”, (Deuteronômio
19:21) morrendo — não sofrendo “tormento” em algum abismo de fogo depois de
sua morte. Cristo “morreu por nossos pecados” porque a morte era a penalidade.
A morte de Jesus como preço de resgate pela humanidade é o próprio fundamento
do Plano de Deus.
A serpente no jardim mentiu para Eva quando disse: “Não morrerás.”
(Gênesis 3:4) Infelizmente, a mentira de Satanás prosperou ao longo dos
séculos, tendo sido incorporada à maioria das religiões do mundo, até mesmo
ao cristianismo. Quando uma pessoa morre, ela não sente, não respira, não
pensa, não come, não fala e não vê, ou seja, está morta! (Salmo 146:4) Estar
“vivo” para sentir tortura eterna ou qualquer outra coisa anularia a palavra de
Deus: “Certamente morrerás.” Antes da ressurreição dos mortos, as pessoas não
sentem nada enquanto estão mortas.
Jesus é o nosso redentor da morte adâmica. A punição final para o pecado
intencional será a “segunda morte” — e como não haverá segundo redentor,
não haverá libertação da segunda morte. (Hebreus 10:26) Mas a segunda
morte pode aplicar-se apenas aos que foram libertados da morte adâmica
— quer sejam os santos desta era que foram redimidos, quer seja o mundo
resgatado durante o Milênio.
A Restituição é prática?
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“Sucederá nos dias vindouros [ou, últimos dias] que o monte da casa de
Jeová será estabelecido no cume dos montes, e será exaltado sobre os outeiros; e
concorrerão a ele todas as nações. Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao
monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e
andaremos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra
de Jeová. Ele julgará entre as nações, e servirá de árbitro a muitos povos; das suas
espadas forjarão relhas de arado, e das suas lanças podadeiras: uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.”
Somente Deus pode trazer paz duradoura. Quando Seu filho, Jesus, o
“Príncipe da Paz”, estabelecer seu reino, fará “cessar as guerras até ao fim da
terra… Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei
exaltado sobre a terra”. (Salmo 46:9, 10)
51
♦ ESTUDO DEZ ♦
DISTINÇÃO ENTRE AS NATUREZAS
CELESTE E HUMANA
52
preço da redenção. Jesus foi feito “um pouco menor do que os anjos”, a fim de
‘provar a morte por todo homem’ como resgate substituto. (Hebreus 2:9)
Ser menor em grau ou categoria não significa ser menos perfeito. Uma criatura
pode estar em um plano inferior de existência e também ser perfeita. Observe o
gráfico a seguir, que ilustra as diferentes categorias existentes na criação:
53
Veja a explicação da Tabela
no capítulo 12, página 70. TABELA D
Do Paraíso perdido ao
Humanidade caída
e condenada
“Escreva claramente
“Escreva claramente a visão em tábuas,
a visão para quepa
em tábuas, s
Pirâmides
a Adão é criado perfeito l Jesus, durante a Era Evangélica
b Adão e seus descendentes caem no pecado n Cristãos gerados pelo espírito (Noiva)
c Abrão e outros são justificados pela fé m Cristãos gerados pelo espírito
d Humanidade caída — do Dilúvio à Era (Grande Multidão)
Messiânica p Cristãos nominais
e Nação judaica debaixo do Pacto da Lei q Descrentes hipócritas que frequentam
g Jesus, um homem perfeito igrejas
h Jesus, gerado pelo espírito em seu batismo r Jesus, retornando à Terra
i Jesus, após sua ressurreição s Cristãos gerados pelo espírito indo ao
k Jesus, após sua ascensão encontro do retornado Senhor
DAS ERAS
o Paraíso restaurado
MUNDO VINDOURO
Grande
Multidão SANTÍSSIMO
Israel
Restaurado
SANTO
Mundo da humanidade
restaurado à perfeição e à vida
ÁTRIO
SEGUNDA MORTE
U Altar de Cobre
V Pia
X Candelabro
Y Mesa dos Pães da Proposição
Z Altar de Ouro
se
araleiaque
facilmente.” Habacuque 2:2 Habacuque
se leia facilmente.” 2:2
Áreas sombreadas
t Grande Multidão durante a tribulação f Destruição da nação judaica
u Cristãos nominais durante a tribulação S Destruição do Presente Mundo Mau
v Hipócritas durante a tribulação
w Jesus e a noiva juntos em glória Planos (Linhas horizontais)
x Jesus e a noiva no Reino estabelecido, K Glória da Natureza Divina
governando a Terra L Natureza ou Nascimento Espiritual
y Grande Multidão, nascidos do espírito M Engendramento do Espírito
z Nação de Israel debaixo do Novo Pacto N Perfeição Humana ou Justificação
W Inteira raça humana restaurada à perfeição P Justificação Típica da Nação Judaica
humana na Terra perfeita R Condição de Pecado e Morte
Visto que nosso Senhor era um ser espiritual, a fim de se tornar um substituto,
um preço de resgate pelo pecador, ele tinha que se “tornar carne”. (João 1:14) Ele
“esvaziou-se a si mesmo... tornando-se semelhante aos homens”. (Filipenses 2:7,
8) O propósito de Jesus em vir à Terra não era resgatar os anjos, mas resgatar o
mundo da humanidade. Assim ele deixou de lado a natureza espiritual, e tornou-
se humano, como a “descendência de Abraão”. (Hebreus 2:16) Por causa da
sua obediência ao tornar-se um resgate voluntário do homem, “Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome”. (Filipenses 2:9)
Cristo, na sua ressurreição, assentou-se “à destra da Majestade, nas alturas”, tendo
sido feito por Deus “tanto mais excelente do que os anjos”. (Hebreus 1:3-5)
56
exemplo da natureza divina gloriosa que a Igreja vencedora compartilhará com
ele na ressurreição.
Visto que o principal trabalho desta era é o desenvolvimento da Igreja,
as epístolas dos Apóstolos são dedicadas à preparação do “pequeno rebanho”.
Contudo, não se deve concluir que o Plano de Deus termina com a Igreja.
Por outro lado, não devemos assumir que todas as especiais “grandíssimas e
preciosas promessas” (2 Pedro 1:4) para a Igreja vencedora são destinadas a
todas as pessoas boas. Quando ‘manejamos corretamente a Palavra da verdade’
(2 Timóteo 2:15, KJA), vemos que há uma distinta diferença entre a oferta da
natureza divina à Igreja e a oferta de perfeita natureza humana ao mundo durante
o Reino.
Por não entenderem como é ser um espírito, alguns acreditam que isso
deve ser um mito supersticioso. Mas Paulo diz que o homem natural não pode
entender coisas espirituais porque são “loucura” para ele. (1 Coríntios 2:14) O
Apóstolo continua explicando: “Mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne
dos animais... E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos
celestes, e outra, a dos terrestres.” (1 Coríntios 15:39, 40)
Podemos até imaginar como deve ser um homem perfeito, mas a glória
celestial só pode ser compreendida pelo olho da fé. “O que é nascido da carne é
carne, e o que é nascido do Espírito é espírito... O vento assopra onde quer, e ouves
a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que
é nascido do Espírito.” (João 3:6-8) Um ser espiritual é como o vento: invisível.
Como disse João, não podemos descrever “o que vamos ser”, mas sabemos que
“seremos iguais a Ele”. (1 João 3:2, VFL)
A natureza do Filho de Deus foi mudada duas vezes, mas isso foi uma
exceção que serviu a um propósito muito específico no Plano de Deus. Os anjos
foram criados como seres espirituais e, sem dúvida, sempre permanecerão
seres espirituais. O mesmo se dá com o mundo: eles nasceram seres humanos e
permanecerão seres humanos quando ganharem a vida eterna durante o Milênio.
O chamado da Igreja à natureza divina, assim como as experiências de Jesus, é
uma exceção.
A atual criação terrena de Deus tem beleza e variedade quase infinitas.
Quando restaurada à perfeição, será ainda mais gloriosa. No entanto, a glória da
Natureza Celestial será indescritível e superará em muito qualquer coisa que o
homem possa imaginar.
57
do jovem foram abertos, e ele viu os montes ao redor deles cheios de cavaleiros
em carros de fogo! (2 Reis 6:11-17)
Os anjos são espíritos, e não humanos, contudo, têm a habilidade de
materializar corpos humanos e aparecerem como homens. Um anjo apareceu
a Gideão como um homem, mas depois se deu a conhecer. Um anjo também
apareceu aos pais de Sansão: eles pensaram que ele era um homem até que ele
subiu ao céu em uma chama. (Juízes 6:11-22; 13:20)
Ocasiões de manifestações
Mortalidade e imortalidade
58
Deus Todo-sábio e amoroso. Em parte alguma as Escrituras ensinam que os anjos
ou a humanidade restaurada são imortais.
Apenas quem possui a natureza divina tem imortalidade. Originalmente,
somente Jeová era imortal. Posteriormente, nosso Senhor Jesus recebeu a
imortalidade quando foi exaltado à natureza divina. Por último, a Igreja de Cristo,
quando glorificada com ele, receberá também a imortalidade. (João 5:26; 2 Pedro
1:4; 1 Coríntios 15:53, 54)
Os pecadores incorrigíveis — humanos ou espirituais — serão destruídos.
Todos os outros, mortais ou imortais, viverão eternamente em felicidade e amor.
Os imortais, os santos em glória, terão vida em si mesmos. (João 5:26) Os mortais,
tendo experimentado o conhecimento do mal e chegando à perfeição, receberá
vida eterna com “direito à árvore da vida”. (Apocalipse 22:14)
Compreender o significado bíblico de mortalidade e imortalidade demole o
próprio fundamento da doutrina do tormento eterno. Deus não criou o homem
imortal, para que não pudesse ser destruído. Essa foi a mentira de Satanás:
“Certamente não morrereis.” (Gênesis 3:4) Os pecadores deliberados não serão
mantidos vivos para sempre em algum lugar de sofrimento. Simplesmente
morrerão, sem nunca mais acordar. De qualquer modo, não seriam felizes em
uma sociedade justa, e, por isso, são misericordiosamente destruídos na “segunda
morte”. (Apocalipse 21:8)
A justiça não exige que Deus favoreça toda a sua criação do mesmo modo.
Deus tinha o direito de exaltar seu Filho à natureza divina — bem como os fiéis
seguidores de Jesus — e, ainda assim, não precisava estender esse convite a
outros, como os anjos no céu.
A justiça não exige a exaltação de todos os níveis de vida de modo igualitário,
pois, se fosse o caso, Deus precisaria conceder a imortalidade a animais irracionais
e insetos, o que seria um absurdo. Deus é soberano, e pode estender Seus favores
quando e onde Sua sabedoria indicar. “Mas quem é você, ó homem, para questionar
a Deus? “Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por que me
fizeste assim?’ “O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para
fins nobres e outro para uso desonroso?” (Romanos 9:20, 21, NVI)
Toda a natureza, animada e inanimada, exibe a glória e a diversidade do poder
e sabedoria divinos. Com maravilhosa variedade e beleza, “os céus declaram a
glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. (Salmo 19:1)
Um favor nunca deve ser visto como uma recompensa justamente merecida.
Deus tem exibido Seu grande amor a Suas criaturas em um fluxo infinito de
favores imerecidos. Cada dia da vida é um presente! É pelo favor de Deus que
somos humanos e não animais, para que possamos adorá-lo inteligentemente.
Quão maior, então, é o favor da restauração da vida eterna, outrora perdida por
causa do pecado. Ficamos cheios de gratidão quando consideramos o convite para
nos tornarmos parte da Noiva de Cristo e compartilhar a natureza divina com
Jesus, nosso Senhor e Rei. (Apocalipse 21:9, Salmo 45:10-17)
Assim como um homem não tem o direito de querer ser um anjo, um anjo não
tem o direito de querer obter a natureza divina. Isso nunca foi oferecido a eles.
59
Mas Lúcifer realmente tinha o desejo de ser como Deus. “Como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filho da alva!... Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e,
acima das estrelas de Deus.” (Isaías 14:12-15) No entanto, Satanás será destruído
no devido tempo de Deus. Embora Deus determine o tipo de degradação e o grau
de exaltação, o princípio é verdadeiro: “Porquanto qualquer que a si mesmo se
exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”
(Lucas 14:11)
A raça humana é obra das mãos de Deus. Davi explica que o homem foi feito
e coroado de “glória e de honra” e que recebeu “domínio sobre as obras das tuas
mãos”. (Salmo 8:4-8) O apóstolo Paulo explica ainda que o homem experimentará
uma ressurreição na Terra — para a “glória dos [corpos] terrestres”. Em contraste,
os membros da Igreja receberão um “corpo espiritual”. (1 Coríntios 15:38-44) O
apóstolo Pedro resumiu o testemunho de todos os profetas ao dizer que durante
os “tempos de restituição” (Atos 3:19-21) a raça humana será restabelecida à
gloriosa perfeição que Adão possuía originalmente.
Não só a sociedade será harmoniosamente bela, mas a própria Terra será um
paraíso edênico. O homem não trabalhará mais “no suor do teu rosto” (Gênesis
3:19), mas o solo naturalmente “produzirá a sua safra”. (Ezequiel 34:27, NVI)
60
Depois de se tornarem perfeitas, as pessoas continuarão se desenvolvendo e
se aprimorando até atingirem o pleno potencial delas. Não desejarão ter outra
natureza ou morada. Estarão totalmente satisfeitas e contentes.
61
Mudança de uma natureza para outra
62
uma nova criatura. A vontade divina torna-se sua vontade e eles começam a
pensar, raciocinar e julgar do ponto de vista divino. O plano de Deus se torna seu
plano, e os caminhos de Deus se tornam seus caminhos. Eles procuram subjugar
o pecado em si mesmos e sacrificar as atuais coisas boas da vida para dedicar suas
energias ao serviço de Deus. Eles começam a transformar suas mentes.
Essa transformação da mente é um trabalho gradual — uma inclinação gradual
para o céu daquilo que naturalmente se curva para a Terra. “E não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:2) Já não esperamos viver na Terra, mas somos considerados
“novas criaturas” com uma esperança celestial. Assim como Jesus possui agora a
“expressa imagem” de seu Pai (Hebreus 1:1-3), nós, os vencedores consagrados e
fiéis, “seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. (1 João 3:2)
Os vencedores não só herdarão a natureza divina como Jesus, mas se sentarão
com ele em seu trono! “Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo
no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.”
(Apocalipse 3:21)
Embora essa transformação da mente humana para a espiritual seja um
trabalho gradual, a mudança de um corpo humano para um corpo espiritual será
instantânea — “num momento, num abrir e fechar de olhos”. (1 Coríntios 15:52)
A natureza humana é, de certo modo, semelhante à natureza espiritual em termos
de raciocínio e memória, mas a natureza espiritual tem poderes grandemente
superiores à natureza humana.
O pensamento humano está confinado à esfera terrestre. As habilidades e
disposições humanas são adequadas para o benefício e felicidade do homem na
Terra. No entanto, mesmo a glória da humanidade perfeita é difícil de compreender
agora. Somente pelo Espírito Santo somos capazes de vislumbrar a glória terrestre
da humanidade no futuro e a natureza divina da Igreja.
Antes de sermos mudados da natureza humana para a espiritual, nossa atitude
mental deve ser transformada para se adequar ao nosso esperado e glorioso corpo
espiritual. Essa não é uma mudança do cérebro humano, mas uma elevação da
vontade e do foco de nossa mente para as coisas espirituais. Quando somos
gerados, recebemos o Espírito Santo como um “adiantamento”, ou penhor, da
obra consumada. (Efésios 1:13, 14) Quais “peregrinos e forasteiros” na Terra,
nos abstemos dos desejos da carne. (1 Pedro 2:11) Pela fé, ‘nos assentamos nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus’. (Efésios 2:5, 6)
63
a mudança para a natureza divina, poderemos nos lembrar de todas as nossas
experiências passadas desde nossos primeiros dias, e apreciar, em contraste, a
recompensa gloriosa do nosso sacrifício.
A natureza do Espírito e a natureza humana são distintamente diferentes, mas
uma existe à semelhança da outra. As faculdades mentais, a razão e a memória
são comuns a ambas, embora de âmbitos e capacidades diferentes. Assim, Jesus,
como homem, estava ciente de sua antiga glória com Deus, e orou: “E, agora,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes
que o mundo existisse.” (João 17:5) Essa oração foi abundantemente respondida
quando ele foi exaltado à forma mais elevada da natureza espiritual — a divina.
Em Romanos 12:2, Paulo disse: “Não vos conformeis... mas transformai-vos.”
Não nos conformamos ou transformamos a nós mesmos, mas nos submetemos a
influências mundanas ou nos submetemos à vontade de Deus. A que influências
estamos nos submetendo? Se estamos nos sacrificando com Cristo, se fomos
“unidos a ele na semelhança da sua morte”, então compartilharemos a semelhança
da sua gloriosa ressurreição. (Romanos 6:5)
A Palavra de Deus tem promessas terrenas e celestiais. As promessas celestiais
são dadas para os que têm aceito uma vida de sacrifício servindo ao Senhor. Nosso
tesouro está no céu — que nossos corações também estejam lá. Nossa esperança
é maravilhosa. Nosso chamado não é apenas para a natureza espiritual, mas para
a ordem mais alta do domínio espiritual — “muitíssimo maior do que os anjos”.
(Hebreus 1:4, BV)
O chamado celestial de Deus é limitado a esta Era do Evangelho. A oferta
nunca foi feita antes, e cessará quando esta era se fechar. Tanto a natureza humana
como a espiritual serão gloriosas em sua perfeição, mas distintas e separadas. A
glória da obra acabada de Deus terá uma bela variedade, e, ainda assim, haverá
uma maravilhosa harmonia entre todas as coisas animadas e inanimadas —
harmonia entre si e harmonia com Deus.
64
♦ ESTUDO ONZE ♦
O CAMINHO LARGO E O CAMINHO ESTREITO
AGORA —A GRANDE ESTRADA NO REINO
65
Poucos estão no Caminho Estreito para a vida imortal
Será que todos os cristãos receberão o trono de glória? Uma pessoa só começa
a trilhar o caminho para a glória se tiver a mente transformada, qual semente,
ou embrião, da nova criatura. É uma luta. “Pois se vocês viverem de acordo
com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo,
viverão.” (Romanos 8:13, 14, NVI) Entregar-se a atividades e prazeres humanos
em detrimento da nova natureza espiritual é como pegar de volta nosso sacrifício,
o qual, para todos os efeitos, é considerado morto.
Alguns tentam andar entre os dois caminhos. Tentam manter o favor de
Deus enquanto permitem que sejam parcialmente vencidos pela “amizade com
o mundo” (Tiago 4:4; 1 João 2:15) e pelas seduções de sua própria carne e do
Diabo. Nosso Pai entrega a tais a Satanás “para a destruição da carne, para que
o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”. (1 Coríntios 5:5) Se responderem
adequadamente às provações ardentes e decidirem positivamente seguir a Cristo,
serão “salvos” para uma vida espiritual como a dos anjos. No entanto, em vez
de se sentarem no trono com Jesus, terão palmas de vitória “diante do trono”.
(Apocalipse 3:21; 7:9-17)
Sim, o caminho estreito é acidentado e íngreme, mas temos a promessa: “A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios
12:9) Portanto, “aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança”
67
(Hebreus 4:16, NVI) para obtermos ajuda e força. As provações desse Caminho,
se corretamente usadas, servirão para nos santificar, refinar e preparar para
recebermos a natureza divina com a “coroa da glória”. (1 Pedro 5:4)
68
um rápido progresso no Caminho de Santidade no Reino e ficarão extasiadas com
os resultados.
“Nenhum animal feroz passará por ele.” (Isaías 35:9, KJA) Não serão mais
tolerados os governos animalescos, nem as megainstituições organizadas para
promover os interesses egoístas de indivíduos, em prejuízo do bem geral. “Não
se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte [reino].” (Isaías 11:9)
Todos os hábitos e traços de caráter maus terão de ser mudados, mas na Estrada
de Santidade as pedras de tropeço serão removidas e cada passo de progresso será
recompensado. “Preparai o caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada, limpai-a
das pedras; arvorai bandeira aos povos.” (Isaías 62:10)
69
Veja a Tabela na página 54.
♦ ESTUDO DOZE ♦
A TABELA DO PLANO DAS ERAS DE DEUS
Este “Presente Mundo Mau” tem estado sob o poder de Satanás, “o príncipe
deste mundo”. (João 12:31) Durante esse tempo, a humanidade foi autorizada
a tentar governar a si mesma. Mas no final, ficará claro que a tentativa vã do
homem se autogovernar sob a influência corrosiva de Satanás foi totalmente
inútil. O “Presente Mundo Mau” terminará no maior tempo de aflição que a
História já conheceu.
70
A segunda grande Dispensação é composta de três eras distintas, cada uma
desenvolvendo uma parte do Plano de Deus. A primeira, a Era D, a “Era Patriarcal”,
é o tempo em que Deus lidou com os pais da fé — Abraão, Isaque e Jacó.
Em seguida temos a “Era Judaica” (E), que começou com a morte de Jacó.
Deus então reconheceu os descendentes dos doze filhos de Jacó, as doze tribos
de Israel, como “Meu povo”. Eles se tornaram o povo de Deus de uma maneira
única, recebendo tanto favores quanto responsabilidades especiais. (Salmo 14:7)
“Escolhi apenas vocês de todas as famílias da terra.” (Amós 3:2, NVI)
Como nação, Israel era também representava a Igreja Cristã, “uma nação
santa”, cujas promessas serviam de tipo, ou símbolo, das “melhores promessas”
feitas à Igreja. (1 Pedro 2:9; 1 Coríntios 10:1-4) A jornada de Israel através do
deserto representa a jornada do cristão através do deserto do pecado rumo à
Canaã celestial. Embora os sacrifícios de Israel com o “sangue dos touros e dos
bodes” nunca pudessem remover o pecado (Hebreus 10:4), eles apontavam para
os “melhores sacrifícios” do “sacerdócio real” da Era Evangélica. (Hebreus 9:23)
Por meio de Jesus, o “Sumo Sacerdote da nossa confissão”, somos convidados a
‘apresentar os nossos corpos em sacrifício vivo’. (Hebreus 3:1; Romanos 12:1)
Portanto, os serviços e ordenanças da Era Judaica eram uma “sombra” das maiores
realidades vindouras. (Hebreus 10:1)
Durante a “Era Evangélica” (F), o Corpo de Cristo é chamado para sair do
mundo e andar num caminho estreito de sacrifício. Se forem “fiéis até a morte”,
eles se tornam “participantes da natureza divina” e recebem uma “coroa da vida”.
(Apocalipse 2:10) Enquanto o mal ainda reina, eles são testados por Deus para
ver se sacrificarão sua natureza humana com seus privilégios e bênçãos. Se
seguirem fielmente a Jesus, ficarão “satisfeitos” quando forem ressuscitados na
“semelhança” divina. (Salmo 17:15)
Durante as três Eras do “Presente Mundo Mal”, o mal governa e os justos
sofrem. (Malaquias 3:15) Mas no “Mundo Vindouro” a justiça governará e o mal
será destruído.
A Era Judaica e a Era Evangélica tiveram um começo distinto, e cada uma teve
um longo tempo para o desenvolvimento de sua obra. Cada uma termina com um
71
tempo de colheita durante o qual os frutos do propósito da era são recolhidos. As
Colheitas são também um tempo em que a obra de duas eras se sobrepõem. Por
exemplo, antes da Era Judaica ter terminado com a destruição de Jerusalém em 70
d.C., a obra da Era Evangélica já havia começado com a unção de nosso Senhor
no Jordão, em 29 d.C. (Atos 10:37, 38) Essa sobreposição das obras também está
representada na Tabela. Observe as várias linhas de início e fim da Colheita da Era
Judaica e da Colheita da Era Evangélica.
Daniel profetizou sobre as 70 “semanas” (de anos) de favor de Deus concedido
a Israel que terminariam em estágios. (Daniel 9:24-27) Durante a última semana
de anos, Jesus veio começar a obra da Era Evangélica. No “meio” da última
semana de sete anos, pouco antes de Jesus ser “cortado” na morte, ele disse ao
povo: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta.” (Mateus 23:38) Os sacrifícios
típicos de animais já não eram aceitáveis e, dentro de uma geração, o templo onde
essas oferendas eram feitas foi destruído.
Ao fim dessas setenta “semanas”, o Evangelho foi estendido aos gentios.
Essa mudança foi marcada com o derramamento do Espírito Santo sobre o gentio
Cornélio. (Atos 10:45) Mais tarde, a existência nacional do povo judeu terminou
quando os romanos destruíram Jerusalém e seu Templo.
Assim, durante a Colheita da Era Judaica, deu-se início à Era Evangélica
para o julgamento e desenvolvimento de o Cristo ungido — Cabeça e Corpo.
(Colossenses 1:18) Semelhante ao fim da Era Judaica, a Era Evangélica termina
em etapas, visto que a Era Milenar de Restituição começa durante a sua Colheita.
Embora agora vejamos algumas bênçãos de liberdade e tecnologia, também
há tribulação! Depois que todo o trabalho de colheita do “trigo” (verdadeiros
cristãos) for feito no fim da Era, o mundo passará pelo “fogo” da tribulação, ou
angústia, “como nunca houve desde o princípio”. (Mateus 13:24-30, 37-42; 24:21,
22; Daniel 12:1) Essa tribulação, felizmente, preparará o mundo para a introdução
do reinado de Cristo de justiça e restauração.
72
pecado, mas representavam o sacrifício de Cristo que realmente remove o pecado.
(Hebreus 10:1; 9:14) Mas Israel era um povo favorecido, separado do mundo e, de
certo modo, elevado um pouco acima dele.
73
A Igreja segue os passos de Jesus
Assim, os passos da Igreja para a glória são os mesmos que os de seu Senhor
e Noivo — exceto que a Igreja começa a partir do Plano R inferior. Na Era
Evangélica, todos os que têm apreço por Jesus ter morrido por seus pecados — e
estão se aproximando de Deus como amigos — são considerados como estando
no caminho da justificação no Plano N. Então, alguns desses crentes se sentem
induzidos a perguntar: “Senhor, o que queres que eu faça?” (Atos 9:6)
A resposta é dada pelo apóstolo Paulo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1) Um “sacrifício
vivo” significa consagrar ao serviço de Deus toda força e talento que possuímos
e não vivermos para nós mesmos, mas para nosso Pai Celestial. Nosso sacrifício
é contado como “santo e agradável a Deus” porque, pela fé, somos plenamente
justificados pelo sangue de Jesus. (Romanos 3:25; 5:9)
O próximo passo no caminho para a “glória que em nós há de ser revelada”
é o Plano M. Esse plano representa ser gerado para uma nova vida espiritual.
Deus nos “gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus
Cristo dentre os mortos”. (1 Pedro 1:3) Como humanos, nossa vontade está morta,
mas temos uma nova vida escondida crescendo. “Porque já estais mortos, e a
vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3:3) A Palavra
de Deus atua em nosso coração transformando nossa mente em embrionárias
“novas criaturas”, preparando-nos para um nascimento espiritual. (2 Coríntios
5:17) “Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que
fôssemos como primícias das suas criaturas.” (Tiago 1:18)
Aqueles que fielmente sacrificam suas vidas até a morte recebem a ressurreição
celestial retratada pelo Plano L. “Feliz é o homem que persevera na provação,
porque depois de aprovado receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que
o amam.” (Tiago 1:12, NVI) Cada um no Plano L que é “nascido do Espírito é
espírito” como o “vento”, poderoso e invisível à visão natural. (João 3:6-9)
O Plano K representa a exaltação superior à da glória pessoal dos santos na
ressurreição — à glória do cargo ocupado por Jesus e sua Noiva. “A sua noiva
já se aprontou” e “chegou a hora do casamento do Cordeiro”. (Revelação 19:7)
Como um grupo, os santos serão exaltados com Cristo e reinarão sobre a Terra
como “reis e sacerdotes”. (Apocalipse 1:6; 5:10; 20:6; 1 Pedro 5:10)
Durante toda a Era Evangélica, muitos têm alegado ser cristãos, e esses são
representados pela pirâmide incompleta e segmentada em quatro classes distintas
— n, m, p e q. No Plano M, tanto n como m são “novas criaturas” geradas pelo
espírito. Aqueles representados pelo segmento n estão cumprindo fielmente seu
pacto de total sacrifício — ao passo que os no segmento m não estão vivendo à
altura de sua consagração. Os que são fiéis constroem seu caráter no único “firme
fundamento” de Cristo com verdade e justiça, e são representados por “ouro, prata
e pedras preciosas”. (Isaías 28:16, ARM; 1 Coríntios 3:11-15)
Outros, representados por m, construíram com “madeira, feno e palha” —
uma mistura de valores terrenos resultando em um caráter instável. Mas Deus
74
ainda os ama! Sua obra é queimada, mas eles são “salvos, mas como pelo fogo”
de adversidade especial. Eles perdem o grande prêmio da Classe da Noiva. Eles
perdem a oportunidade de reinarem com Cristo em seu trono com a glória do
Plano K, mas receberão a vida celestial no Plano L. As Escrituras falam de tais
como uma “grande multidão”, como “companheiras” da Noiva servindo “diante
do trono”. (Apocalipse 7:9, 14, 15; 19:6, 7; Salmo 45:10-14, ARM)
A maioria dos que afirmam ser cristãos é representada pelo segmento p. Eles
geralmente apreciam que Jesus morreu por seus pecados, mas não progridem ao
ponto de fazerem uma consagração completa e serem gerados para uma nova
vida espiritual. (2 Coríntios 6:1) Eles não são membros do “corpo” de Cristo
— embora sejam chamados de “irmãos” pelo apóstolo Paulo. (Romanos 12:1)
Eles começaram na direção certa e isso lhes dará uma vantagem nos Tempos de
Restituição, quando se tornarem parte da família de Deus no plano terrestre.
Uma outra classe relacionada com o cristianismo é representada pelo
segmento q abaixo do Plano N. Esses nunca acreditaram em Jesus como um
sacrifício para seus pecados, mas uniram-se à igreja por razões mundanas. Esses
são “lobos” disfarçados, “vestidos como ovelhas”. (Mateus 7:15) Eles realmente
pertencem ao mundo, ao Plano R, e têm causado muito dano ao povo do Senhor
ao longo da Era.
O cristianismo tem existido nessa condição mista por toda a Era Evangélica.
O Senhor prefigurou isso na parábola do trigo e do joio. (Mateus 13:24-30, 36-43)
Na parábola, um “inimigo” semeia “joio” entre o “trigo”. É dito aos ceifeiros:
“Deixai-os crescer juntos até à colheita.” E, então, “no tempo da colheita, direi
aos ceifeiros [os anjos — mensageiros]: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes
para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro”. Nessa parábola, a
“boa semente” são os “filhos do céu”, n e m. O “joio” ou impostores (todos de q
e muitos de p) são “queimados” no sentido de reconhecerem que seu cristianismo
é meramente nominal, não verdadeiro, quando as instituições de Babilônia caem
durante o tempo de aflição.
Existe um paralelo entre a colheita da Era Evangélica e a colheita no fim da
Era Judaica. Ambas, a princípio, possuem um tempo de provação e peneiramento
e, em seguida, um tempo de julgamento e da ira de Deus.
Na Colheita Judaica, a verdade da mensagem do Evangelho separava o “trigo
da palha”, isto é, o “verdadeiro israelita” (João 1:47) do israelita nominal.
Na Colheita da Era Evangélica, a verdade que “vai brilhando mais e mais até
ser dia perfeito” separa o “trigo” do “joio”. (Provérbios 4:18; Apocalipse 14:14)
Deus chama Seu povo para “sair de” Babilônia, a mistura confusa de alguma
verdade com muito erro (Apocalipse 18:1-4), que é a cristandade hoje. “Sai
dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não
incorras nas suas pragas.” (Apocalipse 18:4)
Durante a colheita, alguns dos cristãos gerados por espírito (Figura t), por
falta de zelo, são lentos para se separarem de Babilônia. Esses são chamados de
uma “grande multidão”, em Apocalipse 7:9. Eles são influenciados pelo espírito
do mundo ou ficam sobrecarregados com as ansiedades desta vida. Somente por
meio de castigos, ou correções, especiais é que “lavam suas vestes” no “sangue
75
do Cordeiro” e, assim, se purificam. Sua recompensa é servir diante do “trono
de Deus”. (Apocalipse 7:14, 15) Mesmo tendo perdido a recompensa maior,
quando forem “convidados para o banquete do casamento do Cordeiro”, gritarão:
“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do
casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.” (Apocalipse 19:6, 7, 9, NVI)
Aos verdadeiros cristãos que são “fiéis até a morte” foi prometido a coroa
da vida. (Apocalipse 2:10) A pequena Pirâmide s representa os santos fiéis,
levados à glória durante a época da Colheita. A Pirâmide r representa nosso
Senhor retornado, a quem eles encontram na ressurreição. “Os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro” (1 Tessalonicenses 4:15-17, NVI), isto é, os santos fiéis do
passado que dormiram na morte e estavam esperando o retorno de nosso Senhor
antes de serem transformados na ressurreição. Depois disso, os que morrem
durante a Colheita não precisam dormir, mas são transformados “num instante,
num piscar de olhos”. (1 Coríntios 15:51, 52, BV) Eles são reunidos — não todos
ao mesmo tempo — mas no mesmo lugar — à medida que cada um deles termina
sua carreira na morte. (Veja “juntamente”, ou “unidos”, usado no contexto de 1
Tessalonicenses 5:10, 11.)
As figuras t, u e v representam Babilônia — a Igreja nominal — sendo
julgada durante o “tempo de aflição” no qual esta Era termina. Durante séculos,
Babilônia tem deturpado o caráter de Deus por meio de muitas de suas doutrinas
e práticas. Em ambos os adventos de Jesus, ele é “uma pedra de tropeço” para as
“duas casas de Israel” — natural e espiritual. (Isaías 8:14) Como nação, o Israel
natural não reconheceu a presença e o propósito de Jesus qual Messias. O Israel
espiritual nominal (cristianismo) também interpreta mal a maneira e o propósito
do segundo advento de Jesus.
A igreja nominal, como um sistema, chega ao seu fim pelas “sete últimas
pragas”. (Apocalipse 16:1-21) A destruição do sistema da igreja falsa ocorre no
fim da Colheita da Era Evangélica, mostrada na Área Sombreada S.
O Tabernáculo no deserto
N o primeiro livro de Revelação Divina, Deus declara Seu propósito para Sua
criação terrena e seu governo.
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre todo o animal que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:26-28)
O domínio sobre a Terra foi colocado nas mãos do pai Adão. Ele era perfeito
e plenamente qualificado para ser governante e rei da Terra. Mas o domínio não
era para ser só dele; ele representava toda a sua descendência. “Tenham domínio
sobre a terra.” (Bíblia Viva) Se a raça humana tivesse permanecido sem pecado,
jamais teriam perdido esse domínio.
Essa ordem não autorizava a ninguém dominar o seu próximo. A humanidade
recebeu o domínio sobre a Terra para o cultivo de seus frutos para o benefício
de todos. As riquezas vegetais e minerais, assim como todas as variedades de
animais, foram entregues ao domínio do homem para sua serventia. À medida que
a população aumentasse, seria necessário que as pessoas organizassem formas
de distribuição justa das bênçãos comuns. Eventualmente, representantes seriam
eleitos para administrar assuntos de interesse comum. Se a humanidade tivesse
permanecido sem pecado, amando a Deus e ao próximo como a si mesmos, a
sociedade seguiria um caminho pacífico.
Assim, o projeto original do Criador era que o governo do homem fosse uma
República. Todo homem seria soberano e, ao mesmo tempo, trabalharia pelo bem
comum. Tal domínio sobre a Terra teria apenas uma lei: o amor. (Romanos 13:10)
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo
o teu pensamento” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22:37-40)
Quando o homem recebeu o domínio sobre a obra das mãos de Deus (Salmo
8:5, 6), tornou-se o representante do Criador no primeiro estabelecimento do Reino
de Deus na Terra. Mas quando Adão se rebelou e pecou, o Reino de Deus cessou
imediatamente. Desde aquele tempo, o Reino de Deus não foi restabelecido,
exceto por um modo breve e típico (simbólico) com o antigo Israel. No entanto,
embora a humanidade tenha perdido o domínio dado por Deus, foi concedido a
ela que exercesse o poder de acordo com suas próprias ideias e escolhas “até que
venha aquele a quem pertence de direito”. (Ezequiel 21:25-27)
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Quando Jesus morreu, além de providenciar a redenção do homem,
providenciou que o homem recuperasse sua herança original da Terra. O propósito
do governo do Messias sobre a Terra durante o Milênio será acabar com todo
o pecado e a rebelião e preparar a humanidade para novamente representar o
governo de Deus na Terra. (1 Coríntios 15:25; Apocalipse 19:15; 22:5)
Durante a Era Judaica, Deus organizou Israel como seu reino “típico” sob
a autoridade de Moisés e dos Juízes. Israel foi chamado de “o reino de Jeová”
(2 Crônicas 13:8, TB), e “Salomão assentou-se no trono de Jeová”. (1 Crônicas
29:23, TB) Israel tinha uma espécie de República que, mais tarde, sob os reis,
tornou-se, de modo geral, mais repressiva. No entanto, os reinados de Davi e
Salomão foram usados por Deus para representar, em certa medida, o futuro
Reino do Messias. Quando o povo transgrediu contra o SENHOR, ele os castigou
repetidamente até que, por fim, nos dias de Zedequias, o último rei da linhagem
de Davi, o poder real foi removido. O reino típico de Deus foi derrubado.
Deus, por meio de Ezequiel, profetizou a respeito de Zedequias: “Tira o
diadema e remove a coroa... Ruína! Ruína! A ruínas a reduzirei, e ela já não será,
até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei.” (Ezequiel
21:25-27, ARA) A remoção da coroa se cumpriu quando o rei de Babilônia
removeu o rei de Judá e fez o povo cativo. A profecia determinou que deveria
permanecer em ruínas até que Cristo viesse para reivindicá-la. Mais tarde, Ciro, o
persa, restaurou sua existência nacional, mas, a partir daí, eles precisaram pagar
tributos para a Medo-Pérsia, a Grécia e a Roma, sucessivamente. Então, em 70
d.C., Israel, como nação, foi destruída e o povo espalhado entre outras nações.
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Satanás não é o “Príncipe deste Mundo” por direito, mas por usurpação. Por
meio de fraude e engano, ele controla invisivelmente os homens caídos como “o
Príncipe do poder do ar”. (Efésios 2:2, BJ ) Satanás deturpa o Plano de Deus e
cega os homens para não compreenderem a Verdade. Satanás até procurou tentar
Jesus no deserto, oferecendo-lhe “todos os reinos do mundo”, se tão somente
Jesus o adorasse. (Mateus 4:8, 9)
Enquanto isso, o mundo geme e espera. Filósofos sonham com uma era
de ouro, os políticos tentam, sem sucesso, resolver os problemas deste mundo.
Toda a criação está desejando algo melhor. Eles não percebem isso, mas o que
estão esperando é “a manifestação dos filhos de Deus” com o poder do Reino.
(Romanos 8:22, 19)
Deus nos forneceu várias visões panorâmicas a respeito dos governos deste
mundo e suas quedas, bem como da criação do Reino eterno sob o Messias, o
Príncipe da Paz.
Antes de Jerusalém ter sido destruída pela primeira vez, Daniel — já
em cativeiro — interpretou um sonho perturbador para o rei de Babilônia.
Nabucodonosor sonhou com uma poderosa estátua composta de ouro, prata,
bronze, ferro e barro, que foi atingida por uma pedra e destruída. Daniel explicou
que a estátua representava quatro grandes impérios que receberiam a permissão
de Deus para governarem após a queda de Israel, que era o típico Reino de Deus
(Daniel 2:31-45, NVI):
“Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua
enorme, impressionante, e sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era feita
de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de
bronze, as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de
barro. Enquanto estavas observando, uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos,
atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmigalhou.
“Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram despedaçados,
viraram pó, como o pó da debulha do trigo na eira durante o verão. O vento
os levou sem deixar vestígio. Mas a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma
montanha e encheu a terra toda.
“Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei. Tu, ó rei, és rei de reis.
O Deus dos céus te tem dado [“concedido”] domínio, poder, força e glória; nas
tuas mãos ele colocou a humanidade, os animais selvagens e as aves do céu. Onde
quer que vivam, ele fez de ti o governante deles todos. Tu és a cabeça de ouro.
“Depois de ti surgirá um outro reino, inferior ao teu [prata]. Em seguida surgirá
um terceiro reino, reino de bronze, que governará sobre toda a terra. Finalmente,
haverá um quarto reino, forte como o ferro, pois o ferro quebra e destrói tudo; e
assim como o ferro a tudo despedaça, também ele destruirá e quebrará todos os
outros. Como viste, os pés e os dedos eram em parte de barro e em parte de ferro.
Isso quer dizer que esse será um reino dividido, mas ainda assim terá um pouco
da força do ferro, embora tenhas visto ferro misturado com barro. Assim como os
dedos eram em parte de ferro e em parte de barro, também esse reino será em parte
forte e em parte frágil [quebradiço].”
80
O último império universal do homem
81
Santo de Deus. (Daniel 2:45; Apocalipse 3:21) Quando a Igreja estiver completa
em glória, então o Reino de Deus começará a operar na Terra. Inicialmente,
trabalhará de modo gradual por meio de Israel, e depois se expandirá para encher
a Terra. “Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o
principal; será elevado acima das colinas.” (Isaías 2:2, 3, NVI ) Então, pessoas de
todas as nações subirão “ao templo do Deus de Jacó” para serem ensinadas. “A lei
sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra do Senhor.”
“No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho... Ele
escreveu o resumo do seu sonho. Daniel disse: “Na minha visão à noite, eu vi os
quatro ventos do céu agitando o grande mar. Quatro grandes animais, cada um
diferente dos outros, subiram do mar.
“O primeiro parecia um leão, e tinha as asas de águia… A seguir vi um
segundo animal, que tinha a aparência de um urso… Depois disso, vi um outro
animal, que se parecia com um leopardo… e recebeu autoridade para governar.
“Na minha visão à noite, vi ainda um quarto animal, aterrorizante, assustador
e muito poderoso. Tinha grandes dentes de ferro, com as quais despedaçava e
devorava suas vítimas, e pisoteava tudo o que sobrava. Era diferente de todos os
animais anteriores, e tinha dez chifres. “Enquanto eu estava refletindo nos chifres,
vi um outro chifre, pequeno, que surgiu entre eles; e três dos primeiros chifres
foram arrancados para dar lugar a ele. Esse chifre possuía olhos como os olhos de
um homem e uma boca que falava com arrogância.
“Enquanto eu olhava, “tronos foram postos no lugar, e um ancião se assentou.
Sua veste era branca como a neve; o cabelo era branco como a lã. Seu trono ardia
em fogo, e as rodas do trono estavam todas incandescentes. E saía um rio de fogo,
de diante dele. Milhares de milhares o serviam; milhões e milhões estavam diante
dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos.
“Continuei a observar por causa das palavras arrogantes que o chifre falava.
Fiquei olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e atirado no
fogo.” (Nova Versão Internacional)
Independentemente dos meios usados, a causa da queda dos reinos deste mundo
será o estabelecimento do Quinto Império Universal, o Reino de Deus, sob Cristo.
83
“Eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao
ancião de dias [Deus]... E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que
todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno,
que não passará... e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao
povo dos santos do Altíssimo.” (Daniel 7:13, 14, 27)
Jeová colocará o domínio da Terra nas mãos de Cristo. “Pois ele [Deus] tudo
colocou debaixo dos pés dele [Jesus].” (1 Coríntios 15:27) No entanto, os “reinos
do mundo” (Apocalipse 11:15; João 16:11), não se renderão pacificamente, então
será necessário primeiro “prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres
com grilhões de ferro, para fazerem neles o juízo escrito; esta será a honra de
todos os seus santos”. (Salmo 149:8, 9) Nem Satanás, o “príncipe deste mundo”,
cederá pacificamente a autoridade que usurpou. Ele precisa ser “amarrado” e
preso à força. (Apocalipse 20:1, 2)
Entronizados com seu cabeça, os vencedores da era atual governarão,
abençoarão e restaurarão a criação que está gemendo e que sofreu sob os
governos egoístas e animalescos da Terra. Enquanto isso, à medida que as partes
“despedaçadas” são espalhadas e o quarto animal aguarda o fogo consumidor,
oramos fervorosamente: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu.”
Por saberem que o Reino de Deus viria no futuro, nem Jesus nem os Apóstolos
interferiram nos governos terrenos. Pelo contrário, eles instruíram a Igreja a se
submeter a tais autoridades humanas, embora muitas vezes sofressem com seus
abusos. Os seguidores de Jesus são ensinados a obedecerem às leis locais, desde
que elas não entrem em conflito com as leis de Deus. (Atos 4:19; 5:29) Eles pagam
seus impostos e são cumpridores da lei. (Mateus 22:21)
Embora Deus permita a existência dos governos humanos, a Igreja não deve
se envolver com a política. Os santos de Deus devem deixar sua luz brilhar, mas
nossa missão atual não é ajudar o mundo a melhorar seu governo. O próprio
Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo,
lutariam os meus servos.” (João 18:36) Somos herdeiros de um Reino celestial
(Lucas 12:32), e abençoaremos o mundo desde os céus durante o Milênio.
Devemos apontar para o prometido Reino de Deus e suas bênçãos. Naquele tempo
será nosso privilégio trabalhar pela bênção e soerguimento do mundo.
Por pensarem nos reinos deste mundo como sendo o Reino de Cristo,
muitos do povo de Deus tiveram sua atenção desviada do prometido Reino
celestial. Em vez de se dedicarem à pregação do Evangelho do Reino vindouro,
os cristãos se envolveram na política. Embora os cristãos devam submeter-se às
leis locais, eles devem sempre permanecer como “peregrinos e forasteiros” na
Terra. (1 Pedro 2:11-14)
Hoje há uma agitação global das nações. Devemos esperar que elas
perdurem? Devemos antes olhar para o que há de vir em seguida — o Reino de
Cristo. O Quinto Império Universal está sendo estabelecido entre os escombros
desses reinos pelo “Rei dos reis” (Apocalipse 17:14) e, em breve, o vento os
levará a todos.
86
♦ ESTUDO CATORZE ♦
O REINO DE DEUS —
CELESTIAL E TERRESTRE
87
Terrestre e celestial
As perguntas de Nicodemos
† A palavra grega é gennao, de número 1080 na Concordância de Strong. Pode ser traduzida por “gerar” ou “nascer”,
de acordo com o contexto. Ambos os conceitos estão incluídos, pois um nascimento indica uma geração prévia, e
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Nicodemos, mesmo os meus discípulos têm muito a aprender sobre o Reino
que estão proclamando! Não posso dizer-lhes mais pelo mesmo motivo que não
posso dizer a você. Nosso Pai requer obediência à iluminação que alguém já
possui antes que a pessoa receba mais luz.
Aqueles dignos de compartilhar esse Reino precisam caminhar pela fé — às
vezes vendo apenas com clareza o próximo passo adiante.
Nicodemos — Mas o que você quer dizer? “Como alguém pode ser gerado,
sendo velho? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra
vez?” Percebo que seus discípulos, como João Batista, pregam e batizam em
água regularmente. Será que esse batismo é um nascimento simbólico, de alguma
forma necessário para ver ou entrar no seu Reino?
Jesus — Nossa nação é uma nação consagrada, batizada em Moisés, “no
mar” e “na nuvem” quando eles deixaram o Egito. (1 Coríntios 10:1, 2) Deus
aceitou nossa nação em Moisés como mediador do nosso pacto no Sinai. Mas
esse pacto foi esquecido. Muitos são abertamente pecadores, outros são hipócritas
autojustos. É por isso que João e meus discípulos pregam o arrependimento!
Mas é preciso mais do que isso. Você também precisa ser gerado e nascer do
espírito, para ver meu Reino. O arrependimento o levará de volta a uma condição
justificada — então você poderá me reconhecer como o Messias, o Moisés maior.
Quando alguém me recebe, e consagra sua vida para fazer a vontade de Deus, este
é gerado para uma nova vida por nosso Pai. Depois de se desenvolver como uma
nova criatura, ele “nascerá” na primeira ressurreição. Então será capaz de ver o
Reino, bem como de fazer parte dele.
A mudança para esse novo nascimento do Espírito é realmente grandiosa,
Nicodemos. O que nasceu do Espírito é espírito. Deixe-me ilustrar: “O vento
assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde
vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (João 3:8) Na ressurreição,
eles “entrarão” ou se tornarão parte da administração do Reino. Eles serão como
o vento — poderosos, mas invisíveis.
Nicodemos — Como isso pode ser? Seres invisíveis?
Jesus — Veja bem, Nicodemos, certamente como um fariseu bem instruído,
você sabe que seres espirituais podem estar presentes, mas invisíveis. Lembre-se
de Eliseu e seu servo, bem como da jumenta de Balaão. Os seres espirituais estavam
presentes, mas de modo invisível. Os anjos são seres espirituais invisíveis. Como
eu disse, a menos que um homem seja gerado de cima, ele não pode entender o
Reino de Deus.
Para se tornar um coerdeiro comigo nesse Reino, você deve seguir a luz passo
a passo. Você reconhece que sou um mestre enviado por Deus, mas com todas as
minhas pregações e milagres, você não agiu de acordo com sua fé por se tornar
abertamente um dos meus seguidores. Se o que eu lhe ensinei com ilustrações
terrenas, como o vento, não lhe trouxe compreensão ou convicção, então “como
uma geração leva a um nascimento. Quando a palavra gennao está associada a um agente masculino, geralmente
significa “gerar” — mas quando está associada a um agente feminino, geralmente é traduzida por “nascer”. (Assim,
em 1 João 2:29; 3:9; 4:7; 5:1, 18 deve ser traduzida por “gerar”, pois Deus, masculino, é o agente ativo.) No entanto,
às vezes a tradução depende, em vez disso, da natureza da ação. Assim, quando é usada com ek, que significa de ou
fora de, deve ser traduzida por “nascer”. (Como em João 3:5, 6, “da água”, “da carne”, “do Espírito”.)
‡ A palavra grega para “ver” aqui é eido, palavra de número 1482 na Concordância de Strong. “Ver” (literalmente ou
figurativamente), no sentido de “saber”, “adquirir conhecimento de”. Note, por exemplo, “considerar”, em Atos 15:6.
89
você acreditará se eu lhe disser coisas celestiais?” (versículos 12, 13) Eu sei do
que falo, pois eu desci do céu e ninguém subiu ao céu. O conhecimento das coisas
celestiais só pode ser recebido com o engendramento do Espírito. E as coisas
celestiais propriamente ditas só podem ser vivenciadas quando se “nasce” como
um ser espiritual. (versículos 3, 6)
A natureza humana busca evitar o sofrimento e está sempre pronta para agarrar
a honra e o poder. Mesmo nos dias dos apóstolos, alguns começaram a reivindicar
para a vida presente, as honras que receberiam no futuro. “Vocês já têm tudo o que
querem! Já se tornaram ricos! Chegaram a ser reis — e sem nós! Como eu gostaria
que vocês realmente fossem reis, para que nós também reinássemos com vocês!”
(1 Coríntios 4:8, NVI) Em resultado, ficavam mais próximos do orgulho e longe
do sacrifício
Enquanto isso, Paulo e outros fiéis ainda eram ‘loucos por causa de Cristo...
desprezíveis... temos chegado a ser considerados lixo do mundo’. (1 Coríntios
4:10-17, ARA) Se o reinado prometido tivesse começado, Paulo argumentou, por
que ele não estava reinando também? Os santos não reinarão nesta vida. Eles
recebem a autoridade real quando são ressuscitados. “Desde agora, a coroa da
justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:8)
A Igreja primitiva sofreu muita perseguição sob a Roma pagã, mas depois
de terem fielmente sofrido muita tribulação, teorias começaram a ser difundidas
afirmando que a missão da Igreja era conquistar o mundo, estabelecer o Reino e
governar as nações antes do retorno do Senhor. Concessões ao paganismo foram
feitas para facilitar a vida do cristão. Isso os levou a realizarem grandes e pomposas
cerimônias para impressionar o mundo. O campo de trigo plantado por Jesus e seus
apóstolos ficou coberto pelo falso trigo: o “joio”. (Mateus 13:24-30, 36-42)
Aos poucos, a Igreja ia aumentando sua autoridade secular. Durante o quarto
século, começou a unir-se aos reis da terra, em vez de esperar o retorno de Cristo.
91
Por séculos, o próprio papado coroou e destronou reis da Europa, e suas várias
“filhas” protestantes procuraram imitar sua influência política. Esses sistemas
também têm mais ou menos alegado que o reinado da Igreja está em progresso.
Infelizmente, quando Cristo retorna para ‘estar à porta’ [figurativamente], ele
encontra a igreja nominal pensando que é “rica”, embora esteja espiritualmente
‘pobre, cega e nua’. (Apocalipse 3:17-20)
Qualquer observador ponderado pode notar a grande diferença entre o
conceito da cristandade, que busca riquezas e autoridade terrenas, e os ensinos de
Jesus e dos apóstolos, de que o Reino e suas honras são alcançados após o retorno
de Cristo e nossa ressurreição para a glória.
92
para a “glória, honra e imortalidade”. (Hebreus 10:20; Romanos 2:7, NVI)
Pessoas como Abel, Noé, Abraão, Sara, Moisés, Sansão, Davi, Samuel, Raabe
e os profetas estão incluídas nesse grupo. “E todos estes, tendo tido testemunho
pela fé, não alcançaram a promessa.” (Hebreus 11:39) Quais homens e mulheres
de fé comprovada, eles não serão levados a julgamento novamente, mas serão
levantados como seres humanos perfeitos no início do Reino.
Sua liderança e exemplo inspirarão o mundo. Serão modelos de perfeição
para o mundo observar. À medida que a humanidade for levantada de seus túmulos
com suas deficiências e desafios, verão o potencial da vida perfeita exibida nos
Antigos Dignitários. Esses serão os representantes humanos do reino celestial de
Deus na Terra.
Não temos informações explícitas sobre a maneira exata em que essas duas
fases do reino celestial operarão, mas sabemos que, após a remoção final dos
reinos deste mundo e a prisão de Satanás, esses agentes divinamente honrados de
Deus conduzirão o mundo a um futuro melhor. O mundo aprenderá rapidamente
a cooperar com eles, seguir sua liderança e progredir no “caminho da santidade”.
(Isaías 35:8, NVI )
Os Antigos Dignitários, por serem homens perfeitos, estabelecerão um
governo perfeito. Trabalhos educacionais e beneficentes bem planejados
promoverão todos os aspectos do bem-estar humano. A riqueza do mundo se
multiplicará e será distribuída de forma equitativa entre todos os que cooperarem.
Os Antigos Dignitários se basearão na sabedoria de cima, e a raça humana será
elevada, passo a passo, de volta à vida, à saúde, à bênção e, por fim, à perfeição.
Visto que as pessoas terão a lei de Deus escrita “no seu interior... no seu
coração” (Jeremias 31:33), todos os desejos e ambições nobres serão gratificados.
Tudo será glorioso e satisfatório. Quando o trabalho de restituição estiver
terminado, ao fim dos mil anos, toda a raça humana será aprovada, sem mácula
nem ruga, na presença de Deus — exceto os poucos incorrigíveis, que serão
removidos. (Mateus 25:46; Apocalipse 21:8)
A obra e os esforços dos Antigos Dignitários nunca serão esquecidos pela
humanidade que será eternamente grata. Eles brilharão como “as estrelas, para
todo o sempre” e serão mantidos em memória eterna. (Daniel 12:3, NVI; Salmo
112:6) Os santos em glória “resplandecerão como o sol”. (Mateus 13:43) As honras
do céu e da Terra serão colocadas aos pés de Cristo e sua classe celestial da “noiva”,
e eras de eternas bênçãos virão a seguir. (Romanos 8:18; Efésios 2:7-14)
Desde que Abraão recebeu a promessa, ficou subentendido que Deus pretendia
estabelecer uma fase celestial e outra terrena do Reino. “Multiplicarei a tua
descendência como as estrelas dos céus [promessa espiritual], e como a areia que
está na praia do mar [promessa terrena]... e por meio dela [a descendência] serão
benditas todas as nações da terra.” (Gênesis 22:17; 26:4) Abraão provavelmente
entendeu apenas as promessas terrenas, mas Deus também tinha em mente as
superiores promessas celestiais — era um favor duplo.
O Pacto Abraâmico foi a raiz dessa promessa. A partir dessa raiz cresceu o
Israel carnal, mas depois os crentes gentios também foram enxertados, quando os
93
ramos naturais foram cortados por causa da incredulidade. (Romanos 11:17-21,
25-32) Os ramos espirituais são desenvolvidos durante a atual Era Evangélica,
mas também haverá ramos terrestres que se desenvolverão durante a Era Milenar.
Ao passo que o Israel natural, ou seja, os ramos que cresceram durante a Era
Judaica, apareceram primeiro, os ramos espirituais da Era Evangélica recebem a
maior honra e glória no Reino. Assim, “os primeiros serão últimos, e os últimos
serão primeiros”. (Mateus 19:30)
As promessas terrenas feitas aos Antigos Dignitários não podem se cumprir
até que as promessas mais elevadas feitas à semente celestial estejam concluídas.
“Todos estes [Antigos Dignitários] morreram na fé, sem terem recebido as
promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as... Provendo
Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem
aperfeiçoados.” (Hebreus 11:13, 39, 40)
Após Jesus ter sacrificado sua vida na cruz do Calvário, ele foi altamente
exaltado em glória celestial. A Igreja vencedora junta-se a ele primeiramente
nos sofrimentos e sacrifícios, e depois, na glória. Como “herdeiros conforme a
promessa” de Abraão, eles recebem a principal benção. (Gálatas 3:29) Então,
quando a classe celestial estiver completa, as bênçãos de Deus fluirão por meio
deles para todos os outros.
“Quem subirá ao monte de Jeová? E quem estará no seu santo lugar? Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração.” (Salmo 24:3, 4, TB)
Jerusalém foi construída em uma região com duas elevações, com o vale do
Tiropeom no meio. Era uma cidade com um muro e pontes conectando as duas
partes. Em um dos montes estava o Templo, simbolizando o serviço sacerdotal da
Igreja glorificada. O outro monte pode ser entendido como representando a fase
terrestre do Reino.
Era uma honra estar na cidade, e uma honra ainda maior subir ao monte
com o Templo sagrado, onde os sacerdotes desempenhavam suas funções. “Mãos
limpas e um coração puro” são necessários para alcançar qualquer uma das honras
— seja o chamado celestial agora, ou o chamado terrestre durante o Milênio.
Aqueles que aspiram fazer parte do Sacerdócio Real, do Reino Celestial,
“não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”. (Romanos 8:1) Os Antigos
Dignitários, que servirão no Reino Terrestre, também amavam a justiça, odiavam
a iniquidade e se entristeciam quando eram vencidos pela fraqueza. Durante o
Milênio, quando o espírito de Deus, o espírito da verdade, for derramado sobre
“toda a carne” (Atos 2:17), a humanidade também precisará buscar diligentemente
a pureza de coração para terem o direito de entrar na cidade — o reino preparado
para eles desde a fundação do mundo (Mateus 25:34) — o domínio original da
Terra restaurado.
Nem todos, no entanto, ficarão satisfeitos ao verem o Reino com suas leis
restritivas. “E com vara de ferro as regerá.” (Salmo 2:6-9; Apocalipse 2:27) A
liberdade para defraudar, abusar, deturpar, enganar ou machucar o próximo será
interrompida. Mesmo a liberdade de auto-indulgência para cometer abusos contra
si mesmo será removida. “Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo
monte.” (Isaías 11:9) Todas as instituições atuais fundadas em princípios errados
serão destruídas. A corrupção de todo tipo será exposta e eliminada. “Farei juízo a
regra, e justiça o prumo. A saraiva [julgamento justo] varrerá o refúgio de mentiras
e as águas [verdade] inundarão o esconderijo.” (Isaías 28:17, TB; Mateus 10:26)
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Muitos se rebelarão contra o governo perfeito e equitativo, porque estão acostumados
a dominar ao próximo. “Ouçam agora vocês, ricos! Chorem e lamentem-se, tendo
em vista a miséria que lhes sobrevirá.” (Tiago 5:1-6, NVI) Muitas e severas serão
as “chicotadas” (Salmo 89:32, BV), que os que levam atualmente uma vida de
auto-indulgência e gratificação precisarão receber sob esse reinado antes que as
lições da justiça sejam aprendidas. Mas a liberdade para fazer o bem, qualquer
que seja sua forma, será imediatamente recompensada. Sob o reinado de Cristo,
a grande maioria aprenderá a amar a justiça e a viver para sempre. Ainda assim,
alguns poderão se recusar a agir de acordo com a equidade, a justiça e a retidão do
Reino. Esses serão ‘exterminados dentre o povo’. (Atos 3:23)
O Reino eterno
“E o SENHOR [Jeová] será rei sobre toda a terra naquele dia.” (Zacarias
14:9) O Reino pertence a Jeová.
No entanto, durante o Milênio, o reino estará sob o controle direto de Cristo.
Após a Segunda Guerra Mundial, as nações agressoras foram temporariamente
ocupadas até que governos democráticos responsáveis fossem estabelecidos.
Será semelhante com o mundo durante a Era Milenar. O reinado de Cristo
sobre os assuntos da Terra será por um tempo limitado e para um propósito
específico, e terminará assim que esse propósito for alcançado.
O homem abriu mão de seus direitos por meio da rebelião. Deus redime esses
direitos por meio de Cristo, e os restaura ao homem — mas Ele exige que o homem
trabalhe em prol de sua própria recuperação. Para administrar este processo, é
preciso um governo forte e perfeito, e Cristo recebeu o privilégio de liderar esse
governo. “Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam
postos debaixo de seus pés.” Daí, Jesus o entregará de volta a Deus, “a fim de
que Deus seja tudo em todos”. (1 Coríntios 15:25-28, NVI) A humanidade então
tratará diretamente com Jeová, assim como era no princípio. A mediação de Cristo
e sua Igreja terá concluído completamente o grande trabalho de reconciliação.
Deus nos aceita hoje exclusivamente pelos méritos do sacrifício resgatador de
Cristo. Mas quando o Reino for entregue a Deus, todas as pessoas serão capazes
de praticar a obediência perfeitamente, tanto na letra quanto no espírito da Lei.
Todos poderão permanecer irrepreensíveis diante de Deus, e receberão o resultado
abençoado: “Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que
lhes foi preparado desde a criação do mundo.” (Mateus 25:34, NVI)
Naquele tempo, a intervenção especial e o reinado de Cristo e a Igreja sobre
a Terra estarão concluídos. Mas o Reino mais elevado e a honra dada à Noiva, os
coerdeiros de Cristo — “que o próprio Deus, antes mesmo da criação do mundo,
já havia escolhido para a nossa glória” – jamais findarão. (1 Coríntios 2:7; Efésios
1:4) Jesus com sua Noiva sempre compartilharão de crescente glória. Que obras
maravilhosas em outros mundos de nosso infinito Universo aguardam o poder
desse agente altamente exaltado de Jeová!
Até lá, enquanto os problemas do mundo aumentam, toda a criação geme
e aguarda. Esperam por esse Reino, pela “manifestação dos Filhos de Deus”.
(Romanos 8:19, 22) Somente o Reino de Deus aniquilará o mal, curará e abençoará
a todos. “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
98
♦ ESTUDO QUINZE ♦
O DIA DO SENHOR
Ao estudar as profecias sobre o Dia da Ira, tal como descritas pelo apóstolo
Pedro, é importante compreender a linguagem bíblica dos símbolos:
♦ “Terra” representa a sociedade;
♦ “Montanhas” representam reinos, governos;
♦ “Céus” representam poderes de controle espiritual;
♦ “Fogo” representa a destruição;
♦ “Enxofre” intensifica o significado da destruição pela fumaça mortal que
este emite;
♦ “Mundo” representa uma dispensação de tempo.
Referindo-se aos “velhos céus e terra”, Pedro diz que “pela água o mundo
daquele tempo foi submerso e destruído” no Dilúvio. (2 Pedro 3:6, NVI) É claro
102
que a Terra e os céus literais não foram destruídos — aquela sociedade, sob a
influência dos anjos caídos, é que foi destruída. (2 Pedro 2:4; Judas 6; Hebreus
2:5) “Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.”
(Eclesiastes 1:4) Pedro prossegue dizendo:
“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite [não observado]; no qual
os céus [os atuais poderes do ar sob Satanás] passarão com grande estrondo, e
os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra [sociedade], e as obras que nela há
[riquezas, poder], se queimarão. (...) Os céus, em fogo se desfarão, e os elementos,
ardendo, se fundirão. Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus
[um novo poder espiritual, o Reino de Cristo] e nova terra [uma nova sociedade
baseada na justiça e no amor], em que habita a justiça.” (2 Pedro 3:10-13)
Assim, Pedro (bem como Paulo e João) eram apóstolos e também profetas.
Eles foram movidos a profetizar sobre eventos futuros. Como os profetas do Antigo
Testamento, eles foram guiados em suas palavras e usaram linguagem simbólica.
Deus, em seu próprio tempo, suscitou servos adequados para esclarecer essas
profecias, como Jesus sugeriu que ocorreria. (Mateus 24:45-51, NVI) Agora, o
entendimento dessas profecias é o “alimento no tempo devido” para a família da fé.
O profeta Malaquias (4:1) fala desse Dia de Jeová usando o mesmo símbolo
do fogo. “Aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos
os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os
abrasará.” Os orgulhosos e os opressores serão grandemente humilhados. Por
fim, durante o Reino Milenar, aqueles que recusarem a disciplina e os benefícios
perecerão com seu orgulho. (Apocalipse 20:7-9)
Enquanto isso, o povo do Senhor é purificado e abençoado. A escória do
erro e do caráter são queimadas e eles são refinados como “ouro e prata”. Mesmo
os cristãos transigentes e orgulhosos que forem capazes de abandonar o orgulho
poderão ser ‘arrebatados do fogo’ (Judas 23), sendo purificados e salvos.
“O mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o
SENHOR dos Exércitos. Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem
subsistirá [suportar o teste], quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo
do ourives... E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os
filhos de Levi [simbolizando o povo do Senhor], e os refinará como ouro e como
prata; então ao SENHOR trarão oferta em justiça.” (Malaquias 3:1-3)
Claramente, o “fogo” representa uma influência expiatória para um grande
benefício. O apóstolo Paulo também usa o “fogo” referindo-se simbolicamente à
purificação da fé e do caráter do cristão:
“Se alguém constrói [caráter] sobre esse alicerce [sacrifício resgatador de
Cristo], usando ouro, prata, pedras preciosas [verdades divinas e um caráter
igualmente piedoso], [ou usando] madeira, feno ou palha [erros da tradição e um
caráter igualmente instável], sua obra será mostrada, porque o dia a trará à luz;
pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um [2 Pedro
1:5-11]. Se o que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa.” (1
Coríntios 3:12-14, NVI)
Todos aqueles que constroem sobre o “fundamento” do resgate de Cristo, mas
depois se tornam descuidados em sua construção — Deus pode recuperar a tais
103
com misericórdia. “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal
será salvo, todavia como pelo fogo.” (1 Coríntios 3:15) No entanto, aqueles que
persistem em deliberadamente rejeitar a Cristo “uma vez que foram iluminados”
pelo Espírito Santo, “é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento;
pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus”. (Hebreus 6:4-8;
10:26-31, NVI) Eles ficam sujeitos à “segunda morte”. (Apocalipse 20:6)
† O símbolo “lago de fogo” é interpretado diretamente para nós, “o lago do fogo... é a segunda morte”. (Apocalipse 20:14)
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Em Apocalipse 19:15: “Ferirá as nações. “Ele as governará com cetro de
ferro”— não é um cetro literal, mas com rigorosa e exigente justiça. “Castigarei
o mundo por causa da sua maldade, os ímpios pela sua iniquidade. Darei fim à
arrogância dos altivos e humilharei o orgulho dos cruéis.” (Isaías 13:1-11)
A variedade de símbolos utilizados nesses diversos textos nos ajuda a apreciar
melhor todos os aspectos desse grande e notável Dia de Jeová.
Aquilo que as profecias sobre o fim dos tempos previram está acontecendo
diante de nossos olhos. É verdade que sempre houve problemas no mundo, mas
agora é um tempo de extraordinária tribulação. Ao mesmo tempo em que as
nações estão clamando pela paz, a agitação em todo o mundo tem aumentado em
número e intensidade. De um lado estão as riquezas, a arrogância e o orgulho. Do
outro, a pobreza generalizada e um forte sentimento de injustiça.
Os ricos se sentem justificados porque fornecem emprego para milhares e
assumem riscos comerciais. As pessoas comuns, frustradas com o desemprego e
o aumento do custo de vida, ficam cada vez mais desesperadas. Ambos os lados,
porém, são inspirados por motivos egoístas. As “ondas” do “mar” — as massas
trabalhadoras — estão rugindo e atacando as riquezas da Terra. Felizmente, por
conhecermos o Plano de Deus, as Escrituras nos dão uma sólida esperança:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na
adversidade. Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem
no coração do mar, embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes
sejam sacudidos pela sua fúria. Nações se agitam, reinos se abalam; ele ergue a
voz, e a terra se derrete. Ele dá fim às guerras até os confins da terra; quebra o arco
e despedaça a lança, destrói os escudos com fogo. “Parem de lutar! Saibam que eu
sou Deus! Serei exaltado entre as nações, serei exaltado na terra.” (Salmo 46:1-3,
6, 9, 10, NVI)
O século passado trouxe uma onda de conhecimento, descobertas e invenções,
e mesmo as pessoas comuns se beneficiaram, embora não de forma igualitária. Os
sindicatos têm beneficiado os trabalhadores. Mas a automação, o avanço da alta
tecnologia e a terceirização para mercados de trabalho mais baratos desafiam o
trabalhador local. Ciclos de superprodução e desemprego trazem tensão quando o
suprimento excede à demanda. Daí, com a diminuição dos lucros, os ricos ficam
angustiados. Por sua vez, os assalariados fazem pressão para que leis de proteção
sejam criadas e, em alguns casos, as demandas trabalhistas acabam em violência.
Corporações gigantes e os cartéis continuam crescendo com o grande
aumento da tecnologia. Em um ambiente de crédito fácil, muitos trabalhadores se
afogam num mar de dívidas. Inicialmente, as bênçãos que eram compartilhadas
por todos chegaram a adiar os conflitos, mas o crescimento e o estouro das
“bolhas” financeiras têm causado uma enorme instabilidade econômica. Não é
difícil imaginar uma crise da qual a economia mundial não possa se recuperar.
Muitas são as soluções propostas para o século 21, tanto para os que detêm os
meios de produção quanto para os trabalhadores, mudando do modelo de expansão
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excessiva e consumismo exacerbado para o downsizing (redimensionamento com
cortes) e a diminuição do consumo.
Os trabalhadores ficam entre a cruz e a espada. A redução da força de
trabalho ou os deixam sem emprego ou sobrecarregados por assumirem a carga
de trabalho dos que perderam o emprego. Os sindicatos têm se esforçado muito, e
com sucesso, para melhorar as condições de trabalho, mas o século terminou com
os sindicatos bastante enfraquecidos, e muitos executivos de companhias com
altíssimos salários e sem impedimentos legais.
Uma solução proposta é que certas indústrias devem se tornar propriedade
das pessoas — operadas por funcionários do governo. No século vinte,
ferrovias ineficientes tornaram-se propriedade do governo, a fim de assegurar
a sobrevivência delas. Mais recentemente, as instituições financeiras dos EUA
estão sendo resgatadas com trilhões de dólares dos contribuintes — com ônus
para o governo.
A população deveria realmente participar mais uniformemente dos lucros e
dos benefícios do avanço tecnológico. No entanto, a manipulação de mercados
financeiros — ações supervalorizadas, hipotecas de alto risco, crédito e seguro com
limites mais amplos que o usual — contribuíram para uma das crises financeiras
mais abrangentes que o mundo já viu. Por que tão extensa? A globalização
interligou os mercados financeiros e os meios de produção em todo o mundo. O
colapso de mercados financeiros de um lado do mundo gera problemas e crise
do outro lado do mundo. A indústria siderúrgica na China, na Rússia e nos EUA
sentiu o peso da desaceleração econômica mundial. Gigantescas corporações
multinacionais que não devem lealdade a país algum, operam praticamente fora
da lei. Reivindicam a proteção de certas jurisdições enquanto abusam das leis de
outras. Trabalhadores que são empregados por multinacionais ou conglomerados
têm pouca defesa contra tais gigantes.
Se a “Regra de Ouro” fosse implementada, logo haveria alívio. “Em tudo,
façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam.” Se os ricos cooperassem
para beneficiar as massas, as pessoas poderiam fazer demandas razoáveis. Mas o
medo da concorrência com outras corporações pode limitar a generosidade de seus
administradores. Se os ricos que têm empatia pelos trabalhadores reduzissem as
horas e aumentassem os salários, seus concorrentes usariam isso para desvalorizá-
los. O desastre financeiro seguiria, primeiro para eles e logo depois para seus
funcionários. A lei de ferro da oferta e da procura trabalham juntas com o egoísmo
fundamental do homem para ditarem as regras.
Com a globalização, alguns mercados de trabalho estão dispostos a trabalhar
mais horas por salários menores. O estilo de vida no Ocidente é sustentado pela
mão de obra barata do Oriente que fornece produtos menos custosos, mesmo que
as opções de emprego no Ocidente sejam, por causa disso, reduzidas. Por sorte,
e notavelmente, essas tensões têm sido absorvidas pela sociedade por muitas
décadas, mas esse estado de coisas não pode continuar indefinidamente.
O povo de Deus não sentirá a mesma ansiedade e grande terror que tomarão
conta do mundo. Eles entendem que a tribulação vem antes da bênção do mundo.
Eles podem ser afetados por ela, mas, pela fé, se alegram com os resultados
gloriosos que virão em seguida.
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O descontentamento aumentará entre as pessoas do mundo. Mas o povo do Senhor
deve ser um exemplo de contentamento para seus vizinhos, colegas de trabalho e
familiares. “Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” (1 Timóteo 6:6)
Muitos desfrutam de mais bênçãos e conveniências, ainda assim, o mundo pobre
geme sob os seus erros reais e imaginários. (Romanos 8:19, 22)
As pessoas se agarram às riquezas. E aqueles que possuem riquezas são
descontentes e desejam mais. Mas os santos não devem participar nessa luta de
ambições. Seu voto de consagração foi para participarem da corrida com ambições
celestiais e seguirem o exemplo de Jesus e dos apóstolos. Ao passo que proveem
o que é decente e “honesto” para suas famílias e se esforçam para viver em “paz
com todos os homens” (Romanos 12:17, 18) — eles armazenam “tesouros no céu”.
(Mateus 6:19, 20)
Infelizmente, nem todos os filhos de Deus têm essa paz e contentamento.
Alguns abandonam os passos de Jesus e buscam coisas terrenas. Em vez disso,
devemos buscar a paz que o mundo não pode nem dar, nem tirar. O povo do Senhor
deve abandonar o descontentamento e se esforçar para alcançar as riquezas mais
elevadas e a paz de Deus.
“De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada
trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer
e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem
em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que
levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é
raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da
fé... Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a
fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse
da vida eterna, para a qual você foi chamado.” (1 Timóteo 6:6-12, NVI)
Os santos devem ser exemplos vivos da alegria que sentem por saberem que
o Reino de Deus se aproxima com suas bênçãos satisfatórias. Ao passo que não
tomamos partido das questões debatidas, nossa missão é pregar as boas novas do
resgate por TODOS. Devemos aproveitar todas as oportunidades e circunstâncias
para darmos testemunho das boas novas desse Reino entrante. “Quão formosos são,
sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que
anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!”
(Isaías 52:7)
A tribulação deste “Dia de Jeová” nos dará maravilhosas oportunidades para
pregar o Reino vindouro. Mas não devemos nos posicionar politicamente sobre
questões sociais ou recursos para remediar a catástrofe iminente. Nossa missão é
simplesmente proclamar com calma e confiança o Reino que se aproxima como
sendo a única solução possível — e a única esperança de toda a humanidade. O povo
do Senhor sente muita compaixão por toda a pobre criação que geme, e podemos
consolar os que estão preocupados e assustados, pois sabemos que toda a tribulação
é apenas um breve prelúdio de algo melhor. “Havendo os teus juízos na terra, os
moradores do mundo aprendem justiça.” (Isaías 26:9)
“Neste monte [Reino] o SENHOR dos Exércitos... destruirá a morte para
sempre. O Soberano SENHOR enxugará as lágrimas de todo o rosto. Naquele
dia dirão: “Esse é o nosso Deus; nós confiamos nele, e ele nos salvou. Esse é o
SENHOR, nós confiamos nele; exultemos e alegremo-nos, pois ele nos salvou.”
(Isaías 25:6-9, NVI; Apocalipse 21:4)
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♦ ESTUDO DEZESSEIS ♦
RECAPITULAÇÃO E RESPONSABILIDADE
Enquanto isso, quando os filhos consagrados de Deus hoje veem o que está
acontecendo no mundo, são consolados pelo conhecimento do caráter, das
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promessas e do plano de Deus. Podemos “olhar para cima” e nos alegrar
porque sabemos que nossa libertação está próxima — o que significa que então
haverá libertação para o mundo. (Lucas 21:28) Também desviamos o olhar das
preocupações terrestres e das fraquezas pessoais e reivindicamos o mérito do valor
do resgate de Jesus para cobrir nossas imperfeições. Conhecendo as promessas de
Deus, nós as reivindicamos e, ao mesmo tempo, procuramos desenvolver o caráter
cristão e nos esforçar pelo prêmio da natureza divina. Como Pedro expressou:
“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de
Jesus nosso Senhor; Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito
à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e
virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para
que por elas fiqueis participantes da natureza divina.” (2 Pedro 1:2-4)
Quando buscamos o conhecimento de Deus e de Seu Plano, nossa sinceridade
é testada. Encontraremos tempo para pesquisar as Escrituras para provar para nós
mesmos o maravilhoso Plano de Deus? Estamos dispostos a desistir de nossas
próprias teorias e ideias e estudar a Bíblia sem preconceitos? Em nossa busca
da verdade, estamos comprometidos a dar tudo ao nosso Pai Celestial? Estamos
dispostos, se necessário, a sacrificar amizades e outros laços? (Lucas 18:28-30)
Durante o período atual de “Colheita” da Era do Evangelho, chegamos à “hora da
tentação” — de testes. (Mateus 13:39; Apocalipse 3:10) Como reagiremos?
Nosso amor pelo Plano de Deus deve nos dar determinação e energia para
compartilhar essa preciosa verdade com aqueles de fé que talvez a recebam.
Não esperamos que o mundo a aprecie. (1 João 3:1) Eles nos acharão “tolos”. (1
Coríntios 4:10; 3:18) Mas como os nobres “bereanos” dos dias de Paulo, receba
a verdade “de bom grado” e depois examine “cada dia nas Escrituras”, para
entender o seu testemunho. (Atos 17:11) Se apreciarmos o valor da verdade, o
Plano amoroso de Deus será o tema principal de nossa vida.
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Publicações
Como Estudar a Bíblia Para Que Tenha Sentido
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