Pé Diabético
Pé Diabético
Pé Diabético
1 – Introdução
2 – Dados Epidemiológicos
3 – Fisiopatologia
4 – Avaliação clínica
5 – Ulcerações: tipos e tratamentos
6 – Prevenção
INTRODUÇÃO
O pé diabético é uma das manifestações da neuropatia diabética, caracterizada como
alterações estruturais ou funcionais do pé, como ulcerações, infecções e gangrena, associada
com variados graus de doença vascular periférica.
Passou muito tempo em hiperglicemia, que causou alterações neuropáticas. Essa neuropatia
leva à alterações na sensibilidade do pé. Estímulos que em pessoas normais seriam dolorosos
deixam de ser sensíveis nesses pacientes com a neuropatia. O pé na pessoa fica mais vulnerável
a ter lesões. Ocorre, com o tempo, deformidades no pé diabético, sem os estímulos neuronais.
Essas deformidades provocam alterações na pressão plantar, o que predispõe a mais lesões no
pé
Perda de Sensibilidade
Deformidades ULCERAÇÕES
Problemas Vasculares
Se as ulcerações não forem devidamente tratadas, o pé provavelmente terá que ser amputado
EPIDEMIOLOGIA
- As ulcerações do pé diabético são as causas mais frequentes de admissões hospitalares entre
diabéticos
- O diabetes é a causa mais frequente de amputação não traumática de membros inferiores
- 14-20% dos pacientes com ulcerações serão submetidos a uma amputação
Neuropatia Diabética
- Responsável pelos fatores intrínsecos da doença (condições presentes)
- Proeminências ósseas
- Limitação da mobilidade articular
- Propriedades teciduais alteradas
- Neuro-osteoartropatia
Fatores extrínsecos (iniciadores de lesão)
- Calçados inadequados
- Objetos dentro de sapatos
- Caminhar descalço
- Quedas
- Acidentes
Doença Arterial Periférica
- Um dos fatores etiológicos das complicações do pé diabético
- Piora o prognóstico para amputação
- Aumenta o índice de mortalidade
- Lesões neuropáticas e neuroisquêmicas representam 90% das causas de úlceras
Avaliação clínica
A avaliação clínica do pé da pessoa diabética deve ser anual, e realizada em dois momentos:
- História clínica
- Exame físico
HISTÓRIA CLÍNICA
Identificação dos pacientes de risco
Presença de ND e DAP já diagnosticada
Uso de calçados inadequados
Calos
Deformidades estruturais dos pés
Trauma
História prévia de úlcera ou amputação
Nefropatia Diabética avançada
Uma pessoa com ulceração apresenta um risco 57% maior de apresentar outra ulceração
Retinopatia diabética
Mau controle do diabetes
Idade avançada
Desinformação
EXAME FÍSICO
Inspeção
Pele seca
Rachaduras
Calosidades
Unhas hipotróficas ou encravadas
Micoses interdigitais
Ausência de pelos
Avaliação Neurológica e Vascular
Neurológica
Teste do Monofilamento de náilon 10g
Instrumento mais recomendado para rastrear risco de ulceração por polineuropatia
diabética
Detecta alteração de fibras sensitivas
Qualquer área insensível indica sensibilidade protetora prejudicada na área
Teste do diapasão 128 Hz
Avalia sensibilidade vibratória
Teste do palito
Avalia sensibilidade dolorosa
Teste do bioestesiômetro
Sensibilidade vibratória registrada em volts
Obrigatoriamente o teste do monofilamento de náilon e outro dos 3 próximos testes para
confirmar
Avaliação Vascular
Palpação de pulsos das artérias pediosas dorsais e tibiais posteriores
Depois, ecodoppler manual (se alteração de pulsos)
Depois, Avaliação do ITB (índice Tornozelo-Braço)
ITB
Medição das pressões sistólicas das artérias tibial posterior e pediosa dorsal
Escolher o maior valor
Medição da pressão sistólica da artéria braquial do mesmo lado
Dividir os dois valores = ITB
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR
Pode ser útil para a avaliação do risco de ulceração
Existem variados métodos com diferentes pontos de corte
Utilidades:
Prever o risco de úlcera
Auxiliar a confecção de palmilhas adaptadas
ULCERAÇÕES: TIPOS E TRATAMENTOS
Tipos de ulcerações
Úlcera vascular
Úlcera neuropática
Úlcera de pressão
Em muitos pacientes as causas coexistem
ÚLCERAS VASCULARES
A DAP pode complicar com ulcerações, isquemia e necrose
Ocorrem principalmente no calcâneo as proeminências ósseas do pé
Costumam ser profundas, com bordas bem delimitadas, sem tecido de granulação
viável, pálida e frequentemente necrótica
TRATAMENTO DAS ÚLCERAS VASCULARES
Cirurgia vascular para restabelecer o fluxo sanguíneo
Angioplastia
Cirurgia by-pass
Se o paciente não tiver condições de procedimento ou as perspectivas de melhoras
forem pobres: amputação
Tratamento local
Alívio da dor
Manutenção do local úmido
ÚLCERAS NEUROPÁTICAS
A ND é o principal evento associado à formações de úlceras no pé diabético
“mal perfurativo plantar”
Ulcera indolor
Profunda
Bordas calosas
Complicações: osteomielite e infecção das bordas calosas
OSTEOMIELITE
Inflamação no osso causada por uma infecção
Tratamento cirúrgico
Remoção do osso infectado
Antibioticoterapia sistêmica
Duas a quatro semanas
Tratamento de úlceras neuropáticas
Antibioticoterapia sistêmica de infecções
Atb tópico apenas por curto período de tempo
Debridamento químico ou cirúrgico
Tecidos desvitalizados
Tecidos hiperceratóticos
Curativo mantendo o meio úmido
Diminuição da pressão plantar
ÚLCERAS DE PRESSÃO
Deformação – pontos de pressão anormal
Ocorre mais comumente em calcêneos e maléolos
Podem ser superficiais ou profundas
Tratamento:
Alívio da pressão
ATB de infecção
Debridamento químico, mecânico ou autolítico dos tecidos desvitalizados
IMPORTANTE:
As úlceras nos estágios iniciais geralmente respondem bem ao tratamento clínico. As úlceras
em estágio avançado geralmente requerem algum procedimento cirúrgico
Melhor caminho é a prevenção
PREVENÇÃO
Terapia educacional com pacientes, familiares e profissionais da saúde
Abordagem multidisciplinar do pé diabético (endocrinologista, enfermeiro, fisiatra,
ortesista, cirurgião vascular e psicólogo/psiquiatra_
Exame anual dos pés do paciente diabético
Cuidados gerais: não andar descalço, não colocar os pés de molho em água quente, não
usar calçados apertados, não usar cremes hidratantes entre os dedos, secar bem os pés
após o banho, inspecionar o interior dos calçados antes de usá-los, procurar serviço
sempre que notar calos, bolhas ou feridas